Este documento fornece uma introdução concisa sobre conceitos feministas básicos, incluindo: 1) Feminismo propõe igualdade de direitos entre homens e mulheres e acredita que gênero não determina funções; 2) Machismo prega a superioridade masculina e rejeita a capacidade feminina; 3) Lutas feministas atuais incluem igualdade salarial, fim da cultura do estupro, descriminalização do aborto e combate à violência contra a mulher.

1. FEMINISMO – INICIAÇÃO E
CONCEITOS BÁSICOS*
By jessica_rockeer
Chocante. Como ousam?
*Baseado em minhas próprias ideias e pesquisas, este documento é válido apenas para fins de instrução
informal, e pode conter eventuais erros

2. ♥ SEXTREMISM MY ASS ♥.
Bolas sangrentas: isso não é feminismo.
Pega seu elitismo e volta pra Ucrânia, minha filha. Mentira, engole ele, caga ele, e lê uns livros enquanto isso.

3. Alguns conceitos simplificados
Já que aprender não arranca pedaço.
Me quero livre também.
Yes, please!

4. Feminismo é um movimento que propõe a igualdade de direitos entre homens e
mulheres. Ele acredita que gênero não determina inteligência ou funções sociais.
Somos iguais.
O Feminismo acredita que nenhum ser humano deva ser subjulgado por ter nascido
homem ou mulher; rico ou pobre, negro ou branco, heterossexual ou homossexual; no
Nordeste ou no Sul.
O Feminismo não almeja a extinção dos homens.
O Feminismo não é o contrário de Machismo.
O Feminismo não prega que homens e mulheres devam ser iguais biologicamente.
O Feminismo não é falta de ‘louça suja’.
O Feminismo manda avisar que já está cansado de piadinhas centenárias.

5. O Machismo prega a superioridade do homem sobre a mulher, rejeitando sua
capacidade intelectual e - majoritariamente - física.
A melhor coisa que o homem acima faz com a boca, ainda é mantê-la fechada.
Machismo e Masculinismo têm conceitos diferentes, embora estejam interligados.
O Masculinismo trata dos direitos dos homens e é contra a suposta “privilegiação”
dada pelo Estado às mulheres.
Machismo é a grande causa do Masculinismo, visto que tudo os ‘mascus’ consideram
privilégios femininos, são apenas diferenciações que o próprio Machismo determinou.
O macho ideal. Só que não.

6. Machismo. Um homem deve lutar para defender seu território, independentemente
de sua vontade. Poucas mulheres conseguem ser admitidas para o serviço militar, e
geralmente quando conseguem, são alvo de machismo indiscriminado por parte de colegas e
superiores.
“Meu garoto.”
Machismo. Um homem ou um garoto são incentivados às práticas sexuais muito cedo,
e ensinados que são elas que determinam sua ‘virilidade’, o seu ‘ser macho’.

7. Adivinhou? Machismo. Essa foi fácil. Afinal, é ou não é o homem o único incumbido de
ser o grande e suficiente provedor da casa? “Ele que se vire, então.” O Machismo diz que sim,
claro que sim. O Feminismo acredita que não. Homens e mulheres devem contribuir juntos.
Alou anti-feministas: o inimigo de vocês é outro, tá?
Feminismo e Machismo não são opostos.
Pfvr finge de morto.

8. O oposto de Machismo é o Femismo.
E Femismo não é o mesmo que Feminismo.
Femismo é o Machismo invertido e em forma de ‘vingança’ a este último. O Femismo
quer uma sociedade matriarcal baseada na submissão do homem.
É, tipo isso.
O Machismo impõe normas de conduta e pressão a mulheres, mas também o faz com
homens. É prejudicial a todas as pessoas, de qualquer gênero e orientação sexual, que se veem
presos à ideia opressiva de que ‘menino-só-faz-tal-coisa-e-menina-só-faz-outra-tal-coisa”,
desprezando totalmente a individualidade de cada ser humano.
Ow, deixa os molequinho brincar cas comidinha também.

9. Sexismo é o ato de privilegiar este ou aquele gênero, diminuindo o outro.
Sexismo contra mulheres: machismo.
Sexismo contra homens: femismo.
Misoginia é o termo que caracteriza pessoas que sentem ódio/aversão ao gênero
feminino. Crimes de ódio em todo o mundo são praticados por misoginia. Aqui no Brasil, um
exemplo foi o caso da chacina de Realengo, RJ.
Misandria é o termo que caracteriza pessoas que sentem ódio/aversão ao gênero
masculino.
Femistas são misândric@s, feministas não são.
Tudo tem.

10. Homofobia é antipatia/desprezo/preconceito/aversão/medo irracional a
homossexuais, transgêneros, transexuais, travestis, intersexuais.
Em suma, avessos a tudo que é diferente e, segundo eles, ameaça a “ordem natural
das coisas”.
Todos os tipos de amor, me abracem! (Homofóbicos also known as fiscais de bunda alheia.)
Homofóbicos são machistas. Machistas são homofóbicos. Não há exceções. E ambos
ainda são, possivelmente, racistas e classistas.
Eike gente maravilhosa. “God hates no one.”

11. Cissexismo* é a noção de que só existe um tipo de corpo e que ele está alinhando com
o gênero designado ao nascer.
Tão humanos quanto vocês, cis.
“Todas as pessoas nascem OU com um pênis, OU com uma vagina. Quem nasce com pênis é
homem, quem nasce com uma vagina é mulher.”
O Cissexismo considera que o indivíduo que age, sente e pensa diferente a essa noção
binária de gênero (onde só existe o masculino/feminino), deve ter alguma patologia, é
considerado anormal e precisa de intervenção cirúrgica e/ou psicológica.
Somos umas bestas mesmo.
*Esse é um tema bem mais abrangente e que eu tentei resumir e simplificar ao máximo aqui.

12. Lipofobia nada mais é que o tal do ‘ODEIO GENTE GORDA!’, ‘GORDOS SÃO GORDOS
PORQUE QUEREM’ dentre outras declarações tristes que todos nós já falamos.

13. Afinal, o que querem las
mujeres?
É pedir muito?

14. Lutas feministas atuais
Por que reclamam tanto? Por que ficam tirando a roupa na rua e ainda pedindo respeito? Por que ficam falando de
(shhhhhhhh) buceta (shhhhhhhh) e mal dos homi? Ora mulheres, calai estas vossas bocas.
Igualdade de salários para homens e mulheres
Inclusive estabelecendo uma multa para empregadores que discriminarem suas
funcionárias, pagando menos às mulheres pelo mesmo cargo ocupado por homens.

15. Fim da cultura de estupro
É a cultura que tende a responsabilizar as vítimas de violência sexual. É representada pela
popular e incompreendida “Marcha das Vadias” que visa conscientizar as pessoas que
condenar a vítima de estupro é algo ineficaz, ofensivo, provoca danos psicológicos e inibe
denúncias de estupro.
A cultura de estupro funciona assim: Foi estuprada? Culpa sua por ter enchido a cara.
Culpa sua por estudar à noite e voltar tarde pra casa. Aliás, mulher quer estudar pra quê?
Culpa sua que saiu na rua com roupa curta, e daí que tava calor? Tem que se cobrir mesmo.
Culpa sua que não gritou, culpa sua que não lutou, culpa sua que não é mais virgem, culpa sua
que é puta (e ainda quer reclamar?), culpa sua ter nascido mulher. Só sua.

16. Roupa curta não é crime. Estuprar, é.
Porque estupro não é somente penetração forçada, sabe?

17. É como sofrer um assalto e lhe dizerem que a culpa foi sua por ter saído de casa levando relógio, celular, dinheiro...
O movimento também visa dar fim à censura de que a exibição de seios femininos é
algo ‘obsceno’, oprimindo até mesmo mães em fase de amamentação, que devem “cobrir” os
seios ao fazerem isso em público.

18. Criminalização da homofobia e transfobia
Flw, então.
Movimentos feministas dão forte suporte e incentivo ao Projeto de Lei
122/2006 (PLC122), imprescindível para combater a desproporcional violência de gênero que a
comunidade LGBT sofre no Brasil.
Uhul.
Esta NÃO é uma lei de privilégios, é uma lei que busca o fim da discriminação por raça,
condição física, condição social, gênero, orientação sexual, visão religiosa, etc.

19. Pela descriminalização do aborto
A exemplo de vários outros países cujos governos já se conscientizaram que o aborto
ser um crime provoca muitos malefícios para a sociedade, ainda é uma medida ineficaz para
evitar abortos clandestinos. Abortos acontecem. Aos montes.
Quer motivo maior?

20. Nada como um homem pra dizer o que você pode ou não pode fazer com seu corpinho de mulher.
Deixar de ser crime não fará aumentar os casos, não haverá uma “epidemia de
abortos”. Não é questão de moral. A sua moral só serve para você. É questão de saúde pública.
Aborto deve ser legal, seguro e gratuito.
Tomara que o próximo chegue logo!

21. Pelo fim da normatização da violência contra a mulher na mídia e
de estereótipos de gênero
Já ocorrem, nas redes sociais, petições e movimentos que identificam propagandas,
sites e outras mídias com conteúdo discriminatório e ofensivo.
Ah, o humor...
Ah, essas mulheres cheias de... coisas... na cabeça. Não, pera.

22. Já conseguimos tirar do ar propagandas ofensivas, como as da Nova Schin e Lojas
Marisa (que veiculou uma chamada de lingerie afirmando, por exemplo, que homem “de
verdade” não pode ter medo de barata, não pode ter um poodle, não pode secar o cabelo com
secador, não pode-- bullshit ad infinitum). Essas são umas das mais recentes.
A maioria dos casos é resolvida através das redes sociais (Three Cheers to Sofativism!).
Numa propaganda da Prudence em que há uma espécie de incentivo ao estupro disfarçado de
‘brincadeirinha’, houve retaliação por parte do público (uma minoria bem barulhenta) e a
marca retirou-a do ar, assumiu a mancada, retratou-se com três vezes, prometeu incentivar
campanhas anti-estupro e cumpriu.
““Nós da Prudence lamentamos a publicação do material intitulado “Dieta do Sexo”. (...) Reforçamos nosso
compromisso em defesa da saúde pública e do desenvolvimento social e apoiamos a causa, e iremos criar uma
campanha contra a violência sexual.”

23. “E dizem que sofativismo é coisa de gente acomodada.”
“Homens são atletas, seres completos; mulheres são corpos.”
Essa luta é graciosamente ampla e inclui a extremamente necessária melhoria na
representação de pessoas negras e LGBT na mídia. Também inclui o combate à lipofobia.

24. Pelo fim da discriminação de pessoas trans*
Por um documento de identificação igualitário (carteira de identidade gênero e nome
corretos), por melhores representações na mídia, respeito às pessoas trans* e gratuidade das
cirurgias e tratamentos necessárias para a adequação sexual.
Seria constrangedor que na identidade da Fernanda contivesse um Reginaldo, não? Infelizmente existem muitas
Fernandas forçadas a serem Reginaldos Brasil (mundo) afora.
Bem como movimentos de aceitação do corpo, rejeitando binários de gênero e
cissexismo.

25. Combate à violência contra a mulher
Maria da Penha pra quê? Normal ir numa delegacia contar pra um bando de homem como foi que o maridão a
espancou.
Conscientização dos direitos das vítimas de violência doméstica. Conta com a ajuda da
Lei Maria da Penha, que também se aplica a vítimas de violência doméstica LGBT - e também
para homens vítimas de violência doméstica, pelo princípio de isonomia.
Uma nova lei da ANVISA vai começar, a partir de 2013, a exigir receitas médicas para
anticoncepcionais, inclusive a pílula do dia seguinte.
Dado o caráter emergencial da pílula do dia seguinte (deve ser tomada TIPO CORRENDO
nas primeiras 12 horas após a fecundação) não é razoável exigir que nessa janela de tempo
uma pessoa consiga marcar uma consulta e obtenha uma receita médica. (Especialmente pelo

26. querido SUS.) Isso iria dificultar o acesso a anticoncepcionais (que também é necessário para
pessoas trans* que necessitam do tratamento hormonal) e provocar um aumento nos casos de
gravidez indesejada.
Pela revogação do cadastro universal de gestantes
É um cadastro obrigatório que força grávidas a se registrarem como tal, sob pena de
perderem serviços de saúde do SUS. (Não, não é simples como parece; e não, não é exagero.)
Instituição de licenças maternidade e paternidade iguais
Já ocorre em muitos países onde a igualdade de gêneros se aproxima do ideal. (Alguém aí
falou que o Feminismo busca igualdade entre homens e mulheres? Ah, tá.)
Serviço militar voluntário independente do sexo
A luta também é sobre aumentar o direito de escolha. Mulheres não são forçadas ao
alistamento, homens também não deveriam. Essa é uma luta feminista. Livrar homens (e
pentelhos que não sabem de nada sobre o movimento) dessa obrigação passível de tantas
penalidades. (E não, não é privilégio. É também Machismo. Porque mulheres são consideradas
frágeis e inaptas, ‘coitadinhas, que querem fazer numa guerra? Vamos obrigar apenas os XX a
morrerem e sacrificarem-se contra a sua vontade. Mulheres, fiquem felizes em terem apenas
que lavar nossas fardas!’)

27. Por que o feminismo lutaria por obrigações? Ele luta pelo direito a escolha.
♥ Bônus pro amor ♥
Breve comentário of mine sobre o - pífio - argumento contra a aposentadoria
feminina. Leia, a puta dor nas minhas costas não pode ser em vão.
A lei da aposentadoria é machista. Mulheres vivem mais que homens, certo. Trabalham
tanto quanto homens (quando lhes é dada a chance), certíssimo. Logo, a lei da aposentadoria
que dá esse “privilégio” à mulher é machista, pois julga mulheres como sendo criaturas mais
fracas, frágeis. Foi uma lei criada por homens. Brancos. Não é culpa do Feminismo. Também
não é privilégio - mulheres deixam de ser contratadas por causa dessa lei (e por causa da
licença maternidade também). O Feminismo não concorda com isso. Não é porque não se faz
manifestação com seios pintados de “aposentadoria aos 65” ou “aposentadoria aos 60 para
todos”, que o movimento julga esse sexismo coerente. É que simplesmente existem coisas mais
sérias e urgentes para serem discutidas. Coisas, por exemplo, que estão matando mulheres ao
redor do mundo hoje e agora. Por que é tão mais cômodo ficar sempre no mesmo lugar
ridicularizando um movimento importante e significativo, acusando-o de inverdades, do que
também protestar contra o que se acha errado?
Ai Almeidinhas, ‘cês cansam a gente.

28. *~Links sérios~*
- Um colunista no PDH escreveu sobre o Feminismo de um jeito não totalmente correto, mas é
válido. Eu podaria umas coisinhas, mas num geral é bem explicativo. Ele ainda abrange no
texto dele o feminismo mais antigo no Brasil, que eu deixei de fora por ainda estar
aprendendo.
http://papodehomem.com.br/feminismo
Propaganda sexista Marisa
http://youtu.be/bjL6eDMsyeU
Propaganda Marisa incentivando distúrbios alimentares
http://youtu.be/3iKNi8CSIEk
(Os comentários <3)
Propaganda Nova Schin (apologia ao assédio/estupro)
http://youtu.be/8T6XQhLgO20
Essas feministas são mesmo umas chatas
http://migre.me/bNhXx
Então puxaí tua cartelinha que aqui é BINGO ANTI-FEMINISTA, CARA
http://migre.me/bNtb3

29. Ah...
O amor nos tempos de cólera.
Cabô. Te amo.