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Álvares de Azevedo
Sou o sonho de tua esperança
Tua febre que nunca descansa,
O delírio que te há de matar!
Biografia
• Manuel Antônio Álvares de Azevedo, nasceu no dia 12 de
setembro de 1831 em São Paulo, e faleceu no dia 25 de
abril de 1852 no Rio de Janeiro, foi um escritor da segunda
geração romântica, contista, dramaturgo, poeta e ensaísta
brasileiro.
• Filho de Inácio Manuel Álvares de Azevedo e Maria Luísa
Mota Azevedo, passou a infância no Rio de Janeiro, onde
iniciou seus estudos. Voltou a São Paulo, em 1847, para
estudar na Faculdade de Direito do Largo de São
Francisco, onde, desde logo, ganhou fama por brilhantes e
precoces produções literárias. Destacou-se pela facilidade
de aprender línguas e pelo espírito jovial e sentimental.
Obras
Noite na Taverna
Lira dos Vinte Anos
Macário
Poemas:
Poemas Irônicos, Venenosos e Sarcásticos
Poemas Malditos
Se eu morresse amanhã!
Lágrima de Sangue
Último Soneto
A minha desgraça
Adeus, meus sonhos!
Imitação
Soneto
Influência
Temas
• Evasão: sonho
fantasia
morte
• Mulher: idealização
sensualidade
• Pessimismo
•Vocábulos: virgem, febre, escuma, lua,
Pálido, lânguido, noite, anjo, palpitar....
Amor
Amemos! Quero de amor
Viver no teu coração!
Sofrer e amar essa dor
Que desmaia de paixão!
Na tu’alma, em teus
encantos
E na tua palidez
E nos teus ardentes
prantos
Suspirar de languidez!
Quero em teus lábio beber
Os teus amores do céu,
Quero em teu seio morrer
No enlevo do seio teu!
Quero viver d’esperança,
Quero tremer e sentir!
Na tua cheirosa trança
Quero sonhar e dormir!
!
Vem, anjo, minha donzela,
Minha’alma, meu coração!
Que noite, que noite bela!
Como é doce a viração!
E entre os suspiros do vento
Da noite ao mole frescor,
Quero viver um momento,
Morrer contigo de amor.
LEMBRANÇAS DE MORRER
Eu deixo a vida como deixa o
tédio
Do deserto, o poento caminheiro,
- Como as horas de um longo
pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um
sineiro;
Como o desterro de minh’alma
errante,
Onde fogo insensato a consumia:
Só levo uma saudade - é desses
tempos
Que amorosa ilusão embelecia.
Só levo uma saudade - é dessas
sombras
Que eu sentia velar nas noites
minhas.
De ti, ó minha mãe, pobre
coitada,
Que por minha tristeza te
definhas!
Se uma lágrima as pálpebras me inunda,
Se um suspiro nos seios treme ainda,
É pela virgem que sonhei. que nunca
Aos lábios me encostou a face linda!
Só tu à mocidade sonhadora
Do pálido poeta deste flores.
Se viveu, foi por ti! e de esperança
De na vida gozar de teus amores.
Beijarei a verdade santa e nua,
Verei cristalizar-se o sonho amigo.
Ó minha virgem dos errantes sonhos,
Filha do céu, eu vou amar contigo!
Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz, e escrevam nela:
Foi poeta - sonhou - e amou na vida.
SE EU MORRESSE AMANHÃ
Se eu morresse amanhã, viria
ao menos
Fechar meus olhos minha
triste irmã;
Minha mãe de saudades
morreria
Se eu morresse amanhã!
Quanta glória pressinto em
meu futuro!
Que aurora de porvir e que
amanhã!
Eu perdera chorando essas
coroas
Se eu morresse amanhã!
Que sol! que céu azul! que
doce n'alva
Acorda a natureza mais
louçã!
Não me batera tanto amor
no peito
Se eu morresse amanhã!
Mas essa dor da vida que
devora
A ânsia de glória, o doloroso
afã...
A dor no peito emudecera ao
menos
Se eu morresse amanhã!
SONETO
Pálida à luz da lâmpada
sombria,
Sobre o leito de flores
reclinada,
Como a lua por noite
embalsamada,
Entre as nuvens do amor ela
dormia!
Era a virgem do mar, na
escuma fria
Pela maré das águas embalada!
Era um anjo entre nuvens
d'alvorada
Que em sonhos se banhava e se
esquecia!
Era a mais bela! Seio
palpitando...
Negros olhos as pálpebras
abrindo...
Formas nuas no leito
resvalando...
Não te rias de mim, meu anjo
lindo!
Por ti - as noites eu velei
chorando,
Por ti - nos sonhos morrerei
sorrindo!
PORQUE MENTIAS?
Por que mentias leviana e
bela?
Se minha face pálida
sentias
Queimada pela febre, e
se minha vida
Tu vias desmaiar, por que
mentias?
Acordei da ilusão, a sós
morrendo
Sinto na mocidade as
agonias.
Por tua causa desespero
e morro...
Leviana sem dó, por que
mentias?
Sabe Deus se te amei! sabem
as noites
Essa dor que alentei, que tu
nutrias!
Sabe esse pobre coração que
treme
Que a esperança perdeu por
que mentias!
Vê minha palidez - a febre
lenta
Esse fogo das pálpebras
sombrias...
Pousa a mão no meu peito! Eu
morro! Eu morro!
Leviana sem dó, por que
mentias?
Adeus, meus Sonhos!
Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro!
Não levo da existência uma saudade!
E tanta vida que meu peito enchia
Morreu na minha triste mocidade!
Misérrimo! votei meus pobres dias
À sina doida de um amor sem fruto...
E minh’alma na treva agora dorme
Como um olhar que a morte envolve em luto.
Que me resta, meu Deus?!... morra comigo
A estrela de meus cândidos amores,
Já que não levo no meu peito morto
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Álvares de Azevedo - poemas

  • 1. Álvares de Azevedo Sou o sonho de tua esperança Tua febre que nunca descansa, O delírio que te há de matar!
  • 2. Biografia • Manuel Antônio Álvares de Azevedo, nasceu no dia 12 de setembro de 1831 em São Paulo, e faleceu no dia 25 de abril de 1852 no Rio de Janeiro, foi um escritor da segunda geração romântica, contista, dramaturgo, poeta e ensaísta brasileiro. • Filho de Inácio Manuel Álvares de Azevedo e Maria Luísa Mota Azevedo, passou a infância no Rio de Janeiro, onde iniciou seus estudos. Voltou a São Paulo, em 1847, para estudar na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, onde, desde logo, ganhou fama por brilhantes e precoces produções literárias. Destacou-se pela facilidade de aprender línguas e pelo espírito jovial e sentimental.
  • 3. Obras Noite na Taverna Lira dos Vinte Anos Macário Poemas: Poemas Irônicos, Venenosos e Sarcásticos Poemas Malditos Se eu morresse amanhã! Lágrima de Sangue Último Soneto A minha desgraça Adeus, meus sonhos! Imitação Soneto
  • 5. Temas • Evasão: sonho fantasia morte • Mulher: idealização sensualidade • Pessimismo •Vocábulos: virgem, febre, escuma, lua, Pálido, lânguido, noite, anjo, palpitar....
  • 6.
  • 7. Amor Amemos! Quero de amor Viver no teu coração! Sofrer e amar essa dor Que desmaia de paixão! Na tu’alma, em teus encantos E na tua palidez E nos teus ardentes prantos Suspirar de languidez! Quero em teus lábio beber Os teus amores do céu, Quero em teu seio morrer No enlevo do seio teu! Quero viver d’esperança, Quero tremer e sentir! Na tua cheirosa trança Quero sonhar e dormir! ! Vem, anjo, minha donzela, Minha’alma, meu coração! Que noite, que noite bela! Como é doce a viração! E entre os suspiros do vento Da noite ao mole frescor, Quero viver um momento, Morrer contigo de amor.
  • 8. LEMBRANÇAS DE MORRER Eu deixo a vida como deixa o tédio Do deserto, o poento caminheiro, - Como as horas de um longo pesadelo Que se desfaz ao dobre de um sineiro; Como o desterro de minh’alma errante, Onde fogo insensato a consumia: Só levo uma saudade - é desses tempos Que amorosa ilusão embelecia. Só levo uma saudade - é dessas sombras Que eu sentia velar nas noites minhas. De ti, ó minha mãe, pobre coitada, Que por minha tristeza te definhas! Se uma lágrima as pálpebras me inunda, Se um suspiro nos seios treme ainda, É pela virgem que sonhei. que nunca Aos lábios me encostou a face linda! Só tu à mocidade sonhadora Do pálido poeta deste flores. Se viveu, foi por ti! e de esperança De na vida gozar de teus amores. Beijarei a verdade santa e nua, Verei cristalizar-se o sonho amigo. Ó minha virgem dos errantes sonhos, Filha do céu, eu vou amar contigo! Descansem o meu leito solitário Na floresta dos homens esquecida, À sombra de uma cruz, e escrevam nela: Foi poeta - sonhou - e amou na vida.
  • 9. SE EU MORRESSE AMANHÃ Se eu morresse amanhã, viria ao menos Fechar meus olhos minha triste irmã; Minha mãe de saudades morreria Se eu morresse amanhã! Quanta glória pressinto em meu futuro! Que aurora de porvir e que amanhã! Eu perdera chorando essas coroas Se eu morresse amanhã! Que sol! que céu azul! que doce n'alva Acorda a natureza mais louçã! Não me batera tanto amor no peito Se eu morresse amanhã! Mas essa dor da vida que devora A ânsia de glória, o doloroso afã... A dor no peito emudecera ao menos Se eu morresse amanhã!
  • 10. SONETO Pálida à luz da lâmpada sombria, Sobre o leito de flores reclinada, Como a lua por noite embalsamada, Entre as nuvens do amor ela dormia! Era a virgem do mar, na escuma fria Pela maré das águas embalada! Era um anjo entre nuvens d'alvorada Que em sonhos se banhava e se esquecia! Era a mais bela! Seio palpitando... Negros olhos as pálpebras abrindo... Formas nuas no leito resvalando... Não te rias de mim, meu anjo lindo! Por ti - as noites eu velei chorando, Por ti - nos sonhos morrerei sorrindo!
  • 11. PORQUE MENTIAS? Por que mentias leviana e bela? Se minha face pálida sentias Queimada pela febre, e se minha vida Tu vias desmaiar, por que mentias? Acordei da ilusão, a sós morrendo Sinto na mocidade as agonias. Por tua causa desespero e morro... Leviana sem dó, por que mentias? Sabe Deus se te amei! sabem as noites Essa dor que alentei, que tu nutrias! Sabe esse pobre coração que treme Que a esperança perdeu por que mentias! Vê minha palidez - a febre lenta Esse fogo das pálpebras sombrias... Pousa a mão no meu peito! Eu morro! Eu morro! Leviana sem dó, por que mentias?
  • 12. Adeus, meus Sonhos! Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro! Não levo da existência uma saudade! E tanta vida que meu peito enchia Morreu na minha triste mocidade! Misérrimo! votei meus pobres dias À sina doida de um amor sem fruto... E minh’alma na treva agora dorme Como um olhar que a morte envolve em luto. Que me resta, meu Deus?!... morra comigo A estrela de meus cândidos amores, Já que não levo no meu peito morto Um punhado sequer de murchas flores!
  • 13. NOITE NA TAVERNA Álvares de Azevedo 1878