O documento descreve o bandeirantismo e a descoberta do ouro no Brasil colonial. Detalha as atividades dos bandeirantes de apresamento de índios, contrato e prospecção de metais preciosos. Também discute as consequências socioeconômicas da descoberta de ouro, como a urbanização, tributação real e deslocamento do centro político para regiões mineradoras.
2. A vila de São Vicente
• Conhecida como Portos dos
Escravos, típica do processo de colonização
acidental , teve como principal atividade o
Bandeirantismo- ou sertanismo- em suas
diversas formas (apresamento, contrato e
prospecção).
• Embora fossem relativamente bem
sucedidas as empresas de cana-de-açúcar
nesta região, nunca conseguiram superar a
produção nordestina devido a três fatores
geográficos: o solo , o limite para expansão
imposto pela Serra do Mar e a maior
distância com relação a Metrópole.
• A invasão holandesa nas possessões
portuguesas na África foi um importante
estímulo para a ação dos bandeirantes, por
conta da escassez de escravos africanos
que chegavam ao Brasil, buscava-se
escravizar os índios como alternativa.
• Serviu também de núcleo colonizador do
que hoje é o centro-oeste brasileiro.
3. O bandeirantismo de apresamento (ou
de “caça” aos índios).
Os Bandeirantes: heróis ou Nada disso, integrantes de uma sociedade
vilões? marcada por suas contradições, pois:
• Era um “Exército” organizado por
brancos mas compostos - em sua
maioria - por índios que tinham o
objetivo de caçar outros índios para
transformá-los em escravos.
• Aumentava sua importância nas
diversas vezes que o fornecimento de
mão de obra africana sofria algum
revés. Este tipo de bandeirantismo
teve seu auge no período de 1619-
1641.
• Estes bandeirantes sofreram forte
oposição dos Jesuítas, embora fossem
apoiados por outras Irmandades
Religiosas , interessadas na mão-de-
obra indígena.
4.
5. • No início , os bandeirantes vicentinos
(de São Vicente) buscavam se defender • O papel do índio no
dos ataques indígenas e, ao final da bandeirantismo :
guerra, faziam-nos escravos, este tipo
de bandeirantismo é conhecido como
• Conhecimento territorial
defensivo. Com o passar do tempo este (acidentes
bandeirantismo deu lugar ao geográficos, alimentação, ág
bandeirantismo ofensivo que ua, rastros de animais e de
significava a ida destas tropas ao que
chamavam de sertão (oriundo da tribos).
expressão desertão) e todas essas • Hábitos alimentares da
ações tinham como princípio a ideia da
guerra justa.
floresta.
• Na sociedade Vicentina havia um papel • Remédios (“o que arde
mais ativo das mulheres do que na cura”)
sociedade nordestina. Elas eram
responsáveis pela organização e gestão • Eram, portanto, verdadeiros
dos bens dos bandeirantes quando mestres na difícil tarefa de
estes partiam em bandeiras ou sobrevivência na floresta.
entradas.
6. O curupira
A imagem folclórica do curupira tem origem no hábito de algumas
tribos Indígenas utilizarem as sandálias ao contrário, com o
objetivo de despistar os bandeirantes. A ele era atribuído a missão
de proteger às matas e às caças.
7. O sertanismo de Contrato
• Os bandeirantes, muitas das
vezes, também eram • Figura retratando uma
contratados para missão bandeirante.
eliminarem focos de tensão
no interior da sociedade
colonial. Não foram raras as
vezes que os bandeirantes
combateram revoltas ou
rebeliões. Cabe lembrar que
o Quilombo dos Palmares
(revolta dos escravos) foi
eliminado pela ação de
Domingos Jorge velho, um
bandeirante.
8. O bandeirantismo prospector
• Eram as bandeiras destinadas à • Fatores que contribuíram para a descoberta de
Ouro no Brasil:
procura de metais preciosos. 1. Ação bandeirante.
Muitas dessas bandeiras 2. Incentivo da Coroa Portuguesa.
receberam apoio oficial e, 3. Crise do açúcar
quando isto acontecia, eram 4. Crise do bandeirantismo de apresamento
denominadas Entradas. Desde devido à resistência jesuítica e a normatização
do comércio de escravos negros
cedo, a Coroa Portuguesa se
preocupou com o recolhimento
pesado de impostos no caso do
descoberta de metais preciosos. É
de 1603 o primeiro conjunto de
leis (o Regimento das Minas)
destinadas a taxar os achados de
ouro e de meados do século a
fundação de uma Casa da Moeda
em São Paulo. Os primeiros
registros de ouro são de 1695.
9. A sociedade do Ouro
Deslocamento do
centro político.
Fluxos migratórios
para a região do ouro.
10. Outras consequências da descoberta
do Ouro
• Intensa urbanização. • Graças à mineração começa
• Fôlego à setores a haver uma maior
parasitários da sociedade articulação do mercado
portuguesa (nobreza e interno, com a produção de
Coroa). alimentos e outras
• Acumulação Primitiva de mercadorias necessárias a
Capital na Inglaterra mineração voltadas para a
(Revolução Industrial). região mineradora.
Destaque especial para a
• Efeito negativo na economia importância que assumem
açucareira. na sociedade colonial os
• Inflação e crises de fome. traficantes de escravos
sediados no Rio de Janeiro.
11. A opressão colonial - Os impostos e
tributos.
• A Coroa passa a interferir • As formas de cobrança
e a regulamentar com sobre o ouro:
maior intensidade a vida 1. Sistema de Fintas.
nas regiões 2. Sistema de Capitação
mineradoras, não só
controlando a 3. O quinto e as Casas de
entrada, mas Fundição ou o “quinto
selecionando quem tinha dos infernos”.
direito às Minas
e, principalmente, através
dos TRIBUTOS (ou
impostos).
12. A subversão da opressão
• O contrabando:
. O santo do “paoco” e as acusações à Igreja.
. Os engolidores de pepitas.
. As casas de fundições fraudulentas.
. O contrabando do ouro em pó.
. Etc.
13. O distrito Diamantino
• A descoberta de diamantes – 1730.
• O Regimento Diamantino
• A intendência dos Diamantes. Monopólio
Régio.
• A rigidez da lei diamantina: completamente
controlada pela Coroa Portuguesa este distrito
contrastava com outras regiões da
Colônia, marcadas pelo relativa frouxidão do
controle real.
14. A vida e a cultura na sociedade
mineradora
• Pirâmide social: sociedade • Incremento da classe
açucareira vs. sociedade
mineradora média:
• Advogados;
• Artesãos;
• Comerciantes;
• Médicos.
16. Riqueza e Pobreza na sociedade
mineradora
• Produção de volumosa riqueza, mas a • Enquanto isso, a maioria da população
apropriação desta foi elitista, de uma mineira vivia em profunda pobreza.
minoria.. • Havia uma maior possibilidade de
enriquecimento na sociedade mineradora do
que na sociedade açucareira. Isto, contudo, é
a exceção e não a regra.
• Os escravos viviam de 7 a 12 anos na região
mineradora, era comum doenças como
disenteria, malária e mortes por acidentes.
• Mesmo o grande número de alforrias da
região se explica pela incapacidade dos
produtores de manterem seus escravos
quando a mineração entra em
crise, desmistificando a ideia de que a
sociedade mineradora era mais democrática.
Segundo a historiadora Laura de Mello Souza
pensar em democracia na mineração “só
admitindo que um maior número de pessoas
dividia a pobreza.”