O documento discute o simbolismo no Brasil. O movimento buscava integrar a poesia à vida cósmica e conferir-lhe um estatuto filosófico ou religioso em reação ao realismo. No Brasil, o simbolismo teve menos influência que na Europa e não conseguiu se estender no tempo, sendo visto como uma moda poética, pois não dialogava com os problemas da realidade nacional.
2. ASPIRAÇÕES
• Parnasianismo voltava-se para a paixão do efeito estético.
• Simbolismo tenta reencontrar o sentimento de totalidade.
• Busca integrar a poesia à vida cósmica.
• Busca conferir à poesia estatuto filosófico ou religioso.
• Simbolismo é reação às perspectivas realistas da poesia.
• Desgosto pela racionalidade mecânica (burguesia industrial em ascensão).
• Arte está além do aspecto técnico e do aspecto palpável.
• Poesia sonda um fundo comum, associado a Natureza, Absoluto, Deus, Nada.
3. TRAÇOS CARACTERÍSTICOS
• Símbolo, tomado no sentido religioso, vincula as partes a um todo universal.
• Vivência do símbolo foi minada por cientismo, determinismo, realismo, no final do
século XIX;
• Oposição vigorosa ao triunfo da coisa e do fato sobre o sujeito.
• Otimismo do progresso não se realiza para boa parte dos indivíduos.
• Influências: Dostoievski, Strindberg, Wagner, Nietzsche, Baudelaire, Hopkins,
Rimbaud, Blok.
• Busca da apreensão direta dos valores transcendentais, em oposição à razão
calculista e anônima.
• Bem, Belo, Verdadeiro, Sagrado.
4. MAIS CARACTERÍSTICAS
• Evocação da paixão e do sonho.
• Arte associada às forças do inconsciente.
• Analogias sensórias e espirituais, formando uma espécie de liturgia.
• Ideia de coesão última de todos os seres.
• Tensão entre Absoluto-Nada, poemas como janela para o não-ser.
• Ascese para tocar o infinito.
• Simbolistas chamados de decadentistas. Investimento em evasão e loucura.
• Belas imagens e melodias.
5. FORÇA HISTÓRICA
• Simbolismo malogra rapidamente como visão de mundo.
• Dinamizou o léxico, transformando conotações e cargas emotivas.
• Ofereceu novos ritmos a uma métrica petrificada em esquemas.
• Segundo Bosi, não conseguiu fincar raízes na realidade histórica.
• Irracionalismo literário, alheamento da ciência e da técnica.
• Traduziu a cisão entre o sistema liberal e a opressão do homem moderno.
• Expressão de um mal-estar da condição humana.
• Influenciou os modernistas a partir de sua corrente crepuscular, menor, investindo
em versos livres. Influenciou outras vanguardas.
6. NO BRASIL
• José Veríssimo vê o Simbolismo como modismo importado da França.
• Parnasianismo dominava como reação às ingenuidades românticas.
• Poetas simbolistas tiveram formação muito semelhante à dos parnasianos.
• Parnasianismo e simbolismo têm diferença de grau: em um, culto da forma, em
outro, religião do Verbo.
• Para os parnasianos, foco no objeto; para os simbolistas, foco no sujeito.
• Do ponto de vista formal, têm em comum a fome do estilo.
• Cruz e Sousa: condição humana transcendente; Alphonsus: cadências elegíacas e
morte como tema constante.
• Crepusculares: versos intimistas e com sonoridades econômicas.
7. NO BRASIL
• Simbolismo no Brasil foi menos influente que na Europa.
• Simbolismo europeu influenciou imagismo, surrealismo, expressionismo,
hermetismo, poesia pura.
• No Brasil, não conseguiu estender-se no tempo, sendo encarado como uma moda
poética.
• Simbolismo não vingou no Brasil porque não dialogava com os maiores problemas
da realidade nacional.
• Ao mesmo tempo, realismo-parnasianismo acompanhou os modos de pensar e
instituiu-se com oficialidade.
• Neoparnasianismo e grupos simbolistas correram em paralelo no início do século
XX.