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Ética em cuidados paliativos

       Ferraz Gonçalves
Os princípios da ética biomédica


  •   Respeito pela autonomia
  •   Beneficência
  •   Não-maleficência
  •   Justiça
Respeito pela autonomia

• Autonomia do grego
   – Auto (próprio) e nomos (regra, lei, governação)
• Envolve o reconhecimento do direito a fazer escolhas livres
   – A ser informado da natureza da sua doença
   – A ser informado das opções terapêuticas
   – A participar nas decisões
       • A recusar intervenções propostas pelos profissionais
Cuidados centrados no doente


• Respeito pelos seus:
   – Valores.
   – Necessidades
       • Físicas
       • Emocionais
• Promoção da autonomia
   – Informação clara e compreensível
Beneficência

• As acções médicas devem ter como intenção beneficiar o doente;

• Permitir ainda um contacto gratificador com as pessoas que para
  eles são significativas;

• Eventualmente resolver questões importantes, para si e para os
  outros.
Beneficência

• Isto só é possível se a sua consciência não esteja dominada pela
  dor ou por outro problema causador de sofrimento.

• Os cuidados paliativos têm meios que em muito podem contribuir
  para resolver esses problemas.
Não-maleficência

• "Primum non nocere"

• Procura-se evitar acções que não tenham em vista alcançar o
  objectivo principal dos cuidados paliativos- o bem estar dos doentes
  – não acrescentando sofrimento ao que a própria doença já causa
  inevitavelmente.

• Os exames e os tratamento têm objectivos definidos e realistas,
  aceitando-se sempre a perspectiva de sobrevivência curta.
Justiça


• Justiça distributiva
    – Distribuição justa dos recursos disponíveis


• Os iguais devem ser tratados igualmente e os desiguais devem ser
  tratados desigualmente.
Justiça

• Tratar doentes que hoje não são têm tratamento adequado;

• Evitar o uso de meios fúteis de tratamento por falta de alternativa;

• Reduzir as despesas uma vez que são cuidados menos
  dispendiosos e ao mesmo menos eficazes, visto que não se
  adequam às necessidades dos doentes;

• Evitar que os doentes recorram inapropriadamente aos serviços de
  urgência;

• Libertar camas e tempos de consultas de serviços mais
  vocacionados para tratar outro tipo de doentes.
Eutanásia


• O termo eutanásia parece ter sido introduzido por Francis Bacon no
  século XVII.

• Este considerava que o papel da medicina não deveria ser apenas
  curar, mas também mitigar o sofrimento mesmo quando não havia
  possibilidade de recuperação, de modo a produzir uma morte
  suave.
Eutanásia

• Terminação deliberada e indolor da vida de uma pessoa, com uma
  doença incurável avançada e progressiva que levará
  inexoravelmente à morte, a seu pedido explícito, repetido,
  informado e bem reflectido, pela administração de um ou mais
  fármacos em doses letais.
Suicídio assistido


• A ajuda ao suicídio de uma pessoa com uma doença incurável e
  progressiva que levará inexoravelmente à morte, a seu pedido
  explícito, repetido, informado e bem reflectido, prescrevendo os
  fármacos e dando-lhe as instruções necessárias para o seu uso.
Motivação dos doentes

• As razões mais importantes para os pedidos de morte assistida são:
   – os problemas ligados à dignidade,

   – ao controlo e à independência,

   – mais do que o controlo da dor ou de outros sintomas.



• Os pedidos frequentemente não são consistentes ao longo do
  tempo, revelando a ambivalência dos doentes.
Motivação dos doentes


• As referências dos doentes à morte assistida podem apenas
  significar a tentativa de manter o controlo sobre a situação, como
  uma possibilidade reservada para o futuro em que a situação
  poderá ser pior, não se chegando geralmente a concretizar.
Motivação dos doentes

• Por tudo isto, se pode concluir que os pedidos de morte assistida
  devem ser explorados numa tentativa de determinar o seu
  verdadeiro significado, que muitas vezes difere do seu significado
  literal.
Níveis de discussão

• É admissível a morte assistida ?

• Se é, deve ser legalizada?

• Se for legalizada, quem a deve fazer?
• Pode admitir-se que em circunstâncias

  verdadeiramente excepcionais uma forma de

  morte assistida seja moralmente aceitável?
• Maria Luiza Rolim (www.expresso.pt) 23:48 Segunda feira, 21 de Setembro
  de 2009


• Christian Rossiter viu cumprido o seu desejo de morrer



• Apesar de a eutanásia ser proibida na Austrália, uma decisão judicial do
  Supremo Tribunal permitiu que os responsáveis de um lar de terceira idade
  suspendessem o tratamento médico a Cristian Rossiter, como era o seu
  desejo.
• Maria Luiza Rolim (www.expresso.pt) 23:48 Segunda feira, 21 de Setembro
  de 2009



• Christian Rossiter ficou tetraplégico e tinha sido submetido a uma
   traqueostomia em consequência de um acidente.



• A morte voluntária deste australiano de 49 anos - que travou uma batalha
   judicial para pôr fim ao que descreveu como "um inferno de vida" - ocorreu
   esta madrugada. O processo, iniciado o ano passado, culminou com uma
   decisão judicial inédita no país.
Maria Luiza Rolim (www.expresso.pt) 23:48 Segunda feira, 21 de Setembro de
2009




• O juiz responsável pela sentença negou que se tenha tratado de um caso
  de eutanásia (suicídio assistido), justificando que apenas concedeu ao
  doente o direito a receber ou recusar tratamento médico com o pleno
  conhecimento das consequências desse acto.
Caso clínico

• MAS, 83 anos, sexo feminino, com demência tipo Alzheimer,
  osteoartrite grave e diabetes mellitus tipo II. Vive num lar há cinco
  anos, depois de viver durante muitos anos com a filha e o genro.



• Cerca de um ano depois de ser admitida no lar, desenvolveu
  insuficiência renal terminal. Considerou-se que a sua qualidade de
  vida era razoável e que participava com agrado em algumas
  actividades, pelo que iniciou hemodiálise.
Caso clínico


• A sua demência foi-se acentuando e, no último ano, a sua
  linguagem praticamente reduziu-se a zero, tornou-se
  completamente dependente nas suas actividades de vida diária e
  as suas únicas expressões eram gritar de dor ou medo. Durante
  todo esse tempo recebeu a visita regular da filha.
Caso clínico

• Nos últimos tempos, cada saída para as sessões de hemodiálise
  tornou-se penosa. Resistia ao transporte e à introdução do catéter
  arteriovenoso. Este comportamento foi atribuído à progressão da
  demência. O médico assistente discutiu a situação com a filha,
  argumentando que a hemodiálise se estava a tornar mais um
  problema do que um benefício.

   – A filha argumentou que a sua mãe merecia que se fizesse tudo
      por ela.
Eluana morreu três dias após o fim do tratamento
       PATRÍCIA VIEGAS10 Fevereiro 2009 - DN


• Itália. Eluana Englaro, a italiana que se encontrava em estado
  vegetativo persistente desde 1992, quando sofreu um acidente de
  automóvel, morreu ontem à noite. Tinha deixado de ser alimentada
  artificialmente há três dias. O pai não quis falar. O Governo
  lamentou não ter chegado a tempo. O Vaticano pediu perdão para
  os responsáveis.
Óbito foi às 19h10, anunciou ministro
    Eluana, em coma há 17 anos, morreu hoje
    09.02.2009 - 19:50 Por Agências, PÚBLICO



• Este é um caso de eutanásia que não está previsto na lei. É visto
  como um sucesso na clínica La Quiete mas deveria chamar-se
  morte”, disse o presidente do senado Maurizio Gasparri.
Alimentação e hidratação artificiais


           • Cuidados básicos
                  ou
          • Tratamento médico
Caso clínico
• FJS, 54 anos, sexo masculino, engenheiro, casado, pai de dois
  filhos de 16 e 19 anos. Há um ano foi-lhe diagnosticado um
  carcinoma epidermóide do pulmão, sem evidência de metástases,
  pelo que foi tratado com cirurgia.



• Andou bem até que três meses depois foi detectada metastização
  óssea difusa. Foi tratado com quimioterapia e radioterapia.



• Após todos os tratamentos a que foi submetido, tornou-se evidente
  que a doença estava para além de qualquer hipótese de beneficiar
  de tratamento antineoplásico e que a morte estava próxima.
Caso clínico

• A esposa foi informada da situação e disse ao médico que a morte
  do marido lhe causava um grande desgosto, mas que mais do que
  a morte, era o sofrimento em que o via, com falta de ar constante,
  sem poder dormir, sem quase poder falar, que mais a perturbava.
  Queria que esse sofrimento fosse aliviado, já que a morte era
  iminente e nada podia evitá-la.
Caso clínico

• Sugeriu que lhe fosse administrada morfina, pois sabia que a
  dispneia podia ser assim aliviada.



• Foi-lhe respondido que efectivamente a morfina podia diminuir a
  dispneia mas havia o risco de lhe provocar depressão respiratória e
  encurtar-lhe a vida, o que era eutanásia, logo não se podia fazer.
Princípio do duplo efeito

• Distinção entre antever a possibilidade de causar a morte e ter a
   intenção de a causar.
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Ética em cuidados paliativos

  • 1. Ética em cuidados paliativos Ferraz Gonçalves
  • 2.
  • 3. Os princípios da ética biomédica • Respeito pela autonomia • Beneficência • Não-maleficência • Justiça
  • 4.
  • 5. Respeito pela autonomia • Autonomia do grego – Auto (próprio) e nomos (regra, lei, governação) • Envolve o reconhecimento do direito a fazer escolhas livres – A ser informado da natureza da sua doença – A ser informado das opções terapêuticas – A participar nas decisões • A recusar intervenções propostas pelos profissionais
  • 6. Cuidados centrados no doente • Respeito pelos seus: – Valores. – Necessidades • Físicas • Emocionais • Promoção da autonomia – Informação clara e compreensível
  • 7. Beneficência • As acções médicas devem ter como intenção beneficiar o doente; • Permitir ainda um contacto gratificador com as pessoas que para eles são significativas; • Eventualmente resolver questões importantes, para si e para os outros.
  • 8. Beneficência • Isto só é possível se a sua consciência não esteja dominada pela dor ou por outro problema causador de sofrimento. • Os cuidados paliativos têm meios que em muito podem contribuir para resolver esses problemas.
  • 9. Não-maleficência • "Primum non nocere" • Procura-se evitar acções que não tenham em vista alcançar o objectivo principal dos cuidados paliativos- o bem estar dos doentes – não acrescentando sofrimento ao que a própria doença já causa inevitavelmente. • Os exames e os tratamento têm objectivos definidos e realistas, aceitando-se sempre a perspectiva de sobrevivência curta.
  • 10. Justiça • Justiça distributiva – Distribuição justa dos recursos disponíveis • Os iguais devem ser tratados igualmente e os desiguais devem ser tratados desigualmente.
  • 11. Justiça • Tratar doentes que hoje não são têm tratamento adequado; • Evitar o uso de meios fúteis de tratamento por falta de alternativa; • Reduzir as despesas uma vez que são cuidados menos dispendiosos e ao mesmo menos eficazes, visto que não se adequam às necessidades dos doentes; • Evitar que os doentes recorram inapropriadamente aos serviços de urgência; • Libertar camas e tempos de consultas de serviços mais vocacionados para tratar outro tipo de doentes.
  • 12. Eutanásia • O termo eutanásia parece ter sido introduzido por Francis Bacon no século XVII. • Este considerava que o papel da medicina não deveria ser apenas curar, mas também mitigar o sofrimento mesmo quando não havia possibilidade de recuperação, de modo a produzir uma morte suave.
  • 13. Eutanásia • Terminação deliberada e indolor da vida de uma pessoa, com uma doença incurável avançada e progressiva que levará inexoravelmente à morte, a seu pedido explícito, repetido, informado e bem reflectido, pela administração de um ou mais fármacos em doses letais.
  • 14. Suicídio assistido • A ajuda ao suicídio de uma pessoa com uma doença incurável e progressiva que levará inexoravelmente à morte, a seu pedido explícito, repetido, informado e bem reflectido, prescrevendo os fármacos e dando-lhe as instruções necessárias para o seu uso.
  • 15. Motivação dos doentes • As razões mais importantes para os pedidos de morte assistida são: – os problemas ligados à dignidade, – ao controlo e à independência, – mais do que o controlo da dor ou de outros sintomas. • Os pedidos frequentemente não são consistentes ao longo do tempo, revelando a ambivalência dos doentes.
  • 16. Motivação dos doentes • As referências dos doentes à morte assistida podem apenas significar a tentativa de manter o controlo sobre a situação, como uma possibilidade reservada para o futuro em que a situação poderá ser pior, não se chegando geralmente a concretizar.
  • 17. Motivação dos doentes • Por tudo isto, se pode concluir que os pedidos de morte assistida devem ser explorados numa tentativa de determinar o seu verdadeiro significado, que muitas vezes difere do seu significado literal.
  • 18. Níveis de discussão • É admissível a morte assistida ? • Se é, deve ser legalizada? • Se for legalizada, quem a deve fazer?
  • 19. • Pode admitir-se que em circunstâncias verdadeiramente excepcionais uma forma de morte assistida seja moralmente aceitável?
  • 20. • Maria Luiza Rolim (www.expresso.pt) 23:48 Segunda feira, 21 de Setembro de 2009 • Christian Rossiter viu cumprido o seu desejo de morrer • Apesar de a eutanásia ser proibida na Austrália, uma decisão judicial do Supremo Tribunal permitiu que os responsáveis de um lar de terceira idade suspendessem o tratamento médico a Cristian Rossiter, como era o seu desejo.
  • 21. • Maria Luiza Rolim (www.expresso.pt) 23:48 Segunda feira, 21 de Setembro de 2009 • Christian Rossiter ficou tetraplégico e tinha sido submetido a uma traqueostomia em consequência de um acidente. • A morte voluntária deste australiano de 49 anos - que travou uma batalha judicial para pôr fim ao que descreveu como "um inferno de vida" - ocorreu esta madrugada. O processo, iniciado o ano passado, culminou com uma decisão judicial inédita no país.
  • 22. Maria Luiza Rolim (www.expresso.pt) 23:48 Segunda feira, 21 de Setembro de 2009 • O juiz responsável pela sentença negou que se tenha tratado de um caso de eutanásia (suicídio assistido), justificando que apenas concedeu ao doente o direito a receber ou recusar tratamento médico com o pleno conhecimento das consequências desse acto.
  • 23. Caso clínico • MAS, 83 anos, sexo feminino, com demência tipo Alzheimer, osteoartrite grave e diabetes mellitus tipo II. Vive num lar há cinco anos, depois de viver durante muitos anos com a filha e o genro. • Cerca de um ano depois de ser admitida no lar, desenvolveu insuficiência renal terminal. Considerou-se que a sua qualidade de vida era razoável e que participava com agrado em algumas actividades, pelo que iniciou hemodiálise.
  • 24. Caso clínico • A sua demência foi-se acentuando e, no último ano, a sua linguagem praticamente reduziu-se a zero, tornou-se completamente dependente nas suas actividades de vida diária e as suas únicas expressões eram gritar de dor ou medo. Durante todo esse tempo recebeu a visita regular da filha.
  • 25. Caso clínico • Nos últimos tempos, cada saída para as sessões de hemodiálise tornou-se penosa. Resistia ao transporte e à introdução do catéter arteriovenoso. Este comportamento foi atribuído à progressão da demência. O médico assistente discutiu a situação com a filha, argumentando que a hemodiálise se estava a tornar mais um problema do que um benefício. – A filha argumentou que a sua mãe merecia que se fizesse tudo por ela.
  • 26. Eluana morreu três dias após o fim do tratamento PATRÍCIA VIEGAS10 Fevereiro 2009 - DN • Itália. Eluana Englaro, a italiana que se encontrava em estado vegetativo persistente desde 1992, quando sofreu um acidente de automóvel, morreu ontem à noite. Tinha deixado de ser alimentada artificialmente há três dias. O pai não quis falar. O Governo lamentou não ter chegado a tempo. O Vaticano pediu perdão para os responsáveis.
  • 27. Óbito foi às 19h10, anunciou ministro Eluana, em coma há 17 anos, morreu hoje 09.02.2009 - 19:50 Por Agências, PÚBLICO • Este é um caso de eutanásia que não está previsto na lei. É visto como um sucesso na clínica La Quiete mas deveria chamar-se morte”, disse o presidente do senado Maurizio Gasparri.
  • 28. Alimentação e hidratação artificiais • Cuidados básicos ou • Tratamento médico
  • 29. Caso clínico • FJS, 54 anos, sexo masculino, engenheiro, casado, pai de dois filhos de 16 e 19 anos. Há um ano foi-lhe diagnosticado um carcinoma epidermóide do pulmão, sem evidência de metástases, pelo que foi tratado com cirurgia. • Andou bem até que três meses depois foi detectada metastização óssea difusa. Foi tratado com quimioterapia e radioterapia. • Após todos os tratamentos a que foi submetido, tornou-se evidente que a doença estava para além de qualquer hipótese de beneficiar de tratamento antineoplásico e que a morte estava próxima.
  • 30. Caso clínico • A esposa foi informada da situação e disse ao médico que a morte do marido lhe causava um grande desgosto, mas que mais do que a morte, era o sofrimento em que o via, com falta de ar constante, sem poder dormir, sem quase poder falar, que mais a perturbava. Queria que esse sofrimento fosse aliviado, já que a morte era iminente e nada podia evitá-la.
  • 31. Caso clínico • Sugeriu que lhe fosse administrada morfina, pois sabia que a dispneia podia ser assim aliviada. • Foi-lhe respondido que efectivamente a morfina podia diminuir a dispneia mas havia o risco de lhe provocar depressão respiratória e encurtar-lhe a vida, o que era eutanásia, logo não se podia fazer.
  • 32. Princípio do duplo efeito • Distinção entre antever a possibilidade de causar a morte e ter a intenção de a causar.