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História da Comunicação
“História do cinema”
06-06-2011
Ciências da Comunicação
1º ano
Dúnia Gonçalves, nº5532
Página2
ÍNDICE
História da Comunicação.......................................................................................................................................................1
“História do cinema”...............................................................................................Error!Bookmarknotdefined.
INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................................3
HISTÓRIADO CINEMA........................................................................................................................................................4
O QUE É O CINEMA...............................................................................................................................................................4
PRODUÇÃO CINEMATOGRÁFICA ................................................................................................................................6
DIRECÇÃO..................................................................................................................................................................................7
PRODUÇÃO................................................................................................................................................................................8
FOTOGRAFIA............................................................................................................................................................................8
ARTE...............................................................................................................................................................................................9
SOM..................................................................................................................................................................................................9
MONTAGEM E FINALIZAÇÃO...................................................................................................................................10
OS GÉNEROS CINEMATOGRÁFICOS....................................................................................................................11
HISTÓRIADO CINEMAEM CABO VERDE..........................................................................................................14
PRIMEIRAS PRODUÇÕES CINEMATOGRÁFICAS ...........................................................................................16
COMENTÁRIOS.....................................................................................................................................................................17
BIBLIOGRAFIA......................................................................................................................................................................18
Página3
INTRODUÇÃO
O presente trabalho fala sobre o cinema. Escolhemos este tema porque apercebemos
que o cinema contêm narrativas e/ou argumentos que são retratados na tela, (por exemplo: a
comédia, a tragédia, o drama) que são exemplos de géneros da literatura, que combinados
com as imagens, o som e efeitos produzem uma realidade. Vendo por esta perspectiva, tanto o
cinema como o jornalismo, ambos têm algo em comum, serem “subgéneros da literatura”, e
ambos constituem os mass media. Ao ligarmos o conceito “comunicar, comunicação”
pensamos que o cinema é uma forma de comunicar, de transmitir.
Ao abordarmos este tema, quisemos fazer uma investigação sobre a história do cinema
em Cabo Verde, pensamos que muitas pessoas desconhecem-na, para tal, fomos conhecer
como surgiram as primeiras salas de cinema, quem foram os impulsionadores e quais são as
primeiras produções cinematográficas, mas falar do cinema em cabo verde, sem antes
conhecer a história do cinema no mundo não faria sentido, uma vez que, ela teve a sua origem
na França até espalhar-se pelas diversas paragens do mundo, então, primeiro faremos uma
viagem pela história do cinema no mundo para podermos perceber a sua origem, como é que
se faz, quais foram as primeiras produções cinematográficas, e é desta forma que está
estruturada o nosso trabalho.
Esperamos que ela proporcione uma leitura aprazível, tentamos ser sintéticos, uma vez
que o cinema tem uma temática complexa e abrangente.
Página4
HISTÓRIA DO CINEMA
O QUE É O CINEMA
Sobre o cinema podemos dizer muitas coisas: que é técnica, indústria, arte,
espectáculo, divertimento, cultura. Depende do ponto de vista do qual o consideramos. Além
de sua função de entretenimento, o cinema pode funcionar como uma escola de formação, de
educação transmitindo-nos valores, ou seja, o cinema contribui para criar sonhos e ambições.
Etimologicamente, Cinema deriva do grego: κίνημα - kinema que significa
"movimento". Cinema é a técnica de projectar fotogramas (quadros) de forma rápida e
sucessiva para criar a impressão de movimento bem como a arte de se produzir obras
estéticas, narrativas ou não, com esta técnica.
O cinema nasceu de várias inovações que vão desde o domínio fotográfico até a
síntese do movimento utilizando a persistência da visão com a invenção de jogos ópticos.
Dentre os jogos ópticos inventados vale a pena destacar o thaumatrópio (inventado entre 1820
e 1825 por William Fitton), fenacistoscópio (inventado em 1829 por Joseph-Antoine
Ferdinand Plateau), zootropo (em 1834 por Will George Horner) e praxinoscópio (em 1877
por Emily Reynaud). Em 1888, Emily Reynaud melhorou sua invenção e começou projectar
imagens no Musée Grévin durante 10 anos.
Em 1876, Edward, James e Muybridge fez uma experiência: primeiro colocou 12 e
depois 24 câmaras fotográficas ao longo de um hipódromo e tirou várias fotos da passagem de
um cavalo. Ele obteve assim a decomposição do movimento em várias fotografias e através de
um zoopraxinoscópio pôde recompor o movimento. Em 1882, Étienne-Jules Marley melhorou
o aparelho de Muybridge. Em 1888, Louis Aimée Augustin Le Prince filmou uma cena de
cerca de 2 segundos mas a fragilidade do papel utilizado fez com que a projecção ficasse
Página5
inadequada.
Will, Kennedy, Laurent e Dickson, chefe engenheiro da Edison Laboratories, inventou
uma tira de celulóide contendo uma sequência de imagens que seria a base para fotografia e
projecção de imagens em movimento. Em 1891, Thomas Edison inventou o cinetógrafo e
posteriormente o cinetoscópio. O último era uma caixa movida a electricidade que continha a
película inventada por Dickson mas com funções limitadas. O cinetoscópio não projectava o
filme.
A EVOLUÇÃO DO CINEMA
O cinema surge no final do século XIX, graças à invenção do cinematógrafo, pelos
Irmãos Lumière. Os filmes "A saída dos operários da Fábrica Lumière" e "A chegada do trem
à Estação Ciotat", realizado em Dezembro de 1895, no subterrâneo do Grand Café, Paris,
foram as primeiras experiências cinematográficas. As películas tinham a duração de 40 a 50
segundos cada, já que os rolos tinham quinze metros de comprimento. Apesar de também
existirem registos de projecções um pouco anteriores a outros inventores (como os irmãos
Max e Emil Skladanowsky na Alemanha), a sessão dos Lumiére é aceita pela maciça maioria
da literatura cinematográfica como o marco inicial da nova arte.
O cinema expandiu-se rapidamente, primeiramente pela França, Estados Unidos e
Europa e depois pelo restante do mundo ocidental. No ano de 1903, com o primeiro filme de
faroeste “O grande roubo do trem” tem início a indústria do cinema, que não parou mais de
crescer e teve seu ápice em Hollywood, considerada a meca do cinema, onde estão
concentradas as maiores produtoras de cinema do mundo. Nesse período desde sua criação
aos dias de hoje o cinema evoluiu muito, a sétima arte foi muda, ganhou som e cor, inovou
Página6
em tecnologia e efeitos especiais que revolucionaram a criação cinematográfica do mundo,
sem no entanto perder seu encanto, sua capacidade de comunicar, informar, fazer rir, chorar,
emocionar e fazer as pessoas sonharem com bons filmes. Com certeza o cinema merece o
título de sétima arte, e alguns filmes como “E tudo o vento levou” chegaram a levar cerca de
120 milhões de pessoas aos cinemas do mundo inteiro, se emocionando com a linda história
de amor vivida por Vivian Leigh e Clark Gable.
PRODUÇÃO CINEMATOGRÁFICA
Produção cinematográfica é o processo de fazer um filme, de uma ideia inicial de
história ou escrita do roteiro, filmagem, edição e finalmente distribuição para um público.
Tipicamente isso envolve um grande número de pessoas e o processo pode demorar de meses
a anos para ser completado. Uma produção cinematográfica pode ocorrer em qualquer lugar
do mundo, com grandes diferenças de contexto económico, social e político, usando uma
variedade de tecnologias e técnicas.
Produção de cinema requer muito planeamento e organização. Deve-se fazer
um roteiro de tudo o que será necessário no set, desde alimentação até os equipamentos de
iluminação e maquinaria.
Entre os processos necessários para criação de um filme estão: criação do
roteiro, storyboards com desenhos de todas as cenas para facilitar na preparação do set,
planeamento, equipe técnica, elenco, preparação do set, cenários, captação das imagens
internas e externas, filmagem, trilha sonora, edição, pós-produção, promoção e distribuição,
além de muitos outros.
Página7
Uma produção cinematográfica, pressupõe uma vasta equipa, cada um
desempenhando a sua função de acordo com o carácter da produção. Entretanto, há certas
funções que são básicas, e que sem a qual não se faz o cinema, pois são de necessidade
primordial. São elas:
 Direcção
 Produção
 Fotografia
 Arte
 Som
 Montagem e Finalização
DIRECÇÃO
O Director é responsável pelo projecto. Ele deve conhecer perfeitamente todos os
detalhes do roteiro, estudá-lo num storyboard, e ter previamente uma imagem feita de cada
plano, que no conjunto dará significado à sua obra. Além do mais, deve conhecer
detalhadamente cada função técnica do cinema, e saber o que pode extrair de cada uma com o
orçamento que tem. Deve ter uma cultura literária, musical e dramática elevada, ou pelo
menos condizente com o resultado que quer obter do cinema, pois tudo servirá como
referência em sua criação. Deve ainda possuir conhecimento de técnicas de fotografia pois
saberá com mais precisão o que quer do fotógrafo.
O trabalho do director é árduo, pois dele, todos da equipe esperam segurança, tanto na
escolha dos planos como na condução da filmagem tecnicamente falando.
O director costuma ter 2 assistentes: O primeiro assistente é seu braço direito, que
conhece o roteiro tão bem (ou até melhor) que é capaz de dizer sem pestanejar qual plano será
rodado em seguida, bem como quais são os atores, e qual a intenção dramática daquele plano.
O segundo assistente é conhecido como “continuista”, ou seja, é responsável para que cada
plano tenha as mesmas características de cenário, figurino, objectos de cena, maquilhagem e
iluminação. Outra função da equipe de direcção é o casting, ou escolha do elenco.
Página8
PRODUÇÃO
A produção do cinema é constituída pelo Produtor Executivo e o Director de
Produção. O Produtor executivo é o administrador da verba disponível, e que sabe
exactamente todos os custos do filme. O Director de Produção é o que gerência as
necessidades práticas de um filme, ou seja, é ele quem gere os equipamentos, os laboratórios,
os atores e a equipe técnica, procurando sempre a melhor opção para o resultado que o
director espera, é ainda responsável pela alimentação, cadeiras e conforto para a equipe e
atores. É tarefa dele também junto com o director é organizar o cronograma de filmagem e
zelar para que ele seja cumprido.
A equipe de produção em geral tem muitos assistentes, eles servem como elo de
ligação entre todos os elementos de produção, não têm uma função específica, mas a sua
ajuda é também muito importante. Para se ter uma ideia, os assistentes procuram objectos de
cena específicos; comprar a tinta que acabou num momento crucial; comprar uma lâmpada
que queimou (para a equipe de foto) ou trazer e levar o actor convidado (para a equipe de
direcção).
FOTOGRAFIA
O Director de Fotografia é o responsável pela imagem de um filme. Em inglês, apesar
de existir o termo ‘Director of Photography’, há uma tendência moderna em chamá-lo
‘Cinematographer’, pois a imagem captada por ele é a própria imagem do cinema. Como todo
o filme é uma projecção de imagens fotográficas, sua participação confunde-se com o próprio
ato de fazer cinema, e daí o uso dessas expressões.
O director de fotografia participa nas reuniões de pré e pós produção. O Director da
fotografia é o responsável por todo o design da luz do filme, ou seja, ele concebe as
características estéticas dos tipos de iluminação para cada plano, bem como eventuais efeitos
de filtragem na luz, ou seja, contraste da luz.
Página9
O director de fotografia trabalha sempre com uma equipe personalizada: dois
assistentes de câmara, um assistente de iluminação, electricista e maquinista (este número
pode variar de acordo com o tamanho e a verba da produção), pois a harmonia entre seus
membros é fundamental para que a filmagem seja rápida e eficiente.
ARTE
A equipe de Arte costuma ser maior que as demais. Isso porque existe muitas funções
adjuntas, que trabalham paralelas e que se denominam genericamente a Arte de um filme.
Mas, em linhas gerais, elas são constituídas principalmente pela cenografia (cenários em
estúdio), adereços (objectos de cena), pelo figurino (roupas e acessórios que os atores vão
utilizar) e pela maquilhagem. Existem técnicos especializados em cada uma destas funções, e
que numa produção, estão subordinados a uma concepção estética geral que é administrada
pelo Director de Arte, que desenvolve uma linha estética a partir das ideias do Director do
filme.
O figurino é uma outra instância bastante específica, e uma das funções mais
importantes da direcção de arte. O figurino de um personagem é um índice que resume com
propriedade o carácter, o estilo, o histórico de vida, bem como o hábito e os costumes do
personagem. Assim, é de suma importância que o figurino seja bem orientado.
SOM
O som constitui a última etapa do filme. Inclui a produção e/ou gravação de trilha
sonora, inclusão de ruídos específicos. Considerando uma produção com som directo,
normalmente a equipe de som é a mais sintética, necessitando de apenas duas pessoas: o
técnico e o microfonista. O primeiro é o que seria equivalente ao ‘Director de Som’, que
escolhe os melhores tipos de microfones para cada situação, a melhor maneira de gravar, sabe
que ambientes precisam de tratamento acústico, ouve reverberações incómodas e procura
saná-las, conhece os melhores equipamentos e sabe designar qual é o mais apropriado para
cada produção. O segundo é o seu assistente, e que normalmente tem a função de segurar uma
comprida vara chamada ‘boom’, em que se coloca um microfone na ponta para acompanhar
Página
10
os atores em seus movimentos. É preciso tomar cuidado para não deixar o boom entrar em
quadro, ou seja, aparecer na tela.
MONTAGEM E FINALIZAÇÃO
A montagem e finalização, é onde se ordena os planos filmados de tal maneira que
formem um contínuo de acções que geram sentido de acordo com o roteiro. Neste quesito, seu
trabalho não é apenas colocar em ordem, mas também imprimir ritmo e harmonia nos cortes
de cada plano, de tal maneira que as mudanças de um plano para outro fiquem tão naturais
que passem despercebidas.
O montador pode trabalhar sozinho ou com um assistente, se for um filme longo ou
com muitos cortes. Já a finalização, a última etapa da produção de um filme, trabalha-se as
possibilidades de ajustes e modificações na imagem final.
Página
11
OS GÉNEROS CINEMATOGRÁFICOS
O género do filme é o tema geral de um filme que serve para a classificação. No
cinema podemos distinguir vários géneros cinematográficos:
Um filme de acção ou acção - é um género de filme que geralmente envolve uma
história de protagonistas do bem contra antagonistas do mal, que resolvem suas disputas com
o uso de força física. Os filmes de acção têm como histórias o crime, os westerns e a guerra
entre outros. A maioria dos filmes de ficção científica e policiais também são filmes de acção.
Animação - O filme de aventura é um género cinematográfico que reflecte um mundo
heróico de combates e aventuras. Foi inventado na Itália, como meio de exaltação de seu
passado histórico e, posteriormente, foi usada pela Rússia, para exaltar a Revolução Russa.
A comédia - é o uso de humor nas artes cénicas. Também pode significar um
espectáculo que recorre intensivamente ao humor. De forma geral, "comédia" é o que é
engraçado, que faz rir.
Documentário - é um género cinematográfico que se caracteriza pelo compromisso
com a exploração da realidade. Mas dessa afirmação não se deve deduzir que ele represente a
realidade - tal como ela é -. O documentário, assim como o cinema de ficção, é uma
representação parcial e subjectiva da realidade.
Fantasia - é um género de arte que usa a magia e outras formas sobrenaturais como o
elemento principal/primário de uma história, Este género é geralmente distinguido de Ficção
Científica e horror pelo aspecto geral, atmosfera e pelos temas de cada autor individual,
embora haja uma grande sobreposição entre os três (conhecidos no seu conjunto por Ficção
especulativa). De modo geral, o termo fantasia cobre trabalhos de escritores, artistas e
músicos, desde mitos e lendas até obras mais recentes, conhecidas por uma vasta audiência.
Western - também popularizado sob os termos "filmes de cowboys" ou "filmes de
faroeste", compõe um género clássico do cinema norte-americano. O termo inglês western
Página
12
significa "ocidental" e refere-se à fronteira do Oeste norte-americano durante a colonização.
Os westerns podem ser quaisquer formas de arte que representem, de forma romanceada,
acontecimentos desta época e região.
Ficção científica - é uma forma de ficção desenvolvida no século XIX, que lida
principalmente com o impacto da ciência, tanto verdadeira como imaginada, sobre a
sociedade ou os indivíduos. O termo é usado, de forma mais geral, para definir qualquer
fantasia literária que inclua o factor ciência como componente essencial, e num sentido ainda
mais geral, para referenciar qualquer tipo de fantasia literária.
Musical - é um género de filme, no qual a narrativa se apoia sobre uma sequência de
músicas coreografadas, utilizando música, canções e coreografia como forma de narrativa,
predominante ou exclusivamente.
Pornográfico - é representação, por quaisquer meios, de cenas ou objectos obscenos
destinados a serem apresentados a um público e também expor práticas sexuais diversas, com
o fim de instigar a libido do observador. Quase sempre a pornografia assume carácter de
actividade comercial, seja para os próprios modelos, seja para os empresários do sector.
Erótico - é um tipo de género semelhante ao pornográfico, a única diferença que os
distingue e faz com que sejam denominados de maneira diferente é o fato de no cinema
erótico haver uma história mais bem constituída, ou seja, não ser apenas, como no caso do
cinema pornográfico, um pretexto para começar o que realmente o filme quer divulgar. Além
disto, no cinema erótico é tal como o pornô, o culto ao corpo e ao sexo, mas de uma forma
mais “suave”, onde apenas se induz as situações que o espectador pode deduzir, ou seja, induz
as pessoas a pensarem em sexo, mas sem mostrar pessoas completamente nuas ou a
efectuarem o ato.
Romances - podem ser definidos como aqueles cujo enredo se desenvolve em torno
do envolvimento amoroso entre os protagonistas. Um dos pré-requisitos do género é de que o
filme tenha um "final feliz"; contudo, alguns filmes com final triste também podem ser
considerados filmes do género romântico.
Página
13
Suspense - é como é chamado um momento no qual predomina um sentimento de
apreensão. Também é o recurso de narrativa (em ficção, não-ficção ou outro texto qualquer)
que busca provocar esse sentimento no leitor ou espectador. Por extensão, em Literatura e
Cinema, o termo suspense passou a designar um género de livros e filmes que têm como
característica o uso sistemático deste recurso para a criação de cenas que têm por objectivo
pregar sustos ou medo no espectador.
Terror ou horror - Este género está intimamente ligado à ficção fantástica e à ficção
científica. O medo é a fonte dos filmes de terror. Alguns especulam ser um dos sentimentos
que mais faz as pessoas se sentirem, vivo e livre.
Tragédia - é uma forma de drama, que se caracteriza por sua seriedade e dignidade,
frequentemente envolvendo um conflito entre um personagem e algum poder de instância
maior, como a lei, os deuses, o destino ou a sociedade. Já o Drama, tem um tom menos
pesado que a tragédia, onde o cómico pode se misturar ao trágico.
Página
14
HISTÓRIA DO CINEMA EM CABO VERDE
O Eden Park de São Vicente, não foi o primeiro cinema em Cabo Verde. Segundo
testemunhas dessa época, as primeiras experiências de cinema (mudo) apareceram na cidade
da praia, por volta de 1909, junto do Mercado Municipal, onde é hoje o Banco de Cabo
Verde. Mais tarde, o espaço muda-se para onde é hoje o Ténis, ali era um terreno baldio, onde
se praticava o desporto, á noite dava lugar para um espaço cultural, cercado de “bidons”, as
pessoas levavam cadeiras e cobertores para assistirem a filmes projectados por Manuel
Joaquim. No espaço onde é hoje o nosso actual cinema, era outrora, um conjunto de casas
velhas que foram deitadas abaixo e construiu-se o Teatro Africano da Praia, as suas salas
eram comparadas a grandes salas de Teatro em Portugal.
Mais tarde, essas casas são demolidas, pela secretaria de brigadas de estradas, e
construído o actual cinema no local onde hoje funciona - era chamado cinema novo. Esta sala
já passava filmes sonoros mas tinha uma particularidade: a “geral” ficava para além do ecrã.
Assim quem estivesse nos lugares mais baratos via as imagens invertidas, como as vemos
num espelho, e tinha de ler as legendas também ao contrário. Este espaço era explorado por
Vítor de Melo, familiar de Tuta Melo de São Vicente.
Em São Vicente, o cinema apareceu em 1919, por Francisco Mascarenhas (pai) e seu
sócio A. Freitas e funcionava nas traseiras do imóvel onde é hoje a Casa Albino dos Santos.
Três anos mais tarde, em 1922, por iniciativa do empresário César Marques da Silva foi
inaugurado o cinema Eden Park. Tratava-se naturalmente de apresentar cinema mudo e assim
foi durante 14 anos.
No fim dos anos 40, Sr. Tuta Melo, no quintal da sua casa exibia filmes mudos de
“Bucha e Estica” e “Charlot”. Em 1954 resolve dar o passo seguinte e cria o seu próprio
cinema, o Parque Mira-Mar, mais conhecido por “cinema de Tuta”. A concorrência do
aparecimento da segunda casa foi estimulante e melhorou a qualidade do espectáculo.
Em 1959 a 1984 na ilha de S. Nicolau, na vila da Ribeira Brava, funcionou o cinema
Página
15
S. José, na rua do mesmo nome, da família Areal Alves.
Na ilha do Sal também funcionou nos Espargos um cinema destinado aos funcionários
do Aeroporto e em Santa Maria havia um outro em que cada espectador tinha de levar a sua
cadeira ou banco.
“Nos princípios dos anos cinquenta, a vida cultural em Cabo Verde, tanto em São
Vicente como na Praia e Sal, conhece um novo arranque por iniciativa de clubes desportivos e
culturais.”1 Em 1961 foi criado um cineclube na Praia, animado por Filinto Correia e Silva e
que por esta razão foi preso com um grupo de nacionalistas cabo-verdianos pelo facto de ser
um activista cinematográfico. Como se vê, querer fugir às malhas da Censura podia levar
mesmo um cinéfilo à célebre prisão de Tarrafal.
Depois da independência o PAIGC decidiu imprimir à programação dos cinemas uma
orientação de acordo com o Instituto Cabo-verdiano de Cinema que passou a seleccionar
previamente um conjunto de filmes que eram oferecidos aos cinemas de Cabo Verde para
escolha.
A partir de 1981 começou a funcionar um cinema de bairro na Achadinha. É uma sala
sem cobertura que passou a ser conhecida por “Sibéria” por causa do frio que os espectadores
tinham de suportar na época mais fresca.
1 Luís Silva, Cinema em Cabo Verde: contribuição para sua história
Página
16
PRIMEIRAS PRODUÇÕES CINEMATOGRÁFICAS
No início dos anos 50, surgem as primeiras longas-metragens totalmente rodadas em
Cabo Verde. O grande impulsionador foi Augusto Ferro, que conseguiu entusiasmar e reunir
diversos conterrâneos a iniciarem-se na arte de filmar. Henrique Pereira foi um desses
pioneiros, e à sua conta realizou dois filmes – “O Guarda Vingador” e “Segredo dum
Coração Culpado”. O primeiro, era um “western” rodado no “décor” natural da Ribeira de
Julião e em outras zonas de São Vicente onde as paisagens desertificadas lembravam bem as
do Faroeste americano. O segundo, era um drama que se apresentava já com uma certa
estrutura, filmado em 8 mm, a cores, e sonorizado. Igualmente, foi rodado dois filmes:
“Força da Cobiça”, de Chiquinho Djunga, uma paródia aos “western” envolvendo índios e
cowboys, e “Chang, Terror do Mindelo”. Face às dificuldades financeiras, ao controlo da
Censura e também à falta de mercado, esses filmes acabaram por desaparecer e não se sabe se
existem algumas cópias em Portugal. Depois da Independência de Cabo Verde, o PAIGC
conhecendo bem a relação que os cabo-verdianos mantinham com o cinema, criou-se o
Instituto Cabo-verdiano de Cinema e com ele produziu-se o filme “Os Flagelados do Vento
Leste”, do escritor Manuel Lopes, realizado por António Faria, um luso-angolano. Mais tarde,
foi rodado o primeiro filme de ficção nacional “Ilhéu de Contenda”, do escritor Teixeira de
Sousa, realizado por Leão Lopes. O “Testamento do Senhor Napumoceno”, de Germano
Almeida, também foi um filme recentemente realizado. Estas produções cinematográficas a
nível nacional revelam a incessante preocupação com a produção e divulgação da nossa
cultura.
Página
17
COMENTÁRIOS
Em relação á história do cinema em Cabo Verde, apercebemos que o cinema ajudou os
cabo-verdianos a enfrentarem o choque com as civilizações que foram encontrando na
aventura da emigração, permitiu que não sentissem estranhos em nenhum porto e facilitou-
lhes a integração nas sociedades de acolhimento e ainda garantiu-lhes que conservassem com
orgulho e cultivassem a sua identidade. O cinema contribuiu para criar sonhos e despertar
ambições saudáveis nos jovens daquela época, mesmo naqueles oriundos das classes mais
modestas, o que levou-os a trabalhar e a lutar até se realizarem como quadros e permitir a
ascensão social e cultural até ao topo em sociedades estrangeiras. Ainda contribuiu para a
consciência dos valores da democracia, liberdade e independência.
Ainda em relação a esta temática, podemos acrescentar que quanto á produção de
filmes, houve sempre uma tentativa de fazer algo, mas por falta de condições financeiras
nunca foi possível. As poucas produções existentes, ou dependem (eram) de iniciativas
privadas ou estrangeiras. Entretanto, é nula, a comparticipação, o incentivo de produções
cinematográficas e a consciencialização da importância do cinema como valor cultural por
parte do Estado.
Pretendeu-se realizar um festival de cinema, com objectivo de promover debates, de
criar uma cultura de sétima arte em Cabo Verde, mas estes encontros duraram até a 3ª edição,
não alcançando os resultados pretendidos, segundo Luís Silva, no seu texto “Cinema em Cabo
Verde: contribuição para sua história”, “Falta-nos, na verdade, os instrumentos necessários
ao estudo da sétima arte” que permita “uma profunda reflexão sobre a importância do
cinema nas sociedade de forma a propor a construção dum cinema cabo-verdiano virado para
o desenvolvimento dum cinema engajado com a realidade nacional, …”.
Quanto às salas de cinema, estas não conseguiram acompanhar o desenvolvimento
tecnológico, os novos meios de comunicação como: as antenas parabólicas, vídeo clubes,
internet e a televisão tomaram lugar das salas que outrora encontravam-se sempre cheias.
Estes meios permitiram termos acesso a filmes que dantes demoravam um mês para chegarem
Página
18
num tempo relativamente curto. Não obstante a esta concorrência, as salas de cinema não
readaptaram-se, na sua infra-estrutura de forma a tornarem-se atractiva, como alternativa,
serviram de aluguer a eventos religiosos, como o caso do Éden Park em São Vicente.
Cabo verde, sendo uma das colónias portuguesas, também não fugiu ao quesito
“censura” não só na imprensa, mas também no cinema. Segundo, Luís Silva “A Censura
instalada em Portugal como em Cabo Verde, cortava as passagens consideradas polémicas, o
que provocava muitas vezes gritos e assobios no cinema, fixava as idades para ver certos
filmes ou mesmo proibia a passagem de qualquer filme que evidentemente tivesse uma grande
aceitação do público devido aos problemas expostos.”
Hoje, vivemos numa democracia, onde há mais liberdade, mas não há salas de cinema!
BIBLIOGRAFIA
1º Encontros Internacionais do cinema de Cabo Verde
29 de Maio a 5 de Junho de 1999
2º Encontros Internacionais do cinema de Cabo Verde
21 a 28 de Outubro de 2000
3º Encontros Internacionais do cinema de Cabo verde
25 a 31 de Maio de 2002
Webliografia
 Textos de Luís Silva em www.islasdecaboverde.com.ar
Página
19
 O que é o cinema e história do cinema em www.Wikipédia.com
 Como se faz o cinema em www.mnemocine.art.br
 Géneros cinematográficos em http://forums.otserv.com.br/showthread.php?20653-
G%EAneros-de-Filmes
Entrevista
 Filinto Silva, ex-Director da TACV, entrevista em 31/05/11
Página
20
Página
21
Introdução
Página
22

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Historia do cinema

  • 1. História da Comunicação “História do cinema” 06-06-2011 Ciências da Comunicação 1º ano Dúnia Gonçalves, nº5532
  • 2. Página2 ÍNDICE História da Comunicação.......................................................................................................................................................1 “História do cinema”...............................................................................................Error!Bookmarknotdefined. INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................................3 HISTÓRIADO CINEMA........................................................................................................................................................4 O QUE É O CINEMA...............................................................................................................................................................4 PRODUÇÃO CINEMATOGRÁFICA ................................................................................................................................6 DIRECÇÃO..................................................................................................................................................................................7 PRODUÇÃO................................................................................................................................................................................8 FOTOGRAFIA............................................................................................................................................................................8 ARTE...............................................................................................................................................................................................9 SOM..................................................................................................................................................................................................9 MONTAGEM E FINALIZAÇÃO...................................................................................................................................10 OS GÉNEROS CINEMATOGRÁFICOS....................................................................................................................11 HISTÓRIADO CINEMAEM CABO VERDE..........................................................................................................14 PRIMEIRAS PRODUÇÕES CINEMATOGRÁFICAS ...........................................................................................16 COMENTÁRIOS.....................................................................................................................................................................17 BIBLIOGRAFIA......................................................................................................................................................................18
  • 3. Página3 INTRODUÇÃO O presente trabalho fala sobre o cinema. Escolhemos este tema porque apercebemos que o cinema contêm narrativas e/ou argumentos que são retratados na tela, (por exemplo: a comédia, a tragédia, o drama) que são exemplos de géneros da literatura, que combinados com as imagens, o som e efeitos produzem uma realidade. Vendo por esta perspectiva, tanto o cinema como o jornalismo, ambos têm algo em comum, serem “subgéneros da literatura”, e ambos constituem os mass media. Ao ligarmos o conceito “comunicar, comunicação” pensamos que o cinema é uma forma de comunicar, de transmitir. Ao abordarmos este tema, quisemos fazer uma investigação sobre a história do cinema em Cabo Verde, pensamos que muitas pessoas desconhecem-na, para tal, fomos conhecer como surgiram as primeiras salas de cinema, quem foram os impulsionadores e quais são as primeiras produções cinematográficas, mas falar do cinema em cabo verde, sem antes conhecer a história do cinema no mundo não faria sentido, uma vez que, ela teve a sua origem na França até espalhar-se pelas diversas paragens do mundo, então, primeiro faremos uma viagem pela história do cinema no mundo para podermos perceber a sua origem, como é que se faz, quais foram as primeiras produções cinematográficas, e é desta forma que está estruturada o nosso trabalho. Esperamos que ela proporcione uma leitura aprazível, tentamos ser sintéticos, uma vez que o cinema tem uma temática complexa e abrangente.
  • 4. Página4 HISTÓRIA DO CINEMA O QUE É O CINEMA Sobre o cinema podemos dizer muitas coisas: que é técnica, indústria, arte, espectáculo, divertimento, cultura. Depende do ponto de vista do qual o consideramos. Além de sua função de entretenimento, o cinema pode funcionar como uma escola de formação, de educação transmitindo-nos valores, ou seja, o cinema contribui para criar sonhos e ambições. Etimologicamente, Cinema deriva do grego: κίνημα - kinema que significa "movimento". Cinema é a técnica de projectar fotogramas (quadros) de forma rápida e sucessiva para criar a impressão de movimento bem como a arte de se produzir obras estéticas, narrativas ou não, com esta técnica. O cinema nasceu de várias inovações que vão desde o domínio fotográfico até a síntese do movimento utilizando a persistência da visão com a invenção de jogos ópticos. Dentre os jogos ópticos inventados vale a pena destacar o thaumatrópio (inventado entre 1820 e 1825 por William Fitton), fenacistoscópio (inventado em 1829 por Joseph-Antoine Ferdinand Plateau), zootropo (em 1834 por Will George Horner) e praxinoscópio (em 1877 por Emily Reynaud). Em 1888, Emily Reynaud melhorou sua invenção e começou projectar imagens no Musée Grévin durante 10 anos. Em 1876, Edward, James e Muybridge fez uma experiência: primeiro colocou 12 e depois 24 câmaras fotográficas ao longo de um hipódromo e tirou várias fotos da passagem de um cavalo. Ele obteve assim a decomposição do movimento em várias fotografias e através de um zoopraxinoscópio pôde recompor o movimento. Em 1882, Étienne-Jules Marley melhorou o aparelho de Muybridge. Em 1888, Louis Aimée Augustin Le Prince filmou uma cena de cerca de 2 segundos mas a fragilidade do papel utilizado fez com que a projecção ficasse
  • 5. Página5 inadequada. Will, Kennedy, Laurent e Dickson, chefe engenheiro da Edison Laboratories, inventou uma tira de celulóide contendo uma sequência de imagens que seria a base para fotografia e projecção de imagens em movimento. Em 1891, Thomas Edison inventou o cinetógrafo e posteriormente o cinetoscópio. O último era uma caixa movida a electricidade que continha a película inventada por Dickson mas com funções limitadas. O cinetoscópio não projectava o filme. A EVOLUÇÃO DO CINEMA O cinema surge no final do século XIX, graças à invenção do cinematógrafo, pelos Irmãos Lumière. Os filmes "A saída dos operários da Fábrica Lumière" e "A chegada do trem à Estação Ciotat", realizado em Dezembro de 1895, no subterrâneo do Grand Café, Paris, foram as primeiras experiências cinematográficas. As películas tinham a duração de 40 a 50 segundos cada, já que os rolos tinham quinze metros de comprimento. Apesar de também existirem registos de projecções um pouco anteriores a outros inventores (como os irmãos Max e Emil Skladanowsky na Alemanha), a sessão dos Lumiére é aceita pela maciça maioria da literatura cinematográfica como o marco inicial da nova arte. O cinema expandiu-se rapidamente, primeiramente pela França, Estados Unidos e Europa e depois pelo restante do mundo ocidental. No ano de 1903, com o primeiro filme de faroeste “O grande roubo do trem” tem início a indústria do cinema, que não parou mais de crescer e teve seu ápice em Hollywood, considerada a meca do cinema, onde estão concentradas as maiores produtoras de cinema do mundo. Nesse período desde sua criação aos dias de hoje o cinema evoluiu muito, a sétima arte foi muda, ganhou som e cor, inovou
  • 6. Página6 em tecnologia e efeitos especiais que revolucionaram a criação cinematográfica do mundo, sem no entanto perder seu encanto, sua capacidade de comunicar, informar, fazer rir, chorar, emocionar e fazer as pessoas sonharem com bons filmes. Com certeza o cinema merece o título de sétima arte, e alguns filmes como “E tudo o vento levou” chegaram a levar cerca de 120 milhões de pessoas aos cinemas do mundo inteiro, se emocionando com a linda história de amor vivida por Vivian Leigh e Clark Gable. PRODUÇÃO CINEMATOGRÁFICA Produção cinematográfica é o processo de fazer um filme, de uma ideia inicial de história ou escrita do roteiro, filmagem, edição e finalmente distribuição para um público. Tipicamente isso envolve um grande número de pessoas e o processo pode demorar de meses a anos para ser completado. Uma produção cinematográfica pode ocorrer em qualquer lugar do mundo, com grandes diferenças de contexto económico, social e político, usando uma variedade de tecnologias e técnicas. Produção de cinema requer muito planeamento e organização. Deve-se fazer um roteiro de tudo o que será necessário no set, desde alimentação até os equipamentos de iluminação e maquinaria. Entre os processos necessários para criação de um filme estão: criação do roteiro, storyboards com desenhos de todas as cenas para facilitar na preparação do set, planeamento, equipe técnica, elenco, preparação do set, cenários, captação das imagens internas e externas, filmagem, trilha sonora, edição, pós-produção, promoção e distribuição, além de muitos outros.
  • 7. Página7 Uma produção cinematográfica, pressupõe uma vasta equipa, cada um desempenhando a sua função de acordo com o carácter da produção. Entretanto, há certas funções que são básicas, e que sem a qual não se faz o cinema, pois são de necessidade primordial. São elas:  Direcção  Produção  Fotografia  Arte  Som  Montagem e Finalização DIRECÇÃO O Director é responsável pelo projecto. Ele deve conhecer perfeitamente todos os detalhes do roteiro, estudá-lo num storyboard, e ter previamente uma imagem feita de cada plano, que no conjunto dará significado à sua obra. Além do mais, deve conhecer detalhadamente cada função técnica do cinema, e saber o que pode extrair de cada uma com o orçamento que tem. Deve ter uma cultura literária, musical e dramática elevada, ou pelo menos condizente com o resultado que quer obter do cinema, pois tudo servirá como referência em sua criação. Deve ainda possuir conhecimento de técnicas de fotografia pois saberá com mais precisão o que quer do fotógrafo. O trabalho do director é árduo, pois dele, todos da equipe esperam segurança, tanto na escolha dos planos como na condução da filmagem tecnicamente falando. O director costuma ter 2 assistentes: O primeiro assistente é seu braço direito, que conhece o roteiro tão bem (ou até melhor) que é capaz de dizer sem pestanejar qual plano será rodado em seguida, bem como quais são os atores, e qual a intenção dramática daquele plano. O segundo assistente é conhecido como “continuista”, ou seja, é responsável para que cada plano tenha as mesmas características de cenário, figurino, objectos de cena, maquilhagem e iluminação. Outra função da equipe de direcção é o casting, ou escolha do elenco.
  • 8. Página8 PRODUÇÃO A produção do cinema é constituída pelo Produtor Executivo e o Director de Produção. O Produtor executivo é o administrador da verba disponível, e que sabe exactamente todos os custos do filme. O Director de Produção é o que gerência as necessidades práticas de um filme, ou seja, é ele quem gere os equipamentos, os laboratórios, os atores e a equipe técnica, procurando sempre a melhor opção para o resultado que o director espera, é ainda responsável pela alimentação, cadeiras e conforto para a equipe e atores. É tarefa dele também junto com o director é organizar o cronograma de filmagem e zelar para que ele seja cumprido. A equipe de produção em geral tem muitos assistentes, eles servem como elo de ligação entre todos os elementos de produção, não têm uma função específica, mas a sua ajuda é também muito importante. Para se ter uma ideia, os assistentes procuram objectos de cena específicos; comprar a tinta que acabou num momento crucial; comprar uma lâmpada que queimou (para a equipe de foto) ou trazer e levar o actor convidado (para a equipe de direcção). FOTOGRAFIA O Director de Fotografia é o responsável pela imagem de um filme. Em inglês, apesar de existir o termo ‘Director of Photography’, há uma tendência moderna em chamá-lo ‘Cinematographer’, pois a imagem captada por ele é a própria imagem do cinema. Como todo o filme é uma projecção de imagens fotográficas, sua participação confunde-se com o próprio ato de fazer cinema, e daí o uso dessas expressões. O director de fotografia participa nas reuniões de pré e pós produção. O Director da fotografia é o responsável por todo o design da luz do filme, ou seja, ele concebe as características estéticas dos tipos de iluminação para cada plano, bem como eventuais efeitos de filtragem na luz, ou seja, contraste da luz.
  • 9. Página9 O director de fotografia trabalha sempre com uma equipe personalizada: dois assistentes de câmara, um assistente de iluminação, electricista e maquinista (este número pode variar de acordo com o tamanho e a verba da produção), pois a harmonia entre seus membros é fundamental para que a filmagem seja rápida e eficiente. ARTE A equipe de Arte costuma ser maior que as demais. Isso porque existe muitas funções adjuntas, que trabalham paralelas e que se denominam genericamente a Arte de um filme. Mas, em linhas gerais, elas são constituídas principalmente pela cenografia (cenários em estúdio), adereços (objectos de cena), pelo figurino (roupas e acessórios que os atores vão utilizar) e pela maquilhagem. Existem técnicos especializados em cada uma destas funções, e que numa produção, estão subordinados a uma concepção estética geral que é administrada pelo Director de Arte, que desenvolve uma linha estética a partir das ideias do Director do filme. O figurino é uma outra instância bastante específica, e uma das funções mais importantes da direcção de arte. O figurino de um personagem é um índice que resume com propriedade o carácter, o estilo, o histórico de vida, bem como o hábito e os costumes do personagem. Assim, é de suma importância que o figurino seja bem orientado. SOM O som constitui a última etapa do filme. Inclui a produção e/ou gravação de trilha sonora, inclusão de ruídos específicos. Considerando uma produção com som directo, normalmente a equipe de som é a mais sintética, necessitando de apenas duas pessoas: o técnico e o microfonista. O primeiro é o que seria equivalente ao ‘Director de Som’, que escolhe os melhores tipos de microfones para cada situação, a melhor maneira de gravar, sabe que ambientes precisam de tratamento acústico, ouve reverberações incómodas e procura saná-las, conhece os melhores equipamentos e sabe designar qual é o mais apropriado para cada produção. O segundo é o seu assistente, e que normalmente tem a função de segurar uma comprida vara chamada ‘boom’, em que se coloca um microfone na ponta para acompanhar
  • 10. Página 10 os atores em seus movimentos. É preciso tomar cuidado para não deixar o boom entrar em quadro, ou seja, aparecer na tela. MONTAGEM E FINALIZAÇÃO A montagem e finalização, é onde se ordena os planos filmados de tal maneira que formem um contínuo de acções que geram sentido de acordo com o roteiro. Neste quesito, seu trabalho não é apenas colocar em ordem, mas também imprimir ritmo e harmonia nos cortes de cada plano, de tal maneira que as mudanças de um plano para outro fiquem tão naturais que passem despercebidas. O montador pode trabalhar sozinho ou com um assistente, se for um filme longo ou com muitos cortes. Já a finalização, a última etapa da produção de um filme, trabalha-se as possibilidades de ajustes e modificações na imagem final.
  • 11. Página 11 OS GÉNEROS CINEMATOGRÁFICOS O género do filme é o tema geral de um filme que serve para a classificação. No cinema podemos distinguir vários géneros cinematográficos: Um filme de acção ou acção - é um género de filme que geralmente envolve uma história de protagonistas do bem contra antagonistas do mal, que resolvem suas disputas com o uso de força física. Os filmes de acção têm como histórias o crime, os westerns e a guerra entre outros. A maioria dos filmes de ficção científica e policiais também são filmes de acção. Animação - O filme de aventura é um género cinematográfico que reflecte um mundo heróico de combates e aventuras. Foi inventado na Itália, como meio de exaltação de seu passado histórico e, posteriormente, foi usada pela Rússia, para exaltar a Revolução Russa. A comédia - é o uso de humor nas artes cénicas. Também pode significar um espectáculo que recorre intensivamente ao humor. De forma geral, "comédia" é o que é engraçado, que faz rir. Documentário - é um género cinematográfico que se caracteriza pelo compromisso com a exploração da realidade. Mas dessa afirmação não se deve deduzir que ele represente a realidade - tal como ela é -. O documentário, assim como o cinema de ficção, é uma representação parcial e subjectiva da realidade. Fantasia - é um género de arte que usa a magia e outras formas sobrenaturais como o elemento principal/primário de uma história, Este género é geralmente distinguido de Ficção Científica e horror pelo aspecto geral, atmosfera e pelos temas de cada autor individual, embora haja uma grande sobreposição entre os três (conhecidos no seu conjunto por Ficção especulativa). De modo geral, o termo fantasia cobre trabalhos de escritores, artistas e músicos, desde mitos e lendas até obras mais recentes, conhecidas por uma vasta audiência. Western - também popularizado sob os termos "filmes de cowboys" ou "filmes de faroeste", compõe um género clássico do cinema norte-americano. O termo inglês western
  • 12. Página 12 significa "ocidental" e refere-se à fronteira do Oeste norte-americano durante a colonização. Os westerns podem ser quaisquer formas de arte que representem, de forma romanceada, acontecimentos desta época e região. Ficção científica - é uma forma de ficção desenvolvida no século XIX, que lida principalmente com o impacto da ciência, tanto verdadeira como imaginada, sobre a sociedade ou os indivíduos. O termo é usado, de forma mais geral, para definir qualquer fantasia literária que inclua o factor ciência como componente essencial, e num sentido ainda mais geral, para referenciar qualquer tipo de fantasia literária. Musical - é um género de filme, no qual a narrativa se apoia sobre uma sequência de músicas coreografadas, utilizando música, canções e coreografia como forma de narrativa, predominante ou exclusivamente. Pornográfico - é representação, por quaisquer meios, de cenas ou objectos obscenos destinados a serem apresentados a um público e também expor práticas sexuais diversas, com o fim de instigar a libido do observador. Quase sempre a pornografia assume carácter de actividade comercial, seja para os próprios modelos, seja para os empresários do sector. Erótico - é um tipo de género semelhante ao pornográfico, a única diferença que os distingue e faz com que sejam denominados de maneira diferente é o fato de no cinema erótico haver uma história mais bem constituída, ou seja, não ser apenas, como no caso do cinema pornográfico, um pretexto para começar o que realmente o filme quer divulgar. Além disto, no cinema erótico é tal como o pornô, o culto ao corpo e ao sexo, mas de uma forma mais “suave”, onde apenas se induz as situações que o espectador pode deduzir, ou seja, induz as pessoas a pensarem em sexo, mas sem mostrar pessoas completamente nuas ou a efectuarem o ato. Romances - podem ser definidos como aqueles cujo enredo se desenvolve em torno do envolvimento amoroso entre os protagonistas. Um dos pré-requisitos do género é de que o filme tenha um "final feliz"; contudo, alguns filmes com final triste também podem ser considerados filmes do género romântico.
  • 13. Página 13 Suspense - é como é chamado um momento no qual predomina um sentimento de apreensão. Também é o recurso de narrativa (em ficção, não-ficção ou outro texto qualquer) que busca provocar esse sentimento no leitor ou espectador. Por extensão, em Literatura e Cinema, o termo suspense passou a designar um género de livros e filmes que têm como característica o uso sistemático deste recurso para a criação de cenas que têm por objectivo pregar sustos ou medo no espectador. Terror ou horror - Este género está intimamente ligado à ficção fantástica e à ficção científica. O medo é a fonte dos filmes de terror. Alguns especulam ser um dos sentimentos que mais faz as pessoas se sentirem, vivo e livre. Tragédia - é uma forma de drama, que se caracteriza por sua seriedade e dignidade, frequentemente envolvendo um conflito entre um personagem e algum poder de instância maior, como a lei, os deuses, o destino ou a sociedade. Já o Drama, tem um tom menos pesado que a tragédia, onde o cómico pode se misturar ao trágico.
  • 14. Página 14 HISTÓRIA DO CINEMA EM CABO VERDE O Eden Park de São Vicente, não foi o primeiro cinema em Cabo Verde. Segundo testemunhas dessa época, as primeiras experiências de cinema (mudo) apareceram na cidade da praia, por volta de 1909, junto do Mercado Municipal, onde é hoje o Banco de Cabo Verde. Mais tarde, o espaço muda-se para onde é hoje o Ténis, ali era um terreno baldio, onde se praticava o desporto, á noite dava lugar para um espaço cultural, cercado de “bidons”, as pessoas levavam cadeiras e cobertores para assistirem a filmes projectados por Manuel Joaquim. No espaço onde é hoje o nosso actual cinema, era outrora, um conjunto de casas velhas que foram deitadas abaixo e construiu-se o Teatro Africano da Praia, as suas salas eram comparadas a grandes salas de Teatro em Portugal. Mais tarde, essas casas são demolidas, pela secretaria de brigadas de estradas, e construído o actual cinema no local onde hoje funciona - era chamado cinema novo. Esta sala já passava filmes sonoros mas tinha uma particularidade: a “geral” ficava para além do ecrã. Assim quem estivesse nos lugares mais baratos via as imagens invertidas, como as vemos num espelho, e tinha de ler as legendas também ao contrário. Este espaço era explorado por Vítor de Melo, familiar de Tuta Melo de São Vicente. Em São Vicente, o cinema apareceu em 1919, por Francisco Mascarenhas (pai) e seu sócio A. Freitas e funcionava nas traseiras do imóvel onde é hoje a Casa Albino dos Santos. Três anos mais tarde, em 1922, por iniciativa do empresário César Marques da Silva foi inaugurado o cinema Eden Park. Tratava-se naturalmente de apresentar cinema mudo e assim foi durante 14 anos. No fim dos anos 40, Sr. Tuta Melo, no quintal da sua casa exibia filmes mudos de “Bucha e Estica” e “Charlot”. Em 1954 resolve dar o passo seguinte e cria o seu próprio cinema, o Parque Mira-Mar, mais conhecido por “cinema de Tuta”. A concorrência do aparecimento da segunda casa foi estimulante e melhorou a qualidade do espectáculo. Em 1959 a 1984 na ilha de S. Nicolau, na vila da Ribeira Brava, funcionou o cinema
  • 15. Página 15 S. José, na rua do mesmo nome, da família Areal Alves. Na ilha do Sal também funcionou nos Espargos um cinema destinado aos funcionários do Aeroporto e em Santa Maria havia um outro em que cada espectador tinha de levar a sua cadeira ou banco. “Nos princípios dos anos cinquenta, a vida cultural em Cabo Verde, tanto em São Vicente como na Praia e Sal, conhece um novo arranque por iniciativa de clubes desportivos e culturais.”1 Em 1961 foi criado um cineclube na Praia, animado por Filinto Correia e Silva e que por esta razão foi preso com um grupo de nacionalistas cabo-verdianos pelo facto de ser um activista cinematográfico. Como se vê, querer fugir às malhas da Censura podia levar mesmo um cinéfilo à célebre prisão de Tarrafal. Depois da independência o PAIGC decidiu imprimir à programação dos cinemas uma orientação de acordo com o Instituto Cabo-verdiano de Cinema que passou a seleccionar previamente um conjunto de filmes que eram oferecidos aos cinemas de Cabo Verde para escolha. A partir de 1981 começou a funcionar um cinema de bairro na Achadinha. É uma sala sem cobertura que passou a ser conhecida por “Sibéria” por causa do frio que os espectadores tinham de suportar na época mais fresca. 1 Luís Silva, Cinema em Cabo Verde: contribuição para sua história
  • 16. Página 16 PRIMEIRAS PRODUÇÕES CINEMATOGRÁFICAS No início dos anos 50, surgem as primeiras longas-metragens totalmente rodadas em Cabo Verde. O grande impulsionador foi Augusto Ferro, que conseguiu entusiasmar e reunir diversos conterrâneos a iniciarem-se na arte de filmar. Henrique Pereira foi um desses pioneiros, e à sua conta realizou dois filmes – “O Guarda Vingador” e “Segredo dum Coração Culpado”. O primeiro, era um “western” rodado no “décor” natural da Ribeira de Julião e em outras zonas de São Vicente onde as paisagens desertificadas lembravam bem as do Faroeste americano. O segundo, era um drama que se apresentava já com uma certa estrutura, filmado em 8 mm, a cores, e sonorizado. Igualmente, foi rodado dois filmes: “Força da Cobiça”, de Chiquinho Djunga, uma paródia aos “western” envolvendo índios e cowboys, e “Chang, Terror do Mindelo”. Face às dificuldades financeiras, ao controlo da Censura e também à falta de mercado, esses filmes acabaram por desaparecer e não se sabe se existem algumas cópias em Portugal. Depois da Independência de Cabo Verde, o PAIGC conhecendo bem a relação que os cabo-verdianos mantinham com o cinema, criou-se o Instituto Cabo-verdiano de Cinema e com ele produziu-se o filme “Os Flagelados do Vento Leste”, do escritor Manuel Lopes, realizado por António Faria, um luso-angolano. Mais tarde, foi rodado o primeiro filme de ficção nacional “Ilhéu de Contenda”, do escritor Teixeira de Sousa, realizado por Leão Lopes. O “Testamento do Senhor Napumoceno”, de Germano Almeida, também foi um filme recentemente realizado. Estas produções cinematográficas a nível nacional revelam a incessante preocupação com a produção e divulgação da nossa cultura.
  • 17. Página 17 COMENTÁRIOS Em relação á história do cinema em Cabo Verde, apercebemos que o cinema ajudou os cabo-verdianos a enfrentarem o choque com as civilizações que foram encontrando na aventura da emigração, permitiu que não sentissem estranhos em nenhum porto e facilitou- lhes a integração nas sociedades de acolhimento e ainda garantiu-lhes que conservassem com orgulho e cultivassem a sua identidade. O cinema contribuiu para criar sonhos e despertar ambições saudáveis nos jovens daquela época, mesmo naqueles oriundos das classes mais modestas, o que levou-os a trabalhar e a lutar até se realizarem como quadros e permitir a ascensão social e cultural até ao topo em sociedades estrangeiras. Ainda contribuiu para a consciência dos valores da democracia, liberdade e independência. Ainda em relação a esta temática, podemos acrescentar que quanto á produção de filmes, houve sempre uma tentativa de fazer algo, mas por falta de condições financeiras nunca foi possível. As poucas produções existentes, ou dependem (eram) de iniciativas privadas ou estrangeiras. Entretanto, é nula, a comparticipação, o incentivo de produções cinematográficas e a consciencialização da importância do cinema como valor cultural por parte do Estado. Pretendeu-se realizar um festival de cinema, com objectivo de promover debates, de criar uma cultura de sétima arte em Cabo Verde, mas estes encontros duraram até a 3ª edição, não alcançando os resultados pretendidos, segundo Luís Silva, no seu texto “Cinema em Cabo Verde: contribuição para sua história”, “Falta-nos, na verdade, os instrumentos necessários ao estudo da sétima arte” que permita “uma profunda reflexão sobre a importância do cinema nas sociedade de forma a propor a construção dum cinema cabo-verdiano virado para o desenvolvimento dum cinema engajado com a realidade nacional, …”. Quanto às salas de cinema, estas não conseguiram acompanhar o desenvolvimento tecnológico, os novos meios de comunicação como: as antenas parabólicas, vídeo clubes, internet e a televisão tomaram lugar das salas que outrora encontravam-se sempre cheias. Estes meios permitiram termos acesso a filmes que dantes demoravam um mês para chegarem
  • 18. Página 18 num tempo relativamente curto. Não obstante a esta concorrência, as salas de cinema não readaptaram-se, na sua infra-estrutura de forma a tornarem-se atractiva, como alternativa, serviram de aluguer a eventos religiosos, como o caso do Éden Park em São Vicente. Cabo verde, sendo uma das colónias portuguesas, também não fugiu ao quesito “censura” não só na imprensa, mas também no cinema. Segundo, Luís Silva “A Censura instalada em Portugal como em Cabo Verde, cortava as passagens consideradas polémicas, o que provocava muitas vezes gritos e assobios no cinema, fixava as idades para ver certos filmes ou mesmo proibia a passagem de qualquer filme que evidentemente tivesse uma grande aceitação do público devido aos problemas expostos.” Hoje, vivemos numa democracia, onde há mais liberdade, mas não há salas de cinema! BIBLIOGRAFIA 1º Encontros Internacionais do cinema de Cabo Verde 29 de Maio a 5 de Junho de 1999 2º Encontros Internacionais do cinema de Cabo Verde 21 a 28 de Outubro de 2000 3º Encontros Internacionais do cinema de Cabo verde 25 a 31 de Maio de 2002 Webliografia  Textos de Luís Silva em www.islasdecaboverde.com.ar
  • 19. Página 19  O que é o cinema e história do cinema em www.Wikipédia.com  Como se faz o cinema em www.mnemocine.art.br  Géneros cinematográficos em http://forums.otserv.com.br/showthread.php?20653- G%EAneros-de-Filmes Entrevista  Filinto Silva, ex-Director da TACV, entrevista em 31/05/11