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1) O que é Literatura
Literatura é uma palavra com origem no
termo em latim littera, que significa significa letra. A
literatura remete para um conjunto de habilidades
de ler e escrever de forma correta. Existem
diversas definições e tipos de literatura, pode ser
uma arte, uma profissão, um conjunto de
produções, e etc.
Literatura é a arte de criar e compor textos,
e existem diversos tipos de produções literárias,
como poesia, prosa, literatura de ficção, literatura
de romance, literatura médica, literatura técnica,
literatura portuguesa, literatura popular, literatura de
cordel e etc. A literatura também pode ser um
conjunto de textos escritos, sejam eles de um país,
de uma personalidade, de uma época, e etc.
O conceito de
literatura tem sido
alterado com o passar
dos tempos, havendo
alterações semânticas
bastante relevantes.
Para alguns povos
latinos, a literatura tinha
um teor subjetivo,
representando o
conhecimento dos
letrados. Neste caso, a
literatura não era
contemplada como
objeto do
conhecimento, que
pode ser estudado. Os povos de língua românica,
inglesa e alemã não lhe alteraram o sentido,
alteração que só aconteceu na segunda metade do
século XVIII, quando o termo passou a designar o
objeto de estudo, a produção literária, a condição
dos profissionais, etc.
A literatura apresenta diverso gêneros, que
agradam vários gostos e que são direcionados
públicos diferentes, como por exemplo, a literatura
de cordel, literatura infantil, etc.
Literatura também é uma disciplina no
âmbito escolar, onde os indivíduos estudam
diversos autores e suas obras, suas contribuições
para a literatura brasileira, normalmente, e temas
como a lieratura portuguesa e a literatura barroca
também estão presentes, além do colégio, em
provas de vestibular.
2) O que estuda a teoria da literatura?
A teoria da literatura objetiva-se a estudar a
obra, o autor, o leitor e todo o processo que envolve
as obras literárias. É com base na teoria da
literatura que se fazem as resenhas, as análises, as
críticas literárias. É uma base de dados, que
permite construir-se um método de reflexão e
análise dos textos literários. No cruzamento dos
dados da história literária, pode-se estabelecer as
mudanças ocorridas no processo histórico com
relação ao homem e tudo que o envolve.
3) ESTRUTURA FICCIONAIS
Estrutura da obra literária:
a) Espaço - O espaço é toda a organização
física que compõe o cenário onde o enredo vai se
desenvolve.
b) narrador ( a quem se atribui a elaboração do
texto uma estória )
c) narrativa ( uma estória, um fragmento de
estória ou sugestão de estórias )
d) História - Conjunto de elementos que
constituem o significado (conteúdo).
e) Linguagem - A matéria do escritor na qual
explora os níveis sociais, de gêneros, regional e
históricos da linguagem; indo da culta ou padrão
até a coloquial.
f) Literariedade - foco está no uso da palavra,
da forma de expressão. A forma discursiva é rica na
expressão, o que se pretende mencionar vai ter um
discurso atraente e muito original - as palavras vão
ser escolhidas propositalmente para dar um sentido
de recriação da realidade. Quando há literariedade
o plano de conteúdo é expresso de forma literária,
isto é, numa linguagem literária.
g) Narrador - personagem de ficção: sua
primeira função é relatar a história.
h) Narratário - Personagem de ficção. Não se
confunde com o leitor. O narrador simula que o
narratário seja um leitor de carne e osso.
i) Obra literária - Uma hipótese permanente -
contém uma realidade inventada, fingida, criada
pela imaginação do autor. Antigamente era
qualquer texto impresso: história, geografia,
economia etc. Atualmente o conceito é mais amplo.
j) Personagens:
 personagem plana: personagem mais
definida - maquineísta: ou possui o símbolo
da magnitude ou o símbolo da maldade.
 personagem redonda (esférica): mais
imprevisível, mais rica, mais perto da
verossimilhança.
l) Polissemia - É a característica que possui
um signo de ter vários valores semânticos (vários
sentidos): Aquele garoto tem um coração de ouro (
garoto muito bondoso ).
m)Tempo: cronológico / psicológico
3) TEXTO LITERÁRIO E O TEXTO NÃO-
LITERÁRIO
a) Texto literário
Enfatiza a função poética. Enfatiza a
mensagem. Ele pode ter um caráter ficcional mas
necessariamente ele não tem que ser ficcional.
O texto literário possui linguagem conotativa,
figurada. Tem função poética. Há todo um trabalho
de reconstrução da linguagem para enfatizar a
mensagem.
 Características: uso de repetição sonora,
palavra e estrutura sintáticas.
 Verossimilhança - Qualidade que faz a arte
parecer verdadeira, apesar de todas as
coisas impossíveis que ela possa dizer.
b) Texto não literário
Enfatiza o conteúdo. Linguagem
predominante é denotativa. Sem função referencial.
Volta-se para o contexto, para o assunto, visando a
informação (função utilitária).
4) GÊNEROS LITERÁRIOS
Segundo a classificação clássica, de
Aristóteles, os gêneros literários dividem-se:
a) Quanto à forma:
1. Verso (por exemplo, estrutura de uma letra de
música)
2. Prosa (por exemplo, estrutura de um texto
jornalístico)
b) Quanto ao conteúdo:
1. Lírico - centrado no "eu" do escritor.
Linguagem subjetiva.
O nome vem de lira. Na antigüidade clássica, os
poemas eram acompanhados de instrumentos
musicais.Quando aconteceu a separação da
música ao texto, a poesia começou a apresentar
uma estrutura mais rica: métrica, ritmo.
2. Dramático - centrado no conflito das relações
humanas. Drama, em grego, significa "ação".
3. Épico - centrado num fundo histórico
Feitos heróicos, grandes ideais de um povo
o tema das epopéias. Linguagem objetiva.
Uma epopéia apresenta-se dividida em cinco
partes:
1) Proposição ou exórdido: é a apresentação do
tema e do herói.
2) Invocação: o poeta pede auxílio às musas
inspiradoras.
3) Dedicatória: o poeta dedica a obra a um
protetor.
4) Narração: é o desenvolvimento do tema e das
aventuras do herói, com exposição de fatos
históricos.
5) Epílogo: é o encerramento do poema.
 Exemplos de epopéias:
• Ilíada e Odisséia (Homero)
• Eneida (Virgílio)
• Paraíso Perdido (Milton)
• Os Lusiadas (Camões)
• Caramuru (Santa Rita Durão)
• O Uraguai (Basílio da Gama)
CLASSIFICAÇÃO MODERNA
4. Narrativo - variante do gênero épico
a) Romance - estrutura narrativa de
temática variada que recria o mundo, transfigura a
realidade, produzindo e ampliando outra realidade.
(Ex. Esaú de Jacó, de Machado de Assis)
b) Novela - deriva do latim, e significa
"novo". Sua ação é polivalente, com vários ângulos
dramáticos, sem unidade espacial; possui
variabilidade temática. A novela desenvolve um
jogo de paixões, de conflitos. (Ex. Roque Santeiro,
de Dias Gomes)
c) Conto - apresenta um único ângulo
dramático, um conflito, a ação é restrita, assim
como o espaço. O tempo e o número de
personagens são reduzidos. O conto é o embrião
da novela e do romance. (Ex.: Uma Galinha, de
Clarice Lispector)
d) Crônica - o nome vem de "cronos", do
grego, que significa tempo. Inicialmente, nomeava
os textos históricos de feitos nobres ou livros de
linhagens. Depois, por meio dos jornais, escritores
famosos passaram a divulgar textos de fatos
cotidianos e de caráter atempar. Atualmente, a
crônica jornalística trata de assuntos diversos:
esportes, artes, vida social; já a literária invoca um
humor crítico e bizarro, um caráter melancólico ou
fatos cotidianos. Em ambos os tipos, o narrador é
onisciente; o ponto de vista é interno, conhece a
história, porém não participa dela, normalmente. A
crônica pode reunir a narração e a dissertação.
(Ex.: crônicas de Fernando Sabino, Carlos
Drummond de Andrade, entre outros).
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
A questão refere-se ao texto seguinte:
Na minha opinião, existe no Brasil, em
permanente funcionamento, não fechando nem
para o almoço, uma Central Geral de Maracutaia.
Não é possível que não exista. E, com toda a
certeza, é uma das organizações mais perfeitas já
constituídas, uma contribuição inestimável do nosso
país ao patrimônio da raça humana. Nada de novo
é implantado sem que surja no mesmo instante, às
vezes sem intervalo visível, imediatamente mesmo,
um esquema bem montado para fraudar o que lá
seja que tenha sido criado. [...] Exemplo mais
recente ocorreu em São Paulo, mas podia ser em
qualquer outra cidade do país, porque a CGM é
onipresente, não deixa passar nada, nem
discrimina ninguém. Segundo me contam aqui, a
prefeitura de São Paulo agora fornece caixão e
enterro gratuitos para os doadores de órgãos,
certamente os mais pobres. Basta que a família do
morto prove que ele doou pelo menos um órgão,
para receber o benefício. Mas claro, é isso mesmo,
você adivinhou, ser brasileiro é meramente uma
questão de prática. Surgiram indivíduos ou
organizações que, mediante uma módica
contraprestação pecuniária, fornecem
documentação falsa, “provando” que o defunto
doou órgãos, para que o caixão e o enterro sejam
pagos com dinheiro público.
(João Ubaldo Ribeiro. O Estado de S. Paulo,
18.9.2005.)
1) (UFSCar-SP) O trecho — a CGM é onipresente,
não deixa passar nada, nem discrimina ninguém. —
pode ser reescrito, sem alteração de sentido, como:
a) a CGM é sempre presente, não deixa passar
nada, nem inocenta ninguém.
b) a CGM é ubíqua, não deixa passar nada, nem
absolve ninguém.
c) a CGM é virtual, não deixa passar nada, nem
exclui ninguém.
d) a CGM é quase presente, não deixa passar
nada, nem distingue ninguém.
e) a CGM está presente em todo lugar, não deixa
passar nada, nem segrega ninguém.
2) (FEI-SP)
O MOMENTO DO AMOR - JOÃO DO RIO
O conselheiro é um homem encantador.
Baudelaire dizia: “Cá temos um homem que fala do
seu coração – deve ser um canalha”. O conselheiro
não fala do seu coração, mas é um homem
sensível. Com 75 anos, teso, bem vestido, correto,
possuidor de doze netos e cinco bisnetos, a sua
conversa é sempre cheia de alegria e de mocidade.
Outra noite, estávamos no seu salão, e de repente
rompeu na rua um “zé-pereira”.
O conselheiro exclamou: – Eh! Eh! As
coisas esquentam!
Como o conselheiro é idoso, pensei vê-lo atacar os
costumes e o carnaval. Para gozar da sua simpatia,
refleti:
– Temos cada vez mais a dissolução da
moral!
– Quem lhe fala nisso? – indagou o
conselheiro. Talvez por ter sido sempre um homem
moral nunca precisei de descompor os costumes
para julgar-me sério. Sabe o que eu sinto quando
ouço um “zé-pereira”?
– Francamente, conselheiro...
– Sinto que chega o grande momento do
amor no rio...
– De fato, a liberdade dos costumes.
– Heim?
– Sim, os préstitos, as cortesãs, a
promiscuidade, as meninas de pijama cantando
versos pouco sérios, os lança-perfumes, a
bacanal...
– Meu filho, quando se chega a uma certa
idade, o resultado é tudo. Se quisermos ver nos
três dias de carnaval a folia como depravação,
posso garantir que as brincadeiras de antanho com
o entrudo, os banhos d'água fria, o porta-voz eram
livres como as de hoje com os lança-perfumes, os
confetes e as serpentinas. Mas não se trata disso.
Trata-se de coisa mais séria. Eu casei aos 18 anos,
isto é, há quase 58 anos fiz a loucura de tomar por
esposa a minha querida Genoveva. Mas, passado o
primeiro ano, essa alucinação causou-me tal pasmo
que resolvi estudar-lhe as causas. E descobri.
– Quais foram?
– Uma só: o momento do amor!
– Conselheiro!
– Há uma época no Rio absolutamente
amorosa, quer no tempo da monarquia, quer na
República. Consultei estatísticas, observei,
indaguei, procedi a inquéritos pessoais... Sabe qual
é essa época? A do carnaval! Note você como
aumentam os casamentos nos meses seguintes ao
carnaval. A maioria das inclinações, dos namoros
que terminam em casório, começam no carnaval.
Três meses depois estava casado. Cinco dos meus
filhos namoraram no carnaval. Minha filha Berenice
com 30 anos arranjou o marido que lhe faz a vida
feliz, no carnaval. Nove dos meus netos seguiram a
regra...
– Mas, conselheiro, se é verdade o que V. Exa. diz,
era o caso de fazer uns quatro carnavais por ano...
– Não daria resultado, meu amigo. O
carnaval é uma embriaguez d´alegria. Quem se
embriaga uma vez por ano não está acostumado.
Quem se embriaga quatro, raciocina na bebedeira.
Veneza acabou pelo abuso da máscara. Nós
acabaríamos pelo abuso do “zé-pereira”. Mas uma
vez por ano é bem o verão impetuoso do desejo, o
momento do amor.
Depois suspirando: – Aproveite-o você. Eu
infelizmente não posso mais. A velhice é como o
maître d'hotel da vida. Indica ao cliente o prato
ótimo do cardápio e não o come.
O texto pertence ao gênero conhecido por:
a) conto
b) romance
c) crônica
d) reportagem
e) novela
3) (Enem) Gênero dramático é aquele em que o
artista usa como intermediária entre si e o público a
representação. A palavra vem do grego drao (fazer)
e quer dizer ação. A peça teatral é, pois, uma
composição literária destinada à apresentação por
atores em um palco, atuando e dialogando entre si.
O texto dramático é complementado pela atuação
dos atores no espetáculo teatral e possui uma
estrutura específica, caracterizada: 1) pela
presença de personagens que devem estar ligados
com lógica uns aos outros e à ação; 2) pela ação
dramática (trama, enredo), que é o conjunto de atos
dramáticos, maneiras de ser e de agir das
personagens encadeadas à unidade do efeito e
segundo uma ordem composta de exposição,
conflito, complicação, clímax e desfecho; 3) pela
situação ou ambiente, que é o conjunto de
circunstâncias físicas, sociais, espirituais em que se
situa a ação; 4) pelo tema, ou seja, a ideia que o
autor (dramaturgo) deseja expor, ou sua
interpretação real por meio da representação.
COUTINHO, A. Notas de teoria literária. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 1973. (Adaptado.)
Considerando o texto e analisando os elementos
que constituem um espetáculo teatral, conclui-se
que:
a) a criação do espetáculo teatral apresenta-se
como um fenômeno de ordem individual, pois não é
possível sua concepção de forma coletiva.
b) o cenário onde se desenrola a ação cênica é
concebido e construído pelo cenógrafo de modo
autônomo e independente do tema da peça e do
trabalho interpretativo dos atores.
c) o texto cênico pode originar-se dos mais variados
gêneros textuais, como contos, lendas, romances,
poesias, crônicas, notícias, imagens e fragmentos
textuais, entre outros.
d) o corpo do ator na cena tem pouca importância
na comunicação teatral, visto que o mais importante
é a expressão verbal, base da comunicação cênica
em toda a trajetória do teatro até os dias atuais.
e) a iluminação e o som de um espetáculo cênico
independem do processo de produção/recepção do
espetáculo teatral, já que se trata de linguagens
artísticas diferentes, agregadas posteriormente à
cena teatral.
4) (Fuvest-SP) Considere a seguinte relação de
obras: Auto da barca do inferno, Memórias de um
sargento de milícias, Dom Casmurro e Capitães da
areia. Entre elas, indique as duas que, de modo
mais visível, apresentam intenção de doutrinar, ou
seja, o propósito de transmitir princípios e diretivas
que integram doutrinas determinadas. Divida sua
resposta em duas partes:
a), para a primeira obra escolhida e
b), para a segunda obra escolhida, conforme já vem
indicado na respectiva página de respostas.
Justifique sucintamente cada uma de suas
escolhas.
5) (Uepa) Leia os comentários abaixo sobre os
contos No Moinho, de Eça de Queirós, O Rebelde,
de Inglês e Sousa e a peça teatral Fr. Luís de
Sousa, de Almeida Garrett. Analise-os e assinale
aqueles que contêm somente afirmações corretas.
a) Os realistas-naturalistas que viveram em uma
época de forte expansão da racionalidade científica,
produziram, às vezes, personagens idealizados,
como Paulo da Rocha, de O Rebelde, contrariando
o que a observação racional do comportamento
humano revela, a saber, que não há ninguém
absolutamente perfeito.
b) D. Maria da Piedade, do conto No Moinho, é uma
personagem adequada à racionalidade
correspondente ao avanço tecnológico de fins do
século XIX, de vez que suas avaliações da
realidade são coerentes, como a que faz do
praticante da botica, seu amante.
c) As opiniões das personagens de Fr. Luís de
Sousa são fundadas em dados racionais, como a
de Telmo Pais que garante o retorno de D. João de
Portugal com base na carta em que ele afirma
voltar um dia “vivo ou morto”.
d) D. Maria de Noronha é a única personagem de
Fr. Luís de Sousa que se recusa a analisar a
realidade a partir de fundamentos religiosos.
e) Os romances escritos por Adrião, no conto No
Moinho, ajudam D. Maria da Piedade a ter uma
visão dos fatos alicerçada naquele tipo de razão
que fundamenta o conhecimento tecnológico.
6) A narração possui alguns elementos essenciais.
Entre estes, temos o clímax e o desfecho. Escreva
a diferença entre eles.
7) A que gênero literário pertence o poema abaixo?
Justifique sua resposta.
A RUA DOS CATAVENTOS
Da vez primeira em que me assassinaram,
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha.
Depois, a cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha.
Hoje, dos meus cadáveres eu sou
O mais desnudo, o que não tem mais nada.
Arde um toco de Vela amarelada,
Como único bem que me ficou.
Vinde! Corvos, chacais, ladrões de estrada!
Pois dessa mão avaramente adunca
Não haverão de arrancar a luz sagrada!
Aves da noite! Asas do horror! Voejai!
Que a luz trêmula e triste como um ai,
A luz de um morto não se apaga nunca!
(Mário Quintana)
A questão seguinte toma por base a Tragédia em
um ato, assinada pelo escritor, tradutor e
desenhista Millôr Fernandes (1924-) e publicada
pela primeira vez em “O pif-paf” (O Cruzeiro, 1945).
O capitalismo mais reacionário
Tragédia em um ato
Personagens: o patrão e o empregado
Época: atual
Ato Único
EMPREGADO – Patrão, eu queria lhe falar
seriamente. Há quarenta anos que trabalho na
empresa e até hoje só cometi um erro.
PATRÃO – Está bem, meu filho, está bem. Mas
de agora em diante tome mais cuidado. (Pano
rápido)
In: FERNANDES, Millôr. Trinta anos de mim
mesmo. Rio de Janeiro: Nórdica, 1974. p. 15.
8) (Vunesp) Essa tragédia-relâmpago de Millôr
Fernandes, denominada O capitalismo mais
reacionário, mobiliza o campo da sugestividade e,
num clima de aparente humorismo, libera todo um
universo de conceitos, situações e costumes
subentendidos. Releia o texto apresentado e, na
sua interpretação, responda:
a) O que está subentendido no discurso direto do
patrão?
b) Por que este texto pode ser entendido como
crítica de costumes?
9) (Vunesp) A tragédia, no sentido clássico, é uma
obra fortemente dramática, inspirada na lenda ou
na história, e que põe em cena personagens
envolvidos em situações que desencadeiam
desgraças. Em sua função poética, destina-se
também a infundir o terror e a piedade.
Considerando essa definição, releia o texto de
Millôr Fernandes e, a seguir:
a) interprete por que apenas esse diálogo entre os
dois personagens poderia caracterizar uma
tragédia, segundo o autor;
b) interprete um sentido conotativo da expressão
“meu filho”, nas palavras do personagem patrão.
10) (UFG) Leia as estrofes do poema “O prato azul-
pombinho”, de Cora Coralina.
Minha bisavó – que Deus a tenha em glória –
sempre contava e recontava em sentidas
recordações
de outros tempos
a estória de saudade
daquele prato azul-pombinho.
Era uma estória minuciosa.
Comprida, detalhada.
Sentimental.
Puxada em suspiros saudosistas
E ais presentes.
E terminava, invariavelmente,
depois do caso esmiuçado:
“– Nem gosto de lembrar disso...”
É que a estória se prendia
Aos tempos idos em que vivia
Minha bisavó
Que fizera deles seu presente e seu futuro.
[...]
CORALINA, Cora. Melhores poemas de Cora
Coralina. Seleção de Darci F. Denófrio. São Paulo:
Global, 2004. p. 47.
De acordo com a leitura dos fragmentos, explicite:
a) A lembrança a que o eu poético faz alusão.
b) Como são construídos os traços épico e lírico.
11) (UCS) Leia o poema “Canção excêntrica”, de
Cecília Meireles.
Ando à procura de espaço
para o desenho da vida.
Em números me embaraço
e perco sempre a medida.
Se penso encontrar saída,
em vez de abrir um compasso,
projeto-me num abraço
e gero uma despedida.
Se volto sobre o meu passo,
é já distância perdida.
Meu coração, coisa de aço,
começa a achar um cansaço
esta procura de espaço
para o desenho da vida.
Já por exausta e descrida
não me animo a um breve traço:
– saudosa do que não faço,
– do que faço, arrependida.
MEIRELES, Cecília. Flor de poemas. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 2003, p. 80.
Em relação ao poema transcrito, analise a
veracidade (V) ou a falsidade (F) das proposições
abaixo.
( ) Em sua busca de um espaço para o "desenho da
vida", o eu-poético sente-se desmotivado.
( ) O título “Canção excêntrica” aponta para a
incapacidade de o sujeito lírico centrar-se,
encontrando a si mesmo.
( ) O sujeito poético expressa um sentimento de
insatisfação em relação às coisas que faz e às que
deixa de fazer.
Assinale a alternativa que preenche corretamente
os parênteses, de cima para baixo.
a) V – F – F
b) V – F – V
c) V – V – V
d) F – F – V
e) F – F – F
12) (PUC-RS) INSTRUÇÃO: Para responder à
questão seguinte, leia o fragmento de Machado de
Assis, de 1866, e o poema de Mario Quintana, de
1940, e analise as afirmativas.
TEXTO A
A explicação da minha recusa e do desamor com
que eu via a minha prima estava no meu gênio
solitário e contemplativo. Até aos quinze anos fui
tido por idiota; dos quinze aos vinte chamavam-me
poeta; e, se as palavras eram diferentes, o sentido
que a minha família lhes dava era o mesmo. Era
pouco de ser estimado um moço que não
comungava nos mesmos passatempos da casa e
via correr as horas na leitura e nas digressões pelo
mato.
TEXTO B
Eu nada entendo da questão social.
Eu faço parte dela, simplesmente...
E sei apenas do meu próprio mal,
Que não é bem o mal de toda a gente,
Nem é deste Planeta... Por sinal
Que o mundo se lhe mostra indiferente!
E o meu Anjo da Guarda, ele somente,
É quem lê os meus versos afinal...
E enquanto o mundo em torno se esbarronda.
Vivo regendo estranhas contradanças
No meu vago País de Trebizonda...
Entre os Loucos, os Mortos e as Crianças.
É lá que eu canto, numa eterna ronda,
Nossos comuns desejos e esperanças!...
I. O uso da primeira pessoa está de acordo com a
temática dos textos, relacionada à afirmação da
individualidade.
II. Os dois autores expressam uma atitude crítica
ante os interesses sociais que anulam os valores
humanos. III. Em contextos sociais muito distantes
no tempo, os autores expressam, em gêneros
diferentes, seu posicionamento.
Pela análise das afirmativas, conclui-se que
está/estão correta(s):
a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas III.
d) apenas I e II.
e) I, II e III.
13) (Enem) No poema “Procura da poesia”, Carlos
Drummond de Andrade expressa a concepção
estética de se fazer com palavras o que o escultor
Michelângelo fazia com mármore. O fragmento
abaixo exemplifica essa afirmação.
(…)
Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
(…)
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
trouxeste a chave?
ANDRADE, Carlos Drummond de. A rosa do
povo. Rio de Janeiro: Record, 1997, p. 13-4.
Esse fragmento poético ilustra o seguinte tema
constante entre autores modernistas:
a) a nostalgia do passado colonialista revisitado.
b) a preocupação com o engajamento político e
social da literatura.
c) o trabalho quase artesanal com as palavras,
despertando sentidos novos.
d) a produção de sentidos herméticos na busca da
perfeição poética.
e) a contemplação da natureza brasileira na
perspectiva ufanista da pátria.
INSTRUÇÃO: Leia a letra do samba-canção
Escultura, de Adelino Moreira (1918-2002) e Nelson
Gonçalves (1919-1998) e responda a questão.
ESCULTURA
Cansado de tanto amar,
Eu quis um dia criar
Na minha imaginação
Uma mulher diferente
De olhar e voz envolvente
Que atingisse a perfeição.
Comecei a esculturar
No meu sonho singular
Essa mulher fantasia.
Dei-lhe a voz de Dulcineia,
A malícia de Frineia
E a pureza de Maria.
Em Gioconda fui buscar
O sorriso e o olhar,
Em Du Barry o glamour,
E, para maior beleza,
Dei-lhe o porte de nobreza
De madame Pompadour.
E assim, de retalho em retalho,
Terminei o meu trabalho,
O meu sonho de escultor,
E, quando cheguei ao fim,
Tinha diante de mim
Você, só você, meu amor.
MOREIRA, Adelino; GONÇALVES, Nelson.
Escultura. In: Nelson Gonçalves. A volta do boêmio.
Sonopress BMG Ariola, São Paulo, 1996.
14) (Unesp) O ritmo dos versos em língua
portuguesa é obtido pela alternância de sílabas
fracas e fortes ao longo de cada verso e da estrofe.
Essa alternância faz com que versos de sete
sílabas, como os da letra de Nelson Gonçalves,
tenham normalmente três sílabas fortes, embora
não seja raro apresentarem apenas dois ou até
mesmo mais de três acentos em seu curso.
Levando este fato em consideração, aponte, na
última estrofe da letra, o verso em que a maior
concentração emocional é marcada por uma maior
ocorrência de sílabas fortes.
AULA DE PORTUGUÊS
A linguagem
na ponta da língua
tão fácil de falar
e de entender.
A linguagem
na superfície estrelada de letras,
sabe lá o que quer dizer?
Professor Carlos Góis, ele é quem sabe,
e vai desmatando
o amazonas de minha ignorância.
Figuras de gramática, esquipáticas,
atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me.
Já esqueci a língua em que comia,
em que pedia para ir lá fora,
em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortada
do namoro com a priminha.
O português são dois; o outro, mistério.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Esquecer
para lembrar. Rio de Janeiro: José Olympio,
1979.
15) (Enem) Explorando a função emotiva da
linguagem, o poeta expressa o contraste entre
marcas de variação de usos da linguagem em:
a) situações formais e informais.
b) diferentes regiões do país.
c) escolas literárias distintas.
d) textos técnicos e poéticos.
e) diferentes épocas.
GABARITO
01: E.
02: C.
03: C.
04: 1.ª obra escolhida: a) O Auto da Barca do
Inferno é informado por princípios da moral cristã,
pelos quais são julgados os comportamentos dos
mortos prestes a embarcar, no “cais das almas”,
para o mundo post-mortem, em que serão punidos
ou recompensados.
2.ª obra escolhida: b) Capitães da Areia é um
romance em que se faz a apologia da revolução
socialista como panaceia para as injustiças sociais
decorrentes do regime capitalista. É uma obra que
busca o “engajamento” na luta social, tendo sido
por isso proibida durante o Estado Novo. A intenção
de doutrinar politicamente o leitor é recorrente,
como exemplifica o final: “E, apesar de que lá fora
era o terror, qualquer daqueles lares era um lar que
se abriria para Pedro Bala, fugitivo da polícia.
Porque a revolução é uma pátria e uma família”.
05: A.
06:
Clímax: o narrador cria uma situação que vai,
progressivamente, aumentando sua dramaticidade
até chegar ao clímax, ou seja, ao ponto máximo.
Desfecho: momento que recebe o clímax, no qual
se finaliza a história e cada personagem segue seu
"destino".
07:
O poema pertence ao gênero lírico, pois o autor
escreve em primeira pessoa (é subjetivo), explora a
musicalidade entre as palavras, expressa seu
mundo interior, suas emoções idéias e impressões.
Obs.: ressaltar que Mário Quintana versa sobre as
coisas simples da vida com um lirismo ímpar e com
uma fina ironia e sarcasmo.
08:
a) Embora aparentemente o patrão se mostre
compreensivo e paternal, no fundo há, em sua fala,
uma severa advertência ao empregado (ele afirma
que o empregado é descuidado, desatento),
advertência desnecessária se forem considerados
os quarenta anos de dedicação e um erro cometido.
b) Millôr Fernandes faz uma crítica ao
comportamento do capitalista, o que nos remete ao
título: o patrão é típico representante do capitalismo
mais reacionário, primitivo, atrasado.
09:
a) O diálogo está centrado em um conflito, existe a
representação de uma situação que pode
desencadear desgraça; para o leitor sensível, a
cena pode infundir o terror e a piedade.
b) Conotativamente, a expressão “meu filho” deve
ser entendida como manifestação da postura
aparentemente paternalista que o patrão assume.
10:
a) o prato azul-pombinho OU: a quebra do prato
azul-pombinho, última peça do aparelho de jantar
da família. b) o épico é construído pelo ato de a
bisavó contar e recontar estórias minuciosas,
compridas e detalhadas de outros tempos. O lírico
é construído sob ótica subjetiva. OU: o lírico é
construído pelas estórias que eram contadas por
recordações saudosas. OU: o lírico é construído
pelo passado que se mescla ao presente e ao
futuro.
11: C
12: E
13: C
14:
O último verso da estrofe é o que apresenta maior
concentração emocional e ritmo forte (trata-se do
gran finale, do “verso de ouro” da música): das
cinco palavras que o formam, temos três oxítonas e
um monossílabo tônico, ou seja, palavras de
prosódia forte.
15: A

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APOSTILA DE LITERATURA

  • 1. 1) O que é Literatura Literatura é uma palavra com origem no termo em latim littera, que significa significa letra. A literatura remete para um conjunto de habilidades de ler e escrever de forma correta. Existem diversas definições e tipos de literatura, pode ser uma arte, uma profissão, um conjunto de produções, e etc. Literatura é a arte de criar e compor textos, e existem diversos tipos de produções literárias, como poesia, prosa, literatura de ficção, literatura de romance, literatura médica, literatura técnica, literatura portuguesa, literatura popular, literatura de cordel e etc. A literatura também pode ser um conjunto de textos escritos, sejam eles de um país, de uma personalidade, de uma época, e etc. O conceito de literatura tem sido alterado com o passar dos tempos, havendo alterações semânticas bastante relevantes. Para alguns povos latinos, a literatura tinha um teor subjetivo, representando o conhecimento dos letrados. Neste caso, a literatura não era contemplada como objeto do conhecimento, que pode ser estudado. Os povos de língua românica, inglesa e alemã não lhe alteraram o sentido, alteração que só aconteceu na segunda metade do século XVIII, quando o termo passou a designar o objeto de estudo, a produção literária, a condição dos profissionais, etc. A literatura apresenta diverso gêneros, que agradam vários gostos e que são direcionados públicos diferentes, como por exemplo, a literatura de cordel, literatura infantil, etc. Literatura também é uma disciplina no âmbito escolar, onde os indivíduos estudam diversos autores e suas obras, suas contribuições para a literatura brasileira, normalmente, e temas como a lieratura portuguesa e a literatura barroca também estão presentes, além do colégio, em provas de vestibular. 2) O que estuda a teoria da literatura? A teoria da literatura objetiva-se a estudar a obra, o autor, o leitor e todo o processo que envolve as obras literárias. É com base na teoria da literatura que se fazem as resenhas, as análises, as críticas literárias. É uma base de dados, que permite construir-se um método de reflexão e análise dos textos literários. No cruzamento dos dados da história literária, pode-se estabelecer as mudanças ocorridas no processo histórico com relação ao homem e tudo que o envolve. 3) ESTRUTURA FICCIONAIS Estrutura da obra literária: a) Espaço - O espaço é toda a organização física que compõe o cenário onde o enredo vai se desenvolve. b) narrador ( a quem se atribui a elaboração do texto uma estória ) c) narrativa ( uma estória, um fragmento de estória ou sugestão de estórias ) d) História - Conjunto de elementos que constituem o significado (conteúdo). e) Linguagem - A matéria do escritor na qual explora os níveis sociais, de gêneros, regional e históricos da linguagem; indo da culta ou padrão até a coloquial. f) Literariedade - foco está no uso da palavra, da forma de expressão. A forma discursiva é rica na expressão, o que se pretende mencionar vai ter um discurso atraente e muito original - as palavras vão ser escolhidas propositalmente para dar um sentido de recriação da realidade. Quando há literariedade o plano de conteúdo é expresso de forma literária, isto é, numa linguagem literária. g) Narrador - personagem de ficção: sua primeira função é relatar a história. h) Narratário - Personagem de ficção. Não se confunde com o leitor. O narrador simula que o narratário seja um leitor de carne e osso. i) Obra literária - Uma hipótese permanente - contém uma realidade inventada, fingida, criada pela imaginação do autor. Antigamente era qualquer texto impresso: história, geografia, economia etc. Atualmente o conceito é mais amplo. j) Personagens:
  • 2.  personagem plana: personagem mais definida - maquineísta: ou possui o símbolo da magnitude ou o símbolo da maldade.  personagem redonda (esférica): mais imprevisível, mais rica, mais perto da verossimilhança. l) Polissemia - É a característica que possui um signo de ter vários valores semânticos (vários sentidos): Aquele garoto tem um coração de ouro ( garoto muito bondoso ). m)Tempo: cronológico / psicológico 3) TEXTO LITERÁRIO E O TEXTO NÃO- LITERÁRIO a) Texto literário Enfatiza a função poética. Enfatiza a mensagem. Ele pode ter um caráter ficcional mas necessariamente ele não tem que ser ficcional. O texto literário possui linguagem conotativa, figurada. Tem função poética. Há todo um trabalho de reconstrução da linguagem para enfatizar a mensagem.  Características: uso de repetição sonora, palavra e estrutura sintáticas.  Verossimilhança - Qualidade que faz a arte parecer verdadeira, apesar de todas as coisas impossíveis que ela possa dizer. b) Texto não literário Enfatiza o conteúdo. Linguagem predominante é denotativa. Sem função referencial. Volta-se para o contexto, para o assunto, visando a informação (função utilitária). 4) GÊNEROS LITERÁRIOS Segundo a classificação clássica, de Aristóteles, os gêneros literários dividem-se: a) Quanto à forma: 1. Verso (por exemplo, estrutura de uma letra de música) 2. Prosa (por exemplo, estrutura de um texto jornalístico) b) Quanto ao conteúdo: 1. Lírico - centrado no "eu" do escritor. Linguagem subjetiva. O nome vem de lira. Na antigüidade clássica, os poemas eram acompanhados de instrumentos musicais.Quando aconteceu a separação da música ao texto, a poesia começou a apresentar uma estrutura mais rica: métrica, ritmo. 2. Dramático - centrado no conflito das relações humanas. Drama, em grego, significa "ação". 3. Épico - centrado num fundo histórico Feitos heróicos, grandes ideais de um povo o tema das epopéias. Linguagem objetiva. Uma epopéia apresenta-se dividida em cinco partes: 1) Proposição ou exórdido: é a apresentação do tema e do herói. 2) Invocação: o poeta pede auxílio às musas inspiradoras. 3) Dedicatória: o poeta dedica a obra a um protetor. 4) Narração: é o desenvolvimento do tema e das aventuras do herói, com exposição de fatos históricos. 5) Epílogo: é o encerramento do poema.  Exemplos de epopéias: • Ilíada e Odisséia (Homero) • Eneida (Virgílio) • Paraíso Perdido (Milton) • Os Lusiadas (Camões) • Caramuru (Santa Rita Durão) • O Uraguai (Basílio da Gama) CLASSIFICAÇÃO MODERNA 4. Narrativo - variante do gênero épico a) Romance - estrutura narrativa de temática variada que recria o mundo, transfigura a realidade, produzindo e ampliando outra realidade. (Ex. Esaú de Jacó, de Machado de Assis) b) Novela - deriva do latim, e significa "novo". Sua ação é polivalente, com vários ângulos dramáticos, sem unidade espacial; possui
  • 3. variabilidade temática. A novela desenvolve um jogo de paixões, de conflitos. (Ex. Roque Santeiro, de Dias Gomes) c) Conto - apresenta um único ângulo dramático, um conflito, a ação é restrita, assim como o espaço. O tempo e o número de personagens são reduzidos. O conto é o embrião da novela e do romance. (Ex.: Uma Galinha, de Clarice Lispector) d) Crônica - o nome vem de "cronos", do grego, que significa tempo. Inicialmente, nomeava os textos históricos de feitos nobres ou livros de linhagens. Depois, por meio dos jornais, escritores famosos passaram a divulgar textos de fatos cotidianos e de caráter atempar. Atualmente, a crônica jornalística trata de assuntos diversos: esportes, artes, vida social; já a literária invoca um humor crítico e bizarro, um caráter melancólico ou fatos cotidianos. Em ambos os tipos, o narrador é onisciente; o ponto de vista é interno, conhece a história, porém não participa dela, normalmente. A crônica pode reunir a narração e a dissertação. (Ex.: crônicas de Fernando Sabino, Carlos Drummond de Andrade, entre outros). EXERCÍCIOS PROPOSTOS A questão refere-se ao texto seguinte: Na minha opinião, existe no Brasil, em permanente funcionamento, não fechando nem para o almoço, uma Central Geral de Maracutaia. Não é possível que não exista. E, com toda a certeza, é uma das organizações mais perfeitas já constituídas, uma contribuição inestimável do nosso país ao patrimônio da raça humana. Nada de novo é implantado sem que surja no mesmo instante, às vezes sem intervalo visível, imediatamente mesmo, um esquema bem montado para fraudar o que lá seja que tenha sido criado. [...] Exemplo mais recente ocorreu em São Paulo, mas podia ser em qualquer outra cidade do país, porque a CGM é onipresente, não deixa passar nada, nem discrimina ninguém. Segundo me contam aqui, a prefeitura de São Paulo agora fornece caixão e enterro gratuitos para os doadores de órgãos, certamente os mais pobres. Basta que a família do morto prove que ele doou pelo menos um órgão, para receber o benefício. Mas claro, é isso mesmo, você adivinhou, ser brasileiro é meramente uma questão de prática. Surgiram indivíduos ou organizações que, mediante uma módica contraprestação pecuniária, fornecem documentação falsa, “provando” que o defunto doou órgãos, para que o caixão e o enterro sejam pagos com dinheiro público. (João Ubaldo Ribeiro. O Estado de S. Paulo, 18.9.2005.) 1) (UFSCar-SP) O trecho — a CGM é onipresente, não deixa passar nada, nem discrimina ninguém. — pode ser reescrito, sem alteração de sentido, como: a) a CGM é sempre presente, não deixa passar nada, nem inocenta ninguém. b) a CGM é ubíqua, não deixa passar nada, nem absolve ninguém. c) a CGM é virtual, não deixa passar nada, nem exclui ninguém. d) a CGM é quase presente, não deixa passar nada, nem distingue ninguém. e) a CGM está presente em todo lugar, não deixa passar nada, nem segrega ninguém. 2) (FEI-SP) O MOMENTO DO AMOR - JOÃO DO RIO O conselheiro é um homem encantador. Baudelaire dizia: “Cá temos um homem que fala do seu coração – deve ser um canalha”. O conselheiro não fala do seu coração, mas é um homem sensível. Com 75 anos, teso, bem vestido, correto, possuidor de doze netos e cinco bisnetos, a sua conversa é sempre cheia de alegria e de mocidade. Outra noite, estávamos no seu salão, e de repente rompeu na rua um “zé-pereira”. O conselheiro exclamou: – Eh! Eh! As coisas esquentam!
  • 4. Como o conselheiro é idoso, pensei vê-lo atacar os costumes e o carnaval. Para gozar da sua simpatia, refleti: – Temos cada vez mais a dissolução da moral! – Quem lhe fala nisso? – indagou o conselheiro. Talvez por ter sido sempre um homem moral nunca precisei de descompor os costumes para julgar-me sério. Sabe o que eu sinto quando ouço um “zé-pereira”? – Francamente, conselheiro... – Sinto que chega o grande momento do amor no rio... – De fato, a liberdade dos costumes. – Heim? – Sim, os préstitos, as cortesãs, a promiscuidade, as meninas de pijama cantando versos pouco sérios, os lança-perfumes, a bacanal... – Meu filho, quando se chega a uma certa idade, o resultado é tudo. Se quisermos ver nos três dias de carnaval a folia como depravação, posso garantir que as brincadeiras de antanho com o entrudo, os banhos d'água fria, o porta-voz eram livres como as de hoje com os lança-perfumes, os confetes e as serpentinas. Mas não se trata disso. Trata-se de coisa mais séria. Eu casei aos 18 anos, isto é, há quase 58 anos fiz a loucura de tomar por esposa a minha querida Genoveva. Mas, passado o primeiro ano, essa alucinação causou-me tal pasmo que resolvi estudar-lhe as causas. E descobri. – Quais foram? – Uma só: o momento do amor! – Conselheiro! – Há uma época no Rio absolutamente amorosa, quer no tempo da monarquia, quer na República. Consultei estatísticas, observei, indaguei, procedi a inquéritos pessoais... Sabe qual é essa época? A do carnaval! Note você como aumentam os casamentos nos meses seguintes ao carnaval. A maioria das inclinações, dos namoros que terminam em casório, começam no carnaval. Três meses depois estava casado. Cinco dos meus filhos namoraram no carnaval. Minha filha Berenice com 30 anos arranjou o marido que lhe faz a vida feliz, no carnaval. Nove dos meus netos seguiram a regra... – Mas, conselheiro, se é verdade o que V. Exa. diz, era o caso de fazer uns quatro carnavais por ano... – Não daria resultado, meu amigo. O carnaval é uma embriaguez d´alegria. Quem se embriaga uma vez por ano não está acostumado. Quem se embriaga quatro, raciocina na bebedeira. Veneza acabou pelo abuso da máscara. Nós acabaríamos pelo abuso do “zé-pereira”. Mas uma vez por ano é bem o verão impetuoso do desejo, o momento do amor. Depois suspirando: – Aproveite-o você. Eu infelizmente não posso mais. A velhice é como o maître d'hotel da vida. Indica ao cliente o prato ótimo do cardápio e não o come. O texto pertence ao gênero conhecido por: a) conto b) romance c) crônica d) reportagem e) novela 3) (Enem) Gênero dramático é aquele em que o artista usa como intermediária entre si e o público a representação. A palavra vem do grego drao (fazer) e quer dizer ação. A peça teatral é, pois, uma composição literária destinada à apresentação por atores em um palco, atuando e dialogando entre si. O texto dramático é complementado pela atuação dos atores no espetáculo teatral e possui uma estrutura específica, caracterizada: 1) pela presença de personagens que devem estar ligados com lógica uns aos outros e à ação; 2) pela ação dramática (trama, enredo), que é o conjunto de atos dramáticos, maneiras de ser e de agir das personagens encadeadas à unidade do efeito e segundo uma ordem composta de exposição, conflito, complicação, clímax e desfecho; 3) pela situação ou ambiente, que é o conjunto de circunstâncias físicas, sociais, espirituais em que se situa a ação; 4) pelo tema, ou seja, a ideia que o autor (dramaturgo) deseja expor, ou sua interpretação real por meio da representação. COUTINHO, A. Notas de teoria literária. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1973. (Adaptado.) Considerando o texto e analisando os elementos que constituem um espetáculo teatral, conclui-se que: a) a criação do espetáculo teatral apresenta-se como um fenômeno de ordem individual, pois não é possível sua concepção de forma coletiva. b) o cenário onde se desenrola a ação cênica é concebido e construído pelo cenógrafo de modo autônomo e independente do tema da peça e do trabalho interpretativo dos atores. c) o texto cênico pode originar-se dos mais variados gêneros textuais, como contos, lendas, romances, poesias, crônicas, notícias, imagens e fragmentos textuais, entre outros. d) o corpo do ator na cena tem pouca importância na comunicação teatral, visto que o mais importante é a expressão verbal, base da comunicação cênica em toda a trajetória do teatro até os dias atuais. e) a iluminação e o som de um espetáculo cênico independem do processo de produção/recepção do espetáculo teatral, já que se trata de linguagens artísticas diferentes, agregadas posteriormente à cena teatral.
  • 5. 4) (Fuvest-SP) Considere a seguinte relação de obras: Auto da barca do inferno, Memórias de um sargento de milícias, Dom Casmurro e Capitães da areia. Entre elas, indique as duas que, de modo mais visível, apresentam intenção de doutrinar, ou seja, o propósito de transmitir princípios e diretivas que integram doutrinas determinadas. Divida sua resposta em duas partes: a), para a primeira obra escolhida e b), para a segunda obra escolhida, conforme já vem indicado na respectiva página de respostas. Justifique sucintamente cada uma de suas escolhas. 5) (Uepa) Leia os comentários abaixo sobre os contos No Moinho, de Eça de Queirós, O Rebelde, de Inglês e Sousa e a peça teatral Fr. Luís de Sousa, de Almeida Garrett. Analise-os e assinale aqueles que contêm somente afirmações corretas. a) Os realistas-naturalistas que viveram em uma época de forte expansão da racionalidade científica, produziram, às vezes, personagens idealizados, como Paulo da Rocha, de O Rebelde, contrariando o que a observação racional do comportamento humano revela, a saber, que não há ninguém absolutamente perfeito. b) D. Maria da Piedade, do conto No Moinho, é uma personagem adequada à racionalidade correspondente ao avanço tecnológico de fins do século XIX, de vez que suas avaliações da realidade são coerentes, como a que faz do praticante da botica, seu amante. c) As opiniões das personagens de Fr. Luís de Sousa são fundadas em dados racionais, como a de Telmo Pais que garante o retorno de D. João de Portugal com base na carta em que ele afirma voltar um dia “vivo ou morto”. d) D. Maria de Noronha é a única personagem de Fr. Luís de Sousa que se recusa a analisar a realidade a partir de fundamentos religiosos. e) Os romances escritos por Adrião, no conto No Moinho, ajudam D. Maria da Piedade a ter uma visão dos fatos alicerçada naquele tipo de razão que fundamenta o conhecimento tecnológico. 6) A narração possui alguns elementos essenciais. Entre estes, temos o clímax e o desfecho. Escreva a diferença entre eles. 7) A que gênero literário pertence o poema abaixo? Justifique sua resposta. A RUA DOS CATAVENTOS Da vez primeira em que me assassinaram, Perdi um jeito de sorrir que eu tinha. Depois, a cada vez que me mataram, Foram levando qualquer coisa minha. Hoje, dos meus cadáveres eu sou O mais desnudo, o que não tem mais nada. Arde um toco de Vela amarelada, Como único bem que me ficou. Vinde! Corvos, chacais, ladrões de estrada! Pois dessa mão avaramente adunca Não haverão de arrancar a luz sagrada! Aves da noite! Asas do horror! Voejai! Que a luz trêmula e triste como um ai, A luz de um morto não se apaga nunca! (Mário Quintana) A questão seguinte toma por base a Tragédia em um ato, assinada pelo escritor, tradutor e desenhista Millôr Fernandes (1924-) e publicada pela primeira vez em “O pif-paf” (O Cruzeiro, 1945). O capitalismo mais reacionário Tragédia em um ato Personagens: o patrão e o empregado Época: atual Ato Único EMPREGADO – Patrão, eu queria lhe falar seriamente. Há quarenta anos que trabalho na empresa e até hoje só cometi um erro. PATRÃO – Está bem, meu filho, está bem. Mas de agora em diante tome mais cuidado. (Pano rápido) In: FERNANDES, Millôr. Trinta anos de mim mesmo. Rio de Janeiro: Nórdica, 1974. p. 15. 8) (Vunesp) Essa tragédia-relâmpago de Millôr Fernandes, denominada O capitalismo mais reacionário, mobiliza o campo da sugestividade e, num clima de aparente humorismo, libera todo um universo de conceitos, situações e costumes subentendidos. Releia o texto apresentado e, na sua interpretação, responda: a) O que está subentendido no discurso direto do patrão? b) Por que este texto pode ser entendido como crítica de costumes? 9) (Vunesp) A tragédia, no sentido clássico, é uma obra fortemente dramática, inspirada na lenda ou na história, e que põe em cena personagens envolvidos em situações que desencadeiam desgraças. Em sua função poética, destina-se também a infundir o terror e a piedade. Considerando essa definição, releia o texto de Millôr Fernandes e, a seguir:
  • 6. a) interprete por que apenas esse diálogo entre os dois personagens poderia caracterizar uma tragédia, segundo o autor; b) interprete um sentido conotativo da expressão “meu filho”, nas palavras do personagem patrão. 10) (UFG) Leia as estrofes do poema “O prato azul- pombinho”, de Cora Coralina. Minha bisavó – que Deus a tenha em glória – sempre contava e recontava em sentidas recordações de outros tempos a estória de saudade daquele prato azul-pombinho. Era uma estória minuciosa. Comprida, detalhada. Sentimental. Puxada em suspiros saudosistas E ais presentes. E terminava, invariavelmente, depois do caso esmiuçado: “– Nem gosto de lembrar disso...” É que a estória se prendia Aos tempos idos em que vivia Minha bisavó Que fizera deles seu presente e seu futuro. [...] CORALINA, Cora. Melhores poemas de Cora Coralina. Seleção de Darci F. Denófrio. São Paulo: Global, 2004. p. 47. De acordo com a leitura dos fragmentos, explicite: a) A lembrança a que o eu poético faz alusão. b) Como são construídos os traços épico e lírico. 11) (UCS) Leia o poema “Canção excêntrica”, de Cecília Meireles. Ando à procura de espaço para o desenho da vida. Em números me embaraço e perco sempre a medida. Se penso encontrar saída, em vez de abrir um compasso, projeto-me num abraço e gero uma despedida. Se volto sobre o meu passo, é já distância perdida. Meu coração, coisa de aço, começa a achar um cansaço esta procura de espaço para o desenho da vida. Já por exausta e descrida não me animo a um breve traço: – saudosa do que não faço, – do que faço, arrependida. MEIRELES, Cecília. Flor de poemas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2003, p. 80. Em relação ao poema transcrito, analise a veracidade (V) ou a falsidade (F) das proposições abaixo. ( ) Em sua busca de um espaço para o "desenho da vida", o eu-poético sente-se desmotivado. ( ) O título “Canção excêntrica” aponta para a incapacidade de o sujeito lírico centrar-se, encontrando a si mesmo. ( ) O sujeito poético expressa um sentimento de insatisfação em relação às coisas que faz e às que deixa de fazer. Assinale a alternativa que preenche corretamente os parênteses, de cima para baixo. a) V – F – F b) V – F – V c) V – V – V d) F – F – V e) F – F – F 12) (PUC-RS) INSTRUÇÃO: Para responder à questão seguinte, leia o fragmento de Machado de Assis, de 1866, e o poema de Mario Quintana, de 1940, e analise as afirmativas. TEXTO A A explicação da minha recusa e do desamor com que eu via a minha prima estava no meu gênio solitário e contemplativo. Até aos quinze anos fui tido por idiota; dos quinze aos vinte chamavam-me poeta; e, se as palavras eram diferentes, o sentido que a minha família lhes dava era o mesmo. Era pouco de ser estimado um moço que não comungava nos mesmos passatempos da casa e via correr as horas na leitura e nas digressões pelo mato. TEXTO B Eu nada entendo da questão social. Eu faço parte dela, simplesmente... E sei apenas do meu próprio mal, Que não é bem o mal de toda a gente, Nem é deste Planeta... Por sinal Que o mundo se lhe mostra indiferente! E o meu Anjo da Guarda, ele somente, É quem lê os meus versos afinal... E enquanto o mundo em torno se esbarronda. Vivo regendo estranhas contradanças No meu vago País de Trebizonda... Entre os Loucos, os Mortos e as Crianças. É lá que eu canto, numa eterna ronda, Nossos comuns desejos e esperanças!...
  • 7. I. O uso da primeira pessoa está de acordo com a temática dos textos, relacionada à afirmação da individualidade. II. Os dois autores expressam uma atitude crítica ante os interesses sociais que anulam os valores humanos. III. Em contextos sociais muito distantes no tempo, os autores expressam, em gêneros diferentes, seu posicionamento. Pela análise das afirmativas, conclui-se que está/estão correta(s): a) apenas I. b) apenas II. c) apenas III. d) apenas I e II. e) I, II e III. 13) (Enem) No poema “Procura da poesia”, Carlos Drummond de Andrade expressa a concepção estética de se fazer com palavras o que o escultor Michelângelo fazia com mármore. O fragmento abaixo exemplifica essa afirmação. (…) Penetra surdamente no reino das palavras. Lá estão os poemas que esperam ser escritos. (…) Chega mais perto e contempla as palavras. Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra e te pergunta, sem interesse pela resposta, pobre ou terrível, que lhe deres: trouxeste a chave? ANDRADE, Carlos Drummond de. A rosa do povo. Rio de Janeiro: Record, 1997, p. 13-4. Esse fragmento poético ilustra o seguinte tema constante entre autores modernistas: a) a nostalgia do passado colonialista revisitado. b) a preocupação com o engajamento político e social da literatura. c) o trabalho quase artesanal com as palavras, despertando sentidos novos. d) a produção de sentidos herméticos na busca da perfeição poética. e) a contemplação da natureza brasileira na perspectiva ufanista da pátria. INSTRUÇÃO: Leia a letra do samba-canção Escultura, de Adelino Moreira (1918-2002) e Nelson Gonçalves (1919-1998) e responda a questão. ESCULTURA Cansado de tanto amar, Eu quis um dia criar Na minha imaginação Uma mulher diferente De olhar e voz envolvente Que atingisse a perfeição. Comecei a esculturar No meu sonho singular Essa mulher fantasia. Dei-lhe a voz de Dulcineia, A malícia de Frineia E a pureza de Maria. Em Gioconda fui buscar O sorriso e o olhar, Em Du Barry o glamour, E, para maior beleza, Dei-lhe o porte de nobreza De madame Pompadour. E assim, de retalho em retalho, Terminei o meu trabalho, O meu sonho de escultor, E, quando cheguei ao fim, Tinha diante de mim Você, só você, meu amor. MOREIRA, Adelino; GONÇALVES, Nelson. Escultura. In: Nelson Gonçalves. A volta do boêmio. Sonopress BMG Ariola, São Paulo, 1996. 14) (Unesp) O ritmo dos versos em língua portuguesa é obtido pela alternância de sílabas fracas e fortes ao longo de cada verso e da estrofe. Essa alternância faz com que versos de sete sílabas, como os da letra de Nelson Gonçalves, tenham normalmente três sílabas fortes, embora não seja raro apresentarem apenas dois ou até mesmo mais de três acentos em seu curso. Levando este fato em consideração, aponte, na última estrofe da letra, o verso em que a maior concentração emocional é marcada por uma maior ocorrência de sílabas fortes. AULA DE PORTUGUÊS A linguagem na ponta da língua tão fácil de falar e de entender. A linguagem na superfície estrelada de letras, sabe lá o que quer dizer? Professor Carlos Góis, ele é quem sabe, e vai desmatando o amazonas de minha ignorância. Figuras de gramática, esquipáticas, atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me. Já esqueci a língua em que comia, em que pedia para ir lá fora, em que levava e dava pontapé, a língua, breve língua entrecortada do namoro com a priminha. O português são dois; o outro, mistério. ANDRADE, Carlos Drummond de. Esquecer para lembrar. Rio de Janeiro: José Olympio, 1979.
  • 8. 15) (Enem) Explorando a função emotiva da linguagem, o poeta expressa o contraste entre marcas de variação de usos da linguagem em: a) situações formais e informais. b) diferentes regiões do país. c) escolas literárias distintas. d) textos técnicos e poéticos. e) diferentes épocas. GABARITO 01: E. 02: C. 03: C. 04: 1.ª obra escolhida: a) O Auto da Barca do Inferno é informado por princípios da moral cristã, pelos quais são julgados os comportamentos dos mortos prestes a embarcar, no “cais das almas”, para o mundo post-mortem, em que serão punidos ou recompensados. 2.ª obra escolhida: b) Capitães da Areia é um romance em que se faz a apologia da revolução socialista como panaceia para as injustiças sociais decorrentes do regime capitalista. É uma obra que busca o “engajamento” na luta social, tendo sido por isso proibida durante o Estado Novo. A intenção de doutrinar politicamente o leitor é recorrente, como exemplifica o final: “E, apesar de que lá fora era o terror, qualquer daqueles lares era um lar que se abriria para Pedro Bala, fugitivo da polícia. Porque a revolução é uma pátria e uma família”. 05: A. 06: Clímax: o narrador cria uma situação que vai, progressivamente, aumentando sua dramaticidade até chegar ao clímax, ou seja, ao ponto máximo. Desfecho: momento que recebe o clímax, no qual se finaliza a história e cada personagem segue seu "destino". 07: O poema pertence ao gênero lírico, pois o autor escreve em primeira pessoa (é subjetivo), explora a musicalidade entre as palavras, expressa seu mundo interior, suas emoções idéias e impressões. Obs.: ressaltar que Mário Quintana versa sobre as coisas simples da vida com um lirismo ímpar e com uma fina ironia e sarcasmo. 08: a) Embora aparentemente o patrão se mostre compreensivo e paternal, no fundo há, em sua fala, uma severa advertência ao empregado (ele afirma que o empregado é descuidado, desatento), advertência desnecessária se forem considerados os quarenta anos de dedicação e um erro cometido. b) Millôr Fernandes faz uma crítica ao comportamento do capitalista, o que nos remete ao título: o patrão é típico representante do capitalismo mais reacionário, primitivo, atrasado. 09: a) O diálogo está centrado em um conflito, existe a representação de uma situação que pode desencadear desgraça; para o leitor sensível, a cena pode infundir o terror e a piedade. b) Conotativamente, a expressão “meu filho” deve ser entendida como manifestação da postura aparentemente paternalista que o patrão assume. 10: a) o prato azul-pombinho OU: a quebra do prato azul-pombinho, última peça do aparelho de jantar da família. b) o épico é construído pelo ato de a bisavó contar e recontar estórias minuciosas, compridas e detalhadas de outros tempos. O lírico é construído sob ótica subjetiva. OU: o lírico é construído pelas estórias que eram contadas por recordações saudosas. OU: o lírico é construído pelo passado que se mescla ao presente e ao futuro. 11: C 12: E 13: C 14: O último verso da estrofe é o que apresenta maior concentração emocional e ritmo forte (trata-se do gran finale, do “verso de ouro” da música): das cinco palavras que o formam, temos três oxítonas e um monossílabo tônico, ou seja, palavras de prosódia forte. 15: A