4. Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha
Edição Julho/2008
Gerência de Comunicação
Ana Paula Costa
Transcrição:
Else Albuquerque
Copidesque:
Jussara Fonseca
Revisão:
Adriana Santos
Capa e Diagramação:
Luciano Buchacra
5. Introdução
D eus tem muitas bênçãos para cada um dos
seus filhos, mas muitos ainda não desfrutam
nem de um milésimo de tudo que o Pai lhes tem
preparado. Por que isso acontece? O que fazer para
desfrutar tudo que Deus tem preparado para nós?
Esse é um assunto muito vasto, mas neste livro va-
mos nos ater a dois pontos muito importantes: a
amizade e a história de cada pessoa. Qual o valor de
uma amizade sincera e como podemos mudar nos-
sa história? Leia e deixe Deus falar ao seu coração.
Boa leitura!
5
7. 1ª PARTE
AMIGOS
VERDADEIROS
E u não tenho ninguém. “Respondeu-lhe o enfer-
mo: Senhor, não tenho ninguém que me ponha
no tanque, quando a água é agitada; pois, enquanto
eu vou, desce outro antes de mim.” (João 5.7).
A solidão é um sentimento terrível, pois uma
pessoa solitária é alguém que vive isolado, sem
ninguém por ele, ninguém que possa ajudá-lo em
uma eventual necessidade. E esse episódio, que
está registrado no livro de João, relata a história
de um homem que há mais de trinta e oito anos se
encontrava naquele mesmo lugar, junto ao tanque
7
8. de Betesda. É interessante notarmos que Jesus en-
tra naquele local e dirige sua palavra diretamente
para aquele homem que não tinha ninguém para
conversar com ele como amigo. Uma pessoa sem
alguém para lhe fazer companhia ou lhe estender a
mão como amigo. Quando aquele paralítico disse:
“Eu não tenho ninguém. Não tenho um amigo, não
tenho ninguém que me carregue, quando a água é
agitada, e me coloque no poço”, penso que aquele
moço estava revelando a amargura que havia em
seu interior.
A Palavra de Deus cita muitas pessoas cujos no-
mes têm um significado muito interessante. Jó é co-
nhecido pela sua paciência. Jacó como enganador.
Moisés como aquele que foi tirado das águas. No
capítulo 11 do livro de Hebreus, encontramos uma
galeria de homens da fé. E Abraão é um nome es-
pecial entre eles. Deus deu a Abrão o título de ami-
go de Deus. “E se cumpriu a Escritura, a qual diz: Ora,
Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para
justiça; e: Foi chamado amigo de Deus.” (Tiago 2.23).
Ainda que não tivesse ninguém por ele, Abraão
nunca poderia dizer “eu não tenho ninguém por
mim”, porque ele tinha um amigo muito especial:
Deus, o todo-poderoso.
Aquele paralítico se lamentava: “Eu não tenho
ninguém”. Ali, naquele lugar, junto ao tanque de Be-
tesda, havia muita gente à sua volta, mas mesmo as-
8
9. sim, aquele paralítico estava sozinho. Acredito que
todas as pessoas ali conversavam, trocavam idéias,
dividiam suas dores e suas penúrias, mas quando a
água era agitada, todos disparavam em uma corrida
de “cada um por si”. Até mesmo os cegos tentavam
chegar até o tanque, pois somente o primeiro que
entrasse nele é que seria curado. Aquele paralítico,
contudo, permanecia no mesmo lugar, sem qual-
quer chance de alcançar o tanque.
Imagine não ter ninguém para ajudá-lo na hora
que você mais precisar. Você já parou para contar
os amigos com os quais você realmente poderia
contar? Aqueles aos quais você poderia abrir seu
coração totalmente? Vamos ver o que a Bíblia fala
sobre amigos.
QuEm é o iRmão?
Não tenho dúvida alguma da amizade do Se-
nhor Jesus com você. E sei que você pode perceber
a realidade incontestável do amor do Senhor. E a
Bíblia também fala a respeito de amigo: “Em todo
tempo ama o amigo, e na angústia se faz o irmão.”
(Provérbios 17.17).
Uma grande dificuldade encontrada é que ape-
sar de amarmos nossos irmãos, nem todos são nos-
sos amigos. Quantas vezes você tem chamado de
irmão aqueles que não o são? O texto da Palavra de
Deus diz: “Em todo tempo ama o amigo, e na angús-
9
10. tia se faz o irmão.” O que esse texto está dizendo é
que um irmão não é apenas aquele que nasce da
mesma mãe, que faz parte da mesma família. Não
é apenas o irmão biológico ou aquele que é mem-
bro da igreja. Um irmão pode ser aquele que entra
em sua história e se torna irmão em um momento
de dor, de angústia e desespero. Ele era um amigo,
mas tornou-se seu irmão exatamente no tempo de
angústia.
Aquele paralítico, no tanque de Betesda, estava
cercado de amigos de infortúnio, mas mesmo assim
ele se lamentava: “Eu não tenho ninguém”. Por quê?
Porque no momento em que a água era agitada, fal-
tava-lhe um amigo “mais chegado”. Faltava-lhe um
irmão que não procurasse o próprio interesse, mas
considerasse o dele em primeiro lugar e o levasse
para as águas do tanque. Por isso é que a Palavra diz
que “na angústia se faz o irmão”.
O lugar mais fácil para não se envolver pode ser
exatamente a igreja, porque as pessoas vêm para as
reuniões, se cumprimentam, mas o envolvimento
não passa disso. Entretanto, o Espírito Santo tem
nos inquietado para que nos envolvamos de manei-
ra mais próxima com nossos amigos, com os irmãos
de fé para que nos tornemos verdadeiros irmãos
uns para os outros.
“Em todo tempo ama o amigo”. Amar o amigo
é estar presente, é estar junto tanto nos momen-
10
11. tos de alegria quanto nos de angústia. É abraçá-lo
em seu aniversário, mas também saber confortá-lo
pela perda de um ente querido. É estar disposto a
caminhar com ele quando aparentemente parece
que não há caminho a seguir; quando ele está em
pecado e está lá embaixo, no abismo. É nesta hora
que ele mais precisa de um verdadeiro irmão. Este é
o momento de estarmos juntos. É nesta hora que se
faz o irmão. É por isto que a Palavra diz: “E na angús-
tia se faz o irmão.”
No sentido pleno da Palavra de Deus, quando
nos entregamos para o Senhor Jesus, nos tornamos
irmãos de fé. Entretanto, é preciso que nos transfor-
memos em verdadeiros irmãos, que sejamos bên-
çãos uns na vida dos outros. Quando você estiver
em sua igreja, creia que você não está assentado ao
lado de uma pessoa por acaso. Deus pensa nos de-
talhes e, com certeza, você pode ajudar aquele que
está ao seu lado.
Na vitória é muito fácil se fazer amigos. Quando
tudo vai bem, é muito fácil fazer amigos. Quando
o dinheiro está sobrando e se está lá em cima, no
topo, é muito fácil ter amigos. Mas quando se está
lá embaixo, quando a angústia chega, quem se re-
vela como verdadeiro irmão? Quando o marido foi
embora, quando a esposa traiu, ou o desemprego
bateu à sua porta ou a enfermidade chegou sem
avisar, quem se dispõe a caminhar junto como um
11
12. irmão de verdade? Nesses momentos, quando até
mesmo a relação de amor com Deus é questiona-
da é exatamente quando o amigo deve chegar e se
mostrar como irmão.
“O homem que tem muitos amigos sai perdendo;
mas há amigo mais chegado do que um irmão.” (Pro-
vérbios 18.24).
Um homem pode ter muitas pessoas ao seu lado
que se dizem seus amigos, mas que, de fato, são ami-
gos apenas de seus bens. Esse homem sai perdendo
porque não pode contar com nenhum deles se acaso
lhe faltar os bens. Já vimos que na angústia é que se
faz o irmão, mas a Bíblia, aqui, diz que há amigo mais
chegado que um irmão. E isso foi realidade na vida
de Jesus. Ele é o nosso maior amigo, mais chegado,
mais íntimo que todo bom irmão que possamos ter
aqui nesta terra. Ele deu a sua vida por amor a nós
sem que o merecêssemos. E nós devemos nos espe-
lhar no Senhor Jesus para que sejamos este amigo
mais chegado que um irmão.
SEjA Amigo
Você precisa ter amigos, mas para isso, é essen-
cial que você também seja amigo.
“Não abandones o teu amigo, nem o amigo de teu
pai, nem entres na casa de teu irmão no dia da tua ad-
versidade. Mais vale o vizinho perto do que o irmão
longe.” (Provérbios 27.10).
12
13. Além dos amigos que fazemos, recebemos ami-
gos de herança dos nossos pais, e a Palavra nos diz
para não os abandonarmos. E ainda diz mais, que o
vizinho perto é muito mais precioso do que o irmão
longe. Assim como o próximo da parábola de Jesus
em Lucas 10.33-37. E se quisermos ter amigos, te-
mos de fazer a nossa parte, sendo amigo, próximo,
irmão, amigo mais chegado que um irmão, assim
como Jesus.
Assim como nós, os homens de Deus também
eram seres humanos normais, feitos de carne e osso,
com sentimentos e emoções. Paulo tinha amigos,
mas quando eles o traíam, Paulo sofria. Houve um
momento quando ele disse: “Porque Demas, tendo
amado o presente século, me abandonou e se foi para
Tessalônica; Crescente foi para a Galácia, Tito, para a
Dalmácia. Somente Lucas está comigo.” (2 Timóteo
4.10-11). Momento de abandono, mas que Paulo
superou na força do Senhor. Lucas foi para Paulo o
amigo mais chegado que um irmão.
Nós precisamos de gente. A Igreja de Jesus não
é composta por prédios. Os prédios são feitos de
ferro, cimento, areia e tijolos. Não há vida nas pa-
redes; não há corações pulsando por entre as ferra-
gens das construções. Igreja não é isso. Nós somos
a Igreja de Jesus, pessoas com coração que bate;
gente que sorri, que chora, que anda, que tropeça,
que cai, mas que também se levanta e tem vitórias
13
14. porque é fortalecida pela força do Senhor (Efésios
6.10).
Paulo nunca abandonou seus amigos, mas seus
amigos o abandonaram. Jesus nunca abandonou
seus amigos, mas alguns foram capazes de negá-lo
e até de traí-lo. Portanto, se algum dia algum amigo
o abandonar, não deixe a tristeza tomar conta do
seu coração, pois até mesmo Paulo e Jesus foram
abandonados por seus amigos.
A Palavra também diz para não abandonarmos
o amigo de nosso pai. Talvez seu pai já tenha mor-
rido, mas os amigos dele ainda estão vivos e de
vez em quando ligam para você, ou você os en-
contra. O problema é que, muitas vezes, você não
quer nada com os amigos do seu pai. Mas não os
esqueça, não os abandone, conserve os vínculos,
pois isso é bom, porque é assim nos orienta a Pa-
lavra de Deus.
AfiAdoS
“Como o ferro com o ferro se afia, assim, o homem,
ao seu amigo.” (Provérbios 27.17).
Quem afia o homem? Na verdade, é Deus que
faz toda boa obra em nós (Filipenses 1.6), mas Ele
usa os amigos para nos afiar. Os amigos fazem com
que nos sintamos úteis e são capazes de nos dizer
verdades que outras pessoas não teriam liberdade
para falar.
14
15. Certa vez, eu estava almoçando com um pastor
e ele mastigava de boca aberta. Era algo muito de-
sagradável, entretanto, ninguém tinha coragem de
chegar até ele e dizer: “Amigo, feche a boca, é tão
feio comer assim”. Um amigo teria liberdade para
chegar até ele e lhe dizer isso; afinal, ele o estaria
livrando de um ridículo, de uma situação bem cons-
trangedora.
A Palavra diz exatamente isso: “Como o ferro com
ferro se afia, assim, o homem, ao seu amigo.” Se te-
mos amigos mais chegados que um irmão, certa-
mente vamos ouvi-lo. Não vamos considerar a sua
exortação como uma intromissão em nossa vida,
mas como um conselho valioso de alguém que nos
ama de verdade.
Quando você tem amigos que são irmãos, você
tem uma bênção muito grande! Uma das coisas
mais bonitas é que nós não podemos viver sozi-
nhos. Você pode estar casado, mas precisa de ami-
gos. Homens e mulheres precisam de amigos.
mElhoR é SEREm doiS
“Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor
paga do seu trabalho. Porque se caírem, um levanta o
companheiro; ai, porém, do que estiver só; pois, caindo,
não haverá quem o levante.” (Eclesiastes 4.9-10).
Segundo o princípio da Palavra, você conse-
gue mencionar, rapidamente, quem vai levantá-lo
15
16. se você cair? Você consegue se lembrar de alguma
vez em que você sofreu uma queda e alguém o le-
vantou? Se você pôde responder “sim”, com certeza
foi um amigo mais chegado que um irmão, alguém
que lhe trouxe carinho, calor humano, esperança e
conforto.
Jesus se revelou aos seus discípulos de maneira
gloriosa! A relação de Jesus Cristo com seus discí-
pulos não era uma relação de mestre e alunos, ape-
nas. Havia uma relação de amizade muito profunda,
e Jesus é o paradigma universal, único e insubsti-
tuível desse amor fraternal, de amigo mais chega-
do que um irmão. Por isso Ele disse: “Ninguém tem
maior amor do que este: de dar alguém a própria vida
em favor dos seus amigos. Vós sois meus amigos, se
fazeis o que eu vos mando.” (João 15.13-14).
Se já é difícil um amigo dar a vida pelo outro,
quanto mais se esse outro for um inimigo, ou um
mero desconhecido. Contudo, Jesus deu a sua vida
até pelos seus inimigos. O verdadeiro amigo é aque-
le que se dispões a doar um de seus rins a um amigo
que está na fila dos transplantes; que se dispõe a
doar sangue porque sabe que muitos estão preci-
sando. O verdadeiro amigo está sempre disposto
a dar o seu tempo para o amigo. Ele oferece o seu
ombro e é capaz de ficar a noite inteira conversan-
do se for preciso. Na ceia, João reclinou a cabeça no
peito de Jesus, e Jesus o abraçou.
16
17. Segundo os profetas, a vontade do Senhor é
que os homens sejam amigos e que andem juntos.
Deus quer que seus filhos e suas filhas vivam a ver-
dadeira amizade bíblica, sem qualquer deturpa-
ção das trevas que gere conflitos, inveja, maldade,
ciúme etc.
A Bíblia nos fala de dois irmãos que foram pro-
fundamente amigos e, muito mais do que amigos
ou conhecidos de vista. Foi na angústia que se tor-
naram irmãos. Eles são Davi e Jônatas.
“Sucedeu que, acabando Davi de falar com Saul,
a alma de Jônatas se ligou com a de Davi; e Jônatas o
amou como à sua própria alma.” (1 Samuel 18.1).
Existem aqueles encontros divinos, pessoas que
entram na nossa história, que se assentam ao nosso
lado, dentro de um propósito de Deus e, ali, inicia-
se uma profunda amizade. Relacionamento este
que vai se estreitando a ponto de se tornar uma
amizade de amigos mais chegados que um irmão.
Diz a Palavra que “Jônatas o amou como à sua pró-
pria alma”.
“Jônatas fez jurar a Davi de novo, pelo amor que
este lhe tinha, porque Jônatas o amava com todo o
amor da sua alma.” (1 Samuel 20.17).
“Indo-se o rapaz, levantou-se Davi do lado do sul e
prostrou-se rosto em terra três vezes; e beijaram-se um
ao outro e choraram juntos; Davi, porém, muito mais.”
(1 Samuel 20.41).
17
18. O pai de Jônatas era o rei Saul, que havia promo-
vido uma terrível perseguição contra Davi, e Jônatas
estava ali, no meio do fogo, mas era amigo de Davi.
Diz a Palavra de Deus que os dois se abraçaram, se
beijaram e Davi chorou muito mais.
Quando Jônatas foi morto junto com seu pai,
Saul, os corpos de ambos tinham sido mutilados.
Davi, então, mandou transportá-los para os sepul-
tar. Davi fez um lamento e chorou:
“Angustiado estou por ti, meu irmão Jônatas; tu
eras amabilíssimo para comigo! Excepcional era o teu
amor, ultrapassando o amor de mulheres.” (2 Samuel
1.26).
Davi tinha o coração puro, santo e reto. Davi e
Jônatas eram homens, na essência dessa palavra,
mas eles tinham uma relação de profunda amiza-
de. Eles não eram apenas amigos, mas eram amigos
mais chegados que irmãos. Davi dizia: “Angustiado
estou por ti, meu irmão”. Quando Jônatas morreu,
era como se uma parte de Davi tivesse morrido
também. E isso é percebido na vida de Davi pela fal-
ta que lhe fazia aquele referencial de amigo.
Dentro da igreja, Deus quer restaurar e está
restaurando vínculos de amizades. Mas é necessá-
rio ser prudente quando essa amizade é entre um
homem e uma mulher para que isso não gere con-
fusão no coração de um ou de outro, ou até de am-
bos. Para se estabelecer essa amizade de Provérbios
18
19. 18.24, “amigo mais chegado que irmão”, é bom que
seja irmã sendo amiga de uma irmã e irmão sendo
amigo de um irmão.
Uma mulher casada não pode ter um amigo
maior do que o seu marido. Você pode ter conhe-
cidos, mas não um amigo com quem você abra o
seu coração, para isso você precisa é de uma amiga.
Se você é casada, seu melhor amigo tem de ser seu
marido. É ele que tem de saber tudo: seus sonhos,
seus fracassos, seus ideais, suas vitórias, tudo. Ago-
ra, isto não impede que a irmã tenha amigas, várias
amigas. Você também, meu irmão, precisa ter um
amigo, mas um amigo que chegue ao nível de ser
um verdadeiro irmão. Mas ainda assim, sua esposa
tem de ser sua melhor amiga, sua fiel confidente. A
Bíblia diz que temos que evitar toda a aparência do
mal. É importante notarmos o quanto a Bíblia fala
de amigos. Todos os homens que foram bem-suce-
didos na vida tinham amigos neste nível de irmãos.
Amigo é PARA SEmPRE
“Enviou também Hirão, rei de Tiro, os seus servos a
Salomão (porque ouvira que ungiram a Salomão rei
em lugar de seu pai), pois Hirão sempre fora amigo de
Davi.” (1 Reis 5.1).
Amigo é ou não é amigo. Um amigo é para sem-
pre ou, então, nunca foi amigo. A verdadeira ami-
zade não se desfaz. Quando a amizade termina é
19
20. porque o nível dessa amizade era só de conhecido,
ou porque trabalhavam juntos, ou porque eram vi-
zinhos. Se uma amizade termina, ela nunca foi forja-
da na angústia. O verdadeiro amigo é muito impor-
tante, pois ele nos dá força e incentivo.
“Ora, quando cheguei a Trôade para pregar o
evangelho de Cristo, e uma porta se me abriu no Se-
nhor, não tive, contudo, tranqüilidade no meu espíri-
to, porque não encontrei o meu irmão Tito; por isso,
despedindo-me deles, parti para a Macedônia.” (2 Co-
ríntios 2.12-13).
Paulo chegou a Trôade para pregar o Evangelho.
Uma porta se abrira e já estava tudo preparado, mas
ele não teve tranqüilidade no seu espírito, porque
não havia encontrado o seu irmão Tito. Por isso,
Paulo se despediu deles e partiu para a Macedônia.
Tito era aquele amigo forjado na aflição. Ele não
era irmão de sangue de Paulo, mas era este amigo
mais chegado que um irmão. E Paulo não queria es-
tar sozinho em Trôade. Por isso, ele deixou aquela
porta aberta e foi para outro lugar; ele precisava da
companhia de Tito.
“Conceda o Senhor misericórdia à casa de Onesí-
foro, porque, muitas vezes, me deu ânimo e nunca se
envergonhou das minhas algemas.” (2 Timóteo 1.16).
Paulo menciona esse seu amigo que muitas ve-
zes havia lhe dado ânimo. Nós imaginamos o após-
tolo Paulo um homem forte, um pregador vigoroso,
20
21. mas Paulo tinha uma saúde frágil. Ele tinha uma
enfermidade e andava muito angustiado. Por isso
Paulo disse “muitas vezes ele me deu ânimo”.
E verdade que nossa força vem de Deus (Isaías
41.10), que o Espírito Santo nos assiste em nossas
fraquezas (Romanos 8.26), mas muitas vezes preci-
samos de um amigo mais chegado que um irmão
para nos oferecer o ombro, para nos dar a mão e
caminhar conosco. Amigos que tocam o nosso co-
ração com atitudes simples, mas que falam muito
pela profunda expressão de carinho que encer-
ram.
Paulo disse de Onesíforo: “Muitas vezes me deu
ânimo e nunca se envergonhou das minhas algemas.”
Quem sabe você tem sofrido pelas algemas de sua
vida? Pode ser o seu casamento que se desfez e
você esteja aí, sozinho, ou uma doença, ou um fra-
casso. Essas são algemas que muitas vezes fazem
com que as pessoas o abandonem. Mas existe um
amigo mais chegado que um irmão que nunca vai
abandonar você. Ele é o próprio Filho de Deus, o Se-
nhor Jesus.
Aquele homem, junto ao taque de Betesda di-
zia: “Eu não tenho ninguém.” Talvez, na sua própria
história, você sinta a ausência deste tipo de ami-
go que é mais chegado que um irmão, mas, neste
momento, Deus está falando ao seu coração, não
apenas do privilégio e da necessidade de você ter
21
22. um amigo, mas o privilégio, acima de tudo, de ser
um amigo.
Um amigo pode mudar o nosso destino. Dei-
xe Jesus ser o seu maior amigo e Ele vai trazer luz
onde ainda existem trevas. E você será uma bênção
na vida de muitas pessoas, de muitos que sofrem
pela ausência deste amigo mais chegado que um
irmão.
22
23. 2ª PARTE
MUDE SUA
HISTÓRIA
A foRçA do nomE
Existem pessoas que têm vergonha do próprio
nome. No entanto, vamos encontrar na Bíblia algu-
mas páginas com relação de nomes, que são as ge-
nealogias. Ao escolher o nome dos filhos, os judeus
não escolhiam os mais bonitos, mas aqueles que po-
deriam traduzir o caráter deles, que revelasse algum
evento ocorrido durante a gestação ou durante o
nascimento ou ainda na história daquela criança.
“Foi Jabez mais ilustre do que seus irmãos; sua
mãe chamou-lhe Jabez, dizendo: Porque com dores o
23
24. dei à luz. Jabez invocou o Deus de Israel, dizendo: Oh!
Tomara que me abençoes e me alargues as fronteiras,
que seja comigo a tua mão e me preserves do mal, de
modo que não me sobrevenha aflição! E Deus lhe con-
cedeu o que lhe tinha pedido.” (1 Crônicas 4.9-10).
Jabez, em grego, é Ubey Ya‘bets, “pesar”, prova-
velmente significando afligir. Talvez, embora não
tenha o mesmo nome de Jabez, você pode estar
vivendo uma situação semelhante ao que revela o
significado desse nome e não saiba como mudar a
sua história.
Algumas pessoas crêem que existe um destino
previamente traçado; são adeptos do fatalismo.
Elas acreditam que curso dos acontecimentos está
previamente fixado e nada poderá alterá-lo. A Bí-
blia não diz que o homem tem seu destino traçado,
pré-determinado. Ao contrário, nós traçamos nosso
destino a partir do nosso livre arbítrio. Deus nos dá
liberdade para escolher entre a bênção e a maldi-
ção, entre a ansiedade e a paz, entre carregar pesa-
dos fardos e levar os leves e suaves e muitas outras
escolhas. Deus ainda nos concede a liberdade para
escolher entre a vida e a morte, ambas eternas. Tra-
çamos nosso destino com nossas escolhas.
Se uma pessoa estendesse sua mão para um ju-
deu e lhe dissesse “eu me chamo Jabez”, ele estaria
entendendo, “eu me chamo o que causa dor, o que
traz sofrimento, o que provoca incômodo”. Muitos
24
25. têm se acomodado ao que ele chama “seu destino”
e vivem dizendo: “Esta é a minha vida, é assim que
eu tenho de viver; eu nasci para causar sofrimento,
dor, para ser um incômodo até para mim mesmo.
Não tem outro jeito, eu tenho de me resignar e viver
assim”. Eu quero que você saiba que Deus é Deus de
milagres. Ele é o Todo-Poderoso hoje e para todo o
sempre! Deus é aquele que intervém com sua gra-
ça, com seu amor e sua misericórdia para satisfazer
os desejos do nosso coração (Salmo 37.4).
AnulAndo o ESTigmA
Você não precisa se acomodar dentro da frontei-
ra limitada do seu nome ou de qualquer situação de
dor que esteja vivendo. Talvez você viva repetindo:
“Ah, se eu tivesse tido outros pais, se tivesse nasci-
do em outra família ou se tivesse nascido em outro
país. Ah, se não tivesse me casado com aquela pes-
soa, se eu não tivesse dado aquele passo errado, se
eu tivesse estudado!” Preste bastante atenção nisto:
Jabez não escolheu o seu nome. Quem escolheu
esse nome, que traduzia miséria, dor, angústia e o
que causa sofrimento, foi sua mãe.
Os irmãos de Jabez não receberam um nome
cujo significado era tão terrível. O nome deles não
tinha o estigma como o de Jabez. Mas Jabez se tor-
nou o mais ilustre entre seus irmãos. Por quê? O que
ele fez para que isso acontecesse?
25
26. Muitas vezes, você se acomoda com uma situa-
ção dizendo: “É meu destino. É meu destino ficar sol-
teira, é meu destino ficar viúva o resto da vida. É meu
destino sofrer, é meu destino viver na pobreza”. Não!
Isso é a voz do diabo soprando em seu ouvido. Deus
é soberano. E para aqueles que conhecem o Senhor,
o que existe é uma vida repleta de bênçãos, de força,
alegria e paz que perdura mesmo nas adversidades.
Ainda que a vida esteja lhe trazendo circunstâncias
muito difíceis, sem importar qual seja o seu nome,
o que você precisa saber é que pode transformar a
sua história como Jabez. A Palavra diz que ele não
se acomodou ao seu nome, àquela situação de des-
graça que lhe havia sido imposta e se transformou
no mais ilustre entre seus irmãos. O problema é que
existe muita gente que se acomoda.
Ele lutou. Ele queria ser outro homem. E a verda-
de da Bíblia é que você pode mudar aquilo que não
foi você que procurou. Na verdade, ainda que você
tenha gerado uma situação difícil, em Deus, você
pode transformá-la. Não foi Jabez que procurou
essa desgraça na sua vida, mas mesmo assim ele ti-
nha essa marca estampada em si. Talvez ele tivesse
passado toda a sua infância, adolescência e mocida-
de e já fosse adulto, mas era aquele homem infeliz.
Talvez ele até tenha dito: “Eu não suporto mais, não
agüento mais, não quero mais viver com esse peso
sobre mim”. Ele havia chegado ao seu limite.
26
27. Talvez você não se chame Jabez, mas ainda as-
sim esteja se identificando com ele, como alguém
que causa dor e que sofra também. Como alguém
cuja vida não tenha luzes, cores; uma existência
sem sorrisos, alegrias e paz. Quantas vezes você se
olha no espelho e diz: “Mas o que está acontecen-
do comigo?” E muitos são envenenados pela idéia
estúpida de acabar com tudo, de dar um fim na sua
vida, como se isso fosse resolver alguma coisa.
Você pode continuar vivendo como Jabez e
morrer como Jabez, você pode continuar com o seu
nome até o túmulo, mas você pode mudar, se esco-
lher mudar. Você pode lutar exatamente como Ja-
bez fez. Como ele saiu lá debaixo, da desgraça e se
transformou no mais ilustre entre os seus irmãos?
O que ele fez? “Jabez invocou o Deus de Israel [...]” (1
Crônicas 4.10). Ele invocou o Senhor.
Na Palavra de Deus lemos que Enos foi o primei-
ro homem que invocou o nome do Senhor. Desde
então, o nome do Senhor passou a ser invocado. “A
Sete nasceu-lhe também um filho, ao qual pôs o nome
de Enos; daí se começou a invocar o nome do Senhor.”
(Gênesis 4.26). No livro dos Salmos vamos encontrar
o Senhor sendo invocado muitas vezes: “Invoquei o
nome do Senhor” (Salmo 116.4). “Invoca-me no dia
da angústia; eu te ouvirei e tu me glorificarás.” (Sal-
mo 50.15). “Em meio à tribulação, invoquei o Senhor,
e o Senhor me ouviu e me deu folga.” (Salmo 118.5).
27
28. E tantas outras citações. A palavra “invocar” é dita
várias vezes tanto no Antigo quanto no Novo Tes-
tamento, mas, nos evangelhos de Mateus, Marcos,
Lucas e João não há uma só vez a expressão “invo-
car o nome do Senhor”. Nos evangelhos não há in-
vocação porque o Deus que era invocado se fez car-
ne e viveu entre os homens. Nos evangelhos, não
encontramos o “invocar o nome do Senhor” porque
Deus se encarnou e se identificou com o homem.
Ele veio até nós.
noSSo REfEREnciAl dE mudAnçA
O que fez Jabez? Ele disse: “Eu vou mudar esta
situação”. Você também pode mudar a sua situação,
pode transformar a história da sua vida. Tudo que
tem sido ruim, que tem lhe trazido dor, desesperan-
ça, perdas, desânimo e frustração pode ser muda-
do. Deus quer mudar essa situação de miséria e de
pobreza. Ele pode fazer infinitamente mais do que
você pensa, mas antes de tudo você precisa deci-
dir: “Eu não quero mais essa vida de Jabez. Eu quero
uma vida que revele Deus em mim”.
Jabez conhecia algumas pessoas que tiveram os
nomes mudados. Seu pai chamava-se Jacó, e Jacó
significa enganador, suplantador, trapaceiro, men-
tiroso. Quando Jacó dizia “eu sou Jacó”, a pessoa en-
tendia “eu sou trapaceiro”. Mas houve um instante
em que Jacó também disse: “Eu estou cansado, eu
28
29. não quero mais ser Jacó”. Então ele invocou o Se-
nhor e ele lutou com Ele no vau de Jaboque e disse:
“Eu não deixarei passar esta oportunidade. Eu não
quero mais ser Jacó”. Ele lutou e triunfou, e na ma-
drugada, quando o sol nasceu, não era mais Jacó
que estava ali, mas era um homem com o nome
mudado para Israel, que significa Príncipe de Deus.
Aleluia! (Gênesis 32.22-28).
Jacó poderia ter dito: “É a minha sina. Este é o
meu destino, vou ser Jacó para o resto da vida”. Mas,
existe um momento quando você pode definir as
coisas. Existe um momento quando você pode to-
mar uma decisão lutando com Deus, porque invo-
car o nome do Senhor é o maior exercício espiritual
que você pode fazer. Isso é batalha, é guerra, é luta,
é disposição, é arrependimento, é conversão, é mu-
dança.
A Palavra de Deus conta que “ele invocou o
nome do Senhor”. Ele viu a sua necessidade, ele en-
tendeu que podia confiar no Senhor e experimen-
tar o prazer que existe na presença do Senhor, onde
há plenitude de alegria e delícias perpetuamente
(Salmo 16.11). Por isso ele orou ao Deus de Israel,
a um Deus vivo. E ele assim orou: “Oh, tomara que
me abençoes”. É a bênção de Deus que faz toda
mudança na nossa vida. A bênção do Senhor é o
referencial dessa mudança. É a bênção do Senhor,
como semente viva plantada no nosso coração,
29
30. que provoca essa mudança. O Senhor já tem nos
abençoado com toda a sorte de bênçãos espirituais
nos lugares celestiais (Efésios 1.3), mas você precisa
querer receber essas bênçãos.
TomAndo PoSSE
O que é invocar? O que é orar trazendo a bênção
do Senhor? É buscar aquilo que já foi liberado no
mundo espiritual e que já é nosso, é tomar posse
de todas as bênçãos. Orar é buscar em Deus aquilo
que está plantado no seu coração e que já foi con-
quistado para você nas regiões celestiais (Efésios
1.3-14). Jabez queria invocar não uma bênção ape-
nas, ele queria ser a bênção, ele queria comunicar
a bênção.
“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cris-
to, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção
espiritual nas regiões celestiais em Cristo, assim como
nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo,
para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em
amor nos predestinou para ele, para a adoção de fi-
lhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito
de sua vontade, para louvor da glória de sua graça,
que ele nos concedeu gratuitamente no Amado, no
qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão
dos pecados, segundo a riqueza da sua graça, que
Deus derramou abundantemente sobre nós em toda
a sabedoria e prudência, desvendando-nos o mistério
30
31. da sua vontade, segundo o seu beneplácito que pro-
pusera em Cristo, de fazer convergir nele, na dispen-
sação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto
as do céu, como as da terra; nele, digo, no qual fomos
também feitos herança, predestinados segundo o
propósito daquele que faz todas as coisas conforme o
conselho da sua vontade, a fim de sermos para louvor
da sua glória, nós, os que de antemão esperamos em
Cristo; em quem também vós, depois que ouvistes a
palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação,
tendo nele também crido, fostes selados com o Santo
Espírito da promessa; o qual é o penhor da nossa he-
rança, até ao resgate da sua propriedade, em louvor
da sua glória.” (Efésios 1.3-14).
A bênção que você está buscando, o Senhor já
liberou para você nas regiões celestiais. Ela não vai
acontecer como se nunca tivesse existido, ela já está
lá, e é a bênção do Senhor que faz a diferença.
Não importa qual seja o seu nome, mas se você
é um Jabez, alguém que causa dor, sofrimento e in-
cômodo, você que carrega este estigma de miséria
na sua vida, não importa quem você seja, não im-
porta o que você tenha, comece agora a mudar a
sua história!
Quando trouxeram para Jesus cinco pães e dois
peixes, havia uma necessidade enorme para ser su-
prida. Havia uma multidão faminta. Mais de cinco
mil pessoas precisavam comer, e tudo que tinham
31
32. eram cinco pães e dois peixinhos. Jesus os tomou
e os abençoou. Talvez porque o seu salário seja
apenas um salário mínimo você amaldiçoa o seu
emprego e é por isso que a bênção não vem. Jesus
falou que se alguém não é fiel no pouco, não será
fiel no muito. Você mora em um barracão de dois
cômodos e o amaldiçoa todas as vezes que você
entra nele? Faça diferente. Tome o que você tem e
abençoe, apresente tudo isso diante do Senhor e
diga: “Senhor, são cinco pães e dois peixes, mas eu
lhe agradeço por eles e os abençôo”. Então, a partir
daí começa a multiplicação. A multiplicação vem
para corações gratos.
Muitas vezes, você tem até mesmo se amaldiço-
ado. Talvez tenha amaldiçoado o tamanho do seu
nariz, tem amaldiçoado a cor da sua pele, mas a Pa-
lavra de Deus afirma que o seu corpo é o templo
do Espírito Santo. O Senhor pensou em você antes
que você existisse. Você é o poema de Deus. Você
é uma pessoa linda para Deus, mas enquanto você
estiver se amaldiçoando, a graça do Senhor não flui-
rá. Comece a abençoar o que você tem e as coisas
começarão a mudar. Jabez se tornou o mais ilustre
quando ele invocou o Senhor dizendo: “Tomara que
me abençoes”. E o Senhor já tem nos abençoado.
Qual é a bênção que você está buscando? Ela já
está lá em cima e você precisa apenas tomar posse,
em nome de Jesus.
32
33. “Oh! Tomara que me abençoes e me alargues as
fronteiras”. Eu quero mais de ti, Senhor, alarga-me
as fronteiras da comunhão contigo, as fronteiras do
teu amor, da tua glória”.
Quando Eliseu ouviu falar que Elias ia partir, ele
chegou até ele, que lhe perguntou: “O que você
quer?” Eliseu conhecia Elias, tinha visto os sinais,
os prodígios e as maravilhas no ministério tão rico
de Elias e ele poderia ter dito: “Eu quero o que você
tem, mas Eliseu disse: “Eu quero porção dobrada do
Espírito que há em você”.
Você pode se acostumar a viver uma vidinha
medíocre, mas o Senhor tem muito para lhe dar.
Você não pode se acomodar dizendo: “É meu des-
tino, a minha vida é esta, eu vou continuar sempre
assim”. Seja na sua profissão, na sua casa, no seu ca-
samento ou nas suas finanças. Quantas vezes você
já disse: “Eu nasci para ser deste tamanho, então eu
serei deste tamanho”. Você é e recebe o que você
diz. É um princípio da Palavra de Deus. Nós recebe-
mos o que nós profetizamos. Há poder em nossas
palavras. Por isto é que Jesus disse: “Por causa da
pequenez da vossa fé. Pois em verdade vos digo que,
se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este
monte: Passa daqui para acolá, e ele passará. Nada
vos será impossível.” (Mateus 17.20).
Jabez disse: “Me alargues as fronteiras”. O Se-
nhor quer que o seu povo tenha fronteiras ilimita-
33
34. das, porque Ele é ilimitado. Deus não tem frontei-
ras, Deus não tem limites e para Deus não existe o
momento em que Ele diz: Bem, eu posso chegar
somente até aqui. Deus não conhece impossíveis
(Lucas 1.37; 18.27).
Muitas vezes, chegamos até nossas fronteiras e
falamos: “Acabou, não tem mais jeito. A doença está
me corroendo. Meu lar tem de acabar mesmo. Mas
quando você tem a atitude de não se conformar em
ser um Jabez, dizendo: “Eu quero tudo que Deus tem
para mim. Não quero só ouvir falar da terra que mana
leite e mel, eu quero pisar na terra, quero desfrutar
as riquezas do Senhor, quero desfrutar sua graça, sua
glória; quero tomar posse daquilo que Ele tem para
mim”. Então, as coisas começarão a acontecer.
O Senhor não chamou você para ser um Jabez,
mas para ser conforme a imagem de Jesus Cristo.
Jesus é o nosso limite, e Ele não tem limites. A fé,
não tem fronteiras. Mas no momento em que você
coloca fronteiras, você fica preso. Jabez estava pre-
so, mas ele se rebelou contra aquela situação, in-
vocando o nome do Senhor e disse: “Me alargue a
fronteira”.
A mão do SEnhoR
Ele disse mais: “E que seja comigo a tua mão.”
Porque se a mão do Senhor não estiver sobre você,
não adianta a bênção, não adiantam as fronteiras
34
35. infinitas. A mão do Senhor significa a presença dele.
Com as mãos oferecemos carinho, disciplinamos,
conduzimos e orientamos. Somos guardados e pro-
tegidos pelo Senhor. Assim como Jabez temos de
reconhecer que sem o Senhor nada podemos fazer
(João 15.5). É a mão do Senhor que faz a diferença.
Jabez orou: “Que seja comigo a tua mão”. E ele
continuou orando dizendo: “E me preserves do mal”.
Jabez pedia a Deus que o preservasse do maligno,
das ciladas do diabo. Jesus, quando nos ensinou
a orar, disse: “Não nos deixes cair em tentação, mas
livra-nos do mal.” (Mateus 6.9-13). Existe uma bata-
lha espiritual que é travada enquanto é ministrada
a Palavra de Deus. Há inimigos tentando enganar
você, ou fazer a Palavra de Deus chegar distorcida
até você. Existem mil situações querendo distrair
sua atenção, mas nós, em nome de Jesus, profetiza-
mos que a Palavra do Senhor caia em seu coração,
encontrando boa terra para frutificar a boa semente
do Senhor.
A Palavra diz: “Não deis lugar ao diabo” (Efésios
4.27). Tenha uma vida bonita, não abra brechas para
o inimigo. A Palavra diz que sem santificação, nin-
guém verá o Senhor (Hebreus 12.14). Ver Deus atu-
ando na sua vida é vê-lo alargando suas fronteiras,
é vê-lo abençoando, atuando, guiando, é ver Deus
em você. “E me preserves do mal”, e o Senhor nos
tem preservado.
35
36. Houve um instante em que Jesus chegou para
Pedro e disse: “Simão, Simão, eis que Satanás vos re-
clamou para vos peneirar como trigo! Eu, porém, ro-
guei por ti, para que a tua fé não desfaleça; tu, pois,
quando te converteres, fortalece os teus irmãos.” (Lu-
cas 22.31-32). Você pode ser preservado do mal,
mas não busque o mal, afaste-se, abandone o pe-
cado, abandone essa vida em que o inimigo está
achando brecha.
Certa vez, o pastor Jonas Neves esteve na Argen-
tina e, uma das coisas que o impressionou muito,
foi quando visitou uma igreja com cerca de oito mil
membros, onde não havia um só casal que tivesse
se separado. Ele começou a observar e perguntou:
“Como vocês alcançaram isto?” Havia alguns princí-
pios e um deles é que os adolescentes não namo-
ram. A moça começa a namorar aos dezoito anos
e o rapaz aos vinte. O novo convertido só namora
depois de um ano de convertido, tempo este de-
dicado a buscar o Senhor. Durante todo o período
de namoro, os dois são como irmãos, só se beijam
na face, não tem o beijo na boca. O beijo na boca é
uma preparação para o ato sexual e muitos entram
pela defraudação e o que acontece? Vão se defrau-
dando mutuamente e muitos casam para resolver
uma situação e não pela direção do Senhor.
É interessante que aqueles moços começaram a
viver esta realidade e quando casam têm um casa-
36
37. mento totalmente estável. A fonte desta felicidade
está desde o namoro. Muitas vezes a pessoa entra
por um caminho de licenciosidade, ou de imora-
lidade, e abre o caminho para o mal. Se você está
vivendo cheio da graça, do Espírito, o diabo encon-
trará qualquer brecha em sua vida. Agora, se você
começa a alimentar a sua mente com pornografia,
com a mentira, com a licenciosidade, com coisas
inconvenientes, o diabo irá encontrar um alvo fácil
para lançar seus dardos.
Por isso Jabez orou dizendo: “E me preserves do
mal, de modo que não me sobrevenha aflição.” Sabe
o que é aflição? Aflição é tudo o que incomoda. E o
que Deus fez? Deus não cruzou os braços, não ficou
olhando e falando: “Mas que moço petulante este,
me pedindo tantas coisas!” Antes, “Deus lhe conce-
deu o que lhe tinha pedido”. Deus não faz acepção
de pessoas, se Ele deu para Jabez, dará também para
você. Jabez continuou sendo chamado de Jabez, mas
era apenas o nome dele, seu caráter era outro e ele se
transformou no mais ilustre entre seus irmãos.
Nós queremos que você seja em um irmão ilus-
tre de Jesus Cristo, deixando para trás toda mentira
do diabo que diz: “Você nasceu assim, não tem jeito,
você vai viver assim, esta situação é irremediável”.
Esqueça isso e se lembre do que Deus diz:
“Eu é que sei que pensamentos tenho a vos-
so respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz
37
38. e não de mal, para vos dar o fim que desejais.”
(Jeremias 29.11).
Deus abençoe,
Pr. Márcio Valadão
38
40. Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha
Gerência de Comunicação
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CEP 31110-440 - Belo Horizonte - MG
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