1. UNIÃO DA ALMA AO CORPO
J á vimos porque encarnamos e que somos preparados para isso, vamos ver agora
exatamente como se dá a reencarnação.
Sabemos que para encarnar, é lógico, precisamos do corpo físico e que é o
perispírito que une o espírito ao corpo. Esta união dá-se exatamente no momento da
concepção, quer dizer, quando o espermatozóide fecunda o óvulo. A partir daí, já
existe um espírito ligado àquele aglomerado de células que se desenvolverá,
formando o feto.
O perispírito, no momento dessa ligação, não possui mais a forma que
possuía enquanto o espírito estava na erraticidade. Da mesma maneira que todos os
detalhes da encarnação são preparados previamente, a ligação do espírito ao corpo
também é preparada.
O perispírito passa pelo que chamamos de restringimento, ele sofre uma
regressão até a forma fetal. Isso acontece para que o espírito inicie o seu processo de
adequação ao novo corpo.
De acordo com o grau evolutivo, os espíritos têm maior ou menor consciência
durante esse processo, mas, via de regra, esse é um período de bastante perturbação
para o espírito, normalmente há perda da consciência e são rapidamente revividos,
durante a gestação do feto, os estágios evolutivos por que os espíritos passaram. É
uma maneira de reforçar as lições já prendidas, adaptando o espírito e preparando-o
para a nova jornada.
Daí a necessidade de respeito, atenção e amor para com o feto durante a
gestação. Esse é o período de maior vulnerabilidade do espírito, é quando ele precisa
de muito carinho para reingressar com possibilidades de sucesso na esfera corporal.
Uma gestação não aceita ou excessivamente instável, dificulta demais a
adaptação do espírito, que provavelmente carregará as sensações de rejeição e
inadaptação por todo o período em que estiver encarnado.
Agredir uma criança, criticá-la ou desestimulá-la quando do início das aulas,
fará certamente com que ela tenha um baixo desempenho escolar, da mesma
maneira funciona a gestação.
Sabe-se que a ligação com o corpo material que se iniciou no momento da
concepção é progressiva, ocorre uma união mais estreita após o nascimento e a
ligação só se completa definitivamente por volta dos 7 anos de idade.
Seria ainda conveniente analisarmos algumas outras questões ligadas ao
tema da união da alma ao corpo.
Que dizer das gestações que não se concluem?
Qual a causa e onde está a justiça divina no que diz respeito aos abortos
espontâneos?
Como dissemos no início, compreender a vida como um exercício de
aprendizado possibilita a compreensão de muitas coisas.
Cada encarnação obedece às circunstâncias que lhe são mais adequadas e
obviamente tem a duração apropriada a cada caso. Se dissermos que o espírito se
liga ao corpo desde o momento da fecundação, por mais curta que a encarnação
pareça aos nossos olhos, é sempre o tempo exato de que o espírito necessita para
aprender a lição a que se propôs. E, como as nossas lições pessoais são proveitosas
2. também àqueles que se ligam a nós, os abortos naturais são preciosas lições pelas
quais os pais também precisavam passar.
Caso a necessidade de aprendizado seja apenas dos pais, é possível a
concepção de um corpo sem um espírito ligado a ele. Nesses casos, logicamente,
quando do nascimento, o corpo não sobrevive; uma vez que não há uma alma a
animá-lo, ter-se-á um natimorto.
Há de se considerar ainda outro caso. É possível que um espírito, temeroso
das dificuldades que o aguardam, desista da encarnação durante o período de
gestação, ocorrendo assim seu desligamento e consequentemente a morte do feto.
Nesse caso, em que não houve um planejamento prévio para a morte fetal,
normalmente o espírito aguarda por mais algum tempo na erraticidade, preparando-
se melhor para a nova jornada, sem que, no entanto, possa esquivar-se dela.
FONTE: SITE CONSCIENCIA ESPIRITA