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ÍNDICE
Introdução .................................................................. 1
Capítulo1: Os Golpes Militares ................................. 2
Capítulo 2: A repressão e as tentativas de
escapatória ................................................................. 7
Capítulo 3: O fim das ditaduras .............................. 16
Capítulo 4: As entrevistas ....................................... 19
Perguntas em espanhol: ..................................................... 19
Entrevistas com chilenos: ................................................... 19
Perguntas em português: ................................................... 21
Entrevista com brasileiro: ................................................... 22

Capítulo 5: Conclusão ........................................... 24
Bibliografia ............................................................... 32
Introdução
A idéia sobre este trabalho surgiu a partir de minhas dúvidas sobre a
ditadura brasileira e também porque aprendi algumas coisas sobre a do Chile nas
férias de janeiro de 2013. Depois disso fiquei todos os dias pensando, sobre como
foi à ditadura no Brasil e o que aconteceu. Bem isso antes era apenas um
pensamento que na teoria eu só ficaria com ele sem nenhuma pesquisa.
Viajei para o Chile este ano (2013), adorei conhecer a história da ditadura
do país e fiquei deslumbrado no “Museo de La Memoria” percebendo e
conhecendo todos os fatos ocorridos no país. Esses conhecimentos me levaram a
ficar com uma vontade de conhecer a ditadura do Brasil, mas não só conhecer
como também compará-la com aquela com a qual eu acabara de conhecer e ter
contato. O tema veio após todos esses acontecimentos, e agora eu levo você,
leitor, a ter a mesma duvida que a minha. Quais as diferenças e semelhanças
entre as ditaduras do Brasil e a do Chile? Esta dúvida acabou crescendo em mim
porque percebi que no Chile há uma maior valorização nos atos e uma lembrança
maior e cotidiana sobre estes atos que com a do Brasil, onde eu vivo. Nunca vi
meus pais ou a própria mídia comentando algo sobre a ditadura no seu dia a dia,
aqui parece que ela foi esquecida e não é bom lembrá-la.
Talvez até possamos conhecer melhor as características presentes em
nossa ditadura olhando para a dos chilenos, e para que conheçamos a ditadura
chilena olhando pela nossa própria e entendendo-a em todos os seus detalhes.
Agora, iniciamos o trabalho pensando nessa pergunta que mais me intriga o
porquê no Chile, eles estão sempre falando e lembrando-se da ditadura e no
Brasil as pessoas nem se lembram do que aconteceu?

1
Capítulo1: Os Golpes Militares
Começando a falar da ditadura chilena. Ela começou com o golpe do chefe
do exército chileno, Augusto Pinochet Ugarte no dia 11 de setembro de 1973,
sobre o então presidente Salvador Allende que era do partido, “Unión Popular”.
O fato do presidente do Chile ser “comunista” e ter ganhado as eleições
democraticamente, assustou o presidente americano Richard Nixon e após a
conversa com canais de mídia chilenas e até mesmo algumas pessoas poderosas
do Chile começaram a ajudar os Estados Unidos a tomar algumas medidas
começaram a ser tomada.
Varias medidas foram tomadas para desestabilizar o governo de Allende:
greve dos motoristas de ônibus, passeatas da direita contra o governo que durou
de 1970 a 1973.
A direita chilena achou uma brecha para ajudar e apoiar a entrada das
ideias americanas no país. Para que os Estados Unidos pudessem levar suas
ideias e fortalecer uma direita que já estava muito contra o governo comunista de
Salvador Allende. No documentário, “La Batalla de Chile”, é entrevistada uma
senhora numa passeata de direita que diz, “Estes comunistas querem trazer idéias
do demônio, o comunismo é um problema gravíssimo”, é mais ou menos estes
ideais que tinham cada manifestante de direita dessa época no Chile.
Com o poder que a direita
tinha na sociedade, o exercito
chileno e um grupo de Carabineros
(policia militar chilena), decidiram
apoia-la em seus ideais e tirar de
uma vez por todas pela força o
presidente Salvador Allende do
poder.
Allende

E

em
é

1973,

Salvador

assassinado

pelo

exercito chileno, forças armadas e grupo de Carabineros ao comando de Augusto
Pinochet Ugarte que após invadir e dominar, com tiros de canhão, metralhadoras

2
e até com jatos lança misseis a “Casa de La Moneda” ( sede do governo chileno),
que se declara presidente e forma a Primeira Junta do Governo militar, com os
três principais generais mais importantes de todo o Chile. O governo foi formado
por esses quatro integrantes, no qual Pinochet era o líder supremo da nação e
cuidava do legislativo e executivo, e seus generais ficavam apenas com o
legislativo junto com ele, assim começou de forma extrema os próximos 17 anos
de governo das forças armadas no Chile.
No Brasil como em todos os países da América do sul que tiveram
ditaduras de direita, ela foram apoiada pelos EUA, o então embaixador dos
Estados Unidos no Brasil, Lincoln Gordon fez a cabeça do presidente John
Kennedy de que o Brasil com João Goulart estava se tornando comunista, o
presidente era amigo do povo e estava deixando o país numa grande crise, com o
país crescendo muito devagar e seu único discuso para responder as criticas era a
de que o país cresceria de acordo com a felicidade de seus trabalhadores, e essa
resposta para a época era ser Comunista.
Isto passa pela cabeça do presidente americano como uma bomba, pois ele
acabara de perder Cuba para o comunismo, a qual era possível controlar pelo
tamanho insignificante, mas o Brasil assustava, pois seria uma China comunista
em plena América.
A decisão de Kennedy foi enviar agentes da CIA clandestinamente para o
Brasil, para obterem respostas e ver se o governo Goulart realmente era
comunista.
Enquanto os Estados Unidos buscavam provas para concluir a hipótese de
Lincoln Gordon de que o Brasil estava ameaçado pelo comunismo, o presidente
Goulart ao invés de ficar na defensiva e dar uma fingida de que ajudava os ricos e
que o que os EUA pensavam era bobagem, não ele decidiu pensar mais no povo
trabalhador criando leis que os favoreciam e acabava não favorecendo a
sociedade rica e capitalista.
Não teve jeito, Kennedy conclui que o Brasil estava se tornando comunista
e logo depois morre com um tiro na cabeça. Lindon Johnson seu sucessor ordena

3
que tropas americanas que se instalem na costa do Rio de Janeiro para ajudar as
tropas dos outros estados brasileiros a efetivar o golpe.
No dia 31 de Março de 1964
enquanto

as

tropas

americanas

esperavam ordens para atacar o Rio de
janeiro, o general Olímpio Mourão Filho
começa a marcha com suas tropas desde
Minas Gerais para o Rio de Janeiro,
concretizar o golpe. No meio do caminho
Mourão recebe uma ligação de Castelo
Branco avisando ao general que estava
sendo precipitado, e em resposta a Castelo o general diz, “estou articulando com
minha consciência. Quem quiser que me siga”. No caminho na ponte do Rio
Paraibuna, no Vale do Paraíba o poderoso exercito de Morais Âncora lhe espera
para um confronto direto.
Quando as tropas se encontram não acontece nada à tropa de Âncora que
seria a parte leal a Goulart (então presidente do Brasil), se junta aos golpistas sem
haver nenhuma batalha.
No final quando todas as tropas de todos os estados se aderem ao golpe,
Goulart foge para o Rio Grande do Sul onde o general ainda era leal a ele. O
presidente envia a seu chefe de gabinete civil, Darcy Ribeiro uma carta para que
ele lesse ao Congresso dizendo que o presidente ainda estava no poder, o texto é
lido, mas o chefe do Congresso, Auro de Moura Andrade não da atenção a carta,
e no dia 2 de Abril diz a famosa frase: “ Eu declaro vaga a presidência da
república!”.
E no mesmo dia é proclamado pelo Congresso Ranieri Mazzilli, (o qual já
era a idéia dos militares de colocá-lo no poder do país). Em 4 de Abril de 1964,
quando o golpe se concretiza, João Goulart já havia fugido para o Uruguai, (pois o
estado do Rio Grande do Sul já estava dominado por exercito a favor do golpe).
Um ponto é bem perceptível entre os dois golpes, o de que a violência está
viva só em um deles. Mas isso é bem interessante, pois se tirarmos alguns pontos

4
das duas histórias, podemos invertê-las, radicalmente. Como por exemplo, se o
presidente Salvador Allende tivesse se rendido ao exército chileno, não teria sido
necessário o bombardeio a “Casa de La Moneda”, e não teria sido tão violento,
pois ele entregaria o governo aos militares, no caso ao general Augusto Pinochet,
mas não se saberia quem ficaria no comando do país, porque Pinochet só se
tornou o líder supremo da nação porque foi o mandante no ataque a “Casa de La
Moneda”, isso não se sabe ao certo, algumas pessoas até dizem que se Allende
tivesse se rendido seria condenado à morte pelos militares, mas a verdade é que
não podemos saber, pois o que aconteceu foi trágico, mas não se pode mudar o
passado.
Já no golpe Brasileiro, se o exército do Rio de Janeiro não tivesse se aliado
ao do de Minas, ali em plena divisa e tivesse tido um grande confronto, teria sido
um dos golpes mais violentos da América do Sul, por que o Rio de Janeiro estava
praticamente cercado, de um lado o exército de Minas Gerais, do outro o de São
Paulo e pelo mar as tropas americanas, e todos contra um estado tão pequeno,
que é o Rio de Janeiro.
Uma outra coisa que é muito comum de se dizer é que aqui no Brasil teria
sido uma “pseudo ditadura”, porque não foi um golpe como nos outros países nos
quais o mandante do golpe, após conseguir fazê-lo se declara presidente, aqui
ouve uma votação e o presidente Ranieri foi aceito pelos generais para
governar( poucos anos, mas foi). No Chile alêm de Pinochet liderar o ataque a “La
Moneda”, ele se declarou chefe supremo da nação e quem seria contra ele,
sofreria as consequências. Já aqui no Brasil sofreria quem era contra aos ideias
do exército brasileiro o qual após Castelo Branco, foram todos elegidos
“democraticamente” por eles, isso só muda depois da implementação do AI-5.
Ao fim do golpe no Brasil foi percebido pelos EUA, que o país não era
comunista, mas já era tarde, Castelo Branco já tinha se apossado da presidência e
estava começando as torturas e repressões injustas por parte do governo militar.
E no Chile Pinochet começou a fazer o mesmo, só que lá o problema apenas ia
pelo poder do general, que era o líder da nação e general das forças armadas, o
que fazia dele e suas idéias a lei do país, a Junta Militar só estava ali para o poder

5
executivo, o qual ele também fazia parte, já no Brasil não era de quem ia contra as
ideias dos militares que governavam juntos como se fossem, um enorme partido
no poder do país e não com o poder apenas centralizado no Castello Branco ou
no Costa e Silva, todo o “partido” militar fazia parte das leis e ordens do país.
Acredito que a questão da ditadura do Chile ter sido mais sangrenta do
golpe até o final tem haver com a cultura do povo chileno, que é a de um povo que
sempre está descontente, politizado e que sempre de alguma maneira está
querendo se impor e conseguir seus direitos. Já no Brasil a população não tinha
muito a idéia do comunismo e nem do capitalismo, ela só queria ter a vida dela
sem que precisasse sofrer para tal, com a intenção de uma população maior que
não sabia muito o que estava acontecendo, pois foi algo mais interno por parte do
governo, a população apenas acordou no dia 2 de abril de 1964 e ali estava
Ranieri Mazzilli no poder e não se sabia mais onde estava Jango.

6
Capítulo 2: A repressão e as tentativas de
escapatória
As ditaduras são conhecidas pela forma autoritária de poder, a qual sempre
é imposta por uma pessoa ou um grupo que não aceitavam o governo anterior. No
caso do Chile, o general Augusto Pinochet Ugarte, após se colocar no comando
do país precisaria de algo para legitimar seu poder e controlá-lo para que não
houvesse problemas para que o governo pensado por ele e a Junta Militar possam
ser concluídos efetivamente e acabar com o comunismo. A ideia para controlar o
poder do ditador chileno veio rápida e muito eficiente, no começo de 1974 ele
criou a DINA (Dirección de Inteligencia Nacional), uma organização que visava o
controle da sociedade, acabar com os “terroristas Marxistas”.
A DINA trabalhava como uma agencia de espionagem e qualquer coisa que
pudesse afetar o governo de Pinochet em questões de guerrilhas ou qualquer
situação ou pessoa que fosse acusada de comunista (tendo livros Marxistas,
conversando muito às escondidas, tendo cabelos compridos e etc.). Os agentes
da DINA eram em sua maioria soldados ou cadetes chilenos militares da marinha,
aeronáutica ou exercito que eram treinados no Panamá, alistados por generais de
vários quarteis e enviados com o pretexto de que estariam indo para umas ferias
no litoral, como foi declarado sobre juramento por Samuel Fuenzalia Devia no dia
9 de setembro de 1987 e estava guardada nas documentações e arquivos da
"Vicaría de la Solidaridad". Lá no centro de formação dos agentes da DINA,
Manuel Contreras anunciava a recomendação da Junta Militar "Exterminaremos el
marxismo y sus ideologias afines como si fueran plagas" (exterminaremos o
marxismo e suas ideologias até o fim como se fossem pragas). E que tudo que
fosse feito ali seria mantido em segredo, (tudo contado na declaração do exagente).
Segundo a filha do general Lutz (membro da Junta Militar), em uma
conversa de seu pai com Pinochet, ele afirma "la DINA soy yo", o que constata o
poder da organização comandada e dirigida por Pinochet, e essa declaração
simboliza o poder da DINA como olhos, ouvidos e controle do General Chefe das

7
Forças Armadas sobre a sociedade chilena, mas não era apenas no Chile que a
DINA estava atuando.
Após declarações estrangeiras de que a DINA infringia os direitos humanos,
Pinochet foi pressionado a acabar com ela, mas sua saída foi apenas mudar seu
nome para CNI (Central Nacional de Informaciones), em agosto de 1977 e assim
continua a repressão.
Além das tentativas guerrilheiras de acabar com a repressão da Junta
Militar, conhecida como CNI. Em 1975 o cardeal de Santiago de Chile, Raúl Silva
Henríquez, vendo que as infrações aos direitos humanos no país eram absurdos
pediu a autorização ao Vaticano, do papa Paulo VI, juntou religiosos e advogados
e criou a associação conhecida pelo nome "Vicaría de la Solidaridad", que ajudava
presos políticos ou desaparecidos.
Pelo documentário sobre a "Vicaria de lá Solidaridad" é possível observar e
entender o trabalho de seus advogados, e nele é entrevistado o advogado
Gustavo Villalobos, que mostra toda a cede da “Vicaría”, e depois disso em outra
cena ele aparece saindo de uma delegacia de Carabineiros, os quais também não
deixavam de participar da repressão, como é mostrado e dito no mesmo
documentário por um dos médicos da “Vicaría”, Ramiro Olivares, que mostra
imagens de pessoas que foram violentadas em protestos contra o governo de
Pinochet, e diz que além dos instrumentos comuns para a dispersão de algum
protesto como água, gás lacrimogêneo, bastão policial e armas de fogo, também
era usada uma faca encurvada que faz parte do armamento do exercito chileno. O
médico mostra fotos, extremamente fortes, de pessoas machucadas por essa
arma.

Mas

organização

nem
da

mesmo

Igreja

de

como

uma
era

a

“Vicaría” podia proteger seus integrantes
a finco da repressão. Na série "Los
Archivos

del

Cardenal"

um

dos

personagens que é advogado da “Vicaría”,
e se achava intocável, é sequestrado pelo
CNI e jogado morto no mato, o episódio

8
foi feito em homenagem a um advogado da “Vicaría” que existiu e aconteceu o
mesmo com ele. Outro exemplo de advogados e membros da “Vicaría”, que
acabou sendo capturado pela repressão é a da “jovem” advogada encontrada na
beira do mar. “El Mercurio”, “La Segunda” e todos os outros jornais chilenos diziam
que foi encontrada uma “jovem”, bonita de 23 anos e que o que tinha acontecido
com ela havia sido um crime passional. Na realidade o que havia acontecido com
a mulher chamada Marta Ugarte de 42 anos era uma prisão injusta na qual,
haviam nítidos indícios no corpo de que ela havia sido torturada e jogada no mar
pela repressão do governo.
No documentário onde é
mencionado o caso da advogada,
que foi torturada e jogada no mar,
é mostrado um dos jornais onde
saiu

à

matéria

de

seu

aparecimento. Na matéria do
jornal “La Segunda”, a manchete
era a de que seguia no mistério o caso da “jovem” encontrada perto da praia “La
Ballena”, (imagem).
Podemos ver uma esperança no documentário sobre a “Vicaría”, um
protesto contra o governo, contra as torturas e os sequestros organizados pela
repressão. Os padres e advogados que pediam às pessoas não colocarem
cartazes políticos em meio ao protesto e sim religiosos, como se fosse uma
passeata religiosa. O documentarista pergunta ao Carabineiro se ouve alguma
chamada ou algum problema com a passeata em questão e a resposta que
recebe é: (traduzido) “é uma procissão extremamente religiosa e estamos aqui
apenas para fazer a segurança dos religiosos” e que não tem nenhum problema
com as marcas postas na “procissão”.
Também é feito pela “Vicaría” o protesto contra a tortura, no qual familiares
de pessoas torturadas ou desaparecidas vão a algum lugar público, com a
proteção da “Vicaría”, e começam a dizer tudo que o governo estava fazendo e
termina dizendo “y la justicia calla” (e a justiça se cala).

9
Apesar das tentativas de amenizar as repressões do governo ditatorial no
Chile, ele continuava controlando e impondo medo a qualquer tipo de pessoa,
independente do status ou trabalho do cidadão. Todos, de alguma maneira,
estavam destinados a sofrer as consequências se ousasse mexer ou tentar falar
sobre os problemas e os fatos que ocorriam no país.
No Brasil, como vimos, com o golpe
militar, as repressões da ditadura foram bem
tranquilas em comparação com muitas outras
da América Latina, até porque no começo
dela com o general Castello Branco a ideia
era manter um país “democrático” pela visão
dos militares. Mas isso acaba com a criação em dezembro de 1968 do AI-5 (Ato
Constitucional Cinco), que tirava o poder do congresso e de qualquer outro órgão
governamental de prender qualquer tipo de pessoa, e o colocou todo nas mãos
dos governantes militares. Esta lei durou 10 anos, e foi o ponto mais forte para
fazer da ditadura militar um inferno para a população brasileira.
Já existia, pois foi criado no dia 13 de junho de 19 de 1964 pelo qual
Golbery Couto e Silva, um homem que desde 1962, sonhava em criar um
organismo do governo semelhante ao FBI ou até a CIA. Tal serviço teve entre
seus diretores o último presidente da ditadura brasileira o general João Baptista de
Oliveira Figueiredo.
O SNI era o centro de todos os serviços secretos, do exercito, marinha e
aeronáutica, todos eles eram comandados pelo chefe do serviço e acima dele o
presidente da republica.
A presidência do general Emílio Garrastazu Médici, o
futebol se mostrou sua arma para a popularidade e ao
mesmo tempo uma forma de controle da população
brasileira que se ligava mais nos jogos de futebol ou ver o
presidente, popularizando o esporte, mas não só isso, o
general por ser um homem fascinado pelo esporte e ainda
mais, em suas aparições em publico, ou ele esta num

10
estádio chutando uma bola ou ouvindo um jogo em meio à torcida (como esta na
imagem).
Acredito que Médici, apesar de ter sido um dos presidentes da ditadura
mais severos e autoritários, também era muito esperto, pois sua saída foi de certa
maneira pacifica, enquanto a população se acercava a velo nos estádios e querer
saber e ver sua popularidade. Por entre os panos ele fazia todas as suas
atrocidades.
Mas como sabemos os generais e lideres do governo militar tiveram que
utilizar de todos os recursos para a sua repressão, uma delas foi a de sempre
estar controlando. Desde o começo o futebol foi trazido para bem perto da politica
dos militares, segundo o documentário, “Memórias de Chumbo”, ainda na época
de Castello Branco, quando o Brasil estava indo participar de seu primeiro
campeonato mundial com o governo militar no poder em 1966, antes do time sair
do país o presidente recebeu diretores da C.B.D. (Confederação Brasileira de
Desportos), conhecida hoje por C.B.F. (Confederação Brasileira de Futebol) e os
jogadores no Palácio das Laranjeiras.
Segundo o historiador, Carlos Eduardo Sarmento, o exemplo que mais
justifica a repressão e o controle dos militares sobre o futebol é a saída de João
Alves Saldanha, que era perseguido e vigiado de perto pelo governo por causa de
seus pensamentos “comunistas”. Depois de muita pressão militar em cima da
C.B.D., Saldanha é retirado do posto de técnico da seleção brasileira e em seu
lugar entra o Zagalo. Acredito que seja sim um ótimo exemplo da repressão sobre
os integrantes da C.B.D., até porque o presidente da organização João Havelange
foi obrigado a fazer a vontade do governo, logo depois foram substituídos vários
membros da direção técnica da seleção, pessoas que eram de confiança dos
militares e que faria suas vontades sem excitar ou eram poucos infiltrados.
A ditadura levou a criação, por parte dos Comunistas, de guerrilhas como o
chamado, MR-8 - Movimento Revolucionário Oito de Outubro, o MNR - Movimento
Nacional Revolucionário, ALN - Ação Libertadora Nacional, que eram apelidados
em outros países de a guerrilha. Este grupo de Comunistas começou roubando
Bancos, dizendo que era tudo feito para a libertação da repressão, e como

11
podemos ver no filme “O que é isso companheiro?”, a partir de um momento, eles
se viram não reprimidos pelos militares, que os tratavam como meros batedores
de carteiras ou inofensivos assaltantes e que estava tudo sobre controle. Mas o
MR-8 queria ser conhecido, queria fazer algo para que a população soubesse
sobre suas intenções e para que os militares tivessem medo do que eles
pudessem fazer.
Então a guerrilha teve a ideia de sequestrar o embaixador dos Estados
Unidos, e mandar uma carta para o governo pedindo em troca do embaixador que
alguns presos políticos fossem liberados e pudessem ir para o exílio e que
parassem de torturar. Eles o fizeram e tiveram êxito. Mas, após o primeiro
sequestro, fizeram muitos outros, com o embaixador do Japão, França e por ai foi,
e com isso (muitos dizem), o governo militar ficou mais repressivo e mais forte
com o fortalecimento do SNI (Serviço Nacional de Inteligência). A ideia é o MR-8
provocou e o governo militar, sem saber seus integrantes reprimiu por medo que
eles continuassem com os sequestros, e assim o governo Médici conseguiu
acabar com o trabalho da guerrilha e oprimir mais a oposição.
Acredito que a guerrilha no Brasil não teve um objetivo correto, acabou
ficando apenas em sequestros, quando poderia fazer muito mais para o país, o
qual no fim foi se libertar sem violência apenas com a voz do povo, com as
“Diretas Já!”, as quais segundo o texto de Vitor Amorim de Ângelo poderia ter sido
apoiada pelos mesmos derrotados da esquerda armada. A campanha das “Diretas
Já” consistia numa organização apoiada por vários civis que eram contra a
ditadura e os votos indiretos. A luta dos membros da organização era para que as
eleições voltassem a ser direta. Pois já fazia 16 anos que não eram, o voto não
era voltado direto ao candidato, mas quem o elegeria era o congresso. E o povo
começou a se revoltar a essa maneira de voto, porque ele dá mais poder aos
militares, que poderiam burlar as eleições sem que ninguém percebesse. Por isso
a intenção de acabar com essa lei e fazer o próprio povo eleger diretamente quem
ficaria no poder presidencial.
Como vimos no Chile a Igreja católica teve um papel muito importante na
ditadura, e segundo disse Ignacio Walker ex-advogado da “Vicaría”, ela era a

12
única parte opositora aos militares, mesmo sendo uma instituição religiosa e não
política, pois o cardeal Raúl Silva fez da “Vicaría” a resistência e uma espécie de
oposição ao governo. Questão que no Brasil pela parte do filme “Batismo de
Sangue”, em que os padres estão presos no DOPS e o bispo vêm dizer para eles
que eles não devem interferir em política e nem em nada do gênero porque a
Igreja não tem nada haver com a política. Esta cena mostra a diferença, entre as
questões e intenções de duas Igrejas, que trabalham as duas para o mesmo chefe
político, o Papa, mas mesmo assim uns deles, meros padres tentam ajudar a
causa e mostrar as infrações que a ditadura faz aos direitos humanos, já no Chile
o homem do filme que tem o mesmo status do bispo que fala para não interferir
nas políticas, faz com o argumento de que seria algo religioso, uma instituição
contra a ditadura. Mas segundo o texto de Sérgio Henrique da Costa Rodrigues da
UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), sobre as relações diplomáticas
entre o Vaticano e o Estado brasileiro, fala que em meados de 1960 a Igreja se via
contra o comunismo e criticava o governo Jango que tinha que responder a mídia
de maneira religiosa e apelativa como uma vez em 1961 onde perguntaram se ele
era comunista e sua resposta foi, sou “católico praticante” e mostrou a medalha da
Virgem Maria que estava em seu pescoço, a todo o momento. Para ser aceito pela
Igreja Jango sempre a estava bajulando. Mas depois de 1964 o governo militar
começou a pressionar o Vaticano, com mudanças de bispos, em especial de São
Paulo e Rio de Janeiro, a briga era tão forte entre os dois, que quase o
embaixador brasileiro no Vaticano Henrique de Souza Gomes, começou a dar
palpites nas escolhas do Papa.
Mais ou menos em 1973 os bispos se irritam com as interferências do
Estado brasileiro e decidem mudar de lado, começaram a ser mais neutros ou, até
mesmo, “comunistas”. A Igreja que antes apoiava o golpe de 64 agora estava
ajudando a população brasileira. Mas nada aconteceu parecido com a “Vicaría de
la Solidaridad “no Brasil, foi um desacordo dos membros da Igreja, que levou os
bispos a ajudarem a população torturada e refém da ditadura brasileira. Mas tudo
isso é segundo o texto, a meu ver a Igreja em especifico, mesmo vendo as
atrocidades das duas ditaduras (do Chile e do Brasil), foram neutras, não tinham

13
opiniões politicas sobre o que estava acontecendo. Mas as duas ajudaram em
questões humanitárias, mas uma criação igual a do cardeal Raúl Henríquez não
ouve no Brasil. O cardeal agiu como patriota dizendo que estavam infringindo os
direitos humanos e não para criar uma instituição contra a ditadura, tanto que no
dia em que morreu foi criado um documentário sobre que homem ele foi para o
Chile e suas ideias para ajudar a sociedade do país em que nasceu e amava.
O interessante é percebermos a mudança de lado que teve em uma
especifica classe social e em seu perfil. Tanto o Brasil como o Chile tiveram os
chamados “adolescentes rebeldes”, a parte da sociedade que começou a ter
ideias e agir contra o governo militar. Os jovens brasileiros foram, assim como os
chilenos na época do golpe, os que apoiaram em sua grande maioria. A classe
média, em ambos os países, acreditava no “mal do comunismo”. Após um tempo
de ditadura no Brasil, a classe média acordou para as atrocidades da ditadura e
começou a fazer parte de guerrilhas e a lerem livros Marxistas. Pois os jovens
chilenos e toda a classe média apenas ficaram descontentes em 1980 quando a
crise esvaziou seus bolsos.
No Brasil, normalmente eram jovens universitários de classe media (a
classe que na época apoiou o golpe). O porquê é meio obvio, mas no filme de
Zuzu Angel, o filho de Zuzu fala pra ela que os trabalhadores lutariam por seus
direitos, pois a vida da ditadura era horrível. A resposta da mãe é muito plausível,
é a de que o trabalhador não tem tempo para pensar em revolução, ficar se
ligando em política, eles estão mais a fim de correr para trabalhar para poder
sobreviver. Acredito que por isso apenas os estudantes pensam em política e
sempre estão por traz de tudo que acontece nos países. No Brasil muitos jovens
participaram da luta armada, seja dentro das universidades, discutindo, seja nas
ruas ajudando os lideres revolucionários.
No Chile em meados dos anos 80, houve um enorme descontento por parte
em especial da classe média, que por acaso foi a que mais sofreu com a crise,
muitas formas de mostrar este descontentamento foi feito, desde ajudar a luta
armada que no Chile visava matar o líder da nação, Augusto Pinochet. Mas a
forma mais interessante foi a musica, em 1983 os estudantes da universidade,

14
Liceo 6 de San Miguel (atual Liceo Andrés
Bello), em Santiago de Chile, chamados
Jorge González (o do meio da imagem),
Claudio Narea (o da esquerda na imagem)
e Miguel Tapia (o da direita na imagem),
criaram um grupo que hoje é muito
conhecido no país e na América Latina,
“Los Prisioneros”, que cantavam musicas
com textos políticos e se lhes perguntassem se tinha alguma critica ao governo a
resposta era a de que eram meras bobagens de jovens chilenos do subúrbio de
Santiago de Chile.
Canções como, “Por qué los Ricos?”, é uma música que, como mostra a
pergunta quer saber por que os ricos têm o direito de viver bem a todo o momento
e os pobres ou classe media não? Até porque o refrão é bem assim “Por qué los
ricos tienen derecho a pasarlo tan bien”. A música “Ultra Derecha”, quer apenas
falar sobre o sistema imposto pela ditadura e o quanto ele é injusto com as
pessoas.

15
Capítulo 3: O fim das ditaduras
Depois de muitas tentativas para derrubar o governo ditatorial no Brasil e no
Chile, foram mudadas as táticas para fazê-lo, pois todas elas eram no entorno da
violência, (mesmo a do Chile não tendo muitas guerrilhas, e elas nem serem muito
comentadas).
No Brasil, depois que novos partidos, que queriam uma mudança no país,
conseguiram disputar eleições em Estados brasileiros, alguns membro da
oposição na Câmara dos Deputados pensaram em fazer uma mudança nos votos
para presidente. A ideia era passar o voto que não era direto ao presidente, voltar
a ser. Essa lei foi bem discutida pelo deputado não militar do mais novo partido, o
PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro) o deputado federal Dante
de Oliveira.
Passeatas

organizadas

por

membros dos novos partidos e com
membros,

com

pensamento

de

esquerda contra a ditadura militar, o
PT (Partido do Trabalhador), o PDT
(Partido Democrático Trabalhista) e o
PMDB antigo MDB, o qual foi mudado
porque

seus

membros

sofriam

perseguições políticas. Elas eram muitas vezes organizadas pelos partidos, mas a
pessoa que mais entrou em destaque nessa época por falar com o povo, e sempre
ser o cabeça das passeatas do “Direta Já!” Foi o ex-presidente Luís Inácio Lula da
Silva. Outros, como Fernando Henrique Cardoso e José Serra, também estavam
bastante envolvidos, mas o principal que aparecia nos jornais da época era ele,
Lula.
O processo preocupou muito os poder militares. Mesmo assim não foi ele,
Lula, que acabou com a ditadura. Em 15 de maio de 1985, Tancredo Neves foi
eleito pelo Colegiado Eleitoral, mas ele sofreu fortes dores no peito e acabou

16
morrendo dias depois, e assim assumiu o seu vice, o primeiro presidente civil
depois de 21 anos, José Sarney se apossa da presidência e marca o fim de duas
décadas de repressão e poder militar no Brasil.
No Chile o general Pinochet no ano de 1988
decide fazer um segundo plebiscito semelhante ao
que havia feito em 1980, no qual conseguiu ser
eleito com os votos “sinceros” da população que era
reprimida com os soldados do exercito em frente e
observando o momento do voto. Mas agora em 88
seria diferente, o grande general propôs um
plebiscito e aceitou que o lado contra sua
permanência no cargo fizesse propagandas, e assim começou em mais ou menos
1986 ou 1987 as propagandas do “No” e “Sí” para que a população escolhesse um
dos dois. E segundo o filme “No”, que é justamente sobre este momento, o
principal do filme, René Saavedra (feito pelo ator mexicano, Gael García Bernal),
comenta que o general havia proposto o plebiscito com a ideia de que ganharia,
pois as novas condições para a “eleição” eram mais privadas, o papel do voto, o
qual no primeiro plebiscito era meio transparente, havia deixado de ser e sem
contar que agora o povo contra a ditadura poderia, a margem da lei (com
restrições) fazer a sua propaganda para ser colocada ao ar sem problemas.
Mas no final de 1988, o que o
general não esperava aconteceu, por uma
margem de votos muito alta, quase a metade,
vota no “No”, e no mesmo momento, Pinochet
convoca seus generais, membros da Junta
Militar. Este ano (2013) foi veiculada na radio
chilena Cooperativa que no momento da conversa com os generais, Pinochet
havia mencionado a ideia de fazer um golpe político e acabar com a validação do
plebiscito, e a de que isso não teria sito aceito pelos membros da Junta, por total
falta de aceitação em 1990 o General Augusto Pinochet Ugarte é deposto. Depois
é feita uma eleição democrática e é eleito por 55,2% dos votos em uma eleição

17
justa e democrática, a primeira depois de 17 anos o presidente dito democrático
Patricio Aylwin do partido “Concertación de Partidos por la Democracia”. Segundo
um chileno que conheci, a ditadura ter acabado desta maneira foi uma vergonha
para o país, mas isso por que os EUA já previam e queriam a saída de Pinochet
do poder e de novo ocorreu a vontade americana.
E assim o fim da ditadura foi um pouco diferente, mas a forma pacifica e
politica de novo mostrou seu poder acima da violência. Mas no Chile a maior
questão é que a ditadura se instalou no país pela violência, e com o fim sendo
pacifico e mostrando o poder no povo para os militares, em especial Augusto
Pinochet, que saiu de seu posto depois de 17 anos no poder sem que morresse
ou tivesse que lutar, como aconteceu com seu antecessor.

18
Capítulo 4: As entrevistas
Perguntas em espanhol:

1- ¿Dónde estabas en el día del golpe militar y cual fue tu sensación?
2- ¿Hay alguien de tu familia que fue torturado en la época de la dictadura?
¿Cómo paso y porque?
3- ¿Usted ya fue a alguna marcha contra el gobierno militar? ¿Cómo fue?
4- ¿Cómo era tu vida económica en la época? ¿Era como el gobierno imaginaba?
5- ¿Te acuerdas de alguna cosa más que paso en esta época? ¿Qué cosa?
6- ¿Qué crees de la política hoy? ¿No cambio?

Entrevistas com chilenos:
Nome do entrevistado: Maria Soledad Barros
Idade: 59
De onde é: Santiago de Chile, Chile.
(entrevista enviada por e-mail)

1) Estaba en mi casa preparándome para ir a la oficina, que quedaba en el
Centro de la ciudad (downtown) frente al Palacio de La Moneda justamente., y
escuché pasar unos aviones muy ruidosos que después supe se llamaban hocker
hunters.No se sabía nada y me fui a la oficina. Una vez allá la gente empezó a
comentar que estaban bombardeando “la Moneda” (Palacio La Moneda) y eran
unos sonidos terribles, como de guerra pero no sabíamos exactamente qué estaba
sucediendo.
Mi sensación, tenía 19 años, era de mucho miedo, de ganas de volver a la
casa, bastante inquietud y nerviosismo; se escuchaban disparos constantes en la

19
calle y uno por seguridad no podía acercarse a las ventanas. Se me hizo eterno
estar ahí. Quería volver a mi casa pero no se podía porque había muchos militares
armados en las calles disparando.

2) En mi caso personal no tuvimos problemas porque nosotros no éramos una
familia de izquierda pero claro uno tenía muchos amigos y luego se fue sabiendo
de algunos conocidos no amigos que se los llevaban los militares para
interrogarlos y no se sabía de ellos más. Hace poco supe de una señora ya mayor
que estuvo presa en Villa Grimaldi y fue torturada (es amiga de mi hermana) pero
no se le pregunta qué le hicieron. Villa Grimaldi fue un lugar que usaron los
militares como campo de concentración….Son muy tristes los recuerdos y hay
gente que no va a perdonar ni sanar nunca.

3) No, yo nunca participé en ninguna marcha. Nunca me gustó la política ni menos
andar metida en lugares con mucha gente concentrada con peligro de ser heridos
o peor aún presos..

4) Yo trabajaba de secretaria y vivía con mis padres y 4 hermanas más. Teníamos
una vida cómoda y tranquila y no sentí presiones de ningún tipo.

5) Muchas cosas pasaron en esa época. Hubo una especie de apagón cultural
caracterizado por la represión y auto represión de ciertas manifestaciones
culturales consideradas contrarias a la línea oficial.
Estaba instalado el “toque de queda” y teníamos que estar en la casa antes
de las 7pm al principio luego a las 8 pm. Patrullas de militares vigilaban las calles
todos los días por mucho tiempo y podían llevarte detenido si te encontraban fuera
del toque de queda en la calle.
También se limitó la libertad de expresión, se suprimieron los partidos
políticos y se disolvió el Congreso Nacional. No supimos en 20 años lo que era
votar…expresar tu opinión hasta que vino el Plebiscito de 1980 del SI Y EL NO si
queríamos que se quedara Pinochet o se fuera…. GANO EL NOOOOO. Pero

20
recuerdo como lo más rescatable de esa época la venida del papa Juan Pablo II a
Chile fue como una brisa de aire fresco y divino aun cuando también se produjeron
desordenes

donde

estábamos

rezando

con

el….yo

estuve

ahí…parque

O’Higgins….

6) Por supuesto que sí hubo cambios radicales. Hay derecho a voto, a
manifestarte donde quieras pero de todas maneras cada gobierno tiene puntos
débiles y otros fuertes.
Hay tranquilidad con respecto a las amenazas militares del pasado, tanta
gente que sufrió y perdió seres queridos que siguen luchando por encontrar hasta
hoy. También siguen encontrando restos humanos de la época de la dictadura que
se tenían por desaparecidos.
Ahora hay muchos partidos políticos y cada cual tiene su propuesta. En
marzo del 2014 se termina el actual gobierno de Sebastián Piñera (centro derecha)
y antes tuvimos 20 años entre 1990 a 2010 de “gobiernos de la concertación por la
democracia”, contrarios a la dictadura militar. Se cometieron muchos errores en
esos 20 años y ahora tampoco encuentro que lo hayan hecho muy bien. Para mí
la política es siempre lo mismo, unos ganan otros pierden pero el juego es sucio.

Perguntas em português:
1-Onde você estava no dia do golpe militar e qual foi sua sensação?
2- Tem alguém da sua família que foi torturado na época da ditadura? Como
aconteceu e por quê?
3- Você já foi a uma passeata ou marcha contra o governo militar? Como foi?
4- Como era sua vida econômica na época? Era como o governo tinha imaginado?
5- Você ainda lembra-se de alguma coisa a mais que aconteceu na época? O que?
6- O que você acha da politica hoje, não mudou?

21
Entrevista com brasileiro:
Nome do entrevistado: Aurea Monteiro
Idade:
Onde vive: São Paulo, Capital.

1 - O golpe foi de madrugada, portanto eu dormia, mesmo porque estudava e
trabalhava para pagar meus estudos e ajudar nas despesas de minha casa, pois a
vida de meus pais era bem apertada.Como estudante de Serviço Social na
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, e tendo na Faculdade um Centro
Estudantil bem atuante, ficamos atônitas com os acontecimentos. Eu disse
atônitas porque eramos só mulheres naquela Faculdade.Logo as lideres do Centro
Academico começaram a fazer a cabeça das colegas já que mantinham estreita
relação com os centros academicos do Mackensie e da Universidade São Paulo
da Rua Maria Antonia, onde, na realidade, os movimentos estudantis cresceram e
seus lideres começaram a ser perseguidos.Como eu tinha cara de inocente fui
encarregada de levar bilhetes de um lado para outro; foi então que conheci o Zé
Dirceu que era totalmente diferente do que é hoje, de cara e de personalidade.

2- Não tive ninguem de minha família que tenha sido torturado. Tive amigo que foi
perseguido e morreu no AI 5.

3- Cheguei a me dirigir ao Largo da Concórdia mas assustei-me com a Cavalaria
que para lá se dirigia, voltando para casa onde ninguém sabia de meus
intentos.Foi uma barbaridade o que aconteceu lá naquele Largo.

4-Como já expliquei eu trabalhava para pagar meus estudos e ajudar no sustento
da casa de meus pais, com quem eu morava na época. Economicamente não teve
alteração alguma. Não houve interferência do Governo para melhorias na vida do
povo. Só tinhamos que não criticar para não sermos perseguidos. A liberdade de

22
expressão era bem velada como também os meios de comunicação , sempre sob
censura, com exceção daqueles que sempre adularam aos militares porque isso
lhes era favorável.
5-Tendo em vista as calhordices que estamos presenciando, com aqueles que
apoiávamos no passado agindo agora de forma corrupta, fazendo brincadeira com
nossos ideais, mexendo em nossas vidas, em nome da liberdade e da Democracia,
doi dizer e pensar que a gente talvez fosse feliz e não sabia.

6-Danilo, a politica de hoje mudou e muito, só que para pior.

23
Capítulo 5: Conclusão
Podemos ver com a história e os fatos das duas ditaduras (do Brasil e do
Chile), que foram violentas e extremamente repressivas. Mas mesmo as duas
tendo muitas semelhanças, apesar de algumas diferenças, essas diferenças as
caracterizam. A questão que mais nos vem à cabeça quando pensamos na
ditadura chilena e a brasileira, é porque ele lá num país tão pequeno que também
foi colônia de um país europeu cria museus dos fatos ocorridos no país e também
sempre os está lembrando apesar dos passar dos anos.
No ano de 2013 se comemora 40 anos
do fim da ditadura chilena, varias mídias
comentam o assunto lá e até a ex-presidente e
candidata a presidencia, Michelle Bachelet,
disse a publico durante as preparações para
as eleições no dia 24 de agosto: "A 40 años
del golpe de Estado, Chile necesita saber

Foto do “Museo de la Memoria y de los
derechos humanos.”

qué pasó y encontrarse cara a cara con la
verdad y con la justicia" ( a 40 anos do golpe
de Estado, Chile necessita saber o que
aconteceu e encontrar cara a cara com a
verdade e com a justiça). Ela que é filha de
general, que foi assassinado pela repressão,
é o exemplo de um país que quer saber os
fatos e mostra-los ao mundo como se fosse

Michelle Bachelet em comemoração aos 40
anos do golpe militar.

(e às vezes até era), uma família querendo justiça da morte de uma filha ou de
algum outro parente querido.
Mas este estilo de Michelle, de lutar por justiça foi feito em seu antigo
mandato de 2006 a 2010, onde segundo seu site oficial1 onde há todos os seu
1

http://michellebachelet.cl/gobierno/, contado na parte dos fatos de seu governo com o titulo “Derechos
Humanos”.

24
logros durante sua presidência, lá consta que ela foi a precursora de levar justiça
não só para as famílias desamparadas da época da ditadura, mas também para
as pessoas presas em manifestações atualmente. Seu governo começou a
participar da “Corte Penal Internacional”, aprovaram a Convención contra la
Desaparición Forzada de Personas( Convenção contra a desaparição forçada de
pessoas) e muitos outros. Ela luta desde sua presidência contra os ditadores e
contra quem infringe os Direitos Humano, no site conta também que a ideia de
criar o “El Museo de la memoria de los derechos humanos”.
Mas há pessoas que querem esquecer este momento horrível na história
chilena, como diz breve mente à escritora e senadora, filha, do ex-presidente
chileno, Salvador Allende a Isabel Allende, no livro “El Cuaderno de Maya”, na
pagina 192, segundo parágrafo, onde esta escrito: “ Han pasado treinta y seis
años desde el golpe militar y desde hace veinte años este país ha tenido
gobiernos democráticos, pero todavia quedan cicatricas y em algunos casos,
heridas abiertas.” E no fim da página no ultimo ponto final, “ Según Blanca
Schnake (personagem do livro), ese trozo de la historia chilena es barro al fondo
de una laguna, no hay para qué revolverlo y entubiar el água”.
No primeiro trecho ela diz que apesar de ter passado 36 anos do golpe (o livro é
do ano de 2009), mas mesmo assim ainda tem cicatrizes ou ate feridas abertas
que prosperam mesmo com a maioria de seus governos sendo democráticos.
Outro ponto que a escritora coloca, mas por meio da personagem, Blanca
Schnake é a de que se deve esquecer algo que aconteceu por ser tão horrível.
Acredito que sua visão (colocada por meio da personagem), mesmo sendo filha do
ex-presidente, não diria que é errada, mas que não querer lembrar apenas por ser
uma parte horrível na história do país, é preciso lembrar sempre até que as
pessoas que fizeram as maldades na época possam ser levadas as grades,
mesmo que seja ruim. Por isso a visão de Isabel é errada apenas no contexto que
estamos, se já tivessem todos os exilados, torturadores e desaparecidos
resolvidos hoje em dia, seria valida a ideia da escritora.
Na entrevista com a chilena, Maria Soledad, ela não é nenhum exemplo de
pessoa que interferiu ou lutou na ditadura contra a repressão, ela apenas sabe

25
dos fatos, (por causa da mídia que sempre esta falando), e os comenta e diz, mas
ela é um dos poucos chilenos que pensa pouco na ditadura, o exemplo é bom
para nos mostrar que lá também há pessoas que não participaram efetivamente
da ditadura.
Sempre haverá pensamentos controversos, mas acredito que a maioria da
população chilena pensa como Bachelet, pois há tanta propaganda e outros meios
que os fazem não esquecer. O fato de que o governo da Junta Militar ter se
imposto diante de toda população e tomado o poder com a maior violência, e ao
mesmo tempo o presidente ter tido tanta “garra” para se defender sozinho de um
enorme exercito, com armamentos pesados. Levou a população chilena a pensar
no fato de que o corpo e a figura de Salvador Allende eram, e é a figura da
liberdade e algo para que lutar contra o Pinochet como se fosse à ajuda do povo a
vontade de alguém que morreu.
A imagem de Allende, era e é como
se fosse uma provocação ao golpe e isso
por que o governo, na época da ditadura,
sumiu com o corpo inteiro do ex-presidente
e o único que sobrou foi uma parte de seus
óculos, o qual é o símbolo de uma
camiseta usada por muitos jovens da
época da ditadura até hoje, onde embaixo
dos óculos de Allende está escrito “Allende vive”.
O caso de sem querer os militares do exercito chileno terem criado nos
óculos de Salvador Allende e em sua desaparição um amuleto para mostrar que a
população não quer o novo governo e o ex-presidente se tornou uma espécie de
“Deus”, uma imagem as pessoas, pela qual até hoje os chilenos lutam para ter
justiça os fatos ocorridos durante a ditadura.
Há pessoas que dizem, que a ditadura chilena é mais lembrada e discutida
por causa da cultura e por que ela foi mais violenta, mas não é apenas isso, dizer
isso seria um encurtamento dos fatos, uma resposta rápida para algo que é

26
extremamente complexo. O Chile e sua sociedade querem como qualquer outra
saber o que ocorreu. Relembrar o ocorrido também o faz supera-lo.
Em meados de 2006 começaram a discutir e investigarem as maldades
feitas durante a ditadura chilena, e até hoje, 2013, é descoberto novos feitos dos
militares, como por exemplo, em uma quinta-feira, dia 22 de agosto de 2013,
apareceu uma matéria do site da radio Cooperativa do Chile 2 , onde dizia que
Pinochet tinha em seu arsenal uma arma química (as quais são conhecidas como:
“Las armas secretas de Pinochet”, (tradução) as armas secretas de Pinochet),que
poderia matar metade da cidade de Santiago de Chile, e que foi mandada para ele
pelo instituto Butantã em São Paulo.
Nas eleições de 2013 para presidente no Chile, é muito difícil de decidir,
apesar da questão do país ser muito dividido na politica, hoje temos a questão do
passado dos candidatos e da família deles. As duas candidatas nesse ano no
Chile são a Michelle Bachelet e a Evelyn Matthei, as duas são filhas de exgenerais do exército, mas o pai de Bachelet era contra o governo de Pinochet e o
de Matthei a favor, segundo a revista brasileira, ISTOÉ de 31 de Julho de 2013, as
indicações foi a de que um torturou o outro na época da ditadura. Este ponto já faz
boa parte da população chilena pensar em votar no candidato em que a filha não
tinha um pai a favor a ditadura.
O atual presidente do Chile, Sebastián Piñera, como todos os chilenos no
dia 11 de setembro comemorou os 40 anos do golpe, e fez uma entrevista ao
jornal chileno “La Tercera” onde em sua fala deixou segundo o jornal “The Clinic”
implícito que todos os chilenos têm culpa por ter acontecido o golpe, pois todos
sabiam o que estava acontecendo e não fizeram nada, como consta no jornal,
“Hubo muchos que fueron cómplices pasivos: que sabían y no hicieron nada o no
quisieron saber y tampoco hicieron nada”, (tradução), “ Tiveram muitas pessoas
que foram cumplices passivos: que sabiam e não fizeram nada ou não quiseram
saber e tão pouco fizeram nada.” Isso quer dizer que Piñera não impões sua
opinião na entrevista e acabou também se culpando pela ditadura, mas o que é

2

Encontrado no site: http://www.cooperativa.cl/noticias/pais/augusto-pinochet/ex-directora-del-isp-pinochettenia-quimicos-suficientes-para-matar-a-la-mitad-de-santiago/2013-08-22/071513.html

27
estranho é que ele não se pronunciou contra o fato de estarem colocando a luz da
sociedade os fatos da ditadura desde 2006, apenas falou que depois de tudo a
centro direita que votou no “Sí” em 1988 (falando com o exemplo de Matthei), hoje
com certeza votaria “No”. Acredito que lendo a entrevista de Piñera me parece que
sua posição não é contra nem a favor do golpe, mas sim analítica e como ouvi
dizer em um vídeo do youtube3·, onde um chileno comenta que na comemoração
dos 40 anos do golpe os politico, a mídia e muitas pessoas que são a favor, para
não mostrar que são, fazem pose falando mal e postando coisas contra a ditadura.
O atual presidente talvez na entrevista tenha tentado mostrar um pouco de contra
posição a ditadura para ganhar popularidade à candidata do mesmo partido
Evelyn Matthei, mas também pode ser por qualquer outro motivo, pois sua
entrevista esta difícil de saber sua posição real.
Um exemplo disso que vivi, foi a de estar em um restaurante no Chile, ver a
teve que estava em minha frente, lá estava uma mulher, a ministra dos transportes,
tendo um discurso maravilhoso, concordei com tudo que aquela mulher dizia,
sobre as mulheres terem lugar no trabalho como motorista de ônibus. Voltei para a
minha escola de línguas na escola COINED de Santiago de Chile, e comentei com
meu professor que havia escutado a ministra dos transportes e que tinha gostado
dela, a única resposta que tive foi: “essa mulher é uma tonta, sua família foi a
favor da ditadura”.
Acredito que esse exemplo nos mostra, o quanto ainda vive o passado da
ditadura em cada chileno.
No Brasil não se teve uma imagem ou algum amuleto como é a questão de
Salvador Allende e seus óculos no Chile. Lá apenas teve um bom presidente que
saiu do poder sem lutar ou mostrar qualquer resistência significativa. Não há um
museu dedicado as lembranças da época da ditadura, apesar de serem
interessantes às histórias contadas por quem viveu na época da ditadura.
Depois de muitos anos de esquecimento desta parte da história brasileira,
após a candidatura da presidente do PT, Dilma Rousseff em um de Janeiro de
2011, ela lançou logo depois um processo de relembrar os ocorridos na ditadura e
3

https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=37iIfpqvStA, do Vloguero Fabio Torrez.

28
parar de deixar impune as pessoas que fizeram atrocidades na época, esse grupo
decidido a fazer justiça e colocar de uma vez por todas os torturadores, é
conhecido como a Comissão da Verdade.
A Comissão da Verdade está nessa época de Junho e Agosto de 2013
passando por vários problemas de concordância de seus lideres, que em vez de
querer descobrir os acontecidos na época da ditadura ficam brigando entre si, o
que atrasa ainda mais as investigações que são muito difíceis, pois há vários
documentos, textos, jornais, entre outros para ler e buscar respostas. A entrevista
com Aurea, nos da um exemplo de pessoa que não sabia do golpe, mas como
muitos em universidades, porque em sua volta tinham pessoas que era e tinham
ideais contra o golpe, ela foi levada a compartilhar e ajudar em suas ideias. A
questão não é se ela queria ou não ajudar ou se seu ideal era como o deles a
questão é a de que ela ajudou aos seus companheiros na universidade e isso
ainda trás lembranças do que aconteceu na época do governo militar.
Um exemplo muito bom sobre o que ocorreu com Aurea Monteiro é a da
serie chilena, “Los 80, más que una moda” que mostra a vida de uma família que
não se juntava com assuntos políticos
para não arranjarem problemas, mas a
partir do momento em que a jovem, a filha
da família chamada Claudia Herrera
(protagonizada
entra

na

pela

faculdade,

Loreto
ela

Aravena),
começa

a

participar, com amigos e o namorado, que
frequentam a universidade, de atos de

Loreto Aravena

esquerda contra a ditadura.
Os brasileiros não se lembram desta época, não se sabe se é porque não
tiveram nenhum amuleto, ou apenas porque somos um povo pacifico que esquece
rápido dos acontecimentos, independentemente deles serem ruins ou bons. O
esquecimento também é uma forma de ditadura, pois põe por de baixo dos panos
tudo que aconteceu de errado e os deixa em punis.

29
Um exemplo de que ninguém se lembre de quase nada que ocorreu na
ditadura é a das Organizações Globo que ajudarão o Golpe Militar de 1964,
mesmo assim boa parte da população até 2013 não se mostrava descontente com
o ocorrido e não pensava em pedir
explicações. Eu tenho um amigo do interior
de São Paulo, que é hoje radialista na
Radio Difusora de Casa Branca e sonha
em ir para a Globo, já lhe disse isso
milhões de vezes, mas mesmo assim ele
não hesita em seu sonho de trabalhar na
que podemos dizer maior organização do
país.
Os protestos vividos no meio do ano

de 2013, que foram monstruosas e muitas

Dilma Rousseff na abertura da Comissão da
Verdade.

pessoas que viveram em outras épocas da
história do país conseguiram fazer alguma comparação, a mais interessante é a
da contra O Globo no dia 30 de agosto sexta-feira, após manifestantes brigarem
com o jornal e insistirem em dizer no fato da ajuda das Organizações Globo na
ditadura, o grupo teve que ir a público dar explicações sobre como e o que
aconteceu para O Globo ajudar a ditadura. Como é mostrado no site da Uol do dia
31/08/2013 as 19H20, o jornal respondendo o fato de em 1964 terem ajudado a
ditadura, “foi "um erro". "Já há muitos anos, em discussões internas, as
Organizações Globo reconhecem que, à luz da história, esse apoio foi um erro",
diz a nota.” (está exatamente assim na matéria do jornal).
Com esse exemplo me parece que depois da presidente Dilma, (que foi
torturada na ditadura), tentar trazer justiça aos ocorridos na época da ditadura
trouxe ao Brasil e a seu povo, algo muito importante, que é a vontade de saber a
verdade por mais que ela dou-a, melhor saber o que aconteceu do que ser
manipulado por uma outra matéria que julgam ser muito mais importante.

30
Pode-se dizer que finalmente, mesmo com alguns problemas, se está
tentando lembrar e mostrar ao mundo os acontecimentos no Brasil, que podem ter
sido menos violentos que outros países da América-Latina, mas isso não deixa de
ser violento para as pessoas que sofreram.
Há pessoas que querem esquecer o que aconteceu na ditadura
independente do que a mídia diga ou faça, penso que estas duas presidentes
citadas (Michelle e Dilma), são os exemplos vivos de pessoas que foram
torturadas e querem, lembrar para colocar os responsáveis atrás das grades, o
mais surpreendente é que elas lutam por todos aqueles que passaram pelas
torturas da época e não só querem saber de se ajudar. Eu penso que mesmo que
nós tenhamos medo de reviver o que ocorreu, é preciso lembrar, para que quem
fez as atrocidades paguem, nos termos da lei, tal questão que não é aceitas pelos
militares e por isso eles dão o maior apoio para o esquecimento, para que possam
continuar fazendo atrocidades, sem sofrerem nenhuma conseqüência.
A grande diferença entre os dois países em questão de lembrar e falar nas
ditaduras entre o Chile e o Brasil, são os fatos de como ocorreu e de como a mídia
e os governos se dão até hoje com o assunto. O Brasil demorou um pouco, mas
com as passeatas e palavras de ordem como a, “A verdade é dura, a Globo
apoiou a ditadura”, trazem uma pequena esperança de finalmente o país começar
a lidar mais seriamente com o assunto, que deve ser investigado, pois infringiu os
direitos humanos e varias leis universais. Ainda não tem um museu nem nada no
Brasil para os acontecimentos, mas talvez depois da criação da comissão e
começarmos, a saber, sobre vários fatos da ditadura e a maioria sendo
desmascarada, no futuro criemos um museu ou algumas outras coisas sobre a
ditadura.

31
Bibliografia
(JUNIOR, Antonio Gasparetto), http://www.infoescola.com/historia-dobrasil/movimento-revolucionario-oito-de-outubro-mr-8/, Acessado dia: 27/02/2013
(Feito por bibliografia)
http://www.suapesquisa.com/pesquisa/ditadura.htm,Acessado dia:02/03/2013
http://www.dicio.com.br/ditador/,Acessado dia: 05/03/2013
http://www.youtube.com/watch?v=KnEB53-QEcE
http://www.youtube.com/watch?v=YohyDBFxPKU,http://www.youtube.com/watch?
v=sdOpEaF-9MU, Acessados dia:14/04/2013
(16/04/2013, pelo jornal), http://noticias.r7.com/brasil/fotos/ha-29-anos-movimentodiretas-ja-levou-milhares-as-ruas-que-exigiam-voto-popular-para-presidente16042013?foto=8#fotos, Acessado dia: 16/04/2013
(texto sobre a ditadura, por JUNIOR, Antonio Gasparetto, não há
data),http://www.infoescola.com/ditadura-militar/ai-1/,Acessado dia: 13/03/2013
http://www.archivochile.com/Dictadura_militar/html/dic_militar_org_repre.html,Aces
sado dia:11/04/2013
http://www.youtube.com/watch?v=5xGyDPnlGXM&list=PL0CA577A3F93334CB,
nome do documentário: “La Muerte de Pinochet”, acessado dia:18/04/2013
http://www.youtube.com/watch?v=Wfqjvi5Xv_k&list=PLzaqzqQGSQREGB_jJUPm
FmwGQbZ_ZnGBb, nome do documentário: “Chile 73 o La Historia que se repite”,
acessado dia: 18/04/2013
http://perso.wanadoo.es/guerrillas/moviguerrichileeln.htm,acessado dia 22/07/2013.
http://www.youtube.com/watch?v=TbW4RecVH2A,http://www.youtube.com/watch?
v=j-Uv27nIylE,acessado dia 05/08/2013.
( retirada de texto) ,
http://www.unicamp.br/~aulas/Conjunto%20III/4_21.pdf,http://anpuh.org/anais/wpcontent/uploads/mp/pdf/ANPUH.S23.1545.pdf, Acessados dia 07/08/2013.
http://www.brasilescola.com/historiab/direta-ja.htm, acessado dia 21/08/2013.
http://www.historiabrasileira.com/brasil-republica/diretas-ja/, acessado dia
21/08/2013.

32
http://www.cooperativa.cl/noticias/pais/politica/presidenciales/bachelet-a-40-anosdel-golpe-chile-necesita-saber-que-paso/2013-08-24/141852.html,acessado dia
24/08/2013
http://www.cooperativa.cl/noticias/pais/augusto-pinochet/ex-directora-del-isppinochet-tenia-quimicos-suficientes-para-matar-a-la-mitad-de-santiago/2013-0822/071513.html, acessado no dia 22/08/2013.
http://www.brasilrecente.com/2011/07/diretas-ja.html, acessado dia: 24/08/2013.
http://www.istoe.com.br/reportagens/162326_SARNEY+O+PRIMEIRO+PRESIDE
NTE+CIVIL+POS+DITADURA+MILITAR+, acessado dia: 24/08/2013.
http://www.nolapelicula.cl/, acessado dia: 24/08/2013.
http://www.comunistas.spruz.com/guerrilha1.htm,acessado dia:24/08/2013.
http://www.biblioteca.presidencia.gov.br/ex-presidentes/emilio-medici,acessado
dia:24/08/2013.
http://www.taringa.net/posts/apuntes-y-monografias/6745903/Historia-de-losprisioneros.html, acessado dia:24/08/2013.
http://www.musicapopular.cl/3.0/index2.php?op=Artista&id=315,acessado
dia:24/08/2013.
http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2013/08/31/apoio-editorial-aogolpe-militar-de-64-foi-um-erro-dizglobo.htm?fb_action_types=og.recommends&fb_source=other_multiline,acessado
dia: 01/09/2013.
http://michellebachelet.cl/gobierno/, acessado dia: 28/09/2013.
http://www.theclinic.cl/2013/08/31/pinera-a-40-anos-del-golpe-con-toda-lainformacion-de-hoy-la-inmensa-mayoria-de-nuestro-sector-estaria-con-el-caminodel-no/, acessado dia: 28/09/2013.
Imagens:
http://www.tumblr.com/tagged/golpe%20militar,acessado dia:27/04/2013, La
Moneda, sobre ataque.
http://www.correiodealagoas.com.br/blog/313/cadu-amaral/2013/04/02/golpe-de1964-democracia-e-comunicaco.html,Acessado dia:27/04/2013, Jornal O Globo
sobre a posse de Ranieri.

33
http://www.cooperativa.cl/noticias/pais/dd-hh/reencuentro-y-retrato-de-la-memoriaa-40-anos-del-golpe-de-estado/2013-08-06/180555.html(apenas as
imagens) ,Acessado dia 08/08/2013
Los+Prisioneros.jpg,www.lastfm.es, acessado dia 09/08/2013
http://pessoas.hsw.uol.com.br/diretas-ja.htm, acessado dia 21/08/2013
http://veja.abril.com.br/especiais/veja_40anos/p_100.html,acessado dia:
25/08/2013.
http://somos9.cl/2012/10/05/chile-la-alegria-ya-viene-el-plebiscito-nacional-de1988-se-llevo-a-cabo-en-un-dia-como-hoy/, acessado dia: 25/08/2013.
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Lentes_Salvador_Allende.jpg, acessado dia:
28/08/2013.
http://michellebachelet.cl/la-conmemoracion-de-los-40-anos-del-golpe-militar-esuna-oportunidad-para-la-reflexion-para-pensar-como-avanzamos-hacia-un-chilede-todos/,acessado dia: 01/09/2013.
http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2012/05/16/dilma-chora-aoinstalar-comissao-da-verdade.htm,acessado dia:01/09/2013.
http://bloguerosrevolucion.ning.com/profiles/blogs/cuatro-juicios-pol-ticos-a-los,
acessado dia 14/09/2013.
Foto da capa: http://qu4tro.spaceblog.com.br/514682/Brasil-x-Chile/, acessado dia:
14/09/2013.
http://www.theclinic.cl/2011/12/21/loreto-aravena-la-serie-hizo-llorar-a-medio-chile/,
acessado dia: 06/10/2013.
Com uma pequena visita ao “Museo de la Memoria” no Chile.
Livros:
WALTERINO, Millar, 1998, Historia Ilustrada de Chile,
BUENO, Eduardo, 2010, Brasil: Uma História, cinco séculos de um pais em
construção.
GASPARI, Elio,2002,A Ditadura Envergonhada.
ALLENDE, Isabel, 2011, 1ª Ed., Buenos Aires, Sudamericana.
Filmes:

34
“O que é isso,companheiro?”,
“No”,Dirigida por LADRÍN, Pablo.
“Batismo de Sangue”,
“Zuzu Angel”.
Série: “Archivos del cardenal.”Serie de ficção feita pela TVN em 2011 sobre a
Vicaría de la solidaridad.
Textos: El Puño de Pinochet, Ponencia presentada en el 53º Congresso
Internacional de Americanistias, calebrado em julio de 2009 em México DF, pelo
autor, AMORÓS, Mario.
ANPUH – XXIII SIMPÒSIO NACIONAL DE HISTÓRIA – Londrina,2005, Sergio
Henrique da Costa Rodrigues, Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Angelo, Vitor Amorim de, Ditadura militar, esquerda e memória social no Brasil,
05-08 de setembro de 2012.
Documentários:
“Testimonios en la dictadura”, documentário que passa no “Museo de la Memoria”.
“O dia que durou 21 anos”,
“La Batalla de Chile”,
“Salvador Allende-Documental”,
”En nombre de dios (La Vicaría de la solidaridad)”.
“Memórias de chumbo”, só a parte do Brasil.

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  • 1. ÍNDICE Introdução .................................................................. 1 Capítulo1: Os Golpes Militares ................................. 2 Capítulo 2: A repressão e as tentativas de escapatória ................................................................. 7 Capítulo 3: O fim das ditaduras .............................. 16 Capítulo 4: As entrevistas ....................................... 19 Perguntas em espanhol: ..................................................... 19 Entrevistas com chilenos: ................................................... 19 Perguntas em português: ................................................... 21 Entrevista com brasileiro: ................................................... 22 Capítulo 5: Conclusão ........................................... 24 Bibliografia ............................................................... 32
  • 2. Introdução A idéia sobre este trabalho surgiu a partir de minhas dúvidas sobre a ditadura brasileira e também porque aprendi algumas coisas sobre a do Chile nas férias de janeiro de 2013. Depois disso fiquei todos os dias pensando, sobre como foi à ditadura no Brasil e o que aconteceu. Bem isso antes era apenas um pensamento que na teoria eu só ficaria com ele sem nenhuma pesquisa. Viajei para o Chile este ano (2013), adorei conhecer a história da ditadura do país e fiquei deslumbrado no “Museo de La Memoria” percebendo e conhecendo todos os fatos ocorridos no país. Esses conhecimentos me levaram a ficar com uma vontade de conhecer a ditadura do Brasil, mas não só conhecer como também compará-la com aquela com a qual eu acabara de conhecer e ter contato. O tema veio após todos esses acontecimentos, e agora eu levo você, leitor, a ter a mesma duvida que a minha. Quais as diferenças e semelhanças entre as ditaduras do Brasil e a do Chile? Esta dúvida acabou crescendo em mim porque percebi que no Chile há uma maior valorização nos atos e uma lembrança maior e cotidiana sobre estes atos que com a do Brasil, onde eu vivo. Nunca vi meus pais ou a própria mídia comentando algo sobre a ditadura no seu dia a dia, aqui parece que ela foi esquecida e não é bom lembrá-la. Talvez até possamos conhecer melhor as características presentes em nossa ditadura olhando para a dos chilenos, e para que conheçamos a ditadura chilena olhando pela nossa própria e entendendo-a em todos os seus detalhes. Agora, iniciamos o trabalho pensando nessa pergunta que mais me intriga o porquê no Chile, eles estão sempre falando e lembrando-se da ditadura e no Brasil as pessoas nem se lembram do que aconteceu? 1
  • 3. Capítulo1: Os Golpes Militares Começando a falar da ditadura chilena. Ela começou com o golpe do chefe do exército chileno, Augusto Pinochet Ugarte no dia 11 de setembro de 1973, sobre o então presidente Salvador Allende que era do partido, “Unión Popular”. O fato do presidente do Chile ser “comunista” e ter ganhado as eleições democraticamente, assustou o presidente americano Richard Nixon e após a conversa com canais de mídia chilenas e até mesmo algumas pessoas poderosas do Chile começaram a ajudar os Estados Unidos a tomar algumas medidas começaram a ser tomada. Varias medidas foram tomadas para desestabilizar o governo de Allende: greve dos motoristas de ônibus, passeatas da direita contra o governo que durou de 1970 a 1973. A direita chilena achou uma brecha para ajudar e apoiar a entrada das ideias americanas no país. Para que os Estados Unidos pudessem levar suas ideias e fortalecer uma direita que já estava muito contra o governo comunista de Salvador Allende. No documentário, “La Batalla de Chile”, é entrevistada uma senhora numa passeata de direita que diz, “Estes comunistas querem trazer idéias do demônio, o comunismo é um problema gravíssimo”, é mais ou menos estes ideais que tinham cada manifestante de direita dessa época no Chile. Com o poder que a direita tinha na sociedade, o exercito chileno e um grupo de Carabineros (policia militar chilena), decidiram apoia-la em seus ideais e tirar de uma vez por todas pela força o presidente Salvador Allende do poder. Allende E em é 1973, Salvador assassinado pelo exercito chileno, forças armadas e grupo de Carabineros ao comando de Augusto Pinochet Ugarte que após invadir e dominar, com tiros de canhão, metralhadoras 2
  • 4. e até com jatos lança misseis a “Casa de La Moneda” ( sede do governo chileno), que se declara presidente e forma a Primeira Junta do Governo militar, com os três principais generais mais importantes de todo o Chile. O governo foi formado por esses quatro integrantes, no qual Pinochet era o líder supremo da nação e cuidava do legislativo e executivo, e seus generais ficavam apenas com o legislativo junto com ele, assim começou de forma extrema os próximos 17 anos de governo das forças armadas no Chile. No Brasil como em todos os países da América do sul que tiveram ditaduras de direita, ela foram apoiada pelos EUA, o então embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Lincoln Gordon fez a cabeça do presidente John Kennedy de que o Brasil com João Goulart estava se tornando comunista, o presidente era amigo do povo e estava deixando o país numa grande crise, com o país crescendo muito devagar e seu único discuso para responder as criticas era a de que o país cresceria de acordo com a felicidade de seus trabalhadores, e essa resposta para a época era ser Comunista. Isto passa pela cabeça do presidente americano como uma bomba, pois ele acabara de perder Cuba para o comunismo, a qual era possível controlar pelo tamanho insignificante, mas o Brasil assustava, pois seria uma China comunista em plena América. A decisão de Kennedy foi enviar agentes da CIA clandestinamente para o Brasil, para obterem respostas e ver se o governo Goulart realmente era comunista. Enquanto os Estados Unidos buscavam provas para concluir a hipótese de Lincoln Gordon de que o Brasil estava ameaçado pelo comunismo, o presidente Goulart ao invés de ficar na defensiva e dar uma fingida de que ajudava os ricos e que o que os EUA pensavam era bobagem, não ele decidiu pensar mais no povo trabalhador criando leis que os favoreciam e acabava não favorecendo a sociedade rica e capitalista. Não teve jeito, Kennedy conclui que o Brasil estava se tornando comunista e logo depois morre com um tiro na cabeça. Lindon Johnson seu sucessor ordena 3
  • 5. que tropas americanas que se instalem na costa do Rio de Janeiro para ajudar as tropas dos outros estados brasileiros a efetivar o golpe. No dia 31 de Março de 1964 enquanto as tropas americanas esperavam ordens para atacar o Rio de janeiro, o general Olímpio Mourão Filho começa a marcha com suas tropas desde Minas Gerais para o Rio de Janeiro, concretizar o golpe. No meio do caminho Mourão recebe uma ligação de Castelo Branco avisando ao general que estava sendo precipitado, e em resposta a Castelo o general diz, “estou articulando com minha consciência. Quem quiser que me siga”. No caminho na ponte do Rio Paraibuna, no Vale do Paraíba o poderoso exercito de Morais Âncora lhe espera para um confronto direto. Quando as tropas se encontram não acontece nada à tropa de Âncora que seria a parte leal a Goulart (então presidente do Brasil), se junta aos golpistas sem haver nenhuma batalha. No final quando todas as tropas de todos os estados se aderem ao golpe, Goulart foge para o Rio Grande do Sul onde o general ainda era leal a ele. O presidente envia a seu chefe de gabinete civil, Darcy Ribeiro uma carta para que ele lesse ao Congresso dizendo que o presidente ainda estava no poder, o texto é lido, mas o chefe do Congresso, Auro de Moura Andrade não da atenção a carta, e no dia 2 de Abril diz a famosa frase: “ Eu declaro vaga a presidência da república!”. E no mesmo dia é proclamado pelo Congresso Ranieri Mazzilli, (o qual já era a idéia dos militares de colocá-lo no poder do país). Em 4 de Abril de 1964, quando o golpe se concretiza, João Goulart já havia fugido para o Uruguai, (pois o estado do Rio Grande do Sul já estava dominado por exercito a favor do golpe). Um ponto é bem perceptível entre os dois golpes, o de que a violência está viva só em um deles. Mas isso é bem interessante, pois se tirarmos alguns pontos 4
  • 6. das duas histórias, podemos invertê-las, radicalmente. Como por exemplo, se o presidente Salvador Allende tivesse se rendido ao exército chileno, não teria sido necessário o bombardeio a “Casa de La Moneda”, e não teria sido tão violento, pois ele entregaria o governo aos militares, no caso ao general Augusto Pinochet, mas não se saberia quem ficaria no comando do país, porque Pinochet só se tornou o líder supremo da nação porque foi o mandante no ataque a “Casa de La Moneda”, isso não se sabe ao certo, algumas pessoas até dizem que se Allende tivesse se rendido seria condenado à morte pelos militares, mas a verdade é que não podemos saber, pois o que aconteceu foi trágico, mas não se pode mudar o passado. Já no golpe Brasileiro, se o exército do Rio de Janeiro não tivesse se aliado ao do de Minas, ali em plena divisa e tivesse tido um grande confronto, teria sido um dos golpes mais violentos da América do Sul, por que o Rio de Janeiro estava praticamente cercado, de um lado o exército de Minas Gerais, do outro o de São Paulo e pelo mar as tropas americanas, e todos contra um estado tão pequeno, que é o Rio de Janeiro. Uma outra coisa que é muito comum de se dizer é que aqui no Brasil teria sido uma “pseudo ditadura”, porque não foi um golpe como nos outros países nos quais o mandante do golpe, após conseguir fazê-lo se declara presidente, aqui ouve uma votação e o presidente Ranieri foi aceito pelos generais para governar( poucos anos, mas foi). No Chile alêm de Pinochet liderar o ataque a “La Moneda”, ele se declarou chefe supremo da nação e quem seria contra ele, sofreria as consequências. Já aqui no Brasil sofreria quem era contra aos ideias do exército brasileiro o qual após Castelo Branco, foram todos elegidos “democraticamente” por eles, isso só muda depois da implementação do AI-5. Ao fim do golpe no Brasil foi percebido pelos EUA, que o país não era comunista, mas já era tarde, Castelo Branco já tinha se apossado da presidência e estava começando as torturas e repressões injustas por parte do governo militar. E no Chile Pinochet começou a fazer o mesmo, só que lá o problema apenas ia pelo poder do general, que era o líder da nação e general das forças armadas, o que fazia dele e suas idéias a lei do país, a Junta Militar só estava ali para o poder 5
  • 7. executivo, o qual ele também fazia parte, já no Brasil não era de quem ia contra as ideias dos militares que governavam juntos como se fossem, um enorme partido no poder do país e não com o poder apenas centralizado no Castello Branco ou no Costa e Silva, todo o “partido” militar fazia parte das leis e ordens do país. Acredito que a questão da ditadura do Chile ter sido mais sangrenta do golpe até o final tem haver com a cultura do povo chileno, que é a de um povo que sempre está descontente, politizado e que sempre de alguma maneira está querendo se impor e conseguir seus direitos. Já no Brasil a população não tinha muito a idéia do comunismo e nem do capitalismo, ela só queria ter a vida dela sem que precisasse sofrer para tal, com a intenção de uma população maior que não sabia muito o que estava acontecendo, pois foi algo mais interno por parte do governo, a população apenas acordou no dia 2 de abril de 1964 e ali estava Ranieri Mazzilli no poder e não se sabia mais onde estava Jango. 6
  • 8. Capítulo 2: A repressão e as tentativas de escapatória As ditaduras são conhecidas pela forma autoritária de poder, a qual sempre é imposta por uma pessoa ou um grupo que não aceitavam o governo anterior. No caso do Chile, o general Augusto Pinochet Ugarte, após se colocar no comando do país precisaria de algo para legitimar seu poder e controlá-lo para que não houvesse problemas para que o governo pensado por ele e a Junta Militar possam ser concluídos efetivamente e acabar com o comunismo. A ideia para controlar o poder do ditador chileno veio rápida e muito eficiente, no começo de 1974 ele criou a DINA (Dirección de Inteligencia Nacional), uma organização que visava o controle da sociedade, acabar com os “terroristas Marxistas”. A DINA trabalhava como uma agencia de espionagem e qualquer coisa que pudesse afetar o governo de Pinochet em questões de guerrilhas ou qualquer situação ou pessoa que fosse acusada de comunista (tendo livros Marxistas, conversando muito às escondidas, tendo cabelos compridos e etc.). Os agentes da DINA eram em sua maioria soldados ou cadetes chilenos militares da marinha, aeronáutica ou exercito que eram treinados no Panamá, alistados por generais de vários quarteis e enviados com o pretexto de que estariam indo para umas ferias no litoral, como foi declarado sobre juramento por Samuel Fuenzalia Devia no dia 9 de setembro de 1987 e estava guardada nas documentações e arquivos da "Vicaría de la Solidaridad". Lá no centro de formação dos agentes da DINA, Manuel Contreras anunciava a recomendação da Junta Militar "Exterminaremos el marxismo y sus ideologias afines como si fueran plagas" (exterminaremos o marxismo e suas ideologias até o fim como se fossem pragas). E que tudo que fosse feito ali seria mantido em segredo, (tudo contado na declaração do exagente). Segundo a filha do general Lutz (membro da Junta Militar), em uma conversa de seu pai com Pinochet, ele afirma "la DINA soy yo", o que constata o poder da organização comandada e dirigida por Pinochet, e essa declaração simboliza o poder da DINA como olhos, ouvidos e controle do General Chefe das 7
  • 9. Forças Armadas sobre a sociedade chilena, mas não era apenas no Chile que a DINA estava atuando. Após declarações estrangeiras de que a DINA infringia os direitos humanos, Pinochet foi pressionado a acabar com ela, mas sua saída foi apenas mudar seu nome para CNI (Central Nacional de Informaciones), em agosto de 1977 e assim continua a repressão. Além das tentativas guerrilheiras de acabar com a repressão da Junta Militar, conhecida como CNI. Em 1975 o cardeal de Santiago de Chile, Raúl Silva Henríquez, vendo que as infrações aos direitos humanos no país eram absurdos pediu a autorização ao Vaticano, do papa Paulo VI, juntou religiosos e advogados e criou a associação conhecida pelo nome "Vicaría de la Solidaridad", que ajudava presos políticos ou desaparecidos. Pelo documentário sobre a "Vicaria de lá Solidaridad" é possível observar e entender o trabalho de seus advogados, e nele é entrevistado o advogado Gustavo Villalobos, que mostra toda a cede da “Vicaría”, e depois disso em outra cena ele aparece saindo de uma delegacia de Carabineiros, os quais também não deixavam de participar da repressão, como é mostrado e dito no mesmo documentário por um dos médicos da “Vicaría”, Ramiro Olivares, que mostra imagens de pessoas que foram violentadas em protestos contra o governo de Pinochet, e diz que além dos instrumentos comuns para a dispersão de algum protesto como água, gás lacrimogêneo, bastão policial e armas de fogo, também era usada uma faca encurvada que faz parte do armamento do exercito chileno. O médico mostra fotos, extremamente fortes, de pessoas machucadas por essa arma. Mas organização nem da mesmo Igreja de como uma era a “Vicaría” podia proteger seus integrantes a finco da repressão. Na série "Los Archivos del Cardenal" um dos personagens que é advogado da “Vicaría”, e se achava intocável, é sequestrado pelo CNI e jogado morto no mato, o episódio 8
  • 10. foi feito em homenagem a um advogado da “Vicaría” que existiu e aconteceu o mesmo com ele. Outro exemplo de advogados e membros da “Vicaría”, que acabou sendo capturado pela repressão é a da “jovem” advogada encontrada na beira do mar. “El Mercurio”, “La Segunda” e todos os outros jornais chilenos diziam que foi encontrada uma “jovem”, bonita de 23 anos e que o que tinha acontecido com ela havia sido um crime passional. Na realidade o que havia acontecido com a mulher chamada Marta Ugarte de 42 anos era uma prisão injusta na qual, haviam nítidos indícios no corpo de que ela havia sido torturada e jogada no mar pela repressão do governo. No documentário onde é mencionado o caso da advogada, que foi torturada e jogada no mar, é mostrado um dos jornais onde saiu à matéria de seu aparecimento. Na matéria do jornal “La Segunda”, a manchete era a de que seguia no mistério o caso da “jovem” encontrada perto da praia “La Ballena”, (imagem). Podemos ver uma esperança no documentário sobre a “Vicaría”, um protesto contra o governo, contra as torturas e os sequestros organizados pela repressão. Os padres e advogados que pediam às pessoas não colocarem cartazes políticos em meio ao protesto e sim religiosos, como se fosse uma passeata religiosa. O documentarista pergunta ao Carabineiro se ouve alguma chamada ou algum problema com a passeata em questão e a resposta que recebe é: (traduzido) “é uma procissão extremamente religiosa e estamos aqui apenas para fazer a segurança dos religiosos” e que não tem nenhum problema com as marcas postas na “procissão”. Também é feito pela “Vicaría” o protesto contra a tortura, no qual familiares de pessoas torturadas ou desaparecidas vão a algum lugar público, com a proteção da “Vicaría”, e começam a dizer tudo que o governo estava fazendo e termina dizendo “y la justicia calla” (e a justiça se cala). 9
  • 11. Apesar das tentativas de amenizar as repressões do governo ditatorial no Chile, ele continuava controlando e impondo medo a qualquer tipo de pessoa, independente do status ou trabalho do cidadão. Todos, de alguma maneira, estavam destinados a sofrer as consequências se ousasse mexer ou tentar falar sobre os problemas e os fatos que ocorriam no país. No Brasil, como vimos, com o golpe militar, as repressões da ditadura foram bem tranquilas em comparação com muitas outras da América Latina, até porque no começo dela com o general Castello Branco a ideia era manter um país “democrático” pela visão dos militares. Mas isso acaba com a criação em dezembro de 1968 do AI-5 (Ato Constitucional Cinco), que tirava o poder do congresso e de qualquer outro órgão governamental de prender qualquer tipo de pessoa, e o colocou todo nas mãos dos governantes militares. Esta lei durou 10 anos, e foi o ponto mais forte para fazer da ditadura militar um inferno para a população brasileira. Já existia, pois foi criado no dia 13 de junho de 19 de 1964 pelo qual Golbery Couto e Silva, um homem que desde 1962, sonhava em criar um organismo do governo semelhante ao FBI ou até a CIA. Tal serviço teve entre seus diretores o último presidente da ditadura brasileira o general João Baptista de Oliveira Figueiredo. O SNI era o centro de todos os serviços secretos, do exercito, marinha e aeronáutica, todos eles eram comandados pelo chefe do serviço e acima dele o presidente da republica. A presidência do general Emílio Garrastazu Médici, o futebol se mostrou sua arma para a popularidade e ao mesmo tempo uma forma de controle da população brasileira que se ligava mais nos jogos de futebol ou ver o presidente, popularizando o esporte, mas não só isso, o general por ser um homem fascinado pelo esporte e ainda mais, em suas aparições em publico, ou ele esta num 10
  • 12. estádio chutando uma bola ou ouvindo um jogo em meio à torcida (como esta na imagem). Acredito que Médici, apesar de ter sido um dos presidentes da ditadura mais severos e autoritários, também era muito esperto, pois sua saída foi de certa maneira pacifica, enquanto a população se acercava a velo nos estádios e querer saber e ver sua popularidade. Por entre os panos ele fazia todas as suas atrocidades. Mas como sabemos os generais e lideres do governo militar tiveram que utilizar de todos os recursos para a sua repressão, uma delas foi a de sempre estar controlando. Desde o começo o futebol foi trazido para bem perto da politica dos militares, segundo o documentário, “Memórias de Chumbo”, ainda na época de Castello Branco, quando o Brasil estava indo participar de seu primeiro campeonato mundial com o governo militar no poder em 1966, antes do time sair do país o presidente recebeu diretores da C.B.D. (Confederação Brasileira de Desportos), conhecida hoje por C.B.F. (Confederação Brasileira de Futebol) e os jogadores no Palácio das Laranjeiras. Segundo o historiador, Carlos Eduardo Sarmento, o exemplo que mais justifica a repressão e o controle dos militares sobre o futebol é a saída de João Alves Saldanha, que era perseguido e vigiado de perto pelo governo por causa de seus pensamentos “comunistas”. Depois de muita pressão militar em cima da C.B.D., Saldanha é retirado do posto de técnico da seleção brasileira e em seu lugar entra o Zagalo. Acredito que seja sim um ótimo exemplo da repressão sobre os integrantes da C.B.D., até porque o presidente da organização João Havelange foi obrigado a fazer a vontade do governo, logo depois foram substituídos vários membros da direção técnica da seleção, pessoas que eram de confiança dos militares e que faria suas vontades sem excitar ou eram poucos infiltrados. A ditadura levou a criação, por parte dos Comunistas, de guerrilhas como o chamado, MR-8 - Movimento Revolucionário Oito de Outubro, o MNR - Movimento Nacional Revolucionário, ALN - Ação Libertadora Nacional, que eram apelidados em outros países de a guerrilha. Este grupo de Comunistas começou roubando Bancos, dizendo que era tudo feito para a libertação da repressão, e como 11
  • 13. podemos ver no filme “O que é isso companheiro?”, a partir de um momento, eles se viram não reprimidos pelos militares, que os tratavam como meros batedores de carteiras ou inofensivos assaltantes e que estava tudo sobre controle. Mas o MR-8 queria ser conhecido, queria fazer algo para que a população soubesse sobre suas intenções e para que os militares tivessem medo do que eles pudessem fazer. Então a guerrilha teve a ideia de sequestrar o embaixador dos Estados Unidos, e mandar uma carta para o governo pedindo em troca do embaixador que alguns presos políticos fossem liberados e pudessem ir para o exílio e que parassem de torturar. Eles o fizeram e tiveram êxito. Mas, após o primeiro sequestro, fizeram muitos outros, com o embaixador do Japão, França e por ai foi, e com isso (muitos dizem), o governo militar ficou mais repressivo e mais forte com o fortalecimento do SNI (Serviço Nacional de Inteligência). A ideia é o MR-8 provocou e o governo militar, sem saber seus integrantes reprimiu por medo que eles continuassem com os sequestros, e assim o governo Médici conseguiu acabar com o trabalho da guerrilha e oprimir mais a oposição. Acredito que a guerrilha no Brasil não teve um objetivo correto, acabou ficando apenas em sequestros, quando poderia fazer muito mais para o país, o qual no fim foi se libertar sem violência apenas com a voz do povo, com as “Diretas Já!”, as quais segundo o texto de Vitor Amorim de Ângelo poderia ter sido apoiada pelos mesmos derrotados da esquerda armada. A campanha das “Diretas Já” consistia numa organização apoiada por vários civis que eram contra a ditadura e os votos indiretos. A luta dos membros da organização era para que as eleições voltassem a ser direta. Pois já fazia 16 anos que não eram, o voto não era voltado direto ao candidato, mas quem o elegeria era o congresso. E o povo começou a se revoltar a essa maneira de voto, porque ele dá mais poder aos militares, que poderiam burlar as eleições sem que ninguém percebesse. Por isso a intenção de acabar com essa lei e fazer o próprio povo eleger diretamente quem ficaria no poder presidencial. Como vimos no Chile a Igreja católica teve um papel muito importante na ditadura, e segundo disse Ignacio Walker ex-advogado da “Vicaría”, ela era a 12
  • 14. única parte opositora aos militares, mesmo sendo uma instituição religiosa e não política, pois o cardeal Raúl Silva fez da “Vicaría” a resistência e uma espécie de oposição ao governo. Questão que no Brasil pela parte do filme “Batismo de Sangue”, em que os padres estão presos no DOPS e o bispo vêm dizer para eles que eles não devem interferir em política e nem em nada do gênero porque a Igreja não tem nada haver com a política. Esta cena mostra a diferença, entre as questões e intenções de duas Igrejas, que trabalham as duas para o mesmo chefe político, o Papa, mas mesmo assim uns deles, meros padres tentam ajudar a causa e mostrar as infrações que a ditadura faz aos direitos humanos, já no Chile o homem do filme que tem o mesmo status do bispo que fala para não interferir nas políticas, faz com o argumento de que seria algo religioso, uma instituição contra a ditadura. Mas segundo o texto de Sérgio Henrique da Costa Rodrigues da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), sobre as relações diplomáticas entre o Vaticano e o Estado brasileiro, fala que em meados de 1960 a Igreja se via contra o comunismo e criticava o governo Jango que tinha que responder a mídia de maneira religiosa e apelativa como uma vez em 1961 onde perguntaram se ele era comunista e sua resposta foi, sou “católico praticante” e mostrou a medalha da Virgem Maria que estava em seu pescoço, a todo o momento. Para ser aceito pela Igreja Jango sempre a estava bajulando. Mas depois de 1964 o governo militar começou a pressionar o Vaticano, com mudanças de bispos, em especial de São Paulo e Rio de Janeiro, a briga era tão forte entre os dois, que quase o embaixador brasileiro no Vaticano Henrique de Souza Gomes, começou a dar palpites nas escolhas do Papa. Mais ou menos em 1973 os bispos se irritam com as interferências do Estado brasileiro e decidem mudar de lado, começaram a ser mais neutros ou, até mesmo, “comunistas”. A Igreja que antes apoiava o golpe de 64 agora estava ajudando a população brasileira. Mas nada aconteceu parecido com a “Vicaría de la Solidaridad “no Brasil, foi um desacordo dos membros da Igreja, que levou os bispos a ajudarem a população torturada e refém da ditadura brasileira. Mas tudo isso é segundo o texto, a meu ver a Igreja em especifico, mesmo vendo as atrocidades das duas ditaduras (do Chile e do Brasil), foram neutras, não tinham 13
  • 15. opiniões politicas sobre o que estava acontecendo. Mas as duas ajudaram em questões humanitárias, mas uma criação igual a do cardeal Raúl Henríquez não ouve no Brasil. O cardeal agiu como patriota dizendo que estavam infringindo os direitos humanos e não para criar uma instituição contra a ditadura, tanto que no dia em que morreu foi criado um documentário sobre que homem ele foi para o Chile e suas ideias para ajudar a sociedade do país em que nasceu e amava. O interessante é percebermos a mudança de lado que teve em uma especifica classe social e em seu perfil. Tanto o Brasil como o Chile tiveram os chamados “adolescentes rebeldes”, a parte da sociedade que começou a ter ideias e agir contra o governo militar. Os jovens brasileiros foram, assim como os chilenos na época do golpe, os que apoiaram em sua grande maioria. A classe média, em ambos os países, acreditava no “mal do comunismo”. Após um tempo de ditadura no Brasil, a classe média acordou para as atrocidades da ditadura e começou a fazer parte de guerrilhas e a lerem livros Marxistas. Pois os jovens chilenos e toda a classe média apenas ficaram descontentes em 1980 quando a crise esvaziou seus bolsos. No Brasil, normalmente eram jovens universitários de classe media (a classe que na época apoiou o golpe). O porquê é meio obvio, mas no filme de Zuzu Angel, o filho de Zuzu fala pra ela que os trabalhadores lutariam por seus direitos, pois a vida da ditadura era horrível. A resposta da mãe é muito plausível, é a de que o trabalhador não tem tempo para pensar em revolução, ficar se ligando em política, eles estão mais a fim de correr para trabalhar para poder sobreviver. Acredito que por isso apenas os estudantes pensam em política e sempre estão por traz de tudo que acontece nos países. No Brasil muitos jovens participaram da luta armada, seja dentro das universidades, discutindo, seja nas ruas ajudando os lideres revolucionários. No Chile em meados dos anos 80, houve um enorme descontento por parte em especial da classe média, que por acaso foi a que mais sofreu com a crise, muitas formas de mostrar este descontentamento foi feito, desde ajudar a luta armada que no Chile visava matar o líder da nação, Augusto Pinochet. Mas a forma mais interessante foi a musica, em 1983 os estudantes da universidade, 14
  • 16. Liceo 6 de San Miguel (atual Liceo Andrés Bello), em Santiago de Chile, chamados Jorge González (o do meio da imagem), Claudio Narea (o da esquerda na imagem) e Miguel Tapia (o da direita na imagem), criaram um grupo que hoje é muito conhecido no país e na América Latina, “Los Prisioneros”, que cantavam musicas com textos políticos e se lhes perguntassem se tinha alguma critica ao governo a resposta era a de que eram meras bobagens de jovens chilenos do subúrbio de Santiago de Chile. Canções como, “Por qué los Ricos?”, é uma música que, como mostra a pergunta quer saber por que os ricos têm o direito de viver bem a todo o momento e os pobres ou classe media não? Até porque o refrão é bem assim “Por qué los ricos tienen derecho a pasarlo tan bien”. A música “Ultra Derecha”, quer apenas falar sobre o sistema imposto pela ditadura e o quanto ele é injusto com as pessoas. 15
  • 17. Capítulo 3: O fim das ditaduras Depois de muitas tentativas para derrubar o governo ditatorial no Brasil e no Chile, foram mudadas as táticas para fazê-lo, pois todas elas eram no entorno da violência, (mesmo a do Chile não tendo muitas guerrilhas, e elas nem serem muito comentadas). No Brasil, depois que novos partidos, que queriam uma mudança no país, conseguiram disputar eleições em Estados brasileiros, alguns membro da oposição na Câmara dos Deputados pensaram em fazer uma mudança nos votos para presidente. A ideia era passar o voto que não era direto ao presidente, voltar a ser. Essa lei foi bem discutida pelo deputado não militar do mais novo partido, o PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro) o deputado federal Dante de Oliveira. Passeatas organizadas por membros dos novos partidos e com membros, com pensamento de esquerda contra a ditadura militar, o PT (Partido do Trabalhador), o PDT (Partido Democrático Trabalhista) e o PMDB antigo MDB, o qual foi mudado porque seus membros sofriam perseguições políticas. Elas eram muitas vezes organizadas pelos partidos, mas a pessoa que mais entrou em destaque nessa época por falar com o povo, e sempre ser o cabeça das passeatas do “Direta Já!” Foi o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Outros, como Fernando Henrique Cardoso e José Serra, também estavam bastante envolvidos, mas o principal que aparecia nos jornais da época era ele, Lula. O processo preocupou muito os poder militares. Mesmo assim não foi ele, Lula, que acabou com a ditadura. Em 15 de maio de 1985, Tancredo Neves foi eleito pelo Colegiado Eleitoral, mas ele sofreu fortes dores no peito e acabou 16
  • 18. morrendo dias depois, e assim assumiu o seu vice, o primeiro presidente civil depois de 21 anos, José Sarney se apossa da presidência e marca o fim de duas décadas de repressão e poder militar no Brasil. No Chile o general Pinochet no ano de 1988 decide fazer um segundo plebiscito semelhante ao que havia feito em 1980, no qual conseguiu ser eleito com os votos “sinceros” da população que era reprimida com os soldados do exercito em frente e observando o momento do voto. Mas agora em 88 seria diferente, o grande general propôs um plebiscito e aceitou que o lado contra sua permanência no cargo fizesse propagandas, e assim começou em mais ou menos 1986 ou 1987 as propagandas do “No” e “Sí” para que a população escolhesse um dos dois. E segundo o filme “No”, que é justamente sobre este momento, o principal do filme, René Saavedra (feito pelo ator mexicano, Gael García Bernal), comenta que o general havia proposto o plebiscito com a ideia de que ganharia, pois as novas condições para a “eleição” eram mais privadas, o papel do voto, o qual no primeiro plebiscito era meio transparente, havia deixado de ser e sem contar que agora o povo contra a ditadura poderia, a margem da lei (com restrições) fazer a sua propaganda para ser colocada ao ar sem problemas. Mas no final de 1988, o que o general não esperava aconteceu, por uma margem de votos muito alta, quase a metade, vota no “No”, e no mesmo momento, Pinochet convoca seus generais, membros da Junta Militar. Este ano (2013) foi veiculada na radio chilena Cooperativa que no momento da conversa com os generais, Pinochet havia mencionado a ideia de fazer um golpe político e acabar com a validação do plebiscito, e a de que isso não teria sito aceito pelos membros da Junta, por total falta de aceitação em 1990 o General Augusto Pinochet Ugarte é deposto. Depois é feita uma eleição democrática e é eleito por 55,2% dos votos em uma eleição 17
  • 19. justa e democrática, a primeira depois de 17 anos o presidente dito democrático Patricio Aylwin do partido “Concertación de Partidos por la Democracia”. Segundo um chileno que conheci, a ditadura ter acabado desta maneira foi uma vergonha para o país, mas isso por que os EUA já previam e queriam a saída de Pinochet do poder e de novo ocorreu a vontade americana. E assim o fim da ditadura foi um pouco diferente, mas a forma pacifica e politica de novo mostrou seu poder acima da violência. Mas no Chile a maior questão é que a ditadura se instalou no país pela violência, e com o fim sendo pacifico e mostrando o poder no povo para os militares, em especial Augusto Pinochet, que saiu de seu posto depois de 17 anos no poder sem que morresse ou tivesse que lutar, como aconteceu com seu antecessor. 18
  • 20. Capítulo 4: As entrevistas Perguntas em espanhol: 1- ¿Dónde estabas en el día del golpe militar y cual fue tu sensación? 2- ¿Hay alguien de tu familia que fue torturado en la época de la dictadura? ¿Cómo paso y porque? 3- ¿Usted ya fue a alguna marcha contra el gobierno militar? ¿Cómo fue? 4- ¿Cómo era tu vida económica en la época? ¿Era como el gobierno imaginaba? 5- ¿Te acuerdas de alguna cosa más que paso en esta época? ¿Qué cosa? 6- ¿Qué crees de la política hoy? ¿No cambio? Entrevistas com chilenos: Nome do entrevistado: Maria Soledad Barros Idade: 59 De onde é: Santiago de Chile, Chile. (entrevista enviada por e-mail) 1) Estaba en mi casa preparándome para ir a la oficina, que quedaba en el Centro de la ciudad (downtown) frente al Palacio de La Moneda justamente., y escuché pasar unos aviones muy ruidosos que después supe se llamaban hocker hunters.No se sabía nada y me fui a la oficina. Una vez allá la gente empezó a comentar que estaban bombardeando “la Moneda” (Palacio La Moneda) y eran unos sonidos terribles, como de guerra pero no sabíamos exactamente qué estaba sucediendo. Mi sensación, tenía 19 años, era de mucho miedo, de ganas de volver a la casa, bastante inquietud y nerviosismo; se escuchaban disparos constantes en la 19
  • 21. calle y uno por seguridad no podía acercarse a las ventanas. Se me hizo eterno estar ahí. Quería volver a mi casa pero no se podía porque había muchos militares armados en las calles disparando. 2) En mi caso personal no tuvimos problemas porque nosotros no éramos una familia de izquierda pero claro uno tenía muchos amigos y luego se fue sabiendo de algunos conocidos no amigos que se los llevaban los militares para interrogarlos y no se sabía de ellos más. Hace poco supe de una señora ya mayor que estuvo presa en Villa Grimaldi y fue torturada (es amiga de mi hermana) pero no se le pregunta qué le hicieron. Villa Grimaldi fue un lugar que usaron los militares como campo de concentración….Son muy tristes los recuerdos y hay gente que no va a perdonar ni sanar nunca. 3) No, yo nunca participé en ninguna marcha. Nunca me gustó la política ni menos andar metida en lugares con mucha gente concentrada con peligro de ser heridos o peor aún presos.. 4) Yo trabajaba de secretaria y vivía con mis padres y 4 hermanas más. Teníamos una vida cómoda y tranquila y no sentí presiones de ningún tipo. 5) Muchas cosas pasaron en esa época. Hubo una especie de apagón cultural caracterizado por la represión y auto represión de ciertas manifestaciones culturales consideradas contrarias a la línea oficial. Estaba instalado el “toque de queda” y teníamos que estar en la casa antes de las 7pm al principio luego a las 8 pm. Patrullas de militares vigilaban las calles todos los días por mucho tiempo y podían llevarte detenido si te encontraban fuera del toque de queda en la calle. También se limitó la libertad de expresión, se suprimieron los partidos políticos y se disolvió el Congreso Nacional. No supimos en 20 años lo que era votar…expresar tu opinión hasta que vino el Plebiscito de 1980 del SI Y EL NO si queríamos que se quedara Pinochet o se fuera…. GANO EL NOOOOO. Pero 20
  • 22. recuerdo como lo más rescatable de esa época la venida del papa Juan Pablo II a Chile fue como una brisa de aire fresco y divino aun cuando también se produjeron desordenes donde estábamos rezando con el….yo estuve ahí…parque O’Higgins…. 6) Por supuesto que sí hubo cambios radicales. Hay derecho a voto, a manifestarte donde quieras pero de todas maneras cada gobierno tiene puntos débiles y otros fuertes. Hay tranquilidad con respecto a las amenazas militares del pasado, tanta gente que sufrió y perdió seres queridos que siguen luchando por encontrar hasta hoy. También siguen encontrando restos humanos de la época de la dictadura que se tenían por desaparecidos. Ahora hay muchos partidos políticos y cada cual tiene su propuesta. En marzo del 2014 se termina el actual gobierno de Sebastián Piñera (centro derecha) y antes tuvimos 20 años entre 1990 a 2010 de “gobiernos de la concertación por la democracia”, contrarios a la dictadura militar. Se cometieron muchos errores en esos 20 años y ahora tampoco encuentro que lo hayan hecho muy bien. Para mí la política es siempre lo mismo, unos ganan otros pierden pero el juego es sucio. Perguntas em português: 1-Onde você estava no dia do golpe militar e qual foi sua sensação? 2- Tem alguém da sua família que foi torturado na época da ditadura? Como aconteceu e por quê? 3- Você já foi a uma passeata ou marcha contra o governo militar? Como foi? 4- Como era sua vida econômica na época? Era como o governo tinha imaginado? 5- Você ainda lembra-se de alguma coisa a mais que aconteceu na época? O que? 6- O que você acha da politica hoje, não mudou? 21
  • 23. Entrevista com brasileiro: Nome do entrevistado: Aurea Monteiro Idade: Onde vive: São Paulo, Capital. 1 - O golpe foi de madrugada, portanto eu dormia, mesmo porque estudava e trabalhava para pagar meus estudos e ajudar nas despesas de minha casa, pois a vida de meus pais era bem apertada.Como estudante de Serviço Social na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, e tendo na Faculdade um Centro Estudantil bem atuante, ficamos atônitas com os acontecimentos. Eu disse atônitas porque eramos só mulheres naquela Faculdade.Logo as lideres do Centro Academico começaram a fazer a cabeça das colegas já que mantinham estreita relação com os centros academicos do Mackensie e da Universidade São Paulo da Rua Maria Antonia, onde, na realidade, os movimentos estudantis cresceram e seus lideres começaram a ser perseguidos.Como eu tinha cara de inocente fui encarregada de levar bilhetes de um lado para outro; foi então que conheci o Zé Dirceu que era totalmente diferente do que é hoje, de cara e de personalidade. 2- Não tive ninguem de minha família que tenha sido torturado. Tive amigo que foi perseguido e morreu no AI 5. 3- Cheguei a me dirigir ao Largo da Concórdia mas assustei-me com a Cavalaria que para lá se dirigia, voltando para casa onde ninguém sabia de meus intentos.Foi uma barbaridade o que aconteceu lá naquele Largo. 4-Como já expliquei eu trabalhava para pagar meus estudos e ajudar no sustento da casa de meus pais, com quem eu morava na época. Economicamente não teve alteração alguma. Não houve interferência do Governo para melhorias na vida do povo. Só tinhamos que não criticar para não sermos perseguidos. A liberdade de 22
  • 24. expressão era bem velada como também os meios de comunicação , sempre sob censura, com exceção daqueles que sempre adularam aos militares porque isso lhes era favorável. 5-Tendo em vista as calhordices que estamos presenciando, com aqueles que apoiávamos no passado agindo agora de forma corrupta, fazendo brincadeira com nossos ideais, mexendo em nossas vidas, em nome da liberdade e da Democracia, doi dizer e pensar que a gente talvez fosse feliz e não sabia. 6-Danilo, a politica de hoje mudou e muito, só que para pior. 23
  • 25. Capítulo 5: Conclusão Podemos ver com a história e os fatos das duas ditaduras (do Brasil e do Chile), que foram violentas e extremamente repressivas. Mas mesmo as duas tendo muitas semelhanças, apesar de algumas diferenças, essas diferenças as caracterizam. A questão que mais nos vem à cabeça quando pensamos na ditadura chilena e a brasileira, é porque ele lá num país tão pequeno que também foi colônia de um país europeu cria museus dos fatos ocorridos no país e também sempre os está lembrando apesar dos passar dos anos. No ano de 2013 se comemora 40 anos do fim da ditadura chilena, varias mídias comentam o assunto lá e até a ex-presidente e candidata a presidencia, Michelle Bachelet, disse a publico durante as preparações para as eleições no dia 24 de agosto: "A 40 años del golpe de Estado, Chile necesita saber Foto do “Museo de la Memoria y de los derechos humanos.” qué pasó y encontrarse cara a cara con la verdad y con la justicia" ( a 40 anos do golpe de Estado, Chile necessita saber o que aconteceu e encontrar cara a cara com a verdade e com a justiça). Ela que é filha de general, que foi assassinado pela repressão, é o exemplo de um país que quer saber os fatos e mostra-los ao mundo como se fosse Michelle Bachelet em comemoração aos 40 anos do golpe militar. (e às vezes até era), uma família querendo justiça da morte de uma filha ou de algum outro parente querido. Mas este estilo de Michelle, de lutar por justiça foi feito em seu antigo mandato de 2006 a 2010, onde segundo seu site oficial1 onde há todos os seu 1 http://michellebachelet.cl/gobierno/, contado na parte dos fatos de seu governo com o titulo “Derechos Humanos”. 24
  • 26. logros durante sua presidência, lá consta que ela foi a precursora de levar justiça não só para as famílias desamparadas da época da ditadura, mas também para as pessoas presas em manifestações atualmente. Seu governo começou a participar da “Corte Penal Internacional”, aprovaram a Convención contra la Desaparición Forzada de Personas( Convenção contra a desaparição forçada de pessoas) e muitos outros. Ela luta desde sua presidência contra os ditadores e contra quem infringe os Direitos Humano, no site conta também que a ideia de criar o “El Museo de la memoria de los derechos humanos”. Mas há pessoas que querem esquecer este momento horrível na história chilena, como diz breve mente à escritora e senadora, filha, do ex-presidente chileno, Salvador Allende a Isabel Allende, no livro “El Cuaderno de Maya”, na pagina 192, segundo parágrafo, onde esta escrito: “ Han pasado treinta y seis años desde el golpe militar y desde hace veinte años este país ha tenido gobiernos democráticos, pero todavia quedan cicatricas y em algunos casos, heridas abiertas.” E no fim da página no ultimo ponto final, “ Según Blanca Schnake (personagem do livro), ese trozo de la historia chilena es barro al fondo de una laguna, no hay para qué revolverlo y entubiar el água”. No primeiro trecho ela diz que apesar de ter passado 36 anos do golpe (o livro é do ano de 2009), mas mesmo assim ainda tem cicatrizes ou ate feridas abertas que prosperam mesmo com a maioria de seus governos sendo democráticos. Outro ponto que a escritora coloca, mas por meio da personagem, Blanca Schnake é a de que se deve esquecer algo que aconteceu por ser tão horrível. Acredito que sua visão (colocada por meio da personagem), mesmo sendo filha do ex-presidente, não diria que é errada, mas que não querer lembrar apenas por ser uma parte horrível na história do país, é preciso lembrar sempre até que as pessoas que fizeram as maldades na época possam ser levadas as grades, mesmo que seja ruim. Por isso a visão de Isabel é errada apenas no contexto que estamos, se já tivessem todos os exilados, torturadores e desaparecidos resolvidos hoje em dia, seria valida a ideia da escritora. Na entrevista com a chilena, Maria Soledad, ela não é nenhum exemplo de pessoa que interferiu ou lutou na ditadura contra a repressão, ela apenas sabe 25
  • 27. dos fatos, (por causa da mídia que sempre esta falando), e os comenta e diz, mas ela é um dos poucos chilenos que pensa pouco na ditadura, o exemplo é bom para nos mostrar que lá também há pessoas que não participaram efetivamente da ditadura. Sempre haverá pensamentos controversos, mas acredito que a maioria da população chilena pensa como Bachelet, pois há tanta propaganda e outros meios que os fazem não esquecer. O fato de que o governo da Junta Militar ter se imposto diante de toda população e tomado o poder com a maior violência, e ao mesmo tempo o presidente ter tido tanta “garra” para se defender sozinho de um enorme exercito, com armamentos pesados. Levou a população chilena a pensar no fato de que o corpo e a figura de Salvador Allende eram, e é a figura da liberdade e algo para que lutar contra o Pinochet como se fosse à ajuda do povo a vontade de alguém que morreu. A imagem de Allende, era e é como se fosse uma provocação ao golpe e isso por que o governo, na época da ditadura, sumiu com o corpo inteiro do ex-presidente e o único que sobrou foi uma parte de seus óculos, o qual é o símbolo de uma camiseta usada por muitos jovens da época da ditadura até hoje, onde embaixo dos óculos de Allende está escrito “Allende vive”. O caso de sem querer os militares do exercito chileno terem criado nos óculos de Salvador Allende e em sua desaparição um amuleto para mostrar que a população não quer o novo governo e o ex-presidente se tornou uma espécie de “Deus”, uma imagem as pessoas, pela qual até hoje os chilenos lutam para ter justiça os fatos ocorridos durante a ditadura. Há pessoas que dizem, que a ditadura chilena é mais lembrada e discutida por causa da cultura e por que ela foi mais violenta, mas não é apenas isso, dizer isso seria um encurtamento dos fatos, uma resposta rápida para algo que é 26
  • 28. extremamente complexo. O Chile e sua sociedade querem como qualquer outra saber o que ocorreu. Relembrar o ocorrido também o faz supera-lo. Em meados de 2006 começaram a discutir e investigarem as maldades feitas durante a ditadura chilena, e até hoje, 2013, é descoberto novos feitos dos militares, como por exemplo, em uma quinta-feira, dia 22 de agosto de 2013, apareceu uma matéria do site da radio Cooperativa do Chile 2 , onde dizia que Pinochet tinha em seu arsenal uma arma química (as quais são conhecidas como: “Las armas secretas de Pinochet”, (tradução) as armas secretas de Pinochet),que poderia matar metade da cidade de Santiago de Chile, e que foi mandada para ele pelo instituto Butantã em São Paulo. Nas eleições de 2013 para presidente no Chile, é muito difícil de decidir, apesar da questão do país ser muito dividido na politica, hoje temos a questão do passado dos candidatos e da família deles. As duas candidatas nesse ano no Chile são a Michelle Bachelet e a Evelyn Matthei, as duas são filhas de exgenerais do exército, mas o pai de Bachelet era contra o governo de Pinochet e o de Matthei a favor, segundo a revista brasileira, ISTOÉ de 31 de Julho de 2013, as indicações foi a de que um torturou o outro na época da ditadura. Este ponto já faz boa parte da população chilena pensar em votar no candidato em que a filha não tinha um pai a favor a ditadura. O atual presidente do Chile, Sebastián Piñera, como todos os chilenos no dia 11 de setembro comemorou os 40 anos do golpe, e fez uma entrevista ao jornal chileno “La Tercera” onde em sua fala deixou segundo o jornal “The Clinic” implícito que todos os chilenos têm culpa por ter acontecido o golpe, pois todos sabiam o que estava acontecendo e não fizeram nada, como consta no jornal, “Hubo muchos que fueron cómplices pasivos: que sabían y no hicieron nada o no quisieron saber y tampoco hicieron nada”, (tradução), “ Tiveram muitas pessoas que foram cumplices passivos: que sabiam e não fizeram nada ou não quiseram saber e tão pouco fizeram nada.” Isso quer dizer que Piñera não impões sua opinião na entrevista e acabou também se culpando pela ditadura, mas o que é 2 Encontrado no site: http://www.cooperativa.cl/noticias/pais/augusto-pinochet/ex-directora-del-isp-pinochettenia-quimicos-suficientes-para-matar-a-la-mitad-de-santiago/2013-08-22/071513.html 27
  • 29. estranho é que ele não se pronunciou contra o fato de estarem colocando a luz da sociedade os fatos da ditadura desde 2006, apenas falou que depois de tudo a centro direita que votou no “Sí” em 1988 (falando com o exemplo de Matthei), hoje com certeza votaria “No”. Acredito que lendo a entrevista de Piñera me parece que sua posição não é contra nem a favor do golpe, mas sim analítica e como ouvi dizer em um vídeo do youtube3·, onde um chileno comenta que na comemoração dos 40 anos do golpe os politico, a mídia e muitas pessoas que são a favor, para não mostrar que são, fazem pose falando mal e postando coisas contra a ditadura. O atual presidente talvez na entrevista tenha tentado mostrar um pouco de contra posição a ditadura para ganhar popularidade à candidata do mesmo partido Evelyn Matthei, mas também pode ser por qualquer outro motivo, pois sua entrevista esta difícil de saber sua posição real. Um exemplo disso que vivi, foi a de estar em um restaurante no Chile, ver a teve que estava em minha frente, lá estava uma mulher, a ministra dos transportes, tendo um discurso maravilhoso, concordei com tudo que aquela mulher dizia, sobre as mulheres terem lugar no trabalho como motorista de ônibus. Voltei para a minha escola de línguas na escola COINED de Santiago de Chile, e comentei com meu professor que havia escutado a ministra dos transportes e que tinha gostado dela, a única resposta que tive foi: “essa mulher é uma tonta, sua família foi a favor da ditadura”. Acredito que esse exemplo nos mostra, o quanto ainda vive o passado da ditadura em cada chileno. No Brasil não se teve uma imagem ou algum amuleto como é a questão de Salvador Allende e seus óculos no Chile. Lá apenas teve um bom presidente que saiu do poder sem lutar ou mostrar qualquer resistência significativa. Não há um museu dedicado as lembranças da época da ditadura, apesar de serem interessantes às histórias contadas por quem viveu na época da ditadura. Depois de muitos anos de esquecimento desta parte da história brasileira, após a candidatura da presidente do PT, Dilma Rousseff em um de Janeiro de 2011, ela lançou logo depois um processo de relembrar os ocorridos na ditadura e 3 https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=37iIfpqvStA, do Vloguero Fabio Torrez. 28
  • 30. parar de deixar impune as pessoas que fizeram atrocidades na época, esse grupo decidido a fazer justiça e colocar de uma vez por todas os torturadores, é conhecido como a Comissão da Verdade. A Comissão da Verdade está nessa época de Junho e Agosto de 2013 passando por vários problemas de concordância de seus lideres, que em vez de querer descobrir os acontecidos na época da ditadura ficam brigando entre si, o que atrasa ainda mais as investigações que são muito difíceis, pois há vários documentos, textos, jornais, entre outros para ler e buscar respostas. A entrevista com Aurea, nos da um exemplo de pessoa que não sabia do golpe, mas como muitos em universidades, porque em sua volta tinham pessoas que era e tinham ideais contra o golpe, ela foi levada a compartilhar e ajudar em suas ideias. A questão não é se ela queria ou não ajudar ou se seu ideal era como o deles a questão é a de que ela ajudou aos seus companheiros na universidade e isso ainda trás lembranças do que aconteceu na época do governo militar. Um exemplo muito bom sobre o que ocorreu com Aurea Monteiro é a da serie chilena, “Los 80, más que una moda” que mostra a vida de uma família que não se juntava com assuntos políticos para não arranjarem problemas, mas a partir do momento em que a jovem, a filha da família chamada Claudia Herrera (protagonizada entra na pela faculdade, Loreto ela Aravena), começa a participar, com amigos e o namorado, que frequentam a universidade, de atos de Loreto Aravena esquerda contra a ditadura. Os brasileiros não se lembram desta época, não se sabe se é porque não tiveram nenhum amuleto, ou apenas porque somos um povo pacifico que esquece rápido dos acontecimentos, independentemente deles serem ruins ou bons. O esquecimento também é uma forma de ditadura, pois põe por de baixo dos panos tudo que aconteceu de errado e os deixa em punis. 29
  • 31. Um exemplo de que ninguém se lembre de quase nada que ocorreu na ditadura é a das Organizações Globo que ajudarão o Golpe Militar de 1964, mesmo assim boa parte da população até 2013 não se mostrava descontente com o ocorrido e não pensava em pedir explicações. Eu tenho um amigo do interior de São Paulo, que é hoje radialista na Radio Difusora de Casa Branca e sonha em ir para a Globo, já lhe disse isso milhões de vezes, mas mesmo assim ele não hesita em seu sonho de trabalhar na que podemos dizer maior organização do país. Os protestos vividos no meio do ano de 2013, que foram monstruosas e muitas Dilma Rousseff na abertura da Comissão da Verdade. pessoas que viveram em outras épocas da história do país conseguiram fazer alguma comparação, a mais interessante é a da contra O Globo no dia 30 de agosto sexta-feira, após manifestantes brigarem com o jornal e insistirem em dizer no fato da ajuda das Organizações Globo na ditadura, o grupo teve que ir a público dar explicações sobre como e o que aconteceu para O Globo ajudar a ditadura. Como é mostrado no site da Uol do dia 31/08/2013 as 19H20, o jornal respondendo o fato de em 1964 terem ajudado a ditadura, “foi "um erro". "Já há muitos anos, em discussões internas, as Organizações Globo reconhecem que, à luz da história, esse apoio foi um erro", diz a nota.” (está exatamente assim na matéria do jornal). Com esse exemplo me parece que depois da presidente Dilma, (que foi torturada na ditadura), tentar trazer justiça aos ocorridos na época da ditadura trouxe ao Brasil e a seu povo, algo muito importante, que é a vontade de saber a verdade por mais que ela dou-a, melhor saber o que aconteceu do que ser manipulado por uma outra matéria que julgam ser muito mais importante. 30
  • 32. Pode-se dizer que finalmente, mesmo com alguns problemas, se está tentando lembrar e mostrar ao mundo os acontecimentos no Brasil, que podem ter sido menos violentos que outros países da América-Latina, mas isso não deixa de ser violento para as pessoas que sofreram. Há pessoas que querem esquecer o que aconteceu na ditadura independente do que a mídia diga ou faça, penso que estas duas presidentes citadas (Michelle e Dilma), são os exemplos vivos de pessoas que foram torturadas e querem, lembrar para colocar os responsáveis atrás das grades, o mais surpreendente é que elas lutam por todos aqueles que passaram pelas torturas da época e não só querem saber de se ajudar. Eu penso que mesmo que nós tenhamos medo de reviver o que ocorreu, é preciso lembrar, para que quem fez as atrocidades paguem, nos termos da lei, tal questão que não é aceitas pelos militares e por isso eles dão o maior apoio para o esquecimento, para que possam continuar fazendo atrocidades, sem sofrerem nenhuma conseqüência. A grande diferença entre os dois países em questão de lembrar e falar nas ditaduras entre o Chile e o Brasil, são os fatos de como ocorreu e de como a mídia e os governos se dão até hoje com o assunto. O Brasil demorou um pouco, mas com as passeatas e palavras de ordem como a, “A verdade é dura, a Globo apoiou a ditadura”, trazem uma pequena esperança de finalmente o país começar a lidar mais seriamente com o assunto, que deve ser investigado, pois infringiu os direitos humanos e varias leis universais. Ainda não tem um museu nem nada no Brasil para os acontecimentos, mas talvez depois da criação da comissão e começarmos, a saber, sobre vários fatos da ditadura e a maioria sendo desmascarada, no futuro criemos um museu ou algumas outras coisas sobre a ditadura. 31
  • 33. Bibliografia (JUNIOR, Antonio Gasparetto), http://www.infoescola.com/historia-dobrasil/movimento-revolucionario-oito-de-outubro-mr-8/, Acessado dia: 27/02/2013 (Feito por bibliografia) http://www.suapesquisa.com/pesquisa/ditadura.htm,Acessado dia:02/03/2013 http://www.dicio.com.br/ditador/,Acessado dia: 05/03/2013 http://www.youtube.com/watch?v=KnEB53-QEcE http://www.youtube.com/watch?v=YohyDBFxPKU,http://www.youtube.com/watch? v=sdOpEaF-9MU, Acessados dia:14/04/2013 (16/04/2013, pelo jornal), http://noticias.r7.com/brasil/fotos/ha-29-anos-movimentodiretas-ja-levou-milhares-as-ruas-que-exigiam-voto-popular-para-presidente16042013?foto=8#fotos, Acessado dia: 16/04/2013 (texto sobre a ditadura, por JUNIOR, Antonio Gasparetto, não há data),http://www.infoescola.com/ditadura-militar/ai-1/,Acessado dia: 13/03/2013 http://www.archivochile.com/Dictadura_militar/html/dic_militar_org_repre.html,Aces sado dia:11/04/2013 http://www.youtube.com/watch?v=5xGyDPnlGXM&list=PL0CA577A3F93334CB, nome do documentário: “La Muerte de Pinochet”, acessado dia:18/04/2013 http://www.youtube.com/watch?v=Wfqjvi5Xv_k&list=PLzaqzqQGSQREGB_jJUPm FmwGQbZ_ZnGBb, nome do documentário: “Chile 73 o La Historia que se repite”, acessado dia: 18/04/2013 http://perso.wanadoo.es/guerrillas/moviguerrichileeln.htm,acessado dia 22/07/2013. http://www.youtube.com/watch?v=TbW4RecVH2A,http://www.youtube.com/watch? v=j-Uv27nIylE,acessado dia 05/08/2013. ( retirada de texto) , http://www.unicamp.br/~aulas/Conjunto%20III/4_21.pdf,http://anpuh.org/anais/wpcontent/uploads/mp/pdf/ANPUH.S23.1545.pdf, Acessados dia 07/08/2013. http://www.brasilescola.com/historiab/direta-ja.htm, acessado dia 21/08/2013. http://www.historiabrasileira.com/brasil-republica/diretas-ja/, acessado dia 21/08/2013. 32
  • 34. http://www.cooperativa.cl/noticias/pais/politica/presidenciales/bachelet-a-40-anosdel-golpe-chile-necesita-saber-que-paso/2013-08-24/141852.html,acessado dia 24/08/2013 http://www.cooperativa.cl/noticias/pais/augusto-pinochet/ex-directora-del-isppinochet-tenia-quimicos-suficientes-para-matar-a-la-mitad-de-santiago/2013-0822/071513.html, acessado no dia 22/08/2013. http://www.brasilrecente.com/2011/07/diretas-ja.html, acessado dia: 24/08/2013. http://www.istoe.com.br/reportagens/162326_SARNEY+O+PRIMEIRO+PRESIDE NTE+CIVIL+POS+DITADURA+MILITAR+, acessado dia: 24/08/2013. http://www.nolapelicula.cl/, acessado dia: 24/08/2013. http://www.comunistas.spruz.com/guerrilha1.htm,acessado dia:24/08/2013. http://www.biblioteca.presidencia.gov.br/ex-presidentes/emilio-medici,acessado dia:24/08/2013. http://www.taringa.net/posts/apuntes-y-monografias/6745903/Historia-de-losprisioneros.html, acessado dia:24/08/2013. http://www.musicapopular.cl/3.0/index2.php?op=Artista&id=315,acessado dia:24/08/2013. http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2013/08/31/apoio-editorial-aogolpe-militar-de-64-foi-um-erro-dizglobo.htm?fb_action_types=og.recommends&fb_source=other_multiline,acessado dia: 01/09/2013. http://michellebachelet.cl/gobierno/, acessado dia: 28/09/2013. http://www.theclinic.cl/2013/08/31/pinera-a-40-anos-del-golpe-con-toda-lainformacion-de-hoy-la-inmensa-mayoria-de-nuestro-sector-estaria-con-el-caminodel-no/, acessado dia: 28/09/2013. Imagens: http://www.tumblr.com/tagged/golpe%20militar,acessado dia:27/04/2013, La Moneda, sobre ataque. http://www.correiodealagoas.com.br/blog/313/cadu-amaral/2013/04/02/golpe-de1964-democracia-e-comunicaco.html,Acessado dia:27/04/2013, Jornal O Globo sobre a posse de Ranieri. 33
  • 35. http://www.cooperativa.cl/noticias/pais/dd-hh/reencuentro-y-retrato-de-la-memoriaa-40-anos-del-golpe-de-estado/2013-08-06/180555.html(apenas as imagens) ,Acessado dia 08/08/2013 Los+Prisioneros.jpg,www.lastfm.es, acessado dia 09/08/2013 http://pessoas.hsw.uol.com.br/diretas-ja.htm, acessado dia 21/08/2013 http://veja.abril.com.br/especiais/veja_40anos/p_100.html,acessado dia: 25/08/2013. http://somos9.cl/2012/10/05/chile-la-alegria-ya-viene-el-plebiscito-nacional-de1988-se-llevo-a-cabo-en-un-dia-como-hoy/, acessado dia: 25/08/2013. http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Lentes_Salvador_Allende.jpg, acessado dia: 28/08/2013. http://michellebachelet.cl/la-conmemoracion-de-los-40-anos-del-golpe-militar-esuna-oportunidad-para-la-reflexion-para-pensar-como-avanzamos-hacia-un-chilede-todos/,acessado dia: 01/09/2013. http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2012/05/16/dilma-chora-aoinstalar-comissao-da-verdade.htm,acessado dia:01/09/2013. http://bloguerosrevolucion.ning.com/profiles/blogs/cuatro-juicios-pol-ticos-a-los, acessado dia 14/09/2013. Foto da capa: http://qu4tro.spaceblog.com.br/514682/Brasil-x-Chile/, acessado dia: 14/09/2013. http://www.theclinic.cl/2011/12/21/loreto-aravena-la-serie-hizo-llorar-a-medio-chile/, acessado dia: 06/10/2013. Com uma pequena visita ao “Museo de la Memoria” no Chile. Livros: WALTERINO, Millar, 1998, Historia Ilustrada de Chile, BUENO, Eduardo, 2010, Brasil: Uma História, cinco séculos de um pais em construção. GASPARI, Elio,2002,A Ditadura Envergonhada. ALLENDE, Isabel, 2011, 1ª Ed., Buenos Aires, Sudamericana. Filmes: 34
  • 36. “O que é isso,companheiro?”, “No”,Dirigida por LADRÍN, Pablo. “Batismo de Sangue”, “Zuzu Angel”. Série: “Archivos del cardenal.”Serie de ficção feita pela TVN em 2011 sobre a Vicaría de la solidaridad. Textos: El Puño de Pinochet, Ponencia presentada en el 53º Congresso Internacional de Americanistias, calebrado em julio de 2009 em México DF, pelo autor, AMORÓS, Mario. ANPUH – XXIII SIMPÒSIO NACIONAL DE HISTÓRIA – Londrina,2005, Sergio Henrique da Costa Rodrigues, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Angelo, Vitor Amorim de, Ditadura militar, esquerda e memória social no Brasil, 05-08 de setembro de 2012. Documentários: “Testimonios en la dictadura”, documentário que passa no “Museo de la Memoria”. “O dia que durou 21 anos”, “La Batalla de Chile”, “Salvador Allende-Documental”, ”En nombre de dios (La Vicaría de la solidaridad)”. “Memórias de chumbo”, só a parte do Brasil. 35