1. NÚMERO 27 caderno 2 junho 2015
Um olhar sobre Setúbal
Fotografia, poesia e música
Inês Carvalho, Ruas e vielas
2. 2
Um olhar sobre setúbal
Equipa responsável
Alexandra Cabral
Miguel Teixeira
jornalsemnome@gmail.com
Associação de Pais e Encarregados de Educação dos Alunos da Escola Secundária du
Bocage
http://apesbocage.blogspot.pt/
https://sites.google.com/site/apesbocage/
Novo email da associação
Participantes:
António Vasconcelos
Carla Ramalho
Casa da Poesia
Catarina Grabulho
Conservatório Regional de Setúbal
Francisco Ferreira
Helena Tojo
Inês Carvalho
João Pedro Soares
Mafalda Claro
Maria Inês Neves
Mariana Guerreiro
Matilde Pinho
Matilde Saraiva
Rosa Duarte
Sara Carvalho
8ºA
8ºD
9ºF
12ºF
FOTOGRAFIA, POESIA E MÚSICA
Versa este caderno do Jornalsemno-
me a iniciativa “Um olhar sobre Setúbal” ,
que decorreu da articulação entre a biblio-
teca , o Clube de Fotografia e a Casa da
Poesia, o Conservatório Regional de Músi-
ca de Setúbal e a Biblioteca Municipal de
Setúbal
No primeiro período teve lugar um concur-
so de fotografia, 1º período, promovido pelo
Clube de Fotografia da escola, na pessoa
do professor António Vasconcelos. Ao longo
do 2º período, realizou-se o concurso de
poesia, organizado pela Casa da Poesia em
colaboração com a professora Carla Rama-
lho em representação da biblioteca.
3. 3
fotografia
Vencedores do concurso de fotografia
1º lugar—Catarina Grabulho, Sado
1º lugar—Catarina Grabulho, Sado
2º lugar— Maria Inês Neves, Casas sem gente têm vistas melhores que a minha
Maria Inês Neves, Casas sem gente têm vistas melhores que a minha
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fotografia
Inês Carvalho, Ruas e vielas
3º lugar— Inês Carvalho, Ruas e vielas
Menção honrosa—Mafalda Claro, Avenida Luísa Todi
Mafalda Claro, Avenida Luísa Todi
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Um olhar sobre setúbal
Entrega dos prémios de fotografia
Concurso de poesia
Terras Sagradas
Neste mundo tão redondo de intrigas e ignorância existem poços de terra sagrada,
lugares que qualquer um quer conhecer,
que qualquer um quer encontrar.
Estas terras são protegidas pela paz e pela liberdade,
que não deixam que a falsidade e o egoísmo dos Homens sejam confundidos com a pureza da terra.
O Homem deseja tanto conquistá-las que apenas vê nelas riqueza, luxo e poder.
Não vê como simples e pura é a areia das praias,
como verdes e pacíficas são as plantas,
como livres são os animais.
Se algum dia estes santuários forem invadidos pela ambição do Homem,
o destino de tudo será diferente…
Sara Carvalho
1º lugar
6. 6
poesia
O meu rio
Rio que corres calmo
Em direção ao mar
Ao lado da cidade
Que te gosta de abraçar
Rio que corres azul
Onde gosto de navegar
Levas-me seguro
No seu suave balançar
Rio que corres triste
Quando os pescadores vão para o mar
Rio que corres alegre
Quando os vês regressar
Rio amigo e companheiro
Para ti gosto de olhar
Da janela do meu quarto
Brilhando à luz do luar
Francisco Ferreira
2º lugar
Nas ruas de Setúbal
Algo paira no ar
Não é visível, apenas se sente
Uma dor e solidão crescente
Que não há maneira de fazer parar
Já não há pescadores
O mercado fechou
Os peixes morreram
E o rio congelou
Não há ninguém nas ruas
As casas estão desabitadas
As escolas fecharam
As árvores dos parques foram cortadas
Encontro-me eu sozinha
Neste mundo medonho e frio
Não tenho ninguém comigo
E dentro de mim só um grande vazio
Matilde Pinho
3º lugar
7. 7
poesia
Reflexo
Olhei-me ao espelho.
O que é isto?
O meu reflexo, talvez.
Ou um monstro que se fez.
Como posso ver algo tão obscuro,
Quando está tudo tão claro?
Serão os meus olhos?
Não. É a consciência, o seu sabor amargo.
O lado negro aparece em mim.
Como um vazio que se vai apoderando,
A minha alma cede no fim.
Lentamente, caio no chão.
As trevas e a escuridão
Penetram no meu coração.
Mariana Guerreiro e Matilde Saraiva
MENÇÃO HONROSA
O mar é a janela
onde
fomos casa.
Ao cair o estuque,
também
caímos nós.
Comendo o chão
dos nossos pés,
os ratos,
e os crisântemos
crescendo na natureza
morta
dos nossos olhos.
Mais tarde
os homens invadiram
as nossas paredes,
escreveram por cima
do passado.
Na fachada, escorreram
lágrimas de cal,
as nossas memórias.
Agora
as nostálgicas brisas,
convidadas
das estações,
é tudo o que ao lembrar
só nos resta.
A imensidão
concisa,
dos afogados
corações,
da janela que é o mar
só nos presta.
João Pedro Soares
Ensino secundário
1º lugar
8. 8
Poesia e música
Nunca a cidade parecera tão viva
o sangue fluía nas ruas e o palpitar
do coração como quem cativa
as jovens almas à noite e ao mar
Eu sentia os silêncios ensurdecedores,
numa avenida tão cheia de cores,
e a tua presença permitia aos beijos
correrem nos anónimos desejos
as luzes mais que nunca brilhantes
a chuva, miúdos pedaços de diamantes.
O sonho divino descia à solene terra
e os prédios diziam que o homem erra...
Vejo a imensidão da cidade em ti
e tu és o caminho que te traz,
perdi a consciência do espaço em si
Onde estou? Como estou? Onde estás?
E não sei se eras tu ou o vento mas o sol
não aquecia porque os seres do pavimento
podiam imaginar, mas nós somos sentimento
e o calor dos corpos a luz intermitente do farol.
As árvores despidas de um tudo,
a serra ao longe tão cheia de nada,
a tua ausência, silenciosa espada,
a minha essência, bruto escudo.
Ao calar do dia ouço e vejo
ao nascer da noite relembro
numa tarde de calor Setembro
a cor da despedida num beijo.
Cesse tudo o que não somos nós
perdem-se rotundas e cruzamentos
a calçada nos abandona e sós
tornamos a felicidade em pensamentos.
Os teus olhos viam o horizonte
e os meus mais do que eles,
é o olhar cego que faz a ponte
entre a nossa cidade e a deles
E talvez um dia possa voltar a ver
uma cidade a ser mais do que ela é...
talvez um dia volte àquele café
sem sequer a tua sombra aparecer…
Helena Tojo
Ensino secundário
2º lugar
Festa da poesia e
da música
exposição