Aracaju foi fundada em 1855 como nova capital da província de Sergipe para substituir São Cristóvão. A cidade foi projetada de forma geométrica, diferentemente da maioria das cidades da época, tornando-se uma das primeiras capitais brasileiras planejadas. Atualmente, Aracaju é considerada a capital com melhor qualidade de vida do Brasil, graças aos investimentos em saúde, educação, infraestrutura e incentivos à prática de esportes.
1. História de Aracaju
Como cidade projetada, Aracaju nasceu em 1855 por necessidades
econômicas. Uma assembléia elevou o povoado de Santo Antônio
do Aracaju à categoria de cidade e a transformou em capital, em
lugar de São Cristóvão, antiga sede da Província de Sergipe Del
Rey. A transferência se deu por iniciativa do presidente da
Província, Inácio Barbosa, e do barão do Maruim Provincial. A
pequena São Cristóvão não mais oferecia condições para ser sede
administrativa e a pressão econômica do Vale do Cotinguiba - maior
região produtora de açúcar - exigia a mudança. Era preciso
urgentemente a criação de um porto que garantisse a escoação da
produção.
Somente em 1865, a capital se firmou. Era o término de uma
década de lutas contra uma série de adversidades políticas, sociais
e estruturais. A partir dessa data, ocorre um novo ciclo de
desenvolvimento, que dura até os primeiros e agitados anos após a
proclamação da República. Em 1884, surge a primeira fábrica de
tecidos, marcando o início do desenvolvimento industrial. Em junho
de 1886, Aracaju tinha uma população de 1.484 habitantes e já
havia a imprensa oficial, além de algumas linhas de barco para o
interior.
Em 1900, inicia-se a pavimentação com pedras regulares e são
executadas obras de embelezamento e saneamento. As principais
capitais do país sofriam reformas para a melhoria da qualidade de
vida dos habitantes. Aracaju - que já nasceu na vanguarda -
acompanhava o movimento nacional e, em 1908, é inaugurado o
2. serviço de água encanada, um luxo para a época. Em 1914 é a vez
dos esgotos sanitários e no mesmo ano chega a estrada de ferro.
Um tabuleiro de xadrez
Aracaju foi uma das primeiras capitais brasileiras a ser projetada. O
projeto desafiou a capacidade da engenharia da época, face à sua
localização numa área onde predominavam pântanos e charcos. O
desenho urbano da cidade foi elaborado por uma comissão de
engenheiros, tendo como responsável Sebastião Basílio Pirro.
Alguns estudos a respeito de Aracaju propagaram a idéia de que o
plano da cidade havia sido concebido a partir de modelos de
vanguarda em grandes centros urbanos da época - Washington
(EUA), Camberra (Austrália), Chicago (EUA), Buenos Aires
(Argentina), etc.
Centro do poder político-administrativo, a Praça do Palácio (atual
Praça Fausto Cardoso), foi o ponto de partida para o crescimento
da cidade, pois todas as ruas foram ordenadas geometricamente,
como um tabuleiro de xadrez, para terminar no Rio Sergipe.
Até então, as cidades existentes antes do século XVII adaptavam-
se às respectivas condições topográficas naturais, estabelecendo
uma irregularidade no panorama urbano. O engenheiro Pirro
contrapôs essa irregularidade e Aracaju foi, no Brasil, um dos
primeiros exemplos de tal tendência geométrica.
Capitania de Sergipe
3. Logo após o descobrimento do Brasil, em 1500, algumas áreas da
nova colônia de Portugal encontravam-se em estado de guerra
devido às divergências culturais entre índios, negros escravos e os
invasores de outros países da Europa. A necessidade de conquistar
a faixa territorial que hoje compreende o Estado de Sergipe e
acabar com as brigas entre índios, franceses e negros, que não
aceitavam o domínio português, era de extrema urgência para o
trono.
O local onde hoje se encontra o município de Aracaju era a
residência oficial do temível e cruel cacique Serigy, que, segundo
Clodomir Silva no "Álbum de Sergipe", de 1922, dominava desde as
margens do rio Sergipe até as margens do rio Vaza-Barris. Em
1590, Cristóvão de Barros atacou as tribos do cacique Serigy e de
seu irmão Siriri, matando e derrotando os índios. Assim, no dia 1 de
janeiro de 1590, Cristóvão Barros fundou a cidade de São Cristóvão
(mais tarde capital da província) junto à foz do Rio Sergipe e definiu
a Capitania de Sergipe.
Geografia
Aracaju é bastante quente durante a maior parte do ano. A
temperatura média é de 26º C. As chuvas se concentram entre os
meses de março e agosto e a precipitação média anual é de 1.590
mm. A cidade é banhada pelos rios Sergipe, Vaza Barris, Rio do
Sal, Poxim e Pitanga e se limita com os municípios de São
Cristóvão, Nossa Senhora do Socorro e Santo Amaro das Brotas.
A capital sergipana tem 35 km de litoral. À beira mar, sobretudo nos
bairros Atalaia e Coroa do Meio e nas praias do litoral sul, estão os
4. hotéis e casas de veraneio. Os prédios baixos no litoral facilitam a
circulação de ar por toda a cidade.
A vegetação predominante é o manguezal, que se concentra às
margens dos rios. Além de mangues, também são consideradas
áreas de preservação ambiental algumas restingas e o Morro do
Urubu, um dos últimos remanescentes de Mata Atlântica.
O relevo plano é propício à prática do ciclismo, sendo o uso da
bicicleta um meio de transporte bastante incentivado pela
Prefeitura, que nos últimos anos construiu mais de 50 km de
ciclovias. A política de ampliação da rede cicloviária tem ajudado a
diminuir os congestionamentos e a poluição ambiental provocada
pela liberação de gás carbônico pelos veículos.
População
A população da cidade cresceu muito desde que fundada, em 1855.
O primeiro levantamento de que se tem notícia data de 1872,
quando foram contabilizados 9.559 moradores. De lá para cá, os
números evoluíram da seguinte forma: 16.336 (1890), 21.132
(1900), 37.440 (1920), 59.031 (1940), 78.364 (1950), 115.713
(1960), 183.670 (1970), 293.100 (1980), 402.341 (1991), 425.726
(1996) e 461.534 (2000). Mais recentemente, em 2007, o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) contabilizou 520.303
habitantes, distribuídos em 174 km².
Economia
Os serviços, a indústria e o comércio são a base da economia
aracajuana. O Produto Interno Bruto (PIB) do município chegou a
5. R$ 5.021 bilhões em 2005, conforme levantamento do IBGE. No
ano passado, o instituto fez nova apuração e constatou que Aracaju
tem PIB per capita de R$ 10.071, ficando na 13ª colocação entre
todas as capitais do país e em segundo lugar na região Nordeste.
Outro aspecto marcante da economia é a excelente capacidade de
endividamento do município e o equilíbrio das contas públicas. Com
base nos relatórios de gestão elaborados até o mês de agosto de
2008, Aracaju está entre as capitais brasileiras que cumprem
integralmente as metas fixadas pela Lei de Responsabilidade Fiscal
(LRF).
A eficiente relação emprego/renda também está refletida nos dados
econômicos de Aracaju. No último relatório divulgado pela
Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan),em 2009, a
cidade aparece com o maior Índice de Desenvolvimento Municipal
(IFDM) entre as capitais do Nordeste e na sexta posição em nível
nacional.
Na categoria específica ‘Emprego e Renda', a capital de Sergipe
obteve um índice de 0,9011, numa escala que vai de 0 a 1, e se
manteve à frente de grandes centros como Brasília (0,8805), Rio de
Janeiro (0,8673) e Porto Alegre (0,8839). A geração e o estoque de
emprego formal, atrelados à média salarial do aracajuano, formam
os fatores analisados na pesquisa.
6. Qualidade de vida
Entre todas as capitais brasileiras, Aracaju é considerada a que
mais apresenta as condições necessárias para que a população
possa desfrutar de uma vida saudável e feliz, segundo resultados
de uma pesquisa elaborada pelo Ministério da Saúde. Para quem
mora na capital sergipana ou faz questão de incluí-la em seu roteiro
de viagens, a qualidade de vida é visível. Nas ruas, praças, parques
e em todos os lugares é possível perceber que os investimentos em
obras de infraestrutura e em aspectos sociais como a saúde e a
educação têm gerado resultados positivos para a cidade, que é
considerada a capital brasileira da qualidade de vida.
Saúde
O título de qualidade de vida não vem à toa quando uma
administração municipal resolve colocar como prioridade os
investimentos na saúde pública. Com pouco mais de 500 mil
habitantes, a cidade contabiliza 43 Unidades Básicas de Saúde
(UBS), com equipes médicas preparadas para atender às
comunidades de cada bairro, o que representa para o Sistema
Único de Saúde uma cobertura de 94%.
Além disso, a Prefeitura de Aracaju disponibiliza para a população
seis Centros de Especialidades Médicas, cinco Centros de Atenção
Psicossocial (Caps), dois Hospitais Municipais de Urgência e duas
unidades de outros serviços próprios (Centro de Controle de
Zoonoses e Samu). Toda essa estrutura é preparada para oferecer
um serviço público de qualidade a todos que ajudam a fazer de
Aracaju a melhor cidade para se viver.
7. Nem mesmo a dengue, endemia que atormenta os municípios do
litoral, foi capaz de comprometer a qualidade de vida de Aracaju.
Graças à eficiência do Programa de Combate à Dengue da PMA,
que inclui trabalhos semanais de força-tarefa, capacitação e
efetivação dos agentes municipais de endemias e constantes
trabalhos de conscientização, foi possível obter uma redução de
97% dos casos de dengue na capital, em comparação ao que foi
registrado em 2009.
Saúde da mulher
Todas as 43 Unidades de Saúde têm profissionais preparados para
atender às mulheres de Aracaju, com todas as suas
especificidades. Graças ao projeto ‘Mamãe Coruja', que funciona no
Centro de Especialidades Médicas (Cemar) Siqueira Campos, é
possível que moradoras de cada bairro realizem o serviço de pré-
natal qualificado e acompanhem de forma mais saudável a
gestação. Também merecem destaque as ações de combate à
violência contra a mulher, com a realização de eventos informativos,
campanhas e assistência básica e sigilosa às vítimas.
A Secretaria da Saúde realiza uma média mensal de 1.500 exames
para prevenção ao câncer de colo de útero, com uma meta de
aumentar esse número para 3.500. Além disso, Aracaju foi
apontada pelo Ministério da Saúde como a quarta capital brasileira
e a primeira do Nordeste em número de mamografias realizadas em
mulheres com idade entre 50 e 69 anos. A cobertura atingida foi de
80,4% entre o público dessa faixa etária, sendo superada apenas
por Florianópolis (80,6%), Vitória do Espírito Santo (81,9%) e Belo
Horizonte (84,1%).
8. Academia da Cidade
Uma boa saúde não se consegue apenas com tratamento médico,
mas também com a adoção de hábitos saudáveis. Exibido em rede
nacional - no programa Globo Repórter, da Rede Globo - como um
modelo a ser seguido, o Programa Academia da Cidade atende a
mais de dois mil cidadãos de diversas faixas etárias. Viabilizado por
meio de uma parceria com o Departamento de Educação Física da
Universidade Federal de Sergipe (UFS), a iniciativa é desenvolvida
em 15 praças, quadras e calçadões distribuídos por todo o
município.
Programa de Ciclovias
As aulas de educação física acontecem em uma hora e são
compostas por alongamento, caminhada, atividades aeróbicas e
localizadas e mais um alongamento ao final. Além disso, também
chama a atenção o incentivo que a Prefeitura tem destinado ao uso
da bicicleta como meio de transporte. A construção de 56,4 km de
ciclovias nas principais avenidas da cidade e a instalação de
bicicletários seguros no Centro tem feito de Aracaju a capital
nacional do ciclismo.
E esse ano a extensão da rede cicloviária deve aumentar com a
construção de mais 5,5 km de ciclovias, ligando a Atalaia à Beira
Mar. Já são mais de R$ 11 milhões investidos na ampliação e
estruturação de vias exclusivas para ciclistas. Todo o esforço em
estimular a população a adotar hábitos saudáveis também tem
gerado resultados positivos para o trânsito. Com a realização de
campanhas educativas, o município conseguiu reduzir o número de
9. acidentes envolvendo bicicletas em 50% em relação ao ano
passado.
Plantio de árvores
Ao longo do ano de 2009, o projeto 'Plantando Cidadania'
conseguiu plantar 5.200 mudas de árvores em toda a cidade. Em
comemoração ao aniversário de 155 anos de Aracaju, a meta para
2010 é ainda mais ousada: plantar 30 mil mudas de espécies
frutíferas, frondosas e que proporcionem sombra. Para que o
programa dê certo e se consolide como uma iniciativa capaz de
diminuir a aridez e melhorar o clima da capital, a Prefeitura espera
contar com o apoio da população e da sociedade civil organizada.
Urbanização de praças
O Programa de Urbanização de Praças do município de Aracaju
tem conquistado avanços importantes. Nos últimos dois anos, a
Prefeitura investiu mais de R$ 10 milhões em recursos próprios na
construção e reforma de 48 praças em diversos bairros. A mais
notável delas é um dos principais cartões postais da cidade, reduto
dos principais acontecimentos políticos e sociais de Sergipe: a
Fausto Cardoso, que foi integralmente revitalizada em 2009.
10. Álbum
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Ponte Juscelino Kubitschek
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Ponte Godofredo Diniz •
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Estádio Lourival Baptista
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Praia de Atalaia •
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