SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  8
Télécharger pour lire hors ligne
3
                                                                                 m ó d u l o
Ana Maria Serra - Ins titut o de Terapia Cognitiva São Paulo-SP


Objetivo: aprimorar os conhecimentos de estudantes
e profissionais da Psicologia sobre a Terapia Cognitiva.
Elaboração: Ana Maria Serra, PhD.
ITC – Instituto de Terapia Cognitiva, São Paulo-SP




                                                                                  suicídio
                                                                  int er v enção em cr ise
                                                                               depr essã o
Coordenação: Claudia Stella, Psicóloga Clínica,
Doutora em Educação, Docente em Psicologia e
Editora da revista Psicologia Brasil.
Módulos: oito módulos que serão publicados em
revistas seqüenciais.

Conteúdo dos módulos:

  1 Introdução à Terapia Cognitiva

  2 Conceitos e preconceitos sobre Terapia Cognitiva


3    Terapia Cognitiva e Intervenção em Crise
     Terapia Cognitiva e Depressão
     Terapia Cognitiva e Suicídio

  4 Terapia Cognitiva e Transtornos de Ansiedade
    Tópicos especiais em Terapia Cognitiva aplicada aos
    Transtornos de Ansiedade, TOC (Transtorno Obssessivo-
    Compulsivo), Fobias, Transtorno de Pânico, TEPT (Transtorno
    de Estresse Pós-Traumático), Ansiedade Associada à Saúde

  5 Terapia Cognitiva e Dependência Química
    Terapia Cognitiva e Transtornos Alimentares
    Terapia Cognitiva nas Organizações

  6 Terapia Cognitiva com Casais e Famílias
    Terapia Cognitiva com Crianças e Adolescentes
    Terapia Cognitiva e Prevenção de Depressão em
    Crianças e Adolescentes

  7 Terapia Cognitiva e Transtornos de Personalidade
    Terapia Cognitiva e Esquizofrenia
    Terapia Cognitiva e Transtorno Bipolar

  8 Resistência em Terapia Cognitiva
    Terapia Cognitiva com pacientes difíceis
    A aliança terapêutica em Terapia Cognitiva
    Questões relacionadas a treinamento em Terapia Cognitva
Crises estarão presentes em um momento da              com que a crise será superada. Em outras palavras,
vida da maioria dos indivíduos, decorrentes de         algumas situações podem significar uma crise
situações em que o limiar individual de controle       para um indivíduo e não para outro, ou a mesma
e resposta a estressores internos e externos           situação pode significar uma crise para um indivíduo
do indivíduo é ultrapassado.                           em um momento de sua vida, mas não em outro,
Uma crise se define como um estado temporário          devido ao fato de que a disponibilidade de recursos
de distúrbio grave e conseqüente desorganização,       para o gerenciamento de crises pode variar em
durante o qual o indivíduo se percebe incapaz de       diferentes fases e contextos de vida. Há pacientes
enfrentar uma determinada situação, através da         em crise que apresentam uma história pregressa
utilização dos mesmos recursos que habitualmente       de recursos adequados de enfrentamento, e
utiliza para resolução de problemas. Crises têm o      para os quais a crise representa uma situação
potencial de um resultado radicalmente negativo,       atípica. Há outros pacientes propensos a crises,
ativando, portanto, a vulnerabilidade dos indivíduos   com dificuldades de gerenciamento emocional e
envolvidos. Crises caracterizam-se por um período      comportamental, e que experienciam sucessivas
em que o equilíbrio de um ou mais indivíduos é         crises que periodicamente irrompem. Ambos os
perturbado, afetando, temporariamente ou não,          grupos podem necessitar de ajuda profissional.
sua capacidade para perceber e gerenciar               Situações críticas podem se apresentar de
situações de modo efetivo. Sob crise,                  diferentes formas e em diferentes contextos,
indivíduos manifestam sintomas cognitivos e            individuais ou coletivas. Podem apresentar-se
comportamentais e algum grau de desorganização,        relacionadas à enfermidade aguda ou crônica, do
que se refletem através de uma redução em              próprio indivíduo e de outros significativos; à morte
suas habilidades e recursos para processamento         de outros significativos; a conflitos e rupturas nas
de informação, enfrentamento, resolução de             relações interpessoais e afetivas; a acidentes
problemas e modulação emocional. A percepção           envolvendo o próprio indivíduo ou outros indivíduos
da própria situação de crise pode ser afetada, em      ou grupos; a desastres naturais; a situações de
conseqüência da ativação emocional que favorece        violência familiar, social e política, com violação
distorções no processamento da natureza da             dos direitos civis individuais e coletivos; a abuso de
situação. Os recursos de enfrentamento podem           substâncias psicoativas etc. Tais situações críticas
se tornar limitados e estratégias ineficazes de        geram estresse, que se traduz em angústia e em
resolução de problemas podem ser aplicadas,            um sentido aumentado de vulnerabilidade frente
muitas vezes de forma estereotipada.                   ao real objetivo ou subjetivo, ou ambos.
A capacidade habitual do indivíduo para a              Em crise, indivíduos apresentam, segundo
flexibilidade cognitiva, necessária para o             Freeman (2000), desconforto, disfunção,
gerenciamento das emoções, pode ser                    descontrole e desorganização. Desconforto
seriamente afetada, implicando no uso de               refere-se à experiência subjetiva de angústia
estratégias compensatórias disfuncionais, como         diante da percepção, real ou não, de insolubilidade
negação ou esquiva. Crises mais graves podem           da situação. Disfunção refere-se à limitação dos
ainda originar estados psicóticos temporários,         recursos de enfrentamento com os quais os
devido à desestruturação cognitiva e emocional         indivíduos normalmente contam. Descontrole
gerada pela percepção da situação como insolúvel.      refere-se à experiência, subjetiva e objetiva, de
Em uma situação de crise, os recursos comumente        incapacidade em determinar ou alterar o
disponíveis podem se mostrar insuficientes; nesses     curso da situação. E desorganização reflete-se
casos, os indivíduos envolvidos podem necessitar       na incapacidade de formular ou ativar um plano
acessar reservas de recursos pouco usadas,             específico para resolver a situação, identificando
como força e coragem, podem criar sistemas             problemas, gerando objetivos e estratégias
temporários de enfrentamento, e, na maioria dos        de resolução e priorizando e implementando
casos, necessitarão mobilizar os sistemas de apoio     essas estratégias.
familiar e social.                                     Situações de crise podem demandar a intervenção
Observamos diferenças inter-individuais e intra-       clínica. Nesses casos, a Terapia Cognitiva pode ser
individuais com relação à natureza e à gravidade       especialmente indicada, tendo em vista seu caráter
das crises, à disponibilidade de recursos que serão    breve e estruturado, bem como várias outras de suas
mobilizados em seu gerenciamento, e à eficácia         características aplicadas, que discutimos a seguir.
TERAPIA COGNITIVA EM                                     terapêuticas não apenas fornece estrutura e
SITUAÇÕES DE CRISE                                       direciona a intervenção, mas também facilita
                                                         a avaliação periódica do progresso clínico e
Os objetivos imediatos do terapeuta cognitivo,           assegura que paciente e terapeuta estejam
diante de um paciente em crise, podem ser assim          desenvolvendo esforços na mesma direção. O
resumidos: avaliar a natureza da situação e os           aspecto didático do processo clínico em Terapia
elementos precipitadores da crise; explorar e            Cognitiva possibilita o esclarecimento do paciente
avaliar fatores de risco de violência contra si e        com relação às dificuldades internas e externas
outros, como suicídio ou homicídio; explorar e avaliar   que ele está experienciando; além disso, determina
o repertório de recursos de enfrentamento com os         o desenvolvimento, pelo paciente, de estratégias
quais o indivíduo conta ou já contou em situações        próprias de enfrentamento e resolução de
anteriores; estabelecer um plano de resolução            problemas, tarefa que vai muito além do
da crise, gerar alternativas de processamento            objetivo terapêutico de simplesmente ajudá-lo
da situação e alternativas de comportamentos.            a resolver os problemas que apresenta nesse
O profissional deve manter em mente o                    momento de sua vida.
caráter transitório da crise e da perturbação e          Outro aspecto importante na intervenção de
desorganização do processamento da situação              crise refere-se à aliança terapêutica, baseada
pelo indivíduo. Esse aspecto temporário abre             na empatia entre o terapeuta e o paciente,
espaço para o questionamento e o desafio                 e cujo desenvolvimento e manutenção é de
cognitivo, e sugere a necessidade de estrutura           responsabilidade do terapeuta. A aliança
na condução da intervenção e na implementação            fornece ao paciente a impressão de não estar
do processo de resolução dos problemas                   sozinho diante da crise, de ter um apoio efetivo
envolvidos, a fim de otimizar o aproveitamento           na pessoa do terapeuta, o qual, dependendo da
do tempo terapêutico. Finalmente, o terapeuta            natureza da crise, pode até funcionar como um
deve atuar para reduzir o potencial de ações             defensor na preservação dos direitos do paciente.
radicais e negativas pelo paciente.                      Finalmente, referindo-nos a esquemas cognitivos,
Várias características do modelo aplicado da             sabemos que estas estruturas organizam os
Terapia Cognitiva a tornam especialmente indicada        elementos da nossa percepção do real; através
no atendimento a pacientes em situações de               do processo clínico em Terapia Cognitiva, não
crise. O caráter breve da intervenção se adequa          apenas os esquemas e crenças disfuncionais
a intervenções em situações críticas. O caráter          do paciente representam focos importantes de
ativo e colaborativo da intervenção encoraja a           intervenção e que favorecerão a visão realista da
participação ativa do paciente no processo de            situação de crise e o reconhecimento, mobilização
mudança, sugerindo a idéia de controle sobre a           e desenvolvimento de recursos de resolução e
situação. O aspecto dinâmico da interação entre          enfrentamento; mas a própria situação de crise
terapeuta e paciente possibilita a exploração            pode prover um espaço de treinamento de novas
rápida de cognições e emoções, facilita a auto-          habilidades cognitivas e de resolução de problemas,
revelação pelo paciente e, dessa forma, o                favorecendo o desenvolvimento de um sistema
direcionamento mais imediato da intervenção aos          funcional de esquemas e crenças, em
aspectos disfuncionais das cognições, atitudes e         substituição ao sistema anterior disfuncional.
comportamentos do paciente. O caráter diretivo           Diante de situações críticas verdadeiramente
do modelo aplicado possibilita ao terapeuta              adversas, são esperados sintomas de depressão
formular hipóteses de conceituação cognitiva, que        ou ansiedade, ou ambos. No trabalho clínico,
refletem os esquemas e crenças disfuncionais que         mostra-se muito útil encorajar o paciente em
integram o sistema cognitivo do paciente; utilizar o     crise a distinguir entre, de um lado, respostas
questionamento socrático, em nível de intervenção        esperadas de tristeza ou ansiedade realista, que
funcional, o que possibilita a modulação emocional       ainda possibilitam o ajustamento e enfrentamento
pelo paciente; explorar colaborativamente os             eficazes, e, de outro, sintomas de depressão ou
focos de problemas e definir metas e estratégias         de um transtorno de ansiedade, que rendem o
de resolução e enfrentamento, o que encoraja             indivíduo disfuncional e requerem atenção
o paciente a funcionar como sua própria fonte            terapêutica focalizada.
de recursos. A definição colaborativa de metas
Conclusão                                            uma recorrência nos 10 anos seguintes à
Situações de crise não ocasionam necessariamente     recuperação, mesmo tendo-se mantido estáveis
resultados ou conseqüências negativas. A crise       durante os primeiros cinco anos após o término
pode ser utilizada como uma arena, onde o            do tratamento inicial (Frank, 1991).
paciente e o terapeuta poderão, colaborativamente,   Esses dados apontam para a necessidade, entre
desenvolver novos recursos, mobilizar recursos       outras medidas, da disponibilidade de planos
existentes de maneira concertada e criativa,         eficazes de prevenção e tratamento da depressão.
assegurar o paciente das escolhas que lhe estão      A TC vem-se demonstrando útil em ambos os
abertas, e aproveitar-se das estratégias de          aspectos, quais sejam, na prevenção da depressão
resolução utilizadas no sentido de formular novas    e como uma forma de psicoterapia eficaz. Sua
formas de resolução de problemas, de neutralização   relevância se faz ainda maior se considerarmos
de estressores e de adaptação e enfrentamento        que seu surgimento veio preencher uma grave
das dificuldades inerentes à vida.                   lacuna, visto que os modelos comportamental e
                                                     psicanalítico, anteriormente desenvolvidos, não
TERAPIA COGNITIVA E DEPRESSÃO                        se demonstraram particularmente eficazes no
Edela A. Nicoletti e Ana Maria M. Serra              tratamento do transtorno depressivo. Movido por
                                                     preocupações teóricas, e em uma tentativa de
O impacto da depressão na população geral tem        expandir os limites da psicoterapia e de comprovar
sido grandemente subestimado. Em recente             princípios psicanalíticos através do emprego da
estudo promovido pelo Banco Mundial e pela           metodologia científica, Aaron Beck propôs um
Organização Mundial da Saúde, ficaram evidentes      modelo de depressão inovador, o modelo cognitivo,
os devastadores efeitos da depressão. Nesse          no qual ele conceituou a depressão como um
estudo, a depressão representou a quarta maior       transtorno de processamento de informação, e não
causa de incapacitação, sendo responsável            como um transtorno emocional.
por mais de 10% dos anos de incapacitação de
indivíduos em todo o mundo. As projeções para as     Antidepressivos e Psicoterapia
próximas décadas refletem um agravamento da          A eficácia da TC no tratamento da depressão
presente situação, esperando-se que a depressão      mostra-se relevante especialmente em vista
venha a representar, em 2020, a segunda maior        do sucesso limitado do uso exclusivo dos
causa de incapacitação, abaixo apenas das doenças    antidepressivos. Primeiramente, os índices gerais
cardíacas. Atualmente, a depressão afeta cerca       de recaída e suicídio não se reduziram com o
de 12% da população adulta (8% feminina e 4%         crescente emprego dos antidepressivos. Estima-se
masculina), contra apenas 3% no início do século     que entre 35 e 40% de portadores de depressão
XX. Estima-se que aproximadamente l5% da             não respondem satisfatoriamente a antidepressivos,
população será vítima de pelo menos um episódio      e parte dos que respondem satisfatoriamente
depressivo a cada ano de sua vida adulta. Cerca de   recusam-se a tomá-los ou descontinuam o
75% das internações psiquiátricas têm episódios      tratamento devido aos efeitos colaterais. O
depressivos como causa principal ou secundária.      depressivo tratado com farmacoterapia incorre
                                                     em um problema de atribuição, tendendo a atribuir
Outros dados confirmam a gravidade dessa
                                                     sua melhora ao medicamento e, dessa forma,
situação. As estatísticas, em âmbito mundial,
                                                     reforçando a idéia de doença e de lócus de controle
nas três últimas décadas, indicam não apenas
                                                     externo. Por outro lado, a melhora do paciente em
um aumento gradual da incidência de depressão
                                                     psicoterapia vai além do simples alívio da depressão;
na população em geral, mas, ao mesmo tempo,
                                                     ele “aprende” de sua experiência psicoterapêutica
uma redução na idade de ocorrência do primeiro
                                                     de maneira abrangente e desenvolve-se em várias
episódio depressivo, com aproximadamente 9%
                                                     áreas de sua experiência, processos que previnem
dos adolescentes apresentando um episódio de
                                                     novos episódios. Finalmente, antidepressivos
depressão severa antes dos 14 anos de idade.
                                                     não combatem a “desesperança”, um construto
Além disso, a depressão, para a maioria das
                                                     cognitivo e que constitui o fator determinante da
pessoas, é uma enfermidade recorrente e crônica.
                                                     ideação e comportamento suicidas.
Um estudo prospectivo aponta que 85% dos
pacientes recuperados de um episódio depressivo      Segundo a atual percepção de que quadros
sofreram pelo menos uma recorrência durante os       depressivos importantes, para a grande maioria
15 anos seguintes, e 58% deles apresentaram          dos pacientes, representam uma condição
recorrente, tem sido levantada a questão de que        esquemas e crenças do depressivo, e restabelecer
a capacidade de uma intervenção de prevenir o          a flexibilidade cognitiva, que conjuntamente lhe
retorno dos sintomas depressivos após o término        possibilitariam a modulação emocional diante dos
do tratamento pode ser ao menos tão importante         problemas e das dificuldades inerentes à vida.
quanto sua capacidade de tratar o episódio atual.
                                                       Fatores de vulnerabilidade à depressão
Não há evidências de que a farmacoterapia forneça
                                                       A TC adota um modelo de vulnerabilidade/
qualquer proteção contra o retorno dos sintomas
                                                       estressor para explicar a instalação e manutenção
após a sua suspensão. Contudo, defensores das
                                                       do transtorno depressivo. Segundo esse modelo,
intervenções psicoterápicas argumentam que estas
                                                       a vulnerabilidade à depressão, compreendendo
provêem ganhos permanentes, que persistem
                                                       fatores biológicos e cognitivos, seria inversamente
após a descontinuação das sessões e reduzem os
                                                       proporcional à apresentação de estressores
riscos subseqüentes. Um estudo conduzido por
                                                       ambientais; desse modo, um indivíduo apresentando
Hollon e colaboradores, em 1996, comparando o
                                                       alta vulnerabilidade à depressão necessitaria de
tratamento da depressão com TC, medicamentos
                                                       apenas um pequeno estressor para a ativação de
ou um misto de ambos constatou que os
                                                       um episódio depressivo, e vice-versa. Essa noção
resultados, em curto prazo, são os mesmos em
                                                       auxilia na avaliação, conceituação e intervenção
qualquer das situações, mas que as recidivas são
                                                       sobre os quadros de depressão. Quanto aos
muito menor entre aqueles tratados com TC.
                                                       fatores de vulnerabilidade à depressão, e refletindo
A hipótese de Vulnerabilidade                          a adoção de modelos multifatoriais, a TC aponta
Cognitiva como um modelo de depressão                  fatores de predisposição biológicos; fatores
A hipótese de vulnerabilidade cognitiva, a pedra       hereditários; fatores de predisposição cognitivos,
fundamental do modelo cognitivo de depressão,          adquiridos ou familiarmente transmitidos; déficit
refere-se à tendência aumentada nos depressivos,       em habilidades de resolução de problemas; fatores
em relação à população em geral, de aplicar um         ambientais e contingenciais, como problemas
viés negativo no processamento de informação;          e crises vitais; fatores de personalidade, como
além disso, uma vez feita uma interpretação            introversão, neuroticismo, traços obsessivos;
exageradamente negativa, eles tendem ainda a           estados subjetivos de desamparo e desesperança,
resistir à desconfirmação de sua interpretação         entre outros. Quanto aos fatores cognitivos
inicial ou ao reconhecimento de interpretações         em particular, destacam-se os estilos de
alternativas. Dessa forma, a depressão resultaria      processamento de informação que denotam
do fenômeno que chamamos de “espiral negativa          extremismo e rigidez, como pessimismo e
descendente”: interpretações exageradamente            perfeccionismo. Contudo, faz-se necessário refletir
negativas resultam em uma queda de humor, que          sobre se a negatividade comum nos depressivos
por sua vez conduz a interpretações ainda mais         refletiria uma distorção da realidade ou um excesso
negativas, e assim por diante, em um processo          de realismo. Estudos na área de Psicologia Cognitiva
que explica a instalação e a manutenção do             demonstram que o pessimista é mais realista
transtorno depressivo. No caso da depressão, o         do que o otimista, isto é, os últimos distorcem
conteúdo das cognições dos depressivos refletiriam     mais a realidade, e a seu favor, do que o fazem os
atribuições e avaliações pessimistas a respeito        primeiros. Entretanto, estudos em TC demonstram
dos três vértices da tríade cognitiva: o depressivo    que o pessimismo é um fator necessário, embora
avalia-se autodepreciativamente, como desprovido       não suficiente, nos quadros depressivos. Essas
de qualidades e habilidades, percebe o mundo           evidências, portanto, parecem sugerir que certo
externo como hostil, injusto e rejeitador, e imagina   grau de otimismo é necessário para neutralizar
que, no futuro, sua insatisfação com seu presente      a desesperança e o desamparo, que predispõem
permanecerá ou poderá aumentar. Beck propôs a          indivíduos à depressão.
idéia de esquemas cognitivos, de crenças básicas
e crenças condicionais, que se desenvolveriam          Classificação ou diagnóstico de
a partir das experiências relevantes de vida e         depressão e a análise cognitiva funcional
refletiriam a idéia do indivíduo a respeito das        Vários sistemas diagnósticos foram desenvolvidos,
regularidades do real. O objetivo fundamental da       os quais apontam critérios para o diagnóstico da
TC seria, portanto, promover a re-estruturação         depressão. Entretanto, diagnósticos implicam
cognitiva, ou seja a mudança no sistema de             no conhecimento de fatores etiológicos. E como,
no presente estágio de conhecimento, temos               validado modelo para a conceituação e tratamento
apenas hipóteses sobre a etiologia da depressão,         da depressão, em associação ou não à medicação.
sendo o diagnóstico feito com base nos sintomas          Além de seu desenvolvimento nas áreas de
apresentados, então vários autores argumentam,           intervenção e eficácia, mais recentemente os
com boa dose de razão, que o que fazemos é,              estudos sobre processos cognitivos na depressão
na verdade, uma classificação da depressão, e            e processos que viabilizam resultados clínicos
não o seu diagnóstico. Contudo, essa discussão           vêm igualmente recebendo atenção crescente
tem apenas uma relevância parcial para a TC,             de pesquisadores, em um sinal inequívoco de
devido ao fato de que, em TC, o planejamento da          progresso nos níveis conceitual e aplicado, e
intervenção e o próprio processo psicoterapêutico        explicando a preferência pela TC por clínicos ao
apóia-se em uma análise funcional do quadro              redor de todo o mundo.
específico de cada paciente depressivo. Para a
formulação de uma análise funcional, exploramos          TERAPIA COGNITIVA E SUICÍDIO
as seguintes dimensões relevantes do quadro              Arnaldo Vicente e Ana Maria M. Serra
depressivo: (1) alterações de humor, que se              A TC vem-se demonstrando eficaz para uma
referem à característica central da depressão, daí       ampla gama de transtornos emocionais, que inclui
a denominação genérica de “transtornos afetivos”;        o suicídio. Sua eficácia na área da prevenção
(2) alterações do estilo cognitivo, que se refletem no   do suicídio reveste-se de especial relevância,
pensamento lento e ineficiente, baixa concentração,      tendo em vista os dados que demonstram um
déficits de memória, indecisão; (3) alterações de        aumento na incidência de suicídio entre adultos
motivação, como perda de interesse em trabalho           e adolescentes. O preparo técnico do terapeuta
ou lazer, isolamento social, comportamentos de           cognitivo para o atendimento adequado ao
fuga ou esquiva, incluindo o suicídio; (4) alterações    paciente suicida é de fundamental importância,
de comportamento, como passividade, inatividade,         especialmente em vista da imprevisibilidade
choro, reclamação ou demanda excessivas, e               da presença de comportamentos suicidas em
dependência; (5) alterações biológicas, como             pacientes depressivos que procuram ou são
aumento ou redução do apetite ou sono, que podem         encaminhados para a psicoterapia. Quando é
resultar de alterações estruturais ou bioquímicas.       identificada, pelo terapeuta, a presença de ideação
Conclusão                                                e comportamentos suicidas no paciente, todos os
Com relação ao processo terapêutico em TC                demais objetivos terapêuticos são negligenciados,
para a depressão, note-se que o planejamento             concentrando-se a ação do terapeuta na
da intervenção e a condução do processo clínico          intervenção direta sobre esses elementos.
seguem os moldes gerais da abordagem, ou o               Comportamentos Suicidas
que denominamos de “TC Padrão”, conforme já              Primeiramente, necessitamos distinguir entre os
delineados no primeiro módulo dessa série de             vários níveis de comportamentos suicidas, desde
Estudos Transversais.                                    a ideação suicida, em que o paciente começa a
Em uma palestra memorável oferecida durante o            contemplar o suicídio como uma solução viável
congresso da EABCT em Manchester, Inglaterra,            para os seus problemas, até propriamente a
em setembro de 2004, Beck declarou que, quando           tentativa de suicídio e o suicídio consumado.
ele propôs o modelo cognitivo de depressão,              Comportamentos suicidas podem apresentar-se
conceituando-a de forma inovadora como um                disfarçadamente: decisões súbitas de, por exemplo,
transtorno de pensamento e não como um                   preparar um testamento; afirmações que denotam
transtorno emocional, ele foi percebido, por             desesperança, como “minha vida não vai melhorar”;
comportamentalistas e psicanalistas, como um             idéias de que os demais estariam melhor com
“cavalo de Tróia”, explicando: “temiam que se            minha morte, como “sou um peso para todos”;
me aceitassem entre eles, eu destruiria seus             idéias de fracasso em satisfazer as expectativas de
modelos por dentro”. Contudo, não tardou para            outros, como “desapontei a todos” etc. Uma criança
que a consistência e a eficácia do novo modelo           de 6 anos, gravemente deprimida após um acidente
chamassem a atenção de estudiosos e clínicos             em que faleceram a mãe e o irmão menor, começou
ao redor do mundo, que testaram e replicaram             a expressar aos familiares o desejo de ir para o céu
os achados de Beck e seus associados. Hoje, o            para rever a mãe e o irmão e, como eles, “ficar com
modelo cognitivo constitui o mais eficaz e melhor        os anjinhos”, fala que indicava ideação suicida, na
tentativa de escapar da situação difícil em que se       suicidas, indicando que é a medida relevante na
encontrava a família após a tragédia.                    avaliação objetiva do risco de suicídio em pacientes
Deve-se notar que o desejo de morrer é                   depressivos que buscam ou são encaminhados
inversamente proporcional ao desejo de comunicar         para a psicoterapia.
a intolerabilidade à situação de vida presente; o        Fatores Cognitivos de Risco
indivíduo que efetivamente deseja morrer, por ver a      Além de fatores demográficos e sociais de risco
morte como a única solução para seus problemas,          crônico e agudo, estudos sugerem vários fatores
não comunica seu desejo, para evitar ser impedido.       cognitivos de risco, que devem ser investigados.
Por outro lado, o indivíduo que comunica seu desejo      A desesperança tem-se demonstrado, segundo
de morrer pode estar comunicando, na realidade,          os estudos, como um fator de risco crônico e
um pedido de ajuda.                                      agudo. Sugere um esquema relativamente
Há ainda outras formas de avaliarmos a                   estável, em que a dimensão da tríade cognitiva
intencionalidade. Devemos inquirir o paciente a          implicada é o “futuro”.
respeito de seu conhecimento sobre possíveis             Outro fator de risco refere-se ao autoconceito.
métodos que ele consideraria utilizar, sobre a           Em adultos, o autoconceito indica um fator de
letalidade dos métodos, sobre como teria acesso          risco, independente da desesperança.
a esses métodos e sobre medidas que já pode haver        Em crianças, porém, o autoconceito está
empregado para investigar sobre os diferentes            relacionado à depressão e à intenção suicida,
métodos e acessar estratégias instrumentais.             porém apenas quando na presença da
Essas informações, em conjunto, permitem ao              desesperança. O autoconceito refere-se à
terapeuta avaliar a gravidade da intenção                dimensão “eu” da tríade cognitiva.
suicida versus o desejo de comunicar a intenção
                                                         Quanto à forma de processamento de informação,
como um pedido de ajuda.
                                                         o suicida demonstra tendência aumentada a
A investigação direta da ideação e comportamento         distorções na interpretação de seu real. As formas
suicidas é recomendada, sem o uso de eufemismos          mais freqüentes de distorções, que refletem
e evitando inadvertidamente reforçar preconceitos        em termos gerais uma rigidez cognitiva, são: a
sociais, culturais e religiosos contra o suicídio e o    abstração seletiva, em que o indivíduo abstrai de
suicida. Alguns clínicos defendem a idéia de que         seu real apenas as evidências que confirmam suas
abordar diretamente o suicídio, inclusive usando os      expectativas pessimistas e negligencia evidências
termos “suicídio” e “suicida”, pode induzir o paciente   contrárias; a supergeneralização, em que o
a considerar essa alternativa. Contudo, os estudos       indivíduo utiliza-se de termos generalizantes
sugerem a improbabilidade dessa alternativa,             como “nunca”/”sempre”, “tudo”/”nada”; e o
e indicam ainda que a evitação do assunto ou a           pensamento dicotômico, que denota uma forma
referência velada podem sugerir ao paciente que          extremista e perfeccionista de avaliar seu real
o terapeuta compartilha do preconceito social e          em termos de, por exemplo, “ótimo” ou “péssimo”,
cultural, e talvez até religioso, contra suicidas.       ou seja, não considerando possibilidades
Avaliação Objetiva                                       intermediárias mais realistas.
Embora todos os suicidas sejam depressivos, os           Quanto ao conteúdo de suas cognições, os temas
estudos demonstram que a desesperança é o                mais freqüentes no processamento do real pelo
construto central de risco para o suicídio. Beck         suicida são crenças perfeccionistas, que se
e associados criaram escalas para a avaliação            refletem nas expectativas irrealistas que o
objetiva da depressão e da desesperança. O               indivíduo tem de si, nas expectativas que o indivíduo
BDI (Beck Depression Inventory), o Inventário de         tem dos outros, e nas expectativas que o indivíduo
Depressão de Beck, mostra-se correlacionado ao           acredita que os outros têm de si. Dentre essas,
suicídio em amostras heterogêneas, por exemplo,          as expectativas que o indivíduo acredita que os
na população em geral, ao discriminar entre              outros têm de si correlacionam-se ao mais
depressivos e não depressivos. Porém, o BHS              alto risco de suicídio.
(Beck Hopelessness Scale), a Escala de                   Quanto aos estilos de atribuição para explicar
Desesperança de Beck, mostra-se correlacionado a         eventos negativos em suas vidas, o suicida tende a
suicídio em amostras homogêneas de depressivos,          fazer atribuições internas (“os males da minha vida
isto é, discrimina entre depressivos suicidas e não      devem-se a mim”), estáveis (“os fatores internos
que levaram a tais males permanecerão ao longo            responsabilidade legal, sob pena de ser considerado
do tempo”) e globais (“os fatores internos que            judicialmente como cúmplice, e ética de impedir o
levaram a tais males afetam todas as áreas da             suicida de consumar seu plano, mobilizando todos
minha vida”). Essa tendência – fazer atribuições          os recursos disponíveis, inclusive o envolvimento
de eventos negativos – reflete pessimismo e               de outros significativos do paciente. Consideradas
desesperança, os fatores determinantes da                 as posições pessoais do terapeuta, ele poderá
ideação e comportamentos suicidas.                        justificar sua ação, no sentido de impedir o suicídio,
                                                          com base na suposição de que o suicida não está,
Déficit em Habilidades para
                                                          nesse momento, funcional e de posse de recursos
Resolução de Problemas
                                                          habituais de enfrentamento. Caberá, portanto,
Os estudos demonstram que o déficit cognitivo
                                                          ao terapeuta o desenvolvimento da flexibilidade
básico no suicida, semelhantemente a depressivos,
                                                          cognitiva e de habilidades de resolução de
refere-se a uma reduzida habilidade para resolução
                                                          problemas, que dotarão o paciente de recursos
de problemas. Quando suas estratégias habituais
                                                          de enfrentamento.
para resolver problemas falham, suicidas ficam
paralisados e demonstram inabilidade para gerar
novas estratégias de resolução, insistindo de             REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
forma estereotipada em estratégias ineficazes. Ao
                                                          BECK, A.T.; RUSH, A.J.; SHAW, B.F.; EMERY, G.
fracassar em resolver problemas, acreditam que o
                                                             (1997) Terapia Cognitiva da Depressão,
suicídio é a única solução eficaz.
                                                             Porto Alegre: ArtMed.
Suicidas falham em todas as etapas do processo
de resolução de problemas. Apresentam                     DATTILIO, F. M.; FREEMAN, A. (Eds.) (2004)
dificuldades em identificar claramente problemas             Estratégias Cognitivo-Comportamentais
e metas, em gerar estratégias alternativas de                de Intervenção em Situações de Crise,
resolução e inclusive resistem a reconhecer                  Porto Alegre: ArtMed.
estratégias viáveis de resolução quando estas             SALKOVSKIS, P.M. (Ed.) (2004) Fronteiras da
lhes são sugeridas. Têm dificuldade, ainda, em               Terapia Cognitiva, São Paulo: Casa do Psicólogo.
implementar estratégias de resolução devido à
desmotivação inerente à depressão, em avaliar
estratégias e monitorar resultados, e em gerar
estratégias alternativas de resolução quando as
estratégias iniciais falham. Finalmente, suicidas              Ana Maria Serra
demonstram uma reduzida tolerância à ansiedade                PhD em Psicologia e Terapeuta
inerente ao processo de resolução de problemas                Cognitiva pelo Institute of
e ao tempo de latência entre a identificação de               Psychiatry da Universidade
um problema e a sua resolução.                                de Londres, Inglaterra.
Vários programas de treinamento em habilidades                Presidente Honorária da ABPC
de resolução de problemas para depressivos e                  – Associação Brasileira de
suicidas são relatados na literatura especializada.           Psicoterapia Cognitiva.
No caso específico da TC, o treinamento em                    Diretora do ITC – Instituto de
habilidades de resolução de problemas faz
                                                              Terapia Cognitiva, que atua nas
parte integrante de seu modelo aplicado,
representando um dos dois pilares sobre os
                                                              áreas de clínica, pesquisa,
quais se apóia a intervenção cognitiva, ao lado               consultoria e treinamento
da re-estruturação cognitiva.                                 de profissionais, oferecendo
                                                              regularmente Cursos e Palestras,
O papel do psicoterapeuta
Profissionais devem refletir sobre esse aspecto               dentre os quais um Curso de
e definir seu posicionamento filosófico a respeito            Especialização em Terapia Cognitiva
dessa difícil questão. Porém, alguns pontos devem             credenciado pelo CFP – Conselho
ser destacados. O psicoterapeuta tem uma                      Federal de Psicologia.
                                                              E-mail: itc@itc.web.com
© Ana Maria Serra, PhD.                                       Site: www.itc.web.com
Todos os direitos reservados. Publicação e reprodução
exclusivamente mediante autorização expressa da autora.

Contenu connexe

Tendances

AULA J.BECK I - Profª Lina - 2010
AULA J.BECK I - Profª Lina - 2010AULA J.BECK I - Profª Lina - 2010
AULA J.BECK I - Profª Lina - 2010Lina Sue
 
11 Benefícios que Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) pode trazer para a s...
11 Benefícios que Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) pode trazer para a s...11 Benefícios que Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) pode trazer para a s...
11 Benefícios que Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) pode trazer para a s...clinicamob
 
Métodos Comportamentais
Métodos Comportamentais Métodos Comportamentais
Métodos Comportamentais Sarah Karenina
 
Texto 1 o reverso da aprendizagem
Texto 1   o reverso da aprendizagemTexto 1   o reverso da aprendizagem
Texto 1 o reverso da aprendizagemGigi Dantas
 
Terapia cognitiva completo desconhecido
Terapia cognitiva completo   desconhecidoTerapia cognitiva completo   desconhecido
Terapia cognitiva completo desconhecidoAbrahao Rocha Brandao
 
Avaliação cognitivo comportamental
Avaliação cognitivo comportamentalAvaliação cognitivo comportamental
Avaliação cognitivo comportamentalElizabeth Barbosa
 
TCC - Terapia cognitivo-comportamental
TCC - Terapia cognitivo-comportamentalTCC - Terapia cognitivo-comportamental
TCC - Terapia cognitivo-comportamentalAntonino Silva
 
Os 10 princípios da terapia cognitivo-comportamental
Os 10 princípios da terapia cognitivo-comportamentalOs 10 princípios da terapia cognitivo-comportamental
Os 10 princípios da terapia cognitivo-comportamentalPsicologiaPopular
 
Teoria do Esquema - Cognitivo-Comportamental
Teoria do Esquema - Cognitivo-ComportamentalTeoria do Esquema - Cognitivo-Comportamental
Teoria do Esquema - Cognitivo-ComportamentalNilson Dias Castelano
 
Psicoterapia orientações aos psicoterapeutas
Psicoterapia orientações aos psicoterapeutasPsicoterapia orientações aos psicoterapeutas
Psicoterapia orientações aos psicoterapeutasMarcelo da Rocha Carvalho
 

Tendances (20)

Psicoterapia
PsicoterapiaPsicoterapia
Psicoterapia
 
AULA J.BECK I - Profª Lina - 2010
AULA J.BECK I - Profª Lina - 2010AULA J.BECK I - Profª Lina - 2010
AULA J.BECK I - Profª Lina - 2010
 
Contratransferência em Psicoterapia Cognitivo Comportamental
Contratransferência em Psicoterapia Cognitivo ComportamentalContratransferência em Psicoterapia Cognitivo Comportamental
Contratransferência em Psicoterapia Cognitivo Comportamental
 
11 Benefícios que Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) pode trazer para a s...
11 Benefícios que Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) pode trazer para a s...11 Benefícios que Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) pode trazer para a s...
11 Benefícios que Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) pode trazer para a s...
 
Acompanhamento Terapêutico
Acompanhamento TerapêuticoAcompanhamento Terapêutico
Acompanhamento Terapêutico
 
Métodos Comportamentais
Métodos Comportamentais Métodos Comportamentais
Métodos Comportamentais
 
O grupo e a psicoeducação
O grupo e a psicoeducaçãoO grupo e a psicoeducação
O grupo e a psicoeducação
 
Terapia metacognitiva
Terapia metacognitivaTerapia metacognitiva
Terapia metacognitiva
 
Texto 1 o reverso da aprendizagem
Texto 1   o reverso da aprendizagemTexto 1   o reverso da aprendizagem
Texto 1 o reverso da aprendizagem
 
Terapia cognitiva completo desconhecido
Terapia cognitiva completo   desconhecidoTerapia cognitiva completo   desconhecido
Terapia cognitiva completo desconhecido
 
Avaliação cognitivo comportamental
Avaliação cognitivo comportamentalAvaliação cognitivo comportamental
Avaliação cognitivo comportamental
 
Ansiedade estratégias de tratamento em TCC
Ansiedade estratégias de tratamento em TCCAnsiedade estratégias de tratamento em TCC
Ansiedade estratégias de tratamento em TCC
 
TCC - Terapia cognitivo-comportamental
TCC - Terapia cognitivo-comportamentalTCC - Terapia cognitivo-comportamental
TCC - Terapia cognitivo-comportamental
 
Os 10 princípios da terapia cognitivo-comportamental
Os 10 princípios da terapia cognitivo-comportamentalOs 10 princípios da terapia cognitivo-comportamental
Os 10 princípios da terapia cognitivo-comportamental
 
Teoria do Esquema - Cognitivo-Comportamental
Teoria do Esquema - Cognitivo-ComportamentalTeoria do Esquema - Cognitivo-Comportamental
Teoria do Esquema - Cognitivo-Comportamental
 
Psicoterapia orientações aos psicoterapeutas
Psicoterapia orientações aos psicoterapeutasPsicoterapia orientações aos psicoterapeutas
Psicoterapia orientações aos psicoterapeutas
 
A terapia cognitivo comportamental
A terapia cognitivo comportamentalA terapia cognitivo comportamental
A terapia cognitivo comportamental
 
Principais técnicas cognitivo
Principais técnicas cognitivoPrincipais técnicas cognitivo
Principais técnicas cognitivo
 
Terapia cognitiva
Terapia cognitivaTerapia cognitiva
Terapia cognitiva
 
Conceitualização em Terapia Cognitiva
Conceitualização em Terapia CognitivaConceitualização em Terapia Cognitiva
Conceitualização em Terapia Cognitiva
 

En vedette (11)

Webinar Gamificação para Gestão de Mudança - Bruno Medina e Samara Tanaka
Webinar Gamificação para Gestão de Mudança - Bruno Medina e Samara TanakaWebinar Gamificação para Gestão de Mudança - Bruno Medina e Samara Tanaka
Webinar Gamificação para Gestão de Mudança - Bruno Medina e Samara Tanaka
 
Grupo de humanização ao luto
Grupo de humanização ao lutoGrupo de humanização ao luto
Grupo de humanização ao luto
 
SOBRE A MORTE E O MORRER
SOBRE A MORTE E O MORRERSOBRE A MORTE E O MORRER
SOBRE A MORTE E O MORRER
 
Algumas formas de psicoterapia
Algumas formas de psicoterapiaAlgumas formas de psicoterapia
Algumas formas de psicoterapia
 
Comunicação na relação terapêutica
Comunicação na relação terapêutica   Comunicação na relação terapêutica
Comunicação na relação terapêutica
 
Psicologia e morte
Psicologia e mortePsicologia e morte
Psicologia e morte
 
Sobre A Morte E O Morrer
Sobre A Morte E O MorrerSobre A Morte E O Morrer
Sobre A Morte E O Morrer
 
Gestao de Mudanças
Gestao de MudançasGestao de Mudanças
Gestao de Mudanças
 
Aula 3 - Gestão da Mudança
Aula 3 - Gestão da MudançaAula 3 - Gestão da Mudança
Aula 3 - Gestão da Mudança
 
Coletanea de dinâmicas de grupo
Coletanea de dinâmicas de grupoColetanea de dinâmicas de grupo
Coletanea de dinâmicas de grupo
 
Build Features, Not Apps
Build Features, Not AppsBuild Features, Not Apps
Build Features, Not Apps
 

Similaire à Terapiacognitiva mod3

O enfermeiro em emergência psiquiátrica
O enfermeiro em emergência psiquiátricaO enfermeiro em emergência psiquiátrica
O enfermeiro em emergência psiquiátricaKarina Pereira
 
1 fichamento-diagnostico-do-paciente-e-a-escolha-da-psicoterapia
1 fichamento-diagnostico-do-paciente-e-a-escolha-da-psicoterapia1 fichamento-diagnostico-do-paciente-e-a-escolha-da-psicoterapia
1 fichamento-diagnostico-do-paciente-e-a-escolha-da-psicoterapianarasc
 
Intervenção em crises
Intervenção em crisesIntervenção em crises
Intervenção em crisesAroldo Gavioli
 
Principais Técnicas - TCC.pdf
Principais Técnicas - TCC.pdfPrincipais Técnicas - TCC.pdf
Principais Técnicas - TCC.pdfssmxmnx8gj
 
2016 1_ebm_base histórica e científica_3
2016 1_ebm_base histórica e científica_32016 1_ebm_base histórica e científica_3
2016 1_ebm_base histórica e científica_3Flora Couto
 
Trabalho em Power Point
Trabalho em Power PointTrabalho em Power Point
Trabalho em Power PointBetaBetuxa
 
429008673 apostila-resumos-psiquiatria-pdf
429008673 apostila-resumos-psiquiatria-pdf429008673 apostila-resumos-psiquiatria-pdf
429008673 apostila-resumos-psiquiatria-pdfGabriela Benigno
 
Slides - Curso EMDR Avançado
Slides - Curso EMDR AvançadoSlides - Curso EMDR Avançado
Slides - Curso EMDR AvançadoEspaço da Mente
 
O problema no Psicodiagnóstico
O problema no PsicodiagnósticoO problema no Psicodiagnóstico
O problema no Psicodiagnósticohelogaliza
 
Tratamento da Depressão em Terapia Comportamental e Cognitiva
Tratamento da Depressão em Terapia Comportamental e CognitivaTratamento da Depressão em Terapia Comportamental e Cognitiva
Tratamento da Depressão em Terapia Comportamental e CognitivaMarcelo da Rocha Carvalho
 
Como as pessoas mudam? Modelo transteórico(Prochaska e Di Clemente)
Como as pessoas mudam? Modelo transteórico(Prochaska e Di Clemente)Como as pessoas mudam? Modelo transteórico(Prochaska e Di Clemente)
Como as pessoas mudam? Modelo transteórico(Prochaska e Di Clemente)Marcelo da Rocha Carvalho
 
Texto 6 ACONSELHAMENTO PSICOLOGICO
Texto 6 ACONSELHAMENTO PSICOLOGICOTexto 6 ACONSELHAMENTO PSICOLOGICO
Texto 6 ACONSELHAMENTO PSICOLOGICOPsicologia_2015
 
Paciente borderline e seu tratamento pdf
Paciente borderline e seu tratamento  pdfPaciente borderline e seu tratamento  pdf
Paciente borderline e seu tratamento pdfCinthya Bretas
 
Viver com uma Doença Crônica Navegando pelos Altos e Baixos da Vida Diária...
Viver com uma Doença Crônica Navegando pelos Altos e Baixos da Vida Diária...Viver com uma Doença Crônica Navegando pelos Altos e Baixos da Vida Diária...
Viver com uma Doença Crônica Navegando pelos Altos e Baixos da Vida Diária...Pill Reminder
 
Aula 02_Aconselhamento e Psico. Breve[1].pptx
Aula 02_Aconselhamento e Psico. Breve[1].pptxAula 02_Aconselhamento e Psico. Breve[1].pptx
Aula 02_Aconselhamento e Psico. Breve[1].pptxCarlaNishimura3
 

Similaire à Terapiacognitiva mod3 (20)

O enfermeiro em emergência psiquiátrica
O enfermeiro em emergência psiquiátricaO enfermeiro em emergência psiquiátrica
O enfermeiro em emergência psiquiátrica
 
1 fichamento-diagnostico-do-paciente-e-a-escolha-da-psicoterapia
1 fichamento-diagnostico-do-paciente-e-a-escolha-da-psicoterapia1 fichamento-diagnostico-do-paciente-e-a-escolha-da-psicoterapia
1 fichamento-diagnostico-do-paciente-e-a-escolha-da-psicoterapia
 
Intervenção em crises
Intervenção em crisesIntervenção em crises
Intervenção em crises
 
Principais Técnicas - TCC.pdf
Principais Técnicas - TCC.pdfPrincipais Técnicas - TCC.pdf
Principais Técnicas - TCC.pdf
 
TCC - Terapia Cognitivo Comportamental
TCC - Terapia Cognitivo ComportamentalTCC - Terapia Cognitivo Comportamental
TCC - Terapia Cognitivo Comportamental
 
2016 1_ebm_base histórica e científica_3
2016 1_ebm_base histórica e científica_32016 1_ebm_base histórica e científica_3
2016 1_ebm_base histórica e científica_3
 
Reab. psico
Reab. psicoReab. psico
Reab. psico
 
Trabalho em Power Point
Trabalho em Power PointTrabalho em Power Point
Trabalho em Power Point
 
Palestra positivo
Palestra positivoPalestra positivo
Palestra positivo
 
429008673 apostila-resumos-psiquiatria-pdf
429008673 apostila-resumos-psiquiatria-pdf429008673 apostila-resumos-psiquiatria-pdf
429008673 apostila-resumos-psiquiatria-pdf
 
Curso Emdr Avancado
Curso Emdr AvancadoCurso Emdr Avancado
Curso Emdr Avancado
 
Slides - Curso EMDR Avançado
Slides - Curso EMDR AvançadoSlides - Curso EMDR Avançado
Slides - Curso EMDR Avançado
 
O problema no Psicodiagnóstico
O problema no PsicodiagnósticoO problema no Psicodiagnóstico
O problema no Psicodiagnóstico
 
Tratamento da Depressão em Terapia Comportamental e Cognitiva
Tratamento da Depressão em Terapia Comportamental e CognitivaTratamento da Depressão em Terapia Comportamental e Cognitiva
Tratamento da Depressão em Terapia Comportamental e Cognitiva
 
Como as pessoas mudam? Modelo transteórico(Prochaska e Di Clemente)
Como as pessoas mudam? Modelo transteórico(Prochaska e Di Clemente)Como as pessoas mudam? Modelo transteórico(Prochaska e Di Clemente)
Como as pessoas mudam? Modelo transteórico(Prochaska e Di Clemente)
 
Texto 6 ACONSELHAMENTO PSICOLOGICO
Texto 6 ACONSELHAMENTO PSICOLOGICOTexto 6 ACONSELHAMENTO PSICOLOGICO
Texto 6 ACONSELHAMENTO PSICOLOGICO
 
Paciente borderline e seu tratamento pdf
Paciente borderline e seu tratamento  pdfPaciente borderline e seu tratamento  pdf
Paciente borderline e seu tratamento pdf
 
Viver com uma Doença Crônica Navegando pelos Altos e Baixos da Vida Diária...
Viver com uma Doença Crônica Navegando pelos Altos e Baixos da Vida Diária...Viver com uma Doença Crônica Navegando pelos Altos e Baixos da Vida Diária...
Viver com uma Doença Crônica Navegando pelos Altos e Baixos da Vida Diária...
 
Aula 02_Aconselhamento e Psico. Breve[1].pptx
Aula 02_Aconselhamento e Psico. Breve[1].pptxAula 02_Aconselhamento e Psico. Breve[1].pptx
Aula 02_Aconselhamento e Psico. Breve[1].pptx
 
Entrevis
EntrevisEntrevis
Entrevis
 

Dernier

AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobre
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobreAULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobre
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobremaryalouhannedelimao
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxferreirapriscilla84
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfEmanuel Pio
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxSlides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxMauricioOliveira258223
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médiorosenilrucks
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.Mary Alvarenga
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelGilber Rubim Rangel
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdfAna Lemos
 
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medioAraribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medioDomingasMariaRomao
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?AnabelaGuerreiro7
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números Mary Alvarenga
 
SLIDE DE Revolução Mexicana 1910 da disciplina cultura espanhola
SLIDE DE Revolução Mexicana 1910 da disciplina cultura espanholaSLIDE DE Revolução Mexicana 1910 da disciplina cultura espanhola
SLIDE DE Revolução Mexicana 1910 da disciplina cultura espanholacleanelima11
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfTutor de matemática Ícaro
 
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESCOMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESEduardaReis50
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMHELENO FAVACHO
 

Dernier (20)

AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobre
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobreAULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobre
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobre
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxSlides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
 
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medioAraribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
 
SLIDE DE Revolução Mexicana 1910 da disciplina cultura espanhola
SLIDE DE Revolução Mexicana 1910 da disciplina cultura espanholaSLIDE DE Revolução Mexicana 1910 da disciplina cultura espanhola
SLIDE DE Revolução Mexicana 1910 da disciplina cultura espanhola
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
 
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESCOMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 

Terapiacognitiva mod3

  • 1. 3 m ó d u l o Ana Maria Serra - Ins titut o de Terapia Cognitiva São Paulo-SP Objetivo: aprimorar os conhecimentos de estudantes e profissionais da Psicologia sobre a Terapia Cognitiva. Elaboração: Ana Maria Serra, PhD. ITC – Instituto de Terapia Cognitiva, São Paulo-SP suicídio int er v enção em cr ise depr essã o Coordenação: Claudia Stella, Psicóloga Clínica, Doutora em Educação, Docente em Psicologia e Editora da revista Psicologia Brasil. Módulos: oito módulos que serão publicados em revistas seqüenciais. Conteúdo dos módulos: 1 Introdução à Terapia Cognitiva 2 Conceitos e preconceitos sobre Terapia Cognitiva 3 Terapia Cognitiva e Intervenção em Crise Terapia Cognitiva e Depressão Terapia Cognitiva e Suicídio 4 Terapia Cognitiva e Transtornos de Ansiedade Tópicos especiais em Terapia Cognitiva aplicada aos Transtornos de Ansiedade, TOC (Transtorno Obssessivo- Compulsivo), Fobias, Transtorno de Pânico, TEPT (Transtorno de Estresse Pós-Traumático), Ansiedade Associada à Saúde 5 Terapia Cognitiva e Dependência Química Terapia Cognitiva e Transtornos Alimentares Terapia Cognitiva nas Organizações 6 Terapia Cognitiva com Casais e Famílias Terapia Cognitiva com Crianças e Adolescentes Terapia Cognitiva e Prevenção de Depressão em Crianças e Adolescentes 7 Terapia Cognitiva e Transtornos de Personalidade Terapia Cognitiva e Esquizofrenia Terapia Cognitiva e Transtorno Bipolar 8 Resistência em Terapia Cognitiva Terapia Cognitiva com pacientes difíceis A aliança terapêutica em Terapia Cognitiva Questões relacionadas a treinamento em Terapia Cognitva
  • 2. Crises estarão presentes em um momento da com que a crise será superada. Em outras palavras, vida da maioria dos indivíduos, decorrentes de algumas situações podem significar uma crise situações em que o limiar individual de controle para um indivíduo e não para outro, ou a mesma e resposta a estressores internos e externos situação pode significar uma crise para um indivíduo do indivíduo é ultrapassado. em um momento de sua vida, mas não em outro, Uma crise se define como um estado temporário devido ao fato de que a disponibilidade de recursos de distúrbio grave e conseqüente desorganização, para o gerenciamento de crises pode variar em durante o qual o indivíduo se percebe incapaz de diferentes fases e contextos de vida. Há pacientes enfrentar uma determinada situação, através da em crise que apresentam uma história pregressa utilização dos mesmos recursos que habitualmente de recursos adequados de enfrentamento, e utiliza para resolução de problemas. Crises têm o para os quais a crise representa uma situação potencial de um resultado radicalmente negativo, atípica. Há outros pacientes propensos a crises, ativando, portanto, a vulnerabilidade dos indivíduos com dificuldades de gerenciamento emocional e envolvidos. Crises caracterizam-se por um período comportamental, e que experienciam sucessivas em que o equilíbrio de um ou mais indivíduos é crises que periodicamente irrompem. Ambos os perturbado, afetando, temporariamente ou não, grupos podem necessitar de ajuda profissional. sua capacidade para perceber e gerenciar Situações críticas podem se apresentar de situações de modo efetivo. Sob crise, diferentes formas e em diferentes contextos, indivíduos manifestam sintomas cognitivos e individuais ou coletivas. Podem apresentar-se comportamentais e algum grau de desorganização, relacionadas à enfermidade aguda ou crônica, do que se refletem através de uma redução em próprio indivíduo e de outros significativos; à morte suas habilidades e recursos para processamento de outros significativos; a conflitos e rupturas nas de informação, enfrentamento, resolução de relações interpessoais e afetivas; a acidentes problemas e modulação emocional. A percepção envolvendo o próprio indivíduo ou outros indivíduos da própria situação de crise pode ser afetada, em ou grupos; a desastres naturais; a situações de conseqüência da ativação emocional que favorece violência familiar, social e política, com violação distorções no processamento da natureza da dos direitos civis individuais e coletivos; a abuso de situação. Os recursos de enfrentamento podem substâncias psicoativas etc. Tais situações críticas se tornar limitados e estratégias ineficazes de geram estresse, que se traduz em angústia e em resolução de problemas podem ser aplicadas, um sentido aumentado de vulnerabilidade frente muitas vezes de forma estereotipada. ao real objetivo ou subjetivo, ou ambos. A capacidade habitual do indivíduo para a Em crise, indivíduos apresentam, segundo flexibilidade cognitiva, necessária para o Freeman (2000), desconforto, disfunção, gerenciamento das emoções, pode ser descontrole e desorganização. Desconforto seriamente afetada, implicando no uso de refere-se à experiência subjetiva de angústia estratégias compensatórias disfuncionais, como diante da percepção, real ou não, de insolubilidade negação ou esquiva. Crises mais graves podem da situação. Disfunção refere-se à limitação dos ainda originar estados psicóticos temporários, recursos de enfrentamento com os quais os devido à desestruturação cognitiva e emocional indivíduos normalmente contam. Descontrole gerada pela percepção da situação como insolúvel. refere-se à experiência, subjetiva e objetiva, de Em uma situação de crise, os recursos comumente incapacidade em determinar ou alterar o disponíveis podem se mostrar insuficientes; nesses curso da situação. E desorganização reflete-se casos, os indivíduos envolvidos podem necessitar na incapacidade de formular ou ativar um plano acessar reservas de recursos pouco usadas, específico para resolver a situação, identificando como força e coragem, podem criar sistemas problemas, gerando objetivos e estratégias temporários de enfrentamento, e, na maioria dos de resolução e priorizando e implementando casos, necessitarão mobilizar os sistemas de apoio essas estratégias. familiar e social. Situações de crise podem demandar a intervenção Observamos diferenças inter-individuais e intra- clínica. Nesses casos, a Terapia Cognitiva pode ser individuais com relação à natureza e à gravidade especialmente indicada, tendo em vista seu caráter das crises, à disponibilidade de recursos que serão breve e estruturado, bem como várias outras de suas mobilizados em seu gerenciamento, e à eficácia características aplicadas, que discutimos a seguir.
  • 3. TERAPIA COGNITIVA EM terapêuticas não apenas fornece estrutura e SITUAÇÕES DE CRISE direciona a intervenção, mas também facilita a avaliação periódica do progresso clínico e Os objetivos imediatos do terapeuta cognitivo, assegura que paciente e terapeuta estejam diante de um paciente em crise, podem ser assim desenvolvendo esforços na mesma direção. O resumidos: avaliar a natureza da situação e os aspecto didático do processo clínico em Terapia elementos precipitadores da crise; explorar e Cognitiva possibilita o esclarecimento do paciente avaliar fatores de risco de violência contra si e com relação às dificuldades internas e externas outros, como suicídio ou homicídio; explorar e avaliar que ele está experienciando; além disso, determina o repertório de recursos de enfrentamento com os o desenvolvimento, pelo paciente, de estratégias quais o indivíduo conta ou já contou em situações próprias de enfrentamento e resolução de anteriores; estabelecer um plano de resolução problemas, tarefa que vai muito além do da crise, gerar alternativas de processamento objetivo terapêutico de simplesmente ajudá-lo da situação e alternativas de comportamentos. a resolver os problemas que apresenta nesse O profissional deve manter em mente o momento de sua vida. caráter transitório da crise e da perturbação e Outro aspecto importante na intervenção de desorganização do processamento da situação crise refere-se à aliança terapêutica, baseada pelo indivíduo. Esse aspecto temporário abre na empatia entre o terapeuta e o paciente, espaço para o questionamento e o desafio e cujo desenvolvimento e manutenção é de cognitivo, e sugere a necessidade de estrutura responsabilidade do terapeuta. A aliança na condução da intervenção e na implementação fornece ao paciente a impressão de não estar do processo de resolução dos problemas sozinho diante da crise, de ter um apoio efetivo envolvidos, a fim de otimizar o aproveitamento na pessoa do terapeuta, o qual, dependendo da do tempo terapêutico. Finalmente, o terapeuta natureza da crise, pode até funcionar como um deve atuar para reduzir o potencial de ações defensor na preservação dos direitos do paciente. radicais e negativas pelo paciente. Finalmente, referindo-nos a esquemas cognitivos, Várias características do modelo aplicado da sabemos que estas estruturas organizam os Terapia Cognitiva a tornam especialmente indicada elementos da nossa percepção do real; através no atendimento a pacientes em situações de do processo clínico em Terapia Cognitiva, não crise. O caráter breve da intervenção se adequa apenas os esquemas e crenças disfuncionais a intervenções em situações críticas. O caráter do paciente representam focos importantes de ativo e colaborativo da intervenção encoraja a intervenção e que favorecerão a visão realista da participação ativa do paciente no processo de situação de crise e o reconhecimento, mobilização mudança, sugerindo a idéia de controle sobre a e desenvolvimento de recursos de resolução e situação. O aspecto dinâmico da interação entre enfrentamento; mas a própria situação de crise terapeuta e paciente possibilita a exploração pode prover um espaço de treinamento de novas rápida de cognições e emoções, facilita a auto- habilidades cognitivas e de resolução de problemas, revelação pelo paciente e, dessa forma, o favorecendo o desenvolvimento de um sistema direcionamento mais imediato da intervenção aos funcional de esquemas e crenças, em aspectos disfuncionais das cognições, atitudes e substituição ao sistema anterior disfuncional. comportamentos do paciente. O caráter diretivo Diante de situações críticas verdadeiramente do modelo aplicado possibilita ao terapeuta adversas, são esperados sintomas de depressão formular hipóteses de conceituação cognitiva, que ou ansiedade, ou ambos. No trabalho clínico, refletem os esquemas e crenças disfuncionais que mostra-se muito útil encorajar o paciente em integram o sistema cognitivo do paciente; utilizar o crise a distinguir entre, de um lado, respostas questionamento socrático, em nível de intervenção esperadas de tristeza ou ansiedade realista, que funcional, o que possibilita a modulação emocional ainda possibilitam o ajustamento e enfrentamento pelo paciente; explorar colaborativamente os eficazes, e, de outro, sintomas de depressão ou focos de problemas e definir metas e estratégias de um transtorno de ansiedade, que rendem o de resolução e enfrentamento, o que encoraja indivíduo disfuncional e requerem atenção o paciente a funcionar como sua própria fonte terapêutica focalizada. de recursos. A definição colaborativa de metas
  • 4. Conclusão uma recorrência nos 10 anos seguintes à Situações de crise não ocasionam necessariamente recuperação, mesmo tendo-se mantido estáveis resultados ou conseqüências negativas. A crise durante os primeiros cinco anos após o término pode ser utilizada como uma arena, onde o do tratamento inicial (Frank, 1991). paciente e o terapeuta poderão, colaborativamente, Esses dados apontam para a necessidade, entre desenvolver novos recursos, mobilizar recursos outras medidas, da disponibilidade de planos existentes de maneira concertada e criativa, eficazes de prevenção e tratamento da depressão. assegurar o paciente das escolhas que lhe estão A TC vem-se demonstrando útil em ambos os abertas, e aproveitar-se das estratégias de aspectos, quais sejam, na prevenção da depressão resolução utilizadas no sentido de formular novas e como uma forma de psicoterapia eficaz. Sua formas de resolução de problemas, de neutralização relevância se faz ainda maior se considerarmos de estressores e de adaptação e enfrentamento que seu surgimento veio preencher uma grave das dificuldades inerentes à vida. lacuna, visto que os modelos comportamental e psicanalítico, anteriormente desenvolvidos, não TERAPIA COGNITIVA E DEPRESSÃO se demonstraram particularmente eficazes no Edela A. Nicoletti e Ana Maria M. Serra tratamento do transtorno depressivo. Movido por preocupações teóricas, e em uma tentativa de O impacto da depressão na população geral tem expandir os limites da psicoterapia e de comprovar sido grandemente subestimado. Em recente princípios psicanalíticos através do emprego da estudo promovido pelo Banco Mundial e pela metodologia científica, Aaron Beck propôs um Organização Mundial da Saúde, ficaram evidentes modelo de depressão inovador, o modelo cognitivo, os devastadores efeitos da depressão. Nesse no qual ele conceituou a depressão como um estudo, a depressão representou a quarta maior transtorno de processamento de informação, e não causa de incapacitação, sendo responsável como um transtorno emocional. por mais de 10% dos anos de incapacitação de indivíduos em todo o mundo. As projeções para as Antidepressivos e Psicoterapia próximas décadas refletem um agravamento da A eficácia da TC no tratamento da depressão presente situação, esperando-se que a depressão mostra-se relevante especialmente em vista venha a representar, em 2020, a segunda maior do sucesso limitado do uso exclusivo dos causa de incapacitação, abaixo apenas das doenças antidepressivos. Primeiramente, os índices gerais cardíacas. Atualmente, a depressão afeta cerca de recaída e suicídio não se reduziram com o de 12% da população adulta (8% feminina e 4% crescente emprego dos antidepressivos. Estima-se masculina), contra apenas 3% no início do século que entre 35 e 40% de portadores de depressão XX. Estima-se que aproximadamente l5% da não respondem satisfatoriamente a antidepressivos, população será vítima de pelo menos um episódio e parte dos que respondem satisfatoriamente depressivo a cada ano de sua vida adulta. Cerca de recusam-se a tomá-los ou descontinuam o 75% das internações psiquiátricas têm episódios tratamento devido aos efeitos colaterais. O depressivos como causa principal ou secundária. depressivo tratado com farmacoterapia incorre em um problema de atribuição, tendendo a atribuir Outros dados confirmam a gravidade dessa sua melhora ao medicamento e, dessa forma, situação. As estatísticas, em âmbito mundial, reforçando a idéia de doença e de lócus de controle nas três últimas décadas, indicam não apenas externo. Por outro lado, a melhora do paciente em um aumento gradual da incidência de depressão psicoterapia vai além do simples alívio da depressão; na população em geral, mas, ao mesmo tempo, ele “aprende” de sua experiência psicoterapêutica uma redução na idade de ocorrência do primeiro de maneira abrangente e desenvolve-se em várias episódio depressivo, com aproximadamente 9% áreas de sua experiência, processos que previnem dos adolescentes apresentando um episódio de novos episódios. Finalmente, antidepressivos depressão severa antes dos 14 anos de idade. não combatem a “desesperança”, um construto Além disso, a depressão, para a maioria das cognitivo e que constitui o fator determinante da pessoas, é uma enfermidade recorrente e crônica. ideação e comportamento suicidas. Um estudo prospectivo aponta que 85% dos pacientes recuperados de um episódio depressivo Segundo a atual percepção de que quadros sofreram pelo menos uma recorrência durante os depressivos importantes, para a grande maioria 15 anos seguintes, e 58% deles apresentaram dos pacientes, representam uma condição
  • 5. recorrente, tem sido levantada a questão de que esquemas e crenças do depressivo, e restabelecer a capacidade de uma intervenção de prevenir o a flexibilidade cognitiva, que conjuntamente lhe retorno dos sintomas depressivos após o término possibilitariam a modulação emocional diante dos do tratamento pode ser ao menos tão importante problemas e das dificuldades inerentes à vida. quanto sua capacidade de tratar o episódio atual. Fatores de vulnerabilidade à depressão Não há evidências de que a farmacoterapia forneça A TC adota um modelo de vulnerabilidade/ qualquer proteção contra o retorno dos sintomas estressor para explicar a instalação e manutenção após a sua suspensão. Contudo, defensores das do transtorno depressivo. Segundo esse modelo, intervenções psicoterápicas argumentam que estas a vulnerabilidade à depressão, compreendendo provêem ganhos permanentes, que persistem fatores biológicos e cognitivos, seria inversamente após a descontinuação das sessões e reduzem os proporcional à apresentação de estressores riscos subseqüentes. Um estudo conduzido por ambientais; desse modo, um indivíduo apresentando Hollon e colaboradores, em 1996, comparando o alta vulnerabilidade à depressão necessitaria de tratamento da depressão com TC, medicamentos apenas um pequeno estressor para a ativação de ou um misto de ambos constatou que os um episódio depressivo, e vice-versa. Essa noção resultados, em curto prazo, são os mesmos em auxilia na avaliação, conceituação e intervenção qualquer das situações, mas que as recidivas são sobre os quadros de depressão. Quanto aos muito menor entre aqueles tratados com TC. fatores de vulnerabilidade à depressão, e refletindo A hipótese de Vulnerabilidade a adoção de modelos multifatoriais, a TC aponta Cognitiva como um modelo de depressão fatores de predisposição biológicos; fatores A hipótese de vulnerabilidade cognitiva, a pedra hereditários; fatores de predisposição cognitivos, fundamental do modelo cognitivo de depressão, adquiridos ou familiarmente transmitidos; déficit refere-se à tendência aumentada nos depressivos, em habilidades de resolução de problemas; fatores em relação à população em geral, de aplicar um ambientais e contingenciais, como problemas viés negativo no processamento de informação; e crises vitais; fatores de personalidade, como além disso, uma vez feita uma interpretação introversão, neuroticismo, traços obsessivos; exageradamente negativa, eles tendem ainda a estados subjetivos de desamparo e desesperança, resistir à desconfirmação de sua interpretação entre outros. Quanto aos fatores cognitivos inicial ou ao reconhecimento de interpretações em particular, destacam-se os estilos de alternativas. Dessa forma, a depressão resultaria processamento de informação que denotam do fenômeno que chamamos de “espiral negativa extremismo e rigidez, como pessimismo e descendente”: interpretações exageradamente perfeccionismo. Contudo, faz-se necessário refletir negativas resultam em uma queda de humor, que sobre se a negatividade comum nos depressivos por sua vez conduz a interpretações ainda mais refletiria uma distorção da realidade ou um excesso negativas, e assim por diante, em um processo de realismo. Estudos na área de Psicologia Cognitiva que explica a instalação e a manutenção do demonstram que o pessimista é mais realista transtorno depressivo. No caso da depressão, o do que o otimista, isto é, os últimos distorcem conteúdo das cognições dos depressivos refletiriam mais a realidade, e a seu favor, do que o fazem os atribuições e avaliações pessimistas a respeito primeiros. Entretanto, estudos em TC demonstram dos três vértices da tríade cognitiva: o depressivo que o pessimismo é um fator necessário, embora avalia-se autodepreciativamente, como desprovido não suficiente, nos quadros depressivos. Essas de qualidades e habilidades, percebe o mundo evidências, portanto, parecem sugerir que certo externo como hostil, injusto e rejeitador, e imagina grau de otimismo é necessário para neutralizar que, no futuro, sua insatisfação com seu presente a desesperança e o desamparo, que predispõem permanecerá ou poderá aumentar. Beck propôs a indivíduos à depressão. idéia de esquemas cognitivos, de crenças básicas e crenças condicionais, que se desenvolveriam Classificação ou diagnóstico de a partir das experiências relevantes de vida e depressão e a análise cognitiva funcional refletiriam a idéia do indivíduo a respeito das Vários sistemas diagnósticos foram desenvolvidos, regularidades do real. O objetivo fundamental da os quais apontam critérios para o diagnóstico da TC seria, portanto, promover a re-estruturação depressão. Entretanto, diagnósticos implicam cognitiva, ou seja a mudança no sistema de no conhecimento de fatores etiológicos. E como,
  • 6. no presente estágio de conhecimento, temos validado modelo para a conceituação e tratamento apenas hipóteses sobre a etiologia da depressão, da depressão, em associação ou não à medicação. sendo o diagnóstico feito com base nos sintomas Além de seu desenvolvimento nas áreas de apresentados, então vários autores argumentam, intervenção e eficácia, mais recentemente os com boa dose de razão, que o que fazemos é, estudos sobre processos cognitivos na depressão na verdade, uma classificação da depressão, e e processos que viabilizam resultados clínicos não o seu diagnóstico. Contudo, essa discussão vêm igualmente recebendo atenção crescente tem apenas uma relevância parcial para a TC, de pesquisadores, em um sinal inequívoco de devido ao fato de que, em TC, o planejamento da progresso nos níveis conceitual e aplicado, e intervenção e o próprio processo psicoterapêutico explicando a preferência pela TC por clínicos ao apóia-se em uma análise funcional do quadro redor de todo o mundo. específico de cada paciente depressivo. Para a formulação de uma análise funcional, exploramos TERAPIA COGNITIVA E SUICÍDIO as seguintes dimensões relevantes do quadro Arnaldo Vicente e Ana Maria M. Serra depressivo: (1) alterações de humor, que se A TC vem-se demonstrando eficaz para uma referem à característica central da depressão, daí ampla gama de transtornos emocionais, que inclui a denominação genérica de “transtornos afetivos”; o suicídio. Sua eficácia na área da prevenção (2) alterações do estilo cognitivo, que se refletem no do suicídio reveste-se de especial relevância, pensamento lento e ineficiente, baixa concentração, tendo em vista os dados que demonstram um déficits de memória, indecisão; (3) alterações de aumento na incidência de suicídio entre adultos motivação, como perda de interesse em trabalho e adolescentes. O preparo técnico do terapeuta ou lazer, isolamento social, comportamentos de cognitivo para o atendimento adequado ao fuga ou esquiva, incluindo o suicídio; (4) alterações paciente suicida é de fundamental importância, de comportamento, como passividade, inatividade, especialmente em vista da imprevisibilidade choro, reclamação ou demanda excessivas, e da presença de comportamentos suicidas em dependência; (5) alterações biológicas, como pacientes depressivos que procuram ou são aumento ou redução do apetite ou sono, que podem encaminhados para a psicoterapia. Quando é resultar de alterações estruturais ou bioquímicas. identificada, pelo terapeuta, a presença de ideação Conclusão e comportamentos suicidas no paciente, todos os Com relação ao processo terapêutico em TC demais objetivos terapêuticos são negligenciados, para a depressão, note-se que o planejamento concentrando-se a ação do terapeuta na da intervenção e a condução do processo clínico intervenção direta sobre esses elementos. seguem os moldes gerais da abordagem, ou o Comportamentos Suicidas que denominamos de “TC Padrão”, conforme já Primeiramente, necessitamos distinguir entre os delineados no primeiro módulo dessa série de vários níveis de comportamentos suicidas, desde Estudos Transversais. a ideação suicida, em que o paciente começa a Em uma palestra memorável oferecida durante o contemplar o suicídio como uma solução viável congresso da EABCT em Manchester, Inglaterra, para os seus problemas, até propriamente a em setembro de 2004, Beck declarou que, quando tentativa de suicídio e o suicídio consumado. ele propôs o modelo cognitivo de depressão, Comportamentos suicidas podem apresentar-se conceituando-a de forma inovadora como um disfarçadamente: decisões súbitas de, por exemplo, transtorno de pensamento e não como um preparar um testamento; afirmações que denotam transtorno emocional, ele foi percebido, por desesperança, como “minha vida não vai melhorar”; comportamentalistas e psicanalistas, como um idéias de que os demais estariam melhor com “cavalo de Tróia”, explicando: “temiam que se minha morte, como “sou um peso para todos”; me aceitassem entre eles, eu destruiria seus idéias de fracasso em satisfazer as expectativas de modelos por dentro”. Contudo, não tardou para outros, como “desapontei a todos” etc. Uma criança que a consistência e a eficácia do novo modelo de 6 anos, gravemente deprimida após um acidente chamassem a atenção de estudiosos e clínicos em que faleceram a mãe e o irmão menor, começou ao redor do mundo, que testaram e replicaram a expressar aos familiares o desejo de ir para o céu os achados de Beck e seus associados. Hoje, o para rever a mãe e o irmão e, como eles, “ficar com modelo cognitivo constitui o mais eficaz e melhor os anjinhos”, fala que indicava ideação suicida, na
  • 7. tentativa de escapar da situação difícil em que se suicidas, indicando que é a medida relevante na encontrava a família após a tragédia. avaliação objetiva do risco de suicídio em pacientes Deve-se notar que o desejo de morrer é depressivos que buscam ou são encaminhados inversamente proporcional ao desejo de comunicar para a psicoterapia. a intolerabilidade à situação de vida presente; o Fatores Cognitivos de Risco indivíduo que efetivamente deseja morrer, por ver a Além de fatores demográficos e sociais de risco morte como a única solução para seus problemas, crônico e agudo, estudos sugerem vários fatores não comunica seu desejo, para evitar ser impedido. cognitivos de risco, que devem ser investigados. Por outro lado, o indivíduo que comunica seu desejo A desesperança tem-se demonstrado, segundo de morrer pode estar comunicando, na realidade, os estudos, como um fator de risco crônico e um pedido de ajuda. agudo. Sugere um esquema relativamente Há ainda outras formas de avaliarmos a estável, em que a dimensão da tríade cognitiva intencionalidade. Devemos inquirir o paciente a implicada é o “futuro”. respeito de seu conhecimento sobre possíveis Outro fator de risco refere-se ao autoconceito. métodos que ele consideraria utilizar, sobre a Em adultos, o autoconceito indica um fator de letalidade dos métodos, sobre como teria acesso risco, independente da desesperança. a esses métodos e sobre medidas que já pode haver Em crianças, porém, o autoconceito está empregado para investigar sobre os diferentes relacionado à depressão e à intenção suicida, métodos e acessar estratégias instrumentais. porém apenas quando na presença da Essas informações, em conjunto, permitem ao desesperança. O autoconceito refere-se à terapeuta avaliar a gravidade da intenção dimensão “eu” da tríade cognitiva. suicida versus o desejo de comunicar a intenção Quanto à forma de processamento de informação, como um pedido de ajuda. o suicida demonstra tendência aumentada a A investigação direta da ideação e comportamento distorções na interpretação de seu real. As formas suicidas é recomendada, sem o uso de eufemismos mais freqüentes de distorções, que refletem e evitando inadvertidamente reforçar preconceitos em termos gerais uma rigidez cognitiva, são: a sociais, culturais e religiosos contra o suicídio e o abstração seletiva, em que o indivíduo abstrai de suicida. Alguns clínicos defendem a idéia de que seu real apenas as evidências que confirmam suas abordar diretamente o suicídio, inclusive usando os expectativas pessimistas e negligencia evidências termos “suicídio” e “suicida”, pode induzir o paciente contrárias; a supergeneralização, em que o a considerar essa alternativa. Contudo, os estudos indivíduo utiliza-se de termos generalizantes sugerem a improbabilidade dessa alternativa, como “nunca”/”sempre”, “tudo”/”nada”; e o e indicam ainda que a evitação do assunto ou a pensamento dicotômico, que denota uma forma referência velada podem sugerir ao paciente que extremista e perfeccionista de avaliar seu real o terapeuta compartilha do preconceito social e em termos de, por exemplo, “ótimo” ou “péssimo”, cultural, e talvez até religioso, contra suicidas. ou seja, não considerando possibilidades Avaliação Objetiva intermediárias mais realistas. Embora todos os suicidas sejam depressivos, os Quanto ao conteúdo de suas cognições, os temas estudos demonstram que a desesperança é o mais freqüentes no processamento do real pelo construto central de risco para o suicídio. Beck suicida são crenças perfeccionistas, que se e associados criaram escalas para a avaliação refletem nas expectativas irrealistas que o objetiva da depressão e da desesperança. O indivíduo tem de si, nas expectativas que o indivíduo BDI (Beck Depression Inventory), o Inventário de tem dos outros, e nas expectativas que o indivíduo Depressão de Beck, mostra-se correlacionado ao acredita que os outros têm de si. Dentre essas, suicídio em amostras heterogêneas, por exemplo, as expectativas que o indivíduo acredita que os na população em geral, ao discriminar entre outros têm de si correlacionam-se ao mais depressivos e não depressivos. Porém, o BHS alto risco de suicídio. (Beck Hopelessness Scale), a Escala de Quanto aos estilos de atribuição para explicar Desesperança de Beck, mostra-se correlacionado a eventos negativos em suas vidas, o suicida tende a suicídio em amostras homogêneas de depressivos, fazer atribuições internas (“os males da minha vida isto é, discrimina entre depressivos suicidas e não devem-se a mim”), estáveis (“os fatores internos
  • 8. que levaram a tais males permanecerão ao longo responsabilidade legal, sob pena de ser considerado do tempo”) e globais (“os fatores internos que judicialmente como cúmplice, e ética de impedir o levaram a tais males afetam todas as áreas da suicida de consumar seu plano, mobilizando todos minha vida”). Essa tendência – fazer atribuições os recursos disponíveis, inclusive o envolvimento de eventos negativos – reflete pessimismo e de outros significativos do paciente. Consideradas desesperança, os fatores determinantes da as posições pessoais do terapeuta, ele poderá ideação e comportamentos suicidas. justificar sua ação, no sentido de impedir o suicídio, com base na suposição de que o suicida não está, Déficit em Habilidades para nesse momento, funcional e de posse de recursos Resolução de Problemas habituais de enfrentamento. Caberá, portanto, Os estudos demonstram que o déficit cognitivo ao terapeuta o desenvolvimento da flexibilidade básico no suicida, semelhantemente a depressivos, cognitiva e de habilidades de resolução de refere-se a uma reduzida habilidade para resolução problemas, que dotarão o paciente de recursos de problemas. Quando suas estratégias habituais de enfrentamento. para resolver problemas falham, suicidas ficam paralisados e demonstram inabilidade para gerar novas estratégias de resolução, insistindo de REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: forma estereotipada em estratégias ineficazes. Ao BECK, A.T.; RUSH, A.J.; SHAW, B.F.; EMERY, G. fracassar em resolver problemas, acreditam que o (1997) Terapia Cognitiva da Depressão, suicídio é a única solução eficaz. Porto Alegre: ArtMed. Suicidas falham em todas as etapas do processo de resolução de problemas. Apresentam DATTILIO, F. M.; FREEMAN, A. (Eds.) (2004) dificuldades em identificar claramente problemas Estratégias Cognitivo-Comportamentais e metas, em gerar estratégias alternativas de de Intervenção em Situações de Crise, resolução e inclusive resistem a reconhecer Porto Alegre: ArtMed. estratégias viáveis de resolução quando estas SALKOVSKIS, P.M. (Ed.) (2004) Fronteiras da lhes são sugeridas. Têm dificuldade, ainda, em Terapia Cognitiva, São Paulo: Casa do Psicólogo. implementar estratégias de resolução devido à desmotivação inerente à depressão, em avaliar estratégias e monitorar resultados, e em gerar estratégias alternativas de resolução quando as estratégias iniciais falham. Finalmente, suicidas Ana Maria Serra demonstram uma reduzida tolerância à ansiedade PhD em Psicologia e Terapeuta inerente ao processo de resolução de problemas Cognitiva pelo Institute of e ao tempo de latência entre a identificação de Psychiatry da Universidade um problema e a sua resolução. de Londres, Inglaterra. Vários programas de treinamento em habilidades Presidente Honorária da ABPC de resolução de problemas para depressivos e – Associação Brasileira de suicidas são relatados na literatura especializada. Psicoterapia Cognitiva. No caso específico da TC, o treinamento em Diretora do ITC – Instituto de habilidades de resolução de problemas faz Terapia Cognitiva, que atua nas parte integrante de seu modelo aplicado, representando um dos dois pilares sobre os áreas de clínica, pesquisa, quais se apóia a intervenção cognitiva, ao lado consultoria e treinamento da re-estruturação cognitiva. de profissionais, oferecendo regularmente Cursos e Palestras, O papel do psicoterapeuta Profissionais devem refletir sobre esse aspecto dentre os quais um Curso de e definir seu posicionamento filosófico a respeito Especialização em Terapia Cognitiva dessa difícil questão. Porém, alguns pontos devem credenciado pelo CFP – Conselho ser destacados. O psicoterapeuta tem uma Federal de Psicologia. E-mail: itc@itc.web.com © Ana Maria Serra, PhD. Site: www.itc.web.com Todos os direitos reservados. Publicação e reprodução exclusivamente mediante autorização expressa da autora.