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1. O Homem
em busca de
Deus
Formação Básica da Fé I
Escola de Dirigentes do
Sumário:Sumário:
1.1. A questão do sentido e do fundamento: a busca de DeusA questão do sentido e do fundamento: a busca de Deus
2.2. Tentativas de resposta:Tentativas de resposta:
2.1 - O ateísmo e a descrença2.1 - O ateísmo e a descrença
2.2 - O absurdo2.2 - O absurdo
2.3 - A Ciência2.3 - A Ciência
2.4 - A Filosofia e a razão2.4 - A Filosofia e a razão
2.5 - A Religião: não-cristãs e o cristianismo2.5 - A Religião: não-cristãs e o cristianismo
3.3. A Revelação NaturalA Revelação Natural
4.4. Um caso concreto de busca de Deus: Alexis CarrelUm caso concreto de busca de Deus: Alexis Carrel
5.5. Bibliografia aconselhadaBibliografia aconselhada
1ª Escola1ª Escola ––
O Homem em busca de DeusO Homem em busca de Deus
1. A questão do sentido e do1. A questão do sentido e do
fundamento: a busca de Deusfundamento: a busca de Deus
1 . A questão do sentido e do
fundamento: a busca de Deus
Todo o Homem deseja
conseguir a sua auto-
realização, alcançar a
felicidade…
Nesse projecto, integram-se os
acontecimentos e actividades do
dia-a-dia, que têm um sentido
parcelar e próximo…
Um exemplo…
1 . A questão do sentido e do
fundamento: a busca de Deus
Estes sentidos
parcelares não
conseguem
dissipar as
grandes
questões do
sentido último,
do significado e
termo final da
vida humana…
As “situações-
limite” ajudam a
despertar o
homem para a
busca do
sentido…
Por que é que existo?
Por que é que existe o mundo?
Por que é que existe o mal?
1 . A questão do sentido e do
fundamento: a busca de Deus
«O Homem é essencialmente o ser aberto que procura, que busca para lá de
cada resposta, de cada dado. Busca o seu próprio sentido, busca a
explicação última para a Natureza que o rodeia, para a História em que está
inserido. Busca o porquê e o para quê, o como e o para onde. Busca quando
pergunta explicitamente, na Filosofia, na Ciência e na Religião. Busca,
implicitamente, na sua actividade, na procura da Verdade, do Valor e do Bem.
Busca que não é algo lateral ao Homem, (…= o Homem-é-o-ser-que-busca, é
um grito para Deus: o Homem é o ser que espera pela Revelação».
António Vaz Pinto, Revelação e Fé, S.I., Pp 91 e 92.
Procurar o sentido fundamental, último, de todas as coisas, é a busca de Deus; todo homem O
procura, embora até não acredite n’Ele, O negue, ou até nem Lhe chame Deus! O problema de
Deus é o problema essencial do Homem; ao procurar responder quem é o Homem?,
necessariamente terá de responder à questão: quem é Deus? Sem Deus, a Verdade, a Beleza, o
Infinito, o Supremo Bem, o Homem não se encontra a ele próprio!
«O desejo de Deus é um sentimento inscrito no
coração do homem, porque o homem foi criado por Deus
e para Deus. Deus não cessa de atrair o homem para Si
e só em Deus é que o homem
encontra a verdade e a felicidade
que procura sem descanso (…)» CIC nº 27
Aconselha
-se a
leitura dos
nºs 27 a
49 do
C.I.C.
1 . A questão do sentido e do
fundamento: a busca de Deus
Alexis Carrel Sartre Fernando
Pessoa
Florbela
Espanca
Santo
Agostinho
Dostoievski
«Deus não cessa
de existir mesmo
que o homem
cesse de acreditar
n’Ele»
«Deus
cala-se,
mas em
tudo em
mim
exige
Deus»
«Às vezes
sou o Deus
que trago
em mim E
então eu
sou o Deus
e o crente e
a prece »
«Queria
encontrar
Deus,
tanto o
procuro!»
«Tu não me
procurarias
(diz Deus)
se já não
me tivesses
encontrado
»
«Se Deus
existe, tudo é
possível..»
A BUSCA DE DEUS É COMUM A TODO O HOMEM… AS RESPOSTAS A QUE SE
CHEGAM É QUE SÃO DIFERENTES, como veremos a seguir…
«Deus é
verdade. Quem
procura a
verdade está na
busca de Deus,
queira ou não
queira..»
Edith Stein
2. Tentativas de resposta2. Tentativas de resposta
2. Tentativas de resposta:
2.1 – O ateísmo e a descrença2.1 – O ateísmo e a descrença
O ateísmo é aquela concepção que nega o Divino e o
Absoluto de qualquer tipo, que não se identifique
com o homem e com o mundo da nossa experiência
empírica e dos seus princípios imanentes.
O ateísmo nega a Deus como: Um ser princípio e causa de
tudo; um ser transcendente; um ser Imanente que
fundamenta o ser e o actuar de tudo.
«O ímpio diz, na
sua arrogância:
"Ele não me castigará!
Deus não existe!"
É só nisto que
ele pensa».
(Sal 10, 4)
Já no A.T. se fala no ateísmo… «Sim, insensatos são
todos aqueles homens
em que se instalou
a ignorância de Deus
e que, a partir dos
bens visíveis,
não foram capazes
de descobrir aquele que é,
nem, considerando as obras,
reconheceram o Artífice».
(Sab 13…)
2. Tentativas de resposta:
2.1 – O ateísmo e a descrença2.1 – O ateísmo e a descrença
OS DIVERSOS TIPOS DE ATEÍSMO:
ATEÍSMO CIENTÍFICO: apenas é certo aquilo que se pode
submeter ao método experimental; como Deus não é objecto de
experiência e a ciência e a técnica explicam muitos fenómenos
que antes se atribuíam a Deus, Deus passa a ser uma hipótese
inútil, à qual apenas recorrem os ignorantes (Comte…)
ATEÍSMO ANTROPOLÓGICO: Deus é um ser imaginado pelo
Homem, que responde aos anseios e à busca da perfeição por
parte do Homem. Mas dessa consciência de infinito não se deduz
que o ser infinito seja imaginário. Por exemplo, o materialismo de
Feuerbach.
ATEÍSMO MARXISTA: a
alienação religiosa é um
reflexo da alienação mais
profunda, que é a económica
(Marx, Engels, Lenine).
OUTROS ATEÍSMOS: PSICOANALÍTICO (a religião é apenas uma
projecção correspondente a necessidades psicológicas (por exemplo,
Freud); VITALISTA (o homem pelo seus próprios impulsos vitais, rompe o
esquema e afirma a morte de Deus; Nietzsche); EXISTENCIALISTA (o
homem é «existência», absoluta liberdade, que podia ser impedida por
Deus, logo Ele não existe! Sartre)…
1º
Uma página do livro de Marx, de 1844: Contribuição
para a crítica da filosofia do Direito em Hegel:
introdução; «a religião é o ópio do povo».
ATEÍSMO
TEÓRICO:
sustenta
doutrinariamente
que Deus
não existe.
ATEÍSMO
PRÁTICO:
trata-se de viver
como se Deus
não existisse.
2º
DEÍSMO: Deus criou
tudo, mas não se
relaciona com o mundo;
por exemplo, a
Maçonaria.
INDIFERENÇA
RELIGIOSA: não me
interessa Deus, nem
preciso d’Ele, eu cá
vivo a minha vida!
SECULARISMO ATEU:
sistema de organização
da vida social e política
que nega ou prescinde de
Deus.
2. Tentativas de resposta:
2.1 – O ateísmo e a descrença2.1 – O ateísmo e a descrença
Principais
figuras do
ateísmo
(filósofos)
Feuerbach
1804-1872
Marx
1818-1883
Nietzsche
1844-1900
Freud
1856-1939
Sartre
1905-1980
Russell
1872-1970
Deus é uma
projecção
imaginária
do homem.
«A religião é
o ópio do povo».
Materialismo
Dialéctivo: a
Realidade
explica-se
por um processo
de transformação
da matéria.
O Homem deve
libertar-se de
Deus: ser um
«super-homem».
Proclamou a
«Morte de Deus».
Deus serve para
satisfazer as
necessidades de
protecção e
segurança
dos homens.
Existencialista ateu.
Se não há Deus,
tudo é permitido.
O Homem está
abandonado à
sua sorte, «é
condenado
a ser livre», o que é
motivo de angústia.
«Toda a concepção
de Deus é uma
concepção derivada
dos antigos
despotismos
Orientais. É uma
concepção
Inteiramente indigna
de homens livres»
Comte
1798-1857
A lei dos 3
estados.
No 3º a
Humanidade
alcançaria
o positivismo,
com uma nova
religião, a da
Humanidade que
substituiria Deus.
Deve-se distinguir também ATEÍSMO NEGATIVO de ATEÍSMO POSITIVO: o negativo diz respeito a uma
ignorância inculpável da existência de Deus, nunca tiveram a ideia de Deus e o ateísmo positivo nega a
existência de um Ser divino diferente do mundo e pessoal.
«O homem que só encontrou o reflexo de si mesmo na realidade fantástica do céu, onde buscava um super-homem, já não se sentirá
inclinado a encontrar somente a aparência de si próprio, o não-homem, já que aquilo que busca e deve necessariamente buscar é a sua
verdadeira realidade. A religião não faz o homem, mas, ao contrário, o homem faz a religião: este é o fundamento da crítica irreligiosa. A
religião é a autoconsciência e o autosentimento do homem que ainda não se encontrou ou que já se perdeu. (…) A miséria religiosa é, de
um lado, a expressão da miséria real e, de outro, o protesto contra ela. A religião é o soluço da criatura oprimida, o coração de um mundo
sem coração, o espírito de uma situação carente de espírito. É o ópio do povo. A verdadeira felicidade do povo implica que a religião seja
suprimida, enquanto felicidade ilusória do povo. (…) A religião é apenas um sol fictício que se desloca em torno do homem enquanto este
não se move em torno de si mesmo». Karl Marx, Contribuição para a crítica da filosofia do Direito em Hegel.
2. Tentativas de resposta:
2.1 – O ateísmo e a descrença2.1 – O ateísmo e a descrença
Na tentativa de
explicarem o
sentido do Universo
e do Homem,
prescindem de
Deus, negando a
Sua existência…
resposta
insuficient
e e incapaz
de
preencher
o vazio do
Homem
O ateísmo
será a
solução, para
a busca do
sentido
último das
coisas?
«Que o homem é o produto de causas que não
possuíam conhecimento do fim que estavam
alcançando; que sua origem, seu crescimento,
suas esperanças e crenças, seus amores e
temores, não passam do resultado de colisões
acidentais de átomos; que nenhum fogo,
nenhum heroísmo e nenhuma intensidade de
pensamentos e emoções podem preservar
uma vida além do túmulo; que todo labor de
todas as eras, todas as devoções, toda
inspiração, todo brilhantismo do gênio
humano estão fadados à destruição na grande
morte do sistema solar (…) Somente sobre a
base destas verdades, somente sobre o firme
fundamento do desespero incessante, pode-se
construir seguramente, de agora em diante, a
habitação da alma. Bertrand Russell
Mas, se Deus
não existe, o
homem não é
nada, a sua vida
não tem um
sentido: tudo se
reduz ao nada!
O filósofo William Lane Craig
(protestante) apresenta o quadro
em que estamos inseridos:
“Se cada pessoa deixa de existir
quando morre, que sentido
fundamental pode ser dado à sua
vida? Realmente faz diferença se
ela existiu? (…) Sua vida pode ter
importância relativa a certos
acontecimentos, mas qual é o
sentido fundamental desses
acontecimentos? Se todos os
acontecimentos não têm sentido,
então que sentido fundamental
pode haver em influenciá-los? No
final das contas, não faz
diferença.”
2. Tentativas de resposta:
2.1 – O ateísmo e a descrença2.1 – O ateísmo e a descrença
Certo dia, numa sala de aulas, a
professora estava a explicar a teoria
da evolução às crianças. Perguntou
então a um dos estudantes:
- João, vês as árvores lá fora?
- Sim, respondeu o menino.
A professora voltou a perguntar:
- Vês os campos verdes?
Ao que a criança respondeu:
- Sim, professora.
Depois, mandou o João para fora e
disse-lhe que olhasse para cima, para
ver se via o céu.
João entrou e disse:
- Sim, professora, vi o céu.
Ela então perguntou-lhe: - Viste a Deus?
A criança respondeu que não. A professora,
olhando para os restantes alunos na sala,
disse:
- Isto é que queria dizer. João não conseguiu
ver Deus porque Ele não está ali. Ele não existe.
A menina, dirigindo-se para os colegas
disse:
-Meninos, de acordo com o que
aprendemos hoje, a professora não tem
cérebro!
Nesse instante, uma das meninas levantou-se
e pediu autorização para fazer perguntas
ao João.
- João, vês os campos verdes lá fora?
- Sim, respondeu.
- Vês as árvores?
- Siiimmm!!, disse o João.
- Vês o céu?, voltou a perguntar.
- Sim.
- Vês o cérebro da professora?
- Não – disse João.
2. Tentativas de resposta:
2.2 - O absurdo2.2 - O absurdo
Para esta resposta,
nada tem sentido; a
própria procura do
sentido e fundamento
é um absurdo; o
absurdo é o sem-
sentido global, tudo é
fruto do acaso…
Assim, o Homem está entregue
aos seus caprichos e egoísmos…
Porém, os sentidos parcelares da
História e da Natureza obedecem a
um sentido último, a uma
coerência, ordem…
É uma solução aparente,
preguiçosa, derrotista e
comodista. Não é uma
resposta capaz.
Tudo está regido por
leis, princípios…
Como chamar luz à
luz, se não houvesse
escuridão?
2. Tentativas de resposta:
2.3 - A Ciência2.3 - A Ciência
A Ciência na sua
diversidade tem todo
o valor como
resposta parcelar,
provisória e limitada
(e não última) a um
dado ângulo da
realidade…
Contudo, a
Ciência não
responde às
grandes questões
do Homem (do
amor, morte,
sofrimento, mal,
liberdade,
valores, etc.)
A Ciência não deve
ultrapassar o seu campo de
acção e limites, deve evitar
a “invasão” do campo da Fé
(e vice-versa), para não cair:
- em «Cientismo»:
endeusamento de si
própria, ateísmo.
- em Positivismo: atem-se
aos factos perceptíveis
pelos sentidos, rejeita toda
a metafísica.
- em Materialismo: toda a
realidade se reduz à
matéria.
A Ciência e a
Fé devem
operar um
diálogo
construtivo e
respeitador
dos limites de
cada um.
Para
aprofundar:
2. Tentativas de resposta:
2.4 - A Filosofia e a Razão2.4 - A Filosofia e a Razão
Necessariamente, a
filosofia remete para a
questão de Deus
(existência, atributos,
etc.): prende-se com a
Teodiceia (Teologia
natural ou racional),
parte da observação
dos factos para se
elevar até Deus.
Ao longo da história surgiram várias concepções de Deus:
• TEÍSMO: Deus pessoal, distinto do mundo (a de muitos filósofos e do Deus da Bíblia);
• PANTEÍSMO (pan-tudo; theos-Deus) – tudo é Deus; Deus impessoal e confundido com o mundo;
• DEÍSMO: admite um Deus Criador, mas que depois não se interessou mais pelo mundo e o abandonou às leis
físicas naturais; assim, nega a providência divina; além disso, nega a revelação divina e o ensinamento de qualquer
religião organizada, a razão é a úinica via capaz de assegurar a existência de Deus;
• AGNOSTICISMO: impossibilidade de demonstrar a existência (ou inexistência) de Deus, pelo que estão abertos à
sua existência; na prática, é um ateísmo; pode ser teístas (se acreditam em divindades, sem certezas) ou ateístas (não
acredita em divindades);
• ATEÍSMO: nega a existência de Deus; o Universo é produto das leis de desenvolvimento da matéria em evolução.
A filosofia é a ciência do
homem e de tudo aquilo que
ele é capaz de conhecer para
além do domínio sensível;
representa um esforço do
homem para compreender a
sua situação no mundo; é
uma reflexão sobre o
conhecimento e sobre os
valores que dão sentido à
vida humana e à sua acção.
2. Tentativas de resposta:
2.4 - A Filosofia e a Razão2.4 - A Filosofia e a Razão
Já grandes vultos
da filosofia
clássica e pagã
tinham chegado à
ideia de Deus,
apenas com a
Razão humana,
ignorando a
Revelação judeo-
cristã, embora com
formulações
diversas, por
exemplo…
Arché – o
princípio de
tudo
é o infinito.
O ser é;
é incriado,
incorruptível,
só ele é
completo,
imóvel e eterno.
Nous:
inteligência
ou razão
ordenadora
do mundo e
separada
deste.
Ideia de
divindade
que leva o
homem
a procurar em si
o conhecimento
do bem
supremo
e a praticar
a virtude.
Mundo das ideias
(verdadeira
realidade)
/ mundo sensível
(das sombras).
Ideia de Bem
Supremo
e Belo.
Anaximandro
611-546 a.C.
Parmênides
530-460 a.C.
Anaxágoras
499-428 a.C.
Sócrates
470-399 a.C.
Platão
429-384 a.C.
Aristóteles
384-322 a.C.
Plotino
205-270 a.C.
Deus é acto puro,
o primeiro
motor
imóvel, é
causa não
causada;
não é entendido,
porém,
como um deus
providencial.
Misticismo
inspirado
em Platão e
bastante
próximo do
Cristianismo.
Ao longo da
História,
perfila-se
uma multidão
de
Filósofos-crentes,
tais como…
Stº Agostinho
354-430
Descartes
1596-1650
Leibniz
1646-1716
Pascal
1623-1662
Kant
1724-1804
Wittgenstein
1889-1951
O Homem deverá
fazer da sua vida
uma Peregrinação a
Deus, seu Único
e verdadeiro
Destino. Integra
os ensinamento
de Platão.
Deus existe
(res infinita) –
o Homem como ser
que duvida não
pode garantir toda
a verdade, só
um ser Perfeito
o pode conseguir.
Também admite
(como Descartes)
o argumento
Ontológico (do ser
Perfeito), com
algumas
matizações.
«Não mais o Deus
dos Filósofos, mas
o Deus de Abraão,
de Isaac e
de Jacob».
«O coração tem razões
que a razão
não conhece»
Deus é a máxima
realidade e a
máxima idealidade.
Espécie de aspiração
que o homem
percebe que não
possui em si próprio.
«Crer em Deus
quer dizer
compreender
a pergunta acerca
do sentido da vida»
Um expoente máximo da filosofia, na
perspectiva cristã é São Tomás de
Aquino (1225-1274). Explica as cinco
vias para chegar à existência de Deus
(não provas em sentido matemático ou
das ciências naturais, pois Deus não é
um facto sensível).
Cinco vias: 1) movimento - primeiro motor;
2) causas eficientes - Causa primeira; 3)
contingência - Ser necessário por si mesmo;
4) graus de perfeição - Ser perfeito por
essência; 5) finalidade - Ser pelo qual todas
as coisas se ordenam para um fim.
2. Tentativas de resposta:
2.4 - A Filosofia e a Razão2.4 - A Filosofia e a Razão
«Variados são os recursos que o homem possui para prosseguir no
conhecimento da verdade, tornando cada vez mais humana a sua existência.
De entre eles sobressai a filosofia, cujo contributo específico é colocar a
questão do sentido da vida e esboçar a resposta: constitui, pois, uma das
tarefas mais nobres da humanidade».
João Paulo II, Carta Encíclica «Fides et Ratio» sobre as relações entre a Fé e a Razão
A Filosofia, a mais alta expressão
da Razão humana, é compatível
com a Revelação e a Fé; mas
encerrada em si, apenas chegará a
um Deus desconhecido, abstracto,
teórico, distante, o «Deus dos
filósofos».
Vai mais longe do que a
Ciência, mas é incapaz
de responder
plenamente à questão
do Homem, terminando
na expectativa, no
silêncio perante o
mistério que sabe
existir, mas não sabe
Pretende
responder às
questões
fundamentais
sobre o
Homem, o
mundo, a
história…,
sobre o
sentido e
fundamento
últimos.
2. Tentativas de resposta:
2.5 - A Religião: não-cristãs e2.5 - A Religião: não-cristãs e
CristianismoCristianismo
A Humanidade, em todas as
épocas chegou à ideia de Deus
(monoteísmo) ou de deuses
(politeísmo), «forças»
sobrenaturais, superiores ao
Homem, relacionadas com ele
e com a natureza. A Religião é
um facto universal e surge do
reconhecimento (sentimento
religioso) que a sua vida e o
Universo estão ligados a
Alguém. Religião vem do verbo
latino «religare» e «religari»
que significa ligar ou sentir-se
ligado.
Então, se há tantas religiões
(como veremos a seguir), e
todas procuram o caminho
para a salvação do Homem,
é indiferente pertencer a
uma ou a outra?
Esta resposta terá de
ser dada
paulatinamente noutras
escolas. O cristão deve
estar preparado para
dar razões da sua fé!
Mas para já pode
reflectir, no quadro
seguinte…
Luteranismo Lutero 1524
Anglicanismo Henrique VIII 1534
Presbiterianismo João Knox 1560
Metodismo J & C Wesley 1739
Mórmones Joseph Smith 1830
Testemunhas de Jeová Charles T. Russell 1879
Igreja Católica Jesus Cristo 33
«Tu és
Pedro, e
sobre esta
pedra
edificarei a
mInha
Igreja» (Mt
16, 18)
Quais são as
principais
Religiões da
Actualidade?
Cristianismo
(católicos,
protestantes,
ortodoxos).
São todos
aqueles
que aceitam
Jesus
Cristo como
Deus e as
verdades
contidas
no Credo
Niceno.
-Constanti-
-nopolitano.
2. Tentativas de resposta:2. Tentativas de resposta:
2.5 - A Religião: não-cristãs e2.5 - A Religião: não-cristãs e
CristianismoCristianismo
Islamismo
(sunitas e
xiitas).
Hinduísmo Budismo
(theravada e
mahayana)
Judaísmo
Confucionismo
Sihkismo
Espiritismo Fé Bahá’í
Fundador:
Maomé.
Sentido da
Vida:
submissão
a Deus (Alá).
5 pilares:
Credo, Oração,
Esmola,
Ramadão e
Peregrinação
a Meca.
Alcorão.
Meca, Kaaba.
Monoteísta.
Religião mais
antiga.
Sentido
da vida:
alcançar a
perfeição e a
absorção
em Brahman.
Tríade
(politeísmo):
Visní, Shiva
e Brahman.
Vedas.
Rio Ganges.
Sidharta
Gautama (Buda
= iluminado).
Reforma o
Hinduísmo.
Sentido da
vida:
alcançar o
Nirvana,
eliminando os
desejos.
Não fala em
Deus.
Pedras
Angulares:
Torá, Povo,
Terra
Prometida,
Amor de Deus.
Sentido da
Vida:
Encontro com
Deus.
Templo,
Sábado e
Sinagoga.
Monoteísta.
Mistura
elementos
Muçulmanos
com hindús.
Baseia-se nos
Ensinamentos
Religiosos de
10 líderes
Espirituais.
Fundador:
Guru Nanak
(séc.
XV e XVI).
Sem
religião,
Agnósticos
e
Ateus.
Outras
religiões:
-Xamanismo
-Taoísmo
-Jainismo
-Xintoísmo
-Religiões
Tradicionais
Africanas
(animismo,
tribais…),
- Etc.
Novos
Movimentos
Religiosos e
Seitas:
-New Age
-Cientologia
-Mórmones
-Moons
-Adventistas
-Testemunhas
de Jeová,
Etc., etc.
3. A Revelação Natural3. A Revelação Natural
Ao lado da REVELAÇÃO JUDEO-CRISTÃ, temos de falar de REVELAÇÃO
NATURAL: como vimos, a multiplicidade e universalidade do fenómeno religioso,
as «Religiões», por um lado, e o esforço de grandes vultos da história humana, os
«Filósofos», por outro lado, chegaram a um conhecimento de Deus muito variável.
3. A Revelação Natural
Revelar = acção de tirar o véu que cobre o rosto. Do latim revelatio (do verbo
revelare, «tirar o véu»). Em teologia significa a manifestação que Deus faz aos
homens das coisas que estavam escondidas tanto sobre Deus como sobre o
mundo.
Mas, o que
é a
Revelação?
Como Se manifesta Deus?
Por dois modos diferentes e
complementares:
1 - REVELAÇÃO NATURAL
(indirecta, porque é feita
através de indícios, do
raciocínio…): através da
natureza e criação;
2 - REVELAÇÃO
SOBRENATURAL (directa ou
propriamente dita): através
dos Profetas e sobretudo da
Palavra incarnada, Jesus
Cristo.
«Porquanto, o que de Deus se
pode conhecer está à vista deles,
já que Deus lho manifestou. Com
efeito, o que é invisível nele - o
seu eterno poder e divindade -
tornou-se visível à inteligência,
desde a criação do mundo, nas
suas obras» (Rom 1, 19-20).
«Muitas vezes e de muitos modos,
falou Deus aos nossos pais, nos
tempos antigos, por meio dos
profetas. Nestes dias, que são os
últimos, Deus falou-nos por meio
do Filho, a quem constituiu
herdeiro de todas as coisas, e por
meio de quem fez o mundo» (Heb
REVELAÇÃO NATURAL OU
INDIRECTA
REVELAÇÃO SOBRENATURAL
OU DIRECTA
3. A Revelação Natural
A doutrina católica da Revelação fala, então, sobre a revelação sobrenatural e a natural e defende que o
conhecimento de Deus pode ser atingido pela razão: «A Santa Igreja, nossa Mãe, atesta e ensina que Deus,
princípio e fim de todas as coisas, pode ser conhecido, com certeza, pela luz natural da razão humana, a
partir das coisas criadas». Se esta capacidade, o homem não poderia acolher a revelação de Deus» (C.I.C.
36). Isto foi afirmado no Concílio Vaticano I.
Esses caminhos para atingir Deus têm como ponto de partida a criação: o mundo material e
a pessoa humana (o mistério do homem, com sua inteligência, atracção pela beleza,
experiência do amor).
O universo é um sinal da
Presença e beleza divinas.
-O MISTÉRIO DO HOMEM:
-O homem, sendo mortal e finito, sente-se,
porém, sedento do Absoluto e Infinito, da
Verdade e da Justiça, do Amor… de Deus!
- A experiência de finitude do homem leva-o
a perguntar pelo sentido da vida
(sofrimento? Morte? Felicidade?..).
- Há algo absoluto no interior do homem:
por exemplo, a consciência que adverte,
aprova, repreende. .. Há injustiças que
bradam ao céu, como a morte de inocentes,
que requer uma “reparação”. Há uma LEI
MORAL no interior do homem (do que é
certo e do que é errado) que exige um
legislador supremo ao homem.
Pela existência e pela
a ordem admirável do
universo (das coisas
infinitamente grandes
e nas infinitamente
pequenas), levam à
existência de Deus.
Na criação vemos que a existência de seres contigentes (seres cuja
existência é indiferente) exige a existência de um ser necessário
(só há um, que é Deus); para explicar a existência dos seres
contingentes há três hipóteses: ou procedem do nada (o que é
absurdo, do nada não pode vir o ser), ou procedem uns dos outros
em série infinita (o que repugna à mente) ou procedem de um
primeiro ser necessário que lhes deu existência).
3. A Revelação Natural
Assim, conhecemos Deus por dois modos: pela razão e pela Revelação (propriamente
dita):
-Somente com a força da razão natural, isto é, sem intervenção especial de Deus podemos
conhecer várias verdades religiosas, por exemplo que há um só Deus, que temos alma,
que existe vida depois da morte, etc. O conjunto de verdades religiosas que o homem pode
conhecer pela simples luz da razão chama-se RELIGIÃO NATURAL.
-A Religião natural não chega: pela razão, Deus só é alcançável indirectamente e não por
um conhecimento de Deus em Si; e permanece em aberto a questão de saber se Deus quer
ser Infinitude silenciosa, fechada em Si, ou comunhão com o homem…
A REVELAÇÃO é a manifestação de Deus e
da Sua vontade acerca da nossa salvação.
Deus revelou-Se ao homem por amor,
oferecendo assim uma resposta
definitiva às interrogações
que o homem faz
sobre o sentido da vida
e sobre o fim da sua vida.
Assim, o conteúdo da
Revelação Natural tem
o carácter de
expectativa, de
Questão e Abertura ao
Mistério Absoluto de
Deus...
…é necessário que aceitemos a Revelação; Pela REVELAÇÃO, Deus sai
ao encontro dos homens, fala-lhes e convida-os a participar da Sua
natureza divina e a ser Seus amigos e filhos…
Veremos a Revelação divina na
próxima Escola: Deus vem ao
encontro do Homem.
4. Um caso concreto de busca de4. Um caso concreto de busca de
Deus: Alexis CarrelDeus: Alexis Carrel
4. Um caso concreto de busca
de Deus: Alexis Carrel
Alexis Carrel foi Prêmio Nobel em Medicina. Perdeu a fé
de sua infância e entregou-se ao materialismo
positivista, sendo descrente e ateu. Aos poucos, porém,
foi tomando consciência de que este não respondia a
perguntas fundamentais do seu coração. Apesar de ser
racionalista e descrente, ofereceu-se em 1903 para
trabalhar como médico acompanhante de algumas
pessoas doentes, ao Santuário de Lourdes; no seu livro
Viagem a Lourdes narra-nos que era sua intenção
estudar com rigor científico, se lá se passasse alguma
coisa de anormal; preparou uma lista de curas que ele
aceitaria como milagre e disse que tal acontecesse se
tornaria um crente fanático ou um insano; por exemplo:
um membro amputado que crescesse de novo ou uma
cura repentina de um tumor canceroso; para ele,
Lourdes não podia ir contra as forças orgânicas; estava
decidido a não ser influenciado pelo que visse.
Alexis Carrel
1873-1944
4. Um caso concreto de busca
de Deus: Alexis Carrel
Escreveu no seu livro :"O Homem esse
Desconhecido". "Ä História foi provada pela ciência,
sendo oito médicos e oito cientistas, dando seus
avais, tanto do corpo lindíssimo de Santa
Bernardete, como o milagre da garota cancerosa,
retirada do hospital, com cancro alastrado no corpo
todo e com 37 quilos“: lá verificou, com todo o rigor
científico, a cura da moléstia.
Ligou-se mais a um caso de uma jovem da qual
diziam os seus médicos que era um caso sem
esperança, bem perto da morte; Carrel observou ela
a ser mergulhada apenas no abdômen, em virtude
de as freiras terem dito que mergulhar far-lhe-ia mal,
pois era muito doente; para espanto de Carrel, ao
sair as feições da mulher pareciam ter mudado;
depois de alguns minutos o tumor no abdómen
desaparecera completamente!
4. Um caso concreto de busca
de Deus: Alexis Carrel
"O homem tem necessidade de Deus como tem necessidade de água e
oxigénio."
No fim da vida, caiu gravemente enfermo; então aguçou-se-lhe o drama do
sentido da vida; resolveu entregar-se a Deus como um menino e pediu os
sacramentos da Igreja. O empurrão decisivo foi-lhe dado ao presenciar a
têmpera forte e heróica de uma órfãzinha. Exclamou então: "Minha salvação
está em que uma pobre ignorante me segure a mão e me guie... Sim; quando
se trata de não morrer como um cão, mas de terminar a vida nobremente, é
somente junto aos humildes adoradores de Deus que os filósofos hão de
buscar lições de Lógica".
Isto não foi mais do que o princípio de uma transformação
interior em Carrel: naquela noite passa em frente da
basílica e lá entra e balbucia uma oração, na qual ainda diz
que «Ainda duvido». Mas isto o impressionou
profundamente, levando-o a uma busca sincera e sequiosa
da verdade. Escreveu contra o materialismo e também
contra a religião acomodada ou de fachada, sem, porém,
chegar a uma crença definida.
-Somente Deus pode encher o coração do
homem; só se Ele existir, é que a vida tem
sentido…
«O nosso coração vive inquieto, enquanto
não repousa em Vós»,
Santo Agostinho, Confissões, 1,1.
4. Bibliografia recomendada
(Escola 1)

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A busca do sentido último

  • 1. 1. O Homem em busca de Deus Formação Básica da Fé I Escola de Dirigentes do
  • 2. Sumário:Sumário: 1.1. A questão do sentido e do fundamento: a busca de DeusA questão do sentido e do fundamento: a busca de Deus 2.2. Tentativas de resposta:Tentativas de resposta: 2.1 - O ateísmo e a descrença2.1 - O ateísmo e a descrença 2.2 - O absurdo2.2 - O absurdo 2.3 - A Ciência2.3 - A Ciência 2.4 - A Filosofia e a razão2.4 - A Filosofia e a razão 2.5 - A Religião: não-cristãs e o cristianismo2.5 - A Religião: não-cristãs e o cristianismo 3.3. A Revelação NaturalA Revelação Natural 4.4. Um caso concreto de busca de Deus: Alexis CarrelUm caso concreto de busca de Deus: Alexis Carrel 5.5. Bibliografia aconselhadaBibliografia aconselhada 1ª Escola1ª Escola –– O Homem em busca de DeusO Homem em busca de Deus
  • 3. 1. A questão do sentido e do1. A questão do sentido e do fundamento: a busca de Deusfundamento: a busca de Deus
  • 4. 1 . A questão do sentido e do fundamento: a busca de Deus Todo o Homem deseja conseguir a sua auto- realização, alcançar a felicidade… Nesse projecto, integram-se os acontecimentos e actividades do dia-a-dia, que têm um sentido parcelar e próximo… Um exemplo…
  • 5. 1 . A questão do sentido e do fundamento: a busca de Deus Estes sentidos parcelares não conseguem dissipar as grandes questões do sentido último, do significado e termo final da vida humana… As “situações- limite” ajudam a despertar o homem para a busca do sentido… Por que é que existo? Por que é que existe o mundo? Por que é que existe o mal?
  • 6. 1 . A questão do sentido e do fundamento: a busca de Deus «O Homem é essencialmente o ser aberto que procura, que busca para lá de cada resposta, de cada dado. Busca o seu próprio sentido, busca a explicação última para a Natureza que o rodeia, para a História em que está inserido. Busca o porquê e o para quê, o como e o para onde. Busca quando pergunta explicitamente, na Filosofia, na Ciência e na Religião. Busca, implicitamente, na sua actividade, na procura da Verdade, do Valor e do Bem. Busca que não é algo lateral ao Homem, (…= o Homem-é-o-ser-que-busca, é um grito para Deus: o Homem é o ser que espera pela Revelação». António Vaz Pinto, Revelação e Fé, S.I., Pp 91 e 92. Procurar o sentido fundamental, último, de todas as coisas, é a busca de Deus; todo homem O procura, embora até não acredite n’Ele, O negue, ou até nem Lhe chame Deus! O problema de Deus é o problema essencial do Homem; ao procurar responder quem é o Homem?, necessariamente terá de responder à questão: quem é Deus? Sem Deus, a Verdade, a Beleza, o Infinito, o Supremo Bem, o Homem não se encontra a ele próprio! «O desejo de Deus é um sentimento inscrito no coração do homem, porque o homem foi criado por Deus e para Deus. Deus não cessa de atrair o homem para Si e só em Deus é que o homem encontra a verdade e a felicidade que procura sem descanso (…)» CIC nº 27 Aconselha -se a leitura dos nºs 27 a 49 do C.I.C.
  • 7. 1 . A questão do sentido e do fundamento: a busca de Deus Alexis Carrel Sartre Fernando Pessoa Florbela Espanca Santo Agostinho Dostoievski «Deus não cessa de existir mesmo que o homem cesse de acreditar n’Ele» «Deus cala-se, mas em tudo em mim exige Deus» «Às vezes sou o Deus que trago em mim E então eu sou o Deus e o crente e a prece » «Queria encontrar Deus, tanto o procuro!» «Tu não me procurarias (diz Deus) se já não me tivesses encontrado » «Se Deus existe, tudo é possível..» A BUSCA DE DEUS É COMUM A TODO O HOMEM… AS RESPOSTAS A QUE SE CHEGAM É QUE SÃO DIFERENTES, como veremos a seguir… «Deus é verdade. Quem procura a verdade está na busca de Deus, queira ou não queira..» Edith Stein
  • 8. 2. Tentativas de resposta2. Tentativas de resposta
  • 9. 2. Tentativas de resposta: 2.1 – O ateísmo e a descrença2.1 – O ateísmo e a descrença O ateísmo é aquela concepção que nega o Divino e o Absoluto de qualquer tipo, que não se identifique com o homem e com o mundo da nossa experiência empírica e dos seus princípios imanentes. O ateísmo nega a Deus como: Um ser princípio e causa de tudo; um ser transcendente; um ser Imanente que fundamenta o ser e o actuar de tudo. «O ímpio diz, na sua arrogância: "Ele não me castigará! Deus não existe!" É só nisto que ele pensa». (Sal 10, 4) Já no A.T. se fala no ateísmo… «Sim, insensatos são todos aqueles homens em que se instalou a ignorância de Deus e que, a partir dos bens visíveis, não foram capazes de descobrir aquele que é, nem, considerando as obras, reconheceram o Artífice». (Sab 13…)
  • 10. 2. Tentativas de resposta: 2.1 – O ateísmo e a descrença2.1 – O ateísmo e a descrença OS DIVERSOS TIPOS DE ATEÍSMO: ATEÍSMO CIENTÍFICO: apenas é certo aquilo que se pode submeter ao método experimental; como Deus não é objecto de experiência e a ciência e a técnica explicam muitos fenómenos que antes se atribuíam a Deus, Deus passa a ser uma hipótese inútil, à qual apenas recorrem os ignorantes (Comte…) ATEÍSMO ANTROPOLÓGICO: Deus é um ser imaginado pelo Homem, que responde aos anseios e à busca da perfeição por parte do Homem. Mas dessa consciência de infinito não se deduz que o ser infinito seja imaginário. Por exemplo, o materialismo de Feuerbach. ATEÍSMO MARXISTA: a alienação religiosa é um reflexo da alienação mais profunda, que é a económica (Marx, Engels, Lenine). OUTROS ATEÍSMOS: PSICOANALÍTICO (a religião é apenas uma projecção correspondente a necessidades psicológicas (por exemplo, Freud); VITALISTA (o homem pelo seus próprios impulsos vitais, rompe o esquema e afirma a morte de Deus; Nietzsche); EXISTENCIALISTA (o homem é «existência», absoluta liberdade, que podia ser impedida por Deus, logo Ele não existe! Sartre)… 1º Uma página do livro de Marx, de 1844: Contribuição para a crítica da filosofia do Direito em Hegel: introdução; «a religião é o ópio do povo». ATEÍSMO TEÓRICO: sustenta doutrinariamente que Deus não existe. ATEÍSMO PRÁTICO: trata-se de viver como se Deus não existisse. 2º DEÍSMO: Deus criou tudo, mas não se relaciona com o mundo; por exemplo, a Maçonaria. INDIFERENÇA RELIGIOSA: não me interessa Deus, nem preciso d’Ele, eu cá vivo a minha vida! SECULARISMO ATEU: sistema de organização da vida social e política que nega ou prescinde de Deus.
  • 11. 2. Tentativas de resposta: 2.1 – O ateísmo e a descrença2.1 – O ateísmo e a descrença Principais figuras do ateísmo (filósofos) Feuerbach 1804-1872 Marx 1818-1883 Nietzsche 1844-1900 Freud 1856-1939 Sartre 1905-1980 Russell 1872-1970 Deus é uma projecção imaginária do homem. «A religião é o ópio do povo». Materialismo Dialéctivo: a Realidade explica-se por um processo de transformação da matéria. O Homem deve libertar-se de Deus: ser um «super-homem». Proclamou a «Morte de Deus». Deus serve para satisfazer as necessidades de protecção e segurança dos homens. Existencialista ateu. Se não há Deus, tudo é permitido. O Homem está abandonado à sua sorte, «é condenado a ser livre», o que é motivo de angústia. «Toda a concepção de Deus é uma concepção derivada dos antigos despotismos Orientais. É uma concepção Inteiramente indigna de homens livres» Comte 1798-1857 A lei dos 3 estados. No 3º a Humanidade alcançaria o positivismo, com uma nova religião, a da Humanidade que substituiria Deus. Deve-se distinguir também ATEÍSMO NEGATIVO de ATEÍSMO POSITIVO: o negativo diz respeito a uma ignorância inculpável da existência de Deus, nunca tiveram a ideia de Deus e o ateísmo positivo nega a existência de um Ser divino diferente do mundo e pessoal. «O homem que só encontrou o reflexo de si mesmo na realidade fantástica do céu, onde buscava um super-homem, já não se sentirá inclinado a encontrar somente a aparência de si próprio, o não-homem, já que aquilo que busca e deve necessariamente buscar é a sua verdadeira realidade. A religião não faz o homem, mas, ao contrário, o homem faz a religião: este é o fundamento da crítica irreligiosa. A religião é a autoconsciência e o autosentimento do homem que ainda não se encontrou ou que já se perdeu. (…) A miséria religiosa é, de um lado, a expressão da miséria real e, de outro, o protesto contra ela. A religião é o soluço da criatura oprimida, o coração de um mundo sem coração, o espírito de uma situação carente de espírito. É o ópio do povo. A verdadeira felicidade do povo implica que a religião seja suprimida, enquanto felicidade ilusória do povo. (…) A religião é apenas um sol fictício que se desloca em torno do homem enquanto este não se move em torno de si mesmo». Karl Marx, Contribuição para a crítica da filosofia do Direito em Hegel.
  • 12. 2. Tentativas de resposta: 2.1 – O ateísmo e a descrença2.1 – O ateísmo e a descrença Na tentativa de explicarem o sentido do Universo e do Homem, prescindem de Deus, negando a Sua existência… resposta insuficient e e incapaz de preencher o vazio do Homem O ateísmo será a solução, para a busca do sentido último das coisas? «Que o homem é o produto de causas que não possuíam conhecimento do fim que estavam alcançando; que sua origem, seu crescimento, suas esperanças e crenças, seus amores e temores, não passam do resultado de colisões acidentais de átomos; que nenhum fogo, nenhum heroísmo e nenhuma intensidade de pensamentos e emoções podem preservar uma vida além do túmulo; que todo labor de todas as eras, todas as devoções, toda inspiração, todo brilhantismo do gênio humano estão fadados à destruição na grande morte do sistema solar (…) Somente sobre a base destas verdades, somente sobre o firme fundamento do desespero incessante, pode-se construir seguramente, de agora em diante, a habitação da alma. Bertrand Russell Mas, se Deus não existe, o homem não é nada, a sua vida não tem um sentido: tudo se reduz ao nada! O filósofo William Lane Craig (protestante) apresenta o quadro em que estamos inseridos: “Se cada pessoa deixa de existir quando morre, que sentido fundamental pode ser dado à sua vida? Realmente faz diferença se ela existiu? (…) Sua vida pode ter importância relativa a certos acontecimentos, mas qual é o sentido fundamental desses acontecimentos? Se todos os acontecimentos não têm sentido, então que sentido fundamental pode haver em influenciá-los? No final das contas, não faz diferença.”
  • 13. 2. Tentativas de resposta: 2.1 – O ateísmo e a descrença2.1 – O ateísmo e a descrença Certo dia, numa sala de aulas, a professora estava a explicar a teoria da evolução às crianças. Perguntou então a um dos estudantes: - João, vês as árvores lá fora? - Sim, respondeu o menino. A professora voltou a perguntar: - Vês os campos verdes? Ao que a criança respondeu: - Sim, professora. Depois, mandou o João para fora e disse-lhe que olhasse para cima, para ver se via o céu. João entrou e disse: - Sim, professora, vi o céu. Ela então perguntou-lhe: - Viste a Deus? A criança respondeu que não. A professora, olhando para os restantes alunos na sala, disse: - Isto é que queria dizer. João não conseguiu ver Deus porque Ele não está ali. Ele não existe. A menina, dirigindo-se para os colegas disse: -Meninos, de acordo com o que aprendemos hoje, a professora não tem cérebro! Nesse instante, uma das meninas levantou-se e pediu autorização para fazer perguntas ao João. - João, vês os campos verdes lá fora? - Sim, respondeu. - Vês as árvores? - Siiimmm!!, disse o João. - Vês o céu?, voltou a perguntar. - Sim. - Vês o cérebro da professora? - Não – disse João.
  • 14. 2. Tentativas de resposta: 2.2 - O absurdo2.2 - O absurdo Para esta resposta, nada tem sentido; a própria procura do sentido e fundamento é um absurdo; o absurdo é o sem- sentido global, tudo é fruto do acaso… Assim, o Homem está entregue aos seus caprichos e egoísmos… Porém, os sentidos parcelares da História e da Natureza obedecem a um sentido último, a uma coerência, ordem… É uma solução aparente, preguiçosa, derrotista e comodista. Não é uma resposta capaz. Tudo está regido por leis, princípios… Como chamar luz à luz, se não houvesse escuridão?
  • 15. 2. Tentativas de resposta: 2.3 - A Ciência2.3 - A Ciência A Ciência na sua diversidade tem todo o valor como resposta parcelar, provisória e limitada (e não última) a um dado ângulo da realidade… Contudo, a Ciência não responde às grandes questões do Homem (do amor, morte, sofrimento, mal, liberdade, valores, etc.) A Ciência não deve ultrapassar o seu campo de acção e limites, deve evitar a “invasão” do campo da Fé (e vice-versa), para não cair: - em «Cientismo»: endeusamento de si própria, ateísmo. - em Positivismo: atem-se aos factos perceptíveis pelos sentidos, rejeita toda a metafísica. - em Materialismo: toda a realidade se reduz à matéria. A Ciência e a Fé devem operar um diálogo construtivo e respeitador dos limites de cada um. Para aprofundar:
  • 16. 2. Tentativas de resposta: 2.4 - A Filosofia e a Razão2.4 - A Filosofia e a Razão Necessariamente, a filosofia remete para a questão de Deus (existência, atributos, etc.): prende-se com a Teodiceia (Teologia natural ou racional), parte da observação dos factos para se elevar até Deus. Ao longo da história surgiram várias concepções de Deus: • TEÍSMO: Deus pessoal, distinto do mundo (a de muitos filósofos e do Deus da Bíblia); • PANTEÍSMO (pan-tudo; theos-Deus) – tudo é Deus; Deus impessoal e confundido com o mundo; • DEÍSMO: admite um Deus Criador, mas que depois não se interessou mais pelo mundo e o abandonou às leis físicas naturais; assim, nega a providência divina; além disso, nega a revelação divina e o ensinamento de qualquer religião organizada, a razão é a úinica via capaz de assegurar a existência de Deus; • AGNOSTICISMO: impossibilidade de demonstrar a existência (ou inexistência) de Deus, pelo que estão abertos à sua existência; na prática, é um ateísmo; pode ser teístas (se acreditam em divindades, sem certezas) ou ateístas (não acredita em divindades); • ATEÍSMO: nega a existência de Deus; o Universo é produto das leis de desenvolvimento da matéria em evolução. A filosofia é a ciência do homem e de tudo aquilo que ele é capaz de conhecer para além do domínio sensível; representa um esforço do homem para compreender a sua situação no mundo; é uma reflexão sobre o conhecimento e sobre os valores que dão sentido à vida humana e à sua acção.
  • 17. 2. Tentativas de resposta: 2.4 - A Filosofia e a Razão2.4 - A Filosofia e a Razão Já grandes vultos da filosofia clássica e pagã tinham chegado à ideia de Deus, apenas com a Razão humana, ignorando a Revelação judeo- cristã, embora com formulações diversas, por exemplo… Arché – o princípio de tudo é o infinito. O ser é; é incriado, incorruptível, só ele é completo, imóvel e eterno. Nous: inteligência ou razão ordenadora do mundo e separada deste. Ideia de divindade que leva o homem a procurar em si o conhecimento do bem supremo e a praticar a virtude. Mundo das ideias (verdadeira realidade) / mundo sensível (das sombras). Ideia de Bem Supremo e Belo. Anaximandro 611-546 a.C. Parmênides 530-460 a.C. Anaxágoras 499-428 a.C. Sócrates 470-399 a.C. Platão 429-384 a.C. Aristóteles 384-322 a.C. Plotino 205-270 a.C. Deus é acto puro, o primeiro motor imóvel, é causa não causada; não é entendido, porém, como um deus providencial. Misticismo inspirado em Platão e bastante próximo do Cristianismo. Ao longo da História, perfila-se uma multidão de Filósofos-crentes, tais como… Stº Agostinho 354-430 Descartes 1596-1650 Leibniz 1646-1716 Pascal 1623-1662 Kant 1724-1804 Wittgenstein 1889-1951 O Homem deverá fazer da sua vida uma Peregrinação a Deus, seu Único e verdadeiro Destino. Integra os ensinamento de Platão. Deus existe (res infinita) – o Homem como ser que duvida não pode garantir toda a verdade, só um ser Perfeito o pode conseguir. Também admite (como Descartes) o argumento Ontológico (do ser Perfeito), com algumas matizações. «Não mais o Deus dos Filósofos, mas o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacob». «O coração tem razões que a razão não conhece» Deus é a máxima realidade e a máxima idealidade. Espécie de aspiração que o homem percebe que não possui em si próprio. «Crer em Deus quer dizer compreender a pergunta acerca do sentido da vida»
  • 18. Um expoente máximo da filosofia, na perspectiva cristã é São Tomás de Aquino (1225-1274). Explica as cinco vias para chegar à existência de Deus (não provas em sentido matemático ou das ciências naturais, pois Deus não é um facto sensível). Cinco vias: 1) movimento - primeiro motor; 2) causas eficientes - Causa primeira; 3) contingência - Ser necessário por si mesmo; 4) graus de perfeição - Ser perfeito por essência; 5) finalidade - Ser pelo qual todas as coisas se ordenam para um fim. 2. Tentativas de resposta: 2.4 - A Filosofia e a Razão2.4 - A Filosofia e a Razão «Variados são os recursos que o homem possui para prosseguir no conhecimento da verdade, tornando cada vez mais humana a sua existência. De entre eles sobressai a filosofia, cujo contributo específico é colocar a questão do sentido da vida e esboçar a resposta: constitui, pois, uma das tarefas mais nobres da humanidade». João Paulo II, Carta Encíclica «Fides et Ratio» sobre as relações entre a Fé e a Razão A Filosofia, a mais alta expressão da Razão humana, é compatível com a Revelação e a Fé; mas encerrada em si, apenas chegará a um Deus desconhecido, abstracto, teórico, distante, o «Deus dos filósofos». Vai mais longe do que a Ciência, mas é incapaz de responder plenamente à questão do Homem, terminando na expectativa, no silêncio perante o mistério que sabe existir, mas não sabe
  • 19. Pretende responder às questões fundamentais sobre o Homem, o mundo, a história…, sobre o sentido e fundamento últimos. 2. Tentativas de resposta: 2.5 - A Religião: não-cristãs e2.5 - A Religião: não-cristãs e CristianismoCristianismo A Humanidade, em todas as épocas chegou à ideia de Deus (monoteísmo) ou de deuses (politeísmo), «forças» sobrenaturais, superiores ao Homem, relacionadas com ele e com a natureza. A Religião é um facto universal e surge do reconhecimento (sentimento religioso) que a sua vida e o Universo estão ligados a Alguém. Religião vem do verbo latino «religare» e «religari» que significa ligar ou sentir-se ligado. Então, se há tantas religiões (como veremos a seguir), e todas procuram o caminho para a salvação do Homem, é indiferente pertencer a uma ou a outra? Esta resposta terá de ser dada paulatinamente noutras escolas. O cristão deve estar preparado para dar razões da sua fé! Mas para já pode reflectir, no quadro seguinte… Luteranismo Lutero 1524 Anglicanismo Henrique VIII 1534 Presbiterianismo João Knox 1560 Metodismo J & C Wesley 1739 Mórmones Joseph Smith 1830 Testemunhas de Jeová Charles T. Russell 1879 Igreja Católica Jesus Cristo 33 «Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a mInha Igreja» (Mt 16, 18)
  • 20. Quais são as principais Religiões da Actualidade? Cristianismo (católicos, protestantes, ortodoxos). São todos aqueles que aceitam Jesus Cristo como Deus e as verdades contidas no Credo Niceno. -Constanti- -nopolitano. 2. Tentativas de resposta:2. Tentativas de resposta: 2.5 - A Religião: não-cristãs e2.5 - A Religião: não-cristãs e CristianismoCristianismo Islamismo (sunitas e xiitas). Hinduísmo Budismo (theravada e mahayana) Judaísmo Confucionismo Sihkismo Espiritismo Fé Bahá’í Fundador: Maomé. Sentido da Vida: submissão a Deus (Alá). 5 pilares: Credo, Oração, Esmola, Ramadão e Peregrinação a Meca. Alcorão. Meca, Kaaba. Monoteísta. Religião mais antiga. Sentido da vida: alcançar a perfeição e a absorção em Brahman. Tríade (politeísmo): Visní, Shiva e Brahman. Vedas. Rio Ganges. Sidharta Gautama (Buda = iluminado). Reforma o Hinduísmo. Sentido da vida: alcançar o Nirvana, eliminando os desejos. Não fala em Deus. Pedras Angulares: Torá, Povo, Terra Prometida, Amor de Deus. Sentido da Vida: Encontro com Deus. Templo, Sábado e Sinagoga. Monoteísta. Mistura elementos Muçulmanos com hindús. Baseia-se nos Ensinamentos Religiosos de 10 líderes Espirituais. Fundador: Guru Nanak (séc. XV e XVI). Sem religião, Agnósticos e Ateus. Outras religiões: -Xamanismo -Taoísmo -Jainismo -Xintoísmo -Religiões Tradicionais Africanas (animismo, tribais…), - Etc. Novos Movimentos Religiosos e Seitas: -New Age -Cientologia -Mórmones -Moons -Adventistas -Testemunhas de Jeová, Etc., etc.
  • 21. 3. A Revelação Natural3. A Revelação Natural
  • 22. Ao lado da REVELAÇÃO JUDEO-CRISTÃ, temos de falar de REVELAÇÃO NATURAL: como vimos, a multiplicidade e universalidade do fenómeno religioso, as «Religiões», por um lado, e o esforço de grandes vultos da história humana, os «Filósofos», por outro lado, chegaram a um conhecimento de Deus muito variável. 3. A Revelação Natural Revelar = acção de tirar o véu que cobre o rosto. Do latim revelatio (do verbo revelare, «tirar o véu»). Em teologia significa a manifestação que Deus faz aos homens das coisas que estavam escondidas tanto sobre Deus como sobre o mundo. Mas, o que é a Revelação? Como Se manifesta Deus? Por dois modos diferentes e complementares: 1 - REVELAÇÃO NATURAL (indirecta, porque é feita através de indícios, do raciocínio…): através da natureza e criação; 2 - REVELAÇÃO SOBRENATURAL (directa ou propriamente dita): através dos Profetas e sobretudo da Palavra incarnada, Jesus Cristo. «Porquanto, o que de Deus se pode conhecer está à vista deles, já que Deus lho manifestou. Com efeito, o que é invisível nele - o seu eterno poder e divindade - tornou-se visível à inteligência, desde a criação do mundo, nas suas obras» (Rom 1, 19-20). «Muitas vezes e de muitos modos, falou Deus aos nossos pais, nos tempos antigos, por meio dos profetas. Nestes dias, que são os últimos, Deus falou-nos por meio do Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, e por meio de quem fez o mundo» (Heb REVELAÇÃO NATURAL OU INDIRECTA REVELAÇÃO SOBRENATURAL OU DIRECTA
  • 23. 3. A Revelação Natural A doutrina católica da Revelação fala, então, sobre a revelação sobrenatural e a natural e defende que o conhecimento de Deus pode ser atingido pela razão: «A Santa Igreja, nossa Mãe, atesta e ensina que Deus, princípio e fim de todas as coisas, pode ser conhecido, com certeza, pela luz natural da razão humana, a partir das coisas criadas». Se esta capacidade, o homem não poderia acolher a revelação de Deus» (C.I.C. 36). Isto foi afirmado no Concílio Vaticano I. Esses caminhos para atingir Deus têm como ponto de partida a criação: o mundo material e a pessoa humana (o mistério do homem, com sua inteligência, atracção pela beleza, experiência do amor). O universo é um sinal da Presença e beleza divinas. -O MISTÉRIO DO HOMEM: -O homem, sendo mortal e finito, sente-se, porém, sedento do Absoluto e Infinito, da Verdade e da Justiça, do Amor… de Deus! - A experiência de finitude do homem leva-o a perguntar pelo sentido da vida (sofrimento? Morte? Felicidade?..). - Há algo absoluto no interior do homem: por exemplo, a consciência que adverte, aprova, repreende. .. Há injustiças que bradam ao céu, como a morte de inocentes, que requer uma “reparação”. Há uma LEI MORAL no interior do homem (do que é certo e do que é errado) que exige um legislador supremo ao homem. Pela existência e pela a ordem admirável do universo (das coisas infinitamente grandes e nas infinitamente pequenas), levam à existência de Deus. Na criação vemos que a existência de seres contigentes (seres cuja existência é indiferente) exige a existência de um ser necessário (só há um, que é Deus); para explicar a existência dos seres contingentes há três hipóteses: ou procedem do nada (o que é absurdo, do nada não pode vir o ser), ou procedem uns dos outros em série infinita (o que repugna à mente) ou procedem de um primeiro ser necessário que lhes deu existência).
  • 24. 3. A Revelação Natural Assim, conhecemos Deus por dois modos: pela razão e pela Revelação (propriamente dita): -Somente com a força da razão natural, isto é, sem intervenção especial de Deus podemos conhecer várias verdades religiosas, por exemplo que há um só Deus, que temos alma, que existe vida depois da morte, etc. O conjunto de verdades religiosas que o homem pode conhecer pela simples luz da razão chama-se RELIGIÃO NATURAL. -A Religião natural não chega: pela razão, Deus só é alcançável indirectamente e não por um conhecimento de Deus em Si; e permanece em aberto a questão de saber se Deus quer ser Infinitude silenciosa, fechada em Si, ou comunhão com o homem… A REVELAÇÃO é a manifestação de Deus e da Sua vontade acerca da nossa salvação. Deus revelou-Se ao homem por amor, oferecendo assim uma resposta definitiva às interrogações que o homem faz sobre o sentido da vida e sobre o fim da sua vida. Assim, o conteúdo da Revelação Natural tem o carácter de expectativa, de Questão e Abertura ao Mistério Absoluto de Deus... …é necessário que aceitemos a Revelação; Pela REVELAÇÃO, Deus sai ao encontro dos homens, fala-lhes e convida-os a participar da Sua natureza divina e a ser Seus amigos e filhos… Veremos a Revelação divina na próxima Escola: Deus vem ao encontro do Homem.
  • 25. 4. Um caso concreto de busca de4. Um caso concreto de busca de Deus: Alexis CarrelDeus: Alexis Carrel
  • 26. 4. Um caso concreto de busca de Deus: Alexis Carrel Alexis Carrel foi Prêmio Nobel em Medicina. Perdeu a fé de sua infância e entregou-se ao materialismo positivista, sendo descrente e ateu. Aos poucos, porém, foi tomando consciência de que este não respondia a perguntas fundamentais do seu coração. Apesar de ser racionalista e descrente, ofereceu-se em 1903 para trabalhar como médico acompanhante de algumas pessoas doentes, ao Santuário de Lourdes; no seu livro Viagem a Lourdes narra-nos que era sua intenção estudar com rigor científico, se lá se passasse alguma coisa de anormal; preparou uma lista de curas que ele aceitaria como milagre e disse que tal acontecesse se tornaria um crente fanático ou um insano; por exemplo: um membro amputado que crescesse de novo ou uma cura repentina de um tumor canceroso; para ele, Lourdes não podia ir contra as forças orgânicas; estava decidido a não ser influenciado pelo que visse. Alexis Carrel 1873-1944
  • 27. 4. Um caso concreto de busca de Deus: Alexis Carrel Escreveu no seu livro :"O Homem esse Desconhecido". "Ä História foi provada pela ciência, sendo oito médicos e oito cientistas, dando seus avais, tanto do corpo lindíssimo de Santa Bernardete, como o milagre da garota cancerosa, retirada do hospital, com cancro alastrado no corpo todo e com 37 quilos“: lá verificou, com todo o rigor científico, a cura da moléstia. Ligou-se mais a um caso de uma jovem da qual diziam os seus médicos que era um caso sem esperança, bem perto da morte; Carrel observou ela a ser mergulhada apenas no abdômen, em virtude de as freiras terem dito que mergulhar far-lhe-ia mal, pois era muito doente; para espanto de Carrel, ao sair as feições da mulher pareciam ter mudado; depois de alguns minutos o tumor no abdómen desaparecera completamente!
  • 28. 4. Um caso concreto de busca de Deus: Alexis Carrel "O homem tem necessidade de Deus como tem necessidade de água e oxigénio." No fim da vida, caiu gravemente enfermo; então aguçou-se-lhe o drama do sentido da vida; resolveu entregar-se a Deus como um menino e pediu os sacramentos da Igreja. O empurrão decisivo foi-lhe dado ao presenciar a têmpera forte e heróica de uma órfãzinha. Exclamou então: "Minha salvação está em que uma pobre ignorante me segure a mão e me guie... Sim; quando se trata de não morrer como um cão, mas de terminar a vida nobremente, é somente junto aos humildes adoradores de Deus que os filósofos hão de buscar lições de Lógica". Isto não foi mais do que o princípio de uma transformação interior em Carrel: naquela noite passa em frente da basílica e lá entra e balbucia uma oração, na qual ainda diz que «Ainda duvido». Mas isto o impressionou profundamente, levando-o a uma busca sincera e sequiosa da verdade. Escreveu contra o materialismo e também contra a religião acomodada ou de fachada, sem, porém, chegar a uma crença definida.
  • 29. -Somente Deus pode encher o coração do homem; só se Ele existir, é que a vida tem sentido… «O nosso coração vive inquieto, enquanto não repousa em Vós», Santo Agostinho, Confissões, 1,1.