Anfibolios
- 1. Anfibólios
Os anfibólios são silicatos em cadeia (inossilicatos).
Possuem fórmula geral [Si4-xAlxO11 OH]2 R14 + 2x
X é compreendido entre 0 e 1. R14 + 2x representa 14 +
2x valências saturáveis pelos cátions:
Na, (K)
Ca, Fe2+, Mg, (Ti)
Al, Fe3+
Sob vários aspectos esses minerais são comparáveis
aos piroxênios. São ortorrômbicos e monoclínicos, são
caracterizados por duas clivagens m (110), fazendo
porém entre elas um ângulo de 55 a 560 e não mais
870. Além disso, as clivagens dos anfibólios são muito
mais finas e regulares que as dos piroxênios.
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- 3. Anfibólios ortorrômbicos
As espécies mais importantes são a antofilita e a gedrita.
Antofilita [Si4O11 OH]2 (Mg, Fe)7 . O Fe substitui o Mg até 40%. Acima disso a
simetria torna-se monoclínica e passa-se à cumingtonita.
Gedrita : variedade aluminosa da antofilita. Tem composição bastante variável:
[Si3 - 3,5 Al1 – 0,5 O11 OH]2 Al1 – 2 (Mg, Fe)6 - 5
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- 4. Características em comum
Cristalizam em prismas, baguetes, fibras mais ou menos aciculares. Todas são
formas alongadas segundo c.
Posição da indicatriz : Ng segundo c, Nm segundo b, Np segundo a. Plano dos eixos
óticos g1 (010).
LN – Refringência média N ~ 1,60 à 1,70.
- Seções normais ao alongamento mostram duas clivagens losangulares m (110) à
560.
- Seções paralelas à c – zona mm (hk0) – muito alongadas, com freqüência fibrosas,
à clivagem aparentemente única.
- Incolores à fracamente coloridas.
LP – Birrefringência média. Tintas de polarização do fim da 1ª. O, início da 2ª.
- Seções da zona mm (hk0) à extinção reta, alongamento positivo.
LC – Biaxiais, 2 V grande.
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- 5. Antofilita
LN – Refringência crescente com o teor em Fe. Ng = 1, 623 à 1,664 – Nm =
1,616 à 1,651 – Np = 1,598 à 1,647.
- Incolor.
LP – Birrefringência média : Ng – Np = 0,026 à 0,017 (fim da 1ª. O).
LC – Biaxial negativo ou positivo, 2 VNp = 58 à 1150.
Ocorrência : Nos xistos cristalinos com anfibólios monoclínicos.
Igualmente nos peridotitos e serpentinitos.
Alterações : freqüente para talco.
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- 6. Antofilita substituindo ortopiroxênio
A antofilita é um orto-anfibólio incolor que pode resultar da
substituição de orto-piroxênios (hiperstênio, enstatita) no retro-
metamorfismo de rochas ultramáficas (piroxenitos, peridotitos),
como neste exemplar.
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- 7. Gedrita
LN – Refringência crescente com o teor em Fe. Ng = 1, 658 à 1,691 – Nm =
1,651 à 1,676 – Np = 1,642 à 1,669.
- Incolor à fracamente colorida com pleocroísmo pouco nítido :
Ng : marrom amarelado à cinza
Np : marrom amarelado claro à incolor
LP – Birrefringência média : Ng – Np = 0,016 à 0,022 (fim da 1ª. O).
LC – Biaxial negativo ou positivo, 2 VNp = 70 à 1000.
Ocorrência : Nos anfibolitos, eclogitos, gnaisses à cordierita e granada.
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- 8. LN LP
A gedrita apresenta pleocroismo em tons de marrom amarelado-incolor-cinza e tintas de interferência mais baixas
(1ª. O) que os anfibólios monoclínicos.
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- 9. Gedrita em cordierita-gneiss
Sendo um anfibólio ortorrômbico possui extinção paralela ao alongamento dos cristais (extinção reta). Se associa
a minerais aluminosos (cordierita, granada, estaurolita,...) e outros anfibólios. A antofilita é um ortoanfibólio
menos aluminoso separado da gedrita por um vazio de miscibilidadade definido pelos conteúdos de Al e Na.
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- 10. Anfibólios monoclínicos
classificação 1
A composição química dos anfibólios permite dividí-los em 3 grupos (*).
1. Anfibólios cálcicos e ferromagnesianos
Série da Cumingtonita [Si4O11 OH]2 (Fe, Mg)7 tem como extremos:
Kupferita [Si4O11 OH]2 Mg7 (apenas para lembrança)
Grunerita [Si4O11 OH]2 Fe7
Série da Actinolita [Si4O11 OH]2 Ca2 (Fe, Mg)5 tem como extremos:
Tremolita [Si4O11 OH]2 Ca2 Mg5
Ferroactinolita [Si4O11 OH]2 Ca2 Fe5
(*) Em razão do número e extensão das soluções sólidas, com freqüência bastante complexas, existentes
nesta família, esta classificação é consequentemente um pouco arbitrária. Entretanto, ela tem além de
lógica, um interesse prático indiscutível.
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- 11. Anfibólios monoclínicos
classificação 2
2. Anfibólios intermediários (Hornblendas)
Hornblenda Comum ou H. Verde [(Si, Al)4 O11 OH]2 Na0 – 1 Ca2 (Mg, Fe)3 – 5 Al0 – 2
Variedades cuja composição química é bem determinada:
Edenita [Si7 AlO22 (OH)2] NaCa2Mg5
Pargasita [Si6 Al2O22 (OH)2] NaCa2Mg4 Al
Tchermaquita [Si6 Al2O22 (OH)2] Ca2Mg3Al2
Hornblenda basáltica ou Oxihornblenda
Difere composicionalmente das anteriores pela presença de O-2 e Fe3+ em substituição de (OH) 2- e
Al.
Série da Barquevicita [Si6 Al2O22 (OH)2] Na Ca2 (Fe, Mg)4 (Fe3+, Al) tendo como
extremos :
Magnesiohastingsita [Si6 Al2O22 (OH)2] Na Ca2 Mg4 (Al, Fe3+)
Hastingsita [Si6 Al2O22 (OH)2] Na Ca2 Fe4 (Fe3+, Al)
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- 12. Anfibólios monoclínicos
classificação 3
3. Anfibólios sódicos
Richterita [Si4O11 OH]2 Na2 Ca (Fe, Mg)7
Variedade sódica da actinolita.
Série do Glaucofano [Si4O11 OH]2 Na2 (Mg, Fe)3 (Al, Fe3+)2 tem como extremos:
Glaucofano [Si4O11 OH]2 Na2 (Mg, Fe)3 Al2
Bababudanita [Si4O11 OH]2 Na2 (Mg, Fe)3 Fe3+ 2
A crossita é uma variedade intermediária.
Riebequita [Si4O11 OH]2 Na2 (Fe, Mg)3 Fe3+ 2
A imerita é uma variedade potássica e cálcica. A crocidolita é uma variedade asbestiforme
(fibras longas e delicadas à extinção reta), encontrada em certos xistos cristalinos. A osanita
difere da riebequita apenas pela polição do plano dos eixos óticos, normal à g1 (010) (Ng
segundo b).
Série da Arfedsonita [Si4O11 OH]2 Na3 (Mg, Fe)4 (Fe3+ , Al)2 tem como
extremos:
Eckermanita [Si4O11 OH]2 Na3 Mg4 Al
Arfvedsonita [Si4O11 OH]2 Na3 Fe2+4Fe3+
A fluotaramita é uma espécie intermediária.
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- 13. Características em comum
Prismas alongados segundo c, de formas geralmente mais esticadas que as dos
piroxênios, seguidamente aciculares ou mesmo fibrosas, apresentando as faces m
(110), g1 (010), mais raramente h1 (100).
- Clivagens constantes m(110) à 560.
- Posição da indicatriz : Nm segundo b, em conseqüência o plano dos eixos óticos :
g1 (010), salvo raras exceções. Os dois outros índices ocupam dentro de g1 (010)
uma posição qualquer à priori.
- Macla frequente h1 (100), por hemitropia normal.
LN – Seções normais ao alongamento de aspecto hexagonal, mostram duas
clivagens losangulares m (110) à 560 finas e bastante regulares.
- Seções paralelas ao eixo c – zona mm (hk0) – seguidamente alongadas,
mostrando o traço único das clivagens m (110).
LP – Seções da zona mm (hk0) à extinção geralmente oblíqua em relação ao
traço em comum das clivagens m (110) (há não ser, evidendemente, pela seção h1
(100) que tem extinção reta). O ângulo máximo de extinção dessas seções é
característico de cada espécie. Da mesma maneira que para os piroxênios, o ângulo
será simbolizado por Ng ^ c ou Np ^ c (ângulo agudo de Ng ou de Np com c).
- Seções da zona mm (hk0) tem alongamento positivo, salvo para riebequita e
arfvedsonita.
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- 14. Características em comum 2
- Macla h1 (100) frequente, simples, repetida um pequeno número de vezes, ou
polissintética.
LC – Biaxiais negativos, salvo pela cumingtonita, pargasita e, por vezes, pela
riebequita.
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- 15. I - Anfibólios cálcicos e
ferromagnesianos
Série da cumingtonita
Em cristais prismáticos alongados, quase fibrosos, seguidamente agrupados em
agregados paralelos e radiados.
LN – Refringência forte, crescente com o teor em Fe. Ng = 1, 66 à 1,73 – Nm = 1,64
à 1,71 – Np = 1,63 à 1,69.
- Geralmente incolores. Os termos muito ferríferos (grunerita) são fracamente
coloridos, com pleocroísmo pouco nítido :
Ng : esverdeado, amarelo amarronado claro.
Nm : amarronado muito claro à incolor.
Np : amarelo muito claro à incolor
LP – Birrefringência muito forte : Ng – Np = 0,028 à 0,043 (2ª. O e início da 3ª. O).
- Ng ^ c = 10 à 200. Alongamento positivo.
- Macla h1 (100) muito frequente, seguidamente polissintética fina.
LC – Biaxial de sinal variável, 2 V entre 80 e 900.
Ocorrência : Em corneanas, xistos pouco metamórficos, micaxistos. A grunerita é
um anfibólio característico de certos minérios de ferro.
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- 16. LN LP
Cumingtonita – pleocroismo (tons de verde e marrom) em LN e tintas
©Instituto de Geociências do início da 2ª. O em LP. Neste anfibolito ela desenvolveu-se em
Prof. Alfonso Schrank cristais prismáticos, alongados segundo c.
- 17. Cumingtonita com lamelas de exsolução
Os anfibólios também podem desenvolver lamelas de exsolução.
Neste caso, num detalhe do diapositivo anterior, a cumingtonita
apresenta lamelas de hornblenda paralelos e subortogonais à
clivagem mm (hk0). (LN)
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- 18. Série da actinolita
Em prismas muito alongados, aciculares, seguidamente fibrosos (quando são os
amiantos).
LN – Refringência mediana a forte : Ng = 1, 624 à 1,704 – Nm = 1,613 à 1,699 – Np
= 1,600 à 1,688.
- A tremolita é incolor. A actinolita é mais ou menos colorida com pleocroísmo nítido :
Ng : verde azulado bastante claro.
Nm : verde claro.
Np : verde amarelado claro a incolor.
LP – Birrefringência bastante forte : Ng – Np = 0,016 à 0,024. Polarizam na 2ª.
metade da 1ª. O e início da 2ª.
- Ângulo máximo de extinção das seções mm (hk0) : Ng ^ c = 11 à 170. Alongamento
positivo.
- Macla h1 (100) frequente, repetida. Por vezes macla p (001) polissintética fina.
LC – Biaxial negativo, 2 V = 74 e 850.
Ocorrência : Xistos cristalinos e corneanas cálcicas com quartzo, albita, clorita,
epidoto, calcita. Meta-basaltos (actinolita) e meta-komatiítos (tremolita). As actinolitas
estão entre os produtos de uralitização mais frequentes.
Alteração : Em clorita, epidoto, calcita, talco, etc.
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- 19. LN LP
©Instituto de Geociências Actinolita. Pleocroismo verde muito pálido em LN e tintas de 2ª. O em
Prof. Alfonso Schrank LP. Substituiu fenocristais de piroxênio em um meta-basalto.
- 20. Série da actinolita (cont.)
Confusões possíveis :
- anfibólios ortorrômbicos : Extinção reta
- cumingtonita, grunerita : Birrefringência mais elevada.
- Cloritas, micas duras, hornblenda verde : ver hornblenda verde.
- Wolastonita : Extinção sub-reta das seções alongadas, 2 V menor (2 V = 35 à 400).
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- 21. II - Anfibólios intermediários
Hornblenda comum ou hornblenda verde
Em cristais prismáticos alongados segundo c, por vezes aciculares.
LN – Refringência crescente com o teor em Fe : Ng = 1, 64 à 1,71 – Nm = 1,63 à
1,70 – Np = 1,63 à 1,68.
- Seções normais ao alongamento mostram duas clivagens losangulares m
(110) à 560.
- Coloração mais ou menos intensa em tons de verde com pleocroísmo nítido :
Ng : verde oliva, verde azul, verde amarronado.
Nm : verde amarelado, verde franco, verde oliva.
Np : verde amarelo claro, amarelo claro, amarelo amarronado claro.
LP – Birrefringência média : Ng – Np = 0,014 à 0,026. Polariza a partir do amarelo de
1ª. O até o azul de 2ª.
- Ângulo máximo de extinção das seções mm (hk0) : Ng ^ c = 15 à 270.
Alongamento positivo.
- Macla h1 (100) frequente, seguidamente repetida um pequeno número de vezes.
LC – Biaxial negativo, 2 V entre 63 e 870. (40 à 800 segundo alguns autores)
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- 22. Hornblenda comum em luz natural
Notar as clivagens típicas dos anfibólios nas seções basais e as
variações de cores marrons, amarelo e verde oliva, dependendo
da orientação.
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- 23. LN LP
As cores de pleocroísmo são, neste caso, variações em tons de verde
©Instituto de Geociências e verde amarronado. As tintas de polarização variam do amarelo de
Prof. Alfonso Schrank 1ª. ao azul de 2ª. Ordem.
- 24. Hornblenda comum ou hornblenda verde
(cont.)
Ocorrência :
A hornblenda verde é um constituinte ferromagnesiano muito comum em rochas
eruptivas. É bem característica de teores em Ca importantes e H2O: granitos calcio-
alcalinos, sienitos, dioritos e seus equivalentes vulcânicos.
Mineral característico dos epidioritos onde resulta da uralitização dos piroxênios (a
uralita é uma mistura de hornblenda verde e actinolita resultante da alteração de
piroxênios).
Em determinados lamprófiros.
Por vezes mineral essencial de certas rochas metamórficas (anfibolitos, corneanas à
anfibólio, etc.)
Alterações : Em clorita, epidoto, calcita, etc.
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- 25. Hornblenda comum ou hornblenda verde
(cont.)
Confusões possíveis :
- Cloritas : Uma só clivagem p (001), extinção reta/sub-reta mais ou menos completa.
Birrefringência mais baixa. Quase uniaxiais.
- Micas duras : Uma só clivagem. Extinção reta/sub-reta salvo o cloritóide, mas este
tem alongamento positivo.
- Aegerina : Clivagens grosseiras (110) sub-ortogonais. Refringência e birrefringência
mais elevadas. Ângulo máximo de extinção das seções (hk0) menor. Alongamento
negativo. Ocorrências distintas.
- Actinolita : Existem todos os intermediários entre actinolita e hornblenda verde e
assim não é possível uma determinação segura, há não ser na microssonda
eletrônica. Em primeira aproximação, considerações sobre o fácies metamórfico, a
cor (sempre mais pálida na actinolita) e o ângulo máximo de extinção (menor para a
actinolita) podem levar a uma estimativa aceitável.
- Pargasita : Biaxial positivo.
- Cumingtonita : Birrefringência mais elevada.
- Gedrita : Extinção reta.
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- 26. Pargasita
LN – Refringência média. Ng = 1, 63 à 1,66 – Nm = 1,62 à 1,65 – Np = 1,61 à 1,64.
- Incolor à fracamente colorida com pleocroísmo pouco nítido :
Ng : verde azulado
Np : verde claro
LP – Birrefringência média : Ng – Np = 0,019 à 0,025 (fim da 1ª. O e início da 2ª. O).
Ng ^ c = 25 à 280. Alongamento positivo.
LC – Biaxial positivo, 2 V = 50 à 650.
Ocorrência : Em certos paragnaisses e lherzolitos do manto. Também em calcários
metamórficos com wolastonita, granada, condrodita. A pargasita é o anfibólio estável
em paragêneses acima de 3 GPa (giga-pascais), condições de pressão existentes no
manto. Juntamente com a flogopita permite a existência de H2O estrutural em
condições mantélicas.
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- 27. Pargasita lherzolito
A pargasita é um mineral relativamente raro. Pode encontrar-se associada com piroxênios e granada em
exposições de rochas do manto que podem conter rubís. Aqui em LP mostra tintas claras de 2ª. Ordem
associada à granada e plagioclásios.
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- 28. Hornblenda marrom
LN – Refringência forte : Ng = 1, 70 à 1,75 – Np = 1,66 à 1,70.
- Fortemente colorida com pleocroísmo intenso nos tons amarronados,
análogos à biotita:
Ng : marrom escuro, marrom avermelhado, marrom esverdeado escuro.
Nm : marrom, marrom avermelhado.
Np : marrom amarelo claro, amarelado.
LP – Birrefringência elevada : Ng – Np = 0,030 à 0,050 podendo atingir 0,075.
Tintas das 2ª. e 3ª. Ordens sempre escurecidas pela cor própria do mineral.
- Ângulo máximo de extinção das seções mm (hk0) : Ng ^ c = 0 à 100.
Alongamento positivo.
- Macla h1 (100) frequente.
LC – Biaxial negativo, 2 V grande = 60 - 800.
Ocorrência : Rochas vulcânicas: andesitos, basaltos, tefritos. Apresenta-se em
cristais frequentemente envolvidos por uma borda opaca de óxidos de Fe ou Ti,
análoga à observada, nas mesmas condições, em torno da biotita. Também em
gabros e rochas ultrabásicas.
Confusões possíveis :
Biotita = Uma só clivagem. Extinção reta. Jamais maclada. Praticamente uniaxial.
Barquevicita : Birrefringência mais baixa. Ângulo de extinção maior.
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- 29. LN LP
Hornblenda marrom em andesito
Mais típica das rochas ígneas, o pleocroísmo varia em tons de marrom escuro a marrom amarelado. Nas rochas
vulcânicas, como acima, os fenocristais seguidamente exibem bordos ornados por minerais opacos. As tintas de
birrefringência de 2ª. e 3ª. Ordens são escurecidas pela cor do mineral.
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- 30. LN LP
Hornblenda marrom em hornblenda gabro
Novamente o pleocroísmo varia em tons de marrom escuro a amarelo amarronado. Em rochas intrusivas como
neste gabro não ocorrem bordos de opacos. As tintas de birrefringência até azul de 2ª. Ordem não alcançam a
birrefringência máxima (3ª. O). A clivagem grosseira e as fraturas impedem confusão com a biotita.
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- 31. Hornblenda titanífera (Kaersutita)
É praticamente impossível distinguir da hornblenda marrom, da qual é uma
variedade apenas, com mesmas ocorrências.
LN – Ng ~ 1,70 – Nm ~ 1,69 – Np ~ 1,67 à 1,68.
- Coloração e pleocroísmo como na hornblenda marrom
LP – Birrefringência forte : Ng – Np = 0,020 à 0,035. Ng ^ c = 5 à 100.
LC – Biaxial negativo, 2 V = 79 à 830.
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- 32. Barquevicita - Hastingsita
Os números em negrito correspondem à barquevicita, único termo importante da série.
LN – Refringência forte. Ng = 1, 65 – 1,69 – 1,71 – 1,72 - Np = 1,64 – 1,67
– 1,69 – 1,70.
- Clivagem suplementar pouco nítida g1 (010).
- A barquevicita apresenta um pleocroísmo análogo ao da hornblenda
marrom:
Ng : marrom-vermelho escuro
Np : amarelo-marrom claro
- As hastingsitas são coloridas e pleocróicas nos tons de verde:
Ng : verde, verde escuro
Np : verde claro, marrom esverdeado claro
LP – Birrefringência média : Ng – Np = 0,016 - 0,020 – 0,022. Tintas do fim
da 1ª. Ordem, mascaradas pela cor do mineral.
- Ângulo max. de ext. : Ng ^ c = 15 – 18 – 27 - 440. Macla h1 (100) freq.
LC – Biaxial negativo, 2 V = 24 – 40 – 53 - 680.
Ocorrência : Sienitos nefelínicos.
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- 33. III - Anfibólios sódicos
Richterita
Variedade sódica da actinolita, da qual difere pelas seguintes características:
LN – Incolor
LP – Ng ^ c = 17 à 190.
LC – Biaxial negativo, 2 V = 66 e 700.
Ocorrência : Mineral raro dos escarnitos, calcários e dolomitos metamórficos.
Também em certas mineralizações de ferro e manganês com rodonita.
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- 34. Glaucofano –(crossita)
Prismas finos e alongados, por vezes aciculares.
Na crossita Ng segundo b, Nm vizinho de c. Plano dos eixos óticos normal à g1 (010).
LN – Refringência crescente com o teor em Fe : Ng = 1, 63 à 1,67 – Np = 1,61 à
1,65.
- Colorido e pleocróico em tons de azul e amarelo :
Ng : azul turquesa à violáceo
Nm : azul lavanda
Np : incolor à amarelo pálido
LP – Birrefringência bastante baixa : Ng – Np = 0,013 à 0,021. Tintas de 1ª. O por
vezes mascaradas pela cor do mineral.
- ângulo máximo de extinção das seções mm (hk0) :
Glaucofano : Ng ^ c = 5 à 70. Alongamento positivo.
Crossita : Nm ^ c = 3 à 50. Alongamento de sinal variável.
LC – Biaxial negativo, 2 V = 0 à 600.
Ocorrência : Em rochas metamórficas muito particulares, de alta pressão e baixa
temperatura – os chamados xistos azuis. Mais raramente nos eclogitos.
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- 35. LN LP
Glaucofano em xisto azul
O glaucofano é caracteristicamente pleocróico em tons de azul e violeta. Como a maioria dos clino-anfibólios a
birrefringência máxima é da 2ª. Ordem (no caso do glaucofano, do início da 2ª. O).
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- 36. Riebequita
Cristais prismáticos. A crocidolita é uma variedade asbestiforme.
LN – Refringência bastante elevada : Ng = 1, 689 à 1,699 – Nm = 1,687 à 1,697 –
Np = 1,685 à 1,695.
- Clivagem suplementar g1 (010) pouco nítida.
- Forte coloração em tons de azul. Pleocroísmo direto (apesar do alongamento
negativo) extremamente intenso :
Ng : azul muito escuro à opaco
Nm : azul claro
Np : amarelo esverdeado
LP – Birrefringência muito baixa : Ng – Np = 0,004. Tintas de polarização
inteiramente mascaradas pela cor do mineral.
- Ângulo máximo de extinção das seções mm (hk0) : Ng ^ c = 0 à 80. Alongamento
negativo.
LC – Biaxial negativo (raramente positivo), 2 V = 80 à 900.
Ocorrência : Como para aegerina e arfvedsonita com as quais seguidamente é
associada. É um mineral característico de rochas sódicas : granitos hiper-sódicos,
sienitos nefelínicos.
Confusões possíveis : Arfvedsonita : Ângulo máximo de extinção em geral bem
maior (Np ^ c = 6 à 400).
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- 37. Riebequita em xistos azuis
Típica cor azulada destes anfibólios sódicos que podem ser
encontrados junto ao glaucofano nos xistos azuis. Difere do
glaucofano pelo sinal de alongamento que é negativo.
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- 38. Crocidolita envolvida por vidro vulcânico
Variedade asbestiforme da riebequita, exibe em luz natural as típicas cores azuladas destes anfibólios de rochas
vulcânicas hiper-alcalinas. Crocidolita e riebequita também são chamados de anfibólios azuis.
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- 39. Arfvedsonita
- Cristais prismáticos, por vezes agregados fibrosos. Clivagem suplementar g1 (010)
muito imperfeita, não visível em lâmina delgada.
- Posição da indicatriz : Ng segundo b. Plano dos eixos óticos normal a g1 (010).
LN – Refringência crescente com o teor em Fe : Ng = 1, 68 à 1,70 – Np = 1,67 à
1,69.
- Fortemente colorida e pleocróica em tons de azul e verde. Pleocroísmo direto
(apesar do alongamento negativo) :
Ng : azul verde escuro, “azul de Berlim”
Nm : amarelo esverdeado ou amarronado
Np : acinzentado, amarelado, esverdeado claro.
LP – Birrefringência baixa : Ng – Np = 0,005 à 0,011.
- Ng ^ c = 6 à 400. Alongamento negativo.
- Macla h1 (100) bastante rara.
LC – Biaxial de sinal variável, 2 VNp = 50 à 1000.
Ocorrência : Mineral de rochas sódicas (granitos hiper-sódicos, sienitos nefelínicos,
às vezes rochas metamórficas).
Confusões possíveis : Aegerina : Clivagens grosseiras (110) sub-ortogonais, cor
em geral mais francamente verde. Birrefringência mais forte, Np ^ c em geral menor.
Riebequita : Np ^ c em geral menor.
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- 40. Arfvedsonita em lujavrito
Seções em luz natural permitem observar as diferentes cores de pleocroísmo (verde, verde azulado, amarelo e
marrom) desta Mg-arfvedsonita de Lovozero (ITA). As seções basais mostram formas hexagonais e a típica
clivagem losangular, bastante nítida, interrompida, em traços grossos, que caracteriza os anfibólios.
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- 41. Anfibolóides
Os anfibolóides, ou anfibólios triclínicos, representam em relação aos anfibólios, o
mesmo papel que os piroxenóides em relação aos piroxênios. O único representante
importante é a aenigmatita.
[Si4 O11] Ti O3 Na2 (Fe, Mg)2 (Fe3+ , Al)2 (aproximada)
Aenigmatita (Cossirita)
- LN – Refringência muito forte : Nm ~ 1, 80.
- Forte colorida e pleocróica em tons de marrom :
Ng : marrom escuro à opaco
Np : marrom-vermelho claro.
LP – Birrefringência muito baixa : Ng – Np = 0,004 à 0,007.
- Ng ^ c = 6 à 400. Alongamento negativo.
- Macla h1 (100) bastante rara.
LC – Biaxial positivo, 2 V = 320. Plano dos eixos óticos vizinho de (110).
Ocorrência : Mineral raro de rochas hiper-alcalinas (granitos, sienitos, sienitos
nefelínicos e foiaítos).
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- 42. Aenigmatita vermelha
Aenigmatita associada com aegerina (verde) em sodalita foiaito da
Groenlândia. Vista em LN mostra cor marrom escura, quase
opaca, característica.
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