SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  45
Télécharger pour lire hors ligne
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA – UniCEUB
FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – FATECS
               CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
         HABILITAÇÃO EM PUBLICIDADE E PROPAGANDA
                  DISCIPLINA: MONOGRAFIA
           ORIENTADOR: BA. BRUNO ASSUNÇÃO NALON
           ÁREA: COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR




   Comportamento do Consumidor Infantil
            Personagens no ponto-de-venda




                Elisa Guimarães Francisco
                        2046476/1




                      Brasília, Maio de 2008
Elisa Guimarães Francisco




Comportamento do Consumidor Infantil

                       Trabalho apresentado à Faculdade de
                       Tecnologia e Ciências Sociais Aplicadas,
                       como requisito parcial para a obtenção ao
                       grau de Bacharel em Comunicação Social
                       com habilitação em Publicidade e
                       Propaganda no Centro Universitário de
                       Brasília – UniCEUB.

                       Orientador: Prof . B. A. Bruno Assunção
                       Nalon




            Brasília, Maio de 2008
Elisa Guimarães Francisco


Comportamento do Consumidor Infantil

                            Trabalho apresentado à Faculdade de
                            Tecnologia e Ciências Sociais Aplicadas,
                            como requisito parcial para a obtenção
                            ao grau de Bacharel em Comunicação
                            Social com habilitação em Publicidade e
                            Propaganda no Centro Universitário de
                            Brasília – UniCEUB.




                Banca Examinadora
               Brasília, Junho de 2008



      _____________________________________
                Prof. BA. Bruno Nalon
                      Orientador



       __________________________________
           Prof. MsC. Amália Pérez-Nebra
                    Examinador



       __________________________________
            Prof. MsC. Alexandre Mendes
                    Examinador
Dedicatória

À Deus
Minha amiga, mãe
Meu orgulho, pai
Meus companheiros, irmãos
Meu presente, irmã
Meu querido, Lu
Minha companheira, Pri
por todo o Amor, compreensão, dedicação, carinho e apoio.
Agradecimentos

Amália, minha “mestra”. Por ter me ajudado extremamente na vida acadêmica.
Bruno, orienta a dor. Por ter aliviado e amenizado os momentos de tensão.
Luis, Cebolinha. Por ser extremamente dedicado como ator, motorista, revisor e
principalmente, namorado.
Pri, Mônica. Por ter que virar uma atriz branquela e ser minha irmã de verdade.
Grupo Ciranda, Marco e Vânia. Por emprestar fantasias e conselhos.
Cia Toy, Carlos, Fernando e Isabel. Pela abertura, autorização e simpatia.
Terraço Shopping: Francisco, por ralar só pra me ajudar. Sr. Milton, por ajudar com
bastante disponibilidade, praticidade e rapidez. Maurício, por gravar todos os vídeos e
ser preocupado para fazer corretamente. Rê, pelo apoio e compreensão durante o
processo nada fácil de monografia. E a mamãe Bel, por agüentar meu estress e ajudar
extremamente como amiga.
Agradeço todos professores e colegas que encontrei nesses anos. Especialmente:
Priscila, Flávia, Gastão, Jorge, Lucas e Marcelo, pelo convívio e amizade.
Obrigada também aos parentes torcedores, e principalmente à minha família: pai, mãe,
irmãos e irmã, sem eles nada teria sido feito.
“Deixai vir a mim as criancinhas e não as impeçais,
porque o reino de Deus é daqueles que se parecem com elas.”
                                                 Lucas 18, 16
RESUMO


O presente estudo verificou a influência de variáveis ambientais-personagens- no CCI.
Os personagens são considerados um dos estímulos do cenário físico e social, na
abordagem experimental do comportamento. Foi observado entrada de PDV de
brinquedos, numa área de mall de shopping. O referencial teórico utilizado foi buscado
na psicologia do desenvolvimento, na análise do comportamento e estudos de
personagens e crianças. O método trabalhado foi quantitativo, utilizando roteiro de
registros e gravações de câmera de segurança. A amostra foi composta de 100
crianças, entre 1 e 12 anos, sendo 50% de cada gênero. A pesquisa teve três fases: a
primeira sem estímulo escolhido; a segunda, com personagem masculino, Cebolinha; a
terceira com personagem feminino, Mônica. Cada fase ocorreu em uma semana
diferente, dois dias da semana de observação de cada estímulo ou sem estímulo,
sendo uma hora para cada dia. Foi usada técnica estatística de análise univariada de
variância para trabalhar os dados. Houve significância nos dados de sexo, que
corroboraram com pesquisa apresentada nas referências teóricas. A preferência por
personagens masculino é maior entre meninos, e dividida entre meninas. A entrada na
loja não teve diferença significativa nas etapas. As crianças observadas possuíam
idades variadas, sem nenhuma predominância em cada fase. Foram encontradas e
organizadas reações diante da vitrine, portal de lojas, e PS's. Relacionando entrada e
vendas, houve diferenças na taxa de conversão. O nível de vendas foi maior na
presença do PS masculino. Houve melhora na performance de venda na presença dos
PS's, principalmente com estímulo feminino. Ocorreu influências no comportamento do
consumidor infantil com a inserção de personagens como estímulos. O trabalho
contribui academicamente com estudos de CC, e mercadologicamente nas estratégicas
de marketing derivadas ao público infantil.

Palavras-chave: Comportamento do Consumidor. Criança. Personagem. Shopping.
Lista de Abreviaturas e Siglas

CC – Comportamento do Consumidor
CCI – Comportamento do Consumidor Infantil
PS – Personagem
PDV – Ponto-de-venda
Sig – Significância
Me – Média
MeSP – Média dos dias sem personagem
MeC – Média dos dias com Cebolinha
MeM – Média dos dias com Mônica
MeT – Média total
Lista de Gráficos

Gráfico 1 – Entrada de sujeitos em relação aos estímulos
Gráfico 2 – Reações dos sujeitos em relação aos estímulos
Gráfico 3 – Vendas em porcentagens em relação aos estímulos
Gráfico 4 – Taxa de conversão em relação aos estímulos
Sumário

1 Introdução................................................................................................................... 13
2 Comportamento do Consumidor................................................................................. 15
2.1 Pré-Compra ............................................................................................................. 17
2.2 Cenário Físico e Social............................................................................................ 18
3 Comportamento do Consumidor Infantil ..................................................................... 19
4 Estágios do Desenvolvimento Infantil ......................................................................... 22
5 Criança e personagens............................................................................................... 24
5.1 Mônica e Cebolinha ................................................................................................. 25
6 Método........................................................................................................................ 27
6.1 Amostra ................................................................................................................... 27
6.2 Instrumento.............................................................................................................. 27
6.3 Procedimento........................................................................................................... 28
6.4 Análise ..................................................................................................................... 28
7 Resultado e Discussão ............................................................................................... 30
8 Conclusões e Recomendações .................................................................................. 36
8.1. Limitações............................................................................................................... 37
8.2. Agenda Futura ........................................................................................................ 37
Referências.................................................................................................................... 38
Anexos........................................................................................................................... 41
Anexo A – Escolhas de modelos segundo sexo dos personagens................................ 41
Anexo B – Área de observação ..................................................................................... 42
Apêndice........................................................................................................................ 43
Apêndice A – Protocolo de Observação ........................................................................ 43
Apêndice B – Estrutura das Observações ..................................................................... 44
13




1 Introdução
          Tendo como contexto o campo de pesquisa Comportamento do Consumidor
(CC), será utilizado aqui a abordagem Experimental do Comportamento e estudos de
personagens (PS’s) de modo interdisciplinar para orientar e embasar este trabalho. A
proposta é conhecer como se dá o Comportamento do Consumidor Infantil (CCI)
relacionado com interferências no ponto de venda (PDV). Sendo diferente da maioria
das pesquisas realizadas na área de CC que ocorrem com adultos e com viés social-
cognitivo (SIMONSON et al, 2001).
          A pesquisa pretende contribuir academicamente para o estudo do CC, sendo um
trabalho de campo, com a investigação do comportamento das crianças em uma
situação real de mercado. O estudo nesta área é relevante por servir como referência
para profissionais, que poderão compreender e intervir de maneira adequada no
processo de compra e nas campanhas de comunicação para o consumidor infantil.
          O problema de pesquisa é de ordem prática e intelectual, e em sua delimitação a
questão é: Como se dá o CCI diante de PS’s de diferentes gêneros colocados no mall1 ,
numa situação de pré-compra, na porta do PDV?
          Assim, o objetivo deste trabalho é verificar a influência de variável ambiental
física/social (PS’s de diferentes gêneros) no comportamento de consumo de crianças
num mall de shopping2, diante do PDV. Como objetivos específicos:
          • saber se a criança se comporta diferente diante de diferentes personagens;
          • se o número de crianças que entram na loja é maior na presença de
          personagens;
          • verificar comportamento geral da criança na porta da loja, para discussão e
          mensuração de repetições.

1
     Os administradores de shopping centers referem-se ao mall como a área de circulação que se encontra
    dentro do estabelecimento porém fora das lojas e resume as áreas de acesso às operações do
    shopping, por onde o consumidor trafega (SANTOS, 1996 apud SANDALL, 2007).
2
     Local de lazer e consumo, planejado para unir mercadorias, serviços e entretenimento. Geralmente
    afastado de centros conturbados. Associado à qualidade de vida, apresenta ambiente limpo, seguro e
    bonito. É comparado à uma pequena cidade com estrutura governamental (administração) e serviços de
    polícia e bombeiros (segurança), de limpeza, de abastecimento de água, de manutenção de
    infraestruturas, etc. (PADILHA, 2006)
14



      É uma pesquisa descritiva/comparativa, o método utilizado para o alcance do
objetivo é quantitativo. Foi feita observação prévia, assistemática, e depois sistemática
(protocolo) de gravações, a partir das câmeras de segurança. A população é a de
crianças que vão ao shopping e deparam-se com loja de brinquedos.
      Para atingir estes objetivos buscar-se-á o referencial teórico na psicologia do
desenvolvimento, na análise do comportamento, e em estudos de PS’s, além das áreas
afins como Comunicação e Marketing. O caminho teórico será pelos modelos na área
de CC, Pré-Compra, Cenário Físico e Social, CCI, pesquisas anteriores realizadas com
crianças, e estudos de PS’s direcionados às crianças.
15




2 Comportamento do Consumidor
      Qualquer serviço oferecido por uma organização, como por exemplo, o serviço
de venda ao consumidor, principalmente o presencial, é uma atividade que envolve
diferentes papéis; estes são: o consumidor, o atendente e o gestor. Estas pessoas
estão imersas em um cenário composto por condições físico-ambientais-instrumentais,
e é neste contexto, característico do serviço de atendimento, que ocorre a interação dos
diversos atores supracitados (FERREIRA, 2000).
      Assim, aferir a qualidade e adequação do produto ou serviço implica em
decodificar e mensurar as atitudes (JACOBY; HOYER; BRIEF, 1992) e comportamentos
das pessoas envolvidas (FOXALL, 1997), em especial a do consumidor, tendo a cautela
de não perder a globalidade da situação (FERREIRA, 2000).
      Para compreender adequadamente este consumidor é preciso saber o que
influencia seu comportamento. Didaticamente observam-se diferentes influências sobre
o indivíduo, a saber: as influências sociais (RODRIGUES; ASSMAR; JABLONSKI,
1999), a perspectiva pessoal/individual (STATT, 1997; ASSAEL, 1999; ENGEL;
BLACKWELL; MINIARD, 2001), a influência cultural (ASSAEL, 1999) e a influência
ambiental (FOXALL, 1997).
      O presente trabalho tratará de conhecer as influências na perspectiva “externa”
(do ambiente), mais especificamente na entrada do PDV. Não será objeto a
comparação transcultural das variáveis envolvidas neste momento.
      O CC é estudado por diversas linhas, entre as quais duas são adequadas ao
objeto em questão, a Psicologia Social-Cognitiva e a Análise Experimental do
Comportamento, sendo que ambas possuem modelos do processo de consumo e
visam compreender o comportamento do consumidor e suas necessidades, gostos e
preferências por produtos e serviços.
      Cada linha está preocupada com diferentes olhares e se complementam na
tentativa de estudar este fenômeno tão complexo. A Psicologia Social-Cognitiva é a
predominante na área e seu olhar está focado essencialmente nos processos internos
do consumidor (SIMONSON et al., 2001) e atualmente tem lançado mão das variáveis
16



externas a este, que são as ambientais, fundamentalmente estudadas pela área da
Análise Experimental do Comportamento.
      Segundo a Psicologia Social-Cognitiva o processo de compra ocorre com as
etapas pré-compra, compra e pós-compra. O consumidor compra apenas se há uma
necessidade, esta verificada no incômodo da dissonância cognitiva, podendo ser
ambiental, social e pessoal. A partir desse incômodo o consumidor quer solucionar a
dissonância cognitiva buscando informações externamente e internamente. Ele o faz
através de informações com a família, amigos, meios de comunicação, entre outras
fontes externas e do resgate da sua aprendizagem anterior, para assim poder avaliar e
escolher o que comprar.
      Após a pré-compra, ocorre a compra de um produto ou serviço, podendo ela ser
diferente do que se imaginou anteriormente na pré-compra. Na pós-compra ocorre o
uso, avaliação da compra (podendo detectar insatisfação, satisfação ou encantamento)
e descarte, caso seja um produto.
      Todo este processo de compra descreve o modelo cognitivo. Por conta deste
modelo não enfatizar as variáveis situacionais e ambientais, Foxall (1998) apresenta o
modelo teórico baseado no Behaviorismo, denominado Behavioral Perspective Model,
[Modelo Operante do Comportamento do Consumidor]. Neste modelo, o CC também é
dividido nas fases pré-compra, compra e pós-compra e o comportamento é analizado
na interação entre o cenário atual do consumidor e sua história de aprendizagem. O
foco deste modelo está nas conseqüências do comportamento de consumir, sendo que
esta conseqüência modelará e manterá (ou evitará) esse comportamento no futuro.
Essas conseqüências são de três tipos: aversivas, reforçadoras utilitárias e informativas
(FOXAL, 1998 apud DIAS, 2005).
      As conseqüências aversivas reduzem a probabilidade de repetição de um
comportamento de consumo, como o consumidor evitar levar uma bronca, perder
tempo, não encontrar o brinquedo e não comprar. O reforçamento utilitário é mediado
pelo produto ou serviço, a partir de sua utilidade e praticidade na compra e no
consumo. E as conseqüências reforçadoras informativas são mediadas pelas ações e
reações de outras pessoas, tendo assim, um significado social.
17



         Os cenários influenciam as probabilidades de procura e de compra. Os diferentes
tipos de cenário são: físico (e.g. PDV, a logomarca do produto, alternativa de marcas...);
social (e.g. presença de outros compradores, vendedores...); temporal (e.g. data festiva,
tempo de duração de ofertas...); e regulatório (e.g. regras concernentes ao comprar)
(DIAS, 2005).
         O cenário do consumidor é classificado em relativamente aberto à relativamente
fechado. O cenário relativamente aberto é aquele onde várias respostas são possíveis
para o consumidor, ele pode comprar, não comprar, adiar a compra, escolher, entre
outros, tendo disponível uma variedade de reforçadores. O cenário relativamente
fechado é aquele em que se nega ao consumidor a possibilidade de amplas escolhas,
onde pouca ou nenhuma alternativa é oferecida (e.g. a criança foi comprar a categoria
carrinhos e encontrou apenas uma opção disponível) (DIAS, 2005).
         As variáveis situacionais são tudo que o consumidor aprende que interfere em
sua decisão de compra e consumo (e.g. fazer “birra” para conseguir o que quer). As
variáveis ambientais e situacionais criam uma condição antecedente que sinalizam as
prováveis conseqüências ao consumidor.


2.1 Pré-Compra

         Será observado um cenário de loja de brinquedos, numa situação de pré-
compra. Considerando o processo de compra, quando já foi identificada uma
necessidade e se inicia um comportamento de procura (SANDALL, 2007). O estímulo
PS foi colocado para verificar interferência num momento de busca de informações.
Neste caso, uma busca externa.
         A busca está relacionada à identificação de benefícios e reconhecimento. Esses
benefícios podem ser: utilitário (racional) e informativo (ligado ao emocional e ao
prazer). O reconhecimento é genérico (eg. identificar a categoria bonecas) e/ou seletivo
(eg. identificar marca Barbie, que está inserida na categoria bonecas) (PÉREZ-NEBRA,
2007).
18



2.2 Cenário Físico e Social

      Os cenários do CC funcionam como estímulos no contexto de interseção com a
história de reforço e punição da criança. A história de aprendizagem é tudo o que o
indivíduo aprendeu culturalmente e fatores pessoais internos. Neste trabalho é
pesquisado dois tipos de cenários que emitem conseqüências de aproximação e
esquiva, relacionados ao aprendizado (fatores pessoais e culturais): físico e social
(OLIVEIRA-CASTRO; FOXALL, 2005).
      O cenário físico é a área espacial do mall filmada, portal e vitrine da loja. É
considerado também os PS’s, por serem símbolos/marcas. As cores, ruídos,
iluminação, posição dos objetos, e outros elementos, podem influenciar no CC, por
serem construtores da imagem da loja (MOWEN, MINOR, 2003) . Esses elementos
foram iguais durante toda a pesquisa, e definidos pela loja. Já os PS’s tinham posição
pré-estabelecida.
      Já o cenário social destaca a interação das crianças com os personagens, o que
eles afetam no CCI. Sendo também o comportamento dos PS’s pré-estabelecidos: de
acenar, cumprimentar e convidar para aproximação e entrada. O shopping center, ou
centro de compras pode ser considerado um local de significado social, por haver
muitas situações de interações sociais (MOWEN, MINOR, 2003). Neste trabalho foi
focado interação com o PS, não com pessoas que acompanhavam/encontravam a
criança, ou vendedores.
19




3 Comportamento do Consumidor Infantil

      O estudo do comportamento do consumidor infantil começou nos anos 60 com
poucos resultados, porm importantes para o posicionamento do papel da criança como
consumidora desde esse período de estudo (JOHN, 1999). Mas a visibilidade do
consumo infantil ocorreu apenas em meado dos anos 1970.
      Os estudos de comportamento do           consumidor infantil baseiam-se na
socialização do consumo. Esta socialização ocorre por meio de algumas instituições
como família, escola e cultura (FOXALL; GOLDSMITH; BROWN, 1998; STATT, 1997).
A maioria delas focada principalmente nos pais. Além desses grupos, a propaganda e a
televisão são outros grandes focos de estudos do comportamento do consumidor
infantil. Mas apenas um estudo foi encontrado sobre o seu comportamento no PDV,
delimitado na procura por refrigerantes em supermercado.
      Socialização de consumo pode ser definida como sendo “o processo pelo qual
pessoas jovens adquirem habilidade, conhecimento e atitudes relevantes para seu
funcionamento como consumidores no mercado” (WARD, 1974 apud FOXALL;
GOLDSMITH; BROWN, 1998).
      Sabe-se que os pais influenciam o comportamento das crianças e são
influenciados por eles (denominada na literatura como socialização reversa). Muitas
propagandas são realizadas com o foco na criança sabendo que esta consegue
persuadir seus pais (FOXALL; GOLDSMITH; BROWN, 1998). A literatura aponta
também que os padrões de compra rotineira e hábitos de consumo infantis costumam
se manter estáveis até a vida adulta (FOXALL; GOLDSMITH; BROWN, 1998; STATT,
1997). Outro dado apresentado é que com o passar dos anos, seus pares podem
passar a influenciar mais o comportamento do que seus pais (FOXALL; GOLDSMITH;
BROWN, 1998; STATT, 1997), assim, a idade parece ser um fator importante a ser
mensurado na escolha por brinquedos que para a criança pode ser considerado seu
primeiro ou dos primeiros bens.
      A socialização da criança inclui sua socialização como consumidora. Os pais não
provêem um treinamento específico de como fazer isso. Simplesmente expõe suas
crianças a determinados comportamentos que serão imitados ou não, a depender do
20



ambiente, de sua aprendizagem anterior e necessidade (STATT, 1997). Estas crianças
tornam-se co-compradoras, pois a gama de produtos que a criança tem possibilidade
de escolha é restrita, mas ela possui uma influência geral que impacta na decisão
doméstica (FOXALL; GOLDSMITH; BROWN, 1998).
      Este comportamento de co-compradoras tem crescido nos últimos anos em parte
por conta das mudanças demográficas. O número de famílias pequenas tem crescido,
onde crianças se comunicam mais com os adultos quando comparadas a crianças
vindas de famílias numerosas. Ainda, com o trabalho das mulheres, o momento da
compra é utilizado para que mãe e filho passem mais tempo juntos (STATT, 1997).
      Com 25 anos de pesquisa de socialização do consumidor, John (1999) teve
como foco a seqüência do desenvolvimento que caracteriza o crescimento do
conhecimento, das habilidades, e dos valores do consumidor infantil. Em sua pesquisa,
ela buscou resultados empíricos que ilustrassem os estágios de desenvolvimento
infantil, incluindo o conhecimento das crianças dos produtos, dos tipos, anúncios,
compras, estratégias da tomada de decisão, estratégias parental da influência, motriz e
valores do consumo. Baseado na evidência, as implicações são extraídas para o
desenvolvimento teórico e empírico no campo da socialização do consumidor. Como
resultados, foram encontradas características de cada estágio do desenvolvimento
infantil em relação ao conhecimento de propagandas, produtos e marcas, compras,
motivações e valores quanto ao materialismo (e.g. no estágio pré-operacional a criança
acredita que propagandas são verdadeiras, interessantes e engraçadas e no estágio
concreto sabe que existem mentiras nas mesmas).
      Chan (2005) em sua pesquisa teve interesse em examinar como as crianças
urbanas chinesas interagem com os tipos diferentes de lojas de varejo, como aprendem
sobre produtos novos e serviços, e de suas atitudes para fontes diferentes da
informação de produto. Com uma amostra de 965 crianças de idades entre seis e treze
anos distribuídas em quatro cidades chinesas (Beijing, Guangzhou, Nanjing e
Shanghai). Foram pesquisados os três tipos de lojas de varejo mais populares entre as
crianças chinesas: livrarias, supermercados e restaurantes fast-food. As visitas e o
consumo das lojas variaram altamente com idade e gênero. As crianças perceberam as
fontes pessoais tão úteis ou mais confiáveis do que fontes comerciais em obter a
21



informação sobre produtos novos e serviços. Entre algumas crianças mais velhas essa
percepção foi ao contrário, davam maior importância às fontes comerciais.
      Em uma pesquisa brasileira foi observado o comportamento de crianças na
procura por refrigerantes em supermercado. Foram encontradas correlações positivas e
significativas entre a idade das crianças e tempo de procura, idade e procura por
preços, bem como olhar preços e levar maior quantidade (ANGELINI, 2005).
      Comparativamente, a literatura aponta que pouco se conhece sobre as maneiras
que as crianças aprendem seus papéis sociais como compradoras que caracterizará
sua vida adulta (FOXALL; GOLDSMITH; BROWN, 1998). É importante esclarecer
brevemente sobre os estágios de desenvolvimento infantil e suas conseqüências para
seu comportamento de procura e compra de brinquedos.
22




4 Estágios do Desenvolvimento Infantil

       Toda criança que se desenvolve de maneira comum atravessa diferentes
estágios de desenvolvimento, os quais são intrinsecamente relacionados à sua história
de vida e ao cenário a qual ela está exposta. A literatura converge que as crianças
passam por alguns estágios de desenvolvimento. Estes estágios explicam o
conhecimento da criança e como ela interage com o mundo. Segundo Piaget (1978) o
conhecimento resulta das interações entre a criança e o meio, dependendo dos dois ao
mesmo tempo, mas não por serem diferentes, mas sim porque a criança não os
diferencia, o que é a criança e o que é o meio. Isso aparece apenas com seu
desenvolvimento.
       Uma vez que a criança não se diferencia do meio, segundo estes estudiosos,
nada mais adequado do que estudar seu comportamento na interação do meio e não
alijado do processo como propõem teóricos da área social-cognitiva. Estes estágios
podem ser descritos da seguinte maneira (PIAGET, 1978):
   •   Sensório-motor ou egocêntrico
       Esta fase contempla do nascimento até os dois anos de idade aproximadamente.
A linguagem e os símbolos ainda não fazem parte da criança. Estão centrados ainda
nos seus próprios corpos, em experiências sensoriais e motoras dirigida para objetos.
Primórdios de uma diferenciação do seu interior para o exterior, da existência de outras
figuras significativas além da mãe. Nesse estágio os pais constituem os principais
agentes da socialização.
   •   Estágio pré-operacional (ou pré-operatório)
       Entre dois e seis anos de idade. Caracteriza-se pela aquisição da linguagem
verbal, proporcionada pelo desenvolvimento da representação simbólica. Palavras e
nomes passam a ter grande importância para a criança, além de possuir maior
mobilidade e controle físico. Quando a criança constrói sua identidade e desenvolve
sua personalidade. A relação social é dual e os pais servem como ponte para a
comunicação do filho com outros.
23



   •     Estágio de operações concretas
         Varia entre os sete e os oito anos da criança está o primeiro estágio das
operações “concretas”. Quando a criança sabe que algumas coisas variam e outras
não. Este novo conceito é interessante, pois a partir deste momento sabe que existem
outras famílias e pessoas com diferentes modelos de comportamento e passa a
aprender com eles (STATT, 1997). O segundo estágio está entre nove e dez anos, ela
aí classifica objetos em mais de uma categoria. Afirma sua personalidade de acordo
com suas experiências sociais, cultura, espaço/tempo (e.g. escola, casa, parque) que
se encontra, e características biológicas, aparência e estado fisiológico. Quando ocorre
maior abertura social e afastamento do núcleo familiar.
   •     Estágio de operações formais
         Este último estágio é a partir dos onze anos. Neste momento a criança começa a
abstrair e criar conceitos. Usa-se a lógica para a resolução de problemas. Obtenção da
identificação e controle das emoções.
         As crianças pesquisadas estão situadas entre todos os estágios. No estágio pré-
operacional Piaget (1978) identificara, entre outros, o brinquedo como um dos primeiros
condutores simbólicos que permitem a criança utilizar um significado para representar
um significado ausente. Os brinquedos são as primeiras posses de uma criança,
passando desde o objeto transicional, até os brinquedos que os auxiliam ao
compartilhamento social com outras crianças (ALVES, 2004). No estágio das operações
concretas a criança começa a avaliar e comparar marcas e produtos (MONTIGNEAUX,
2003).
24




5 Criança e personagens
      Independente de onde tenha surgido o PS, as crianças não dão mais ou menos
importância se são de desenhos animados, quadrinhos ou de embalagens de produtos.
A preferência ocorre por diferentes motivos. Os PS’s são descritos pelo público infantil
como uma pessoa, e a preferência vem da identificação, como pode ser descrito:
                     O personagem é um modelo inspiracional que deve ajudar, conduzir a criança
                     para o status de adulto. É pelo fato de propor um modelo de comportamento e
                     um projeto que o processo de identificação poderá ocorrer (MONTIGNEAUX,
                     2003, p.109).


      O que também interfere a preferência, a partir dos 6 anos, é a rápida valorização
do PS que faz sucesso em determinados períodos.
      Montigneaux (2003) cita estudo que identifica as principais características que
são a razão das crianças serem atraídas por PS’s:
      • lúdica: principal característica, associado a diversão, simpatia, jogos e
brincadeiras;
      • de companheirismo: associado a presença cotidiana e amizade.
      • de magia: associado a um universo imaginário, que permite a fuga do real.
      A percepção e aceitação de PS’s masculinos e femininos é diferente de acordo
com o sexo. Em pesquisa realiza com 1046 crianças, com idades entre 8 e 12 anos, os
resultados indicam que a grande parte de garotos escolhem PS’s masculinos, enquanto
as garotas se dividem entre PS’s femininos e masculinos (CHOMBART DE LAUWE,
BELLAN, 1979 apud MONTIGNEAUX, 2003). Ver porcentagens no Anexo A.
      A percepção desses personagens escolhidos entre as crianças de sexo
masculino, é com atributos de astuto. Já entre as meninas, o principal atributo de
escolha é a bondade (gentileza). Mas quando questionadas em relação a identificação
com esses personagens, existe tendência de privilegiar o personagem do mesmo sexo.
      Em relação à idade, os PS’s são percebidos diferentemente. Entre 0 e 3 anos,
associado à um produto ou marca, o PS é percebido como uma mesma coisa. PS,
marca e produto são um só. A partir dos 4 anos isso começa a se modificar, até 9 anos.
Nesse período as crianças se projetam no PS, diferenciado-o das marcas. Podendo ter
o PS, a partir dos 8 anos, como um grande amigo. Dos 9 aos 12 anos o PS se aproxima
25



mais da realidade, e o relacionamento diminui. Passando a ser apenas uma
representação de marca, valorizado por estar na moda por adolescentes, ou por se
direcionar a um público de mais velho (MONTIGNEAUX, 2003).
     O setor de brinquedos é um dos que mais utilizam PS’s. Segundo Momberger
(2002 apud BASTOS, 2004), em 2000 as estimativas de vendas foram de R$950
milhões. A publicidade de brinquedos dirigida as crianças que utilizam PS’s apresentam
situações de lazer (64% em Portugal), brincadeira. O que cria mais identificação, já que
o brincar é algo cotidiano do mundo infantil (HIGGS, PEREIRA, 2005).



5.1 Mônica e Cebolinha

      Em 1959 foi iniciada criação do que hoje é a Turma da Mônica, ou melhor a
Maurício de Sousa Produções. Segundo o criador das histórias em quadrinhos,
Maurício de Sousa, os gibis da Turma da Mônica possuem 70% desse mercado, com
tiragem de 3,5 milhões. Afirma também que apesar do grande número de meios
eletrônicos, a venda dos gibis não foi afetada. As revistinhas são comercializadas em
70 países, e já foram traduzidas e publicadas em 14 idiomas (PORTAL TURMA DA
MÔNICA, 2008).
      Na década de 70 começou a ceder os PS’s em licenciamentos para diversos
produtos. Hoje a Maurício de Sousa Produções disponibiliza o mundo da Turma em
diversos meios e lugares: cinema, tv aberta, desenhos no canal americano Cartoon
Network, parques temáticos, jogos de video game e celular, livros, produções musicais,
e outros. Mais de cem indústrias fabricam milhares de produtos licenciados (PORTAL
TURMA DA MÔNICA, 2008).
      Em relação à características físicas, os PS`s da Turma da Mônica são
classificados como humanos. Segundo Montigneaux (2003), a vantagem desse tipo de
PS é o poder de servir como exemplo, transmitindo valores morais como amizade,
lealdade, e outros. E cita o fato de após os cinco anos de idade a identificação ter fortes
interferências de gênero.
      Em pesquisa feita em Brasília, entre crianças de colégio particular 100%
conheciam e já haviam lido gibis da Turma da Mônica (BASTOS, 2004). O
26



conhecimento entre as crianças e pais - por serem personagens de quase 50 anos – foi
um dos principais motivos de escolha do PS utilizados na pesquisa. O Cebolinha e a
Mônica representam um par, querido por ambos os sexos.
      Os personagens utilizados na pesquisa foram réplicas não licenciadas, por se
tratar apenas de um trabalho acadêmico e breve.
27



6 Método
     Foi feita pesquisa descritiva e comparativa. Pode ser caracterizada como estudo
de caso, já que “a profundidade foi grande e a amplitude pequena” (MATTAR, 2001, p.
25), ocasional por medir elementos “uma única vez no tempo e visa atender a um
objetivo específico” (MATTAR, 2001, p. 28). O método utilizado para o alcance do
objetivo foi quantitativo. Com observação assistemática prévia para operacionalizar a
sistematização posterior, com utilização de um roteiro de registro e gravações com
câmeras de segurança.

6.1 Amostra

      A amostra foi composta por crianças de ambos os sexos, entre 1 e 12 anos.
Foram observadas 100 crianças, sendo 50 meninos e 50 meninas, na entrada do PDV.
Foi utilizada a técnica de amostragem censitária, ou seja, todas as crianças que
surgiram durante o tempo de manipulação experimental foram observadas (GIL, 2002).
A população representada é composta por todas as crianças que visitam o shopping de
Brasília e passam em frente à uma loja de brinquedos. O shopping não possui dado de
sua população separado por faixa etária, portanto não foi possível inferir o quanto este
número representa da população do shopping.

6.2 Instrumento

      Foi construído com base em uma observação assistemática um protocolo de
observação, que se encontra no Apêndice A. A observação assistemática auxiliou na
primeira fase (sem presença de PS) das observações, para a segunda fase (com
presença de PS) foi realizada utilizando o protocolo de itens pré-categorizados.
      O instrumento para captar as imagens do portal de entrada, e parte da vitrine da
loja foi uma câmera de Circuito Fechado de Televisão (CFTV). A câmera pertence ao
shopping, que forneceu um disco compacto com gravações apenas de momentos que
existiam pessoas presentes no local estudado. Além desses dois instrumentos, um
computador foi utilizado para visualização dos vídeos e preenchimento dos protocolos.
28



6.3 Procedimento

      O procedimento foi de observação indireta do comportamento de pré-compra das
crianças na porta de um PDV de brinquedos. Não foi solicitado um consentimento
informado, tendo em vista que este procedimento provavelmente influencia o fenômeno
observado. Além disso, por se tratar de um comportamento executado em público, cuja
observação discretas por câmeras não é invasiva, não há qualquer interferência ou
interação com os consumidores e não traz qualquer risco para as pessoas observadas,
já que a confidencialidade é mantida, e os consumidores não são identificados (art.30,
“d” do Código de Ética Profissional do Psicólogo) (POHL, 2004).
      Foram observadas imagens com movimentação de pessoas em três semanas
seguidas, nas terças e quartas-feiras, nos horários entre 16h às 16h30 e 17 às 17h30.
Na primeira semana observou-se o comportamento das crianças sem utilização de
estímulo, diante o portal e vitrine da loja, e sua entrada ou não. Na semana seguinte foi
colocado um PS infantil masculino, Cebolinha. E na última semana uma personagem
feminina, Mônica. Nas três semanas não ocorreu no shopping ou na loja nada especial
ou aparentemente diferente (ver quadro de estrutura das observações no Apêndice B).
      Os dias da semana foram escolhidos por disponibilidade de empréstimo das
fantasias. E os horários por conta da movimentação no shopping. No período noturno a
movimentação é demasiadamente intensa e poderia atrapalhar na observação
individual das crianças, já que a imagem da câmera não tem alta definição. Além disso,
os atores só poderiam estar presentes no período vespertino. Os intervalos de 30
minutos do tempo de observação existiram para descanso dos atores.
      Importante esclarecer que as idades foram estimadas de acordo com a altura da
criança, sexo, uso de fraldas e habilidade de movimentos observadas nos vídeos.



6.4 Análise
      A presente pesquisa busca comparar o comportamento de consumo das
crianças em situação de pré-compra, próximo ao contato com os objetos desejados -
brinquedos. As análises descritivas e inferenciais foram feitas com o auxílio do
programa estatístico Statistical Package for Social Sciences (SPSS 16.0 for Windows).
29



         Foram observadas muitas variáveis, os dados encontrados são não-métricos, ou
seja, dados que são categorias, que podem ser mensurados por presença ou ausência,
ou numerando as características e categorias (HAIR; ANDERSON; TATHAM; BLACK,
2005).
         Os dados obtidos na amostra foram trabalhados na técnica de Análise
Univariada de Variância (One-way Anova), que permite verificar relações entre variáveis
categóricas, apontando freqüência e significância (HAIR; ANDERSON; TATHAM;
BLACK, 2005). A distribuição de freqüências compreende a organização dos dados de
acordo com as ocorrências dos resultados observados (BARBETTA, 1999).
Significância é medida para aplicações da amostra na população. A inferência
estatística extrapola o que é visto na descrição dos dados. Sendo assim, um dado é
significante quando é improvável que tenha ocorrido por acaso. Neste trabalho foi
usado um nível de 0,05 para um Erro de Tipo I – para verificar a chance de rejeitar uma
hipótese nula, aceitar o que os dados sugerem (LEVIN; PERSON, 2004).
         As análises descritivas foram µ, σ, Me, Mo, F, % e Cross-tab. A inferencial foi de
variância (Anova). Não foi possível realizar um teste T por haver menos de 5 sujeitos
por categoria de reação, assim optou-se pela análise descritiva cross-tab.
30




7 Resultado e Discussão
      Nos resultados foram trabalhados primordialmente os dados analisados em
comparação multivariada. Esta análise é definida de modo geral como análise de duas
ou mais variáveis simultaneamente (HAIR; ANDERSON; TATHAM; BLACK, 2005).
Também são apresentados relatos de comportamentos e dados de vendas nos dias
pesquisados.
      Nos dados obtidos da Anova (Apêndice C) foi encontrado significância na
variável sexo (F=4,86, sig=0,01). Comparando-se a variável sexo, na semana que
esteve presente o PS Cebolinha, foi significante o dado de maior presença de
indivíduos do sexo masculino (sig=0,007). Vale ressaltar que durante as três semanas o
número de crianças de sexo oposto foi o mesmo, 50% de cada. Na semana que não foi
colocado personagem 55% eram do sexo feminino. Com a presença do Cebolinha 56%
eram do sexo masculino. E com o personagem Mônica foi equilibrado, com 50% de
indivíduos de cada sexo.
      Apesar das porcentagens não serem muito distintas, como dito, são
significativas. Estes dados corroboram com a pesquisa apresentada por Montigneaux
(2003), a percepção e aceitação por personagens masculinos é maior entre crianças do
sexo masculino. Enquanto entre crianças do sexo feminino, a aceitação é equilibrada
entre personagens dos dois gêneros.
      Em relação à variável idade não houve diferença significativa entre a presença
ou ausência de estímulo. A média geral foi de 6,4 anos. Sem estímulo, 7 anos. Com PS
masculino, 5,5 anos. E Mônica, 6,8. As médias indicam uma abrangência de idades que
tanto a loja, quanto os PS’s, recepcionaram. Foi pensado no início do trabalho trabalhar
com essa variável nas faixas etárias dos estágios de desenvolvimento infantil. Como
não foi significativo o dado, a diferença foi desconsiderada.
      A percepção com PS’s entre crianças de diferentes faixas etárias não é a
mesma, mas sempre existe um relacionamento entre criança e PS independente da
idade. Na observação não foi possível identificar as diferenças de percepção. Em
relatos do ator que representou o PS Cebolinha foram encontrados comportamentos
que identificam a diferença de percepção entre as idades. Como no caso de uma
31



menina, com aproximadamente 5 anos, que conta ao Cebolinha que tem uma Hello
Kitty e pergunta se tinha Barbie na loja. Sua percepção ainda é próxima da fase de 0 a
3 anos, quando o PS e marca/produto são percebidos como uma única coisa.
      Outro caso ocorrido com dois meninos de 7 e 8 anos, demonstra a diferenciação
entre marca/produto de PS. Ambos contam experiências com produtos licenciados do
PS Cebolinha, como usar xampu, ver filme e buscar boneco do PS. Com outras três
crianças, mas um comportamento representativo das fazes de percepção dos PS’s, foi
demonstrar proximidade e amizade com o PS. Dois meninos de 6 e 8 anos
perguntaram do PS Cascão, companheiro de Cebolinha nas estórias. E uma menina
pergunta onde está a Mônica, PS que estaria presente na semana seguinte.
      A entrada de crianças não de modificou com os dias. No geral a entrada foi maior
que a não entrada, mas não foi diferente pela presença dos PS’s (MeSP= 1,86,
MeC=1,80, MeM=1,78, MeT= 1,83). A comparação entre as terças e quartas-feiras entre
as semanas também não apresentaram nenhuma interferência na pesquisa (MeSP=
1,52, MeC=1,59, MeM=1,42, MeT= 1,54). A seguir Gráfico 1 referente à entrada:


       40



       35


       30


       25


       20                                                             Entrou
                                                                      Não entrou

       15


       10


        5


        0
            Sem Personagem     Cebolinha           Mônica



                   Gráfico 1 – Entrada de sujeitos em relação aos estímulos
32




      Foi feito cruzamento dos dados da variável reação, que se subdividiu em outras
nove: Passou Direto, Observou, Acenou, Conversou, Afastou com medo ou choro,
Conversou seguido de afastamento, Observou e depois conversou, Acenou e se
afastou ou chorou, Observou e acenou. A tabulação cruzada apresentou o número de
vezes que cada reação ocorreu, e as porcentagens (Apêndice D a tabela de
cruzamento de dados). A seguir apresentar-se-á o Gráfico 2 com o número de vezes
que ocorreu cada reação para cada um dos PS e sem estímulo.




                  Gráfico 2 – Reações dos sujeitos em relação aos estímulos




      Nos dias que não foram colocados estímulos, existiram apenas duas reações
possíveis, passar direto e observar. Passar direto é a entrada rápida na loja. A
observação, no caso desta fase, aconteceu no portal e na vitrine da loja, ver imagens
no Anexo B. Entre as 44 crianças, 18 passaram reto, 26 observaram. Essa observação
33



feita pelas crianças, representa a busca externa de informações da pré-compra, num
cenário físico.
          Na presença do estímulo masculino, várias reações entre as 42 crianças, sendo
algumas conjuntas. Não houve observação, apenas interação ou não. A não interação
se deu no passar direto, com 9 crianças. Outra reação que chama atenção é a
conversa, ocorrida com 14 crianças. A busca externa ocorreu principalmente na reação
de conversa com o estimulo PS, que foi um cenário físico e essencialmente social.
                 Nos dias de presença da PS Mônica houve queda de fluxo, sem motivos
aparentes, apenas 14 crianças foram observadas. A principal reação é o aceno, com 7
crianças. A atriz que representou a personagem Mônica relatou que mais crianças
acenaram, mas fora da área de captação do vídeo. Todas as reações observadas
tiveram influência não só dos cenários, como também da historia de aprendizagem da
criança, de reforço e punição.
          Foi solicitado a loja de brinquedos o valores das vendas, para conferência da
taxa de conversão3. Ver a seguir gráfico representativo de vendas, e gráfico de valores
da taxa de conversão.




3
    Medida de performance tipicamente usada no varejo, calculada pela divisão do total de vendas num
    determinado período pelo número total de clientes que entraram na loja no mesmo período (Lam,
    Vandenbosch, Hulland, & Pearce, 2001 apud SANDALL, 2007).
34



    140%



    120%



    100%



    80%


                                                                           Vendas
    60%



    40%



    20%



     0%
            Sem Personagem         Cebolinha            Mônica


           Gráfico 3 – Vendas em porcentagens em relação aos estímulos



7



6



5



4

                                                                          Taxa de
                                                                          Conversão
3



2



1



0
     Sem Personagem            Cebolinha              Mônica


                 Gráfico 4 – Taxa de conversão em relação aos estímulos
35




      A taxa de conversão foi feita utilizando dados que correspondem ao horário de
funcionamento da loja nos dias pesquisados, e não dos horários delimitados na
pesquisa. Sendo assim, os resultados podem sofrer muitas interferências, mas são
considerados importantes para citar, mesmo não tendo significância mensurada. Uma
das interferências poderia ser as datas de pagamento de salários, que costumam ser
na primeira semana do mês, e influenciam nas compras.
      Houve aumento de vendas e melhora de performance nos dias de presença do
PS Cebolinha, mesmo que a entrada na loja não tenha tido interferência do PS. A
queda de vendas nos dias da PS Mônica pode ter ocorrido principalmente devido o
baixo fluxo de clientes, mas foi a melhor performance na taxa de conversão, ou seja, as
poucas vendas ocorridas foram de produtos mais caros que os vendidos nas outras
semanas.
36




8 Conclusões e Recomendações
      A variável ambiental utilizada influenciou o comportamento do consumidor
observado. Houve diferença significativa entre as situações apresentadas. Foram
identificados   diferentes   comportamentos   das   crianças   perante   os   estímulos,
comparando com momento sem estímulo.
      A entrada na loja não teve interferência com a presença dos PS’s, entretanto
existiu diferença nas vendas e taxa de conversão. Na presença do personagem
Cebolinha, houve aumento de vendas e performance, e na presença da personagem
Mônica, aumento de performance na taxa de conversão.
      Nas observações são encontrados dados identificáveis com os estudos da
Análise Experimental do Comportamento. Foi possível conhecer comportamento e
reações na entrada de um PDV, o que auxilia para pesquisas futuras. Somadas às
observações existem relatos que corroboram com a base teórica que trata de
personagens.
      É possível através de pesquisas, como a feita neste trabalho, embasar efeito de
mercado sobre o consumidor. É recomendado aplicar a pesquisa num período maior
para cada PS, fazendo acompanhamentos diários do fluxo de caixa. Assim é possível
fazer maior número de interferências.
      A pesquisa pode gerar mais resultados referentes a gênero, utilizando diferentes
PS’s. Outros resultados poderiam ser encontrados. Aliando o PS à produtos presentes
na loja, e fazendo conexão com o ambiente da vitrine e porta, ou divulgando
antecipadamente a presença do PS. Além de outros recursos e ações que poderiam ser
estudados.
37



8.1. Limitações


      Algumas limitações impediram alguns resultados. A câmera utilizada para
captação visual não possuía qualidade de definição suficiente para observar detalhes.
Os dados fornecidos de vendas não foram especificamente do período de horas
observadas, provavelmente algumas vendas não tiveram interferência dos estímulos.

8.2. Agenda Futura

      Para futuras pesquisas e trabalhos poderiam aumentar a área de observação,
observar outras lojas e shoppings. Unir à pesquisa quantitativa, uma qualitativa, visando
não só o ambiente, mas também história do indivíduo.
      Outros aspectos que poderiam se abordados, junto à observações de diferentes
lojas ou produtos e diferenciação, seria a busca do nível de conhecimento e
diferenciação de marcas.
38




Referências

ALVES, L. R. G. Game Over: jogos eletrônicos e violência. Tese aprovada como
requisito parcial para obtenção do grau de doutora em Educação, Universidade Federal
da Bahia. 2004.


ANGELINI, C. G. O Comportamento do Consumidor Infantil e seu padrão de Compra de
Refrigerante. Trabalho de conclusão de curso (Graduação), Publicidade e Propaganda,
UniCEUB, Centro Universitário de Brasília, Brasília. 2005.


ARNOULD, E.J; PRICE, L.; ZINKHAN, G. M. Consumers. New York: McGraw Hill. 2004.


ASSAEL, H. Comportamiento del Consumidor. México: Thomson Editores. 1999.


BASTOS, Marcela. A influência que os personagens infantis exercem no
Comportamento do Consumidor Mirim. Trabalho de conclusão de curso (Graduação),
Publicidade e Propaganda, UniCEUB, Centro Universitário de Brasília, Brasília. 2004.


CHAN, K. Store visits and information sources among urban Chinese children. Journal
of Consumer Marketing, v. 22, n. 4, p. 178-188, Jun. 2005.


DIAS, M. B. Comportamento de procura por produtos: Efeitos da quantidade de marcas.
Dissertação (Mestrado), Psicologia, Universidade de Brasília, Brasília. 2005.


DENEGRI, M.; FERNÁNDEZ, F.; ITURRA, R.; PALAVECINOS, M.; RIPOLL, M.
Consumir para vivir y no vivir para consumir. Temuco: Universidad de La Frontera.
1999.


ENGEL, J. F.; BLACKWELL, R. D.; & MINIARD, P. W. Comportamento do Consumidor.
São Paulo: Pioneira. 2001.


FERREIRA, M. C. Serviço de Atendimento ao Público: O que é? Como analisá-lo?
Esboço de uma abordagem teórico-metodológica em ergonomia. Multitemas, v. 16, p.
128-144, Campo Grande, MS. 2000.
39



FOXALL, G. R. Marketing Psychology: the paradigm in the wings. London: MacMillan.
1997.


FOXALL, G.R. Radical behaviorist interpretation: Generating and evaluating an account
of consumer behavior. The Behavior Analysis, v. 21, p. 321-354. 1998.


FOXALL, G. R.; GOLDSMITH, R.; BROWN, S. Consumer Psychology for Marketing. 2nd
ed. London: International Thomson Business. 1998.




GIL, A.C. Como classificar as pesquisas? In: Como elaborar projetos de pesquisa. 4.
ed. São Paulo: Atlas. 2002.


HIGGS, R. C; PEREIRA, F.C. Publicidade dirigida a Crianças: Personagens, valores e
Discurso. Portugal, 2005.


JACOBY, J.; HOYER, W.;& BRIEF, A. Consumer Psychology. Em: Dunnette, M. D.
(Org.); Hough, L. M. (Org.). Handbook of Industrial and Organizational Psychology. v. 3.
California: Consulting Psychologists Press, cap. 7, p. 377-441. 1992.


JOHN, D. Consumer socialization of Children: a retrospective look at twenty-five years
of research. Journal of Consumer Research, v. 26, n. 3, p. 183-213. dec. 1999.


LEVIN, J.; FOX, J. A. Estatística para Ciências Humanas. 9. ed. São Paulo: Prentice
Hall. 2004.


MATTAR, F.N. Pesquisa de Marketing. São Paulo: Atlas, 2001.


MONTIGNEAUX, N. Público-alvo: Crianças. A força dos personagens e do marketing
para falar com o consumidor infantil. Rio de Janeiro: Campus, 2003.

MOWEN, J. C.; MINOR, M. S. Comportamento do Consumidor. São Paulo: Prentice
Hall. 2003.
40




PADILHA, Valquiria. Shopping center: a catedral das mercadorias. São Paulo:
Bomtempo, 2006.


PÉREZ-NEBRA, A. R. Pré-compra. Não publicado. Brasília, 2007.


PIAGET, J. A Epistemologia Genética: sabedoria e ilusões da filosófica; problemas de
psicologia genética. São Paulo: Abril. 1978.


POHL, R.H. Efeitos do nível d reforço informativo das marcas sobre a duração do
comportamento de procura. Dissertação (Mestrado), Psicologia, Universidade de
Brasília, Brasília. 2004.


PORTAL TURMA DA MÔNICA. Histórico. Disponível em: www.turmadamonica.com.br
Acesso em 21 de abril de 2008.


RODRIGUES, A.; ASSMAR, E.; & JABLONSKI, J. Psicologia social. Petrópolis: Vozes.
1999.


SANDALL, H.L.P. Comportamentos précorrentes de aproximação de lojas: Efeitos do
nível de diferenciação de marca e localização sobre taxas de conversão em um
shopping center. Dissertação (Mestrado), Psicologia, Universidade de Brasília. Brasília,
2007.


SIMONSON, I.; CARMON, A.; DHAR, R.; DROLET, A.; NOWLIS, S. M. Consumer
research: in search of identity. Annual Review of Psychology, v. 52, 249-275. 2001.


STATT, D. A. Understanding the Consumer: a psychological approach. London:
Macmillan Business. 1997.


SYLVA, I.; LUNT, K. Iniciação ao Desenvolvimento da criança. São Paulo: Martins
Fontes. 1994.
41




Anexos

Anexo A – Escolhas de modelos segundo sexo dos
personagens
42



Anexo B – Área de observação
43




Apêndice


Apêndice A – Protocolo de Observação



Sexo: (1) masculino   (2) feminino

Idade estimada: _________ anos

( ) Observam vitrine/portal de entrada

( ) Interage com personagem. Como? ______________________________________

_____________________________________________________________________

Entrada: (1) sim   (2) não
44



Apêndice B – Estrutura das Observações
   Estímulo        Data         Horário
                              16h – 16h30
Sem personagem   25 e 26/03
                              17h – 17h30
                              16h – 16h30
   Cebolinha     01 e 04/04
                              17h – 17h30
                              16h – 16h30
    Mônica       08 e 09/04
                              17h – 17h30
45



Apêndice C – Anova


Dependent                                     Mean                                      95% Confidence Interval
Variable    (I) Estímulo   (J) Estímulo   Difference (I-J)    Std. Error     Sig.   Lower Bound         Upper Bound
                                                   *
Sexo        Sem Estímulo   Cebolinha      ,32576             ,10440        ,007     ,0773             ,5743

                           Mônica         ,15909             ,14850        ,534              -,1944 ,5126
                                                         *
            Cebolinha      Sem Estímulo          -,32576 ,10440            ,007              -,5743             -,0773

                           Mônica                  -,16667 ,14936          ,507              -,5222 ,1888
            Mônica         Sem Estímulo            -,15909 ,14850          ,534              -,5126 ,1944

                           Cebolinha      ,16667             ,14936        ,507              -,1888 ,5222

Idade       Sem Estímulo   Cebolinha             1,14286 ,78802            ,319              -,7328            3,0185

                           Mônica         ,35714                 1,12089 ,946               -2,3108            3,0251
            Cebolinha      Sem Estímulo         -1,14286 ,78802            ,319             -3,0185 ,7328

                           Mônica                  -,78571       1,12732 ,766               -3,4690            1,8976
            Mônica         Sem Estímulo            -,35714       1,12089 ,946               -3,0251            2,3108

                           Cebolinha      ,78571                 1,12732 ,766               -1,8976            3,4690

Entrou      Sem Estímulo   Cebolinha      ,05411             ,08200        ,787              -,1411 ,2493

                           Mônica         ,07792             ,11664        ,783              -,1997 ,3555
            Cebolinha      Sem Estímulo            -,05411 ,08200          ,787              -,2493 ,1411

                           Mônica         ,02381             ,11731        ,978              -,2554 ,3030
            Mônica         Sem Estímulo            -,07792 ,11664          ,783              -,3555 ,1997

                           Cebolinha               -,02381 ,11731          ,978              -,3030 ,2554
                                                         *
Reação      Sem Estímulo   Cebolinha           -2,74242 ,39878             ,000             -3,6916           -1,7932
                                                         *
                           Mônica              -2,90909 ,56723             ,000             -4,2592           -1,5590
                                                         *
            Cebolinha      Sem Estímulo         2,74242 ,39878             ,000             1,7932             3,6916

                           Mônica                  -,16667 ,57048          ,954             -1,5245            1,1912
                                                         *
            Mônica         Sem Estímulo         2,90909 ,56723             ,000             1,5590             4,2592

                           Cebolinha      ,16667             ,57048        ,954             -1,1912            1,5245

Dia         Sem Estímulo   Cebolinha               -,07251 ,10847          ,782              -,3307 ,1857

                           Mônica         ,09416             ,15429        ,815              -,2731 ,4614
            Cebolinha      Sem Estímulo   ,07251             ,10847        ,782              -,1857 ,3307

                           Mônica         ,16667             ,15518        ,532              -,2027 ,5360
            Mônica         Sem Estímulo            -,09416 ,15429          ,815              -,4614 ,2731
46



Dependent                                              Mean                                     95% Confidence Interval
Variable     (I) Estímulo      (J) Estímulo       Difference (I-J)    Std. Error     Sig.   Lower Bound        Upper Bound
                                                           *
             Sem Estímulo      Cebolinha          ,32576             ,10440        ,007     ,0773            ,5743

                               Mônica             ,15909             ,14850        ,534             -,1944 ,5126
                                                                 *
             Cebolinha         Sem Estímulo                -,32576 ,10440          ,007             -,5743             -,0773

                               Mônica                      -,16667 ,14936          ,507             -,5222 ,1888
                               Sem Estímulo                -,15909 ,14850          ,534             -,5126 ,1944

                               Cebolinha                   -,16667 ,15518          ,532             -,5360 ,2027

*. The mean difference is significant at the 0.05 level.
47



                            Apêndice D – Reações


                                                                     Estímulo * Reação Crosstabulation

                                                                                                                 Reação

                                                                                                                     Conversou         Observou           Acenou e
                                  Passou                                                         Afastou com                                                               Observou e
                       Estímulo
                                                Observou        Acenou        Conversou                              seguido de        e depois           se afastou                        Total
                 Direto                                                                          medo ou choro                                                             acenou
                                                                                                                     afastamento       conversou          ou chorou

      Sem      Count                       18              26            0                   0                   0                 0                  0                0                0               44

ulo            % within
                                        40,9%        59,1% ,0%                ,0%                ,0%                 ,0%               ,0%                ,0%              ,0%                      100,0%
               Estímulo

               % within Reação          66,7%        92,9% ,0%                ,0%                ,0%                 ,0%               ,0%                ,0%              ,0%                      44,0%

               % of Total               18,0%        26,0% ,0%                ,0%                ,0%                 ,0%               ,0%                ,0%              ,0%                      44,0%

      Ceboli   Count                        9              0             3                  14                   4                 2                  5                4                1               42

                 % within
                                        21,4% ,0%                   7,1%              33,3%                9,5%              4,8%                 11,9%           9,5%              2,4%            100,0%
                 Estímulo

               % within Reação          33,3% ,0%                  30,0%              93,3%             100,0%              100,0%                83,3%          100,0%             25,0%           42,0%

               % of Total                9,0% ,0%                   3,0%              14,0%                4,0%              2,0%                 5,0%            4,0%              1,0%            42,0%

      Mônic    Count                        0              2             7                   1                   0                 0                  1                0                3               14

               % within
                                  ,0%                14,3%         50,0%                  7,1% ,0%                   ,0%                          7,1% ,0%                          21,4%           100,0%
               Estímulo

               % within Reação    ,0%                 7,1%         70,0%                  6,7% ,0%                   ,0%                          16,7% ,0%                         75,0%           14,0%

               % of Total         ,0%                 2,0%          7,0%                  1,0% ,0%                   ,0%                          1,0% ,0%                          3,0%            14,0%

      Total    Count                       27              28            10                 15                   4                 2                  6                4                4              100

               % within
                                        27,0%        28,0%         10,0%              15,0%                4,0%              2,0%                 6,0%            4,0%              4,0%            100,0%
               Estímulo

               % within Reação
                                  100,0%           100,0% 100,0%                    100,0%             100,0%              100,0%            100,0%             100,0%           100,0%        100,0%

               % of Total           27,0%           28,0%        10,0%              15,0%                4,0%               2,0%              6,0%               4,0%               4,0%       100,0%

Contenu connexe

Similaire à Comportamento do Consumidor Infantil: Personagens no ponto-de-venda

Higgs pereira-publicidade-dirigida-criancas
Higgs pereira-publicidade-dirigida-criancasHiggs pereira-publicidade-dirigida-criancas
Higgs pereira-publicidade-dirigida-criancas
Atomy Brasil
 
Educomunicação no campo impactos e relevância social no terr
Educomunicação no campo impactos e relevância social no terrEducomunicação no campo impactos e relevância social no terr
Educomunicação no campo impactos e relevância social no terr
UNEB
 
Estratégia de comunicação nas redes sociais
Estratégia de comunicação nas redes sociaisEstratégia de comunicação nas redes sociais
Estratégia de comunicação nas redes sociais
Camila Lima
 
Filme Pequena Miss Sunshine
Filme Pequena Miss SunshineFilme Pequena Miss Sunshine
Filme Pequena Miss Sunshine
Luciana
 
Machado, Jones. Monografia, 2010
Machado, Jones. Monografia, 2010Machado, Jones. Monografia, 2010
Machado, Jones. Monografia, 2010
Jones Machado
 
Resumos TCC - Curso Publicidade e Propaganda 2010-2
Resumos TCC - Curso Publicidade e Propaganda 2010-2Resumos TCC - Curso Publicidade e Propaganda 2010-2
Resumos TCC - Curso Publicidade e Propaganda 2010-2
Atitude Digital
 
Erotização: Corpo Infantil
Erotização: Corpo InfantilErotização: Corpo Infantil
Erotização: Corpo Infantil
Chocado Estácio
 

Similaire à Comportamento do Consumidor Infantil: Personagens no ponto-de-venda (20)

Projeto Integrado - Agência Intorno - Empresa Sustentável : Natura
Projeto Integrado -  Agência Intorno - Empresa Sustentável : NaturaProjeto Integrado -  Agência Intorno - Empresa Sustentável : Natura
Projeto Integrado - Agência Intorno - Empresa Sustentável : Natura
 
Artigo storytelling
Artigo  storytellingArtigo  storytelling
Artigo storytelling
 
Rio branco ericson araujo
Rio branco   ericson araujoRio branco   ericson araujo
Rio branco ericson araujo
 
Comportamento do consumidor da Geração Y e a preferência deste segmento por c...
Comportamento do consumidor da Geração Y e a preferência deste segmento por c...Comportamento do consumidor da Geração Y e a preferência deste segmento por c...
Comportamento do consumidor da Geração Y e a preferência deste segmento por c...
 
Higgs pereira-publicidade-dirigida-criancas
Higgs pereira-publicidade-dirigida-criancasHiggs pereira-publicidade-dirigida-criancas
Higgs pereira-publicidade-dirigida-criancas
 
Educomunicação no campo impactos e relevância social no terr
Educomunicação no campo impactos e relevância social no terrEducomunicação no campo impactos e relevância social no terr
Educomunicação no campo impactos e relevância social no terr
 
Mestrado Martha Terenzzo - Consumo Juventude
Mestrado Martha Terenzzo - Consumo JuventudeMestrado Martha Terenzzo - Consumo Juventude
Mestrado Martha Terenzzo - Consumo Juventude
 
Estratégia de comunicação nas redes sociais
Estratégia de comunicação nas redes sociaisEstratégia de comunicação nas redes sociais
Estratégia de comunicação nas redes sociais
 
Filme Pequena Miss Sunshine
Filme Pequena Miss SunshineFilme Pequena Miss Sunshine
Filme Pequena Miss Sunshine
 
eBook Comunicação e Infância: processos em perspectiva
eBook Comunicação e Infância: processos em perspectivaeBook Comunicação e Infância: processos em perspectiva
eBook Comunicação e Infância: processos em perspectiva
 
Monografia Silvana Pedagogia 2011
Monografia Silvana Pedagogia 2011Monografia Silvana Pedagogia 2011
Monografia Silvana Pedagogia 2011
 
Machado, Jones. Monografia, 2010
Machado, Jones. Monografia, 2010Machado, Jones. Monografia, 2010
Machado, Jones. Monografia, 2010
 
Monografia Marilândia Pedagogia 2009
Monografia Marilândia Pedagogia 2009Monografia Marilândia Pedagogia 2009
Monografia Marilândia Pedagogia 2009
 
Resumos TCC - Curso Publicidade e Propaganda 2010-2
Resumos TCC - Curso Publicidade e Propaganda 2010-2Resumos TCC - Curso Publicidade e Propaganda 2010-2
Resumos TCC - Curso Publicidade e Propaganda 2010-2
 
Comunicação, Marketing Digital e Cultura
Comunicação, Marketing Digital e CulturaComunicação, Marketing Digital e Cultura
Comunicação, Marketing Digital e Cultura
 
Facebook e Twitter Todateen: fortalecimento da identidade de uma marca já con...
Facebook e Twitter Todateen: fortalecimento da identidade de uma marca já con...Facebook e Twitter Todateen: fortalecimento da identidade de uma marca já con...
Facebook e Twitter Todateen: fortalecimento da identidade de uma marca já con...
 
Erotização: Corpo Infantil
Erotização: Corpo InfantilErotização: Corpo Infantil
Erotização: Corpo Infantil
 
Escola lions combatendo o bullying
Escola lions combatendo o bullyingEscola lions combatendo o bullying
Escola lions combatendo o bullying
 
Projetoarturramos
ProjetoarturramosProjetoarturramos
Projetoarturramos
 
60047378 tcc-camila-pandolfi-bufon
60047378 tcc-camila-pandolfi-bufon60047378 tcc-camila-pandolfi-bufon
60047378 tcc-camila-pandolfi-bufon
 

Dernier

Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
TailsonSantos1
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
azulassessoria9
 
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptxApresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
LusGlissonGud
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
FabianeMartins35
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecni
CleidianeCarvalhoPer
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
LeloIurk1
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
TailsonSantos1
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
azulassessoria9
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
rosenilrucks
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
LeloIurk1
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
LeloIurk1
 

Dernier (20)

Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptxApresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecni
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
 

Comportamento do Consumidor Infantil: Personagens no ponto-de-venda

  • 1. CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA – UniCEUB FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – FATECS CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL HABILITAÇÃO EM PUBLICIDADE E PROPAGANDA DISCIPLINA: MONOGRAFIA ORIENTADOR: BA. BRUNO ASSUNÇÃO NALON ÁREA: COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Comportamento do Consumidor Infantil Personagens no ponto-de-venda Elisa Guimarães Francisco 2046476/1 Brasília, Maio de 2008
  • 2. Elisa Guimarães Francisco Comportamento do Consumidor Infantil Trabalho apresentado à Faculdade de Tecnologia e Ciências Sociais Aplicadas, como requisito parcial para a obtenção ao grau de Bacharel em Comunicação Social com habilitação em Publicidade e Propaganda no Centro Universitário de Brasília – UniCEUB. Orientador: Prof . B. A. Bruno Assunção Nalon Brasília, Maio de 2008
  • 3. Elisa Guimarães Francisco Comportamento do Consumidor Infantil Trabalho apresentado à Faculdade de Tecnologia e Ciências Sociais Aplicadas, como requisito parcial para a obtenção ao grau de Bacharel em Comunicação Social com habilitação em Publicidade e Propaganda no Centro Universitário de Brasília – UniCEUB. Banca Examinadora Brasília, Junho de 2008 _____________________________________ Prof. BA. Bruno Nalon Orientador __________________________________ Prof. MsC. Amália Pérez-Nebra Examinador __________________________________ Prof. MsC. Alexandre Mendes Examinador
  • 4. Dedicatória À Deus Minha amiga, mãe Meu orgulho, pai Meus companheiros, irmãos Meu presente, irmã Meu querido, Lu Minha companheira, Pri por todo o Amor, compreensão, dedicação, carinho e apoio.
  • 5. Agradecimentos Amália, minha “mestra”. Por ter me ajudado extremamente na vida acadêmica. Bruno, orienta a dor. Por ter aliviado e amenizado os momentos de tensão. Luis, Cebolinha. Por ser extremamente dedicado como ator, motorista, revisor e principalmente, namorado. Pri, Mônica. Por ter que virar uma atriz branquela e ser minha irmã de verdade. Grupo Ciranda, Marco e Vânia. Por emprestar fantasias e conselhos. Cia Toy, Carlos, Fernando e Isabel. Pela abertura, autorização e simpatia. Terraço Shopping: Francisco, por ralar só pra me ajudar. Sr. Milton, por ajudar com bastante disponibilidade, praticidade e rapidez. Maurício, por gravar todos os vídeos e ser preocupado para fazer corretamente. Rê, pelo apoio e compreensão durante o processo nada fácil de monografia. E a mamãe Bel, por agüentar meu estress e ajudar extremamente como amiga. Agradeço todos professores e colegas que encontrei nesses anos. Especialmente: Priscila, Flávia, Gastão, Jorge, Lucas e Marcelo, pelo convívio e amizade. Obrigada também aos parentes torcedores, e principalmente à minha família: pai, mãe, irmãos e irmã, sem eles nada teria sido feito.
  • 6. “Deixai vir a mim as criancinhas e não as impeçais, porque o reino de Deus é daqueles que se parecem com elas.” Lucas 18, 16
  • 7. RESUMO O presente estudo verificou a influência de variáveis ambientais-personagens- no CCI. Os personagens são considerados um dos estímulos do cenário físico e social, na abordagem experimental do comportamento. Foi observado entrada de PDV de brinquedos, numa área de mall de shopping. O referencial teórico utilizado foi buscado na psicologia do desenvolvimento, na análise do comportamento e estudos de personagens e crianças. O método trabalhado foi quantitativo, utilizando roteiro de registros e gravações de câmera de segurança. A amostra foi composta de 100 crianças, entre 1 e 12 anos, sendo 50% de cada gênero. A pesquisa teve três fases: a primeira sem estímulo escolhido; a segunda, com personagem masculino, Cebolinha; a terceira com personagem feminino, Mônica. Cada fase ocorreu em uma semana diferente, dois dias da semana de observação de cada estímulo ou sem estímulo, sendo uma hora para cada dia. Foi usada técnica estatística de análise univariada de variância para trabalhar os dados. Houve significância nos dados de sexo, que corroboraram com pesquisa apresentada nas referências teóricas. A preferência por personagens masculino é maior entre meninos, e dividida entre meninas. A entrada na loja não teve diferença significativa nas etapas. As crianças observadas possuíam idades variadas, sem nenhuma predominância em cada fase. Foram encontradas e organizadas reações diante da vitrine, portal de lojas, e PS's. Relacionando entrada e vendas, houve diferenças na taxa de conversão. O nível de vendas foi maior na presença do PS masculino. Houve melhora na performance de venda na presença dos PS's, principalmente com estímulo feminino. Ocorreu influências no comportamento do consumidor infantil com a inserção de personagens como estímulos. O trabalho contribui academicamente com estudos de CC, e mercadologicamente nas estratégicas de marketing derivadas ao público infantil. Palavras-chave: Comportamento do Consumidor. Criança. Personagem. Shopping.
  • 8. Lista de Abreviaturas e Siglas CC – Comportamento do Consumidor CCI – Comportamento do Consumidor Infantil PS – Personagem PDV – Ponto-de-venda Sig – Significância Me – Média MeSP – Média dos dias sem personagem MeC – Média dos dias com Cebolinha MeM – Média dos dias com Mônica MeT – Média total
  • 9. Lista de Gráficos Gráfico 1 – Entrada de sujeitos em relação aos estímulos Gráfico 2 – Reações dos sujeitos em relação aos estímulos Gráfico 3 – Vendas em porcentagens em relação aos estímulos Gráfico 4 – Taxa de conversão em relação aos estímulos
  • 10. Sumário 1 Introdução................................................................................................................... 13 2 Comportamento do Consumidor................................................................................. 15 2.1 Pré-Compra ............................................................................................................. 17 2.2 Cenário Físico e Social............................................................................................ 18 3 Comportamento do Consumidor Infantil ..................................................................... 19 4 Estágios do Desenvolvimento Infantil ......................................................................... 22 5 Criança e personagens............................................................................................... 24 5.1 Mônica e Cebolinha ................................................................................................. 25 6 Método........................................................................................................................ 27 6.1 Amostra ................................................................................................................... 27 6.2 Instrumento.............................................................................................................. 27 6.3 Procedimento........................................................................................................... 28 6.4 Análise ..................................................................................................................... 28 7 Resultado e Discussão ............................................................................................... 30 8 Conclusões e Recomendações .................................................................................. 36 8.1. Limitações............................................................................................................... 37 8.2. Agenda Futura ........................................................................................................ 37 Referências.................................................................................................................... 38 Anexos........................................................................................................................... 41 Anexo A – Escolhas de modelos segundo sexo dos personagens................................ 41 Anexo B – Área de observação ..................................................................................... 42 Apêndice........................................................................................................................ 43 Apêndice A – Protocolo de Observação ........................................................................ 43 Apêndice B – Estrutura das Observações ..................................................................... 44
  • 11. 13 1 Introdução Tendo como contexto o campo de pesquisa Comportamento do Consumidor (CC), será utilizado aqui a abordagem Experimental do Comportamento e estudos de personagens (PS’s) de modo interdisciplinar para orientar e embasar este trabalho. A proposta é conhecer como se dá o Comportamento do Consumidor Infantil (CCI) relacionado com interferências no ponto de venda (PDV). Sendo diferente da maioria das pesquisas realizadas na área de CC que ocorrem com adultos e com viés social- cognitivo (SIMONSON et al, 2001). A pesquisa pretende contribuir academicamente para o estudo do CC, sendo um trabalho de campo, com a investigação do comportamento das crianças em uma situação real de mercado. O estudo nesta área é relevante por servir como referência para profissionais, que poderão compreender e intervir de maneira adequada no processo de compra e nas campanhas de comunicação para o consumidor infantil. O problema de pesquisa é de ordem prática e intelectual, e em sua delimitação a questão é: Como se dá o CCI diante de PS’s de diferentes gêneros colocados no mall1 , numa situação de pré-compra, na porta do PDV? Assim, o objetivo deste trabalho é verificar a influência de variável ambiental física/social (PS’s de diferentes gêneros) no comportamento de consumo de crianças num mall de shopping2, diante do PDV. Como objetivos específicos: • saber se a criança se comporta diferente diante de diferentes personagens; • se o número de crianças que entram na loja é maior na presença de personagens; • verificar comportamento geral da criança na porta da loja, para discussão e mensuração de repetições. 1 Os administradores de shopping centers referem-se ao mall como a área de circulação que se encontra dentro do estabelecimento porém fora das lojas e resume as áreas de acesso às operações do shopping, por onde o consumidor trafega (SANTOS, 1996 apud SANDALL, 2007). 2 Local de lazer e consumo, planejado para unir mercadorias, serviços e entretenimento. Geralmente afastado de centros conturbados. Associado à qualidade de vida, apresenta ambiente limpo, seguro e bonito. É comparado à uma pequena cidade com estrutura governamental (administração) e serviços de polícia e bombeiros (segurança), de limpeza, de abastecimento de água, de manutenção de infraestruturas, etc. (PADILHA, 2006)
  • 12. 14 É uma pesquisa descritiva/comparativa, o método utilizado para o alcance do objetivo é quantitativo. Foi feita observação prévia, assistemática, e depois sistemática (protocolo) de gravações, a partir das câmeras de segurança. A população é a de crianças que vão ao shopping e deparam-se com loja de brinquedos. Para atingir estes objetivos buscar-se-á o referencial teórico na psicologia do desenvolvimento, na análise do comportamento, e em estudos de PS’s, além das áreas afins como Comunicação e Marketing. O caminho teórico será pelos modelos na área de CC, Pré-Compra, Cenário Físico e Social, CCI, pesquisas anteriores realizadas com crianças, e estudos de PS’s direcionados às crianças.
  • 13. 15 2 Comportamento do Consumidor Qualquer serviço oferecido por uma organização, como por exemplo, o serviço de venda ao consumidor, principalmente o presencial, é uma atividade que envolve diferentes papéis; estes são: o consumidor, o atendente e o gestor. Estas pessoas estão imersas em um cenário composto por condições físico-ambientais-instrumentais, e é neste contexto, característico do serviço de atendimento, que ocorre a interação dos diversos atores supracitados (FERREIRA, 2000). Assim, aferir a qualidade e adequação do produto ou serviço implica em decodificar e mensurar as atitudes (JACOBY; HOYER; BRIEF, 1992) e comportamentos das pessoas envolvidas (FOXALL, 1997), em especial a do consumidor, tendo a cautela de não perder a globalidade da situação (FERREIRA, 2000). Para compreender adequadamente este consumidor é preciso saber o que influencia seu comportamento. Didaticamente observam-se diferentes influências sobre o indivíduo, a saber: as influências sociais (RODRIGUES; ASSMAR; JABLONSKI, 1999), a perspectiva pessoal/individual (STATT, 1997; ASSAEL, 1999; ENGEL; BLACKWELL; MINIARD, 2001), a influência cultural (ASSAEL, 1999) e a influência ambiental (FOXALL, 1997). O presente trabalho tratará de conhecer as influências na perspectiva “externa” (do ambiente), mais especificamente na entrada do PDV. Não será objeto a comparação transcultural das variáveis envolvidas neste momento. O CC é estudado por diversas linhas, entre as quais duas são adequadas ao objeto em questão, a Psicologia Social-Cognitiva e a Análise Experimental do Comportamento, sendo que ambas possuem modelos do processo de consumo e visam compreender o comportamento do consumidor e suas necessidades, gostos e preferências por produtos e serviços. Cada linha está preocupada com diferentes olhares e se complementam na tentativa de estudar este fenômeno tão complexo. A Psicologia Social-Cognitiva é a predominante na área e seu olhar está focado essencialmente nos processos internos do consumidor (SIMONSON et al., 2001) e atualmente tem lançado mão das variáveis
  • 14. 16 externas a este, que são as ambientais, fundamentalmente estudadas pela área da Análise Experimental do Comportamento. Segundo a Psicologia Social-Cognitiva o processo de compra ocorre com as etapas pré-compra, compra e pós-compra. O consumidor compra apenas se há uma necessidade, esta verificada no incômodo da dissonância cognitiva, podendo ser ambiental, social e pessoal. A partir desse incômodo o consumidor quer solucionar a dissonância cognitiva buscando informações externamente e internamente. Ele o faz através de informações com a família, amigos, meios de comunicação, entre outras fontes externas e do resgate da sua aprendizagem anterior, para assim poder avaliar e escolher o que comprar. Após a pré-compra, ocorre a compra de um produto ou serviço, podendo ela ser diferente do que se imaginou anteriormente na pré-compra. Na pós-compra ocorre o uso, avaliação da compra (podendo detectar insatisfação, satisfação ou encantamento) e descarte, caso seja um produto. Todo este processo de compra descreve o modelo cognitivo. Por conta deste modelo não enfatizar as variáveis situacionais e ambientais, Foxall (1998) apresenta o modelo teórico baseado no Behaviorismo, denominado Behavioral Perspective Model, [Modelo Operante do Comportamento do Consumidor]. Neste modelo, o CC também é dividido nas fases pré-compra, compra e pós-compra e o comportamento é analizado na interação entre o cenário atual do consumidor e sua história de aprendizagem. O foco deste modelo está nas conseqüências do comportamento de consumir, sendo que esta conseqüência modelará e manterá (ou evitará) esse comportamento no futuro. Essas conseqüências são de três tipos: aversivas, reforçadoras utilitárias e informativas (FOXAL, 1998 apud DIAS, 2005). As conseqüências aversivas reduzem a probabilidade de repetição de um comportamento de consumo, como o consumidor evitar levar uma bronca, perder tempo, não encontrar o brinquedo e não comprar. O reforçamento utilitário é mediado pelo produto ou serviço, a partir de sua utilidade e praticidade na compra e no consumo. E as conseqüências reforçadoras informativas são mediadas pelas ações e reações de outras pessoas, tendo assim, um significado social.
  • 15. 17 Os cenários influenciam as probabilidades de procura e de compra. Os diferentes tipos de cenário são: físico (e.g. PDV, a logomarca do produto, alternativa de marcas...); social (e.g. presença de outros compradores, vendedores...); temporal (e.g. data festiva, tempo de duração de ofertas...); e regulatório (e.g. regras concernentes ao comprar) (DIAS, 2005). O cenário do consumidor é classificado em relativamente aberto à relativamente fechado. O cenário relativamente aberto é aquele onde várias respostas são possíveis para o consumidor, ele pode comprar, não comprar, adiar a compra, escolher, entre outros, tendo disponível uma variedade de reforçadores. O cenário relativamente fechado é aquele em que se nega ao consumidor a possibilidade de amplas escolhas, onde pouca ou nenhuma alternativa é oferecida (e.g. a criança foi comprar a categoria carrinhos e encontrou apenas uma opção disponível) (DIAS, 2005). As variáveis situacionais são tudo que o consumidor aprende que interfere em sua decisão de compra e consumo (e.g. fazer “birra” para conseguir o que quer). As variáveis ambientais e situacionais criam uma condição antecedente que sinalizam as prováveis conseqüências ao consumidor. 2.1 Pré-Compra Será observado um cenário de loja de brinquedos, numa situação de pré- compra. Considerando o processo de compra, quando já foi identificada uma necessidade e se inicia um comportamento de procura (SANDALL, 2007). O estímulo PS foi colocado para verificar interferência num momento de busca de informações. Neste caso, uma busca externa. A busca está relacionada à identificação de benefícios e reconhecimento. Esses benefícios podem ser: utilitário (racional) e informativo (ligado ao emocional e ao prazer). O reconhecimento é genérico (eg. identificar a categoria bonecas) e/ou seletivo (eg. identificar marca Barbie, que está inserida na categoria bonecas) (PÉREZ-NEBRA, 2007).
  • 16. 18 2.2 Cenário Físico e Social Os cenários do CC funcionam como estímulos no contexto de interseção com a história de reforço e punição da criança. A história de aprendizagem é tudo o que o indivíduo aprendeu culturalmente e fatores pessoais internos. Neste trabalho é pesquisado dois tipos de cenários que emitem conseqüências de aproximação e esquiva, relacionados ao aprendizado (fatores pessoais e culturais): físico e social (OLIVEIRA-CASTRO; FOXALL, 2005). O cenário físico é a área espacial do mall filmada, portal e vitrine da loja. É considerado também os PS’s, por serem símbolos/marcas. As cores, ruídos, iluminação, posição dos objetos, e outros elementos, podem influenciar no CC, por serem construtores da imagem da loja (MOWEN, MINOR, 2003) . Esses elementos foram iguais durante toda a pesquisa, e definidos pela loja. Já os PS’s tinham posição pré-estabelecida. Já o cenário social destaca a interação das crianças com os personagens, o que eles afetam no CCI. Sendo também o comportamento dos PS’s pré-estabelecidos: de acenar, cumprimentar e convidar para aproximação e entrada. O shopping center, ou centro de compras pode ser considerado um local de significado social, por haver muitas situações de interações sociais (MOWEN, MINOR, 2003). Neste trabalho foi focado interação com o PS, não com pessoas que acompanhavam/encontravam a criança, ou vendedores.
  • 17. 19 3 Comportamento do Consumidor Infantil O estudo do comportamento do consumidor infantil começou nos anos 60 com poucos resultados, porm importantes para o posicionamento do papel da criança como consumidora desde esse período de estudo (JOHN, 1999). Mas a visibilidade do consumo infantil ocorreu apenas em meado dos anos 1970. Os estudos de comportamento do consumidor infantil baseiam-se na socialização do consumo. Esta socialização ocorre por meio de algumas instituições como família, escola e cultura (FOXALL; GOLDSMITH; BROWN, 1998; STATT, 1997). A maioria delas focada principalmente nos pais. Além desses grupos, a propaganda e a televisão são outros grandes focos de estudos do comportamento do consumidor infantil. Mas apenas um estudo foi encontrado sobre o seu comportamento no PDV, delimitado na procura por refrigerantes em supermercado. Socialização de consumo pode ser definida como sendo “o processo pelo qual pessoas jovens adquirem habilidade, conhecimento e atitudes relevantes para seu funcionamento como consumidores no mercado” (WARD, 1974 apud FOXALL; GOLDSMITH; BROWN, 1998). Sabe-se que os pais influenciam o comportamento das crianças e são influenciados por eles (denominada na literatura como socialização reversa). Muitas propagandas são realizadas com o foco na criança sabendo que esta consegue persuadir seus pais (FOXALL; GOLDSMITH; BROWN, 1998). A literatura aponta também que os padrões de compra rotineira e hábitos de consumo infantis costumam se manter estáveis até a vida adulta (FOXALL; GOLDSMITH; BROWN, 1998; STATT, 1997). Outro dado apresentado é que com o passar dos anos, seus pares podem passar a influenciar mais o comportamento do que seus pais (FOXALL; GOLDSMITH; BROWN, 1998; STATT, 1997), assim, a idade parece ser um fator importante a ser mensurado na escolha por brinquedos que para a criança pode ser considerado seu primeiro ou dos primeiros bens. A socialização da criança inclui sua socialização como consumidora. Os pais não provêem um treinamento específico de como fazer isso. Simplesmente expõe suas crianças a determinados comportamentos que serão imitados ou não, a depender do
  • 18. 20 ambiente, de sua aprendizagem anterior e necessidade (STATT, 1997). Estas crianças tornam-se co-compradoras, pois a gama de produtos que a criança tem possibilidade de escolha é restrita, mas ela possui uma influência geral que impacta na decisão doméstica (FOXALL; GOLDSMITH; BROWN, 1998). Este comportamento de co-compradoras tem crescido nos últimos anos em parte por conta das mudanças demográficas. O número de famílias pequenas tem crescido, onde crianças se comunicam mais com os adultos quando comparadas a crianças vindas de famílias numerosas. Ainda, com o trabalho das mulheres, o momento da compra é utilizado para que mãe e filho passem mais tempo juntos (STATT, 1997). Com 25 anos de pesquisa de socialização do consumidor, John (1999) teve como foco a seqüência do desenvolvimento que caracteriza o crescimento do conhecimento, das habilidades, e dos valores do consumidor infantil. Em sua pesquisa, ela buscou resultados empíricos que ilustrassem os estágios de desenvolvimento infantil, incluindo o conhecimento das crianças dos produtos, dos tipos, anúncios, compras, estratégias da tomada de decisão, estratégias parental da influência, motriz e valores do consumo. Baseado na evidência, as implicações são extraídas para o desenvolvimento teórico e empírico no campo da socialização do consumidor. Como resultados, foram encontradas características de cada estágio do desenvolvimento infantil em relação ao conhecimento de propagandas, produtos e marcas, compras, motivações e valores quanto ao materialismo (e.g. no estágio pré-operacional a criança acredita que propagandas são verdadeiras, interessantes e engraçadas e no estágio concreto sabe que existem mentiras nas mesmas). Chan (2005) em sua pesquisa teve interesse em examinar como as crianças urbanas chinesas interagem com os tipos diferentes de lojas de varejo, como aprendem sobre produtos novos e serviços, e de suas atitudes para fontes diferentes da informação de produto. Com uma amostra de 965 crianças de idades entre seis e treze anos distribuídas em quatro cidades chinesas (Beijing, Guangzhou, Nanjing e Shanghai). Foram pesquisados os três tipos de lojas de varejo mais populares entre as crianças chinesas: livrarias, supermercados e restaurantes fast-food. As visitas e o consumo das lojas variaram altamente com idade e gênero. As crianças perceberam as fontes pessoais tão úteis ou mais confiáveis do que fontes comerciais em obter a
  • 19. 21 informação sobre produtos novos e serviços. Entre algumas crianças mais velhas essa percepção foi ao contrário, davam maior importância às fontes comerciais. Em uma pesquisa brasileira foi observado o comportamento de crianças na procura por refrigerantes em supermercado. Foram encontradas correlações positivas e significativas entre a idade das crianças e tempo de procura, idade e procura por preços, bem como olhar preços e levar maior quantidade (ANGELINI, 2005). Comparativamente, a literatura aponta que pouco se conhece sobre as maneiras que as crianças aprendem seus papéis sociais como compradoras que caracterizará sua vida adulta (FOXALL; GOLDSMITH; BROWN, 1998). É importante esclarecer brevemente sobre os estágios de desenvolvimento infantil e suas conseqüências para seu comportamento de procura e compra de brinquedos.
  • 20. 22 4 Estágios do Desenvolvimento Infantil Toda criança que se desenvolve de maneira comum atravessa diferentes estágios de desenvolvimento, os quais são intrinsecamente relacionados à sua história de vida e ao cenário a qual ela está exposta. A literatura converge que as crianças passam por alguns estágios de desenvolvimento. Estes estágios explicam o conhecimento da criança e como ela interage com o mundo. Segundo Piaget (1978) o conhecimento resulta das interações entre a criança e o meio, dependendo dos dois ao mesmo tempo, mas não por serem diferentes, mas sim porque a criança não os diferencia, o que é a criança e o que é o meio. Isso aparece apenas com seu desenvolvimento. Uma vez que a criança não se diferencia do meio, segundo estes estudiosos, nada mais adequado do que estudar seu comportamento na interação do meio e não alijado do processo como propõem teóricos da área social-cognitiva. Estes estágios podem ser descritos da seguinte maneira (PIAGET, 1978): • Sensório-motor ou egocêntrico Esta fase contempla do nascimento até os dois anos de idade aproximadamente. A linguagem e os símbolos ainda não fazem parte da criança. Estão centrados ainda nos seus próprios corpos, em experiências sensoriais e motoras dirigida para objetos. Primórdios de uma diferenciação do seu interior para o exterior, da existência de outras figuras significativas além da mãe. Nesse estágio os pais constituem os principais agentes da socialização. • Estágio pré-operacional (ou pré-operatório) Entre dois e seis anos de idade. Caracteriza-se pela aquisição da linguagem verbal, proporcionada pelo desenvolvimento da representação simbólica. Palavras e nomes passam a ter grande importância para a criança, além de possuir maior mobilidade e controle físico. Quando a criança constrói sua identidade e desenvolve sua personalidade. A relação social é dual e os pais servem como ponte para a comunicação do filho com outros.
  • 21. 23 • Estágio de operações concretas Varia entre os sete e os oito anos da criança está o primeiro estágio das operações “concretas”. Quando a criança sabe que algumas coisas variam e outras não. Este novo conceito é interessante, pois a partir deste momento sabe que existem outras famílias e pessoas com diferentes modelos de comportamento e passa a aprender com eles (STATT, 1997). O segundo estágio está entre nove e dez anos, ela aí classifica objetos em mais de uma categoria. Afirma sua personalidade de acordo com suas experiências sociais, cultura, espaço/tempo (e.g. escola, casa, parque) que se encontra, e características biológicas, aparência e estado fisiológico. Quando ocorre maior abertura social e afastamento do núcleo familiar. • Estágio de operações formais Este último estágio é a partir dos onze anos. Neste momento a criança começa a abstrair e criar conceitos. Usa-se a lógica para a resolução de problemas. Obtenção da identificação e controle das emoções. As crianças pesquisadas estão situadas entre todos os estágios. No estágio pré- operacional Piaget (1978) identificara, entre outros, o brinquedo como um dos primeiros condutores simbólicos que permitem a criança utilizar um significado para representar um significado ausente. Os brinquedos são as primeiras posses de uma criança, passando desde o objeto transicional, até os brinquedos que os auxiliam ao compartilhamento social com outras crianças (ALVES, 2004). No estágio das operações concretas a criança começa a avaliar e comparar marcas e produtos (MONTIGNEAUX, 2003).
  • 22. 24 5 Criança e personagens Independente de onde tenha surgido o PS, as crianças não dão mais ou menos importância se são de desenhos animados, quadrinhos ou de embalagens de produtos. A preferência ocorre por diferentes motivos. Os PS’s são descritos pelo público infantil como uma pessoa, e a preferência vem da identificação, como pode ser descrito: O personagem é um modelo inspiracional que deve ajudar, conduzir a criança para o status de adulto. É pelo fato de propor um modelo de comportamento e um projeto que o processo de identificação poderá ocorrer (MONTIGNEAUX, 2003, p.109). O que também interfere a preferência, a partir dos 6 anos, é a rápida valorização do PS que faz sucesso em determinados períodos. Montigneaux (2003) cita estudo que identifica as principais características que são a razão das crianças serem atraídas por PS’s: • lúdica: principal característica, associado a diversão, simpatia, jogos e brincadeiras; • de companheirismo: associado a presença cotidiana e amizade. • de magia: associado a um universo imaginário, que permite a fuga do real. A percepção e aceitação de PS’s masculinos e femininos é diferente de acordo com o sexo. Em pesquisa realiza com 1046 crianças, com idades entre 8 e 12 anos, os resultados indicam que a grande parte de garotos escolhem PS’s masculinos, enquanto as garotas se dividem entre PS’s femininos e masculinos (CHOMBART DE LAUWE, BELLAN, 1979 apud MONTIGNEAUX, 2003). Ver porcentagens no Anexo A. A percepção desses personagens escolhidos entre as crianças de sexo masculino, é com atributos de astuto. Já entre as meninas, o principal atributo de escolha é a bondade (gentileza). Mas quando questionadas em relação a identificação com esses personagens, existe tendência de privilegiar o personagem do mesmo sexo. Em relação à idade, os PS’s são percebidos diferentemente. Entre 0 e 3 anos, associado à um produto ou marca, o PS é percebido como uma mesma coisa. PS, marca e produto são um só. A partir dos 4 anos isso começa a se modificar, até 9 anos. Nesse período as crianças se projetam no PS, diferenciado-o das marcas. Podendo ter o PS, a partir dos 8 anos, como um grande amigo. Dos 9 aos 12 anos o PS se aproxima
  • 23. 25 mais da realidade, e o relacionamento diminui. Passando a ser apenas uma representação de marca, valorizado por estar na moda por adolescentes, ou por se direcionar a um público de mais velho (MONTIGNEAUX, 2003). O setor de brinquedos é um dos que mais utilizam PS’s. Segundo Momberger (2002 apud BASTOS, 2004), em 2000 as estimativas de vendas foram de R$950 milhões. A publicidade de brinquedos dirigida as crianças que utilizam PS’s apresentam situações de lazer (64% em Portugal), brincadeira. O que cria mais identificação, já que o brincar é algo cotidiano do mundo infantil (HIGGS, PEREIRA, 2005). 5.1 Mônica e Cebolinha Em 1959 foi iniciada criação do que hoje é a Turma da Mônica, ou melhor a Maurício de Sousa Produções. Segundo o criador das histórias em quadrinhos, Maurício de Sousa, os gibis da Turma da Mônica possuem 70% desse mercado, com tiragem de 3,5 milhões. Afirma também que apesar do grande número de meios eletrônicos, a venda dos gibis não foi afetada. As revistinhas são comercializadas em 70 países, e já foram traduzidas e publicadas em 14 idiomas (PORTAL TURMA DA MÔNICA, 2008). Na década de 70 começou a ceder os PS’s em licenciamentos para diversos produtos. Hoje a Maurício de Sousa Produções disponibiliza o mundo da Turma em diversos meios e lugares: cinema, tv aberta, desenhos no canal americano Cartoon Network, parques temáticos, jogos de video game e celular, livros, produções musicais, e outros. Mais de cem indústrias fabricam milhares de produtos licenciados (PORTAL TURMA DA MÔNICA, 2008). Em relação à características físicas, os PS`s da Turma da Mônica são classificados como humanos. Segundo Montigneaux (2003), a vantagem desse tipo de PS é o poder de servir como exemplo, transmitindo valores morais como amizade, lealdade, e outros. E cita o fato de após os cinco anos de idade a identificação ter fortes interferências de gênero. Em pesquisa feita em Brasília, entre crianças de colégio particular 100% conheciam e já haviam lido gibis da Turma da Mônica (BASTOS, 2004). O
  • 24. 26 conhecimento entre as crianças e pais - por serem personagens de quase 50 anos – foi um dos principais motivos de escolha do PS utilizados na pesquisa. O Cebolinha e a Mônica representam um par, querido por ambos os sexos. Os personagens utilizados na pesquisa foram réplicas não licenciadas, por se tratar apenas de um trabalho acadêmico e breve.
  • 25. 27 6 Método Foi feita pesquisa descritiva e comparativa. Pode ser caracterizada como estudo de caso, já que “a profundidade foi grande e a amplitude pequena” (MATTAR, 2001, p. 25), ocasional por medir elementos “uma única vez no tempo e visa atender a um objetivo específico” (MATTAR, 2001, p. 28). O método utilizado para o alcance do objetivo foi quantitativo. Com observação assistemática prévia para operacionalizar a sistematização posterior, com utilização de um roteiro de registro e gravações com câmeras de segurança. 6.1 Amostra A amostra foi composta por crianças de ambos os sexos, entre 1 e 12 anos. Foram observadas 100 crianças, sendo 50 meninos e 50 meninas, na entrada do PDV. Foi utilizada a técnica de amostragem censitária, ou seja, todas as crianças que surgiram durante o tempo de manipulação experimental foram observadas (GIL, 2002). A população representada é composta por todas as crianças que visitam o shopping de Brasília e passam em frente à uma loja de brinquedos. O shopping não possui dado de sua população separado por faixa etária, portanto não foi possível inferir o quanto este número representa da população do shopping. 6.2 Instrumento Foi construído com base em uma observação assistemática um protocolo de observação, que se encontra no Apêndice A. A observação assistemática auxiliou na primeira fase (sem presença de PS) das observações, para a segunda fase (com presença de PS) foi realizada utilizando o protocolo de itens pré-categorizados. O instrumento para captar as imagens do portal de entrada, e parte da vitrine da loja foi uma câmera de Circuito Fechado de Televisão (CFTV). A câmera pertence ao shopping, que forneceu um disco compacto com gravações apenas de momentos que existiam pessoas presentes no local estudado. Além desses dois instrumentos, um computador foi utilizado para visualização dos vídeos e preenchimento dos protocolos.
  • 26. 28 6.3 Procedimento O procedimento foi de observação indireta do comportamento de pré-compra das crianças na porta de um PDV de brinquedos. Não foi solicitado um consentimento informado, tendo em vista que este procedimento provavelmente influencia o fenômeno observado. Além disso, por se tratar de um comportamento executado em público, cuja observação discretas por câmeras não é invasiva, não há qualquer interferência ou interação com os consumidores e não traz qualquer risco para as pessoas observadas, já que a confidencialidade é mantida, e os consumidores não são identificados (art.30, “d” do Código de Ética Profissional do Psicólogo) (POHL, 2004). Foram observadas imagens com movimentação de pessoas em três semanas seguidas, nas terças e quartas-feiras, nos horários entre 16h às 16h30 e 17 às 17h30. Na primeira semana observou-se o comportamento das crianças sem utilização de estímulo, diante o portal e vitrine da loja, e sua entrada ou não. Na semana seguinte foi colocado um PS infantil masculino, Cebolinha. E na última semana uma personagem feminina, Mônica. Nas três semanas não ocorreu no shopping ou na loja nada especial ou aparentemente diferente (ver quadro de estrutura das observações no Apêndice B). Os dias da semana foram escolhidos por disponibilidade de empréstimo das fantasias. E os horários por conta da movimentação no shopping. No período noturno a movimentação é demasiadamente intensa e poderia atrapalhar na observação individual das crianças, já que a imagem da câmera não tem alta definição. Além disso, os atores só poderiam estar presentes no período vespertino. Os intervalos de 30 minutos do tempo de observação existiram para descanso dos atores. Importante esclarecer que as idades foram estimadas de acordo com a altura da criança, sexo, uso de fraldas e habilidade de movimentos observadas nos vídeos. 6.4 Análise A presente pesquisa busca comparar o comportamento de consumo das crianças em situação de pré-compra, próximo ao contato com os objetos desejados - brinquedos. As análises descritivas e inferenciais foram feitas com o auxílio do programa estatístico Statistical Package for Social Sciences (SPSS 16.0 for Windows).
  • 27. 29 Foram observadas muitas variáveis, os dados encontrados são não-métricos, ou seja, dados que são categorias, que podem ser mensurados por presença ou ausência, ou numerando as características e categorias (HAIR; ANDERSON; TATHAM; BLACK, 2005). Os dados obtidos na amostra foram trabalhados na técnica de Análise Univariada de Variância (One-way Anova), que permite verificar relações entre variáveis categóricas, apontando freqüência e significância (HAIR; ANDERSON; TATHAM; BLACK, 2005). A distribuição de freqüências compreende a organização dos dados de acordo com as ocorrências dos resultados observados (BARBETTA, 1999). Significância é medida para aplicações da amostra na população. A inferência estatística extrapola o que é visto na descrição dos dados. Sendo assim, um dado é significante quando é improvável que tenha ocorrido por acaso. Neste trabalho foi usado um nível de 0,05 para um Erro de Tipo I – para verificar a chance de rejeitar uma hipótese nula, aceitar o que os dados sugerem (LEVIN; PERSON, 2004). As análises descritivas foram µ, σ, Me, Mo, F, % e Cross-tab. A inferencial foi de variância (Anova). Não foi possível realizar um teste T por haver menos de 5 sujeitos por categoria de reação, assim optou-se pela análise descritiva cross-tab.
  • 28. 30 7 Resultado e Discussão Nos resultados foram trabalhados primordialmente os dados analisados em comparação multivariada. Esta análise é definida de modo geral como análise de duas ou mais variáveis simultaneamente (HAIR; ANDERSON; TATHAM; BLACK, 2005). Também são apresentados relatos de comportamentos e dados de vendas nos dias pesquisados. Nos dados obtidos da Anova (Apêndice C) foi encontrado significância na variável sexo (F=4,86, sig=0,01). Comparando-se a variável sexo, na semana que esteve presente o PS Cebolinha, foi significante o dado de maior presença de indivíduos do sexo masculino (sig=0,007). Vale ressaltar que durante as três semanas o número de crianças de sexo oposto foi o mesmo, 50% de cada. Na semana que não foi colocado personagem 55% eram do sexo feminino. Com a presença do Cebolinha 56% eram do sexo masculino. E com o personagem Mônica foi equilibrado, com 50% de indivíduos de cada sexo. Apesar das porcentagens não serem muito distintas, como dito, são significativas. Estes dados corroboram com a pesquisa apresentada por Montigneaux (2003), a percepção e aceitação por personagens masculinos é maior entre crianças do sexo masculino. Enquanto entre crianças do sexo feminino, a aceitação é equilibrada entre personagens dos dois gêneros. Em relação à variável idade não houve diferença significativa entre a presença ou ausência de estímulo. A média geral foi de 6,4 anos. Sem estímulo, 7 anos. Com PS masculino, 5,5 anos. E Mônica, 6,8. As médias indicam uma abrangência de idades que tanto a loja, quanto os PS’s, recepcionaram. Foi pensado no início do trabalho trabalhar com essa variável nas faixas etárias dos estágios de desenvolvimento infantil. Como não foi significativo o dado, a diferença foi desconsiderada. A percepção com PS’s entre crianças de diferentes faixas etárias não é a mesma, mas sempre existe um relacionamento entre criança e PS independente da idade. Na observação não foi possível identificar as diferenças de percepção. Em relatos do ator que representou o PS Cebolinha foram encontrados comportamentos que identificam a diferença de percepção entre as idades. Como no caso de uma
  • 29. 31 menina, com aproximadamente 5 anos, que conta ao Cebolinha que tem uma Hello Kitty e pergunta se tinha Barbie na loja. Sua percepção ainda é próxima da fase de 0 a 3 anos, quando o PS e marca/produto são percebidos como uma única coisa. Outro caso ocorrido com dois meninos de 7 e 8 anos, demonstra a diferenciação entre marca/produto de PS. Ambos contam experiências com produtos licenciados do PS Cebolinha, como usar xampu, ver filme e buscar boneco do PS. Com outras três crianças, mas um comportamento representativo das fazes de percepção dos PS’s, foi demonstrar proximidade e amizade com o PS. Dois meninos de 6 e 8 anos perguntaram do PS Cascão, companheiro de Cebolinha nas estórias. E uma menina pergunta onde está a Mônica, PS que estaria presente na semana seguinte. A entrada de crianças não de modificou com os dias. No geral a entrada foi maior que a não entrada, mas não foi diferente pela presença dos PS’s (MeSP= 1,86, MeC=1,80, MeM=1,78, MeT= 1,83). A comparação entre as terças e quartas-feiras entre as semanas também não apresentaram nenhuma interferência na pesquisa (MeSP= 1,52, MeC=1,59, MeM=1,42, MeT= 1,54). A seguir Gráfico 1 referente à entrada: 40 35 30 25 20 Entrou Não entrou 15 10 5 0 Sem Personagem Cebolinha Mônica Gráfico 1 – Entrada de sujeitos em relação aos estímulos
  • 30. 32 Foi feito cruzamento dos dados da variável reação, que se subdividiu em outras nove: Passou Direto, Observou, Acenou, Conversou, Afastou com medo ou choro, Conversou seguido de afastamento, Observou e depois conversou, Acenou e se afastou ou chorou, Observou e acenou. A tabulação cruzada apresentou o número de vezes que cada reação ocorreu, e as porcentagens (Apêndice D a tabela de cruzamento de dados). A seguir apresentar-se-á o Gráfico 2 com o número de vezes que ocorreu cada reação para cada um dos PS e sem estímulo. Gráfico 2 – Reações dos sujeitos em relação aos estímulos Nos dias que não foram colocados estímulos, existiram apenas duas reações possíveis, passar direto e observar. Passar direto é a entrada rápida na loja. A observação, no caso desta fase, aconteceu no portal e na vitrine da loja, ver imagens no Anexo B. Entre as 44 crianças, 18 passaram reto, 26 observaram. Essa observação
  • 31. 33 feita pelas crianças, representa a busca externa de informações da pré-compra, num cenário físico. Na presença do estímulo masculino, várias reações entre as 42 crianças, sendo algumas conjuntas. Não houve observação, apenas interação ou não. A não interação se deu no passar direto, com 9 crianças. Outra reação que chama atenção é a conversa, ocorrida com 14 crianças. A busca externa ocorreu principalmente na reação de conversa com o estimulo PS, que foi um cenário físico e essencialmente social. Nos dias de presença da PS Mônica houve queda de fluxo, sem motivos aparentes, apenas 14 crianças foram observadas. A principal reação é o aceno, com 7 crianças. A atriz que representou a personagem Mônica relatou que mais crianças acenaram, mas fora da área de captação do vídeo. Todas as reações observadas tiveram influência não só dos cenários, como também da historia de aprendizagem da criança, de reforço e punição. Foi solicitado a loja de brinquedos o valores das vendas, para conferência da taxa de conversão3. Ver a seguir gráfico representativo de vendas, e gráfico de valores da taxa de conversão. 3 Medida de performance tipicamente usada no varejo, calculada pela divisão do total de vendas num determinado período pelo número total de clientes que entraram na loja no mesmo período (Lam, Vandenbosch, Hulland, & Pearce, 2001 apud SANDALL, 2007).
  • 32. 34 140% 120% 100% 80% Vendas 60% 40% 20% 0% Sem Personagem Cebolinha Mônica Gráfico 3 – Vendas em porcentagens em relação aos estímulos 7 6 5 4 Taxa de Conversão 3 2 1 0 Sem Personagem Cebolinha Mônica Gráfico 4 – Taxa de conversão em relação aos estímulos
  • 33. 35 A taxa de conversão foi feita utilizando dados que correspondem ao horário de funcionamento da loja nos dias pesquisados, e não dos horários delimitados na pesquisa. Sendo assim, os resultados podem sofrer muitas interferências, mas são considerados importantes para citar, mesmo não tendo significância mensurada. Uma das interferências poderia ser as datas de pagamento de salários, que costumam ser na primeira semana do mês, e influenciam nas compras. Houve aumento de vendas e melhora de performance nos dias de presença do PS Cebolinha, mesmo que a entrada na loja não tenha tido interferência do PS. A queda de vendas nos dias da PS Mônica pode ter ocorrido principalmente devido o baixo fluxo de clientes, mas foi a melhor performance na taxa de conversão, ou seja, as poucas vendas ocorridas foram de produtos mais caros que os vendidos nas outras semanas.
  • 34. 36 8 Conclusões e Recomendações A variável ambiental utilizada influenciou o comportamento do consumidor observado. Houve diferença significativa entre as situações apresentadas. Foram identificados diferentes comportamentos das crianças perante os estímulos, comparando com momento sem estímulo. A entrada na loja não teve interferência com a presença dos PS’s, entretanto existiu diferença nas vendas e taxa de conversão. Na presença do personagem Cebolinha, houve aumento de vendas e performance, e na presença da personagem Mônica, aumento de performance na taxa de conversão. Nas observações são encontrados dados identificáveis com os estudos da Análise Experimental do Comportamento. Foi possível conhecer comportamento e reações na entrada de um PDV, o que auxilia para pesquisas futuras. Somadas às observações existem relatos que corroboram com a base teórica que trata de personagens. É possível através de pesquisas, como a feita neste trabalho, embasar efeito de mercado sobre o consumidor. É recomendado aplicar a pesquisa num período maior para cada PS, fazendo acompanhamentos diários do fluxo de caixa. Assim é possível fazer maior número de interferências. A pesquisa pode gerar mais resultados referentes a gênero, utilizando diferentes PS’s. Outros resultados poderiam ser encontrados. Aliando o PS à produtos presentes na loja, e fazendo conexão com o ambiente da vitrine e porta, ou divulgando antecipadamente a presença do PS. Além de outros recursos e ações que poderiam ser estudados.
  • 35. 37 8.1. Limitações Algumas limitações impediram alguns resultados. A câmera utilizada para captação visual não possuía qualidade de definição suficiente para observar detalhes. Os dados fornecidos de vendas não foram especificamente do período de horas observadas, provavelmente algumas vendas não tiveram interferência dos estímulos. 8.2. Agenda Futura Para futuras pesquisas e trabalhos poderiam aumentar a área de observação, observar outras lojas e shoppings. Unir à pesquisa quantitativa, uma qualitativa, visando não só o ambiente, mas também história do indivíduo. Outros aspectos que poderiam se abordados, junto à observações de diferentes lojas ou produtos e diferenciação, seria a busca do nível de conhecimento e diferenciação de marcas.
  • 36. 38 Referências ALVES, L. R. G. Game Over: jogos eletrônicos e violência. Tese aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de doutora em Educação, Universidade Federal da Bahia. 2004. ANGELINI, C. G. O Comportamento do Consumidor Infantil e seu padrão de Compra de Refrigerante. Trabalho de conclusão de curso (Graduação), Publicidade e Propaganda, UniCEUB, Centro Universitário de Brasília, Brasília. 2005. ARNOULD, E.J; PRICE, L.; ZINKHAN, G. M. Consumers. New York: McGraw Hill. 2004. ASSAEL, H. Comportamiento del Consumidor. México: Thomson Editores. 1999. BASTOS, Marcela. A influência que os personagens infantis exercem no Comportamento do Consumidor Mirim. Trabalho de conclusão de curso (Graduação), Publicidade e Propaganda, UniCEUB, Centro Universitário de Brasília, Brasília. 2004. CHAN, K. Store visits and information sources among urban Chinese children. Journal of Consumer Marketing, v. 22, n. 4, p. 178-188, Jun. 2005. DIAS, M. B. Comportamento de procura por produtos: Efeitos da quantidade de marcas. Dissertação (Mestrado), Psicologia, Universidade de Brasília, Brasília. 2005. DENEGRI, M.; FERNÁNDEZ, F.; ITURRA, R.; PALAVECINOS, M.; RIPOLL, M. Consumir para vivir y no vivir para consumir. Temuco: Universidad de La Frontera. 1999. ENGEL, J. F.; BLACKWELL, R. D.; & MINIARD, P. W. Comportamento do Consumidor. São Paulo: Pioneira. 2001. FERREIRA, M. C. Serviço de Atendimento ao Público: O que é? Como analisá-lo? Esboço de uma abordagem teórico-metodológica em ergonomia. Multitemas, v. 16, p. 128-144, Campo Grande, MS. 2000.
  • 37. 39 FOXALL, G. R. Marketing Psychology: the paradigm in the wings. London: MacMillan. 1997. FOXALL, G.R. Radical behaviorist interpretation: Generating and evaluating an account of consumer behavior. The Behavior Analysis, v. 21, p. 321-354. 1998. FOXALL, G. R.; GOLDSMITH, R.; BROWN, S. Consumer Psychology for Marketing. 2nd ed. London: International Thomson Business. 1998. GIL, A.C. Como classificar as pesquisas? In: Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas. 2002. HIGGS, R. C; PEREIRA, F.C. Publicidade dirigida a Crianças: Personagens, valores e Discurso. Portugal, 2005. JACOBY, J.; HOYER, W.;& BRIEF, A. Consumer Psychology. Em: Dunnette, M. D. (Org.); Hough, L. M. (Org.). Handbook of Industrial and Organizational Psychology. v. 3. California: Consulting Psychologists Press, cap. 7, p. 377-441. 1992. JOHN, D. Consumer socialization of Children: a retrospective look at twenty-five years of research. Journal of Consumer Research, v. 26, n. 3, p. 183-213. dec. 1999. LEVIN, J.; FOX, J. A. Estatística para Ciências Humanas. 9. ed. São Paulo: Prentice Hall. 2004. MATTAR, F.N. Pesquisa de Marketing. São Paulo: Atlas, 2001. MONTIGNEAUX, N. Público-alvo: Crianças. A força dos personagens e do marketing para falar com o consumidor infantil. Rio de Janeiro: Campus, 2003. MOWEN, J. C.; MINOR, M. S. Comportamento do Consumidor. São Paulo: Prentice Hall. 2003.
  • 38. 40 PADILHA, Valquiria. Shopping center: a catedral das mercadorias. São Paulo: Bomtempo, 2006. PÉREZ-NEBRA, A. R. Pré-compra. Não publicado. Brasília, 2007. PIAGET, J. A Epistemologia Genética: sabedoria e ilusões da filosófica; problemas de psicologia genética. São Paulo: Abril. 1978. POHL, R.H. Efeitos do nível d reforço informativo das marcas sobre a duração do comportamento de procura. Dissertação (Mestrado), Psicologia, Universidade de Brasília, Brasília. 2004. PORTAL TURMA DA MÔNICA. Histórico. Disponível em: www.turmadamonica.com.br Acesso em 21 de abril de 2008. RODRIGUES, A.; ASSMAR, E.; & JABLONSKI, J. Psicologia social. Petrópolis: Vozes. 1999. SANDALL, H.L.P. Comportamentos précorrentes de aproximação de lojas: Efeitos do nível de diferenciação de marca e localização sobre taxas de conversão em um shopping center. Dissertação (Mestrado), Psicologia, Universidade de Brasília. Brasília, 2007. SIMONSON, I.; CARMON, A.; DHAR, R.; DROLET, A.; NOWLIS, S. M. Consumer research: in search of identity. Annual Review of Psychology, v. 52, 249-275. 2001. STATT, D. A. Understanding the Consumer: a psychological approach. London: Macmillan Business. 1997. SYLVA, I.; LUNT, K. Iniciação ao Desenvolvimento da criança. São Paulo: Martins Fontes. 1994.
  • 39. 41 Anexos Anexo A – Escolhas de modelos segundo sexo dos personagens
  • 40. 42 Anexo B – Área de observação
  • 41. 43 Apêndice Apêndice A – Protocolo de Observação Sexo: (1) masculino (2) feminino Idade estimada: _________ anos ( ) Observam vitrine/portal de entrada ( ) Interage com personagem. Como? ______________________________________ _____________________________________________________________________ Entrada: (1) sim (2) não
  • 42. 44 Apêndice B – Estrutura das Observações Estímulo Data Horário 16h – 16h30 Sem personagem 25 e 26/03 17h – 17h30 16h – 16h30 Cebolinha 01 e 04/04 17h – 17h30 16h – 16h30 Mônica 08 e 09/04 17h – 17h30
  • 43. 45 Apêndice C – Anova Dependent Mean 95% Confidence Interval Variable (I) Estímulo (J) Estímulo Difference (I-J) Std. Error Sig. Lower Bound Upper Bound * Sexo Sem Estímulo Cebolinha ,32576 ,10440 ,007 ,0773 ,5743 Mônica ,15909 ,14850 ,534 -,1944 ,5126 * Cebolinha Sem Estímulo -,32576 ,10440 ,007 -,5743 -,0773 Mônica -,16667 ,14936 ,507 -,5222 ,1888 Mônica Sem Estímulo -,15909 ,14850 ,534 -,5126 ,1944 Cebolinha ,16667 ,14936 ,507 -,1888 ,5222 Idade Sem Estímulo Cebolinha 1,14286 ,78802 ,319 -,7328 3,0185 Mônica ,35714 1,12089 ,946 -2,3108 3,0251 Cebolinha Sem Estímulo -1,14286 ,78802 ,319 -3,0185 ,7328 Mônica -,78571 1,12732 ,766 -3,4690 1,8976 Mônica Sem Estímulo -,35714 1,12089 ,946 -3,0251 2,3108 Cebolinha ,78571 1,12732 ,766 -1,8976 3,4690 Entrou Sem Estímulo Cebolinha ,05411 ,08200 ,787 -,1411 ,2493 Mônica ,07792 ,11664 ,783 -,1997 ,3555 Cebolinha Sem Estímulo -,05411 ,08200 ,787 -,2493 ,1411 Mônica ,02381 ,11731 ,978 -,2554 ,3030 Mônica Sem Estímulo -,07792 ,11664 ,783 -,3555 ,1997 Cebolinha -,02381 ,11731 ,978 -,3030 ,2554 * Reação Sem Estímulo Cebolinha -2,74242 ,39878 ,000 -3,6916 -1,7932 * Mônica -2,90909 ,56723 ,000 -4,2592 -1,5590 * Cebolinha Sem Estímulo 2,74242 ,39878 ,000 1,7932 3,6916 Mônica -,16667 ,57048 ,954 -1,5245 1,1912 * Mônica Sem Estímulo 2,90909 ,56723 ,000 1,5590 4,2592 Cebolinha ,16667 ,57048 ,954 -1,1912 1,5245 Dia Sem Estímulo Cebolinha -,07251 ,10847 ,782 -,3307 ,1857 Mônica ,09416 ,15429 ,815 -,2731 ,4614 Cebolinha Sem Estímulo ,07251 ,10847 ,782 -,1857 ,3307 Mônica ,16667 ,15518 ,532 -,2027 ,5360 Mônica Sem Estímulo -,09416 ,15429 ,815 -,4614 ,2731
  • 44. 46 Dependent Mean 95% Confidence Interval Variable (I) Estímulo (J) Estímulo Difference (I-J) Std. Error Sig. Lower Bound Upper Bound * Sem Estímulo Cebolinha ,32576 ,10440 ,007 ,0773 ,5743 Mônica ,15909 ,14850 ,534 -,1944 ,5126 * Cebolinha Sem Estímulo -,32576 ,10440 ,007 -,5743 -,0773 Mônica -,16667 ,14936 ,507 -,5222 ,1888 Sem Estímulo -,15909 ,14850 ,534 -,5126 ,1944 Cebolinha -,16667 ,15518 ,532 -,5360 ,2027 *. The mean difference is significant at the 0.05 level.
  • 45. 47 Apêndice D – Reações Estímulo * Reação Crosstabulation Reação Conversou Observou Acenou e Passou Afastou com Observou e Estímulo Observou Acenou Conversou seguido de e depois se afastou Total Direto medo ou choro acenou afastamento conversou ou chorou Sem Count 18 26 0 0 0 0 0 0 0 44 ulo % within 40,9% 59,1% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 100,0% Estímulo % within Reação 66,7% 92,9% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 44,0% % of Total 18,0% 26,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 44,0% Ceboli Count 9 0 3 14 4 2 5 4 1 42 % within 21,4% ,0% 7,1% 33,3% 9,5% 4,8% 11,9% 9,5% 2,4% 100,0% Estímulo % within Reação 33,3% ,0% 30,0% 93,3% 100,0% 100,0% 83,3% 100,0% 25,0% 42,0% % of Total 9,0% ,0% 3,0% 14,0% 4,0% 2,0% 5,0% 4,0% 1,0% 42,0% Mônic Count 0 2 7 1 0 0 1 0 3 14 % within ,0% 14,3% 50,0% 7,1% ,0% ,0% 7,1% ,0% 21,4% 100,0% Estímulo % within Reação ,0% 7,1% 70,0% 6,7% ,0% ,0% 16,7% ,0% 75,0% 14,0% % of Total ,0% 2,0% 7,0% 1,0% ,0% ,0% 1,0% ,0% 3,0% 14,0% Total Count 27 28 10 15 4 2 6 4 4 100 % within 27,0% 28,0% 10,0% 15,0% 4,0% 2,0% 6,0% 4,0% 4,0% 100,0% Estímulo % within Reação 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% % of Total 27,0% 28,0% 10,0% 15,0% 4,0% 2,0% 6,0% 4,0% 4,0% 100,0%