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A "Teoria do Intervalo" em Dan. 9:27


Pr. Roberto Biagini   - Mestrado em Teologia

O conhecido comentarista romano Hipólito, do séc. III confundiu os dois príncipes
de Dan. 9:24-27, concluindo que os dois eram um só, interpretando "Ele" do v. 27,
como sendo um futuro Anticristo, e não Jesus Cristo que haveria de cessar os
sacrifícios.

É lamentável que o erro de Hipólito tenha sido copiado por John N. Darby, no
século IXX, introduzindo o conceito de que a vinda de Cristo consiste de duas fases,
o que capturou o pensamento de muitos protestantes de hoje. Uma fase é o
arrebatamento secreto dos cristãos, seguido do Seu aparecimento em glória e
majestade, 7 anos depois, para governar a Terra por mil anos.

Certamente, ele está baseado na "Teoria do Intervalo", que separa a última
semana de Dan. 9:27, em uma lacuna de mais de 2000 anos, após a qual virá o
Anticristo que fará uma aliança com os judeus, mas quebra esta aliança na metade
da semana de 7 anos.




O que ensina a Bíblia sobre isto? Há 13 categóricos "nãos" , que justificam
a não-aceitação da "Teoria do Intervalo".
1) Não é bíblica. Não há a mínima sugestão na Bíblia de que devemos colocar um
intervalo no final do período das 69 semanas de Dan. 9:27. Não há um só paralelo
em toda a Bíblia de semelhante acréscimo, em um período profético que foi dado
em sua perfeição completa para ser interrompido.

Bíblica é a exposição que segue criteriosamente o seu contexto mediato e imediato,
considerando a harmonia entre as partes e sua interpretação natural. Mas como
isso não acontece com a teoria do intervalo, ela pode ser uma interpretação
humana, uma tentativa de encontrar a verdade na falta de mais sabedoria, mas
não é bíblica.

A teoria do hiato coloca a figura do Anticristo dentro desta profecia, para o futuro, o
que não consta em nenhum texto, nem nesta parte, nem em qualquer outra parte
das Escrituras, para confirmar essa conexão extra-bíblica. Não há um "Assim diz o
Senhor" para autorizar a adição de um intervalo em Dan. 9:27.

2) Não é perfeita. A teoria do intervalo desfaz a perfeição profética tanto do
período, como dos acontecimentos relacionados. O número 70 é formado de 7 x
10; o número 7 indica a perfeição do período (como na própria semana de 7 dias);
o número 10 indica a perfeição do governo e da vontade divina (como visto nos 10
mandamentos). Dan. 9:24 expõe o período, colocando o limite próprio, além de
definir claramente o propósito sêxtuplo, acrescido do 7º propósito no verso 27, que
descreve o acontecimento que seria exato em sua perfeição para dar o sentido mais
bíblico e exato, na morte do Messias. Isto tudo deve se cumprir dentro das 70
semanas.

Ora, separar a última semana, uma única, de 69 outras semanas é tornar
imperfeito um período perfeito, de 70 semanas, e frustrar o acontecimento mais
perfeito que foi o sacrifício do Messias na Cruz do Calvário, que deve culminar com
a metade da semana dos 7 anos restantes, no ano de 31 d.C.

É por esse perfeito sacrifício que Jesus Cristo comunica a perfeição à Sua Igreja
(Heb. 10:14). A teoria do intervalo retira essa perfeição profética, colocando sobre
os ombros do Anticristo uma obra que não lhe foi atribuída. Portanto, não é perfeito
separar um período perfeito, cujos propósitos se ajustam e se cumprem com
exatidão.

3) Não é necessária. Os advogados da teoria do intervalo afirmam que se não
houver uma lacuna entre as 69 semanas e a 70ª, se o período for contínuo, não
haveria mais nada a dizer-se sobre o futuro. Dizem que esse hiato é necessário
para que tenhamos uma visão do futuro. Entretanto, esta necessidade não existe,
porque a profecia das 70 semanas não foi dada para o mundo em geral, mas para o
povo judeu: "Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua
santa cidade." (Dan. 9:24), delimitando a Teocracia de Israel para apenas mais 490
anos daquela parte do tempo do profeta, e no final desse tempo, não haveria mais
chance para uma nação que rejeitaria o Messias de Deus dizendo: "O Seu sangue
caia sobre nós e sobre os nossos filhos". (Mat. 27:25).

Ademais, esta profecia é uma ampliação do capítulo 8:14, para explicar a primeira
parte e o ponto de partida da profecia dos 2300 anos (Dan. 8:26-27; 9:21-22).
Mas, falando desta visão disse o anjo: "... esta visão se refere ao tempo do fim" e
"há de acontecer no último tempo da ira, porque esta visão se refere ao tempo
determinado do fim." (Dan. 8:17,19,26). Ora, se esses intérpretes da profecia
estão procurando um período que se estenda até o "tempo do fim", devem então
procurar no capítulo anterior, em Dan. 8, porque este, sim, é claro em afirmar a
verdade sobre o fim dos séculos.
Mas como esses teólogos liberais sustentam a doutrina extra-bíblica do
Dispensacionalismo, que ensina a conversão futura da nação israelita ao verdadeiro
Messias, e a separação de judeus e gentios, se vêem na necessidade de criar um
intervalo para adaptar a profecia às suas crenças preconcebidas.

Entretanto, a Bíblia ensina claramente o fim da Teocracia judaica no próprio texto
estudado, onde o profeta Daniel expõe o tempo de graça para Israel: "Setenta
semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade." (Dan.
9:24).

Cristo confirmou esta interpretação, quando diante dos líderes judeus falou:
"Portanto, vos digo que o reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo
que lhe produza os respectivos frutos." (Mat. 21:43). Logo depois, Ele chorou ao
contemplar a cidade condenada, dizendo que o seu tempo de graça estava
expirando, ao afirmar: "Eis que a vossa casa vos ficará deserta." (Mat. 23: 37-38).
O Espírito Santo estaria fora de qualquer templo que fosse reedificado após a
destruição do seu santuário, predito por Daniel (9:26) e também profetizado pelo
grande Profeta e Mestre (Mat. 24:1-2).

Acabou-se a Economia judaica, cumpriu-se a profecia de Dan. 9:26-27. Após isto, o
evangelho foi pregado para os gentios que também deveriam ter a sua
oportunidade. Mas ainda assim, lá estavam os judeus atrapalhando a pregação que
era dirigida aos gentios. Pelo que disse o apóstolo Paulo: "a ponto de nos
impedirem de falar aos gentios para que estes sejam salvos, a fim de irem
enchendo sempre a medida de seus pecados. A ira, porém, sobreveio contra eles
(contra os judeus – v. 14-15), definitivamente." (1Tes. 2:16).

Portanto, não é necessário um intervalo para nos indicar o futuro, porque as
profecias relativas ao tempo do fim se encontram explanadas nos capítulos
escatológicos de Dan. 2, 7, 8, e 11-12.

4) Não é cronológica. A teoria de que tratamos segue a cronologia profética até o
seu final, percorrendo as 69 semanas, mas quando abandona a seqüência para
adicionar um hiato perde a cronologia exigida pelo próprio texto que se pretende
explicar.

É de se admirar que as duas primeiras partes (7 semanas e 62 semanas) seguem o
padrão cronológico sugerido pelo texto, mas que logo ao chegar à terceira unidade
(1 semana), sem nenhum motivo para isso, o autor da teoria abandona a
cronologia, para se satisfazer em criar um intervalo, inadmissível em qualquer
estudo sério de escatologia.

Toda escatologia sem cronologia evidente por si mesma e pelo texto estudado sofre
do perigo de ser considerada uma falsa teoria e perigosa interpretação, da qual
muitos vão depender até o seu modo de vida, como acontece nesse caso, em que
muitos estão acomodados, julgando que tudo já está resolvido para o seu futuro, e
que nada mais tem a fazer a não ser continuar em sua fé pelo que Cristo já fez na
Cruz. O resultado é um preparo frouxo e acomodado.

"É somente mediante uma ginástica hermenêutica e uma suspensão da razão que
um intervalo imenso pode ser importado para Daniel, a fim de interromper o
período de tempo de outra forma cronologicamente exato." (Dr. K.L.Gentry Jr., As
70 Semanas de Daniel).
Portanto, é grave toda interpretação escatológica que não se preocupa com a
cronologia, mas muito mais grave quando essa cronologia é claramente indicada
pelo texto profético estudado, como base e fundamento da verdade.

5) Não é natural. Espera-se de uma interpretação profética que seja natural e
espontânea, seguindo-se as mínimas regras de interpretação, que parta a sua
exposição do próprio texto, conforme a indicação do mesmo. Mas se há um
acréscimo de alguma coisa estranha ao texto, que não tenha um relacionamento
natural e comum das partes entre si, é uma falsa interpretação, que precisa ser
reestudado, sem isenção.

O apóstolo Pedro advertiu à igreja primitiva: "Tende por salvação a longanimidade
de nosso Senhor, como igualmente o nosso amado irmão Paulo vos escreveu,
segundo a sabedoria que lhe foi dada, ao falar acerca destes assuntos, como, de
fato, costuma fazer em todas as suas epístolas, nas quais há certas coisas difíceis
de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, como também deturpam as
demais Escrituras, para a própria destruição deles." (2Ped. 3:15-16). Uma
interpretação profética jamais deveria ser torcida, deturpada, ou forçada, em seu
significado original para que seja natural em sua compreensão.

6) Não é exegética. O ensino da teoria do hiato se perde por sua falta de exegese
séria do texto bíblico. Para se fazer uma exegese, são necessários alguns
elementos indispensáveis, como: estudo das línguas originais, estudo do contexto
mediato e imediato, gramática, estrutura literária do texto, bem como o tipo de
literatura apresentada, para citar algumas ferramentas.

Mas, para não nos alongarmos demasiadamente, vamos considerar apenas o tipo
de literatura que foi usada. Muitas vezes, a poesia hebraica é um recurso usado nos
escritos proféticos, dando beleza e força de expressão. Na poesia, logo nos
deparamos com o método dos paralelismos: sinônimos, sintéticos, antitético,
alternativos e quiasmas.

 A estrutura literária poética de Dan. 9:24-27 possui sinônimos, antíteses, e
quiasmas (linhas em X, "qui" – do grego), além do jogo de palavras [como a
palavra "cortar" que no original tem a mesma raiz das palavras traduzidas por
"valados", "determinadas" e "decretada"]. Mas o grande auxílio da poesia neste
caso são os contrastes que nos ajudam a identificar o sujeito "Ele" do v. 27.

O grande problema por que muitos não podem ver a Cristo é a identificação do
sujeito "Ele" com o Anticristo futuro. Mas tudo se esclarece se podemos ver dois
príncipes em luta e em frisante contraste:




v. 26 :

1) será morto o Ungido, (Príncipe no v. 25: morte ao 1º Príncipe)

e já não estará ("não estará" na destruição que segue logo abaixo)

2) e o povo de um príncipe que há de vir ("estarão" para destruir:)

destruirá a cidade e o santuário,

e o seu fim será num dilúvio, (morte ao 2º príncipe: o destruidor é destruído.)
e até ao fim haverá guerra; desolações são determinadas.




v. 27 :

1)" Ele fará firme aliança com muitos, (Retorna ao 1º Príncipe)

por uma semana;

na metade da semana,

fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares;

2)" sobre ... abominações virá o assolador, (Retorna ao 2º príncipe)

até que a destruição, que está determinada, se derrame sobre ele.




É evidente o contraste dos dois príncipes em luta. A ordem é esta:

1) Primeiramente, destaca-Se o Messias, que morre.

2) Logo após, vem o destruidor, que também morre.

1)" A seguir, Gabriel retorna com o 1º Príncipe, Cristo que constrói.

2)" Logo, vem o assolador que é destruído.




As linhas 1) e 2) estão em paralelo, mas em contraste. A mesma estrutura se vê
nas linhas 1)" e 2)": estão em paralelo, mas em contraste. Entretanto, as linhas 1)
e 1)" estão em harmonia, como também as linhas 2) e 2)". Esta é a estrutura
poética e profética dos versos 26-27. A identificação desta forma poética ajudará a
identificar os personagens, e trará a verdadeira interpretação dos termos.

A conclusão é clara: o maior personagem é enfatizado como sendo o Messias e Sua
obra redentora. O anjo Gabriel não estava tão preocupado com o inimigo, mas com
o perigo de rejeitar o Messias, porque isso traria o destruidor da própria nação e do
templo. Essa seria a sorte do povo judeu, embora havia um escape para os
arrependidos.

A identificação também virá com a resposta à palavra-chave destruição". Quem é o
assolador, quem é que destrói? É evidente que no verso 27, o assolador é
apresentado como o segundo personagem, após o Cristo identificado como o "Ele"
do início do verso.

A teologia identifica o fato de que Cristo (Ele) ao morrer na Cruz, não só (1) cessa
os sacrifícios, como também (2) triunfa sobre o assolador e seus aliados,
mencionados na segunda parte do verso. O apóstolo Paulo disse: "[1] tendo
cancelado o escrito de dívida, ... que constava de ordenanças, ... removeu-o
inteiramente, encravando-o na cruz; e, [2] despojando os principados e as
potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz." (Col.
2:14-15).

Comentando a teoria do parêntesis ou intervalo, diz o teólogo Gentry: "Esse
argumento ignora as peculiaridades do estilo poético hebraico. A mente oriental
frequentemente confunde a preocupação ocidental com uma sucessão cronológica;
a estrutura ocidental não pode ser inserida na passagem. Esse "padrão
revelacional" permite uma repetição paralela e expansão do assunto, sem exigir
uma sucessão real no tempo." (Dr. K.L.Gentry Jr., As 70 Semanas de Daniel).

E mais: "Essas propostas futuristas repousam, essencialmente, sobre uma
compreensão errônea dos padrões de pensamento da poesia hebraica... elas
representam uma leitura do idioma hebraico através de óculos ocidentais". (Frank
Holbook, Symposium on Revelation - Book 1, pág. 327). "

7) Não é climática. O modo de colocação dos termos da profecia, a ordem dos
temas, a seqüência das divisões do período, e a explicação do anjo levam ao ponto
mais climático que é a realização de todo o período das 70 semanas com o seu
ponto climático na última semana. O clímax é esperado na profecia imediatamente
na sua parte final.

O texto não sugere um anticlímax, como a teoria do intervalo quer impor,
dogmaticamente. O texto sugere fortemente um momento culminante, e tem uma
tendência para o seu final imediato. Nada de um hiato distanciando a parte mais
esperada da profecia para um povo que aguardava ansiosamente o Messias, na
plenitude dos tempos.

8) Não é cristocêntrica. A teoria do intervalo ignora que a principal Figura
apresentada em Dan. 9:27 seja o Messias, sendo a Sua morte e rejeição do
Crucificado pelos judeus a própria razão da destruição de Jerusalém: "Porque estes
dias são de vingança, para se cumprir tudo o que está escrito." (Luc. 21: 22; Ver
Mat. 24:15).

O período começa com vários objetivos que tratam do pecado e sua vitória
esmagadora. Mas se as partes em que o período é dividido são importantes,
apontam, no entanto, para a parte superimportante, que é o seu final
cristocêntrico: a obra de Jesus Cristo para cumprir os 7 objetivos na sua morte
como o Messias.

Esta é a parte mais importante, porque é o acontecimento sobre o qual gravitam
todas as verdades da Bíblia. Esta profecia bíblica encontra o seu cumprimento
máximo na Pessoa de Cristo, que morreu na metade da semana, realizando a sua
obra salvífica para a humanidade.

A teoria do intervalo falha em não reconhecer essa verdade cristocêntrica, para dar
lugar ao Anticristo e, portanto, perde-se no intuito de apresentar um futuro
personagem estranho à profecia, e deixa de visualizar a mensagem cristocêntrica
do "Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" (João 1:29).

9) Não é proporcional. Um período de 383 anos, seguido por outro período de 7
anos, um período quase terminado num total de 490 anos, mas interrompido
abruptamente para além de 2000 anos é algo simplesmente desproporcional. De
novo, retirar 1 simples semana de 70 semanas e lançá-la inadequadamente para
um futuro indefinido de mais de 2000 anos, sem nenhuma certeza de seu
cumprimento, é completamente desproporcional e descabido.
10) Não é segura. A teoria do hiato não é uma interpretação segura porque não
encontra nenhum apoio contextual. Não está segura no contexto imediato, nem no
contexto mediato. Não se baseia em nenhuma segurança próxima ou distante. Não
tem nenhum "Assim diz o Senhor" para certificar a certeza de sua pretensão. E não
é sábio se aventurar numa interpretação insegura, vacilante e comprometedora.

A grande falácia da doutrina do intervalo é que promove insegurança espiritual à
Igreja que ficando confusa sobre o tempo de sua tribulação, recebe a promessa de
que no tempo do Anticristo ela será retirada da Terra pelo Arrebatamento Secreto,
mas peca ao se deparar com muitos textos que indicam claramente que a Igreja
passará pela tribulação e é provada nela, tendo experimentado a fúria de Satanás e
do Anticristo. (Dan. 12:1; Apoc. 7:14; 12:17; 13:15-17).

A doutrina do intervalo, juntamente com a doutrina do Dispensacionalismo, que é a
sua própria base, não é segura, porque leva o povo de Deus a relaxar o seu
preparo, confiando em uma falsa segurança.

11) Não é lógica. O pensamento de um possível intervalo dentro de um período
profético criteriosamente estabelecido na Escritura não é lógico. As lógica exige
uma proposição e as provas que a estabelecem. A proposição do profeta Daniel se
encontra no v. 24 (Dan. 9:24); as provas seguem através da divisão do período em
7 + 62 + 1, resultando em 70. Não é lógico separar a última semana, que é uma
das três unidades que complementam e exatificam o número 70, com todas as
explanações do anjo assistente Gabriel, que se deu ao trabalho de unir as partes
ligadas pelos números e acontecimentos correlatos.

A coisa mais lógica que se espera de um período profético é que ele tenha um início
e um fim, como é o caso dos períodos de 1260, 2300, 1290, 1335 anos (Dan. 7:25;
8:14; 9:24; 12:7, 11, 12; Apo. 11:2,3; 12:6,14; 13:5) – todos eles contínuos, sem
nenhum intervalo entre eles, como é também o caso de 70 semanas que também
são uma unidade inseparável e contínua (Dan. 9:24). Se não fosse assim, não
haveria por que procurar exatidão profética.

É lógico que a 70ª semana se refira aos 7 anos seguintes à 69ª, isto é, ao período
em que o ministério do Messias tomou o lugar. As palavras do texto em nenhuma
forma indicam uma quebra ou intervalo. Ora, sair da lógica mais simples, é errar na
interpretação e violentar o texto, fazendo-o dizer o que a profecia não diz.

12) Não é coerente. A teoria do hiato, da descontinuidade do período profético de
Dan. 9:27, não é coerente com o próprio ensino da profecia. O Anticristo não pode
realizar a obra estipulada como sendo os 7 acontecimentos e propósitos do v. 24 e
27: (1) "para fazer cessar a transgressão", (2) "para dar fim aos pecados", (3)
"para expiar a iniqüidade", (4) "para trazer a justiça eterna", (5) "para selar a visão
e a profecia", (6) "para ungir o Santo dos Santos", e (7) "cessar o sacrifício e a
oferta de manjares".

Tudo isso é Obra exclusiva do Messias e tudo isso pertence ao propósito final
das 70 semanas:

(1) É Cristo que trata com o pecado de modo a extirpá-lo: "Eis o Cordeiro de
Deus, que tira o pecado do mundo! Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do
mundo!" (João 1:29). "...agora, ... ao se cumprirem os tempos, se manifestou uma
vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de si mesmo, o pecado."
(2) É Cristo quem traz a justiça eterna: "A Tua justiça é justiça eterna" (Sal.
119:142). "Justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos e sobre
todos os que crêem" (Rom. 3:22).

(3) É Cristo quem sela a profecia: "O tempo [Dan. 9:24-27] está cumprido, e o
reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho." (Marc. 1:15).

(4) É Cristo quem unge o Santo dos Santos: "Ora, o essencial das coisas que
temos dito é que possuímos tal sumo sacerdote, que se assentou à destra do trono
da Majestade nos céus, como ministro do Santuário [celestial]" (Heb. 8:1). "...pelo
Seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido
eterna redenção." (Heb. 9:12).

(5) É Cristo quem faz cessar a lei cerimonial, os sacrifícios e as ofertas de
manjares: "E Jesus, clamando outra vez com grande voz, entregou o espírito. Eis
que o véu do santuário [terrestre] se rasgou em duas partes de alto a baixo" (Mat.
27:50-51). "Aboliu, na sua carne, a lei dos mandamentos na forma de ordenanças"
(Efé. 2:15). "Tendo cancelado o escrito de dívida, ... que constava de ordenanças,
... removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz." (Col. 2:14).

(6) É Cristo quem faz uma "firme aliança", tão firme que é eterna: "Farei com
eles aliança eterna" (Jer. 32:40). "Porque isto é o meu sangue, o sangue da nova
aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados." (Mat. 26:28).
A idéia do original hebraico é "confirmar a aliança", que evidentemente já existia,
por ser eterna; não tanto fazer uma aliança ainda inexistente.

(7) É Cristo quem deu esta profecia e a interpretou: "Quando, pois, virdes o
abominável da desolação de que falou o profeta Daniel [9:27], no lugar santo
(quem lê entenda), então, os que estiverem na Judéia fujam para os montes."
(Mat. 24:15-16). "Quando, porém, virdes Jerusalém sitiada de exércitos, sabei que
está próxima a sua devastação... Porque estes dias são de vingança, para se
cumprir tudo o que está escrito... Cairão a fio de espada e serão levados cativos
para todas as nações." (Luc. 21:20, 22, 24). É evidente que Cristo interpretava
Dan. 9:27, predizendo a destruição da cidade de Jerusalém no ano 70 d.C. pelos
romanos, considerados por Ele como "o abominável da desolação".

Introduzir o futuro Anticristo nesse meio é colocar um corpo estranho para
a realização dos santos propósitos divinos; mas Deus não tem parceria
com Satanás. Seria fazer o texto dizer o que não tem a intenção de dizer.
Seria forçá-lo à incoerência.

Faltaria espaço para considerar em maior profundidade outra grande incoerência
sobre a metade da semana (Dan. 9:27), que todos concordam ser de 3 ½ anos:
Como podem os teólogos da teoria do intervalo tomar o período de Dan. 7:25 (Dan.
12:7; Apo. 11:2,3; 12:6,14; 13:5), que descreve um período profético de 1260
dias-anos e usá-los como 3 ½ anos para se adaptarem à metade da última
semana em Dan. 9:27?

(1) Se o princípio dia-ano (Núm. 14:34; Eze. 4:6-7, 1 dia = 1 ano) foi usado para
chegarem aos 490 anos (70 semanas x 7dias = 490 dias), então, pelo menos por
amor à coerência, 1260 dias também devem ser 1260 anos. Por que as 70 semanas
são interpretados como tempo profético e os 1260 dias não são? Mas, se forem
entendidos como devem ser, tempo profético de dias-anos, como poderiam caber
1260 anos dentro de 1 semana de 7 anos, para ser a metade da semana?
(2) Ademais, onde estão os períodos de 1290 e 1335 dias-anos (Dan. 12:11-12)
que se encontram próximos cronologicamente dos 1260? (Dan. 12:7: 3 ½ tempos
= 1260 dias).

(3) E ademais ainda, onde estão os diferentes contextos dessas profecias
relacionadas aos 1260 dias?

(4) E finalmente, como podem colocar no futuro indefinido uma profecia que já se
cumpriu no passado (538-1798 d.C.), com o surgimento e queda do Papado,
cujos contextos se adaptam perfeitamente? E isso é confirmado pelos grandes
intérpretes da profecia escatológica!

Conseqüentemente, desfaz-se o período de 3 ½ anos, baseados em 7 textos
extemporâneos, e está desfeita a teoria do intervalo. Simples-mente, não há
coerência.

Portanto, a teoria do intervalo não é coerente com o ensino bíblico geral nem com o
ensino particular do anjo Gabriel de Dan. 9:24-27, que interpreta esse período
como sendo um período completo, terminado, acabado.

13) Não é conservadora. Há um grande número de teólogos conservadores que
interpretam o período das 70 semanas como sendo uma unidade completa e
inseparável. Aqueles que aceitam a interpretação que conecta a 70ª semana
com o Messias e não com o Anticristo incluem os seguintes eruditos:

1- Pais da Igreja primitiva: Tertullian, Eusebius, Athanasius, Cyril de Jerusalém,
Polychronius, e Augustine.

2- Escritores cristãos medievais: O Venerável Bede, Thomas Aquinas, and
Arnold de Villanova.

3- Líderes da Pré-Reforma: Wycliffe e Brute, junto com tais reformadores como
 Luthero, Melanchthon, Funck, Selnecker, Nigrinus, e Heinrich Bullinger.

4- Eruditos da Pós-Reforma: Joseph Mede, Sir Isaac Newton, William Whiston,
Johann Bengel, Humphrey Prideaux, John Blair, e James Ferguson.

5- Exegetas do Mundo Antigo do Século IXX: Jean de la Flechere, William
Hales, George Faber, Thomas Scott, Adam Clarke, Thomas Horne, Archibald Mason,
John Brown, John Fry, Thomas White, Edward Cooper, Thomas Keyworth, Alfred
Addis, William Pym, Daniel Wilson, Alexander Keith, Matthew Habershon, Edward
Bickersteth, e Louis Gaussen, como também o último Havernick, Hengstenberg, e
Pusey.

6- Expositores Americanos do Séc. IXX: Elias Boudinot, William Davis,
Moderador Joshua Wilson, Samuel McCorkle, Robert Reid, Alexander Campbell, Jose
de Rozas (Mexico), Adam Burwell (Canadá), Robert Scott, Stephen Tyng, Isaac
Hinton, Richard Shimeall, James Shannon, e John Robinson.

7- Expositores do Século XX: C.H.Wright, R. D. Wilson, Boutflower, e outros
muito numerosos para serem mencionados.
Portanto, os adventistas tem uma hoste de ilustres predecessores para a sua
posição.

4 Citações extras, como exemplos:

1) "O povo de um príncipe. Certamente os Romanos, o povo do príncipe,
destruíram a cidade e o santuário em um modo mais completo do que qualquer
outro, desde Nabucodonozor." (Pulpit Commentary, Exposition em Dan. 9:26).

2) "Na metade da semana. A interpretação comum aplica essas palavras à
crucifixão de nosso Senhor..." (Pulpit Commentary, Exposition, em Dan. 9:27).

3) "O fim da economia judaica... o fim da dispensação judaica... O Tempo. Do
começo do ministério do Senhor acerca do tempo da morte de Estevão e o
espalhar-se da Igreja judaica cristã – cerca de 7 anos. ... as "70 semanas" estavam
acabadas. Daí para frente, a história dos Atos dos Apóstolos volta-se para os
gentios." (H.T.Robjohns, Pulpit Commentary, Homiletics, em Dan. 9:26-27).

4) "Versículo 27. É melhor considerar o sujeito como o Messias, visto que Ele é a
Pessoa mais proeminente desta passagem. O concerto que deverá prevalecer seria
o concerto da graça pelo qual o Messias, por meio de Sua vida e morte, obtém a
salvação para Seu povo. O septuagésimo sete se refere, dessa maneira, ao tempo
da vida terrena de nosso Senhor. Na metade desse sete o Messias, por meio da
Sua morte, faz cessar os sacrifícios judaicos (cf. Hb 8.13). " (Novo Comentário da
Bíblia, Dan. 9:27). "

Conclusão

Você pode escolher esta interpretação forçada
Ou você pode optar pela verdadeira interpretação:




A esolha é inteiramente sua. O que você vai fazer com todo esse conhecimento
maravilhoso? Espero que você seja iluminado pelo Espírito Santo e escolha a
verdade. "E conhecereis a verdade e verdade vos libertará" do erro, do pecado e da
morte (João 8:32).

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A teoria do intervalo em daniel 9 27

  • 1. A "Teoria do Intervalo" em Dan. 9:27 Pr. Roberto Biagini - Mestrado em Teologia O conhecido comentarista romano Hipólito, do séc. III confundiu os dois príncipes de Dan. 9:24-27, concluindo que os dois eram um só, interpretando "Ele" do v. 27, como sendo um futuro Anticristo, e não Jesus Cristo que haveria de cessar os sacrifícios. É lamentável que o erro de Hipólito tenha sido copiado por John N. Darby, no século IXX, introduzindo o conceito de que a vinda de Cristo consiste de duas fases, o que capturou o pensamento de muitos protestantes de hoje. Uma fase é o arrebatamento secreto dos cristãos, seguido do Seu aparecimento em glória e majestade, 7 anos depois, para governar a Terra por mil anos. Certamente, ele está baseado na "Teoria do Intervalo", que separa a última semana de Dan. 9:27, em uma lacuna de mais de 2000 anos, após a qual virá o Anticristo que fará uma aliança com os judeus, mas quebra esta aliança na metade da semana de 7 anos. O que ensina a Bíblia sobre isto? Há 13 categóricos "nãos" , que justificam a não-aceitação da "Teoria do Intervalo".
  • 2. 1) Não é bíblica. Não há a mínima sugestão na Bíblia de que devemos colocar um intervalo no final do período das 69 semanas de Dan. 9:27. Não há um só paralelo em toda a Bíblia de semelhante acréscimo, em um período profético que foi dado em sua perfeição completa para ser interrompido. Bíblica é a exposição que segue criteriosamente o seu contexto mediato e imediato, considerando a harmonia entre as partes e sua interpretação natural. Mas como isso não acontece com a teoria do intervalo, ela pode ser uma interpretação humana, uma tentativa de encontrar a verdade na falta de mais sabedoria, mas não é bíblica. A teoria do hiato coloca a figura do Anticristo dentro desta profecia, para o futuro, o que não consta em nenhum texto, nem nesta parte, nem em qualquer outra parte das Escrituras, para confirmar essa conexão extra-bíblica. Não há um "Assim diz o Senhor" para autorizar a adição de um intervalo em Dan. 9:27. 2) Não é perfeita. A teoria do intervalo desfaz a perfeição profética tanto do período, como dos acontecimentos relacionados. O número 70 é formado de 7 x 10; o número 7 indica a perfeição do período (como na própria semana de 7 dias); o número 10 indica a perfeição do governo e da vontade divina (como visto nos 10 mandamentos). Dan. 9:24 expõe o período, colocando o limite próprio, além de definir claramente o propósito sêxtuplo, acrescido do 7º propósito no verso 27, que descreve o acontecimento que seria exato em sua perfeição para dar o sentido mais bíblico e exato, na morte do Messias. Isto tudo deve se cumprir dentro das 70 semanas. Ora, separar a última semana, uma única, de 69 outras semanas é tornar imperfeito um período perfeito, de 70 semanas, e frustrar o acontecimento mais perfeito que foi o sacrifício do Messias na Cruz do Calvário, que deve culminar com a metade da semana dos 7 anos restantes, no ano de 31 d.C. É por esse perfeito sacrifício que Jesus Cristo comunica a perfeição à Sua Igreja (Heb. 10:14). A teoria do intervalo retira essa perfeição profética, colocando sobre os ombros do Anticristo uma obra que não lhe foi atribuída. Portanto, não é perfeito separar um período perfeito, cujos propósitos se ajustam e se cumprem com exatidão. 3) Não é necessária. Os advogados da teoria do intervalo afirmam que se não houver uma lacuna entre as 69 semanas e a 70ª, se o período for contínuo, não haveria mais nada a dizer-se sobre o futuro. Dizem que esse hiato é necessário para que tenhamos uma visão do futuro. Entretanto, esta necessidade não existe, porque a profecia das 70 semanas não foi dada para o mundo em geral, mas para o povo judeu: "Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade." (Dan. 9:24), delimitando a Teocracia de Israel para apenas mais 490 anos daquela parte do tempo do profeta, e no final desse tempo, não haveria mais chance para uma nação que rejeitaria o Messias de Deus dizendo: "O Seu sangue caia sobre nós e sobre os nossos filhos". (Mat. 27:25). Ademais, esta profecia é uma ampliação do capítulo 8:14, para explicar a primeira parte e o ponto de partida da profecia dos 2300 anos (Dan. 8:26-27; 9:21-22). Mas, falando desta visão disse o anjo: "... esta visão se refere ao tempo do fim" e "há de acontecer no último tempo da ira, porque esta visão se refere ao tempo determinado do fim." (Dan. 8:17,19,26). Ora, se esses intérpretes da profecia estão procurando um período que se estenda até o "tempo do fim", devem então procurar no capítulo anterior, em Dan. 8, porque este, sim, é claro em afirmar a verdade sobre o fim dos séculos.
  • 3. Mas como esses teólogos liberais sustentam a doutrina extra-bíblica do Dispensacionalismo, que ensina a conversão futura da nação israelita ao verdadeiro Messias, e a separação de judeus e gentios, se vêem na necessidade de criar um intervalo para adaptar a profecia às suas crenças preconcebidas. Entretanto, a Bíblia ensina claramente o fim da Teocracia judaica no próprio texto estudado, onde o profeta Daniel expõe o tempo de graça para Israel: "Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade." (Dan. 9:24). Cristo confirmou esta interpretação, quando diante dos líderes judeus falou: "Portanto, vos digo que o reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que lhe produza os respectivos frutos." (Mat. 21:43). Logo depois, Ele chorou ao contemplar a cidade condenada, dizendo que o seu tempo de graça estava expirando, ao afirmar: "Eis que a vossa casa vos ficará deserta." (Mat. 23: 37-38). O Espírito Santo estaria fora de qualquer templo que fosse reedificado após a destruição do seu santuário, predito por Daniel (9:26) e também profetizado pelo grande Profeta e Mestre (Mat. 24:1-2). Acabou-se a Economia judaica, cumpriu-se a profecia de Dan. 9:26-27. Após isto, o evangelho foi pregado para os gentios que também deveriam ter a sua oportunidade. Mas ainda assim, lá estavam os judeus atrapalhando a pregação que era dirigida aos gentios. Pelo que disse o apóstolo Paulo: "a ponto de nos impedirem de falar aos gentios para que estes sejam salvos, a fim de irem enchendo sempre a medida de seus pecados. A ira, porém, sobreveio contra eles (contra os judeus – v. 14-15), definitivamente." (1Tes. 2:16). Portanto, não é necessário um intervalo para nos indicar o futuro, porque as profecias relativas ao tempo do fim se encontram explanadas nos capítulos escatológicos de Dan. 2, 7, 8, e 11-12. 4) Não é cronológica. A teoria de que tratamos segue a cronologia profética até o seu final, percorrendo as 69 semanas, mas quando abandona a seqüência para adicionar um hiato perde a cronologia exigida pelo próprio texto que se pretende explicar. É de se admirar que as duas primeiras partes (7 semanas e 62 semanas) seguem o padrão cronológico sugerido pelo texto, mas que logo ao chegar à terceira unidade (1 semana), sem nenhum motivo para isso, o autor da teoria abandona a cronologia, para se satisfazer em criar um intervalo, inadmissível em qualquer estudo sério de escatologia. Toda escatologia sem cronologia evidente por si mesma e pelo texto estudado sofre do perigo de ser considerada uma falsa teoria e perigosa interpretação, da qual muitos vão depender até o seu modo de vida, como acontece nesse caso, em que muitos estão acomodados, julgando que tudo já está resolvido para o seu futuro, e que nada mais tem a fazer a não ser continuar em sua fé pelo que Cristo já fez na Cruz. O resultado é um preparo frouxo e acomodado. "É somente mediante uma ginástica hermenêutica e uma suspensão da razão que um intervalo imenso pode ser importado para Daniel, a fim de interromper o período de tempo de outra forma cronologicamente exato." (Dr. K.L.Gentry Jr., As 70 Semanas de Daniel).
  • 4. Portanto, é grave toda interpretação escatológica que não se preocupa com a cronologia, mas muito mais grave quando essa cronologia é claramente indicada pelo texto profético estudado, como base e fundamento da verdade. 5) Não é natural. Espera-se de uma interpretação profética que seja natural e espontânea, seguindo-se as mínimas regras de interpretação, que parta a sua exposição do próprio texto, conforme a indicação do mesmo. Mas se há um acréscimo de alguma coisa estranha ao texto, que não tenha um relacionamento natural e comum das partes entre si, é uma falsa interpretação, que precisa ser reestudado, sem isenção. O apóstolo Pedro advertiu à igreja primitiva: "Tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor, como igualmente o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada, ao falar acerca destes assuntos, como, de fato, costuma fazer em todas as suas epístolas, nas quais há certas coisas difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, como também deturpam as demais Escrituras, para a própria destruição deles." (2Ped. 3:15-16). Uma interpretação profética jamais deveria ser torcida, deturpada, ou forçada, em seu significado original para que seja natural em sua compreensão. 6) Não é exegética. O ensino da teoria do hiato se perde por sua falta de exegese séria do texto bíblico. Para se fazer uma exegese, são necessários alguns elementos indispensáveis, como: estudo das línguas originais, estudo do contexto mediato e imediato, gramática, estrutura literária do texto, bem como o tipo de literatura apresentada, para citar algumas ferramentas. Mas, para não nos alongarmos demasiadamente, vamos considerar apenas o tipo de literatura que foi usada. Muitas vezes, a poesia hebraica é um recurso usado nos escritos proféticos, dando beleza e força de expressão. Na poesia, logo nos deparamos com o método dos paralelismos: sinônimos, sintéticos, antitético, alternativos e quiasmas. A estrutura literária poética de Dan. 9:24-27 possui sinônimos, antíteses, e quiasmas (linhas em X, "qui" – do grego), além do jogo de palavras [como a palavra "cortar" que no original tem a mesma raiz das palavras traduzidas por "valados", "determinadas" e "decretada"]. Mas o grande auxílio da poesia neste caso são os contrastes que nos ajudam a identificar o sujeito "Ele" do v. 27. O grande problema por que muitos não podem ver a Cristo é a identificação do sujeito "Ele" com o Anticristo futuro. Mas tudo se esclarece se podemos ver dois príncipes em luta e em frisante contraste: v. 26 : 1) será morto o Ungido, (Príncipe no v. 25: morte ao 1º Príncipe) e já não estará ("não estará" na destruição que segue logo abaixo) 2) e o povo de um príncipe que há de vir ("estarão" para destruir:) destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será num dilúvio, (morte ao 2º príncipe: o destruidor é destruído.)
  • 5. e até ao fim haverá guerra; desolações são determinadas. v. 27 : 1)" Ele fará firme aliança com muitos, (Retorna ao 1º Príncipe) por uma semana; na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; 2)" sobre ... abominações virá o assolador, (Retorna ao 2º príncipe) até que a destruição, que está determinada, se derrame sobre ele. É evidente o contraste dos dois príncipes em luta. A ordem é esta: 1) Primeiramente, destaca-Se o Messias, que morre. 2) Logo após, vem o destruidor, que também morre. 1)" A seguir, Gabriel retorna com o 1º Príncipe, Cristo que constrói. 2)" Logo, vem o assolador que é destruído. As linhas 1) e 2) estão em paralelo, mas em contraste. A mesma estrutura se vê nas linhas 1)" e 2)": estão em paralelo, mas em contraste. Entretanto, as linhas 1) e 1)" estão em harmonia, como também as linhas 2) e 2)". Esta é a estrutura poética e profética dos versos 26-27. A identificação desta forma poética ajudará a identificar os personagens, e trará a verdadeira interpretação dos termos. A conclusão é clara: o maior personagem é enfatizado como sendo o Messias e Sua obra redentora. O anjo Gabriel não estava tão preocupado com o inimigo, mas com o perigo de rejeitar o Messias, porque isso traria o destruidor da própria nação e do templo. Essa seria a sorte do povo judeu, embora havia um escape para os arrependidos. A identificação também virá com a resposta à palavra-chave destruição". Quem é o assolador, quem é que destrói? É evidente que no verso 27, o assolador é apresentado como o segundo personagem, após o Cristo identificado como o "Ele" do início do verso. A teologia identifica o fato de que Cristo (Ele) ao morrer na Cruz, não só (1) cessa os sacrifícios, como também (2) triunfa sobre o assolador e seus aliados, mencionados na segunda parte do verso. O apóstolo Paulo disse: "[1] tendo cancelado o escrito de dívida, ... que constava de ordenanças, ... removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz; e, [2] despojando os principados e as
  • 6. potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz." (Col. 2:14-15). Comentando a teoria do parêntesis ou intervalo, diz o teólogo Gentry: "Esse argumento ignora as peculiaridades do estilo poético hebraico. A mente oriental frequentemente confunde a preocupação ocidental com uma sucessão cronológica; a estrutura ocidental não pode ser inserida na passagem. Esse "padrão revelacional" permite uma repetição paralela e expansão do assunto, sem exigir uma sucessão real no tempo." (Dr. K.L.Gentry Jr., As 70 Semanas de Daniel). E mais: "Essas propostas futuristas repousam, essencialmente, sobre uma compreensão errônea dos padrões de pensamento da poesia hebraica... elas representam uma leitura do idioma hebraico através de óculos ocidentais". (Frank Holbook, Symposium on Revelation - Book 1, pág. 327). " 7) Não é climática. O modo de colocação dos termos da profecia, a ordem dos temas, a seqüência das divisões do período, e a explicação do anjo levam ao ponto mais climático que é a realização de todo o período das 70 semanas com o seu ponto climático na última semana. O clímax é esperado na profecia imediatamente na sua parte final. O texto não sugere um anticlímax, como a teoria do intervalo quer impor, dogmaticamente. O texto sugere fortemente um momento culminante, e tem uma tendência para o seu final imediato. Nada de um hiato distanciando a parte mais esperada da profecia para um povo que aguardava ansiosamente o Messias, na plenitude dos tempos. 8) Não é cristocêntrica. A teoria do intervalo ignora que a principal Figura apresentada em Dan. 9:27 seja o Messias, sendo a Sua morte e rejeição do Crucificado pelos judeus a própria razão da destruição de Jerusalém: "Porque estes dias são de vingança, para se cumprir tudo o que está escrito." (Luc. 21: 22; Ver Mat. 24:15). O período começa com vários objetivos que tratam do pecado e sua vitória esmagadora. Mas se as partes em que o período é dividido são importantes, apontam, no entanto, para a parte superimportante, que é o seu final cristocêntrico: a obra de Jesus Cristo para cumprir os 7 objetivos na sua morte como o Messias. Esta é a parte mais importante, porque é o acontecimento sobre o qual gravitam todas as verdades da Bíblia. Esta profecia bíblica encontra o seu cumprimento máximo na Pessoa de Cristo, que morreu na metade da semana, realizando a sua obra salvífica para a humanidade. A teoria do intervalo falha em não reconhecer essa verdade cristocêntrica, para dar lugar ao Anticristo e, portanto, perde-se no intuito de apresentar um futuro personagem estranho à profecia, e deixa de visualizar a mensagem cristocêntrica do "Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" (João 1:29). 9) Não é proporcional. Um período de 383 anos, seguido por outro período de 7 anos, um período quase terminado num total de 490 anos, mas interrompido abruptamente para além de 2000 anos é algo simplesmente desproporcional. De novo, retirar 1 simples semana de 70 semanas e lançá-la inadequadamente para um futuro indefinido de mais de 2000 anos, sem nenhuma certeza de seu cumprimento, é completamente desproporcional e descabido.
  • 7. 10) Não é segura. A teoria do hiato não é uma interpretação segura porque não encontra nenhum apoio contextual. Não está segura no contexto imediato, nem no contexto mediato. Não se baseia em nenhuma segurança próxima ou distante. Não tem nenhum "Assim diz o Senhor" para certificar a certeza de sua pretensão. E não é sábio se aventurar numa interpretação insegura, vacilante e comprometedora. A grande falácia da doutrina do intervalo é que promove insegurança espiritual à Igreja que ficando confusa sobre o tempo de sua tribulação, recebe a promessa de que no tempo do Anticristo ela será retirada da Terra pelo Arrebatamento Secreto, mas peca ao se deparar com muitos textos que indicam claramente que a Igreja passará pela tribulação e é provada nela, tendo experimentado a fúria de Satanás e do Anticristo. (Dan. 12:1; Apoc. 7:14; 12:17; 13:15-17). A doutrina do intervalo, juntamente com a doutrina do Dispensacionalismo, que é a sua própria base, não é segura, porque leva o povo de Deus a relaxar o seu preparo, confiando em uma falsa segurança. 11) Não é lógica. O pensamento de um possível intervalo dentro de um período profético criteriosamente estabelecido na Escritura não é lógico. As lógica exige uma proposição e as provas que a estabelecem. A proposição do profeta Daniel se encontra no v. 24 (Dan. 9:24); as provas seguem através da divisão do período em 7 + 62 + 1, resultando em 70. Não é lógico separar a última semana, que é uma das três unidades que complementam e exatificam o número 70, com todas as explanações do anjo assistente Gabriel, que se deu ao trabalho de unir as partes ligadas pelos números e acontecimentos correlatos. A coisa mais lógica que se espera de um período profético é que ele tenha um início e um fim, como é o caso dos períodos de 1260, 2300, 1290, 1335 anos (Dan. 7:25; 8:14; 9:24; 12:7, 11, 12; Apo. 11:2,3; 12:6,14; 13:5) – todos eles contínuos, sem nenhum intervalo entre eles, como é também o caso de 70 semanas que também são uma unidade inseparável e contínua (Dan. 9:24). Se não fosse assim, não haveria por que procurar exatidão profética. É lógico que a 70ª semana se refira aos 7 anos seguintes à 69ª, isto é, ao período em que o ministério do Messias tomou o lugar. As palavras do texto em nenhuma forma indicam uma quebra ou intervalo. Ora, sair da lógica mais simples, é errar na interpretação e violentar o texto, fazendo-o dizer o que a profecia não diz. 12) Não é coerente. A teoria do hiato, da descontinuidade do período profético de Dan. 9:27, não é coerente com o próprio ensino da profecia. O Anticristo não pode realizar a obra estipulada como sendo os 7 acontecimentos e propósitos do v. 24 e 27: (1) "para fazer cessar a transgressão", (2) "para dar fim aos pecados", (3) "para expiar a iniqüidade", (4) "para trazer a justiça eterna", (5) "para selar a visão e a profecia", (6) "para ungir o Santo dos Santos", e (7) "cessar o sacrifício e a oferta de manjares". Tudo isso é Obra exclusiva do Messias e tudo isso pertence ao propósito final das 70 semanas: (1) É Cristo que trata com o pecado de modo a extirpá-lo: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!" (João 1:29). "...agora, ... ao se cumprirem os tempos, se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de si mesmo, o pecado."
  • 8. (2) É Cristo quem traz a justiça eterna: "A Tua justiça é justiça eterna" (Sal. 119:142). "Justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que crêem" (Rom. 3:22). (3) É Cristo quem sela a profecia: "O tempo [Dan. 9:24-27] está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho." (Marc. 1:15). (4) É Cristo quem unge o Santo dos Santos: "Ora, o essencial das coisas que temos dito é que possuímos tal sumo sacerdote, que se assentou à destra do trono da Majestade nos céus, como ministro do Santuário [celestial]" (Heb. 8:1). "...pelo Seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção." (Heb. 9:12). (5) É Cristo quem faz cessar a lei cerimonial, os sacrifícios e as ofertas de manjares: "E Jesus, clamando outra vez com grande voz, entregou o espírito. Eis que o véu do santuário [terrestre] se rasgou em duas partes de alto a baixo" (Mat. 27:50-51). "Aboliu, na sua carne, a lei dos mandamentos na forma de ordenanças" (Efé. 2:15). "Tendo cancelado o escrito de dívida, ... que constava de ordenanças, ... removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz." (Col. 2:14). (6) É Cristo quem faz uma "firme aliança", tão firme que é eterna: "Farei com eles aliança eterna" (Jer. 32:40). "Porque isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados." (Mat. 26:28). A idéia do original hebraico é "confirmar a aliança", que evidentemente já existia, por ser eterna; não tanto fazer uma aliança ainda inexistente. (7) É Cristo quem deu esta profecia e a interpretou: "Quando, pois, virdes o abominável da desolação de que falou o profeta Daniel [9:27], no lugar santo (quem lê entenda), então, os que estiverem na Judéia fujam para os montes." (Mat. 24:15-16). "Quando, porém, virdes Jerusalém sitiada de exércitos, sabei que está próxima a sua devastação... Porque estes dias são de vingança, para se cumprir tudo o que está escrito... Cairão a fio de espada e serão levados cativos para todas as nações." (Luc. 21:20, 22, 24). É evidente que Cristo interpretava Dan. 9:27, predizendo a destruição da cidade de Jerusalém no ano 70 d.C. pelos romanos, considerados por Ele como "o abominável da desolação". Introduzir o futuro Anticristo nesse meio é colocar um corpo estranho para a realização dos santos propósitos divinos; mas Deus não tem parceria com Satanás. Seria fazer o texto dizer o que não tem a intenção de dizer. Seria forçá-lo à incoerência. Faltaria espaço para considerar em maior profundidade outra grande incoerência sobre a metade da semana (Dan. 9:27), que todos concordam ser de 3 ½ anos: Como podem os teólogos da teoria do intervalo tomar o período de Dan. 7:25 (Dan. 12:7; Apo. 11:2,3; 12:6,14; 13:5), que descreve um período profético de 1260 dias-anos e usá-los como 3 ½ anos para se adaptarem à metade da última semana em Dan. 9:27? (1) Se o princípio dia-ano (Núm. 14:34; Eze. 4:6-7, 1 dia = 1 ano) foi usado para chegarem aos 490 anos (70 semanas x 7dias = 490 dias), então, pelo menos por amor à coerência, 1260 dias também devem ser 1260 anos. Por que as 70 semanas são interpretados como tempo profético e os 1260 dias não são? Mas, se forem entendidos como devem ser, tempo profético de dias-anos, como poderiam caber 1260 anos dentro de 1 semana de 7 anos, para ser a metade da semana?
  • 9. (2) Ademais, onde estão os períodos de 1290 e 1335 dias-anos (Dan. 12:11-12) que se encontram próximos cronologicamente dos 1260? (Dan. 12:7: 3 ½ tempos = 1260 dias). (3) E ademais ainda, onde estão os diferentes contextos dessas profecias relacionadas aos 1260 dias? (4) E finalmente, como podem colocar no futuro indefinido uma profecia que já se cumpriu no passado (538-1798 d.C.), com o surgimento e queda do Papado, cujos contextos se adaptam perfeitamente? E isso é confirmado pelos grandes intérpretes da profecia escatológica! Conseqüentemente, desfaz-se o período de 3 ½ anos, baseados em 7 textos extemporâneos, e está desfeita a teoria do intervalo. Simples-mente, não há coerência. Portanto, a teoria do intervalo não é coerente com o ensino bíblico geral nem com o ensino particular do anjo Gabriel de Dan. 9:24-27, que interpreta esse período como sendo um período completo, terminado, acabado. 13) Não é conservadora. Há um grande número de teólogos conservadores que interpretam o período das 70 semanas como sendo uma unidade completa e inseparável. Aqueles que aceitam a interpretação que conecta a 70ª semana com o Messias e não com o Anticristo incluem os seguintes eruditos: 1- Pais da Igreja primitiva: Tertullian, Eusebius, Athanasius, Cyril de Jerusalém, Polychronius, e Augustine. 2- Escritores cristãos medievais: O Venerável Bede, Thomas Aquinas, and Arnold de Villanova. 3- Líderes da Pré-Reforma: Wycliffe e Brute, junto com tais reformadores como Luthero, Melanchthon, Funck, Selnecker, Nigrinus, e Heinrich Bullinger. 4- Eruditos da Pós-Reforma: Joseph Mede, Sir Isaac Newton, William Whiston, Johann Bengel, Humphrey Prideaux, John Blair, e James Ferguson. 5- Exegetas do Mundo Antigo do Século IXX: Jean de la Flechere, William Hales, George Faber, Thomas Scott, Adam Clarke, Thomas Horne, Archibald Mason, John Brown, John Fry, Thomas White, Edward Cooper, Thomas Keyworth, Alfred Addis, William Pym, Daniel Wilson, Alexander Keith, Matthew Habershon, Edward Bickersteth, e Louis Gaussen, como também o último Havernick, Hengstenberg, e Pusey. 6- Expositores Americanos do Séc. IXX: Elias Boudinot, William Davis, Moderador Joshua Wilson, Samuel McCorkle, Robert Reid, Alexander Campbell, Jose de Rozas (Mexico), Adam Burwell (Canadá), Robert Scott, Stephen Tyng, Isaac Hinton, Richard Shimeall, James Shannon, e John Robinson. 7- Expositores do Século XX: C.H.Wright, R. D. Wilson, Boutflower, e outros muito numerosos para serem mencionados.
  • 10. Portanto, os adventistas tem uma hoste de ilustres predecessores para a sua posição. 4 Citações extras, como exemplos: 1) "O povo de um príncipe. Certamente os Romanos, o povo do príncipe, destruíram a cidade e o santuário em um modo mais completo do que qualquer outro, desde Nabucodonozor." (Pulpit Commentary, Exposition em Dan. 9:26). 2) "Na metade da semana. A interpretação comum aplica essas palavras à crucifixão de nosso Senhor..." (Pulpit Commentary, Exposition, em Dan. 9:27). 3) "O fim da economia judaica... o fim da dispensação judaica... O Tempo. Do começo do ministério do Senhor acerca do tempo da morte de Estevão e o espalhar-se da Igreja judaica cristã – cerca de 7 anos. ... as "70 semanas" estavam acabadas. Daí para frente, a história dos Atos dos Apóstolos volta-se para os gentios." (H.T.Robjohns, Pulpit Commentary, Homiletics, em Dan. 9:26-27). 4) "Versículo 27. É melhor considerar o sujeito como o Messias, visto que Ele é a Pessoa mais proeminente desta passagem. O concerto que deverá prevalecer seria o concerto da graça pelo qual o Messias, por meio de Sua vida e morte, obtém a salvação para Seu povo. O septuagésimo sete se refere, dessa maneira, ao tempo da vida terrena de nosso Senhor. Na metade desse sete o Messias, por meio da Sua morte, faz cessar os sacrifícios judaicos (cf. Hb 8.13). " (Novo Comentário da Bíblia, Dan. 9:27). " Conclusão Você pode escolher esta interpretação forçada
  • 11. Ou você pode optar pela verdadeira interpretação: A esolha é inteiramente sua. O que você vai fazer com todo esse conhecimento maravilhoso? Espero que você seja iluminado pelo Espírito Santo e escolha a verdade. "E conhecereis a verdade e verdade vos libertará" do erro, do pecado e da morte (João 8:32).