3. Guia para Desenvolvimento de Workshop de Ideação •
Com o objetivo de conectar aqueles que impulsionam melhorias e
lideram inovações no governo e na gestão pública, a rede Innovators
in Government Chevening Network se formou em 2017.
A iniciativa partiu da rede alumni do Programa Chevening, financiado
pelo Foreign and Commonwealth Office e gerido através da
Embaixada do Reino Unido.
As ações realizadas pela rede ao longo de 2017 buscaram construir
laços entre Cheveners que estão envolvidos com inovação em
governo em diferentes países bem como incentivar a troca de
conhecimento e a conexão com a comunidade externa. Outro ponto
estratégico importante foi o fortalecimento da rede alumni brasileira.
O desenvolvimento deste documento é uma das ações neste
contexto, que visa oferecer melhor suporte à rede Chevening alumni
do Brasil.
Esta publicação foi adaptada do documento
“Ideatón - Guía Metodológica” desenvolvido pelo Buenos Aires
Lab (Laboratorio de Innovación de la Provincia de Buenos Aires) em
parceria com o Ministério do Governo da Província de Buenos Aires.
Seu conteúdo foi ajustado para o contexto de inovação no âmbito
público brasileiro.
Esperamos que este material possa ser utilizado principalmente
pela rede Chevening no Brasil, como uma ferramenta de incentivo e
fortalecimento da inovação em governos – um tema que é tão bem
trabalhado no Reino Unido.
Gisele Raulik Murphy
Coordenadora da Innovators in Government Chevening Network
Chevening alumna (Brunel University 2002-2003)
Apresentação
4. Guia para Desenvolvimento de Workshop de Ideação •
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 5
O QUE É UMA IDEAÇÃO? 8
.............................................................
COMO ORGANIZAR UMA IDEAÇÃO? 9
ANTES DO EVENTO
1. Escolher um desafio específico 10
2. Identificar atores chave 12
3. Definir a abordagem metodológica 13
4. Definir a equipe de trabalho 16
5. Comunicação 17
6. Formação dos grupos 18
DURANTE O EVENTO
1. Preparar o espaço 19
2. Designar um facilitador 19
3. Delimitar o tempo 19
DEPOIS DO EVENTO
1. Proposta final 23
2. Criar ecossistemas de inovação 23
.............................................................
KIT DE FERRAMENTAS 24
1. TEMPESTADE DE IDEIAS 25
2. CINCO PORQUÊS 26
3. VISITA DE CAMPO 28
4. VIABILIDADE E IMPACTO 30
5. MAPA DE ATORES 32
.............................................................
MATERIAL RECOMENDADO 35
REFERÊNCIAS 36
5. 5Guia para Desenvolvimento de Workshop de Ideação •
O Observatório de Inovação no Setor Público (OECD)
acredita que inovação no governo é encontrar novas
maneiras de impactar a vida dos cidadãos e novas formas
para engajá-los como parceiros na construção do futuro.
Esta prática requer a quebra de velhas estruturas e modos
de pensar, além de incentivar novas tecnologias e ideias.
A inovação no governo pode acontecer em diferentes níveis,
mas “inovar”, de modo geral, começa de forma simples:
aplicando novas ideias para solucionar velhos problemas.
Obviamente, nem todo problema precisa de uma solução
inovadora; mas em alguns casos, para destravar um antigo
problema, é preciso pensar sob uma nova abordagem.
Como resultado do processo, inovar pode trazer impacto
imediato como encurtamento de processos e/ou melhor
aproveitamento de recursos. Em tempos que é necessário
fazer mais com menos, ser criativo é crucial. É o caso do
projeto “Visitas virtuais e videoconferências judiciais”,
implementado pelo Departamento Penitenciário Nacional
(DEPEN), que utilizou uma tecnologia de comunicação há
INTRODUÇÃO
Inovação é a implementação de algo
novo ou significativamente melhorado
em prol de um resultado positivo, seja
ele aumento nos lucros, na eficiência dos
processos, na satisfação do cliente ou
mesmo na redução de custos.
6. • Guia para Desenvolvimento de Workshop de Ideação6
muito tempo disponível no mercado para propiciar melhores
condições ao preso e reduzir em quase 11 vezes o custo
dos processos envolvidos nas escoltas para as audiências
públicas. (ENAP, Ações premiadas no 17º Concurso Inovação
na Gestão Pública Federal. Brasília, 2012.)
Inovação não é somente o resultado de um processo. Ela
também pode representar o processo em si - a forma com
que determinado projeto foi conduzido, a maneira como
os parceiros foram articulados ou a ótica sobre a qual o
problema foi analisado.
O Governo da Austrália apresenta em sua publicação
Empowering Change seis tipos de inovação no setor público:
1. Inovação em
serviços:
a criação de um
novo serviço ou o
aperfeiçoamento de um
já existente.
Inovação na
entrega de um
serviço:
uma maneira nova ou
diferente de prestar
um serviço.
Inovação
administrativa ou
organizacional:
um novo processo interno
ou uma forma diferente de
conduzir certo processo.
Inovação
conceitual:
uma nova maneira de
analisar problemas,
desafiar pressupostos
atuais ou enxergar sob
outra ótica.
Inovação
política:
uma mudança no
pensamento político
ou nas intenções
comportamentais.
Inovação
sistêmica:
uma maneira nova ou
melhorada para que partes
do setor público operem
e interajam com seus
stakeholders.
2. 3.
4. 5. 6.
7. 7Guia para Desenvolvimento de Workshop de Ideação •
Esperamos que esta publicação seja instrumental para que
um grande número de pessoas em nossos governos possam
embarcar no processo de geração de ideias – e perceber
o seu valor. Espera-se que o conteúdo apresentado neste
documento ajude a disseminar e fortalecer a prática de
inovação no governo brasileiro.
Inovar não é fácil, ainda mais frente aos complexos desafios
que os governos têm para lidar.
A maior resistência neste processo é a mudança de
mentalidade para uma situação em que o servidor público
deve poder (e ser encorajado) a tomar riscos, trabalhar
ideias “fora da caixa” que, a primeiro ver, podem parecer
irrelevantes. Neste contexto, é importante incentivar
pessoas atuantes no governo a embarcar na busca contínua
por novas ideias. Esta parte do processo de inovação
chama-se Ideação e está descrita neste material.
Esta publicação introduz conceitos básicos sobre o
processo de geração de ideias. Apresenta também, quais
são os passos necessários e o que deve ser levado em
consideração para se organizar uma sessão de ideação,
incluindo um cronograma para estes eventos e possíveis
ferramentas para iniciar a busca por novas ideias na esfera
pública.
Felizmente já podemos reconhecer que a inovação chegou
ao governo e à gestão pública. Em vários países – como
Reino Unido, Finlândia e Coréia do Sul – há cases de projetos
bem-sucedidos aplicando ferramentas de inovação. É o
caso do Policy Lab, uma equipe que trabalha como parte
do governo britânico com o objetivo de considerar visões
externas e permitir experimentações no processo de
construção de políticas públicas.
No Brasil ainda estamos descobrindo o valor da inovação
para o serviço público, mas já acumulamos exemplos de
vários projetos desenvolvidos neste contexto; como os
trazidos no documento Aprendizados da 3a Semana de
Inovação em Gestão Pública, que foi realizada em Outubro
de 2017 em Brasília.
8. Uma Ideação é um espaço colaborativo entre cidadãos,
governo, instituições e especialistas, que tem como objetivo
gerar ideias inovadoras para resolver desafios públicos.
Na hora de realizar uma Ideação, escolhe-se um desafio
específico, identifica-se e convoca-se os atores envolvidos
(cidadãos, especialistas, organizações da sociedade civil,
empreendedores, criativos, estudantes e universidades) e
cria-se mecanismos de interação pelos quais ideias podem
ser geradas para resolver o desafio dado. A Ideação, como
dispositivo de cocriação com a cidadania, implica uma maior
inclusão do destinatário/cidadão na geração de políticas
públicas e uma maior abertura do governo.
O QUE É
UMA IDEAÇÃO?
10. ANTES DO EVENTO
• Guia para Desenvolvimento de Workshop de Ideação10
1. Escolher um desafio específico
Para que uma Ideação seja bem-sucedida, é fundamental
que o desafio esteja claramente definido e seja de interesse
para os atores que vão trabalhar gerando alternativas e
soluções inovadoras. O desafio deve ser formatado de forma
que possa ser trabalhado em um único dia ou período.
Tome como exemplo um workshop realizado em parceria
com a Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e Juventude
(SMELJ) e com a Assessoria Especial da Juventude (AEJ)
da Prefeitura de Curitiba. A sessão abordou um desafio que
ambos estavam tendo dificuldades para solucionar: o alto
índice de morte por violência entre jovens em Curitiba e
Região Metropolitana.
Como definir o desafio internamente?
O desafio pode surgir de uma área dentro do Governo que
esteja enfrentando uma situação a ser resolvida com a
participação de outros atores. Ou um desafio que possa ser
resolvido em um dia de trabalho de cooperação entre várias
áreas, evitando projetos que se prolongam por meses sem
definição nem engajamento.
Recomendamos para esta etapa o uso das seguintes
ferramentas:
Uma vez definido o desafio a ser abordado, certifique-se
de que ele será comunicado de forma clara aos que não
estão familiarizados com a causa. Uma boa dica é formular
o desafio em forma de pergunta. Além de facilitar a
compreensão, esta técnica contribui para o questionamento
e o debate.
Chuva de ideias
Cinco porquês
Visita de campo
Ver kit de ferramentas, pág. 25.
Ver kit de ferramentas, pág. 26.
Ver kit de ferramentas, pág. 28.
11. 11Guia para Desenvolvimento de Workshop de Ideação •
ANTES DO EVENTO
Alguns exemplos de desafios que já foram utilizados como
base para guiar políticas públicas inovadoras são:
• Como fazer com que motoristas reduzam a velocidade?
Disponível em: https://goo.gl/G7ZWqd
• Como eliminar a violência e o tráfego de drogas em bares?
Disponível em: https://goo.gl/G5wLvQ
• Como se sentir mais seguro nos pontos de ônibus?
Disponível em: https://goo.gl/LQXYyb
• Como oferecer mais suporte aos desempregados?
Disponível em: https://goo.gl/QjoQ9A
• Como incentivar à doação de roupas em boas condições?
Disponível em: https://goo.gl/wg9tfr
• Como encorajar o estudo de jovens com baixo
desempenho escolar?
Disponível em: https://goo.gl/VCBvCi
12. ANTES DO EVENTO
• Guia para Desenvolvimento de Workshop de Ideação12
2. Identificar atores chave
Para organizar uma Ideação devemos identificar os
atores e grupos interessados em resolver o desafio em
questão. Pense naqueles que são impactados pelo desafio
como também em quem será necessário para viabilizar a
implementação das ideias.
O intercâmbio entre pessoas que possuem diferentes
perspectivas e diferentes níveis na organização vai permitir
alcançar um olhar mais amplo e idealizar propostas diversas.
Além disso, deve-se considerar também o perfil dos
participantes (criativo, analítico, crítico, etc). É necessário
que haja um equilíbrio entre os perfis.
Para isso, recomendamos utilizar o:
Mapeamento de atores
Ver kit de ferramentas, pág. 32.
13. 13Guia para Desenvolvimento de Workshop de Ideação •
ANTES DO EVENTO
3. Definir a abordagem metodológica
Embora exista uma grande variedade de estratégias,
sugerimos estruturar o tempo do workshop em cinco
momentos:
Introdução do workshop e dos perfis que
compõem as equipes.
Apresentação do desafio.
Identificação das causas que geram esse desafio.
Ideação propriamente dita: geração de propostas.
Priorização, avaliação e seleção de proposta final.
1
2
3
4
5
Uma mesa de trabalho colaborativa não pode se converter
em um espaço de caos. Para evitar isso, é indispensável
definir uma dinâmica de trabalho que permita criar ordem e
confluir na elaboração de propostas.
Créditos ilustrações: Guilherme Match
14. ANTES DO EVENTO
• Guia para Desenvolvimento de Workshop de Ideação14
É aconselhável que a condução da metodologia siga um ciclo
de divergência e convergência de ideias. O processo criativo
consiste no desenvolvimento de muitas ideias (pensamento
divergente), seguido de escolhas e refinamento que levam
às melhores ideias (pensamento convergente).
DESCOBRIR DEFINIR DESENVOLVER ENTREGAR
Pensam
ento
divergente
Pensam
ento
convergente
Pensam
ento
convergente
Pensam
ento
convergente
Duplo Diamante
15. ANTES DO EVENTO
• Guia para Desenvolvimento de Workshop de Ideação16
4. Definir a equipe de trabalho
É recomendável que uma pessoa seja a encarregada da
organização da Ideação.
Esta pessoa deve atribuir funções, tarefas e
responsabilidades a cada membro da equipe. As funções
necessárias (que podem ser supridas por pessoas de áreas
diversas do governo ou por profissionais contratados
especialmente para o dia) são:
Facilitador/Anfitrião do evento: Encarregado de
conduzir o evento, apresentar o desafio e controlar
o tempo.
Facilitadores/grupos: Cada mesa de trabalho
poderá ter um facilitador que mantenha a ordem
das conversas, maneje e controle possíveis
conflitos e garanta o cumprimento dos entregáveis
em tempo e forma. Antes de selecionar estas
pessoas, lembre-se que elas serão as âncoras
de suas equipes e a natureza do seu perfil
pode influenciar o pensamento do grupo. Se
sua preocupação é gerar ideias inovadoras,
por exemplo, evite selecionar alguém com
posicionamento tradicional como facilitador.
Coordenadores logísticos: Responsáveis por
receber as pessoas, preparar o espaço e articular
com fornecedores.
Duração
É ideal que a duração seja de cerca de quatro horas a seis
horas, dependendo da quantidade de participantes e os
desafios a trabalhar. Um fator chave a levar em conta é a
disponibilidade horária dos atores que deseja incluir. Ao
contrário de uma palestra, por exemplo, os participantes
precisarão trabalhar como um grupo. Por isso, é importante
estarem cientes de que sua disponibilidade representa
corpo e mente presentes. Se possível, forneça bebidas e/ou
snacks.
Localização: Escolher um lugar amplo e iluminado,
com janelas que permitam a entrada da luz do sol.
Se possível, escolha salas fora do espaço normal de
trabalho e ambientes que estimulem a criatividade.
Ambientes de coworking são ótimas opções!
Espaço: Cada equipe deve trabalhar em uma mesa
onde todos estejam confortáveis e possam ver os
outros participantes.
Materiais: Fornecer canetas, marcadores, papel,
post-its, projetor e computador.
Mobiliário: Mesas, cadeiras e quadro ou flipchart.
16. 17Guia para Desenvolvimento de Workshop de Ideação •
ANTES DO EVENTO
5. Comunicação
É necessário prever a estratégia de comunicação e definir os
suportes que serão utilizados em cada nível da organização:
Convite: A forma com que participantes
serão convidados varia muito de acordo com a
natureza do grupo. Em alguns casos, emails já
são suficientes. Em outros, telefonemas ou até
mesmo visitas são necessárias. Para situações
mais informais ou quando o workshop é aberto ao
público externo, um evento no Facebook pode ser
uma boa ideia.
No convite, deixe claro qual é o objetivo do
workshop e o tempo de duração. Se possível,
explique qual será a dinâmica e adicione fotos
que ilustrem as atividades que serão conduzidas.
Muitos podem não estar familiarizados com este
tipo de evento e criar uma expectativa errada.
Inscrição: Caso necessário, crie mecanismos
para que os participantes façam suas inscrições
ou se registrem no evento. Por exemplo, um
formulário no Google Drive com os campos: nome,
sobrenome, e-mail, ocupação, etc; ou plataformas
semelhantes ao Eventbrite que facilitam a
realização de inscrições online, mesmo quando há
cobrança de taxa de inscrição.
Confirmação da Presença: Para evitar surpresas,
certifique-se de que os participantes confirmados
ainda estão disponíveis enviando e-mail ou por
mensagem um ou dois dias antes do evento.
17. ANTES DO EVENTO
• Guia para Desenvolvimento de Workshop de Ideação18
6. Formação dos grupos
Durante o controle dos convites enviados, aceitos e
recusados, organize os participantes confirmados em
grupos de 3-6 pessoas no máximo. Para montar os grupos,
leve em consideração o perfil, cargo, e o conjunto de
experiência e conhecimentos de cada participante. Lembre-
se que equipes multidisciplinares são fundamentais na
geração de ideias inovadoras.
Também pense em pessoas que possam ter visões muito
extremas ou conflitos com outros participantes. O sucesso
na formação dos grupos é fundamental para o bom
andamento do workshop e para a qualidade das ideias
geradas.
18. 19Guia para Desenvolvimento de Workshop de Ideação •
DURANTE O EVENTO
1. Preparar o espaço
Dependendo da quantidade de pessoas inscritas, preparar
as mesas e as cadeiras para os grupos. Colocar em cada
mesa as ferramentas a utilizar como por exemplo post-its,
papel, caneta (grossas e coloridas! evite as esferográficas
porque são difíceis de ler à distância).
2. Designar o(s) facilitador(es)
3. Delimitar o tempo
Os facilitadores devem ter um cronograma definido, no
qual estejam detalhados as atividades do dia e o resultado
esperado da Ideação.
Ver cronograma sugerido na próxima página.
19. DURANTE O EVENTO
• Guia para Desenvolvimento de Workshop de Ideação20
Etapa Descrição Responsável Recursos Necessários
Recepção Receber os participantes, realizar o
credenciamento e localizar as pessoas
nas mesas.
15’ Coordenadores • Etiqueta para nomes de
participantes
• Lista de participantes
confirmados
• Números para cada mesa
Introdução
à Ideação
Dar as boas-vindas aos participantes,
estabelecer as regras, tempos e
produtos esperados. Pode haver
presença institucional ou política.
15’ Facilitador/ Anfitrião • Projetor
• Sonorização
Introdução
ao Problema
Descrever o desafio que dá origem à
Ideação.
15’ Especialista convidado • Material audiovisual ilustrativo
Trabalho por mesas
Apresentação de
equipes
O facilitador utiliza uma dinâmica de
apresentação para que os participantes
da mesa se conheçam.
15’ Facilitador A critério do facilitador
Trabalho por mesas
Reavaliar o desafio
Espaço de reavaliação do que foi
apresentado anteriormente, dos
objetivos e tempos estabelecidos.
15’ Facilitador
20. 21Guia para Desenvolvimento de Workshop de Ideação •
DURANTE O EVENTO
Trabalho por mesas
Causas e atores
Debater sobre as causas e efeitos do
desafio. Em seguida mapear os atores
envolvidos.
15’ Facilitador • Post-its
• Um flipchart por mesa com papel
pôster branco
• Marcadores e lápis
• Fotos e mapas de dados relevados
sobre a problemática
Intervalo Descanso. Este passo é optativo. Pode
haver um intervalo de 10 a 30 minutos que
permita aos participantes comer algo.
30’ Coordenadores • Café da manhã / Almoço/ Coffee
break
Geração de Ideias Tempestade de ideias. Escrever em
post-its ideias para resolver o desafio.
Não é permitido criticar, avaliar ou
desqualificar as ideias. É possível
reformular, construir sobre uma ideia já
existente ou contribuir uma nova.
30’ Facilitador • Post-its
• Papel sulfite A3 ou A2
Priorizar ideias Pegar as ideias que surgiram e colocá-
las em uma matriz de viabilidade e
impacto.
30’ Facilitador • Post-its
• Pôster / Flipchart / Papel A3 ou
A2 (ou uma parede lisa para fixação
dos post-its)
Seleção de ideia
da mesa e
desenvolvimento
Selecionar uma das ideias, aprofundar
seu desenvolvimento e preparar uma
apresentação física (pôster) ou digital
(slides) para o resto dos participantes.
30’ Facilitador • Post-its
• Um flipchart por mesa
• Marcadores e lápis
• Computador e slides
21. DURANTE O EVENTO
• Guia para Desenvolvimento de Workshop de Ideação22
Apresentação aberta Cada grupo apresenta suas ideias aos
participantes. A equipe de organização
deve registrar as ideias para posterior
relatório/ produto final.
5’
por
mesa
Coordenadores • Projetor
• Computador
• Sonorização
Encerramento Encerrar o evento, agradecer aos
participantes e informar que isto será
utilizado para trazer uma solução
ao problema sugerido. Reforçar que
todas as ideias geradas pertencem
ao workshop e são livres para
implementação, podendo sofrer
modificações. Reforce que este
workshop é um passo inicial na busca
de inovação no Governo. Solicitar aos
participantes que preencham uma folha
de avaliação do evento.
45’ Anfitrião
22. 23Guia para Desenvolvimento de Workshop de Ideação •
depois do evento
1. Proposta final
Uma vez finalizada a Ideação, recomendamos que a equipe
de inovação trabalhe com as ideias propostas para montar
um documento que depois seja compartilhado com os
participantes e as áreas de governo envolvidas.
O produto final de eventos de inovação aberta pode ser
um documento, um infográfico ou outro dispositivo visual,
mediante o qual o trabalho realizado possa ser evidenciado.
2. Criar ecossistemas de inovação
A cocriação de soluções junto com a comunidade através
de Ideação é uma forma de se nutrir das capacidades do
entorno, mas também, é uma forma de criar comunidade.
Para manter vivo este ecossistema é necessário gerar
instâncias de seguimento, agradecimento e envolvimento
posterior nas atividades, decisões e soluções resultantes da
jornada. Sugerimos:
1
2
3
4
Enviar um e-mail de agradecimento no dia seguinte
ao evento.
Analisar os dados de convidados e assistentes para
saber que atores participaram e quem faltou.
Publicar o relatório de propostas o mais próximo
possível para não perder continuidade do trabalho.
Planejar a continuidade do contato com estes
atores.
Créditos ilustrações: João Rocha (Imagem Mental)
23. • Guia para Desenvolvimento de Workshop de Ideação
KIT DE
FERRAMENTAS
Existem várias ferramentas de inovação disponíveis
na web e em livros (verificar lista de referências no final
deste manual). A seguir, apresentamos um resumo das
ferramentas mencionadas para realizar a Ideação.
24. 25Guia para Desenvolvimento de Workshop de Ideação •
1. TEMPESTADE DE IDEIAS
Objetivo:
Gerar a maior quantidade de ideias possíveis.
Esta técnica pode ser realizada com toda a equipe
e também colaboradores da sociedade civil,
destinatários do problema, acadêmicos, etc.
Dificuldade:
O que precisa?:
Papel ou flipchart, post-its, marcadores ou
canetas grossas.
Como?
A equipe se reúne em torno de uma mesa. Um
membro assume o papel de facilitador e outro de
temporizador. Durante a sessão de tempestade
de ideia, as regras descritas abaixo devem ser
respeitadas:
Suspender os julgamentos
É necessário pospor o julgamento adverso das ideias,
visto que é impossível criar e julgar ao mesmo tempo.
Pensar livremente
Quando permitimos pensar fora dos limites do
habitual, do normal, podem surgir soluções novas e
disruptivas.
Efeito multiplicador
Busca-se combinar ideias e propor melhorias sobre
ideias de outros. Às vezes, mudar um aspecto de uma
solução impraticável pode convertê-la em uma grande
solução.
Quantidade sobre qualidade
A qualidade do resultado final de um workshop de
cocriação depende da quantidade de ideias geradas.
Por isso, na fase de Ideação é importante gerar o maior
número de ideias possível.
25. • Guia para Desenvolvimento de Workshop de Ideação26
2. CINCO PORQUÊS
Dificuldade:
Recomendável trabalhar esta ferramenta com
especialistas e atores de outros setores fora do
governo para incorporar novas vozes.
Como?
Fazemos o exercício de perguntar cinco vezes por
que acontece o problema ou desafio, procurando
encontrar sempre motivos diferentes e cada vez
mais profundos ou diversos.Objetivo:
Explorar a raiz principal do problema.
Separar causas de sintomas.
Materiais:
Diagrama de Cinco Porquês, post-its, marcadores.
26. Guia para Desenvolvimento de Workshop de Ideação •
1º Porquê 2º Porquê 3º Porquê
4º Porquê 5º Porquê cONCLUSÃO
diagramadeCINCOPORQUÊS
27. • Guia para Desenvolvimento de Workshop de Ideação28
3. VISITA DE CAMPO
Dificuldade:
É aconselhável que a maior quantidade de
membros da equipe possa participar para
compreender melhor a definição do problema.
Como?
Uma vez esboçadas as hipóteses sobre quem é
o destinatário e qual é o problema, a equipe fará
uma imersão em contexto para poder validar
estas suposições. A visita tentará não modificar
as condutas cotidianas dos usuários e consistirá
principalmente em uma observação não
participativa.
Objetivo:
Explorar causas do problema, criar empatia com o
destinatário (ex. cidadão, servidor públicos, etc) e
seus desafios. Descobrir informação reveladora.
Materiais:
Matriz de Visita de Campo, câmara de fotos,
post-its, gravador e o que mais possa auxiliar no
registro da observação.
28. Guia para Desenvolvimento de Workshop de Ideação •
hIPÓTESES RETROALIMENTAÇÃO
Quem é o destinatário
e qual é o seu problema?
O que você quer
observar?
O que você gostou? O que você não gostou?
O que te surpreendeu? O que você achou
estranho?
matrizdevisitadecampo
29. • Guia para Desenvolvimento de Workshop de Ideação30
4. VIABILIDADE E IMPACTO
Dificuldade:
Esta técnica pode ser realizada com toda a equipe
e convidar a colaboradores pertencentes a
organizações da sociedade civil, destinatários do
problema, acadêmicos, etc.
Como?
Colocamos os post-its com as soluções
propostas anteriormente em uma matriz cujos
eixos indicam a viabilidade de concretizar essa
solução versus o impacto que terá (considerar
a possibilidade de ser replicada e escalada) e
selecionamos aquela ideia que está melhor
localizada no quadrante que indique um maior
impacto e maior viabilidade.
Objetivo:
Ponderar alternativas para resolver desafios
públicos segundo a viabilidade e impacto.
O que precisa?:
Matriz de Viabilidade e Impacto, post-its,
marcadores.
31. • Guia para Desenvolvimento de Workshop de Ideação32
5. MAPA DE ATORES
Dificuldade:
Pode ser feito internamente ou incorporar atores
externos que darão amplitude à visão.
Como?
Listamos os atores envolvidos (um em cada
post-it) e os colocamos em uma matriz cujos
eixos são Interesse e Influência. O simples
exercício de mapear e classificar os atores já
será útil para aumentar a compreensão sobre o
contexto e o ambiente ao redor do desafio que
está sendo trabalhado. A matriz será base para
definição de estratégias próprias para cada grupo
de atores.
Objetivo:
Identificar os atores que devemos considerar para
encarar o desafio e qual é o peso relativo de cada
um deles.
Materiais:
Matriz de Mapa de Atores, post-its, marcadores.
32. Guia para Desenvolvimento de Workshop de Ideação •
muito interessepouco interesse
MUITAINFLUÊNCIAPOUCAINFLUÊNCIA
matrizDEmapadeatores
33.
34. Guia para Desenvolvimento de Workshop de Ideação •
OPEN POLICY MAKING
TOOLKIT (2017)
-
Policy Lab UK
https://goo.gl/6wHhr5
SERVICE DESIGN TOOLS –
COMMUNICATION METHODS
SUPPORTING DESIGN
PROCESSES
-
Roberta Tassi
http://www.servicedesigntools.org
KIT DE FERRAMENTAS:
DESIGN THINKING
APLICADO AO SERVIÇO
PÚBLICO (2017)
-
ENAP, Gnova
https://goo.gl/rd6MS1
EMBRACING INNOVATION
IN GOVERNMENT: GLOBAL
TRENDS 2018 (2018)
-
OECD
https://goo.gl/nVw2Kz
FOSTERING INNOVATION IN
THE PUBLIC SECTOR (2017)
-
OECD
https://goo.gl/iqt4qt
MATERIAL RECOMENDADO
DESIGN THINKING –
INOVAÇÃO EM NEGÓCIOS (2012)
-
MJV Tecnologia e Inovação
https://goo.gl/yzvsjn
ISTO É DESIGN THINKING DE
SERVIÇOS – FUNDAMENTOS,
FERRAMENTAS E CASOS (2014)
-
Marc Stickdorn
https://goo.gl/h8t2zH
THIS IS SERVICE
DESIGN DOING (2018)
-
Marc Stickdorn, Markus Edgar
Hormess, Adam Lawrence & Jakob
Schneider
https://www.thisisservicedesigndoing.com/
CURITIBA GOV JAM 2017 -
RELATÓRIO (2017)
-
DUCO
https://goo.gl/TXAPzy
35. • Guia para Desenvolvimento de Workshop de Ideação
REFERÊNCIAS
Australian Government, Innovation 101
https://innovation.govspace.gov.au/innovation-101
Australian Government, Empowering Change
https://industry.gov.au/innovation/publicsectorinnovation/Documents/
Empowering_Change.pdf
Buenos Aires LAB, Ideatón - Guia Metodológica
https://www.gba.gob.ar/static/innovacionciudadana/docs/
GuiametodologicaIdeatonweb.pdf
Design Council. From Dodgy pub to social hub: How one of Britain’s
worst locals became one of the best. 2002
Disponível em: http://www.doca.org.uk/download/i/mark_
dl/u/4011429673/4614929362/Everyday%20Design%20examples.pdf
Curitiba GovJam 2017
https://pt.slideshare.net/ducontent/curitiba-gov-jam-2017
ENAP, Repositório Institucional do Concurso Inovação no Setor Público.
http://repositorio.enap.gov.br/handle/1/257
INNOVATORS IN GOVERNMENT CHEVENING GLOBAL NETWORK, 3ª
Semana de Inovação em Gestão Pública - Transformação digital.
https://industry.gov.au/innovation/publicsectorinnovation/
Documents/https://static.wixstatic.com/ugd/e43df8_
ae767bd164a64eaebd954f84626972b7.pdf?dn=semana_inova_
documento_07+spread+180214++-+final.pdf
LDC. A Loja Vazia / The Empty Shop. 2013.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=FE5G5uOk8B4
Rolighetsteorin. The Speed Camera Lottery. 2010.
Disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=iynzHWwJXaA&feature=youtu.be
OECD, Embracing Innovation in Government Global Trends
http://www.oecd.org/gov/innovative-government/embracing-
innovation-in-government.pdf
The Behavioural Insights Team. Supportive text messaging to
encourage student success. 2017.
Disponível em: http://www.behaviouralinsights.co.uk/uncategorized/
supportive-text-messaging-to-encourage-student-success/
36. Innovators in Government Chevening Global Network
A rede Innovators in Government é parte do
Chevening Alumni mantido
pelo Foreign and Commonwealth Office (FCO)
e parceiros.
Iniciativa e gestão da DUCO Design Intelligence.
DUCO Design Intelligence
Gisele Raulik Murphy (Coordenação da Rede, Chevening Alumna 2002-2003)
Carolina Pizatto (Coordenadora de Comunicação)
Darragh Murphy
Evelyne Pretti Rodrigues
Gabriel Ferreira (Design Gráfico)
www.ducontact.com
Agradecimento especial a Nayla Attas (Chevening Scholar 2017-2018),
ex-diretora de Inovação Pública da Província de Buenos Aires, pela
viabilização da parceria para desenvolvimento deste Guia em Português.
FICHA TÉCNICA
Material publicado em Março/2018.
Fotos tiradas durante o evento Curitiba Gov Jam 2017