5. Condução do Estímulo
Cardíaco
Origina-se nas céls. P do nódulo sinusal
Atinge os tratos internodais e a musc. auricular
Sofre importante retardamento no nó AV
Acelera-se no feixe de His
Conduz-se rapidamente nas fibras de Purkinje
A musculatura ventricular é activada pela
superfície endocárdica donde transmite ao
epicárdio
6. Mecanismos desencadeantes
das Arritmias Cardíacas
Alterações na automaticidade normal
Automaticidade anormal
Mecanismo de reentrada
8. Arritmias Cardíacas
Uma arritmia cardíaca é uma anormalidade
na frequência, regularidade ou na origem do
impulso eléctrico, ou uma alteração na sua
condução causando uma sequência anormal
da activação do miocárdio .
9. Ritmo Sinusal
Diagnóstico Eletrocardiográfico
Ondas P precedendo cada QRS
Relação A/V
Ritmo regular (intervalos regulares entre os
QRS)
Frequência entre 60 e 100 bpm
ÂP entre +30 e +90
Ritmo sinusal normal - derivação D2
13. Bradicardia Sinusal
Fisiológica
Atletas
Qualquer pessoa durante o sono
Farmacológica
Digital
Morfina
bloqueadores
Patológica
Estimulação vagal pelo vómito
Hipotireoidismo
Hipotermia
Fase aguda do EAM inferior
16. Arritmia Sinusal
Variação entre dois batimentos acima de 0,12 sec.
Geralmente tem relação com a respiração
Arritmia sinusal respiratória
Comum em crianças
Não necessita tratamento
Mais raramente pode não ter relação com a respiração
Pode ser manifestação de Doença Degenerativa do
nódulo sinusal ( Sick Sinus Sindrome)
17. Arritmia Sinusal Respiratória
Assintomática
Variação da FC com a respiração
Acelera-se na Inspiração
Diminui na Expiração
Na apnéia a FC fica regular
Comum em crianças
Não é patológica
Não necessita tratamento
18. Extrassístoles
Batimentos precoces que se originam fora do
nódulo sinusal
Manifestações clínicas
Assintomáticas
Palpitações, “falhas”, “soco no peito”
Exame físico
Sístole prematura geralmente sem onda de
pulso
A origem das extrassístoles só pode ser
identificada pelo ECG
19. Extrassístoles Auriculares
Diagnóstico Eletrocardiográfico
Ritmo irregular
Onda P’ de morfologia diferente da onda P sinusal
ocorre antes do batimento sinusal esperado
As extrassístoles que se originam no mesmo
foco tem morfologia semelhante ( a análise deve
ser feita na mesma derivação)
O complexo QRS geralmente é normal
20. Extrassístoles Auriculares
Comum em pessoas normais
Desencadeada por tensão emocional, café, fumo álcool
Eventualmente pode iniciar
Flutter auricular
Fibrilhação auricular
Taquicardia Paroxística Supraventricular
Tratamento
Retirar café, fumo, álcool
Medicamentos quando:
Causar desconforto importante
Desencadear arritmias mais sérias
Beta bloqueadores em dose baixa
21. Extrassístoles Juncionais
Diagnóstico Eletrocardiográfico
Ritmo irregular
Onda P:
Geralmente ocorre despolarização auricular retrógrada,
portanto temos onda P’ negativa em D2 , D3 , aVF
Pode ocorrer antes, durante ou após o QRS, dependendo
do local de origem da extrasssístole no nó AV
Pode estar ausente
O complexo QRS geralmente é normal
Extrassístole juncional DII
22. Extrassístoles Juncionais
Prematuras
Bem menos comum que a extrasístole auricular
Desencadeada por tensão emocional, café, fumo, álcool
Eventualmente pode iniciar
– Flutter auricular
– Fibrilhação auricular
– Taquicardia Paroxística Supraventricular
Tratamento
Retirar café, fumo, álcool
Medicamentos quando:
Causar desconforto importante
Desencadear arritmias mais sérias
Beta bloqueadores em dose baixa
23. Taquicardia Supraventricular
Inclui a Taquicardia auricular e a Taquicardia
Juncional paroxísticas
O mecanismo é a reentrada nodal iniciada por
uma extrassístole auricular / juncional com
condução AV prolongada, representada no ECG
por um PR longo
Ocorre em pessoas normais e em diversas
cardiopatias
É frequente em pacientes com Síndrome de
Wolff Parkinson White
24. Taquicardia Supraventricular
Diagnóstico Eletrocardiográfico
FC entre 160 e 240 bpm
Ritmo regular
QRS geralmente normal
Onda P
Taquicardia Auricular –
Onda P de morfologia diferente da P sinusal
Taquicardia juncional
Ausência de Onda P
ou
Onda P negativa em D2 D3 aVF Taquicardia auricular
iniciada por uma
extrassístole auricular
(fecha)
25.
26. Taquicardia Supraventricular
Assintomáticos no intervalo das crises
Crises abruptas, duração variável
Exame físico
FC alta, acima de 160 pul/min.
Ritmo regular
Repercussões dependem da FC e do miocárdio
Isquemia cardíaca
Enfarte do Miocárdio
Edema agudo de pulmão
27. Tratamento da Taquicardia
Supraventricular
TAQUICARDIA
SUPRAVENTRICULAR Massagem de seio
carotídeo*
MANOBRA
Imersão da face em
VAGAL água gelada
ADENOSINA Provocar o vómito
6MG EV BOLUS
ADENOSINA
12MG ( 2MIN +12mg) EV
*AUSCULTAR AS
CARÓTIDAS ANTES
BAIXO DA MASSAGEM
DÉBITO
CARDIOVERSÃO ELÉTRICA
SINCRONIZADA 100J
28. Síndrome de Wolff Parkinson
White
Vias anómalas de condução
AV (Feixes de Kent)
PR curto
Onda Delta
Pacientes assintomáticos
Crises de TPSV
29. Tratamento da Taquicardia
Supraventricular
Sintomas leves Sintomas moderados Sintomas severos ou
Ausência de Pré-excitação Ausência de Pré-excitação Pré-excitação
Não necessita Ablação
ESCOLHA DO PACIENTE
tratamento com cateter
0
Sem sucesso
Ablação Sem sucesso
com cateter Medicamentos
Ferguson JD; di Marco JJ
Circulation.2005;107:1096-99
30. Fibrilhação Auricular
• É a arritmia clinicamente significante mais comum
• Prevalência em 0,4% da população geral, aumentando com a idade
• Etiologia
– Valvopatia mitral
– H.T.A.
– Cardiopatia isquêmica
– Tireotoxicose
– Pode ocorrer em pessoas normais
• As aurículas despolarizam-se 400 a 700 vezes/minuto, como
consequências:
– Perda da contracção auricular (DC 20%)
– Formação de trombos auriculares embolias sistémicas
e pulmonares
33. Características da Fibrilhação
Auricular
DETECÇÃO
INICIAL
PAROXÍSTICA
PERSISTENTE
Resolução
(Sem resolução
espontânea
espontânea)
(geralmente < de
24 horas)
PERMANENTE* *CARDIOVERSÃO MAL
SUCEDIDA OU NÃO
REALIZADA
34. Fibrilhação Auricular
Diagnóstico clínico
• Por uma complicação
– Descompensação de uma ICC
– Embolias
• Palpitações
• Assintomático
Exame físico
• Ritmo cardíaco irregular
• FC variável
• Déficit de pulso (depende da FC)
35. Tratamento da Fibrilhação
Auricular
FIBRILAÇÃO ATRIAL
TRATAR
FA AGUDA CAUSAS FA CRÔNICA
(< DE 48 H ) REVERSÍVEIS ( DE 48 H )
PACIENTE INSTÁVEL PACIENTE ESTÁVEL CONTROLAR A FC
ANTICOAGULANTE
WARFARINA AMIODARONA
CARDIOVERSÃO MANTER INR 2,0 A 3,O DIGOXINA
AMIODARONA EV BETABLOQUEADOR
SINCRONIZADA 100J
DILTIAZEM
FA SINUSAL FA
? CARDIOVERSÃO
SINCRONIZADA
APÓS 4 SEM DE
FA CRÔNICA DOENÇA ESTRUTURAL ?
? ANTICOAGULANTE
NÃO SIM
RITMO SINUSAL
ALTA SEM ANTIARRÍTMICOS
MEDICAÇÃO ANTICOAGULANTE?
36. FLUTTER AURICULAR
Conceito – Está relacionado com um mecanismo de
reentrada existente na aurícula (circular).
Diagnóstico Electrocardiografico
–Ondas flutter (dentes de serra)
–Frequência auricular 250 a 350
–RR normalmente regulares
Etiologia – Hipertiroidismo; Doença valvular; Embolia
pulmonar; Edema pulmonar; Doença do n. sinusal.
Tratamento:
Farmacológico : Digoxina; B. Bloqueantes;
bloqueadores dos canais de cálcio; anti-arrítmicos
Mecânico: Cardioversão eléctrica
39. RITMO JUNCIONAL
Conceito – É um ritmo de escape passivo com origem na
junção A.V. e surge, normalmente, quando há falha do nódulo
sinusal.
Diagnóstico de ECG
- F.C. entre 40/60; Ritmo juncional acelerado 60/100;
Taquicardia juncional 100 ou superior.
- R.R. regulares
- Onda P, podendo esta surgir antes, depois ou dentro do QRS.
- Onda P invertida nas derivações inferiores (II; III; AVF)
- QRS estreito
- Intervalo PR inferior a 0.12 segundos
Maio 2008
40. RITMO JUNCIONAL
Etiologia – Insuficiência cardíaca; Doença valvular;
Cardiomiopatia, miocardite; Doença N. Sinusal; Efeitos de
fármacos; Doença electrolíticas; Achado normal em atletas.
Tratamento
-Determinar a causa subjacente;
-Suspender a medicação se for caso disso (digitálicos);
-Se necessário administrar atropina;
-Pace Maker Provisório.
42. Extrassístoles Ventriculares
É um batimento precoce que se origina nos
ventrículos
É comum em pessoas normais e não tem mau
prognóstico
Quando ocorre como manifestação de uma
cardiopatia pode aumentar o risco de morte súbita
Nos síndromes coronários agudos pode levar a
fibrilhação ventricular
Quando associada a medicamentos ex. intoxicação
digitálica pode levar a um ritmo letal
43. Extrassístoles Ventriculares
Diagnóstico Eletrocardiográfico
Ritmo irregular
Onda P sinusal geralmente está oculta pelo
QRS, ST ou onda T da extrassístole
O complexo QRS
Precoce
Alargado, com mais de 0,12 sec
Morfologia bizarra
O segmento ST e onda T geralmente tem
polaridade oposta ao QRS
45. Extrasístoles ventriculares Precoces
Iniciando uma Taquicardia Ventricular
Taquicardia sinusal com EV precoces (R em T)
A terceira EV inicia Taquicardia Ventricular
Observe que a morfologia do QRS das EV é o
mesmo da TV e diferente da FV.
Extrassístole ventricular precoce iniciando fibrilhação ventricular
46. TAQUICARDIAS
•Taquicardia Ventricular Taquicardia com frequência
entre 140 e 180 b.pm., após
extrassístole ventricular com
início e fim súbitos
Torsades de Pointes Taquicardia ventricular em que há
diminuição e aumento progressivo da
voltagem dos complexos QRS
(movimento serpentiforme)
47. Tratamento da Extrassistolia
Ventricular
Pessoas normais
Não necessitam tratamento
Beta bloqueadores para tratar os sintomas
Síndromes coronárias agudas
Amiodarona *
Intoxicação digitálica
Monitorização
Cloreto de Potássio oral / IV
Antiarrítmicos
Amiodarona *
Miocardiopatias
Tratar arritmias sintomáticas
Amiodarona *
48. Taquicardia Ventricular
Conceito
É a ocorrência de 3 ou mais batimentos de origem
ventricular com frequência acima de 100 pul/min.
Geralmente está associada a cardiopatias graves
Manifestações clínicas
A repercussão irá depender da disfunção
miocárdica pré existente e da frequência ventricular
Pode levar a Fibrilhação Ventricular
Exame físico
FC ao redor de 160 pul/min.
Ritmo regular ou discretamente irregular
49. Taquicardia Ventricular
Diagnóstico Eletrocardiográfico
FC: 100 e 220 pul/min.
Ritmo: regular ou discretamente irregular
Ondas P :
Com FC alta não são vistas
Quando presentes não tem relação com o QRS
QRS: tem a mesma morfologia das extrassístoles ventriculares
54. Fibrilhação Ventricular
A actividade contráctil cessa e o coração
apenas tremula
O débito cardíaco é zero, não há pulso, nem
batimento cardíaco PARARAGEM
CARDÍACA
No ECG temos um ritmo irregular, sem
ondas P, QRS ou T
55.
56. Tratamento da Fibrilhação
Ventricular
O tratamento é a desfibrilhação eléctrica
A sobrevida depende da precocidade da
desfibrilhação
Cada minuto de demora em desfibrilhar equivale a
perda de 10% da hipotese de reverter ( e de
sobrevida do paciente)
Há necessidade da disseminação de
desfibrilhadores automáticos que possam ser
operados por leigos.
57. Alterações na condução dos
estímulos
A) Bloqueio sino-auricular
B) Bloqueio auriculo-ventricular
C) Bloqueio de ramos do feixe de His
D) Síndrome de Wolff-Parkinson-White
Maio 2008
58. BRADIARRITMIAS
BRADIARRITMIAS SINUSAIS
BLOQUEIOS AURICULO-VENTRICULARES
OUTRAS:
RITMO JUNCIONAL,
RITMO IDIOVENTRICULAR,
FIBRILHAÇÃO AURICULAR OU
FLUTTER AURICULAR COM RESPOSTA VENTRICULAR
BAIXA.
Maio 2008
59. BLOQUEIO AURICULO-VENTRICULAR DE 1 GRAU
1. CONCEITO:
No bloqueio Auriculo-ventricular a condução do estímulo é dada de
forma mais lenta no local do bloqueio, ou seja, há um retardo na condução
do estímulo.
2. ETIOLOGIA:
- Por aumento do tônus vagal (manobra vagal, prostigmine, digital);
- Uso de propranolol;
- Hipopotassemia;
- Doença coronaria;
- Cardiopatias congênitas (Comunicação Interauricular);
- Estenose tricúspide;
- Artrite reumática.
3. CARACTERÍSTICAS ELETROCARDIOGRÁFICAS:
- Aumento do intervalo PR ( 0,20 segundos).
Maio 2008
60. Figura: Registo eletrocardiográfico, derivação V1, de um paciente com 73 anos, sexo
feminino, com sopro sistólico aórtico e hipertensão arterial sistêmica, a tomar
benzodiazepinas. Nota-se aumento do intervalo PR, que é característico de bloqueio
auriculo-ventricular de 1 grau.
COMPLICAÇÕES:
O Bloqueio Auriculo-ventricular tem prognóstico benigno. Pode evoluir para
graus mais avançados de bloqueio, mas é pouco comum.
61. Bloqueio Auriculo-ventricular do 2o. Grau - Mobitz tipo I
- prolongação progressiva do intervalo PR até que um estímulo
auricular não seja conduzido (fenómeno de Wenckebach).
Maio 2008
62. Bloqueio Auriculo-ventricular do 2o. Grau - Mobitz tipo II
- ocorre quando alguns, mas não todos estímulos auriculares
são conduzidos aos ventrículos. Alteração no QRS. Intervalo
PR fixo.
Maio 2008
63. Bloqueio Auricuo-ventricular do 3o. Grau – BAV-C
- caracteriza-se pela não passagem de estímulos aos
ventrículos. As ondas P não têm relação fixa com os
complexos QRS e usualmente a frequência auricular é
maior do que a ventricular.
Maio 2008