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2
Prof. Dr.
Roberto Monteiro de Oliveira
robertomonteiroamblogspot.com
3
A construção da Fortaleza do Rio Negro é o núcleo a partir do qual se começa
construir o que atualmente conhecemos como Manaus, AM.
4
Manaus cresceu...
5
...se desenvolveu
6
...se modernizou
7
...se modernizou
http://historiacomgosto.blogspot.com.br/2012/11/manaus-portal-da-amazonia.html
8
Catraia, invenção popular para
resolver o problema da
mobilidade urbana. O operador
da catraia em Manaus AM
chama-se catraeiro, em Veneza
na Itália gondeleiro.
9
...viveu a Belle Époque
... De onde viemos?
Para onde vamos?...
10
A CAPTURA
DE
AJURICABA 11
• Dentre os massacres
de nações indígenas
cometidos pelos
portugueses na
Amazônia ganhou
destaque e
notoriedade histórica
o massacre da nação
Manaós e de seu
cacique Ajuricaba.
12
13
A nação manaós
habitava o território do vale
do rio Yquiari e a parte
inferior do Rio Içá e
pertencia ao grupo
lingüístico Arawak. A partir
da expedição de Francisco
de Orellana em 1542, Frei
Gaspar de Carvajal,
capelão da expedição
referiu-se ao Rio Iquiari
com o nome de Rio Negro
que ficou até os dias
atuais.
14
ÁREA DE INFLUÊNCIA DOS
MANAÓS
15
Vejamos a seguir como
Frei Gaspar de
Carvajal descreve a
“descoberta” do Rio
Negro em sua obra
"Relación del
descubrimiento del
famoso río Grande que
dese su nacimiento
hasta el mar descubrió el
Capitán Orellana en
unión 56 hombres":
Sábado, víspera de la Santísima Trinidad, el Capitán mandó tomar puerto en un pueblo donde
los indios se pusieron en defensa; pero, a pesar de ello, los echamos de sus casas, y aquí nos
proveímos de comida y aun se fallaron algunas gallinas. Este mismo día, saliendo de allí,
prosiguiendo nuestro viaje, vimos una boca de otro río grande a la mano siniestra, que
entraba en el que nosotros navegábamos, el agua del cual era negra como tinta, y por
esto le pusimos el nombre de Río Negro, el cual corría tanto y con tanta ferocidad, que
en más de veinte leguas hacía raya en la otra agua, sin revolver la una con la otra. Este
mismo día vimos otros pueblos no muy grandes. Otro día siguiente de la Trinidad holgó el
Capitán y todos en unas pesquerías de un pueblo que estaba en una loma, donde se halló
mucho pescado, que fue socorro y gran recreación para nuestros españoles, por que había
días que no habían tenido tal posada. Este pueblo estaba en una loma apartado del río como
en frontera de otras gentes que les daban guerra, porque estaba fortificado de una muralla de
maderos gruesos, y al tiempo que nuestros compañeros subieron a este pueblo para tomar
comida, los indios lo quisieron defender y se hicieron fuertes dentro de aquella cerca, la cual
tenía no más que una puerta, y se comenzaron a defender con muy gran ánimo; mas, como
nos víamos en necesidad, determinamos de acometerlos, y así, en esta determinación, se
acometió por la dicha puerta, y entrando dentro sin ningún riesgo, dieron en los indios y
pelearon con ellos hasta los desbaratar, y luego recogieron comida, que había en cantidad.
16
17
Este mismo día, saliendo de allí,
prosiguiendo nuestro viaje, vimos
una boca de otro río grande a la
mano siniestra, que entraba en el
que nosotros navegábamos, el
agua del cual era negra como
tinta, y por esto le pusimos el
nombre de Río Negro, el cual
corría tanto y con tanta ferocidad,
que en más de veinte leguas
hacía raya en la otra agua, sin
revolver la una con la otra
Os estrangeiros, em seus
escritos, se referem aos
manaós como
numerosos, fortes,
valentes guerreiros que
exerceram hegemonia
sobre as outras etnias
que habitavam em seu
território.
18
19
Em 1639, o capelão da
expedição de Pedro Teixeira frei
Cristóbal de Acuña percebeu que
o território dominado pelos
Manaós era uma área estratégica
para proteger e defender a
Amazônia da cobiça dos
concorrentes holandeses e
ingleses que estavam ao norte
dessa região e que desejavam
descer para participar dos
empreendimentos que se
realizavam naquele território com
as várias nações indígenas.
20
A esse tempo o rio
Iquiari era também
conhecido como o Rio do
Ouro e nas proximidades
dessa região estaria o país
do El Dorado e a cidade de
Manoa próxima ao lago
Parima, onde se dizia haver
grande quantidade de ouro
de tal modo que os
guerreiros vencedores eram
premiados com um banho
de ouro em pó sobre seus
corpos nus.
21
O país do El Dorado e
a cidade de Manoa
próxima ao lago
Parima, onde se dizia
haver grande
quantidade de ouro de
tal modo que os
guerreiros vencedores
eram premiados com
um banho de ouro em
pó sobre seus corpos
nus.
22
Segundo observações
de missionários e de
outros viajantes que
passaram por esse
território a partir da
segunda metade do
século XVII havia um
comércio intenso
praticado pelas
nações indígenas com
estrangeiros,
sobretudo com os
holandeses.
23
24
Essa área de livre
comércio liderado
pelos manaós
abrangeria o
território das
antigas guianas
(holandesa e
inglesa) delimitada
informalmente
desde o Rio
Orenoco até a
região do Rio
Madeira.
25
Observam os cronistas
dessa época que os
indígenas não
queriam mais
negociar com os
portugueses porque
as mercadorias
e quinquilharias
ofertadas pelos
holandeses e ingleses
eram bem melhores.
26
Fica evidente que esse
quadro de eventos, fatos e
descrições fantasiosas
despertava nas pessoas
sentimentos de
enriquecimento rápido e fácil
e de qualquer jeito atraindo
para a região aventureiros de
todas as espécies. É claro que
os colonos portugueses não
poderiam deixar de participar
desses negócios e, sobretudo
o rei de Portugal não poderia
deixar de arrecadar impostos
para a Fazenda Real sobre
todos esses negócios.
O Eldorado ou El Dorado é uma lenda
narrada pelos índios aos espanhóis na
época da colonização das Américas. Falava
de uma cidade toda feita de ouro maciço
com tesouros inimagináveis.
27
Explicitando mais
ainda fica evidente
também que essa
área de livre comércio
liderada pelos
manaós passa a ser
uma área estratégica
para a defesa do
território, controle
das atividades
econômicas enfim
para o resguardo do
exclusivismo colonial
em relação à
Amazônia e
especialmente do Rio
Negro.
28
Particularmente
os holandeses não
desistiam de marcar
presença no Brasil e
na Amazônia. Aqui
na Amazônia os
holandeses
instalaram um forte
no estuário do Rio
Essequibo e em
1621 fundaram a
Companhia
Holandesa das
Índias Ocidentais.
29
Essa companhia
passa atuar na
região criando sua
rede de
colaboradores
corrompendo os
chefes das nações
indígenas nesse
escambo hediondo
de índios e negros
escravizados por
quinquilharias, armas
e outras
mercadorias.
http://www.diario-universal.com/2007/03/aconteceu/a-companhia-holandesa-das-indias-orientais/
30
Os Manaós combateram a
nação indígena dos Karinya e
dos Akawaio que fizeram parte
da rede de colaboradores dos
holandeses, por esse motivo,
em 1724 o Conselho Político
de Essequibo ordena o
extermínio dos Manaós e que
os prisioneiros fossem
vendidos como escravos. O
Conselho Político de Essequibo
premiava quem matasse um
manaós.
31
Ajuricaba e seus
guerreiros manaós
lideravam uma
coalisão de chefes de
nações indígenas no
enfrentamento à
invasão e ocupação
de seus territórios, no
saque aos seus
recursos naturais e na
redução das
populações indígenas
à condição de
escravos.
http://tribodosmanaoss.
blogspot.com.br/p/o-cacique-ajuricaba.html
Manaós significa “Mãe de Deus”
http://cafehistoria.ning.com/p
rofiles/blogs/o-bravo-
guerreiro-ajuricaba-do-povo-
ind-gena-mana-s
32
33
Todos esses fatos
contrariavam os
interesses do Rei
de Portugal e
particularmente
os interesses
imediatos dos
colonos
portugueses aqui
na Amazônia. D. João V, rei de Portugal (1689-1750) - Majestoso,
Esbanjador .
34
Os colonos portugueses
irritados com os índios e
incapazes de dar combate
aos seus verdadeiros
inimigos e concorrentes os
holandeses, ingleses,
franceses e espanhóis na
disputa pela força de
trabalho dos índios e pelos
recursos da floresta
conseguiram do Conselho
das Missões autorização
para fazer uma “guerra justa”
contra os manaós e seus
aliados.
Tropa de choque da Polícia militar do Amazonas retira índios de uma área
invadida na avenida Torquato Tapajós, na Comunidade Parque São Pedro,
zona norte de Manaus (AM). Cerca de 350 Agentes da Polícia Militar
participaram da operação. Na área moram cem famílias indígenas e 300
não-indígenas. Marcell Mota/Em Tempo/AE.
35
O motivo para fazer “guerra
justa” aos Manaós foi a
acusação mentirosa de que
Ajuricaba seria aliado dos
holandeses e que navegava
pelos rios ostentando a
bandeira da Holanda. Já
vimos anteriormente que os
manaós não tinham nenhuma
razão para se aliarem aos
holandeses o que não
impediria de
esporadicamente fazer algum
negócio com algum
holandês.
36
O fato é que o
Conselho das
Missões votou
pela autorização
da “Guerra
Justa” contra
os manaós e
seus aliados e a
captura de
Ajuricaba.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Terras_ind%C3%ADgenas
37
Legitimados pelo
Conselho das
Missões e munidos
de todos os recursos
necessários o
governador João
Maya da Gama
recomenda ao
capitão João Paes do
Amaral uma “guerra
dura”.
Imagem marcante de uma índia com um bebê no colo
resistindo a um batalhão de choque - fotografia
finalista do Prêmio Embratel de Fotografia 2008 do
fotógrafo Luiz Vasconcelos de acrítica
38
Na verdade esta
operação bélica contra
os manaós ocorreu em
setembro de 1727, em
uma localidade
conhecida na época
como Ponta do Azabari,
nas proximidades do
encontro das águas do
Rio Negro com o Rio
Amazonas que se
tornou uma área
sagrada para os
manaós e para todas as
nações indígenas do
vale do Rio Negro.
39
Ajuricaba viu seu filho
Cucunaca ser assassinado
pelos portugueses durante os
combates. Juntamente com
Ajuricaba foram capturados os
caciques: Aguaru,
Canacury, Cany,
Caramery, Daã, Gaau,
Juabay, Majury, Manatuba,
Mandary e mais duzentos
índios que seguiriam
acorrentados para serem
devidamente justiçados em
Belém.
40
O município de Ajuricaba
foi colonizado por
imigrantes alemães e
italianos, procedentes das
Colônias Velhas do Rio
Grande do Sul, como
Bento Gonçalves e São
Leopoldo.
Figura de Ajuricaba
constante no site
da Prefeitura do
Município de
Ajuricaba no RS.
Ajuricaba é um município
brasileiro do estado do Rio
Grande do Sul. Localizado
na Mesorregião do
Noroeste Rio-Grandense e
na Microrregião de Ijuí.
Logo no início da sinistra viagem,
Ajuricaba teria tentado a fuga através
do rio no que foi seguido pelos seus
companheiros resultando na morte de
todos esses guerreiros amazônidas.
O rei de Portugal Dom João V
agradeceu ao governador do Pará João
Maya da Gama pelos bons e leais
serviços prestados à coroa portuguesa
pelo extermínio dos manaós
afirmando na carta de 23 de janeiro
de 1728: – “Tudo que obraste foi com
acerto, e ajustado com as minhas
ordens, e se vos aprova o que nesta
parte dispusestes”.
41
Ajuricaba é um
município
brasileiro do
estado do Rio
Grande do Sul.
Localizado na
Mesorregião do
Noroeste
Rio-Grandense e
na Microrregião
de Ijuí.
42
43
A partir dessa
matança dos chefes e
mais duzentos
guerreiros foi
eliminado o fator
manaós ficando mais
fácil o trabalho de
buscar e escravizar
os índios pelos
colonos portugueses.
Padre jesuíta Antônio Vieira em gravura
que representa o padre convertendo
índios na Amazônia.
Na verdade essa matança de
indígenas na Amazônia é mais um
crime de lesa humanidade cometido
pelos portugueses, um holocausto
que até hoje clama por justiça. 44
45
Muito
Obrigado
Prof. Dr. Roberto Monteiro
robertomonteiroam.blogspot.com
46
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O MASSACRE DOS MANAÓS E A CAPTURA DE AJURICABA

  • 1. 1
  • 2. 2 Prof. Dr. Roberto Monteiro de Oliveira robertomonteiroamblogspot.com
  • 3. 3 A construção da Fortaleza do Rio Negro é o núcleo a partir do qual se começa construir o que atualmente conhecemos como Manaus, AM.
  • 8. 8 Catraia, invenção popular para resolver o problema da mobilidade urbana. O operador da catraia em Manaus AM chama-se catraeiro, em Veneza na Itália gondeleiro.
  • 10. ... De onde viemos? Para onde vamos?... 10
  • 12. • Dentre os massacres de nações indígenas cometidos pelos portugueses na Amazônia ganhou destaque e notoriedade histórica o massacre da nação Manaós e de seu cacique Ajuricaba. 12
  • 13. 13 A nação manaós habitava o território do vale do rio Yquiari e a parte inferior do Rio Içá e pertencia ao grupo lingüístico Arawak. A partir da expedição de Francisco de Orellana em 1542, Frei Gaspar de Carvajal, capelão da expedição referiu-se ao Rio Iquiari com o nome de Rio Negro que ficou até os dias atuais.
  • 14. 14 ÁREA DE INFLUÊNCIA DOS MANAÓS
  • 15. 15 Vejamos a seguir como Frei Gaspar de Carvajal descreve a “descoberta” do Rio Negro em sua obra "Relación del descubrimiento del famoso río Grande que dese su nacimiento hasta el mar descubrió el Capitán Orellana en unión 56 hombres":
  • 16. Sábado, víspera de la Santísima Trinidad, el Capitán mandó tomar puerto en un pueblo donde los indios se pusieron en defensa; pero, a pesar de ello, los echamos de sus casas, y aquí nos proveímos de comida y aun se fallaron algunas gallinas. Este mismo día, saliendo de allí, prosiguiendo nuestro viaje, vimos una boca de otro río grande a la mano siniestra, que entraba en el que nosotros navegábamos, el agua del cual era negra como tinta, y por esto le pusimos el nombre de Río Negro, el cual corría tanto y con tanta ferocidad, que en más de veinte leguas hacía raya en la otra agua, sin revolver la una con la otra. Este mismo día vimos otros pueblos no muy grandes. Otro día siguiente de la Trinidad holgó el Capitán y todos en unas pesquerías de un pueblo que estaba en una loma, donde se halló mucho pescado, que fue socorro y gran recreación para nuestros españoles, por que había días que no habían tenido tal posada. Este pueblo estaba en una loma apartado del río como en frontera de otras gentes que les daban guerra, porque estaba fortificado de una muralla de maderos gruesos, y al tiempo que nuestros compañeros subieron a este pueblo para tomar comida, los indios lo quisieron defender y se hicieron fuertes dentro de aquella cerca, la cual tenía no más que una puerta, y se comenzaron a defender con muy gran ánimo; mas, como nos víamos en necesidad, determinamos de acometerlos, y así, en esta determinación, se acometió por la dicha puerta, y entrando dentro sin ningún riesgo, dieron en los indios y pelearon con ellos hasta los desbaratar, y luego recogieron comida, que había en cantidad. 16
  • 17. 17 Este mismo día, saliendo de allí, prosiguiendo nuestro viaje, vimos una boca de otro río grande a la mano siniestra, que entraba en el que nosotros navegábamos, el agua del cual era negra como tinta, y por esto le pusimos el nombre de Río Negro, el cual corría tanto y con tanta ferocidad, que en más de veinte leguas hacía raya en la otra agua, sin revolver la una con la otra
  • 18. Os estrangeiros, em seus escritos, se referem aos manaós como numerosos, fortes, valentes guerreiros que exerceram hegemonia sobre as outras etnias que habitavam em seu território. 18
  • 19. 19 Em 1639, o capelão da expedição de Pedro Teixeira frei Cristóbal de Acuña percebeu que o território dominado pelos Manaós era uma área estratégica para proteger e defender a Amazônia da cobiça dos concorrentes holandeses e ingleses que estavam ao norte dessa região e que desejavam descer para participar dos empreendimentos que se realizavam naquele território com as várias nações indígenas.
  • 20. 20 A esse tempo o rio Iquiari era também conhecido como o Rio do Ouro e nas proximidades dessa região estaria o país do El Dorado e a cidade de Manoa próxima ao lago Parima, onde se dizia haver grande quantidade de ouro de tal modo que os guerreiros vencedores eram premiados com um banho de ouro em pó sobre seus corpos nus.
  • 21. 21 O país do El Dorado e a cidade de Manoa próxima ao lago Parima, onde se dizia haver grande quantidade de ouro de tal modo que os guerreiros vencedores eram premiados com um banho de ouro em pó sobre seus corpos nus.
  • 22. 22 Segundo observações de missionários e de outros viajantes que passaram por esse território a partir da segunda metade do século XVII havia um comércio intenso praticado pelas nações indígenas com estrangeiros, sobretudo com os holandeses.
  • 23. 23
  • 24. 24 Essa área de livre comércio liderado pelos manaós abrangeria o território das antigas guianas (holandesa e inglesa) delimitada informalmente desde o Rio Orenoco até a região do Rio Madeira.
  • 25. 25 Observam os cronistas dessa época que os indígenas não queriam mais negociar com os portugueses porque as mercadorias e quinquilharias ofertadas pelos holandeses e ingleses eram bem melhores.
  • 26. 26 Fica evidente que esse quadro de eventos, fatos e descrições fantasiosas despertava nas pessoas sentimentos de enriquecimento rápido e fácil e de qualquer jeito atraindo para a região aventureiros de todas as espécies. É claro que os colonos portugueses não poderiam deixar de participar desses negócios e, sobretudo o rei de Portugal não poderia deixar de arrecadar impostos para a Fazenda Real sobre todos esses negócios. O Eldorado ou El Dorado é uma lenda narrada pelos índios aos espanhóis na época da colonização das Américas. Falava de uma cidade toda feita de ouro maciço com tesouros inimagináveis.
  • 27. 27 Explicitando mais ainda fica evidente também que essa área de livre comércio liderada pelos manaós passa a ser uma área estratégica para a defesa do território, controle das atividades econômicas enfim para o resguardo do exclusivismo colonial em relação à Amazônia e especialmente do Rio Negro.
  • 28. 28 Particularmente os holandeses não desistiam de marcar presença no Brasil e na Amazônia. Aqui na Amazônia os holandeses instalaram um forte no estuário do Rio Essequibo e em 1621 fundaram a Companhia Holandesa das Índias Ocidentais.
  • 29. 29 Essa companhia passa atuar na região criando sua rede de colaboradores corrompendo os chefes das nações indígenas nesse escambo hediondo de índios e negros escravizados por quinquilharias, armas e outras mercadorias. http://www.diario-universal.com/2007/03/aconteceu/a-companhia-holandesa-das-indias-orientais/
  • 30. 30 Os Manaós combateram a nação indígena dos Karinya e dos Akawaio que fizeram parte da rede de colaboradores dos holandeses, por esse motivo, em 1724 o Conselho Político de Essequibo ordena o extermínio dos Manaós e que os prisioneiros fossem vendidos como escravos. O Conselho Político de Essequibo premiava quem matasse um manaós.
  • 31. 31 Ajuricaba e seus guerreiros manaós lideravam uma coalisão de chefes de nações indígenas no enfrentamento à invasão e ocupação de seus territórios, no saque aos seus recursos naturais e na redução das populações indígenas à condição de escravos. http://tribodosmanaoss. blogspot.com.br/p/o-cacique-ajuricaba.html Manaós significa “Mãe de Deus” http://cafehistoria.ning.com/p rofiles/blogs/o-bravo- guerreiro-ajuricaba-do-povo- ind-gena-mana-s
  • 32. 32
  • 33. 33 Todos esses fatos contrariavam os interesses do Rei de Portugal e particularmente os interesses imediatos dos colonos portugueses aqui na Amazônia. D. João V, rei de Portugal (1689-1750) - Majestoso, Esbanjador .
  • 34. 34 Os colonos portugueses irritados com os índios e incapazes de dar combate aos seus verdadeiros inimigos e concorrentes os holandeses, ingleses, franceses e espanhóis na disputa pela força de trabalho dos índios e pelos recursos da floresta conseguiram do Conselho das Missões autorização para fazer uma “guerra justa” contra os manaós e seus aliados. Tropa de choque da Polícia militar do Amazonas retira índios de uma área invadida na avenida Torquato Tapajós, na Comunidade Parque São Pedro, zona norte de Manaus (AM). Cerca de 350 Agentes da Polícia Militar participaram da operação. Na área moram cem famílias indígenas e 300 não-indígenas. Marcell Mota/Em Tempo/AE.
  • 35. 35 O motivo para fazer “guerra justa” aos Manaós foi a acusação mentirosa de que Ajuricaba seria aliado dos holandeses e que navegava pelos rios ostentando a bandeira da Holanda. Já vimos anteriormente que os manaós não tinham nenhuma razão para se aliarem aos holandeses o que não impediria de esporadicamente fazer algum negócio com algum holandês.
  • 36. 36 O fato é que o Conselho das Missões votou pela autorização da “Guerra Justa” contra os manaós e seus aliados e a captura de Ajuricaba. http://pt.wikipedia.org/wiki/Terras_ind%C3%ADgenas
  • 37. 37 Legitimados pelo Conselho das Missões e munidos de todos os recursos necessários o governador João Maya da Gama recomenda ao capitão João Paes do Amaral uma “guerra dura”. Imagem marcante de uma índia com um bebê no colo resistindo a um batalhão de choque - fotografia finalista do Prêmio Embratel de Fotografia 2008 do fotógrafo Luiz Vasconcelos de acrítica
  • 38. 38 Na verdade esta operação bélica contra os manaós ocorreu em setembro de 1727, em uma localidade conhecida na época como Ponta do Azabari, nas proximidades do encontro das águas do Rio Negro com o Rio Amazonas que se tornou uma área sagrada para os manaós e para todas as nações indígenas do vale do Rio Negro.
  • 39. 39 Ajuricaba viu seu filho Cucunaca ser assassinado pelos portugueses durante os combates. Juntamente com Ajuricaba foram capturados os caciques: Aguaru, Canacury, Cany, Caramery, Daã, Gaau, Juabay, Majury, Manatuba, Mandary e mais duzentos índios que seguiriam acorrentados para serem devidamente justiçados em Belém.
  • 40. 40 O município de Ajuricaba foi colonizado por imigrantes alemães e italianos, procedentes das Colônias Velhas do Rio Grande do Sul, como Bento Gonçalves e São Leopoldo. Figura de Ajuricaba constante no site da Prefeitura do Município de Ajuricaba no RS. Ajuricaba é um município brasileiro do estado do Rio Grande do Sul. Localizado na Mesorregião do Noroeste Rio-Grandense e na Microrregião de Ijuí. Logo no início da sinistra viagem, Ajuricaba teria tentado a fuga através do rio no que foi seguido pelos seus companheiros resultando na morte de todos esses guerreiros amazônidas. O rei de Portugal Dom João V agradeceu ao governador do Pará João Maya da Gama pelos bons e leais serviços prestados à coroa portuguesa pelo extermínio dos manaós afirmando na carta de 23 de janeiro de 1728: – “Tudo que obraste foi com acerto, e ajustado com as minhas ordens, e se vos aprova o que nesta parte dispusestes”.
  • 41. 41 Ajuricaba é um município brasileiro do estado do Rio Grande do Sul. Localizado na Mesorregião do Noroeste Rio-Grandense e na Microrregião de Ijuí.
  • 42. 42
  • 43. 43 A partir dessa matança dos chefes e mais duzentos guerreiros foi eliminado o fator manaós ficando mais fácil o trabalho de buscar e escravizar os índios pelos colonos portugueses. Padre jesuíta Antônio Vieira em gravura que representa o padre convertendo índios na Amazônia.
  • 44. Na verdade essa matança de indígenas na Amazônia é mais um crime de lesa humanidade cometido pelos portugueses, um holocausto que até hoje clama por justiça. 44
  • 45. 45
  • 46. Muito Obrigado Prof. Dr. Roberto Monteiro robertomonteiroam.blogspot.com 46
  • 47. 47