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Universidade de Sorocaba




O que é Comunicação
  Texto de Vilém Flusser




  Luiz Guilherme Amaral
      Sorocaba, 2013
Fichamento sobre o texto “O que é Comunicação” contido na obra
“O Mundo Codificado” (Ed. Cosac Naify, 2007, 222 páginas), de Vi-
lém Flusser, acerca dos propósitos pelos quais o ser humano cria sím-
bolos e códigos para se comunicar.

Sobre o autor:

Vilém Flusser (Praga,1920 - 1991) foi um filósofo tcheco, naturalizado
brasileiro. Autodidata, durante a Segunda Guerra, fugindo donazis-
mo, mudou-se para o Brasil, estabelecendo-se em São Paulo, onde
atuou por cerca de 20 anos como professor de filosofia,jornalista,
conferencista e escritor.

Principais obras:

Língua e Realidade (São Paulo, 1963)
A História do Diabo (São Paulo, 1965)
Da Religiosidade (São Paulo, 1967)
Le Monde Codifié (Paris, 1972)
Natural:mente (São Paulo, 1979)
Pós-história (São Paulo, 1982)
A Filosofia da Caixa Preta: Ensaios para uma futura filosofia da foto-
grafia (São Paulo, 1983)
Ins Universum der technischen Bilder (Göttingen, 1985)
Die Schrift – Hat Schreiben Zukunft?(Göttingen, 1987)
Vampyroteuthis infernalis (Göttingen, 1987)
Angenommen – eine Szenenfolge (Göttingen, 1989)
Gesten – Versuch einer Phänomenologie (Düsseldorf/Bensheim,
1991).

(Fonte: Wikipedia)



                                                                         2
Quando Flusser encontra o propósito da co-      algo.
municação, que é o afastamento da morte e
da solidão de saber-se ser humano, ao mes-      Podemos pensar a comunicação como resul-
mo tempo reconfortamo-nos com tal ideia,        tado da nossa adaptação uma vez que partes
que, lúcida, é-nos palpável e, ao mesmo tem-    do nosso corpo com funções primárias satis-
po, passível de inquirições quando releva-      feitas abrem novas possibilidades. Pés que
mos outras frentes de pensamento. Talvez        foram feitos para equilibrar o corpo também
aqui não seja o caso de desconstruir Flusser    servem para chutar, mãos que foram feitas
em sua obra única, mas também não seria         para manipular objetos também constroem.
lícito furta-se a imaginar que esta mesma ân-   O que há de comum em todas estas situações
sia do ser humano em se comunicar pode vir      é a interferência do intelecto, e aí a comuni-
de algo mais abrangente.                        cação começa a ter um propósito mais com-
                                                plexo do que simplesmente ser comparada a
O primeiro ponto a se observar é o de que co-   uma abelha ou um pássaro.
municar-se não é necessariamente um sub-
terfúgio para a finitude da vida. Há também     O “brutal sentido da vida” de Flusser é aos
aspectos primordiais de sobrevivência nas       poucos eclipsado pelo sentido de esperança,
relações com os pares. Quando ainda éramos      sobretudo quando inicia-se o pensamento
hominídeos, viver em grupo sempre certifi-      mágico que desemboca nos processos re-
cou que um poderia cuidar do outro e que        ligiosos. Porém, antes disso, há de se con-
todos poderiam cuidar de todos – Alexandre      jecturar sobre a solidão, aparentemente a
Dumas talvez tenha escrito o “um por todos      condição humana tão implacável quanto a
e todos por um” baseado neste mesmo en-         própria morte. Neste caso, o autor talvez
tendimento.                                     se deixe levar pela lógica que tece em sua
                                                proposição, mas pode esquecer de outros as-
Flusser não vê a comunicação como algo          pectos que se mostram evidentes quando se
natural, e isso é demonstrado claramente        olha para o cenário da vida.
quando ele articula que “na fala não são pro-
duzidos sons naturais como, por exemplo,        É difícil concordar que o homem seja um
no canto dos pássaros, e a escrita não é um     ser solitário quando entendemos que viver
gesto natural como a dança das abelhas”         em grupo é a estratégia mais antiga para
(2007, p. 89). Irrefutavelmente não o é,        garantir a sobrevivência. Desde o ser mais
especialmente quando levamos em consi-          primordial a dar origem ao homo sapiens,
deração os estudos sobre Cognições Sociais      todos eles se organizavam em pequenos ou
propostos por Fiske e Taylor (2008). Estes      grandes grupos para executar tarefas, prote-
estudos fazem parte de um estudo mais am-       ger a prole. Mais tarde, quando entendem
plo chamado de Teoria da Mente desenvolvi-      a cultura de subsistência como um meio de
do desde a década de 1950.                      vida mais próspero, continuam em grupos e
                                                ampliam o conceito de comunidade.
As Cognições Sociais implicam que certas
habilidades são subprodutos de mecanis-         Por todo este cenário a comunicação tam-
mos existentes. As mãos, por exemplo, não       bém se torna fundamental, seja para a dis-
foram feitas para escrever, mas o treino        tribuição de tarefas, seja para disseminar o
aperfeiçoou esta habilidade nos seres huma-     conhecimento adquirido através de alguma
nos. Se fosse algo inato, sairíamos escreven-   prática diária ou simplesmente pela observa-
do como bezerros recém nascidos já saem         ção de um fenômeno. O que o ser humano
caminhando. Quanto a isso há o ponto pací-      faz, portanto, é inverter o sentido de solidão
fico. No entanto, o sistema vocal na gargan-    que por ventura poderia ser primário e es-
ta é, sim, desenvolvido para emitir som. É      sencial como Flusser prega. A comunicação
natural de um bebê emitir som assim como        não pesará para o lado anatômico ou socio-
nasce, da mesma forma que era natural nos       lógico do ser humano; os dois lados se com-
hominídeos criarem certos padrões sono-         pletam tanto na necessidade de exprimir
ros – ainda que grunhidos – para comunicar      quanto na possibilidade de utilizar o próprio
                                                                                           3
corpo como meio de comunicação.                   criar um legado, onde todos terão acesso e
                                                  moldarão constantemente suas próprias ca-
A religião nos mostra que este processo é ve-     pacidades cognitivas e intelectuais.
rificável. O pensamento mágico de uma vida
que já não é mais finita uma vez que se esta-     Em cima deste conceito de acúmulo de co-
belece o conceito de recompensa após a mor-       nhecimento e a transmissão dele por meio
te incentiva que pessoas se unam mais ainda       da comunicação, Flusser trabalha a duali-
frente a este propósito. Quando em Marcos         dade entre “diálogo” e “discurso” (p. 97).
16:15 lemos “Ide e pregai o evangelho a toda      Vejamos que um índio interpreta a chuva
criatura”, vemos aí o estopim para que a co-      como um castigo de Tupã, ao passo que um
municação religiosa tenha seu efeito mais         meteorologista explicará como uma etapa
natural em essência. A mensagem é clara:          do ciclo das águas na natureza. Portanto,
reúna cada vez mais pessoas transmitindo a        pergunta-se: qual é o valor da informação
mensagem de que elas não estão sozinhas e         para cada contexto? Talvez a diferença entre
que há um propósito para esta vida.               “interpretar” e “explicar” resida nos está-
                                                  gios do processo de comunicação: explica-se
Mesmo anteriormente ao cristianismo, o            como comunicar e se interpreta a mensa-
conceito de coletividade em função da comu-       gem. Explicar está relacionado ao mecanis-
nicação para arrebanhar pares é igualmente        mo enquanto a mensagem é o produto deste
verificável no judaísmo. Basta lembrar que        mecanismo.
judeus fecharam-se em guetos na Itália para
poder emprestar dinheiro a cristãos à época       Em função do raciocínio deste trabalho, ain-
de Medici e a instauração da instituição ban-     da não é pertinente discutir a qualidade da
cária – a lógica por trás disso, verifica-se, é   mensagem envolvida no conceito de comu-
a de que tornar-se-ia lícito cobrar juros de-     nicação (p. 99). Apesar de sabermos que a
les, já que não faria parte do mesmo povo         diferença entre “diálogo” e “discurso” cabe
(Êxodo, 22:24). Mais uma vez o conceito de        muito bem quando entramos no mérito da
coletivo se estende a outros fatores que são      qualidade, a esquemática da interdependên-
subprodutos de comportamentos sociais.            cia parece ser uma nova etapa em todo o pro-
                                                  cesso. Ela pode ser abordada se discutirmos
Mas, bem anteriormente a este episódio,           a alienação proposta por Gutemberg ou até
judeus sempre se organizaram coletivamen-         mesmo o campo da hermenêutica.
te para proteger seus interesses próprios, e
isso é feito a ponto de não reconhecer sequer
judeus convertidos como iguais (COHEN,
1999, p. 13). O termo “jewishness”, cunha-
do por Shayne Cohen no livro The beginnin-
gs of Jewishness (University of California,
1999) mostra com clareza como agrupar-se
por um ideal transcende a ideia de ser solitá-
rio e, quem sabe, vagar bestialmente.

A ideia de que a comunicação serve mais
para agregar do que aplacar algum sofri-
mento reside no fato de que o acúmulo de
conhecimento em algum ponto permite a li-
derança. O detentor do conhecimento é um
doutrinador, um organizador. Será esta figu-
ra quem ajuda a transformar o ambiente por
onde flana proporcionando mudanças que
tornar-se-ão significativas para todos que es-
tão contidos. Em um plano mais sofisticado,
o acúmulo de conhecimento serve para se
                                                                                           4

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Ensaio - Vilém Flusser

  • 1. Universidade de Sorocaba O que é Comunicação Texto de Vilém Flusser Luiz Guilherme Amaral Sorocaba, 2013
  • 2. Fichamento sobre o texto “O que é Comunicação” contido na obra “O Mundo Codificado” (Ed. Cosac Naify, 2007, 222 páginas), de Vi- lém Flusser, acerca dos propósitos pelos quais o ser humano cria sím- bolos e códigos para se comunicar. Sobre o autor: Vilém Flusser (Praga,1920 - 1991) foi um filósofo tcheco, naturalizado brasileiro. Autodidata, durante a Segunda Guerra, fugindo donazis- mo, mudou-se para o Brasil, estabelecendo-se em São Paulo, onde atuou por cerca de 20 anos como professor de filosofia,jornalista, conferencista e escritor. Principais obras: Língua e Realidade (São Paulo, 1963) A História do Diabo (São Paulo, 1965) Da Religiosidade (São Paulo, 1967) Le Monde Codifié (Paris, 1972) Natural:mente (São Paulo, 1979) Pós-história (São Paulo, 1982) A Filosofia da Caixa Preta: Ensaios para uma futura filosofia da foto- grafia (São Paulo, 1983) Ins Universum der technischen Bilder (Göttingen, 1985) Die Schrift – Hat Schreiben Zukunft?(Göttingen, 1987) Vampyroteuthis infernalis (Göttingen, 1987) Angenommen – eine Szenenfolge (Göttingen, 1989) Gesten – Versuch einer Phänomenologie (Düsseldorf/Bensheim, 1991). (Fonte: Wikipedia) 2
  • 3. Quando Flusser encontra o propósito da co- algo. municação, que é o afastamento da morte e da solidão de saber-se ser humano, ao mes- Podemos pensar a comunicação como resul- mo tempo reconfortamo-nos com tal ideia, tado da nossa adaptação uma vez que partes que, lúcida, é-nos palpável e, ao mesmo tem- do nosso corpo com funções primárias satis- po, passível de inquirições quando releva- feitas abrem novas possibilidades. Pés que mos outras frentes de pensamento. Talvez foram feitos para equilibrar o corpo também aqui não seja o caso de desconstruir Flusser servem para chutar, mãos que foram feitas em sua obra única, mas também não seria para manipular objetos também constroem. lícito furta-se a imaginar que esta mesma ân- O que há de comum em todas estas situações sia do ser humano em se comunicar pode vir é a interferência do intelecto, e aí a comuni- de algo mais abrangente. cação começa a ter um propósito mais com- plexo do que simplesmente ser comparada a O primeiro ponto a se observar é o de que co- uma abelha ou um pássaro. municar-se não é necessariamente um sub- terfúgio para a finitude da vida. Há também O “brutal sentido da vida” de Flusser é aos aspectos primordiais de sobrevivência nas poucos eclipsado pelo sentido de esperança, relações com os pares. Quando ainda éramos sobretudo quando inicia-se o pensamento hominídeos, viver em grupo sempre certifi- mágico que desemboca nos processos re- cou que um poderia cuidar do outro e que ligiosos. Porém, antes disso, há de se con- todos poderiam cuidar de todos – Alexandre jecturar sobre a solidão, aparentemente a Dumas talvez tenha escrito o “um por todos condição humana tão implacável quanto a e todos por um” baseado neste mesmo en- própria morte. Neste caso, o autor talvez tendimento. se deixe levar pela lógica que tece em sua proposição, mas pode esquecer de outros as- Flusser não vê a comunicação como algo pectos que se mostram evidentes quando se natural, e isso é demonstrado claramente olha para o cenário da vida. quando ele articula que “na fala não são pro- duzidos sons naturais como, por exemplo, É difícil concordar que o homem seja um no canto dos pássaros, e a escrita não é um ser solitário quando entendemos que viver gesto natural como a dança das abelhas” em grupo é a estratégia mais antiga para (2007, p. 89). Irrefutavelmente não o é, garantir a sobrevivência. Desde o ser mais especialmente quando levamos em consi- primordial a dar origem ao homo sapiens, deração os estudos sobre Cognições Sociais todos eles se organizavam em pequenos ou propostos por Fiske e Taylor (2008). Estes grandes grupos para executar tarefas, prote- estudos fazem parte de um estudo mais am- ger a prole. Mais tarde, quando entendem plo chamado de Teoria da Mente desenvolvi- a cultura de subsistência como um meio de do desde a década de 1950. vida mais próspero, continuam em grupos e ampliam o conceito de comunidade. As Cognições Sociais implicam que certas habilidades são subprodutos de mecanis- Por todo este cenário a comunicação tam- mos existentes. As mãos, por exemplo, não bém se torna fundamental, seja para a dis- foram feitas para escrever, mas o treino tribuição de tarefas, seja para disseminar o aperfeiçoou esta habilidade nos seres huma- conhecimento adquirido através de alguma nos. Se fosse algo inato, sairíamos escreven- prática diária ou simplesmente pela observa- do como bezerros recém nascidos já saem ção de um fenômeno. O que o ser humano caminhando. Quanto a isso há o ponto pací- faz, portanto, é inverter o sentido de solidão fico. No entanto, o sistema vocal na gargan- que por ventura poderia ser primário e es- ta é, sim, desenvolvido para emitir som. É sencial como Flusser prega. A comunicação natural de um bebê emitir som assim como não pesará para o lado anatômico ou socio- nasce, da mesma forma que era natural nos lógico do ser humano; os dois lados se com- hominídeos criarem certos padrões sono- pletam tanto na necessidade de exprimir ros – ainda que grunhidos – para comunicar quanto na possibilidade de utilizar o próprio 3
  • 4. corpo como meio de comunicação. criar um legado, onde todos terão acesso e moldarão constantemente suas próprias ca- A religião nos mostra que este processo é ve- pacidades cognitivas e intelectuais. rificável. O pensamento mágico de uma vida que já não é mais finita uma vez que se esta- Em cima deste conceito de acúmulo de co- belece o conceito de recompensa após a mor- nhecimento e a transmissão dele por meio te incentiva que pessoas se unam mais ainda da comunicação, Flusser trabalha a duali- frente a este propósito. Quando em Marcos dade entre “diálogo” e “discurso” (p. 97). 16:15 lemos “Ide e pregai o evangelho a toda Vejamos que um índio interpreta a chuva criatura”, vemos aí o estopim para que a co- como um castigo de Tupã, ao passo que um municação religiosa tenha seu efeito mais meteorologista explicará como uma etapa natural em essência. A mensagem é clara: do ciclo das águas na natureza. Portanto, reúna cada vez mais pessoas transmitindo a pergunta-se: qual é o valor da informação mensagem de que elas não estão sozinhas e para cada contexto? Talvez a diferença entre que há um propósito para esta vida. “interpretar” e “explicar” resida nos está- gios do processo de comunicação: explica-se Mesmo anteriormente ao cristianismo, o como comunicar e se interpreta a mensa- conceito de coletividade em função da comu- gem. Explicar está relacionado ao mecanis- nicação para arrebanhar pares é igualmente mo enquanto a mensagem é o produto deste verificável no judaísmo. Basta lembrar que mecanismo. judeus fecharam-se em guetos na Itália para poder emprestar dinheiro a cristãos à época Em função do raciocínio deste trabalho, ain- de Medici e a instauração da instituição ban- da não é pertinente discutir a qualidade da cária – a lógica por trás disso, verifica-se, é mensagem envolvida no conceito de comu- a de que tornar-se-ia lícito cobrar juros de- nicação (p. 99). Apesar de sabermos que a les, já que não faria parte do mesmo povo diferença entre “diálogo” e “discurso” cabe (Êxodo, 22:24). Mais uma vez o conceito de muito bem quando entramos no mérito da coletivo se estende a outros fatores que são qualidade, a esquemática da interdependên- subprodutos de comportamentos sociais. cia parece ser uma nova etapa em todo o pro- cesso. Ela pode ser abordada se discutirmos Mas, bem anteriormente a este episódio, a alienação proposta por Gutemberg ou até judeus sempre se organizaram coletivamen- mesmo o campo da hermenêutica. te para proteger seus interesses próprios, e isso é feito a ponto de não reconhecer sequer judeus convertidos como iguais (COHEN, 1999, p. 13). O termo “jewishness”, cunha- do por Shayne Cohen no livro The beginnin- gs of Jewishness (University of California, 1999) mostra com clareza como agrupar-se por um ideal transcende a ideia de ser solitá- rio e, quem sabe, vagar bestialmente. A ideia de que a comunicação serve mais para agregar do que aplacar algum sofri- mento reside no fato de que o acúmulo de conhecimento em algum ponto permite a li- derança. O detentor do conhecimento é um doutrinador, um organizador. Será esta figu- ra quem ajuda a transformar o ambiente por onde flana proporcionando mudanças que tornar-se-ão significativas para todos que es- tão contidos. Em um plano mais sofisticado, o acúmulo de conhecimento serve para se 4