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Normatização Contábil Baseada em 
Princípios, Regras ou Objetivos? 
Luiz Felipe de A. Pontes Girão 
Universidade Federal da Paraíba 
Palestra baseada no artigo 
PAULO, E.; CARVALHO, L.N.; GIRÃO, L. F. A. P. . Algumas questões sobre a normatização contábil 
baseada em princípios, regras e objetivos. Revista Evidenciação Contábil & Finanças, v. 2, p. 24-39, 
2014.
A contabilidade é um modelo que tenta representar a 
realidade, limitado (dentre outros fatores) pelas normas 
I Encontro Interdisciplinar da Paraíba 
UFCG – 12/12/2014 
2 
Regras! Princípios! 
Objetivos? 
Fonte da imagem: autor desconhecido (recebida por email)
Definições (NELSON, 2003; JREIGE, 1998) 
• Normas baseadas em regras incluem critérios 
específicos, os limiares das “bright lines” (BL), como 
restrições de escopo, exceções, orientações de 
implementação etc. 
• Normas baseadas em princípios referem-se aos 
entendimentos fundamentais que informam as 
transações e eventos econômicos. 
– O princípio domina a regra (ou deveria...). 
I Encontro Interdisciplinar da Paraíba 
UFCG – 12/12/2014 
3 
Exemplo de BL no FASB - Leasing financeiro: prazo 
maior ou igual a 75% da vida útil do bem
Normas baseadas em regras e princípios 
• Princípios: tem como objetivo determinar não como 
fazer, mas sim como decidir o que precisa ser feito e 
exigem conhecimento do contador para exercer seu 
julgamento. 
• Regras: Pejorativamente chamado de “the cookbook 
approach”, tem o objetivo de dizer o que fazer e 
exigem do contador experiência na pesquisa da 
literatura oficial. 
(ALEXANDER; JERMAKOWICZ, 2006; COLLINS; PASEWARK; RILEY, 2012) 
I Encontro Interdisciplinar da Paraíba 
UFCG – 12/12/2014 
4 
Pode levar a diversas interpretações para um mesmo caso 
Pode levar ao “gerenciamento” da regra
PORQUE AS REGRAS NÃO SÃO A RESPOSTA? 
(SHIELDS, 2006) 
5 
3. 2. Os As defensores regras são das autoritárias regras dizem e obrigatórias, que ela é porém 
pouco 
elas complexa não e previnem os que são as contrários práticas dizem desonestas que ela causa 
(e.g. 
complexidade manipulação de e BL). 
um atraso nas mudanças. 
1. Os defensores dizem que as regras são o que os 
preparadores, auditores e reguladores querem, pois 
fornecem um guia detalhado, claro e respostas 
precisas às questões. 
A autoridade e o enforcement (responsável) são 
qualidades dos reguladores, não das normas. Os 
reguladores devem ter a capacidade de entender e 
questionar os julgamentos. 
Os EUA criam uma regra para sanar algum problema 
e a busca pela “solução” só ocorre após o problema 
ter ocorrido, quando poderia ter sido antecipada por 
um princípio (estrutura conceitual bem definida). 
Contudo, esses fatores citados reduzem ou eliminam 
o exercício do julgamento profissional levando à 
desqualificação da profissão e redução do value 
relevance.
Qual seria o “ideal”? 
Não é possível haver uma 
norma contábil puramente 
baseada em Princípios, e as 
Regras já tem se mostrado não 
muito efetivas... 
(BENNETT; PRANGNELL, 2006) 
I Encontro Interdisciplinar da Paraíba 
UFCG – 12/12/2014 
6
Normatização baseada em Objetivos 
• Uma norma baseada em objetivos deve conter os 
seguintes elementos (lembra alguma coisa?): 
– Breve resumo da norma; 
– A norma inclui: 
1. Objetivos; 
2. Essência (ou corpo) da norma; 
3. Data efetiva e transição; 
4. Bases para conclusão; e 
5. Guia de implementação (temos em algumas normas, 
e.g. os R2 e R3, principalmente). 
I Encontro Interdisciplinar da Paraíba 
UFCG – 12/12/2014 
(SEC, 2003) 
I 
F 
R 
S 
C 
P 
C 
Isso implica em mudança drástica no processo educacional e nos profissionais 
contábeis e de áreas correlatas. 
Em 2007 a SEC permite que as empresas estrangeiras publiquem em IFRS. 
7
Normatização baseada em Objetivos 
• Características do Sistema Baseado em Objetivos: 
1. Busca por (e tradeoff) relevância, confiabilidade, 
objetividade/verificabilidade e comparabilidade 
(mutuamente exclusivas?); 
2. Visão (ou abordagem) do Ativo/Passivo (IASB /FASB x 
APB opinions) (foco no BP); 
3. Teoria do Escopo Ótimo (elimina as exceções e a 
complexidade, que geram regras); 
4. Guia de implantação para os usuários (cuidado para não 
criar mais regras); e 
I Encontro Interdisciplinar da Paraíba 
UFCG – 12/12/2014 
(SEC, 2003) 
Definir o escopo apropriado é um dos maiores 
desafios (SEC, 2003) 
Ex.: SFAS 133 (derivativos) tem 9 exceções 
(princípios mal definidos) que geraram mais 2 
Consequências mnuodrmaans çea15s inctoermpreptaoçõretsamentais: (a) mais julgamento 
profissional e (b) disclosure mais transparente 
8
Objetividade versus Relevância 
• Dois amigos estavam realizando uma volta ao mundo em um balão 
quando se perderam e decidiram aterrissar para perguntar a alguém sobre 
sua localização (SANTOS, 1998, p.1). 
• Os dois foram informados por um morador local que eles estavam: (a) a 
uma hora de caminhada da granja do Sr. Silva, criador de gado da região, 
para quem trabalhava; (b) muito próximos da floresta de mata virgem 
conhecida na região como Matinho, que pode, inclusive, ser avistada do 
ponto de onde conversavam; e (c) nas terras do Sr. Soares, cuja filha casou 
com o sobrinho do Sr. Silva. 
• Um dos amigos questionou o outro: por que tínhamos que encontrar logo 
I Encontro Interdisciplinar da Paraíba 
UFCG – 12/12/2014 
um contador?! 
• O outro amigo questionou: como você sabe que ele é contador?! 
• Simples, respondeu: ele nos deu uma informação absolutamente precisa, 
detalhada e inquestionável, mas também sem relevância. 
Muita Objetividade/Verificabilidade  Pouca Relevância 
9 
Ou seria órgão normativo ou regulador? 
No final veremos um vídeo sobre isso...
Objetividade versus Relevância 
• É relevante conhecer o Goodwill gerado 
internamente? Essa informação é 
objetiva/verificável? 
I Encontro Interdisciplinar da Paraíba 
UFCG – 12/12/2014 
10
Relevância: regras ou princípios? 
• Algumas pesquisas evidenciam que as informações 
contábeis elaboradas em IFRS são mais relevantes do 
que aquelas em USGAAP. 
Escaffre e Sefsaf (2011) analisaram o value relevance de empresas 
financeiras (2005-2007) da França, Espanha, UK (ambas em IFRS) e 
dos EUA (USGAAP). Os números contábeis das empresas 
europeias foram mais value relevants (eles não compararam antes 
com depois). 
Chao e Horng (2013) evidenciaram, entre outras características 
qualitativas da informação contábil, que as IFRS (com empresas do 
mundo todo, entre 2004 e 2010) geram números mais value 
relevants do que os GAAPs locais. 
O aumento da relevância pode ser justificado pela utilização do julgamento, pois os insiders 
conhecem melhor a capacidade de geração de fluxos de caixa da empresa (ALEXANDER; 
I Encontro Interdisciplinar da Paraíba 
JERMAKOWICZ, 2006) 11 
UFCG – 12/12/2014
Consistência(s) 
• Consistências: 
(WUSTEMANN; WUSTEMANN, 2005) 
A “reforma” das normas busca a eliminação das inconsistências 
a) Consistência interna das normas (regras que não levem a 
diversas interpretações); e 
Não parece ser o caso do VJ nos Shoppings 
b) Consistência na aplicação das normas (empresa e 
Parece ser o caso do VJ nos Shoppings 
I Encontro Interdisciplinar da Paraíba 
UFCG – 12/12/2014 
tempo). 
• Tradeoff entre consistência e relevância: 
Se o regulador quiser comparabilidade, enforcement e objetividade, 
terá que perder relevância, pelo aumento da consistência interna 
(que limita o julgamento dos gestores) 
Vale à pena?! 
12
Consistência(s) 
• As IFRS nunca serão aplicadas de forma consistente: 
nenhuma das duas (a ou b)(W;W, 2005). 
• “Normas baseadas em regras melhoram a 
comparabilidade” e “baseadas em princípios 
melhoram a relevância”. 
Será? E a questão da manipulação dos contratos/eventos de 
acordo com as bright-lines? 75%, 90%... (pseudo-comparabilidade) 
I Encontro Interdisciplinar da Paraíba 
UFCG – 12/12/2014 
13
Implicações dos Princípios no Brasil 
• Houve diminuição dos accruals discricionários 
(Modelo KS) após a adoção completa; 
• Aumento no conservadorismo (Modelos de Basu e 
BS); 
• Aumento na tempestividade e relevância (modelo de 
Easton); e 
• Redução no custo do capital próprio que pode ter 
sido em decorrência do aumento da qualidade da 
informação contábil (no período de 2000 a 2012). 
I Encontro Interdisciplinar da Paraíba 
UFCG – 12/12/2014 
SILVA (2013) 
14
Outros desafios 
• O IASB deve ter cuidado ao incluir “regras” e “guias” 
nas IFRS (“as IFRS serão os USGAAP daqui a 40 anos”, 
“as IFRS ainda não são regras porque não tiveram 
tempo para isso”). 
• Estrutura conceitual bem definida ou maior número 
de normas e regras? Desafio para a educação. 
• Convergência mundial: competição entre os órgãos e 
a qualidade da informação (NELSON, 2003). 
• Devemos quebrar a barreira do “inglês”, para poder 
ter acesso à norma completa (como as bases para 
conclusão). 
I Encontro Interdisciplinar da Paraíba 
UFCG – 12/12/2014 
15
Outros desafios 
• O que fazer com o legado de exceções à regra? 
(principalmente nos setores específicos: isentá-las 
para uso de normas específicas?) (SEC, 2003). 
• Órgãos reguladores que ainda não “aceitaram” todas 
as normas: limita ainda mais a comparabilidade. 
• Simplificar sem “regrar” demais: 
– “Uma norma deveria ter a capacidade de ser explicada em 
um minuto (...) porém existem normas que desafiam 
qualquer explicação simples” (SHIELDS, 2006) 
I Encontro Interdisciplinar da Paraíba 
UFCG – 12/12/2014 
16
O debate continua... 
• Quem é melhor? Os eventos anteriores a SOX estão a 
favor dos princípios... a normatização baseada em 
objetivos contribui com o debate. 
• A completa comparabilidade não é possível (ênfase 
deve ser dada aos julgamentos). 
• Qualquer resposta para a pergunta de cima requer 
mudança na profissão (riscos, custos, coragem para 
julgar, importância da pós-graduação...). 
• Enforcement responsável: diversidade de 
julgamentos (e.g. tipo de orientação do auditor). 
• Muitos detalhes dificultam a convergência: leis, 
culturas etc impedirão isso. 
I Encontro Interdisciplinar da Paraíba 
UFCG – 12/12/2014 
17
O debate continua... 
• Entendimento da norma, racionalidade dos usuários 
da informação, volume das notas explicativas e 
assimetria informacional. Será que os usuários 
externos estão preparados (desconfio que nem os 
preparadores estejam)? 
• Vídeo: o efeito da quantidade de 
informações regradas para os usuários da 
informação. 
VOCÊS ESTÃO PREPARADOS PARA ISSO? 
I Encontro Interdisciplinar da Paraíba 
UFCG – 12/12/2014 
18
Como entrar no mestrado? 
• O processo seletivo (normalmente): 
Aqui estou falando 
como aluno e não 
como Professor! 
– Ocorre no final do ano (quem não for bacharel é exigida uma 
declaração de provável concluinte até a matrícula). 
– Etapas: Teste ANPAD, teste interno (contabilidade e métodos 
quantitativos), prova oral e currículo. 
• O que é exigido em cada uma dessas etapas? 
• O que a banca espera de você na prova oral e análise do 
I Encontro Interdisciplinar da Paraíba 
UFCG – 12/12/2014 
seu projeto? 
• Dicas finais: 
– Leia artigos científicos; 
– Faça um projeto bem estruturado; 
– Tenha uma boa leitura em inglês (como?); e 
– Confie em você e boa sorte! (essa é talvez a mais importante). 
19
Propaganda e contato 
• FINANÇAS APLICADAS BRASIL: 
FINANCASAPLICADASBRASIL.blogspot.com 
• CONTABILIDADE & MÉTODOS QUANTITATIVOS: 
CONTABILIDADEMQ.blogspot.com 
I Encontro Interdisciplinar da Paraíba 
UFCG – 12/12/2014 
• Email: 
LUIZFELIPE@ccsa.ufpb.br 
20
I Encontro Interdisciplinar da Paraíba 
UFCG – 12/12/2014 
REFERÊNCIAS 
• AGOGLIA, C. P.; DOUPNIK, T. S.; TSAKUMIS, G. T. Principles-Based versus Rules-Based Accounting 
Standards: The Influence of Standard Precision and Audit Committee Strength on Financial Reporting Decisions. 
The Accounting Review American Accounting Association, v. 86, n. 3, p. 747–767, 2011. 
• ALEXANDER, D; JERMAKOWICZ, E. A True and Fair View of The Principles Rules Debate. Abacus, vol. 
42, n.2, p.132-164, 2006. 
• CARMONA, S.; TROMBETTA, M. On the global acceptance of IAS/IFRS accounting standards: The logic and 
implications of the principles-based system. Journal Accountancy Public Policy, n. 27, p. 455–461, 2008. 
• CHAO, C.L.; HORNG, S.N. Does the SEC's Waiver of IFRS to U.S. GAAP Reconciliation Improve the Quality 
of Financial Reporting?, Accounring and Finance Research, v.2,n.3, 2013. 
• COLLINS, D. L.; PASEWARK, W. R.; RILEY, M. E. Financial Reporting Outcomes under Rules-Based and 
Principles-Based Accounting Standards. Accounting Horizons , v. 26, n. 4, p. 681–705, 2012. 
• DANTAS, J. A.; RODRIGUES, F.F.; NIYAMA, J. K.; MENDES, P. C. M. Normatização contábil baseada em 
princípios ou em regras? Benefícios, custos, oportunidades e riscos. Revista de Contabilidade e Organizações 
– FEA-RP/USP, v. 4, n. 9, p. 3-29, 2010. 
• ESCAFRE, L.; SEFSAF, R. THE VALUE RELEVANCE OF ACCOUNTING NUMBERS: THE CASE OF 
FINANCIAL INSTITUTIONS, Bankers, Markets and Investors, 2012. 
• HOUQE, M. N. et al. The effect of IFRS adoption and investor protection on earnings quality around the world. 
The International Journal of Accounting. 47, 333-355, 2012. DOI: 10.1016/j.intacc.2012.07.003. 
• JREIGE, E. F. True and Fair View: um entrave ou um impulso para a Contabilidade? Caderno de Estudos 
FIPECAFI, vol. 10, n.17, p.35-46, jan/abr, 1998. 
• NELSON, M. W. Behavioral Evidence on the Effects of Principles- and Rules-Based Standards. Accounting 
Horizons, vol. 17, n.1, p.91-104, 2003. 
• NELSON, M.W.; ELLIOTT, J.; TARPLEY, R. L. Evidence from Auditors about Manager’s and Auditor’s Earnings 
Management Decisions. The Accounting Review, v.77, p.175-202, Suplement, 2002. 
21
REFERÊNCIAS 
• PAULO, E. et al. THE IMPACT OF THE ADOPTION OF INTERNATIONAL FINANCIAL REPORTING 
STANDARDS ABOUT THE QUALITY OF ACCOUNTING INFORMATION OF THE BRAZILIAN AND 
EUROPEAN PUBLIC FIRMS. In: Congresso ANPCONT, 2013, Fortaleza. VII Congresso ANPCONT, 2013. 
• PAULO, E.; MARTINS, E.; GIRÃO, L.F.A.P . Accounting Information Quality in Latin and North 
American Public Firms, Research in Accounting in Emerging Economies, 2014. 
• SANTOS, E.S. Objetividade x Relevância: o que o modelo contábil deseja espelhar? Caderno de 
Estudos da FIPECAFI, v.10, n.18, p.1-16, mai-ago, 1998. 
• SCHIPPER, K. Principles-based accounting standards. Accounting Horizons. v. 17. n. 1. mar. 2003. 
I Encontro Interdisciplinar da Paraíba 
UFCG – 12/12/2014 
p. 61-72. 
• SECURITIES AND EXCHANGE COMMISSION (SEC). Study pursuant to section 108(d) of the Sarbanes- 
Oxley act of 2002 on the adoption by the United States financial reporting system of a principles-based 
accounting system. 2003. disponível: www.sec.gov em 20.08.2013. 
• SHIELDS, H. (Org.). Principles not rules: a question of judgement. The Institute of Chartered 
Accountants of Scotland. 2006. 
• SILVA, R.L.M. Adoção completa das IFRS no Brasil: qualidade das demonstrações contábeis e o 
custo de capital próprio. 2013. Tese (Doutorado em Controladoria e Contabilidade) - Faculdade de 
Economia, Administração e Contabilidade – USP, 2013 
• VICENT, L. et al. Evaluating concepts-based vs. rules-based approaches to standard setting. 
Accounting Horizons. v. 17. n. 1. mar. 2003. p. 73-89. 
• WUSTEMANN, J.; WUSTEMANN, S. Why consistency of accounting standards matters: a 
contribution to the rules-versus-principles debate in financial reporting. Abacus, v.46, n.1, 2010. 
doi: 10.1111/j.1467-6281.2010.00304.x 
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Normatização contábil baseada em princípios, regras ou objetivos

  • 1. Normatização Contábil Baseada em Princípios, Regras ou Objetivos? Luiz Felipe de A. Pontes Girão Universidade Federal da Paraíba Palestra baseada no artigo PAULO, E.; CARVALHO, L.N.; GIRÃO, L. F. A. P. . Algumas questões sobre a normatização contábil baseada em princípios, regras e objetivos. Revista Evidenciação Contábil & Finanças, v. 2, p. 24-39, 2014.
  • 2. A contabilidade é um modelo que tenta representar a realidade, limitado (dentre outros fatores) pelas normas I Encontro Interdisciplinar da Paraíba UFCG – 12/12/2014 2 Regras! Princípios! Objetivos? Fonte da imagem: autor desconhecido (recebida por email)
  • 3. Definições (NELSON, 2003; JREIGE, 1998) • Normas baseadas em regras incluem critérios específicos, os limiares das “bright lines” (BL), como restrições de escopo, exceções, orientações de implementação etc. • Normas baseadas em princípios referem-se aos entendimentos fundamentais que informam as transações e eventos econômicos. – O princípio domina a regra (ou deveria...). I Encontro Interdisciplinar da Paraíba UFCG – 12/12/2014 3 Exemplo de BL no FASB - Leasing financeiro: prazo maior ou igual a 75% da vida útil do bem
  • 4. Normas baseadas em regras e princípios • Princípios: tem como objetivo determinar não como fazer, mas sim como decidir o que precisa ser feito e exigem conhecimento do contador para exercer seu julgamento. • Regras: Pejorativamente chamado de “the cookbook approach”, tem o objetivo de dizer o que fazer e exigem do contador experiência na pesquisa da literatura oficial. (ALEXANDER; JERMAKOWICZ, 2006; COLLINS; PASEWARK; RILEY, 2012) I Encontro Interdisciplinar da Paraíba UFCG – 12/12/2014 4 Pode levar a diversas interpretações para um mesmo caso Pode levar ao “gerenciamento” da regra
  • 5. PORQUE AS REGRAS NÃO SÃO A RESPOSTA? (SHIELDS, 2006) 5 3. 2. Os As defensores regras são das autoritárias regras dizem e obrigatórias, que ela é porém pouco elas complexa não e previnem os que são as contrários práticas dizem desonestas que ela causa (e.g. complexidade manipulação de e BL). um atraso nas mudanças. 1. Os defensores dizem que as regras são o que os preparadores, auditores e reguladores querem, pois fornecem um guia detalhado, claro e respostas precisas às questões. A autoridade e o enforcement (responsável) são qualidades dos reguladores, não das normas. Os reguladores devem ter a capacidade de entender e questionar os julgamentos. Os EUA criam uma regra para sanar algum problema e a busca pela “solução” só ocorre após o problema ter ocorrido, quando poderia ter sido antecipada por um princípio (estrutura conceitual bem definida). Contudo, esses fatores citados reduzem ou eliminam o exercício do julgamento profissional levando à desqualificação da profissão e redução do value relevance.
  • 6. Qual seria o “ideal”? Não é possível haver uma norma contábil puramente baseada em Princípios, e as Regras já tem se mostrado não muito efetivas... (BENNETT; PRANGNELL, 2006) I Encontro Interdisciplinar da Paraíba UFCG – 12/12/2014 6
  • 7. Normatização baseada em Objetivos • Uma norma baseada em objetivos deve conter os seguintes elementos (lembra alguma coisa?): – Breve resumo da norma; – A norma inclui: 1. Objetivos; 2. Essência (ou corpo) da norma; 3. Data efetiva e transição; 4. Bases para conclusão; e 5. Guia de implementação (temos em algumas normas, e.g. os R2 e R3, principalmente). I Encontro Interdisciplinar da Paraíba UFCG – 12/12/2014 (SEC, 2003) I F R S C P C Isso implica em mudança drástica no processo educacional e nos profissionais contábeis e de áreas correlatas. Em 2007 a SEC permite que as empresas estrangeiras publiquem em IFRS. 7
  • 8. Normatização baseada em Objetivos • Características do Sistema Baseado em Objetivos: 1. Busca por (e tradeoff) relevância, confiabilidade, objetividade/verificabilidade e comparabilidade (mutuamente exclusivas?); 2. Visão (ou abordagem) do Ativo/Passivo (IASB /FASB x APB opinions) (foco no BP); 3. Teoria do Escopo Ótimo (elimina as exceções e a complexidade, que geram regras); 4. Guia de implantação para os usuários (cuidado para não criar mais regras); e I Encontro Interdisciplinar da Paraíba UFCG – 12/12/2014 (SEC, 2003) Definir o escopo apropriado é um dos maiores desafios (SEC, 2003) Ex.: SFAS 133 (derivativos) tem 9 exceções (princípios mal definidos) que geraram mais 2 Consequências mnuodrmaans çea15s inctoermpreptaoçõretsamentais: (a) mais julgamento profissional e (b) disclosure mais transparente 8
  • 9. Objetividade versus Relevância • Dois amigos estavam realizando uma volta ao mundo em um balão quando se perderam e decidiram aterrissar para perguntar a alguém sobre sua localização (SANTOS, 1998, p.1). • Os dois foram informados por um morador local que eles estavam: (a) a uma hora de caminhada da granja do Sr. Silva, criador de gado da região, para quem trabalhava; (b) muito próximos da floresta de mata virgem conhecida na região como Matinho, que pode, inclusive, ser avistada do ponto de onde conversavam; e (c) nas terras do Sr. Soares, cuja filha casou com o sobrinho do Sr. Silva. • Um dos amigos questionou o outro: por que tínhamos que encontrar logo I Encontro Interdisciplinar da Paraíba UFCG – 12/12/2014 um contador?! • O outro amigo questionou: como você sabe que ele é contador?! • Simples, respondeu: ele nos deu uma informação absolutamente precisa, detalhada e inquestionável, mas também sem relevância. Muita Objetividade/Verificabilidade  Pouca Relevância 9 Ou seria órgão normativo ou regulador? No final veremos um vídeo sobre isso...
  • 10. Objetividade versus Relevância • É relevante conhecer o Goodwill gerado internamente? Essa informação é objetiva/verificável? I Encontro Interdisciplinar da Paraíba UFCG – 12/12/2014 10
  • 11. Relevância: regras ou princípios? • Algumas pesquisas evidenciam que as informações contábeis elaboradas em IFRS são mais relevantes do que aquelas em USGAAP. Escaffre e Sefsaf (2011) analisaram o value relevance de empresas financeiras (2005-2007) da França, Espanha, UK (ambas em IFRS) e dos EUA (USGAAP). Os números contábeis das empresas europeias foram mais value relevants (eles não compararam antes com depois). Chao e Horng (2013) evidenciaram, entre outras características qualitativas da informação contábil, que as IFRS (com empresas do mundo todo, entre 2004 e 2010) geram números mais value relevants do que os GAAPs locais. O aumento da relevância pode ser justificado pela utilização do julgamento, pois os insiders conhecem melhor a capacidade de geração de fluxos de caixa da empresa (ALEXANDER; I Encontro Interdisciplinar da Paraíba JERMAKOWICZ, 2006) 11 UFCG – 12/12/2014
  • 12. Consistência(s) • Consistências: (WUSTEMANN; WUSTEMANN, 2005) A “reforma” das normas busca a eliminação das inconsistências a) Consistência interna das normas (regras que não levem a diversas interpretações); e Não parece ser o caso do VJ nos Shoppings b) Consistência na aplicação das normas (empresa e Parece ser o caso do VJ nos Shoppings I Encontro Interdisciplinar da Paraíba UFCG – 12/12/2014 tempo). • Tradeoff entre consistência e relevância: Se o regulador quiser comparabilidade, enforcement e objetividade, terá que perder relevância, pelo aumento da consistência interna (que limita o julgamento dos gestores) Vale à pena?! 12
  • 13. Consistência(s) • As IFRS nunca serão aplicadas de forma consistente: nenhuma das duas (a ou b)(W;W, 2005). • “Normas baseadas em regras melhoram a comparabilidade” e “baseadas em princípios melhoram a relevância”. Será? E a questão da manipulação dos contratos/eventos de acordo com as bright-lines? 75%, 90%... (pseudo-comparabilidade) I Encontro Interdisciplinar da Paraíba UFCG – 12/12/2014 13
  • 14. Implicações dos Princípios no Brasil • Houve diminuição dos accruals discricionários (Modelo KS) após a adoção completa; • Aumento no conservadorismo (Modelos de Basu e BS); • Aumento na tempestividade e relevância (modelo de Easton); e • Redução no custo do capital próprio que pode ter sido em decorrência do aumento da qualidade da informação contábil (no período de 2000 a 2012). I Encontro Interdisciplinar da Paraíba UFCG – 12/12/2014 SILVA (2013) 14
  • 15. Outros desafios • O IASB deve ter cuidado ao incluir “regras” e “guias” nas IFRS (“as IFRS serão os USGAAP daqui a 40 anos”, “as IFRS ainda não são regras porque não tiveram tempo para isso”). • Estrutura conceitual bem definida ou maior número de normas e regras? Desafio para a educação. • Convergência mundial: competição entre os órgãos e a qualidade da informação (NELSON, 2003). • Devemos quebrar a barreira do “inglês”, para poder ter acesso à norma completa (como as bases para conclusão). I Encontro Interdisciplinar da Paraíba UFCG – 12/12/2014 15
  • 16. Outros desafios • O que fazer com o legado de exceções à regra? (principalmente nos setores específicos: isentá-las para uso de normas específicas?) (SEC, 2003). • Órgãos reguladores que ainda não “aceitaram” todas as normas: limita ainda mais a comparabilidade. • Simplificar sem “regrar” demais: – “Uma norma deveria ter a capacidade de ser explicada em um minuto (...) porém existem normas que desafiam qualquer explicação simples” (SHIELDS, 2006) I Encontro Interdisciplinar da Paraíba UFCG – 12/12/2014 16
  • 17. O debate continua... • Quem é melhor? Os eventos anteriores a SOX estão a favor dos princípios... a normatização baseada em objetivos contribui com o debate. • A completa comparabilidade não é possível (ênfase deve ser dada aos julgamentos). • Qualquer resposta para a pergunta de cima requer mudança na profissão (riscos, custos, coragem para julgar, importância da pós-graduação...). • Enforcement responsável: diversidade de julgamentos (e.g. tipo de orientação do auditor). • Muitos detalhes dificultam a convergência: leis, culturas etc impedirão isso. I Encontro Interdisciplinar da Paraíba UFCG – 12/12/2014 17
  • 18. O debate continua... • Entendimento da norma, racionalidade dos usuários da informação, volume das notas explicativas e assimetria informacional. Será que os usuários externos estão preparados (desconfio que nem os preparadores estejam)? • Vídeo: o efeito da quantidade de informações regradas para os usuários da informação. VOCÊS ESTÃO PREPARADOS PARA ISSO? I Encontro Interdisciplinar da Paraíba UFCG – 12/12/2014 18
  • 19. Como entrar no mestrado? • O processo seletivo (normalmente): Aqui estou falando como aluno e não como Professor! – Ocorre no final do ano (quem não for bacharel é exigida uma declaração de provável concluinte até a matrícula). – Etapas: Teste ANPAD, teste interno (contabilidade e métodos quantitativos), prova oral e currículo. • O que é exigido em cada uma dessas etapas? • O que a banca espera de você na prova oral e análise do I Encontro Interdisciplinar da Paraíba UFCG – 12/12/2014 seu projeto? • Dicas finais: – Leia artigos científicos; – Faça um projeto bem estruturado; – Tenha uma boa leitura em inglês (como?); e – Confie em você e boa sorte! (essa é talvez a mais importante). 19
  • 20. Propaganda e contato • FINANÇAS APLICADAS BRASIL: FINANCASAPLICADASBRASIL.blogspot.com • CONTABILIDADE & MÉTODOS QUANTITATIVOS: CONTABILIDADEMQ.blogspot.com I Encontro Interdisciplinar da Paraíba UFCG – 12/12/2014 • Email: LUIZFELIPE@ccsa.ufpb.br 20
  • 21. I Encontro Interdisciplinar da Paraíba UFCG – 12/12/2014 REFERÊNCIAS • AGOGLIA, C. P.; DOUPNIK, T. S.; TSAKUMIS, G. T. Principles-Based versus Rules-Based Accounting Standards: The Influence of Standard Precision and Audit Committee Strength on Financial Reporting Decisions. The Accounting Review American Accounting Association, v. 86, n. 3, p. 747–767, 2011. • ALEXANDER, D; JERMAKOWICZ, E. A True and Fair View of The Principles Rules Debate. Abacus, vol. 42, n.2, p.132-164, 2006. • CARMONA, S.; TROMBETTA, M. On the global acceptance of IAS/IFRS accounting standards: The logic and implications of the principles-based system. Journal Accountancy Public Policy, n. 27, p. 455–461, 2008. • CHAO, C.L.; HORNG, S.N. Does the SEC's Waiver of IFRS to U.S. GAAP Reconciliation Improve the Quality of Financial Reporting?, Accounring and Finance Research, v.2,n.3, 2013. • COLLINS, D. L.; PASEWARK, W. R.; RILEY, M. E. Financial Reporting Outcomes under Rules-Based and Principles-Based Accounting Standards. Accounting Horizons , v. 26, n. 4, p. 681–705, 2012. • DANTAS, J. A.; RODRIGUES, F.F.; NIYAMA, J. K.; MENDES, P. C. M. Normatização contábil baseada em princípios ou em regras? Benefícios, custos, oportunidades e riscos. Revista de Contabilidade e Organizações – FEA-RP/USP, v. 4, n. 9, p. 3-29, 2010. • ESCAFRE, L.; SEFSAF, R. THE VALUE RELEVANCE OF ACCOUNTING NUMBERS: THE CASE OF FINANCIAL INSTITUTIONS, Bankers, Markets and Investors, 2012. • HOUQE, M. N. et al. The effect of IFRS adoption and investor protection on earnings quality around the world. The International Journal of Accounting. 47, 333-355, 2012. DOI: 10.1016/j.intacc.2012.07.003. • JREIGE, E. F. True and Fair View: um entrave ou um impulso para a Contabilidade? Caderno de Estudos FIPECAFI, vol. 10, n.17, p.35-46, jan/abr, 1998. • NELSON, M. W. Behavioral Evidence on the Effects of Principles- and Rules-Based Standards. Accounting Horizons, vol. 17, n.1, p.91-104, 2003. • NELSON, M.W.; ELLIOTT, J.; TARPLEY, R. L. Evidence from Auditors about Manager’s and Auditor’s Earnings Management Decisions. The Accounting Review, v.77, p.175-202, Suplement, 2002. 21
  • 22. REFERÊNCIAS • PAULO, E. et al. THE IMPACT OF THE ADOPTION OF INTERNATIONAL FINANCIAL REPORTING STANDARDS ABOUT THE QUALITY OF ACCOUNTING INFORMATION OF THE BRAZILIAN AND EUROPEAN PUBLIC FIRMS. In: Congresso ANPCONT, 2013, Fortaleza. VII Congresso ANPCONT, 2013. • PAULO, E.; MARTINS, E.; GIRÃO, L.F.A.P . Accounting Information Quality in Latin and North American Public Firms, Research in Accounting in Emerging Economies, 2014. • SANTOS, E.S. Objetividade x Relevância: o que o modelo contábil deseja espelhar? Caderno de Estudos da FIPECAFI, v.10, n.18, p.1-16, mai-ago, 1998. • SCHIPPER, K. Principles-based accounting standards. Accounting Horizons. v. 17. n. 1. mar. 2003. I Encontro Interdisciplinar da Paraíba UFCG – 12/12/2014 p. 61-72. • SECURITIES AND EXCHANGE COMMISSION (SEC). Study pursuant to section 108(d) of the Sarbanes- Oxley act of 2002 on the adoption by the United States financial reporting system of a principles-based accounting system. 2003. disponível: www.sec.gov em 20.08.2013. • SHIELDS, H. (Org.). Principles not rules: a question of judgement. The Institute of Chartered Accountants of Scotland. 2006. • SILVA, R.L.M. Adoção completa das IFRS no Brasil: qualidade das demonstrações contábeis e o custo de capital próprio. 2013. Tese (Doutorado em Controladoria e Contabilidade) - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – USP, 2013 • VICENT, L. et al. Evaluating concepts-based vs. rules-based approaches to standard setting. Accounting Horizons. v. 17. n. 1. mar. 2003. p. 73-89. • WUSTEMANN, J.; WUSTEMANN, S. Why consistency of accounting standards matters: a contribution to the rules-versus-principles debate in financial reporting. Abacus, v.46, n.1, 2010. doi: 10.1111/j.1467-6281.2010.00304.x 22