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DISCIPLINA: SAÚDE DA MULHER
PROFESSORA: ENF. VIVIANE DA SILVA
PUERPÉRIO
Durante toda a gravidez, ocorrem alterações gradativas em todos os sistemas do organismo. As
alterações mais marcantes envolvem o sistema reprodutor e os processos hormonais que regulam suas
funções. Durante o período pós-parto ou puerpério, essas adaptações regridem. Por fim, todos os sistemas
do corpo voltam ao seu estado pré-concepcional.
Embora oficialmente seja definido com um intervalo de seis semanas, o período pós-parto estende-
se entre o nascimento do bebê e a normalização de todas as funções fisiológicas. Assim, sua duração
pode ser muito variável, principalmente nas mulheres que estiverem amamentando ao seio. As
capacidades físicas e a imagem corporal da mulher precisam adaptar-se às alterações do período pós-
parto e aos processos restauradores que as acompanham.
A assistência de enfermagem à mulher que se encontra no puerpério tem por objetivo auxiliar no
pós-parto, avaliando e identificando possíveis anormalidades. As adaptações fisiológicas e
comportamentais que ocorrem nas mulheres no puerpério se caracterizam por:
 Fenômenos involutivos: regressão das modificações anatomofisiológicas produzidas pela
gestação e parto;
 Fenômeno evolutivo ou progressivo: é basicamente o processo de lactação;
 Adaptação psicológica da mulher-mãe ao filho e à nova situação familiar.
Classificação do puerpério
 Puerpério imediato: após expulsão da placenta até o 10º dia
 Puerpério tardio: 11º dia ao 45º dia
 Puerpério remoto: 46º dia até a completa recuperação das alterações determinadas pela
gestação
Assistência de enfermagemno puerpério imediato
• A 1º e 2º hora após o delivramento devem ser
passadas no CO ou sala de PP, pois podem ocorrer
hemorragias;
• Passado este período inicial estando formado o globo
de segurança de Pinard (útero ao nível da cicatriz
umbilical e firmemente contraído), pode ser
encaminhada ao Alojamento Conjunto, após ter seus
SSVV avaliados e anotados
• Durante este período controlar os SSVV maternos
(pulso, pressão arterial, temperatura) involução uterina
e perdas sanguíneas a cada 15 min.
• Se durante este período a involução uterina não se
mantém e reaparecer a perda de sangue, deve-se
massagear o útero tantas vezes quanto for necessária
Controles Maternos que devem ser realizados pela
enfermagem
Involução do útero
O útero sofre uma rápida redução de tamanho e peso após o delivramento, tornando-se endurecido
e globoso. Ele pesa aproximadamente 1.000 gramas logo após o parto, diminui para 500 gramas durante a
2
primeira semana e para 320 gramas duas semanas após o nascimento. A variedade da involução uterina
varia conforme o tamanho do recém-nascido e o número de gestações anteriores.
A causa principal da involução é a repentina queda de estrogênio e de progesterona, que
desencadeia a liberação de enzimas proteolíticas no endométrio. Essa liberação ocasiona a transformação
do material protéico das células endometriais em substâncias que podem ser excretadas na urina.
Mensuração da involução uterina
Antes de o útero ser avaliado, a puérpera deve urinar
para que não haja elevação ou desvio da linha média. Deve ser
determinada a relação do fundo uterino com a cicatriz umbilical:
uma mão é colocada suavemente no segmento inferior do útero
para dar apoio, e os dedos da outra mão são colocados na parte
superior (fundo) do útero.
A altura é determinada por meio dos dedos ou de uma
fita métrica (cm); por exemplo, pode-se registrar se está acima
ou abaixo da cicatriz umbilical, dois dedos ou dois centímetros.
O registro deve ser objetivo na evolução de enfermagem. Por
exemplo: útero tônico, involuindo a 4cm (ou 4 dedos) abaixo da
cicatriz umbilical.
A altura uterina deve ser avaliada pelo menos duas
vezes ao dia ou mais se houver história de hemorragia,
mudança de posição do útero, fluxo intenso de lóquios ou
presença de coágulos. Na involução uterina, a altura diminui 1
cm (1 dedo) por dia no parto vaginal, e 0,5 cm nas cesarianas.
Depois de dez dias, o útero fica sob a sínfise púbica, não sendo
mais palpável. Mulheres que amamentam exclusivamente no
seio apresentam uma involução uterina mais rápida pela liberação da ocitocina.
Contrações uterinas
Durante os primeiros dias de puerpério, a mulher sente cólicas. Nas primíparas, o útero geralmente
fica contraído, a não ser que restos de placenta tenham permanecido. Nas multíparas, o útero geralmente
relaxa e contrai, não mantendo uma contração constante.
A liberação de ocitocina durante a amamentação estimula o útero a contrair-se; assim, muitas
vezes a mãe sente cólicas ao amamentar seu filho.
Lóquios
A perda vaginal após o parto é chamada de lóquios. É constituído de secreções resultantes da
produção de exsudatos e transudatos, misturados com elementos celulares escamados e sangue, que
procedem da ferida placentária, do colo uterino e da vagina.
A quantidade de lóquios começa moderada e posteriormente se torna escassa. As modificações
que ocorrem na cor e na quantidade de lóquios devem-se à cicatrização do local onde a placenta estava
implantada. Deve-se avaliar pelo menos duas vezes ao dia para detectar perdas sanguíneas extensas.
Para realizar a avaliação, deve-se solicitar à mulher que deite em decúbito dorsal e abaixe a
calcinha para ver as características dos lóquios. Em alguns momentos a puérpera pode se sentir
constrangida ao mostrar o absorvente higiênico, mas é de grande importância avaliar cor, volume,
consistência e odor da eliminações vaginais, de preferência antes que tenha realizado a higiene perineal.
Características dos lóquios puerperais:
 1-3 dias: sanguinolentos ou rubros - vermelho vivo, consistência sanguinolenta; odor de
menstruação; aumento temporário ao amamentar ou se levantar após um período deitada.
 4-9 dias:sero-sanguinolento – róseo e/ou amarronzado.
 10 dias a 3 semanas: serosos - esbranquiçado ou creme; odor de menstruação.
3
Vagina e períneo
Após o parto, a vagina geralmente encontra-se edemaciada e o orifício vaginal muitas vezes dilata-
se quando a pressão intra-abdominal fica aumentada.
Por volta da terceira semana após o parto, a vagina reassume sua aparência anterior à gestação,
embora apresente algumas vezes relaxamento do tecido, ficando a musculatura do assoalho pélvico
distendida e fraca.
A aparência do períneo varia muito, dependendo da condução e proteção do períneo e de
ocorrência de episiotomia ou laceração. Geralmente os tecidos moles do períneo ficam edemaciados e
cianosados após o parto.
Cuidando do períneo
O períneo deve ser inspecionado diariamente como parte dos
cuidados de enfermagem. Deve ser avaliada a cicatrização da
episiorrafia.
A mulher poderá adotar duas posições: deitada de lado, deixando
a perna de cima flexionada ou deitada em decúbito dorsal, com as pernas
abertas e fletidas.
Ao constatar edema perineal, é aconselhável a aplicação do frio
(bolsa de gelo) para redução do edema e da dor. A pele deve ser
protegida com uma toalha, e o período de aplicação não deve ultrapassar
vinte minutos, devido ao efeito rebote. Coloque a bolsa de gelo na região
perineal de frente para trás para não ocorrer o risco de contaminação. Se
não houver na unidade bolsa de gelo, pode-se improvisar com luva de
procedimento e pedra de gelo, o látex protege a pele do gelo.
Os pontos da episiorrafia deverão estar secos, íntegros e sem presença de
qualquer secreção purulenta. Havendo sinais de infecção na sutura ou ao redor,
oriente para que mulher faça uma higiene mais rigorosa e procure assistência
médica.
Na presença de hemorróidas, oriente a mulher para banhos de assento, calor ou
utilização de anestésicos tópicos com o intuito de aliviar a dor e promover conforto.
Higiene
• Após iniciada a deambulação e estando bem, deve-se estimular o banho de chuveiro.
• Não há necessidade de substancias antissepticas na região perineal
• Em cesarianas proteger o curativo no primeiro dia.
• Episiorrafia lavar após eliminações.
Sinais vitais
Temperatura: A temperatura da mulher durante as primeiras 24 horas após o parto pode elevar-se até
38ºC em conseqüência do esforço e das perdas líquidas no parto. Após 24 horas, a mulher deverá estar
normotérmica, sendo que qualquer aumento da temperatura acima de 38ºC é sugestivo de infecção.
Descartar apojadura (descida do leite).
Pulso: A freqüência cardíaca cai muitas vezes para 50-70 bpm nos primeiros 6-8 dias pós-parto. A queda
da freqüência é atribuída à redução do volume sanguíneo. Uma freqüência cardíaca elevada pode indicar
perda sanguínea exagerada, infecção, dor, ansiedade ou problemas cardíacos.
Pressão arterial: Deve permanecer estável após o parto. Hipotensão pode estar relacionada com a perda
excessiva de sangue.
Eliminações vesico-intestinais
Deve-se avaliar cuidadosamente as condições da bexiga. O útero deslocado ou a bexiga palpável
são sinais de bexigoma, que requer intervenção de enfermagem (cateterismo vesical de alívio). Avalie a
freqüência, o volume e a dificuldade na micção. Oriente para que a mulher esvazie a bexiga no momento
de urinar, evitando estase e infecção.
4
Também é preciso obter informações sobre a eliminação
intestinal. As mulheres demonstram temor na primeira evacuação
após o parto, por medo de rompimento da sutura e dor. Deve-se
incentivar o aumento de ingesta hídrica e de fibras, como bagaço
da laranja, ameixa e frutas em geral. Estimule a deambulação
precoce, para ativar o peristaltismo intestinal. A utilização do vaso
sanitário ao invés da comadre também é recomendável, por ser
mais natural e mais confortável.
Musculatura abdominal
A musculatura abdominal fica bastante distendida durante a gestação, perdendo muito da sua
tonicidade. Exercícios realizados gradual e persistentemente auxiliam a recuperação da força e do tônus
muscular. As estrias da pele tendem a se tornar mais claras e diminuir, mas não desaparecem
completamente.
As principais vantagens dos exercícios puerperais são:
 Tonificar e fortalecer os músculos do assoalho pélvico, ajudando o útero a retornar ao seu estado
pré-gravídico;
 Fortalecer a região lombar, que suportou um peso adicional durante a gravidez.
 Aliviar a região pélvica, ajudando o retorno da curvatura normal da coluna.
No período puerperal, os exercícios podem ser indicados já no segundo dia pós-parto, dependendo
da avaliação do estado geral da mulher (incluindo lóquios, fadiga e desconforto).
Exercícios geralmente indicados para ativar a circulação e fortalecer e relaxar a musculatura:
 Respiração abdominal:sentada ou deitada com um travesseiro sob a cabeça, com os braços junto
ao corpo ou bem afastados, a mulher inspira profundamente utilizando a musculatura abdominal,
depois expira lentamente pela boca com os lábios semifechados, enrijecendo os músculos
abdominais.
 Balanceio pélvico: é útil para corrigir a postura e para aliviar a tensão da parte inferior da coluna.
Pode ser feito na posição sentada ou em pé. Com os braços estendidos, a mulher contrai a
musculatura abdominal e a região glútea, elevando as costas; depois pressiona-se contra a parede
( se estiver em pé) ou contra a cadeira (se estiver sentada). Esse exercício fortalece as costas e
diminui o desconforto lombar causado pelo aleitamento materno.
 Exercícios de Kegel: melhora as condições dos tecidos do períneo, fortalecendo a musculatura e
aumentando o controle urinário. A mulher deve contrair o assoalho pélvico como se fosse aspirar
água pela vagina, e fazer força para fora como se fosse soltar a água, sentindo um aperto da
musculatura em torno do ânus, vagina e uretra. Devem ser realizados no mínimo três vezes ao dia,
com trinta contrações em cada uma.
Membros inferiores
Devem-se investigar diariamente os membros inferiores, atentando para calor, edema e aumento
da sensibilidade. O teste de Homan consiste na flexão do pé para cima: se a mulher sentir dor na
panturrilha, é um sinal positivo de Homan, devendo ser investigada tromboflebite. Oriente a mulher a
caminhar freqüentemente para melhorar a circulação e reduzir o risco de trombose e de tromboflebite; ela
também pode elevar os membros inferiores (por exemplo, em um banco) quando for amamentar seu filho.
5
Deve-se estimular a deambulação o mais
precoce possível, e/ou exercícios passivos ou
ativos enquanto a mulher não puder deambular. O
objetivo: evitar o tromboembolismo. Após o parto
ocorre aumento das plaquetas e fibrinogênio, razão
para se preocupar com imobilização prolongada no
leito.
Estado das mamas
Observar e anotar:
 consistência, temperatura, conformação dos mamilos, sinais de apojadura)
• Recomendar uso do sutiã p/ maior conforto;
• O colostro já está presente no momento do parto. A descida do leite ocorre entre o 1 e 3º dia pos
parto. O bebê deve ser colocado ao peito logo após o nascimento para que haja liberação de
ocitocina e prolactina, com consequente producão e liberação do leite
• Identificar deformidades no mamilo ou fissuras: ocasionadas pela pega inadequada, favorecem o
ingurgitamento e prejudicam o aleitamento. Mastites e abcessos necessitam atenção especial
Orientações de enfermagempara a alta hospitalar
• Importância de observar hipertemia e procurar assistência médica;
• Característica dos lóquios;
• Estado da episiorrafia e/ outras suturas
• Afecções das mamas
• Nutrição e higiene
• Atividade física
• Importância da consulta de revisão puerperal
• Certificar-se que o cartão da gestante tenha sido preenchido.
• Revisão puerperal Precoce: Agendado em torno do 7º ao 10º dias de puerpério, na unidade de
saúde mais próxima, incluindo a criança e o companheiro. Tardia: até 42 dias.
Alojamento Conjunto:
Alojamento Conjunto é o sistema hospitalar em que o recém-nascido sadio, logo após o nascimento,
permanece com a mãe, 24h por dia, num mesmo ambiente, até a alta hospitalar. Este sistema possibilita a
prestação de todos os cuidados assistenciais, bem como a orientação à mãe sobre a saúde de binômio
mãe e filho. Aumentar os índices de Aleitamento Materno; Estabelecer vínculo afetivo entre mãe e filho;
permitir aprendizado materno sobre como cuidar do RN; Reduzir o índice de infecção hospitalar
cruzada;Estimular a participação do pai no cuidado com o RN;Possibilitar o acompanhamento da
Amamentação, sem rigidez de horário, visando esclarecer às dúvidas da mãe e incentiva-lá nos momentos
de insegurança; Reduzir a ansiedade da mãe (ou pais) frente às experiências vivenciadas; Favorecer troca
de experiências entre as mães.
6
Roteiro Estruturado para Avaliação e Assistência de enfermagem no puerpério imediato
DI: ______ PO_______ PN _________(com episio/ sem episio)
G:_____ P: _____ C:______ A:______ Filhos Vivos: ______
Refere:
Ex: Dor (Localização), vertigem (quando sentada ou antes de deambular), náuseas, fome, sede, fadiga,
__________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
___________________________________________________
Apresenta:
PA:________ P:___________; T: ________ FR: _______
Estado geral _______________ (pálida, corada)
Mamas _____________________________ (verificar sinais de ingurgitamento: tecido edemaciado,
doloroso, tenso e brilhante);
Mamilos _______________________________________________________________ (protuso,
plano, invertido),(hiperemia, lesões ou fissuras), presença de colostro
Involução uterina ______ dedos (acima, abaixo ou na altura) da cicatriz umbilical
Útero __________________(contraído/ amolecido?)
Abdômen ___________________ (ferida cirúrgica?) Distendido? Presença de ruídos hidroaereos?
Loquios ________________(Cor: sanguinolentos, serossanguinolentos, seroso);
_______________________Cheiro(característico, fétido),________________Quantidade: (escassa,
discreta, moderada, intensa; contar o numero de absorventes trocados no periodo).
Região perineal: __________________________________________________(presença ou não de
edema, hematomas, hiperemia, episio: aproximação da pele)
Eliminações fisiológicas __________________(evacuação, micção)
MMII ____________ (cacifo negativo , cacifo +, ++, +++, ++++, com ou sem sinais de inflamação?)
Deambulou no período ? (se passou por anestesia, verificar função sensorial e motora em MMII antes
de deambular) _________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
______________________________________________
Realizado: Higiene, exercícios (passivos/ativos), orientações (deambulação, amamentação, alimentação,
hidratação, massagem uterina, orientações p/ alta)
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Observação:
FR diminuída, (abaixo de 14 a 16) incursões por minuto, pode ocorrer após a administração de narcóticos epidurais ou
analgésicos narcóticos;
FR aumentada (superior a 24 incursões por min), pode ser causada por perda sanguinea aumentada, edema pulmonar ou embolia
pulmonar;
FC aumentada (superior a 100 bpm) pode estar presente com perda sanguinea aumentada, febre ou dor;
PA diminuída (15 a 20 mm Hg) abaixo das pressões basais,pode indicar hipovolemia
T: elevada (acima de 38º C ) pode indicar infecção

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Apostila puerperio

  • 1. 1 DISCIPLINA: SAÚDE DA MULHER PROFESSORA: ENF. VIVIANE DA SILVA PUERPÉRIO Durante toda a gravidez, ocorrem alterações gradativas em todos os sistemas do organismo. As alterações mais marcantes envolvem o sistema reprodutor e os processos hormonais que regulam suas funções. Durante o período pós-parto ou puerpério, essas adaptações regridem. Por fim, todos os sistemas do corpo voltam ao seu estado pré-concepcional. Embora oficialmente seja definido com um intervalo de seis semanas, o período pós-parto estende- se entre o nascimento do bebê e a normalização de todas as funções fisiológicas. Assim, sua duração pode ser muito variável, principalmente nas mulheres que estiverem amamentando ao seio. As capacidades físicas e a imagem corporal da mulher precisam adaptar-se às alterações do período pós- parto e aos processos restauradores que as acompanham. A assistência de enfermagem à mulher que se encontra no puerpério tem por objetivo auxiliar no pós-parto, avaliando e identificando possíveis anormalidades. As adaptações fisiológicas e comportamentais que ocorrem nas mulheres no puerpério se caracterizam por:  Fenômenos involutivos: regressão das modificações anatomofisiológicas produzidas pela gestação e parto;  Fenômeno evolutivo ou progressivo: é basicamente o processo de lactação;  Adaptação psicológica da mulher-mãe ao filho e à nova situação familiar. Classificação do puerpério  Puerpério imediato: após expulsão da placenta até o 10º dia  Puerpério tardio: 11º dia ao 45º dia  Puerpério remoto: 46º dia até a completa recuperação das alterações determinadas pela gestação Assistência de enfermagemno puerpério imediato • A 1º e 2º hora após o delivramento devem ser passadas no CO ou sala de PP, pois podem ocorrer hemorragias; • Passado este período inicial estando formado o globo de segurança de Pinard (útero ao nível da cicatriz umbilical e firmemente contraído), pode ser encaminhada ao Alojamento Conjunto, após ter seus SSVV avaliados e anotados • Durante este período controlar os SSVV maternos (pulso, pressão arterial, temperatura) involução uterina e perdas sanguíneas a cada 15 min. • Se durante este período a involução uterina não se mantém e reaparecer a perda de sangue, deve-se massagear o útero tantas vezes quanto for necessária Controles Maternos que devem ser realizados pela enfermagem Involução do útero O útero sofre uma rápida redução de tamanho e peso após o delivramento, tornando-se endurecido e globoso. Ele pesa aproximadamente 1.000 gramas logo após o parto, diminui para 500 gramas durante a
  • 2. 2 primeira semana e para 320 gramas duas semanas após o nascimento. A variedade da involução uterina varia conforme o tamanho do recém-nascido e o número de gestações anteriores. A causa principal da involução é a repentina queda de estrogênio e de progesterona, que desencadeia a liberação de enzimas proteolíticas no endométrio. Essa liberação ocasiona a transformação do material protéico das células endometriais em substâncias que podem ser excretadas na urina. Mensuração da involução uterina Antes de o útero ser avaliado, a puérpera deve urinar para que não haja elevação ou desvio da linha média. Deve ser determinada a relação do fundo uterino com a cicatriz umbilical: uma mão é colocada suavemente no segmento inferior do útero para dar apoio, e os dedos da outra mão são colocados na parte superior (fundo) do útero. A altura é determinada por meio dos dedos ou de uma fita métrica (cm); por exemplo, pode-se registrar se está acima ou abaixo da cicatriz umbilical, dois dedos ou dois centímetros. O registro deve ser objetivo na evolução de enfermagem. Por exemplo: útero tônico, involuindo a 4cm (ou 4 dedos) abaixo da cicatriz umbilical. A altura uterina deve ser avaliada pelo menos duas vezes ao dia ou mais se houver história de hemorragia, mudança de posição do útero, fluxo intenso de lóquios ou presença de coágulos. Na involução uterina, a altura diminui 1 cm (1 dedo) por dia no parto vaginal, e 0,5 cm nas cesarianas. Depois de dez dias, o útero fica sob a sínfise púbica, não sendo mais palpável. Mulheres que amamentam exclusivamente no seio apresentam uma involução uterina mais rápida pela liberação da ocitocina. Contrações uterinas Durante os primeiros dias de puerpério, a mulher sente cólicas. Nas primíparas, o útero geralmente fica contraído, a não ser que restos de placenta tenham permanecido. Nas multíparas, o útero geralmente relaxa e contrai, não mantendo uma contração constante. A liberação de ocitocina durante a amamentação estimula o útero a contrair-se; assim, muitas vezes a mãe sente cólicas ao amamentar seu filho. Lóquios A perda vaginal após o parto é chamada de lóquios. É constituído de secreções resultantes da produção de exsudatos e transudatos, misturados com elementos celulares escamados e sangue, que procedem da ferida placentária, do colo uterino e da vagina. A quantidade de lóquios começa moderada e posteriormente se torna escassa. As modificações que ocorrem na cor e na quantidade de lóquios devem-se à cicatrização do local onde a placenta estava implantada. Deve-se avaliar pelo menos duas vezes ao dia para detectar perdas sanguíneas extensas. Para realizar a avaliação, deve-se solicitar à mulher que deite em decúbito dorsal e abaixe a calcinha para ver as características dos lóquios. Em alguns momentos a puérpera pode se sentir constrangida ao mostrar o absorvente higiênico, mas é de grande importância avaliar cor, volume, consistência e odor da eliminações vaginais, de preferência antes que tenha realizado a higiene perineal. Características dos lóquios puerperais:  1-3 dias: sanguinolentos ou rubros - vermelho vivo, consistência sanguinolenta; odor de menstruação; aumento temporário ao amamentar ou se levantar após um período deitada.  4-9 dias:sero-sanguinolento – róseo e/ou amarronzado.  10 dias a 3 semanas: serosos - esbranquiçado ou creme; odor de menstruação.
  • 3. 3 Vagina e períneo Após o parto, a vagina geralmente encontra-se edemaciada e o orifício vaginal muitas vezes dilata- se quando a pressão intra-abdominal fica aumentada. Por volta da terceira semana após o parto, a vagina reassume sua aparência anterior à gestação, embora apresente algumas vezes relaxamento do tecido, ficando a musculatura do assoalho pélvico distendida e fraca. A aparência do períneo varia muito, dependendo da condução e proteção do períneo e de ocorrência de episiotomia ou laceração. Geralmente os tecidos moles do períneo ficam edemaciados e cianosados após o parto. Cuidando do períneo O períneo deve ser inspecionado diariamente como parte dos cuidados de enfermagem. Deve ser avaliada a cicatrização da episiorrafia. A mulher poderá adotar duas posições: deitada de lado, deixando a perna de cima flexionada ou deitada em decúbito dorsal, com as pernas abertas e fletidas. Ao constatar edema perineal, é aconselhável a aplicação do frio (bolsa de gelo) para redução do edema e da dor. A pele deve ser protegida com uma toalha, e o período de aplicação não deve ultrapassar vinte minutos, devido ao efeito rebote. Coloque a bolsa de gelo na região perineal de frente para trás para não ocorrer o risco de contaminação. Se não houver na unidade bolsa de gelo, pode-se improvisar com luva de procedimento e pedra de gelo, o látex protege a pele do gelo. Os pontos da episiorrafia deverão estar secos, íntegros e sem presença de qualquer secreção purulenta. Havendo sinais de infecção na sutura ou ao redor, oriente para que mulher faça uma higiene mais rigorosa e procure assistência médica. Na presença de hemorróidas, oriente a mulher para banhos de assento, calor ou utilização de anestésicos tópicos com o intuito de aliviar a dor e promover conforto. Higiene • Após iniciada a deambulação e estando bem, deve-se estimular o banho de chuveiro. • Não há necessidade de substancias antissepticas na região perineal • Em cesarianas proteger o curativo no primeiro dia. • Episiorrafia lavar após eliminações. Sinais vitais Temperatura: A temperatura da mulher durante as primeiras 24 horas após o parto pode elevar-se até 38ºC em conseqüência do esforço e das perdas líquidas no parto. Após 24 horas, a mulher deverá estar normotérmica, sendo que qualquer aumento da temperatura acima de 38ºC é sugestivo de infecção. Descartar apojadura (descida do leite). Pulso: A freqüência cardíaca cai muitas vezes para 50-70 bpm nos primeiros 6-8 dias pós-parto. A queda da freqüência é atribuída à redução do volume sanguíneo. Uma freqüência cardíaca elevada pode indicar perda sanguínea exagerada, infecção, dor, ansiedade ou problemas cardíacos. Pressão arterial: Deve permanecer estável após o parto. Hipotensão pode estar relacionada com a perda excessiva de sangue. Eliminações vesico-intestinais Deve-se avaliar cuidadosamente as condições da bexiga. O útero deslocado ou a bexiga palpável são sinais de bexigoma, que requer intervenção de enfermagem (cateterismo vesical de alívio). Avalie a freqüência, o volume e a dificuldade na micção. Oriente para que a mulher esvazie a bexiga no momento de urinar, evitando estase e infecção.
  • 4. 4 Também é preciso obter informações sobre a eliminação intestinal. As mulheres demonstram temor na primeira evacuação após o parto, por medo de rompimento da sutura e dor. Deve-se incentivar o aumento de ingesta hídrica e de fibras, como bagaço da laranja, ameixa e frutas em geral. Estimule a deambulação precoce, para ativar o peristaltismo intestinal. A utilização do vaso sanitário ao invés da comadre também é recomendável, por ser mais natural e mais confortável. Musculatura abdominal A musculatura abdominal fica bastante distendida durante a gestação, perdendo muito da sua tonicidade. Exercícios realizados gradual e persistentemente auxiliam a recuperação da força e do tônus muscular. As estrias da pele tendem a se tornar mais claras e diminuir, mas não desaparecem completamente. As principais vantagens dos exercícios puerperais são:  Tonificar e fortalecer os músculos do assoalho pélvico, ajudando o útero a retornar ao seu estado pré-gravídico;  Fortalecer a região lombar, que suportou um peso adicional durante a gravidez.  Aliviar a região pélvica, ajudando o retorno da curvatura normal da coluna. No período puerperal, os exercícios podem ser indicados já no segundo dia pós-parto, dependendo da avaliação do estado geral da mulher (incluindo lóquios, fadiga e desconforto). Exercícios geralmente indicados para ativar a circulação e fortalecer e relaxar a musculatura:  Respiração abdominal:sentada ou deitada com um travesseiro sob a cabeça, com os braços junto ao corpo ou bem afastados, a mulher inspira profundamente utilizando a musculatura abdominal, depois expira lentamente pela boca com os lábios semifechados, enrijecendo os músculos abdominais.  Balanceio pélvico: é útil para corrigir a postura e para aliviar a tensão da parte inferior da coluna. Pode ser feito na posição sentada ou em pé. Com os braços estendidos, a mulher contrai a musculatura abdominal e a região glútea, elevando as costas; depois pressiona-se contra a parede ( se estiver em pé) ou contra a cadeira (se estiver sentada). Esse exercício fortalece as costas e diminui o desconforto lombar causado pelo aleitamento materno.  Exercícios de Kegel: melhora as condições dos tecidos do períneo, fortalecendo a musculatura e aumentando o controle urinário. A mulher deve contrair o assoalho pélvico como se fosse aspirar água pela vagina, e fazer força para fora como se fosse soltar a água, sentindo um aperto da musculatura em torno do ânus, vagina e uretra. Devem ser realizados no mínimo três vezes ao dia, com trinta contrações em cada uma. Membros inferiores Devem-se investigar diariamente os membros inferiores, atentando para calor, edema e aumento da sensibilidade. O teste de Homan consiste na flexão do pé para cima: se a mulher sentir dor na panturrilha, é um sinal positivo de Homan, devendo ser investigada tromboflebite. Oriente a mulher a caminhar freqüentemente para melhorar a circulação e reduzir o risco de trombose e de tromboflebite; ela também pode elevar os membros inferiores (por exemplo, em um banco) quando for amamentar seu filho.
  • 5. 5 Deve-se estimular a deambulação o mais precoce possível, e/ou exercícios passivos ou ativos enquanto a mulher não puder deambular. O objetivo: evitar o tromboembolismo. Após o parto ocorre aumento das plaquetas e fibrinogênio, razão para se preocupar com imobilização prolongada no leito. Estado das mamas Observar e anotar:  consistência, temperatura, conformação dos mamilos, sinais de apojadura) • Recomendar uso do sutiã p/ maior conforto; • O colostro já está presente no momento do parto. A descida do leite ocorre entre o 1 e 3º dia pos parto. O bebê deve ser colocado ao peito logo após o nascimento para que haja liberação de ocitocina e prolactina, com consequente producão e liberação do leite • Identificar deformidades no mamilo ou fissuras: ocasionadas pela pega inadequada, favorecem o ingurgitamento e prejudicam o aleitamento. Mastites e abcessos necessitam atenção especial Orientações de enfermagempara a alta hospitalar • Importância de observar hipertemia e procurar assistência médica; • Característica dos lóquios; • Estado da episiorrafia e/ outras suturas • Afecções das mamas • Nutrição e higiene • Atividade física • Importância da consulta de revisão puerperal • Certificar-se que o cartão da gestante tenha sido preenchido. • Revisão puerperal Precoce: Agendado em torno do 7º ao 10º dias de puerpério, na unidade de saúde mais próxima, incluindo a criança e o companheiro. Tardia: até 42 dias. Alojamento Conjunto: Alojamento Conjunto é o sistema hospitalar em que o recém-nascido sadio, logo após o nascimento, permanece com a mãe, 24h por dia, num mesmo ambiente, até a alta hospitalar. Este sistema possibilita a prestação de todos os cuidados assistenciais, bem como a orientação à mãe sobre a saúde de binômio mãe e filho. Aumentar os índices de Aleitamento Materno; Estabelecer vínculo afetivo entre mãe e filho; permitir aprendizado materno sobre como cuidar do RN; Reduzir o índice de infecção hospitalar cruzada;Estimular a participação do pai no cuidado com o RN;Possibilitar o acompanhamento da Amamentação, sem rigidez de horário, visando esclarecer às dúvidas da mãe e incentiva-lá nos momentos de insegurança; Reduzir a ansiedade da mãe (ou pais) frente às experiências vivenciadas; Favorecer troca de experiências entre as mães.
  • 6. 6 Roteiro Estruturado para Avaliação e Assistência de enfermagem no puerpério imediato DI: ______ PO_______ PN _________(com episio/ sem episio) G:_____ P: _____ C:______ A:______ Filhos Vivos: ______ Refere: Ex: Dor (Localização), vertigem (quando sentada ou antes de deambular), náuseas, fome, sede, fadiga, __________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ ___________________________________________________ Apresenta: PA:________ P:___________; T: ________ FR: _______ Estado geral _______________ (pálida, corada) Mamas _____________________________ (verificar sinais de ingurgitamento: tecido edemaciado, doloroso, tenso e brilhante); Mamilos _______________________________________________________________ (protuso, plano, invertido),(hiperemia, lesões ou fissuras), presença de colostro Involução uterina ______ dedos (acima, abaixo ou na altura) da cicatriz umbilical Útero __________________(contraído/ amolecido?) Abdômen ___________________ (ferida cirúrgica?) Distendido? Presença de ruídos hidroaereos? Loquios ________________(Cor: sanguinolentos, serossanguinolentos, seroso); _______________________Cheiro(característico, fétido),________________Quantidade: (escassa, discreta, moderada, intensa; contar o numero de absorventes trocados no periodo). Região perineal: __________________________________________________(presença ou não de edema, hematomas, hiperemia, episio: aproximação da pele) Eliminações fisiológicas __________________(evacuação, micção) MMII ____________ (cacifo negativo , cacifo +, ++, +++, ++++, com ou sem sinais de inflamação?) Deambulou no período ? (se passou por anestesia, verificar função sensorial e motora em MMII antes de deambular) _________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ ______________________________________________ Realizado: Higiene, exercícios (passivos/ativos), orientações (deambulação, amamentação, alimentação, hidratação, massagem uterina, orientações p/ alta) _______________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ _________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Observação: FR diminuída, (abaixo de 14 a 16) incursões por minuto, pode ocorrer após a administração de narcóticos epidurais ou analgésicos narcóticos; FR aumentada (superior a 24 incursões por min), pode ser causada por perda sanguinea aumentada, edema pulmonar ou embolia pulmonar; FC aumentada (superior a 100 bpm) pode estar presente com perda sanguinea aumentada, febre ou dor; PA diminuída (15 a 20 mm Hg) abaixo das pressões basais,pode indicar hipovolemia T: elevada (acima de 38º C ) pode indicar infecção