Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudo
Clara de Assis e o contexto histórico da Idade Média
1. Congresso Clariano
do RS
Clara
e seu Contexto Histórico
Frei Irineu Trentin ESTEF Frei José Bernardi
2. Clara de Assis
Biografia – ícone da história
Mulher nobre
Mulher pobre
Mulher em busca da liberdade
Mulher em defesa da cidade e da
religião
3. Clara mulher nobre
“Clara, natural de Assis, nobre de
nascimento e muito mais pela
graça... Firme na decisão e
ardentíssima no amor de Deus.
Foi Clara de nome, mais clara pro
sua vida...” (I Celano X,17)
4. Idade Média: Cronologia
Início: 476 d.C.- queda do Império
Romano do Ocidente
Fim: 1453 d.C.- queda do Império
Romano do Oriente (tomada de
Constantinopla pelos Turcos
Otomanos).
Caracteriza-se pelo modo de produção
feudal.
6. Idade Média: características
Ruralização: o mundo rural supera o mundo
urbano.
Tendência à auto-suficiência: produção para a
subsistência, não para o comércio. Pouco uso
da moeda
Descentralização do poder: ausência de poder
centralizado (Estado).
Fragmentação e privatização do poder
político: a ausência do poder estatal transfere
para o poder privado (senhor feudal) a
administração local, a aplicação da justiça, a
cobrança de impostos, a segurança pública e o
direito à guerra.
7. Idade Média: características
Clericalização da sociedade: a Igreja é a
referência religiosa, política, ideológica e
social da Europa Ocidental.
Sociedade de Ordens: divisão da sociedade
em categorias sociais permanentes: Clérigos
(Igreja), Guerreiros (Senhores Feudais) e
Camponeses (servos). As classes sociais são
definidas pelo nascimento. Exemplo: um filho
de camponês vai ser sempre camponês.
11. A Sociedade Feudal: componentes econômicos e sociais.
Feudo:
unidade de
produção
agrícola,
amonetária e
auto-suficiente.
12.
13. A Sociedade Feudal: componentes econômicos e
sociais.
RELAÇÕES FEUDO-VASSÁLICAS
Relações vassálicas.
- relações de dependência pessoal e de
obrigações recíprocas.
- suserano: doava a terra (beneficium) proteção.
- vassalo: recebe a terra fidelidade, auxílio nas
guerras, pagamento de resgate.
- homenagem (cerimônia): juramento de
fidelidade.
- ajuda (auxilium) e consulta (consilium) mútuas.
14. Deveres dos Servos
Trabalho gratuito de 3 a 5 dias por
Corvéia
Semana no Manso Senhorial.
Dar parte da produção (3/4) ao
Talha
Suserano.
Pagamento, em espécie, pela utilização
Banalidades
de instrumentos do Feudo.
Tostão Dar 10 por cento da produção feudal
De Pedro para a Igreja Católica.
Noite de núpcias do vassalo é, na
Formariage
verdade, do Suserano.
15. Descentralização Nobreza Feudal
Economia Agrícola Subsistência
Sociedade Estamental Poder Clerical
Cultura influenciada pela Igreja Trevas/Ignorância
Religião Cristã Poder do Papado
16. Clara mulher pobre
“...tendo vendido e distribuído tudo
aos pobres, proponde-vos a não ter
absolutamente nenhuma propriedade,
aderindo totalmente aos vestígios
daquele que por vós se fez pobre,
caminho, verdade e vida...” (Inocêncio III,
Privilegium Paupertatis)
17. Novidades
Comércio: nova atividade econômica
Dinheiro: utensílio indispensável
Cidades: novo estilo de vida
Burguesia: uma nova classe social
19. Igreja Medieval
A principal instituição medieval será a Igreja.
Esta exercia um papel decisivo em todos
os setores da vida medieval: na
organização econômica, na coesão social,
na legitimação da dominação política e
nas manifestações culturais.
O clero estava organizado em clero secular
(que vivia no mundo cotidiano em contato
com os fiéis) e o clero regular (que vivia
nos mosteiros, isolado do mundo) que
obedecia regras.
20. Igreja Medieval
Exercia dois tipos de poderes:
• espiritual (autoridade religiosa máxima)
• temporal (poder político decorrente das
grandes extensões de terra que a Igreja
possuía; exército; povo).
O exercício do poder temporal levou a Igreja
a envolver-se em várias questões
políticas.
21. ESTADO PONTIFÍCIO
• Há tempo os papas possuíam bens (doações). Era
chamado Patrimônio de São Pedro.
• Doação de Pepino: Em 754/756, Pepino o Breve, rei
dos Francos, doou parte do território conquistado
dos Longobardos.
• Surgem os Estados Pontifícios ou Estados Papais.
• 1870 – Guerra de unificação da Itália. Fim dos
Estados Pontifícios.
• 1929 – Pactos de Latrão: Mussolini e Papa
Pio XI. Surge o Estado do Vaticano.
22. Assuntos que perpassam a história da
Igreja - Clero
• INVESTIDURA LEIGA = É a nomeação de
eclesiásticos por parte do poder civil.
(especialmente bispos e abades)
• NICOLAISMO = Não observância do celibato
eclesiástico (Ap 2,6.15).
23. SIMONIA = Venda de coisas sagradas por
dinheiro (At 8, 18: Simão Mago queria
comprar de Pedro o Espírito Santo).
Compra e venda de sacramentos, bens ou
ofícios eclesiásticos;
Compra da dignidade eclesiástica com a
prestação de serviços ou favores;
Penetração em ofícios eclesiásticos
mediante intercessão de algum potente.
24. SURGIMENTO DE NOVAS ORDENS
RELIGIOSAS
A reforma gregoriana era do alto;
agora a reforma vem de baixo.
A reforma gregoriana tem carater institucional; os
novos movimentos um carater carismático.
Mas qual é a relação deste novo movimento com a
reforma gregoriana e com a luta pela investidura?
Tanto a reforma gregoriana quanto este novo
movimento de vida religiosa querem retornar à Igreja
das origens: uma igreja livre para a reforma, uma
igreja pobre e apostólica para o novo movimento.
As duas iniciativas reformadoras se entendem e em
parte se ajudam mutuamente. Existem monges, eremitas,
pregadores itinerantes que lutam contra a simonia,
nicolaitismo, decadência do clero. Os Papas da reforma, em
contrapartida, favorecem a “ascenção” dos personagens
mais importantes do movimento.
25. SURGIMENTO DE NOVAS ORDENS
RELIGIOSAS
A nova forma de vida é deixar os bens terrenos e
trabalhar pelo Evangelho, como os Apóstolos. Isto se torna o
ponto focal da nova concepção do Cristianismo. Mas as
pregações itinerantes vão criando novas instituições
religiosas. As que se submetem às diretivas eclesiásticas são
reconhecidas (aquelas que criaram uma forma estável de
vida). As que se põem em contraste com a Igreja hierárquica,
são combatidas e suprimidas com a força.
Surgem novos movimentos religiosos. É a procura de
novas formas de vida. No início o ideal se concentra na
pobreza individual, entendida como completa renúncia a
qualquer segurança terreste. Os homens impelidos por estas
aspirações se retiram (sozinhos ou em grupos) em lugares
solitários, onde ganham o pão com o trabalho manual. Seu
protesto é contra a grandiosa atividade edilícia desenvolvida
pelos monges antigos; contra as suntuosas decorações, etc.
Suas igrejas e habitações querem ser muito modestas.
26. SURGIMENTO DE NOVAS ORDENS
RELIGIOSAS
Por volta da metade do séc. XI a vida
religiosa assume um significado mais
amplo, sob o modelo da vida apostólica
de Cristo, vista como uma escolha de
pobreza e de pregação itinerante.
Pobreza evangélica e Vida Apostólica
surgem contemporaneamente em
ambientes, países e classes sociais
muito diversas: monges, clero diocesano,
canônicos regulares, nobres...
27. Novas Ordens
Cônegos Regulares – Roberto Arbrissel
– 1100
Cartuxos – São Bruno – 1101
Cistercienses – Bernardo de Claraval –
1115
Premostratenses – Norberto de Xanten –
1118
28. Movimentos religiosos populares
• Durante a alta Idade Média, ocorreu uma série de
movimentos populares que defendiam a volta à pureza e
pobreza evangélicas e pretendiam a reforma do clero.
Assim, no século XI surgiram em Milão os patarinos, que
logo passaram das propostas de reforma à oposição ao
clero, a seus ritos e aos sacramentos.
• A ênfase na vinda de um messias libertador que
estabeleceria o reino de justiça e paz - que, segundo os
milenaristas, duraria mil anos - reapareceu na situação
de crise social dos séculos XII e XIII. O abade Joaquim
de Fiore, morto em 1202, elaborou uma teologia da
história segundo a qual, depois da idade do Pai (Antigo
Testamento) e da idade do Filho (a igreja), viria a do
Espírito, que suprimiria a hierarquia eclesiástica.
29. Movimentos religiosos populares
OS CÁTAROS
O nome vem do grego “katharos”, que
significa puro. Representam a “Igreja dos
santos”. Também são conhecidos por
Albigenses, porque a cidade de Albi era o
centro do movimento
• A partir de 1140, aparecem os Cátaros,
principalmente no sul da França. A doutrina dos
cátaros é um néo-maniqueismo que considera o
mundo material como obra de um deus mau. Assim
desclassificam toda a realidade sacramental da Igreja.
• Levam à negação da encarnação e ressurreição
de Cristo.
30. Movimentos religiosos populares
OS CÁTAROS
Em 1167, em Toulouse (sul da França), fizeram
um concílio. À rica Igreja católica, cheia de bens
temporais, pecaminosos, contrapuseram sua Igreja
pobre que condenava qualquer tipo de posse. Eles
definiam-se “católicos ideais”. Designavam a Igreja
católica como “sinagoga de satanás”.
São uma seita elitista exclusivista: “só uma parte
de seus membros se salva, ou melhor, tem condições
de viver o ideal do completo despojamento das coisas
materiais”. Evitam qualquer contato com a matéria para
conservar a pureza. A inteira obra da criação é
pecaminosa em si mesma.
31. VALDENSES ou Pobres de Lyon
São os seguidores de Pedro Valdo, rico
mercador de Lyon (França). Lendo Mt 10,5
ss descobriu o ideal da pobreza. Distribuiu
seus bens. Pregou a pobreza e a
penitência. Seus seguidores primavam pela
piedade, boas obras, leitura da Bíblia,
pregação missionária e mendicância. Valdo
foi completamente ortodoxo, ao menos nos
primeiros tempos.
32. VALDENSES ou Pobres de Lyon
Concílio de Tours (1163) estabeleceu: “Os albigenses
convictos sejam encarcerados, privados de seus bens e
remetidos às autoridades temporais”.
Esta decisão suscitou uma rebelião armada. O concílio
de Latrão convocou uma cruzada contra eles. O bispo
local proibiu-os de pregar porque na época os leigos não
podiam falar sobre questões de fé. Valdo e seus
companheiros descumpriram a proibição e foram
excomungados em 1184.
Na França tiveram muitos seguidores, visto que a vida
de parte do clero causava escândalo aos fiéis e era
grande o anseio por uma reforma da Igreja.
33. Clara, mulher em busca da
liberdade
“Recorreram (os familiares) à violência
impetuosa... Querendo convencê-la a sair
dessa baixeza, indigna de sua linhagem...
Mas ela segurou a tolha do altar e mostrou
a cabeça tonsurada, garantindo que jamais
poderiam afastá-la do serviço de Cristo”
34. Situação da Mulher
Sociedade Patriarcal
Diferente ser nobre e ser serva
Mulher na Igreja:
•Eremita
•Monja
•“Mulheres religiosas” - Beguinas
35. Beguinas
O surgimento das Beguinas foi determinado pelo desejo
de vida apostólica, no seguimento de Jesus Cristo pobre.
Os motivos econômicos e sociais – como a procura do
próprio sustento e o aumento do excedente de
população feminina – não foram determinantes.
Predominavam mulheres das classes sociais mais altas
que não buscavam no movimento religioso a própria
subsistência, mas fugiam da riqueza familiar e optavam
por uma vida pobre, como ideal evangélico.
Também não lhes faltava a possibilidade de casamento,
mas livremente renunciavam a ele, provocando com
frequência sérios conflitos familiares.
36. Beguinas
Como todo movimento religioso feminino, o movimento
das Beguinas enfrentou muitas hostilidades. As mulheres
eram acusadas de propagar novidades inaceitáveis. Sua
forma de pensar e realizar a vida cristã constrastava com
o pensamento dos homens e com a ordem estabelecida
na Igreja. Não raro, pesava sobre as mulheres a suspeita
de heresia.
Para fugir à suspeita de heresia, as Beguinas buscavam
com insistência o apoio espiritual de alguma Ordem
masculina e a aprovação de seu propósito de via junto às
autoridades eclesiásticas. Furtavam-se aos cuidados do
clero diocesano, considerado corrupto, autoritário e
pouco confiável. Preferiam a assistência espiritual das
Ordens monásticas renovadas e, no século XIII, das
Ordens Mendicantes.
37. Mulheres nos movimentos religiosos
• Cátaros e Valdenses deram às mulheres um
espaço de participação que lhes era negado na
Igreja da época. Entre os Cátaros, as mulheres
também podiam receber o ‘consolamentum’
que as tornava “perfeitas” e lhes permitia
exercer vários ministérios reconhecidos,
embora não fossem admitidas ao episcopado.
• Entre os Valdenses, as mulheres exerciam o
ministério da pregação e de vários
sacramentos. Em alguns lugares, presidiam
inclusive a Eucaristia.
38. INQUISIÇÃO
Um produto da sua época;
O contraste existente entre a vida pobre de
Jesus e a Igreja do tempo, saltava aos olhos;
Cresciam os movimentos populares contra a
religião estabelecida e a riqueza do clero;
crescia também a consciência dos leigos;
Bispados estavam nas mãos dos nobres e
poderosos leigos;
Numa sociedade acostumada à violência, a
heresia é concebida como uma ofensa à
verdade e à convivência social.
39. INQUISIÇÃO
Na idade média, o herético religioso
era identificado a um revolucionário
político. Por isso considerado
subversivo, perigoso.
Objetivos:
Salvaguardar a ortodoxia da fé cristã;
Afastar e eliminar todos os inimigos da
cristandade;
Extirpar as heresias
40. INQUISIÇÃO
Inquisição Secular – civil: desde sempre
Inquisição Episcopal: 1229 Concílio de Toulouse
Inquisição Pontifícia: 1231 o Papa Gregório IX
organiza a inquisição. Em 1232 confiou o ofício
de inquisidores aos Freis Dominicanos; Em
1248 Inocêncio IV concedeu este “privilégio” aos
franciscanos. Em 1252 autorizou também a
tortura, se necessário, para arrancar a confissão
da heresia.
Inquisição Espanhola: Sob os Reis católicos
Fernando e Isabela.
41. MEIOS UTILIZADOS PARA
COMBATER AS HERESIAS
Pregação: Os Cistercienses, seguidos
pelos Dominicanos e Franciscanos;
Inquisição: 1184 - acordo de Verona
entre o Papa e o Imperador; 1231 - sob o
controle da Igreja: “Inquisição Pontifícia”;
Cruzadas: a) 1208-12; b) 1218-19; c)
1225-29.
42. ORDENS MENDICANTES
Movimentos Evangélicos (protesto evangélico),
contra uma Igreja demasiado florescente.
Desejavam que a Igreja fosse fiel à pobreza de
Cristo expressa no Evangelho.
Pretendem ser retorno ao Evangelho e à Igreja
das origens. Não são reforma de um estilo de vida
monacal. É inovação.
Novidades: convive com o povo; combate às
heresias; ação missionária; pobreza coletiva.
43. CARACTERÍSTICAS DAS ORDENS
MENDICANTES
Valorização da pobreza: os irmãos viviam do
trabalho manual ou de esmolas e, no início, quase
todos eram leigos;
Para facilitar a pregação, não viviam em lugares
afastados, mas gostavam de viver nas cidades e
renunciavam ficar muito tempo num mesmo lugar;
Delas surgiram também as chamadas “Ordens
Terceiras”, das quais podiam participar as pessoas
casadas e solteiras, que muitas vezes renunciavam
às suas propriedades e viviam em comum;
Pregavam, com a palavra e o exemplo, o desapego
da riqueza à sociedade e à Igreja de sua época,
que eram marcadas pela cobiça e ambição.
44. ORDENS MENDICANTES
PREGADORES ou Dominicanos: Domingos de Gusmão
(1170-1221)
FRANCISCANOS: Francisco de Assis (1181-1226)
CARMELITAS: Bertoldo de Calábria (1185)
EREMITAS DE S. AGOSTINHO: Grupos de eremitas
(1256)
MERCEDÁRIOS: Pedro Nolasco e Pedro Peñafort
(1222)
SERVITAS: Irmandade de mercadores e patrícios da
cidade (1233). Em 1424 declarada mendicante.
TRINITÁRIOS: S. João da Mata e S. Felix de Valois
45. ORDEM DOS PREGADORES - OP
Em 1215 Domingos ganhou um castelo.
Sentiu a hora oportuna de fundar a Ordem dos Pregadores
(O.P.). Funda uma comunidade para combater os
albigenses.
O IVº Concílio de Latrão (1215), sugeriu-lhe
as finalidades da Ordem:
Reforma da Igreja;
Confirmação da fé.
Correção dos costumes;
Extirpação da heresia;
No decreto três, decidia a “Instituição de pregadores e
administradores da penitência”; no decreto onze ordenava:
“Em cada catedral ou paróquia haja um professor para o
ensino gratuito”. Tudo isso foi assimilado por Domingos.
46. ORDEM DOS PREGADORES - OP
Inocêncio III aprovou o projeto de Domingos
aconselhando-o a escolher uma regra das já
existentes. Escolheu a de Santo Agostinho. Era o
ano de 1215. Em 1218 a ordem decidiu ser
formada por clérigos bem formados em teologia
para a própria santificação e para a pregação
(até então o ofício de pregador era reservado ao
bispo e aos párocos).
6 de agosto de 1221, Domingos faleceu em
Bologna. Foi canonizado aos 3 de julho de
1234.
47. SÃO FRANCISCO DE ASSIS
Francisco de Assis (1181-1226) nasceu e morreu
em Assis. Desde moço apaixonou-se pelo ideal
da cavalaria. Em 1206-7 uma doença dá-lhe
ocasião de endereçar a vida para outros ideais.
Aos 24 de fevereiro de 1209, na igreja da
Porciúncula ouviu Mt. 10,7. (Anunciai o Reino. De graça
recebestes. Não levei nada pelo caminho). Escolhe uma vida
de extrema pobreza e de pregação itinerante.
Inocêncio III, em 1210, aprovou oralmente a forma de
vida para pregar a penitência e os bons costumes.
Em 1212, no domingo de Ramos, Francisco recebe Clara de
Assis. Inicia a 2ª Ordem Franciscana (desde 1253,
Ordem das Clarissas).
48. Uma mulher em defesa da fé e
da cidade
Não fiquem com medo. Eles não nos podem
fazer mal... E foi tanta a força da oração que os
inimigos sarracenos foram embora sem fazer
mal algum, como se tivessem sido expulsos...
Clara sabendo que Assis ia ser tomada, disse
às irmãs: recebemos muitos bens desta cidade,
por isso vamos pedir a Deus que a guarde...
49. ISLAMISMO
MAOMÉ (571-632)
Por volta de 610 Maomé inicia, na Arábia, sua
pregação, afirmando ter recebido uma missão
celeste:
A revelação de um Deus único (monoteísmo),
Ao qual todo crente (muçulmano),
Deve submeter-se (Islã).
Suas visões estão no Livro Sagrado: Alcorão.
Maomé e os sucessores (Califas), realizam uma
gigantesca obra de unificação religiosa e
política, usando também as forças das armas
(guerra santa).
50. OS CINCO PILARES DO ISLÃ
Profissão de fé (O único Deus é Ala, e
Maomé é seu profeta)
Oração ritual (cinco vezes por dia:
amanhecer, meio-dia, tarde, entardecer e
noite)
Caridade (purifica a pessoa e seus bens)
Jejum durante o Ramadã (Nada de comida,
bebidas, fumar, nem relações sexuais até o
cair da noite)
Peregrinação à Meca (Ao menos uma vez na
vida de cada muçulmano.
51. CRUZADAS
Grandes expedições organizadas pelos
cristãos da Europa Ocidental para libertar
Jerusalém e os lugares santos do domínio
dos turcos muçulmanos.
Uma guerra só é considerada Cruzada, quando:
- O Papa a proclama;
- Há uma indulgência específica;
- Os participantes se obrigam por juramento a combater
até a morte e buscar a libertação da Terra Santa;
-Aos participantes (cruzados) há certos privilégios: seus
bens são protegidos; dispensa das taxas/impostos;
dívidas perdoadas ou prolongadas...
52. Cruzadas – Apelo do Papa Urbano II
Sínodo de Clermont (França) - 1095 - Urbano II
- Proibe o concubinato, a simonia e todo vínculo vassalítico;
- Lança o apelo para a Cruzada – libertar os
cristãos do Oriente e os Lugares Santos da
dominação do Islã.
- Promulgou a: - Paz de Deus tornando imunes pessoas e coisas
(agricultores, mulheres, crianças e clérigos) da cobiça dos guerreiros.
Instituiu a “guerra contra a guerra” para assegurar a paz;
- Trégua de Deus: é a instituição que limitava os tempos
de violência, constringindo os nobres a absterem-se de guerras em
determinados períodos do ano litúrgico (quaresma) e certos dias da
semana. A guerra era suspensa de quarta a noite até segunda de manhã;
- Instituiu as Milícias de Paz (exércitos) para proteger os pobres, as
abadias, as igrejas contra as “guerras privadas” que os nobres promoviam
para expandirem suas propriedades.
Como o Imperador Henrique IV está excomungado, fraco e
com disputas internas, o Papa era reconhecido pelos fiéis como o
verdadeiro chefe da Cristandade. Colocava em evidência um
exército internacional para a defesa dos cristãos do Oriente
53. CRUZADAS
Por quê o Papa no comando das Cruzadas?
Quando, em 1095, Urbano II conclamou a Cruzada,
o Imperador Henrique IV e o rei da França, Felipe,
estavam excomungados. Guilherme, o Ruivo, da
Inglaterra, não havia reconhecido o Papa. Humilhado o
Imperador, então o Papa assegurou-se o comando único
do Ocidente.
À conclamação do dia 27 de nov. de 1095, formaram-se 4
exércitos alimentados pelo feudalismo ocidental, basicamente na
cavalaria francesa. Encontraram-se em 1097. Paralelamente e antes
disso, Pedro, o Eremita, conduziu uma cruzada popular que foi
dizimada pelos Turcos em Constantinopla. O próprio imperador
oriental não lhes deu pousada em Constantinopla.
Para financiar estas expedições o Papa aumentou
taxas de impostos e concedeu indulgências em troca de
donativos. Os senhores feudais deviam comprar o “voto
de cruzado”
54. Antecedentes para as Cruzadas
As Cruzadas tinham seus antecedentes nas
PEREGRINAÇÕES prescritas ou assumidas espontaneamente
como forma de penitência (O Bispo Gunther, de Bamberga, fez uma
peregrinação com 7 mil diocesanos em 1065). Nos primeiros tempos
as Cruzadas foram chamadas de “Peregrinações”.
- Na Idade Média havia a idéia de que a Terra Santa
era uma herança cristã que precisava ser recuperada pois tinha
sido roubada pelos árabes;
- As contínuas guerras, motivadas por Papas e Bispos, contra
os “infiéis”, os pagãos, os normandos, os sarracenos... foram
formando a idéia de uma guerra santa lícita;
- As primeiras vítimas dos invasores eram os mosteiros e bens
da igreja;
- Havia também uma atitude ambígua. De um lado a Igreja
exigia que os soberanos fizessem guerra. De outra parte estabelecia
uma penitência de 40 dias para os soldados que matassem um
inimigo;
55. Antecedentes para as Cruzadas
- Nos séc. X e XI surge o movimento da Paz de Deus
que “faz guerra para ter a paz”;
- Bispos “em pessoa” tomaram armas organizando
Milícias de Paz;
- Os cavaleiros franceses que em 1063 partiram
para a guerra espanhola receberam a primeira
indulgência historicamente demonstrável de uma
cruzada;
- Bonizo de Sutri, entre 1090-1095 escreveu um
catálogo de deveres do cavaleiro cristão, salientando a
luta contra os heréticos e cismáticos;
- Bernardo de Claraval em 1120 escreve inspirando
o surgimento das Ordens Cavaleirescas. Ele mesmo
prometeu imunidade dos crimes e absolvição das penas
dos combatentes;
56. Outros estímulos para participar das
Cruzadas
- A recompensa espiritual da indulgência;
- A pregação itinerante das novas ordens religiosas.
Milhares de pessoas seguiam estes pregadores;
- Motivos econômicos: Houve anos de carestia agrícola
por duas situações: o crescimento demográfico e o sistema
carolíngeo da divisão infinita da terra entre os filhos ao ponto
que não era possível cultivá-la. Para mudar esta situação
mudou-se o sistema de propriedade. Os nobres e os
mosteiros compraram o máximo terreno que podiam. O
sistema de herança passou ao primogênito. Os outros filhos
faziam-se: 1) monges; 2) vassalos de algum proprietário; 3)
guerreiros que seriam contratados pelos senhores. Isto
favoreceu as “guerras privadas”. Houve também a proibição
de casamentos. A Cruzada foi uma ocasião certa para aqueles
que esperavam fazer uma rápida carreira.
57. CRUZADAS
Oficialmente houve 7 Cruzadas
O Papa Urbano II, no Sínodo de Clermont em
1095 lança o apelo para a Cruzada.
Primeira Cruzada (1096-1099)
Segunda Cruzada (1147-1149)
Terceira Cruzada (1189-1192)
Quarta Cruzada (1202-1204)
– 1212 Cruzada das crianças
Quinta Cruzada (1228-1229)
Sexta Cruzada ( 1248-1254)
Sétima Cruzada (1270)
58. ORDENS MILITARES
Surgem no tempo das Cruzadas. São ordens da Igreja
romana que nasceram da necessidade do Império cristão
de agrupar esforços no sentido de propagar a religião.
Principal tarefa: combater os infiéis, proteger os bens e os
cristãos.
1120 – ORDEM DOS TEMPLÁRIOS:Extinta em 1314
1136 - ORDEM DOS HOSPITALÁRIOS
1158 - ORDEM DE CALATRAVA
1160 – ORDEM DE SANTIAGO: Extinta em 1493
1176 – ORDEM DE AVIS (ramo da Ordem de Calatrava)
1193 – ORDEM DOS CAVALEIROS TEUTÔNICOS
1323 – ORDEM DE CRISTO
Séc. XIV – ORDEM DE JARRETEIRA
59. Conclusões
Época de transição
Época de inovações
Época de conflitos
Época de incertezas