O documento discute controles alternativos para patógenos associados a sementes, incluindo controles preventivos, biológicos e físicos. Aborda patógenos como fungos, bactérias, vírus e nematoides, além de danos causados e medidas para reduzir a disseminação de doenças.
4. Danos
expressivos
Cultivo
Redução do poder
germinativo e nível de
vigor
Introdução precoce
e aleatória de focos
de infecção nas
áreas de plantio
Necessidade de
aplicação extra de
produtos
fitossanitários
Formação de
sementes
anormais
Produções
menores
Inutilização
temporária de
áreas para o
cultivo de
algumas
espécies
vegetais
Seleção de
Populações
mais Virulentas
Pós Colheita
Contaminação de
máquinas e
equipamentos de
beneficiamento
Disseminaçao
de Patogenos
a longas
distancias
Meio de
perpetuação
de doenças
entre
gerações
Deterioração
durante o
período de
armazenamento
Neergaard (1977), Zambolim (2005).
7. A) Escleródios de Sclerotinia sclerotiorum junto de sementes de soja;
B) Conídios de Alternaria zinniae aderidos à semente de zínia;
C) Crosta de oósporos de Peronospora manshurica na superfície de sementes de soja;
D) Embrião do trigo com hifas de U. tritici .
A B
CD
Diferentes Maneiras de Associação
Fotos 1A, 1B e 1C de Prof. J.C. Machado (UFLA) e Foto 1D de
Dr.S.B. Mathur (Dinamarca)
8. Associação de Bactérias as Sementes
REINO DIVISÃO CLASSE ATRIBUTO FAMILIA GÊNERO
Graciculites Proteobacteria Não fotossintética Enterobacteriaceae Erwinia
Gram negativa Pseudomonodaceae Acidovorax
Procaryotae Pseudomonas
Xanthomonas
Rhizobiaceae Agrobacterium
Firmiculites Thallobacteria Gram positiva Streptomyces
Clavibacter
Curtobacterium
MAPA, 2009 | Machado, 2009
9. Associação de Bactérias as Sementes
Externamente
Ocorrência
na Cultura
Maturação
da Semente
Internamente
Funículo
Respingos de
chuva, água e
irrigação
Através das flores, da invasão
pelo sistema vascular ou
durante o desenvolvimento e
maturação de frutos e
vagens.
MAPA, 2009 | Machado, 2009
11. Vírus Associados as Sementes
Ácido
Nucléico
Famílias
Comoviridae Fabavirus Nepovirus e Comovirus, ao qual pertence a espécie
Squash mosaic vírus (SqMV), transmitido por sementes de
Cucumis melo e Cucurbita sp
ssRNA (+)
Potyviridae Rymovirus, Macluravirus, Tritimovirus, Ipomovirus,
Bymovirus e Potyvirus onde se encontram as espécies Bean
common mosaic virus (BCMV) e Lettuce mosaic virus (LMV),
transmitidas por sementes de feijão e de alface,
respectivamente.
Não
Classificadas
Soemovirus, Idaeovirus, Umbravirus, Ourmiavirus,
Tobravirus, Hordeivirus, Furovirus, Pomovirus, Pecluvirus,
Benyvirus e Tobamovirus, onde se encontram as espécies
Tobacco mosaic vírus (TMV), Tomato mosaic virus (ToMV) e
Pepper mild mottle virus (PMMoV), transmitidas por
sementes de espécies de Capsicum sp. TMV e ToMV são
também transmitidas por sementes de tomate. Há ainda os
gêneros propostos Cheravirus e SadwavirusM.A. Mayo & A.A. Brunt – 2005
12. Mecanismos de Transmissão
dos Vírus nas Sementes
Contaminação da plântula
• Meios mecânicos
• Resíduos dessecados das polpas e dos
frutos
Contaminação do Embrião
• Plantas Jovens
• Gametas Masculinos -> Grãos de pólen
M.A. Mayo & A.A. Brunt – 2005 | MAPA, 2009
13. Associação de Nematoides as Sementes
Classe SECERNENTEA
Sub-classe DIPLOGASTERIA
Ordem TYLENCHIDA
Famílias APHELENCHODIDAE ANGUINIDAE HETERODERIDADE
Gêneros Aphelenchoides Anguina
Ditylenchus
Heterodera
besseyi tritici
dipsaci
glycine
Machado et al , 2009 |
14. Associação de Nematoides nas Sementes
No interior: abrigados entre a
casca e o endosperma.
Associados à
fragmentos vegetais
da planta- mãe
infectada junto às
semente
Transformam o ovário
da flor em galhas,
misturando-se às
sementes produzidas.
Em pequenas cavidades das
sementes de cereais e de
gramíneas.
Na região do hilo e em
lesões.
Na forma de cistos,
aderidos às sementes.
MAPA, 2009 | Machado, 2009
15. Princípios Gerais no Controle
de Fitodoenças
Eliminação
Redução
Prevenção
Patógenos não
introduzidos
Patógenos já
Introduzidos
MAPA, 2009 | Machado, 2009
16. Controle Preventivo - Legislação
A produção, o comércio, a exportação, a importação e outras
atividades relacionadas a sementes e mudas no Brasil são
regidas pela Lei 10.711/03, que instituiu o Sistema Nacional
de Sementes e Mudas, regulamentada pelo Decreto
5.153/04.
Para produzir, exportar, importar sementes ou mudas é
necessário estar inscrito no Registro Nacional de Sementes
e Mudas: RENASEM, alem do Registro Nacional de
Cultivares: RNC.
Os procedimentos para a exportação e importação de
sementes e mudas são detalhados na Instrução Normativa
50/06. A importação e exportação de qualquer quantidade
de sementes ou mudas precisam de autorização prévia do
Ministério da Agricultura, inclusive para os materiais
despachados via postal e aqueles transportados por
passageiros em trânsito internacional.
http://www.agricultura.gov.br/vegetal/sementes-
17. Certificados de Sanidade de Sementes
Certificados Domésticos
Certificado Fitossanitário
de Origem - CFO
Emitido por autoridades
credenciadas
Boletim de Análise
Sanitária de Sementes
Emitido por Laboratórios
Credenciados pelo
Ministério da Agricultura
Particulares ou públicos
Certificado ROMA (1951)
Emitido para fins de
quarentena vegetal
Certificados de Qualidade
de Sementes no Geral
Credenciados pela:
Associação Internacional
de Ensaios de Sementes
MAPA, 2009 | Machado, 2009
18. Certificados Emitidos pelo ISTA
ORANGE
Emitido para lotes amostrados,
analisados e selados em um único país;
GREEN
Emitido para lotes amostrados e selados
em um país, porém testados e
certificados em outro;
BLUE
Emitido em casos em que os
certificados anteriores não podem ser
usados sendo o resultado da análise
referente apenas à amostra testada.
MAPA, 2009 | Machado, 2009
19. Medidas de Controle Preventivo
Escolha de variedades com maior
resistência às doenças.
Escolha de áreas e épocas de
cultivo apropriadas.
Aquisição e uso de sementes
sadias.
Fase de Pré-Plantio
- Soja (Resistente ao
cancro da haste)
- Feijão (Resistente
ao Vírus do Mosaico
Comum).
MAPA, 2009 | Machado, 200
20. Medidas de Controle Preventivo
Fase de Campo
Tratos culturais corretos para
cada espécie.
Colheita e transporte sob
controle.
Rotação de culturas.
- Espaçamento;
- Densidade de
semeadura;
- Manejo de plantas;
invasoras, (roguing);
- Nutrição correta.
- Regulagem de
equipamentos;
- Hora de colheita
(ausência de orvalho ou
sem umidade de
chuvas);
- Cuidados no transporte
(sem traumas físicos na
operação).
MAPA, 2009 | Machado, 2009
21. Medidas de Controle Preventivo
Fase Pós Colheita
Beneficiamento (medidas
separatórias)
Limpeza das máquinas, equipamentos e
locais (controle do ambiente de
armazenamento).
Inativação de inóculo de alguns
patógenos.
Indexação do perfil de qualidade
do lote a ser comercializado;
Podem ser removidos nesta etapa:
Inoculo, fragmentos vegetais,
sementes de outras espécies e
torrões passiveis de contaminações.
Aeração com monitoramento
da temperatura e umidade
atmosférica.
MAPA, 2009 | Machado, 2009
23. Potenciais Agentes
Antagônicos e Seus
Mecanismos de Ação
• Ser geneticamente estável;
• Ser efetivo a baixas concentrações;
• Não ser exigente em requerimentos
nutricionais;
• Ter habilidade para sobreviver sob
condições adversas;
• Ser eficiente contra uma vasta gama
de patógenos em várias hospedeiras;
Antibiose
Competição
Parasitismo
Predação
Indução de Resistencia
Promoção de Crescimento
MICHEREFF, S.J, 2000 - UFRPE
26. Tratamentos:
- 5 isolados de T. Asperellum
- Pencycuron (Fungicida)
- Água (Testemunha)
Inoculação:
Rizoctonia solani – 25 dias depois do
transplante
Microbiolização da Semente – Preventivo
1° Pulverização aos 57 dias – Preventivo
2° Pulverização aos 66 dias - Curativo
27. Termoterapia no Tratamento de
Sementes
Emprega, como veículo de transferência de calor, a água,
o ar seco ou o vapor.
Umidade, dormência, idade, vigor,
presença de injurias, sensibilidade quanto
ao calor
Dhingra et al, 1980
Tempo de exposição x temperatura
28. Características
método não poluente;
ação erradicante de infecções profundas;
ausência de efeito ou proteção residual após o tratamento;
método limitado a algumas espécies e a pequenos volumes de
sementes;
exigente em equipamentos de maior precisão;
necessidade de tratamento químico complementar;
deterioração mais rápida durante o armazenamento.
Dhingra et al, 1980
29. Calor Úmido
Pré-aquecimento
(5 e 8oC)
Imersão em temperatura de 49 e 52oC, por um
tempo de 15 a 30 minutos.
Hortaliças:
Aipo, alface,
cenoura,
crucíferas,
espinafre,
pepino,
pimenta e
tomate.
Dhingra et al, 1980
30. Calor Seco
Secadores ou estufas
90°-100 °C / 12 h
menos danos as sementes por ao haver rompimento do
tegumento
Sementes de algodoeiro (Colletotrichum gossypii), Cistos
em beterraba açucareira (Heterodera schachtii), estacas
de cana-de-açúcar contra o raquitismo da soqueira, etc
Dhingra et al, 1980
31. Tratamento Com Energia Solar
Geralmente empregado para sementes de cereais em
países com verão quente.
Dhingra et al, 1980
Foto: Jaime Roberto Fonseca
32.
33.
34. Controle Com Óleos Essenciais e
Extratos Vegetais
Utilizados até a metade do século XIX para o controle
de pragas e doenças agrícolas
Os principais usos: controle de pragas e doenças,
repelentes de insetos, indução de resistência nas plantas,
com propriedades herbicidas inibidores da germinação de
sementes de plantas daninhas.
(BIASI; DESCHAMPS, 2009).
35. Morais et al. (2008) avaliaram a inibição do fungo
Cladosporium sp. pelo óleo de Cymbopogon flexuosus
em sementes de feijão;
Jardinetti et al. (2011) verificaram que o efeito de
óleos essenciais de eucalipto, capim limão e tomilho
apresentaram redução da incidência de Fusarium sp.
e Aspergillus spp. na semente e plântula de milho.
36.
37.
38. Mecanismos de Ação
Estrutura da parede celular
Desnaturação e coagulação de proteínas
Permeabilidade da membrana plasmática
40. Mecanismos de Ação
Inibir as proteinases, promover a lignificação (TERRY;
JOYCE, 2004)
Alterar o metabolismo das fitoalexinas (MAZARO et al.,
2008)
Induzir a formação de compostos fenólicos (BAUTISTA-
BAÑOS et al., 2006)
Ativar as enzimas quitinases e beta-1,3-glucanases
(ZHANG; QUANTICK, 1998)
41. Sementes Resistentes
Soja (Resistente ao cancro da haste (Diaporthe
phaseolorum f. sp. Meridionalis)
Mancha olho de rã (Cercospora sojina)
agrolink.com
49. -
Fusarium
- Pythium
Oosporos de Pythium em
tecido radicular infectado
http://paginas.cav.udesc.br/a2rtc/public_html/4%20ControleSementesGr%E3oVermelhos.ppt
50. Exemplo 1: Trigo x B. sorokiniana
Lote de sementes de trigo com 30% de incidência de B.
sorrkiniana (analise de laboratório)
Taxa de transmissão de B. sorokiniana: 71% para coleóptilos
(Forcelini, 1992)
Densidade de semeadura: 350 sementes por m2
Emergência de coleóptilos infectados por m2: 74,5 coleóptilos
Produção de conídios de coleóptilos (na quarta semana após
semeadura): 3.268 (Reis e Forcelini, 1993)
51. Produção de conídios por m2: 243.466
Resultado: De acordo com esses dados o patógeno está presente
na lavoura e, dependendo das praticas culturais utilizadas e das
condições climáticas predominantes após a semeadura, pode
acorrer epidemia da manha-marrom nos primeiros estádios de
desenvolvimento da planta.
52. Hibrido de milho com 20% de incidência de F. vertillioides
(analise de laboratório)
Taxa de transmissão de F. vertillioides: 23,6% para mesocótilo
(Sartori et al., 2004)
Densidade de semeadura: 55.000 plantas por hectare
Plantas infectadas por hectare: 2.696
Exemplo 2: Milho x F. verticillioides
53. Resultado: Presença do patógeno na lavoura. Dependendo das
práticas culturais utilizadas e das condições climáticas até a
maturação/colheita, podem ocorrer problemas de podridão da
base do colmo, acamamento ou morte precoce da planta, com
reflexos no rendimento dos grãos, e podridão da espiga
provocando redução da qualidade e quantidade de grãos ou
semente colhida.
55. Tobaco rattle vírus (TRV)
Transmitido por sementes de tomate (BRUUN-RASMUSSEN;
SUNDELIN, 2001);
Infecta mais de 100 hospedeiros em condições naturais e
mais de 400 em laboratório;
Presente em 13 dos 14 (Israel) países que exportam
sementes para o Brasil.
Uma vez introduzido o vírus é transmitido por nematoides
dos gêneros Trichodorus e Paratrichodorus e plantas do
gênero Cuscuta.
56. Foliar symptoms associated with TRV infection of potato cv.
Russet Norkota and peony.
http://www.apsnet.org/publications/imageresources/Pages
/Tobaccorattleviruspeony.aspx
http://www.plantmanagementnetwork.org/pub/php/brie
f/2007/potato/
57. Strawberry latent ringspot virus
(SLRV)
Normativa Nº 52/2007 consta como praga quarentenária
ausente;
Tem como alguns hospedeiros o tomate, a couve-flor, o
melão e a melancia;
Segundo o MDIC (AliceWeb) de 2006 a 2014, o Brasil
importou 1 tonelada de sementes de melão da Espanha.
58. Conclusão
O manejo integrado no tratamento de sementes ainda é
o melhor caminho a seguir, uma vez que, nem sempre é
possível tratar com eficiência determinado produto sem
a utilização do químico.
A legislação brasileira oferece brechas que podem
causar prejuízos a agricultura nacional.