1. 1) Caracterize os três princípios da cibercultura segundo Lemos e Levy
1-R Liberação da palavra – A liberação da emissão e produção, além da distribuição
livre através de recursos de multidimídia, textos, imagens, etc. O receptor passa a
produzir também e o emissor recebe, ou seja, existe a troca de informações. A audiência
ganha voz.
Conectividade – A conexão generalizada e planetária. Pessoas se interligam de
diversos lugares do mundo através da internet independente das diferenças
socioculturais e distâncias geográficas. Mas não é só isso, é produzir, emitir e construir
conteúdos de maneira livre, interligar os sistemas operacionais, pessoas, empresas,
contribuindo para o crescimento do consumo informacional, com a circulação da
informação através de processos livres. As redes sociais, as plataformas wikis e os
softwares livres cumprem bem estes papél na cibercultura, criando vínculos sociais
locais, comunitários e planetários. Criando uma conexão generalizada de informações.
Reconfiguração – Novas formas de produção. As novas formas de produção
reconfiguraram-se, além da emissão livre e da conexão, há novas práticas e instituições
na cultura da sociedade contemporânea. Os antigos modelos produtivos e econômicos
da indústria, apesar de permanecerem, cederam espaço às novas indústrias culturais, no
tocante à autoria e reprodução. O surgimento dos sistemas de código aberto, a licença
aberta (copyleft), como a creative commons, com a permissão de edição, cópia e
distribuição de cópias de forma legal. Os blogs que começaram como sendo apenas
diários online, hoje invadem o mundo corporativo, inclusive nos veículos de
comunicação, onde jornalistas já possuem o seu blog dentro do site do jornal online. As
emissoras de rádio e de tevê atualmente disponibilizam programas, entrevistas, e
reportagens em portais e o ouvinte ou o espectador, podem ver e/ ou ouvir o programa
que perdeu ou que gostaria de ver ou ouvir novamente, além de chats com
apresentadores e convidados e imagens dos bastidores. Ou seja, uma reconfiguração
comunicacional dentro e fora do ciberespaço.
3) O que é “jornalismo cidadão” e quais suas possibilidades na blogosfera?
3-R: : O jornalismo cidadão é a participação do leitor/ usuário como produtor/
emissor de informação principalmente em veículos noticiosos. Participando de parte ou
de todo o processo de produção. Com o avanço tecnológico, a redução dos custos, a
popularização e disseminarão dos dispositivos tais como: Câmeras digitais, telefones
celulares, computadores pessoais e computadores portáteis, Ipod, entre outros, foram
criadas novas formas de produção. Toda esta transformação nas formas de recepção e
emissão abriu portas para a democratização da informação e a pluralização das vozes.
Estas características que são próprias da segunda geração da internet, fizeram com que
surgisse de maneira mais forte e organizada um formato jornalismo cidadão, também
chamado de colaborativo ou participativo. O que há algumas décadas era caracterizado
somente por uma forma estática e filtrada de participação do leitor ou usuário no caso
da internet, através de canais próprios para eles, como sessão de cartas, hoje se
apresenta como um tipo de conteúdo noticioso produzido pelo leitor. O crescimento da
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - UERJ
CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
Prof. Marcos Silva
Disciplina: Educação e Cibercultura
Aluna: Ana Braga – Comunicação Social
2. participação do receptor na produção da informação cresceu e o espaço do amador no
jornalismo foi aumentando, sobretudo com a criação dos blogs. No início, as pessoas
apenas utilizavam como diários que, aliás, era a proposta. Os blogs eram utilizados para
publicação de intimidades que não necessariamente influenciariam ou teriam a ver com
a esfera pública. Mais tarde, os “blogueiros” passaram a publicar conteúdos de interesse
coletivo, que com o passar do tempo ganharam e ganham cada vez mais audiência. As
formas de produção, distribuição e consumo de notícias foram afetadas por este
processo, os blogs na sua linguagem descontraída, menos comprometida e com
possibilidades de interferência de terceiros, através de postagens de comentários,
acabam por concorrer com os jornais, os confrontando e até mesmo tentado o “furo”
jornalístico, buscando publicar notícias antes deles. Bem diferente dos primeiros
registros de publicação de notícias na rede que apenas reproduziam conteúdos de outros
meios de comunicação, copiando e colando as informações e posteriormente editando.
Hoje se produz conteúdo especificamente para a internet.
Mas não devemos esquecer que também faz surgir questões como veracidade e
credibilidade dessas notícias, que estão sendo conquistadas ao longo do tempo com a
ajuda de sites oficiais e corporativos. Com tudo isso, os blogs, que sempre foram
considerados o espaço do cidadão na internet, vêm se popularizando, se multiplicando e
se firmando como espaço de publicação de notícias. Que podem permitir a integração de
pessoas com mesmos ideais ou não e podendo promover a discussão do que interessa a
uma determinada comunidade, por exemplo. Desta forma, tornando-se uma espécie de
ágora do território digital da nova sociabilidade pós-massiva.
5) Caracterize a nova paisagem midiática definida por Lemos & Levi como “pós-
massiva”.
5-R: A comunicação vem passando por diversas modificações ao longo dos séculos,
a chamada evolução tecnológica gerou modificações profundas com a comunicação de
massa a partir dos meios eletrônicos, como o rádio e a televisão e mais recentemente,
nas últimas décadas com a informática. Desde os anos 40 e 50 quando foram criados os
primeiros computadores na Europa e Estados Unidos, que estas máquinas vêm se
tornando indispensáveis na comunicação humana. Com o desenvolvimento e a
proliferação das novas tecnologias pelo mundo. Em meados da década de 80, passaram
a ser incluídos o comando de voz, multimídia, realidade virtual, além de mais
possibilidades de design de aplicações, oferecendo mais suportes aos usuários comuns.
Isto pode ser percebido também com a criação de ambientes de aprendizagem
interativos, softwares ligados à área de educação e simuladores para treinamentos. A
evolução tecnológica, mobilidade computacional e utilização de infravermelhos,
possibilitou a realização de aplicações para todos os tipos de usuários, em todos os
aspectos da vida, da rotina das pessoas passaram a ser vistos como mais possibilidades
de investimento nesta área, tanto no lazer, quanto na educação, trabalho, enfim, do dia-
a-dia das pessoas, que poderia ser melhorado com o uso da tecnologia, criando novas
formas de aprender, de se comunicar, também novas formas de sociabilidade, lazer,
trabalho. Cresce a presença das novas tecnologias em tudo e os estudos sobre os seus
impactos em diversos aspectos também.
Com o surgimento da internet, as funções comunicacionais há a liberação da
palavra, democratização da informação, comunicação bidirecional e de todos para
todos, as informações são interativas, abertas e planetárias. Surgem novos modelos de
cognição. Há a redução do poder sobre a informação, proporcionando a produção
3. coletiva e por sua vez perpetuando o saber, constante atualização e redução do
sentimento de pertencimento do conhecimento. Hoje a internet abriu portas para a
produção coletiva e para a discussão e distribuição que contribuem com a formação da
opinião pública. Bem diferente da cultura de massa, do público como sendo uma massa
amorfa, nesta configuração pós-massiva, fica cada vez mais forte a segmentação dos
públicos que também passa a ter vontade própria e ter voz, ele escolhe e diz o que
deseja. Grupos anteriormente desprezados ou desconhecidos passam a ocupar um lugar
no ciberespaço, ganham força, legitimam-se e saem dalí.
7) Distinguir “Web 1.0” e “Web 2.0”. Apresente exemplos comentados.
7-R: Desde os anos 90, os desenvolvedores passaram a perceber que era preciso mais
do que aqueles sistemas complexos, com aparência desagradável e que somente
especialistas sabiam utilizar. Perceberam então que era preciso expandir, incluindo
profissionais especialistas em mídia e design, com experiências nas áreas narrativas,
como por exemplo, o cinema, além de designers gráficos e desenhistas industriais.
Conhecimentos de profissionais de outras áreas foram incorporados à elaboração de
projetos, como antropólogos, sociólogos e dramaturgos, para acrescentar ao trabalho
dos psicólogos na área de interação humana. Passando a dar condições de desenvolver
sistemas de interação que atendessem as suas funções em uma combinação de
habilidades necessárias para uma nova geração de produtos interativos. Do ano 2000
para cá, essas possibilidades só aumentaram. Com a internet, estas transformações
também ocorreram. Em sua geração Web1.0, a primeira característica era a quantidade
de informação, o grande número de informações disponível. Porém eram informações
estáticas e que não permitiam a intervenção do usuário, apesar de já existirem nesta
geração os hiperlinks. A primeira geração era também mais caracterizada como um
espaço de leitura, o seu conteúdo era fechado, não era permitido fazer alterações por
parte do leitor, que ficava com um papel de espectador. Hoje a internet não é apenas um
meio de distribuição de conteúdos já existentes, os conteúdos também são criados de
forma individual e coletiva na rede. Apesar de algumas críticas quanto ao termo Web2.0
como sendo uma jogada de marketing mais do que uma classificação de uma nova
geração de usuários ou uma nova forma de navegação. Embora no início confundisse
sobretudo os leigos, como sendo uma nova versão de algum software, o termo Web 2.0
caracteriza uma nova forma de utilização da internet. A internet hoje possui recursos
avançados de multimídia, de interatividade, produção coletiva, ou seja, é colaborativa,
como por exemplo no caso da wikipedia que possibilita a inteligência coletiva, a
produção coletiva, onde um usuário pode editar ou acrescentar suas idéias e
conhecimentos aos textos lá publicados. A Web 2.0 proporciona a democratização do
conhecimento e dá voz ao receptor que sai do seu papel de espectador e passa a produzir
e distribuir conteúdo, como no caso dos blogs. Porém, a Web 2.0 possui um excesso de
informação, cabe à audiência escolher quais informações consumir ou não na rede. O
que os especialistas vêm chamando de gatewatching, em contraponto aos gatekeepers,
que seriam, por exemplo, os editores de jornais que filtram as informações a serem
publicadas. O gatewatching é a própria audiência que opta pelo que quer que seja
publicado não consumindo a informação que não lhe interessa. E qualquer informação
como o nome já diz: publicada, precisa de um público, sem ele ela perde o sentido.
4. 8) Que é “inteligência Coletiva” e como Lemos & Levy situam esse conceito na
cibercultura?
8-R Inteligência coletiva é uma nova forma de pensamento por conexões através da
utilização de redes abertas na internet. É a produção de conteúdo aberto e coletivo
através da internet, onde o usuário tem permissão para retirar, acrescentar ou reescrever
toda e qualquer parte do conteúdo publicado. Segundo os autores o cidadão deve ter
responsabilidade para explorar todo o potencial da rede da melhor forma. Na internet
todo tipo de conteúdo é permitido, os bons e os ruins, em todos os sentidos, porém cabe
ao usuário escolher consumir o que deseja, assim como na sua vida como um todo.
Porém deve se confrontar de maneira livre e responsável as informações e idéias
disponíveis na internet, pois é deste confronto que a dinâmica da produção de
conhecimento sobrevive e não do cerceamento a palavra.