O documento analisa as perspectivas para as exportações brasileiras e gaúchas em 2016, à luz da conjuntura econômica nacional e internacional. Espera-se que as exportações se fortaleçam com a desvalorização do real, apesar da expectativa de queda nos preços das commodities. Os principais destinos das exportações devem continuar sendo a China, Argentina e EUA. O Plano Nacional de Exportações e acordos comerciais podem ampliar mercados para produtos brasileiros.
Carta de Conjuntura - (15/03/2016) - Tomás Torezani
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Carta de Conjuntura FEE
Março de 2016
Perspectivas para as
exportações do Brasil
e do RS em 2016
Tomás A. Torezani
Pesquisador em Economia
NDEC/CIE
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Motivação
• Em 2015 houve reversão do déficit comercial brasileiro.
• Deterioração dos indicadores macroeconômicos.
• Forte recuo das importações, além do valor exportado.
• Para 2016 espera-se fortalecimento do superávit.
-0.7
44.9 46.5
29.8
19.4
2.3
-4.1
19.7
50.0
-10
0
10
20
30
40
50
60
US$Bilhões
Maior superávit
desde 2011
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• As importações continuarão a recuar em 2016:
• Por conta da recessão econômica;
• do câmbio depreciado; e
• Da piora das expectativas dos indicadores macroeconômicos.
• Como será o comportamento das exportações?
Analisar as perspectivas para as exportações
brasileiras e gaúchas em 2016, diante da conjuntura
nacional e internacional.
Objetivo
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Estrutura da apresentação
• 1. Panorama geral das exportações
• 2. Taxa de câmbio
• 3. Preços de commodities
• 4. Principais destinos
• 5. Plano Nacional de Exportações
• 6. Agropecuária
• 7. Considerações finais
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• Espera-se uma reação mais vigorosa das exportações
de manufaturados ao realinhamento cambial.
• Defasagem das exportações ao câmbio:
• Negociação de novos contratos
• Reativação de canais de exportação
• Acesso a novos mercados
• Alguns setores já percebem alguns indícios de
substituição de parte dos importados por produção
nacional.
• Maior rentabilidade em reais dos últimos 11 anos.
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Destinos das exportações brasileiras em 2015 (%)
19
13
7
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
28 países = 80% da pauta
exportadora brasileira
China + EUA + Argentina = 38%
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CRs 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2014 2015
CR(1) 12% 13% 16% 16% 17% 16% 24% 28%
CR(2) 22% 24% 30% 26% 28% 25% 31% 35%
CR(3) 31% 33% 38% 34% 35% 33% 38% 42%
CR(4) 36% 37% 42% 38% 38% 37% 43% 44%
CR(8) 48% 50% 54% 53% 49% 48% 53% 54%
RANKING DOS PRINCIPAIS DESTINOS DAS EXPORTAÇÕES GAÚCHAS: 2007-2015
1º EUA EUA China China China China China China
2º Argentina China Argentina Argentina Argentina Argentina EUA Argentina
3º China Argentina EUA EUA EUA EUA Argentina EUA
4º Rússia Rússia Bélgica Paraguai Holanda Holanda Paraguai Coreia
5º Holanda Paraguai Alemanha Holanda Paraguai Paraguai Holanda Vietnã
CR (Razão de Concentração) – Rio Grande do Sul
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Principais Destinos - China
• CHINA: Mudança de modelo de crescimento:
• Manufatura Serviços
• Investimento Consumo
• Redução das compras de minério e de petróleo;
• Manutenção/crescimento das compras de soja em grão;
• Crescimento das compras de celulose e de carnes.
2015/2014 - Exportações
Variações (%) BRASIL RS
Valor -12,3% 9,1%
Volume 33,7% 27,4%
Preço -34,4% -22,1%
2016/2015 – 1º bimestre
Variações (%) BRASIL RS
Valor 11,7% 278,4%
Volume 47,6% 372,6%
Preço -24,4% -19,9%
Fonte: Sistema de Exportações FEE
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Principais Destinos – Argentina e EUA
• ARGENTINA: Macri Afrouxamento nas restrições ao
comércio:
• Reduções e extinções de impostos de exportação
• Extinção do imposto de importação (DJAIs)
• EUA: Recuperação do ritmo de crescimento pós-crise:
• Aumento das importações
• Principais mercados para os nossos produtos
manufaturados
2015/2014 – Argentina
Variações (%) BRASIL RS
Valor -6,8% -6,6%
Volume 4,5% 7,8%
2015/2014 – EUA
Variações (%) BRASIL RS
Valor 2,4% -10,5%
Volume 18,9% 10,0%
2016/2015
(jan-fev)
Var. volume
BR-ARG: 26,8%
BR-EUA: 10,0%
RS-ARG: 9,5%%
RS-EUA: 63,0%
Fonte: SisExp/FEE
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Composição das exportações brasileiras (esquerda) e
gaúchas (direita) para destinos selecionados
Fonte: SisExp/FEE – Elaboração própria
80.29
92.93
63.57
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
2015 2015 2015
Argentina EUA China
Básicos Semimanuf. Manufaturados Op. Especiais
89.83
96.87
67.93
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
2015 2015 2014
Argentina EUA China
Básicos Semimanuf. Manufaturados Op. Especiais
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• PNE 2015-2018: Lançado em 24 de junho de 2015.
• Reposicionamento da política comercial brasileira.
• Fortalecimento com parceiros já tradicionais.
• Abertura de novos mercados.
• 2015: 1.100 empresas voltaram/começaram a exportar.
• Expectativa para 2016: mais de 2 mil entrarem na lista
de exportadores.
• RS: aumento de 20% da base exportadora, a partir do
Plano Nacional da Cultura Exportadora (PNCE).
• Apoio à empresas na avaliação de produtos, consultoria de
inteligência comercial, participação em missões comerciais
e rodadas de negócios, acesso à ferramentas de
treinamento e capacitação.
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• Acordos comerciais:
• Veículos (Argentina, México, Uruguai e Colômbia)
• Acordos de Complementação Econômica (ACEs)
• Medidas de facilitação do comércio:
• Ex.: Eliminação do uso de papel nas operações de comércio
exterior
• Mecanismos regimes tributários e de financiamento e
garantia às exportações.
• 2016:
• Ampliação da integração produtiva/comercial com Argentina.
• Avanço nas trocas de ofertas entre Mercosul e U.E.
• Aprovação na Câmara do Acordo de Facilitação de Comércio
(AFC) espera nos portos de 13 para 2 dias; reduzir em 13%
os custos de exportação e importação.
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• Medidas em 2015:
• Recuperação de diversos mercados embargados
(sobretudo, de bovinos);
• Acesso aos maiores importadores lácteos (China, Rússia e
Japão);
• Reabertura/ampliação de mercados para carnes, lácteos, e
alimentos para animais;
• Acordos sanitários e fitossanitários;
• Combate às práticas ilegais no comércio internacional;
• Ampliação da atuação dos adidos agrícolas.
• Boas perspectivas de safra agrícola em 2016, além de
carnes: ainda maior do que a de 2015 tanto para o
Brasil quanto para o RS.
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Perspectivas favoráveis para 2016
• Aumento das exportações do Brasil e RS, sobretudo
em função:
• Câmbio competitivo e estável;
• Queda mais branda dos preços de commodities;
• Avanço em mercados importantes para os produtos
básicos (China) e manufaturados (EUA e Argentina);
• Acesso a novos mercados;
• Medidas do PNE;
• Safra agrícola e produtos da agropecuária.
• Mas com piora das exportações da indústria extrativa.
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Contudo...
• Ressalta-se a baixa participação das exportações no
PIB:
• O que limita a capacidade de reação das economias
brasileira e gaúcha por meio desse vetor, apenas.
• Para ser sustentável a longo prazo:
• Competitividade não apenas via preço.
• Corrigir problemas estruturais de décadas.
• Elevar a complexidade da estrutura produtiva.
• Agregar qualidade das exportações.
• Sobretudo, em tempos de menor crescimento do
comércio mundial e acirramento da concorrência
externa.
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Fundação de Economia e Estatística
Siegfried Emanuel Heuser
Diretoria
Presidente: Igor Alexandre Clemente de Morais
Diretor Técnico: Martinho Roberto Lazzari
Diretora Administrativa: Nóra Angela Gundlach Kraemer
Rua Duque de Caxias, 1691
Centro Histórico, Porto Alegre
CEP: 90010-283
(51) 3216.9000
Obrigado
Tomás A. Torezani
torezani@fee.tche.br
Núcleo de Dados e Estudos
Conjunturais
Carta de Conjuntura FEE
carta.fee.tche.br
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