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TEATRO
Teatro Contemporâneo Ocidental
Os fundamentos estéticos vivenciados no século XIX, entre público e artistas, no âmbito do teatro, foram desafiados e ampliados no século XX, expandindo-se em experiências e inovações teatrais. Naquele momento o “Naturalismo” cênico dominava as convenções teatrais, e em seguida, no início do século XX, novos movimentos e experimentações artísticos começaram a surgir em oposição as regras dominantes. Desses experimentos se destacam o Expressionismo alemão, o Teatro Épico, o Teatro da Crueldade e o Teatro do absurdo.
O  melodrama  burguês, no final século XIX, passa a privilegiar temas do cotidiano social e personagens comuns, rompendo com o idealismo romântico e fazendo surgir o Realismo.O Realismo, mostrou o dia-a-dia do povo russo, inovando no diálogo dramático e retratando o declínio da burguesia russa.   O Naturalismo Realista propõe um novo espaço para o diretor e o encenador.O espaço cênico naturalista também precisou passar por mudanças, para dar condições visuais e acústicas ao público, já que a idéia central desta estética seria a identificação de cada pessoa na platéia com os personagens, de forma que a atmosfera da cena lhes causasse uma espécie de simulacro, uma segunda realidade.
Na Alemanha, por volta de 1910, teve início o Expressionismo, um movimento de rejeição ao Naturalismo e a encenação que pretendia criar uma ilusão da realidade. O expressionismo inovou radicalmente o cenário, apresentando uma leitura não realista, estilizando e distorcendo os elementos da cena.  Pretendia chamar a tenção do público para a arte em si mesma e não para a imitação da vida.  Os primeiros expressionistas no teatro, em seus trabalhos buscavam mostrar a expressão do sentimento humano, ao invés de apenas retratar a sua realidade externa. Exibindo ainda temáticas sociais, mostrando o homem em luta contra a mecanização desumanizadora da sociedade industrial.
Com a ascensão do nazismo na década de vinte, muitos artistas estavam preocupados em trabalhar temas coletivos, desta forma reforçando a abordagem anti-naturalista, que passa a ser conhecida como “Teatro Épico”, cujo pioneiro desta estética foi Erwin Piscator, o alemão dramaturgo e poeta lírico Bertolt Brecht . Brecht propunha um teatro politizado, cujo objetivo era modificar a sociedade. A “Ópera dos Três Vinténs”  é o trabalho de maior destaque na carreira de Brecht..
Esta obra apresentou uma nova forma de teatro musical, misturando a estética de cabaré com a sátira de cunho social. Brecht criou o “Efeito de Distanciamento”, que permitia ao público distanciar-se dos personagens e da ação dramática, utilizando recursos de diálogos estilizados, no uso da canção-narrativa, elementos cênicos informativos, etc. Sua pretensão era não hipnotizar o espectador, mas despertá-lo para uma reflexão crítica, rompendo com a ilusão através do estranhamento, e deixando claro a todos que teatro não é vida real.
Neste mesmo período, acontece o “Futurismo”, em que a proposta teatral, na antiga União Soviética, era agitar e fazer propaganda, com o intuito de demolir todos os valores antigos daquela sociedade. Já na Itália pretendia-se glorificar a violência, a força e a industrialização.
No final do século XIX, Alfred Jarry criou a peça “Ubu-rei”, onde o personagem Pai Ubu causou impacto, pois a peça apresentava facetas de sátira grotesca, paródia violenta, linguagem de baixo calão, e até mesmo fragmentação exagerada dos diálogos. Mas foi Jarry o precursor do movimento “Surrealista” no teatro. O “Teatro da Crueldade”, é uma proposta teatral desenvolvida na França, por Antonin Artaud. Artaud, apresenta em seu livro “O Teatro e seu Duplo, a pretensão tal como no Expressionismo, de rejeitar as regras do teatro Naturalista de Stanislavski, dizendo ser uma forma de ação dramática limitada. Ele acreditava na comunicação teatral passando pelos sentidos e não uma apelação para a mente racional. Artaud, acrescenta ainda, que o teatro deveria ser para o público uma estética de mágica e energia, estrapolando os espaços teatrais convencionais e representando nas ruas, fábricas, comércio, etc. Acreditava que desta forma, o público se confrontaria com sua própria subjetividade, com seus sentimentos, num processo doloroso, denominando então de “Teatro da Crueldade”.
O italiano Luigi Pirandello, com a sua famosa peça “Seis Personagens à Procura de Um Autor”, explora a tensão entre ilusão e realidade, onde os personagens, atores e platéia se fundem e confundem dentro da experiência teatral. Uma espécie de surrealismo-absurdo. Na década de vinte, o teatro americano começa a possuir características próprias, pelas criações de Eugene O'Neill, que foi influenciado por Pirandello. Outros autores como Tennessee Williams e Arthur Miller, também são responsáveis pela evolução da cultura teatral americana. O “Teatro do Absurdo” está mais associado aos dramaturgos que escreveram após a segunda grande guerra, por se tratar de destruição de valores e crenças, e da solidão humana. Este teatro é denominado “Absurdo” por retratar a condição humana incompreensível e sem perspectiva. A idéia é fugir da estrutura narrativa familiar e sequencial, para abordar temas mais sombrios como os conflitos nas relações inter-pessoais, o isolamento humano, e o caminhar inevitável para a morte.
Os grupos teatrais que surgiram nas últimas décadas, costumam eliminar a quarta parede, aquela invisível, que separa público dos personagens. A tendência é trabalhar a encenação interativa e a produção de textos coletivos. O diretor passa a ser mais valorizado que o autor. Jerzy Grotowski  é um dos maiores nomes do teatro experimental atual, ele propõe a criação de um “Teatro Pobre” optando por uma encenação de extrema economia de recursos cênicos, buscando trabalhar apenas com o que é extremamente essencial à cena, deixando somente a relação entre o ator e o espectador. Outras personalidades do teatro contemporâneo merecem destaques, dentre muitas outras, são elas: Joseph Chaikin, Eugênio Barba, Peter Brook, Richard Schechner, Heiner Müller.
No Brasil, considerando que as peças escritas por Oswald de Andrade, como “O Rei da Vela” e “A Morta”, tenham sido revolucionárias para sua época, elas não foram encenadas após serem escritas, ficando esquecidas até a década de 1960. Então se formalizou que, no Brasil, o teatro contemporâneo iniciou com Nelson Rodrigues , cuja montagem de sua peça, “Vestido de Noiva”, é o marco da modernidade do teatro brasileiro. Os personagens criados por Nelson Rodrigues, são um retrato fiel da psique humana. Suas peças apresentam enredos com sofisticados jogos temporais e possibilitam encenações de grande ousadia, com diferentes possibilidades de planos de ação dramática. Outros autores do panorama contemporâneo brasileiro são: Jorge de Andrade, Plínio Marcos, Ariano Suassuna, Dias Gomes , entre outros.
Teatro Oriental
A gente já falou tanto do teatro do lado de lá do mundo... Mas e o teatro oriental? O teatro Nô, um dos grandes representantes da literatura clássica japonesa, combina elementos de dança, drama, música, poesia e máscaras em uma apresentação teatral no palco. Ele é executado em todo o Japão por artistas profissionais que receberam os ensinamentos transmitidos por seus familiares de geração a geração. Os atores do teatro Nô são diferentes dos atores de palco ocidentais, que apenas fazem uso de suas impressões visuais e de seus movimentos para sugerir a essência de suas histórias. Esses atores incorporam o papel e o desempenham como se fossem os verdadeiros personagens. 
Antigamente os espectadores assistiam à peça já sabendo seu enredo e conhecendo bem o cenário. Desta forma eles podiam apreciar os símbolos e as sutis insinuações da história e cultura japonesa que eram embutidas em palavras e movimentos. Cada gesto e movimento têm um significado. Já nos dias de hoje, grande parte dos espectadores têm uma certa dificuldade em entender tais insinuações, necessitando assim para melhor entendimento, de alguns prospectos, que são distribuídos previamente, contendo sinopses e explicações da peça a ser prestigiada..
Tradicionalmente, as peças do teatro Nô são muito longas e tem um caráter muito sério. Por isso, para que não fique muito cansativo, são apresentadas ao longo da peça algumas apresentações do KYOGEN. O KYOGEN é uma espécie de teatro cômico tendo como função aliviar a tensão da dramaticidade do teatro Nô Ao contrário do teatro Nô, que é em sua maior parte de natureza musical, o KYOGEN enfatiza o diálogo e é geralmente apresentado sem máscaras.
Kathakali, o teatro sagrado   ORIGEM: Segundo lendas hindus  Vishnu  reencarnou na terra pela sexta vez na forma de  Parasurama , para proteger a supremacia espiritual e social da casta dos Brâmanes. Após inúmeras guerras, ele finalmente resolveu abandonar sua trajetória sangrenta e, em forma simbólica, lançou seu machado ao mar. Com o golpe, a arma caiu no sul da índia e sua violência fez emergir uma faixa de terra a qual Parasurama chamou de  Malabar .
Para povoar essa terra sagrada, foram levadas famílias de Brâmanes que formaram uma sociedade extremamente religiosa e ritualística.  Hoje em dia Malabar é chamada de Kerala (a terra dos templos). O intenso comércio de especiarias e o ouro negro atraiam viajantes de todo o mundo, misturando assim diferentes culturas à forte religiosidade do lugar e o gosto por grandes rituais com a constante presença de elementos dramáticos, fazendo surgir assim a mais rica forma teatral da Índia : O teatro Kathakali.
É o estilo de dança-teatral mais popular da Índia É um espetáculo raro, inclusive na Índia. Lá ela acontece após a época das monções, em celebrações religiosas de agradecimento. É exclusivo para homens Existe exatamente como visto hoje há pelo menos 400 anos O teatro-dança de Kathakali recebe inclusive influência das antigas artes marciais de Kerala Existem muitas passagens com reflexões morais e de sabedoria que sempre são faladas pelos personagens mais importantes e em sânscrito, uma língua que não é mais comum na Índia desde o ano 300 a.C, mas é considerada nobre e sagrada, falada até hoje pelos brâmanes. Enquanto os deuses, heróis e personagens importantes falam no dialeto aristocrático, as mulheres, escravos e personagens menores falam o dialeto da classe baixa. As peças terminam assim como começam: com uma prece.
Não há valorização de expressões ou ações nas peças hindus. A tristeza é representada por uma leve melancolia. Beijar, comer, dormir ou gritar é considerado indelicado. Como nas peças gregas, havia um freqüente contato entre a Terra e o Céu. Na Índia não existem palavras distintas para dança e teatro, nem em sânscrito ou em qualquer dialeto falado pelo país. Daí percebe-se o quão profundamente ligadas essas duas artes estão neste país que as vê como um só.
PALCO e MÚSICA: Na Índia acredita-se que todo palco seja sagrado pois é um local escolhido pelos deuses para que se dê a eterna luta entre o bem e o mal. Por o Kathakali ser essencialmente hindu tudo nele é cheio de significados religiosos e realizado como um ritual. O palco é simples. Á frente usa-se uma lamparina alimentada por óleo de coco. Por ser ritual, antes da peça começar, o vocalista inicia uma canção invocatória acompanhado por címbalos e percussão. Durante o ritual de inicialização, um ator permanece por trás das cortinas realizando uma performance .
MAQUIAGEM E FIGURINO: A maquiagem determina, no kathakali a natureza dos personagens.  Cada personagem têm uma roupa e maquiagem específica. Ambos são altamente elaborados. O ator leva três horas e meia só pra se maquiar e duas horas para se vestir antes de cada apresentação. AS CORES: Verde: herói Bigode, protuberância no nariz ou no centro da testa (Chuttippu): demônio-guerreiro Bigode branco (veluppu-tadi): personagem Hanuman, do épico Ramayana, que possui boa natureza Bigode preto (karuppu-tadi): selvagem com características heróicas Bigode Vermelho (Chokanna-Tadi): características terríveis e destrutivas Maquiagens onde há o predomínio de preto: moradores das florestas, caçadores e demônios femininos
PERSONAGENS:  (3 tipos em geral) Sattvik (denominado Pacha) - nobre, heróico, generoso e refinado ex: Rama e Krishna Rajasik (denominado Kathi) - não só heróis e sim pertencentes a classe dos demônios guerreiros ex: Kamsa e Ravana Tamasik (denominado Kari) - caçadores, moradores da floresta e demônios femininos
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Teatro contemporâneo

  • 3. Os fundamentos estéticos vivenciados no século XIX, entre público e artistas, no âmbito do teatro, foram desafiados e ampliados no século XX, expandindo-se em experiências e inovações teatrais. Naquele momento o “Naturalismo” cênico dominava as convenções teatrais, e em seguida, no início do século XX, novos movimentos e experimentações artísticos começaram a surgir em oposição as regras dominantes. Desses experimentos se destacam o Expressionismo alemão, o Teatro Épico, o Teatro da Crueldade e o Teatro do absurdo.
  • 4. O melodrama burguês, no final século XIX, passa a privilegiar temas do cotidiano social e personagens comuns, rompendo com o idealismo romântico e fazendo surgir o Realismo.O Realismo, mostrou o dia-a-dia do povo russo, inovando no diálogo dramático e retratando o declínio da burguesia russa. O Naturalismo Realista propõe um novo espaço para o diretor e o encenador.O espaço cênico naturalista também precisou passar por mudanças, para dar condições visuais e acústicas ao público, já que a idéia central desta estética seria a identificação de cada pessoa na platéia com os personagens, de forma que a atmosfera da cena lhes causasse uma espécie de simulacro, uma segunda realidade.
  • 5. Na Alemanha, por volta de 1910, teve início o Expressionismo, um movimento de rejeição ao Naturalismo e a encenação que pretendia criar uma ilusão da realidade. O expressionismo inovou radicalmente o cenário, apresentando uma leitura não realista, estilizando e distorcendo os elementos da cena. Pretendia chamar a tenção do público para a arte em si mesma e não para a imitação da vida. Os primeiros expressionistas no teatro, em seus trabalhos buscavam mostrar a expressão do sentimento humano, ao invés de apenas retratar a sua realidade externa. Exibindo ainda temáticas sociais, mostrando o homem em luta contra a mecanização desumanizadora da sociedade industrial.
  • 6. Com a ascensão do nazismo na década de vinte, muitos artistas estavam preocupados em trabalhar temas coletivos, desta forma reforçando a abordagem anti-naturalista, que passa a ser conhecida como “Teatro Épico”, cujo pioneiro desta estética foi Erwin Piscator, o alemão dramaturgo e poeta lírico Bertolt Brecht . Brecht propunha um teatro politizado, cujo objetivo era modificar a sociedade. A “Ópera dos Três Vinténs” é o trabalho de maior destaque na carreira de Brecht..
  • 7. Esta obra apresentou uma nova forma de teatro musical, misturando a estética de cabaré com a sátira de cunho social. Brecht criou o “Efeito de Distanciamento”, que permitia ao público distanciar-se dos personagens e da ação dramática, utilizando recursos de diálogos estilizados, no uso da canção-narrativa, elementos cênicos informativos, etc. Sua pretensão era não hipnotizar o espectador, mas despertá-lo para uma reflexão crítica, rompendo com a ilusão através do estranhamento, e deixando claro a todos que teatro não é vida real.
  • 8. Neste mesmo período, acontece o “Futurismo”, em que a proposta teatral, na antiga União Soviética, era agitar e fazer propaganda, com o intuito de demolir todos os valores antigos daquela sociedade. Já na Itália pretendia-se glorificar a violência, a força e a industrialização.
  • 9. No final do século XIX, Alfred Jarry criou a peça “Ubu-rei”, onde o personagem Pai Ubu causou impacto, pois a peça apresentava facetas de sátira grotesca, paródia violenta, linguagem de baixo calão, e até mesmo fragmentação exagerada dos diálogos. Mas foi Jarry o precursor do movimento “Surrealista” no teatro. O “Teatro da Crueldade”, é uma proposta teatral desenvolvida na França, por Antonin Artaud. Artaud, apresenta em seu livro “O Teatro e seu Duplo, a pretensão tal como no Expressionismo, de rejeitar as regras do teatro Naturalista de Stanislavski, dizendo ser uma forma de ação dramática limitada. Ele acreditava na comunicação teatral passando pelos sentidos e não uma apelação para a mente racional. Artaud, acrescenta ainda, que o teatro deveria ser para o público uma estética de mágica e energia, estrapolando os espaços teatrais convencionais e representando nas ruas, fábricas, comércio, etc. Acreditava que desta forma, o público se confrontaria com sua própria subjetividade, com seus sentimentos, num processo doloroso, denominando então de “Teatro da Crueldade”.
  • 10. O italiano Luigi Pirandello, com a sua famosa peça “Seis Personagens à Procura de Um Autor”, explora a tensão entre ilusão e realidade, onde os personagens, atores e platéia se fundem e confundem dentro da experiência teatral. Uma espécie de surrealismo-absurdo. Na década de vinte, o teatro americano começa a possuir características próprias, pelas criações de Eugene O'Neill, que foi influenciado por Pirandello. Outros autores como Tennessee Williams e Arthur Miller, também são responsáveis pela evolução da cultura teatral americana. O “Teatro do Absurdo” está mais associado aos dramaturgos que escreveram após a segunda grande guerra, por se tratar de destruição de valores e crenças, e da solidão humana. Este teatro é denominado “Absurdo” por retratar a condição humana incompreensível e sem perspectiva. A idéia é fugir da estrutura narrativa familiar e sequencial, para abordar temas mais sombrios como os conflitos nas relações inter-pessoais, o isolamento humano, e o caminhar inevitável para a morte.
  • 11. Os grupos teatrais que surgiram nas últimas décadas, costumam eliminar a quarta parede, aquela invisível, que separa público dos personagens. A tendência é trabalhar a encenação interativa e a produção de textos coletivos. O diretor passa a ser mais valorizado que o autor. Jerzy Grotowski é um dos maiores nomes do teatro experimental atual, ele propõe a criação de um “Teatro Pobre” optando por uma encenação de extrema economia de recursos cênicos, buscando trabalhar apenas com o que é extremamente essencial à cena, deixando somente a relação entre o ator e o espectador. Outras personalidades do teatro contemporâneo merecem destaques, dentre muitas outras, são elas: Joseph Chaikin, Eugênio Barba, Peter Brook, Richard Schechner, Heiner Müller.
  • 12. No Brasil, considerando que as peças escritas por Oswald de Andrade, como “O Rei da Vela” e “A Morta”, tenham sido revolucionárias para sua época, elas não foram encenadas após serem escritas, ficando esquecidas até a década de 1960. Então se formalizou que, no Brasil, o teatro contemporâneo iniciou com Nelson Rodrigues , cuja montagem de sua peça, “Vestido de Noiva”, é o marco da modernidade do teatro brasileiro. Os personagens criados por Nelson Rodrigues, são um retrato fiel da psique humana. Suas peças apresentam enredos com sofisticados jogos temporais e possibilitam encenações de grande ousadia, com diferentes possibilidades de planos de ação dramática. Outros autores do panorama contemporâneo brasileiro são: Jorge de Andrade, Plínio Marcos, Ariano Suassuna, Dias Gomes , entre outros.
  • 14. A gente já falou tanto do teatro do lado de lá do mundo... Mas e o teatro oriental? O teatro Nô, um dos grandes representantes da literatura clássica japonesa, combina elementos de dança, drama, música, poesia e máscaras em uma apresentação teatral no palco. Ele é executado em todo o Japão por artistas profissionais que receberam os ensinamentos transmitidos por seus familiares de geração a geração. Os atores do teatro Nô são diferentes dos atores de palco ocidentais, que apenas fazem uso de suas impressões visuais e de seus movimentos para sugerir a essência de suas histórias. Esses atores incorporam o papel e o desempenham como se fossem os verdadeiros personagens. 
  • 15. Antigamente os espectadores assistiam à peça já sabendo seu enredo e conhecendo bem o cenário. Desta forma eles podiam apreciar os símbolos e as sutis insinuações da história e cultura japonesa que eram embutidas em palavras e movimentos. Cada gesto e movimento têm um significado. Já nos dias de hoje, grande parte dos espectadores têm uma certa dificuldade em entender tais insinuações, necessitando assim para melhor entendimento, de alguns prospectos, que são distribuídos previamente, contendo sinopses e explicações da peça a ser prestigiada..
  • 16. Tradicionalmente, as peças do teatro Nô são muito longas e tem um caráter muito sério. Por isso, para que não fique muito cansativo, são apresentadas ao longo da peça algumas apresentações do KYOGEN. O KYOGEN é uma espécie de teatro cômico tendo como função aliviar a tensão da dramaticidade do teatro Nô Ao contrário do teatro Nô, que é em sua maior parte de natureza musical, o KYOGEN enfatiza o diálogo e é geralmente apresentado sem máscaras.
  • 17. Kathakali, o teatro sagrado ORIGEM: Segundo lendas hindus Vishnu reencarnou na terra pela sexta vez na forma de Parasurama , para proteger a supremacia espiritual e social da casta dos Brâmanes. Após inúmeras guerras, ele finalmente resolveu abandonar sua trajetória sangrenta e, em forma simbólica, lançou seu machado ao mar. Com o golpe, a arma caiu no sul da índia e sua violência fez emergir uma faixa de terra a qual Parasurama chamou de Malabar .
  • 18. Para povoar essa terra sagrada, foram levadas famílias de Brâmanes que formaram uma sociedade extremamente religiosa e ritualística. Hoje em dia Malabar é chamada de Kerala (a terra dos templos). O intenso comércio de especiarias e o ouro negro atraiam viajantes de todo o mundo, misturando assim diferentes culturas à forte religiosidade do lugar e o gosto por grandes rituais com a constante presença de elementos dramáticos, fazendo surgir assim a mais rica forma teatral da Índia : O teatro Kathakali.
  • 19. É o estilo de dança-teatral mais popular da Índia É um espetáculo raro, inclusive na Índia. Lá ela acontece após a época das monções, em celebrações religiosas de agradecimento. É exclusivo para homens Existe exatamente como visto hoje há pelo menos 400 anos O teatro-dança de Kathakali recebe inclusive influência das antigas artes marciais de Kerala Existem muitas passagens com reflexões morais e de sabedoria que sempre são faladas pelos personagens mais importantes e em sânscrito, uma língua que não é mais comum na Índia desde o ano 300 a.C, mas é considerada nobre e sagrada, falada até hoje pelos brâmanes. Enquanto os deuses, heróis e personagens importantes falam no dialeto aristocrático, as mulheres, escravos e personagens menores falam o dialeto da classe baixa. As peças terminam assim como começam: com uma prece.
  • 20. Não há valorização de expressões ou ações nas peças hindus. A tristeza é representada por uma leve melancolia. Beijar, comer, dormir ou gritar é considerado indelicado. Como nas peças gregas, havia um freqüente contato entre a Terra e o Céu. Na Índia não existem palavras distintas para dança e teatro, nem em sânscrito ou em qualquer dialeto falado pelo país. Daí percebe-se o quão profundamente ligadas essas duas artes estão neste país que as vê como um só.
  • 21. PALCO e MÚSICA: Na Índia acredita-se que todo palco seja sagrado pois é um local escolhido pelos deuses para que se dê a eterna luta entre o bem e o mal. Por o Kathakali ser essencialmente hindu tudo nele é cheio de significados religiosos e realizado como um ritual. O palco é simples. Á frente usa-se uma lamparina alimentada por óleo de coco. Por ser ritual, antes da peça começar, o vocalista inicia uma canção invocatória acompanhado por címbalos e percussão. Durante o ritual de inicialização, um ator permanece por trás das cortinas realizando uma performance .
  • 22. MAQUIAGEM E FIGURINO: A maquiagem determina, no kathakali a natureza dos personagens. Cada personagem têm uma roupa e maquiagem específica. Ambos são altamente elaborados. O ator leva três horas e meia só pra se maquiar e duas horas para se vestir antes de cada apresentação. AS CORES: Verde: herói Bigode, protuberância no nariz ou no centro da testa (Chuttippu): demônio-guerreiro Bigode branco (veluppu-tadi): personagem Hanuman, do épico Ramayana, que possui boa natureza Bigode preto (karuppu-tadi): selvagem com características heróicas Bigode Vermelho (Chokanna-Tadi): características terríveis e destrutivas Maquiagens onde há o predomínio de preto: moradores das florestas, caçadores e demônios femininos
  • 23. PERSONAGENS: (3 tipos em geral) Sattvik (denominado Pacha) - nobre, heróico, generoso e refinado ex: Rama e Krishna Rajasik (denominado Kathi) - não só heróis e sim pertencentes a classe dos demônios guerreiros ex: Kamsa e Ravana Tamasik (denominado Kari) - caçadores, moradores da floresta e demônios femininos
  • 24.
  • 25.
  • 26. F I M !