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Srimad Bhagavad Gita
Sri Srimad Bhaktivedanta Narayana Goswami Maharaja
Com comentários
Bhavanuvada de Srila Visvanatha Cakravarti Thakur, a jóia
cristalina entre os mestres espirituais e guardião da Sri Gaudiya Sampradaya
&
Prakasika-Vrtti de Srila Bhaktivedanta Narayana Goswami
Maharaja, o melhor entre os Tridandi Sanyassis
Dedicado á
Sri Gurupadapadma
Sri Gaudiya Vedanta Acarya Kesari
Nitya Lila Pravista
Om Visnupada Astottarasata
Sri Srimad Srila
Bhakti Prajnana Keshava Goswami Maharaja
O melhor da décima geração
Do Parampara de Sri Krsna
Caitanya Mahaprabhu
Sri Caitanya Mahaprabhu e associados
Antes de mais nada, devemos saber pelo menos um pouco sobre
estes devotos Maha Bhagavatas (devotos puros quem são os
comentaristas desta edição do Gita) que misericordiosamente nos
iluminam com as puras e profundas explicações dos preciosos
versos da Gita.
Sri Srimad Bhaktivedanta Narayana Goswami Maharaja é um
devoto Rasika (aquele que está sempre saboreando a doçura do
serviço devocional), vem servindo a Gaudiya Sampradaya por
mais de sessenta anos ininterruptos, e trabalhou incansavelmente
para que leitores sinceros de todo o mundo pudéssem compreender
os profundos significados dos versos do Gita. Srila Bhaktivedanta
Narayana Maharaja foi o idealizador deste projeto literário que
complementa o extraordinário trabalho deixado por Bhaktivedanta
Swami Maharaja (Prabhupada). Ele dedica esta edição ao seu
amado Mestre Espiritual Nitya Lila Pravista Om Visnupad Sri
Srimad Srila Bhakti Prajnana Kesava Goswami Maharaja, (o mais
querido diiscípulo de Jagad Guru Bhaktisiddhanta Sarasvati
Thakur e sanyassa Guru de sua Divina Graça Bhaktivedanta
Swami Maharaja (Srila Prabhupada – foto abaixo).
Sri Srimad Srila Visvanatha Cakravarti Thakura é um Acarya
renomado na nossa Sampradaya, Visvanatha quer dizer O Senhor
do Universo, e " Cakravarti " significa rodiado em circulo, pois ele
era sempre ouvido por devotos puros , que sentavam ao seu redor
afim de aprender o caminho da devoção pura, e as conclusões
filosóficas perfeitas. Ele é o principal seguidor de Srila Rupa
Goswamipad e seus comentários são cheios de rasa.
Assim rendo-me milhões e milhões de vezes aos pés de lótus
destes dois Vaishnavas, implorando pela sua misericórdia. Peço
licença e inspiração também, ao presidente da Gaudiya Vedanta
Samiti - Nitya Lila Pravista Om Visnupada Sri Srimad Srila
Bhaktivedanta Vamana Goswami Maharaja, quem é um oceano
de misericórdia e doçura, e á meu amado Sri Guru Paramaradyatta
Gurupadpadma Sri Srimad Srila Bhaktivedanta Narayana
Goswami Maharaja , o melhor da décima primeira geração do
Gaudiya Vaishnava Parampara e quem editou este extraordinário
Bhagavad Gita, enriquecendo-o com seus maravilhosos
comentários.
Observações:
Srila Bhaktivinoda Thakura diz que embora Bhagavan Sri Krishna
tenha dado instruções á Arjuna, na verdade estas instruções foram
dadas para a liberação do mundo inteiro. Todas as conclusões da
Gita levam o leitor ao objetivo final que é bhakti.
A palavra brahma usada na Gita pode significar Bhagavan Sri
Krishna, ou o seu aspecto impesssoal (ou seja, o brilho corpóreo
que emana do corpo de Sri Krishna), mas Brahma indica o semi-
deus Brahma (o primeiro ser criado).
Esta tradução tem como objetivo apresentar da maneira mais simples
possível, os profundos comentários dos Acaryas dados nesta edição,
tornando-os assim mais acessíveis aos leitores brasileiros. Perdoem qualquer
erro que eu tenha cometido na tradução e digitação e por favor aceitem sua
essência com o objetivo de realização transcendental.
B.V. Narayan Goswami Sevaka
Baladeva Das Brahmacari - Keshavaji Gaudiya Math (B.H) – 2009
http://sociedadeinternacionaldebhaktiyoga.blogspot.com/
Resumo dos dezoito capítulos da Gita por Sri Srimad Srila
Bhaktivedanta Narayana Goswami Maharaja
Capítulo 1- Sainya – Darsana:
Observando os exércitos ...................................
O Bhagavad Gita se compõe de dezoito capítulos cuja
conclusão é bhakti. Arjuna atuou no campo de batalha como
se estivesse imerso na lamentação e Krsna lhe explicou então
que atma-dharma da entidade viva não tem relação alguma
com o dharma do corpo, dinastia ou casta. A entidade viva é
forçada á sofrer as misériasda lamentação, ilusão e do temor
enquanto permanecer cativa de maya e considerar que o
corpo é o próprio ser. Por tanto, é indispensável que aceite o
refúgio de um guru genuíno(tattva-vit guru).
Capítulo 2 - Sankhya Yoga
O princípio das análises.........................................
A jiva percebe sua ignorância quando aceita o refúgio de um
sad-guru e então trata de libertar-se das garras ilusórias de
maya, abandonando seus pensamentos independentes e
respeitando as instruções de Sri Gurudeva. O sad-guru está
livre dos quatro defeitos – ilusão, propenssão á cometer
erros, sentidos imperfeitos e a tendência á enganar-se –
porque é uma um tattva – darsi ekantika - prema - bhakta. O
sadhaka compreende a diferença entre a alma e o corpo
material quando escuta as instruções da boca de lótus de seu
misericordioso Gurudeva. Também compreende os efeitos
degradantes do desfrute sensual e desenvolve apego por
escutar acerca dos pensamentos, características e glórias dos
sthita – prajna - munis. Logo, pela influência de sadhu-sanga,
desperta em seu coração a consciência da necessidade de se
obter tattva – jnana.
Capítulo 3 – Karma Yoga
O princípio da ação..................................................
A jiva compreende que karma-yoga consiste nos esfórços
executados sem um desejo egoísta(niskama bhava) para o
serviço de Bhagavan quando escuta as instruções dadas por
Sri Krsna. Se seu coração está cheio de desejos de desfrute
sensual, então a aceitação do hábito de sannyasi não é
verdadeira renúnçia, senão que uma hipocrisia que jamais
pode atrair auspiciosidade.
A jiva deve executar seu karma como um serviço á Sri
Bhagavan porque a realização de karma para o desfrute
sensual não produz nenhum resultado favorável. A execução
de karma, como os yajnas védicos por exemplo, pode
outorgar prazer sensual mundano, mas este prazer é
temporário e está mesclado com infelicidade. Mesmo assim,
karma yoga purifica o coração. Por tanto, é favorável
abandonar todo tipo de akarma, vikarma e sakama karma e
adotar unicamente o niskama-karma-yoga oferecido á
Bhagavan.
Capítulo 4 – Jnana Yoga
O conhecimento transcendental .............................
O capítulo quatro começa com instruções sobre jnana-yoga.
Primeiro explica que uma pessoa só pode obter tattva-jnana
genuíno através da misericórdia de Sri Gurudeva, quem é um
tattva-darsi. Esta misericórdia se manifesta através do
proçesso de escutar de uma sucessão discipular fidedigna.
Não se pode obter bhagavat tattva-jnana mediante o
aprendizado mundano, inteligência ou conhecimento. Este
capítulo explica também que em cada yuga aparece um
avatara de Bhagavan. O nascimento e as atividades de
Bhagavan são divinos ; é tolice e ofensivo pensar que são
mundanos. Uma pessoa obtem tattva-jnana na associação de
um tattva darsi guru, escutando gradualmente dele acerca das
características de jnana-yoga e sua superioridade sobre
karma-yoga. Ela pode cruzar fácilmente o oceano de
nascimentos e mortes ao refugiar-se no tattva-jnana
verdadeiro. O sadhaka não pode progredir se tem dúvidas
sobre isto ; se carece de tattva-jnana ele se desviará do
caminho, cairá e ficará novamente enredado no ciclo de
karma.
Capítulo 5 – Karma-Sannyasa Yoga
Renúncia á ação ....................................................
O sadhaka obtém a qualificação para o karma sannyasa-yoga
quando obtém tattva-jnana. Meste momento compreende que
o verdadeiro sannyasa significa abandonar o apego pela ação
e seus frutos. Para alguém cujo coração é ainda impuro, é
benéfico e apropriado adotar o karma-yoga sem apegar-se ao
processo e seus frutos, ao invés de renunciar completamente
o karma. O niskama-karma-yoga oferecido á Bhagavan
concede a qualificação para se obter a natureza do brahma ou
brahmapada. Quem conhece o brahma obtém paz.
Capítulo 6 – Dhyana Yoga
O princípio da meditação .........................................
O sadhaka compreende á partir das instruções do tattva-vid
guru que só se pode meditar em Bhagavan quando o coração
está purificado. Um yogi ou sannyasi está livre de todo tipo
de desejos materiais, pois ninguém pode alcançar a perfeição
no yoga enquanto possui desejos de desfrute material. Uma
pessoa que deseja alcançar a perfeição no yoga deve regular a
ingestão de alimentos e atividades reáçionárias. Esta
perfeição significa: 1- perceber Sri Bhagavan como
Antaryami (superalma) no coração de todas as entidades
vivas, e 2- compreender que todas as jivas existem apenas
devido ao sustento e refúgio de Bhagavan. Este capítulo
também declara que um bhakta é superior ao karmi, jnani ou
yogi.
Capítulo 7 – Vijnana –Yoga
A compreenssão do conhecimento transcendental
O estudo constante destas instruções conduz á firme
compreenssão e percepção de que Bhagavan Sri Krsna é o
limite do para-tattva, A Realidade Absoluta Suprema e que
além dele, não há outro parama -tattva. Uma pessoa pode
liberar-se de maya apenas através da rendição exclusiva á
seus pés de lótus. Há quatro tipos de pessoas que carecem de
qualificação para dedicar-se ao Bhagavat bhajana porque
executam atividades impiedosas. Estes são: os tolos, os
deploráveis, os que possuem natureza demoníaca e os que
possuem um conhecimento coberto por maya. Ao contrário,
há quatro classes de pessoas dotadas de créditos piedosos
(sukrti) que podem se dedicar á bhagavat-bhajana: os aflitos,
os que buscam por fortuna, os questionadores e os jnanis. Os
bhaktas de Bhagavan são difíçeis de ser encontrados neste
mundo. Não se pode obter o benefício eterno através da
adoração dos diversos semi-deuses(deva e devis).
Capítulo 8 – Taraka Brahma Yoga
Yoga com Parambrahma .....................................
Apenas os ekantikas bhaktas de Sri Krsna podem conhecer
tattvas tais como o brahma-tattva, karma-tattva e adhibhuta-
tattva, entre outros. Estes ekantika bhaktas podem alcançar
Krsna muito facilmente. Os bhaktas de Bhagavan jamais
nasce de novo. Bhagavan pode ser alcançado apenas
mediante ananya bhakti(Gita 8.22).
Capítulo 9 – Raja - guhya Yoga
O conhecimento mais confidêncial .........................
O raja-vidya ou raja-guhya se refere unicamente –a suddha-
bhakti-yoga. A prakrti, a natureza material, não é a causa
original da criação cósmica, pois só obtém a potência para
criar pela inspiração de Bhagavan. È tolo e ofensivo pensar
que Bhagavan Sri Krsna é um ser humano ou que seu corpo
sac-cit-ananda está composto pelos cinco elementos materiais
igual aos corpos das almas condicionadas ordinárias ou
baddha-jivas. Os mahatmas genuínos se dedicam ao bhajana
de Sri Krsna com sentimentos devocionais exclusivos ou
ananya bhava e Sri Krsna atende pessoalmente suas
necessidades. A dedicaçãoi ao bhajana aos diversos devatas é
contrária ás regras prescritas, pois Krsna é o único
desfrutador e amo de todos os sacrifícios. Sri Bhagavan
aceita tudo que seus suddha bhaktas lhe oferecemcom amor.
O último verso deste capítulo, “man mana bhava mad-
bhakto”, se concluique bhakti é o único meio para alcançar o
Senhor Supremo.
Capítulo 10 – Vibhuti Yoga
A apreciação das opulências de Sri Bhagavan ......
Uma pessoa pode entender que Krsna é o fundamento de
todas as vibhutis e saktis (energias), através do estudo sincero
e constante deste capítulo. Também entende que todo
universo material, junto com suas opulências, constituem
apenas um quarto de sua grandeza. Ela pode compreender
facilmente que tudo está direta ou inderatamente conectado á
Bhagavan Sri Krsna quando obtém este conhecimento sobre
os vibhutis. Bhagavan outorga buddhi-yoga á seus bhaktas
para que possam entender o tattva-jnana. Assim, sua
ignorância é destruída e eles se dedicam á bhagavat bhajan
com amor.
Capítulo 11 – Visvarupa darsana yoga
A contemplação da forma universal do Senhor .......
Este capítulo revela que a visvarupa de Bhagavan é ilusória
enquanto que a svarupa é transcendentale similar á humana.
Apenas os bhaktas cujos olhos estão untados com prema
podem obter o darsana(visão) da sua forma rasika sekhara.
Bhagavan é alcançado apenas mediante ananya bhakti yoga.
Capítulo 12 – Bhakti Yoga
O serviço devocional puro ......................................
Este capítulo explica que Svayam Bhagavan Sri Krsna é a
Realidade Suprema e o objeto supremo de adoração exclusiva
da jiva. Os bhaktas dotados com ekantika bhakti são muito
queridos por Ele. Pode-se alcançar Bhagavan facilmente
aquele que pratica suddha bhakti, mas os nirvisesa
brahmavadis só enfrentam misérias.
Capítulo 13 – Prakrti-Purusa-Vibhaga Yoga
A diferença entre a natureza material e o desfrutador.
Este capítulo oferece uma profunda compreensão da natureza
material e da entidade viva. Através desta discussão,
Bhagavan outorga tattva-jnana á seus bhaktas rendidos e os
libera do oceano do mundo material.
Capítulo 14 – Guna-traya-Vibhaga Yoga
Os trê modos da natureza material
Um estudo analítico deste capítulo conduz á compreensaõ de
que este mundo material desenvolve-se simplesmente pela
ação e interação dos três gunas materiais: sattva, rajas e
tamas. Os sadhakas que executam bhakti-yoga podem
transcender estes três gunas com facilidade e finalmente
obtém a qualificação para alcançar Bhagavan.
Capítulo 15 – Purusottama Yoga
A compreensão da Pessoa Suprema .....................
Este mundo material se extende desde os sistemas planetários
inferiores até os superiores e as jivas são partes separadas ou
amsas de Bhagavan. Aquieles que se opõem á Bhagavan são
atados por seu karma e perambulam por diversas espécies de
vida, inferiores e superiores. Uma pessoa pode receber a
misericórdia de um Guru genuíno como resultado da sua boa
fortuna e dedicar-se por completo ao bhajana de Sri Krsna.
Capítulo 16 – Daivasura Sampada Yoga
As qualidades divinas e demôniacas .....................
Este capítulo explica as naturezas divina e demoníaca. A jiva
confundida por maya é controlada pela natureza divina ou
demoniaca. Ela inclina-se á bhagavat-bhajana quando se
refugia na natureza divina, mas quando adota a natureza
demoníaca ela se opõe á Bhagavan e assim vai ao inferno.
Aqueles que possuem esta natureza pregam a filosofia
mayavada. Portanto é necessário liberar-se desta tendência
mediante á execução de bhagavat-bhajana na associação dos
suddha bhaktas.
Capítulo 17 – Sraddha-Traya-Vibhaga Yoga
Os três tipos de fé .........................................
Este capítulo explica os três tipos de fé. Uma pessoa
desenvolve fé em sattva, rajo ou tamo de acordo com sua
ssociação e natureza que adquiriu de seus samskaras prévios.
A nirguna sraddha aparece no coração da jiva quando se
associa com suddha bhaktas de Hari; assim ela dedica-se ao
bhajana de Bhagavan, quem é nirguna. Estes bhaktas são
verdadeiros sadhus.
Capítulo 18 – Moksa Yoga
O princípio da liberação ........................................
Este capítulo explica a essencia da Gita. Primeiro, Sri
Krishna é identificado como o bhagavat-tattva supremo e
logo imparte esta instrução confidencial. Aqui se explica que
o rasamayi seva á Sri Krsna em sua morada suprema é
alcançado através da seguinte sequência:
1- Rendição á ele
2- Praticar os nove processoa de bhakti
3- Refugio em bhava-bhakti
Conteúdo
Capítulo Um – Observando os exércitos
Capítulo Dois – Sankhya Yoga
Capítulo Tres – Karma Yoga
Capítulo Quatro – Jnana Yoga
Cápitulo Cinco – Karma Sannyasa Yoga
Capítulo Seis – Dhyana Yoga
Capítulo Sete – Vijnana Yoga
Capítulo Oito – Taraka Brahma Yoga
Capítulo Nove – Raja Guhya Yoga
Capítulo Dez – Vibhuti Yoga
Capítulo Onze – Visvarupa Darsana Yoga
Capítulo Doze – Bhakti Yoga
Capítulo Treze – Prakrti-Purusa-Vibhaga Yoga
Capítulo Quatorze – Guna Traya Vibhaga Yoga
Capítulo Quinze – Purusottama Yoga
Capítulo Dezeseis – Daivasura Sampada Yoga
Capítulo Dezesete – Sradha Traya Vibhaga Yoga
Capítulo Dezoito – Moksa Yoga.
Radha e Krishna
Seva Kunja (por Syamarani Devi Dasi)
Sanjaya narrando a batalha ao Rei Drhtarastra
Capítulo 1
Observando os exércitos
Sloka 1
Dhrtarastra uvaca
Dharma ksetre kuruksetre
Samaveta yuyutsavah
Mamakah pandavas caiva
Kim akuvarta sanjaya
Dhrtarastra disse: Oh! Sanjaya, depois de se reunirem em
Kuruksetra, a terra da religião, com o desejo de lutar, o que
fizeram meus filhos e os filhos de Pandu?
Comentário Bhavanuvada de Srila Visvanatha Cakravarti
Thakura
A Suprema Verdade Absoluta, parabrahma Sri Krisna, cujos
pés de lótus são o objetivo de toda adoração e de todos os
sastras, apareceu em sua forma original, similar á humana,
como Sri Vasudeva nandana, o filho de Sri Vasudeva em Sri
Gopala Puri, mesmo sendo Adhoksaja, supramamente
inconcebível , se fez visível aos olhos dos homens ordinários
por meio de sua potencia chamada Yoga Maya. Ele ensinou á
partir das instruções do Bhagavad Gita visando liberar as
entidades vivas deste mundo que estavam se afogando no
oceano de nascimentos e mortes. Ele as submergiu no grande
oceano de prema (amor puro) ao dár-lhes saundarya-
madhurya, um gosto pela doçura de sua beleza e outras
qualidades. Apareceu neste mundo ao sentir-se obrigado por
sua promessa de proteger as pessoas santas e aniquilar as
demoniacas. Sem hesitar com o pretexto de eliminar a carga
da terra, concedeu a proteção suprema na forma da liberação
aos infiéis e á todos que eram antagonicos e que se afogavam
no vasto oceano da existencia material, a qual é comparada
com o planeta infernal onde as pessoas pecaminosas são
queimadas em azeite fervente.
Bhagavan Sri Krsna instruiu o Bhagavad Gita para que
mesmo depois de seu desaparecimento, pudesse liberar as
almas condicionadas que desde tempos imemoriais se
encontram sob a influençia da ignorancia e estão
completamente sujeitas á lamentação, ilusão e outros
sofrimentos. Outro propósito foi ressaltar suas glórias
mencionadas nos sastras e cantadas pelos sábios. Ele ensinou
o Bhagavad Gita á seu muito querido associado Arjuna, quem
voluntariamente havia aceitado o sentimento de lamentação e
ilusão.
O Gita se compõe de três divisões: Karma yoga, Jnana yoga e
Bhakti Yoga. Os dezoito capítulos do Bhagavad Gita estão
infundidos com o significado dos vedas manifestos em
dezoito tipos de conhecimento. Desta maneira, Sri Krsna
revelou o objetivo supremo. Nos primeiros seis capítulos
descreve-se o niskama karma yoga, a execução dos deveres
prescritos sem apego por seus frutos. O jnana yoga ou yoga
através do conhecimento, é descrito nos últimos seis
capítulos. Os seis capítulos sobre Bhakti yoga que é mais
confidencial e mais difícil de alcançar foram guardados no
meio dos outros capítulos. Bhakti yoga é a vida de karma e
jnana yoga pois sem bhakti estas são infrutíferas. Assim elas
só são aceitáveis quando se mesclam com Bhakti.
Bhakti é de dois tipos: Kevala ou exclusivo, e Pradhani
bhuta, que é a mescla com predomínio de bhakti. Kevala
bhakti, é a melhor por ser indepedente e supremamente
poderosa e não necessitar de nenhum vestígio de karma ou
jnana yoga. Por outro lado, Pradhana bhuta bhakti está
mesclado com karma e jnana, e será tratada com maior
profundidade mais adiante. Para explicar a natureza da
lamentação e ilusão de Arjuna o narrador do Mahabharata,
Sri Vaisampayana, um discípulo de Vyasadeva, relatou a
seção do Bhisma parva á seu ouvinte Janamejaya, começando
com o verso Dhrtarastra uvaca. Dhrtarastra perguntou á
Sanjaya. Ó Sanjaya, sentindo desejo de lutar, o que fizeram
meus filhos e os filhos de Pandu, reunidos em Kuruksetra?
Aqui poderia surgir uma pergunta: Dhrtarastra já havia
mencionado que seus filhos e os filhos de Pandu haviam se
reunidos com o único propósito de lutar, logo sem dúvida
iam lutar. Por que então a intenção de perguntar: Que fizeram
eles?. Em resposta Dhrtarastra usou a palavra dharma ksetre,
terra da religião. No sruti está dito: Kuruksetram deva
yajanam: Kuruksetra é a arena de sacrifício dos semideuses:
Então esta terra é famosa como aquela que nutre o Dharma.
Por influencia da associação com esta terra a ira das pessoas
irreligiosas como Duryodhana pode ser apaziguada e deste
modo, poderiam inclinar-se ao Dharma. Os pandavas são
religiosos por natureza, então a influencia de Kuruksetra
poderia despertar neles o discernimento de compreender a
impropriedade de aniquilar seus próprios parentes e deste
modo ambos poderiam buscar um acordo pacífico.
Externamente Dhrtarastra finge que seria feliz com um
acordo pacífico , mas internamente sentia uma grande
insatisfação. Ele pensava que se houvesse um acordo , os
Pandavas ainda seriam um impedimento para seus filhos.
Dhrtarastra pensava: Os guerreiros de meu grupo, tais como
Bhisma e Drona , não podem ser vencidos nem sequer por
Arjuna, então como nossa vitória é certa, será proveitoso
lutar.
Aquí, graças ao componete Ksetra na palavra Dharma ksetre,
Sarasvati-Devi faz a seguinte menção á palavra Dharma.
Yudhistira, a encarnação do Dharma, junto com seus
associados são como plantas de arroz, e seu sustentador
Bhagavan é como o agricultor. Os diversos tipos de
assistencia prestados por Krsna aos Pandavas podem ser
comparados a regar o cultivo e arar o campo. Os Kauravas
encabeçados por Duryodhana são como os vermes que
crescem no campo de arroz. Isto indica que assim como um
mal é arrancado pela raíz nos campos de arroz, Duryodhana e
os outros Kauravas seriam aniquililados e arrancados de
dharma ksetra, a terra da religião.
Prakasika Vrtti
O comentário que ilumina o dilúvio de significados
essenciais
Por Sri Srimad Srila Bhaktivedanta Narayana Maharaja
Ofereço minhas reverencias aos pés de lótus de Om
Visnupada Astottarasata Sri Srimad Bhakti-Prajnana Kesava
Goswami Maharaja, que é muito querido por Krsna. Ele é
uma personalidade completamente divina que sustenta com
grande afeto quem se refugia nele. Aflito ao ver o sofrimento
das pessoas que são aversas á Krsna, ele lhes outorga o Sri
nama saturado de prema.
O Srimad Bhagavad Gita é a essencia de todos os
Upanisads, Srutis e Puranas. Baseado na firme evidençia da
literatura védica, recebido através da suçessão discipular,
conclui-se que Vrajendra nandana Sri Krsna, o filho do rei de
Vraja é Svayam Bhagavan, a original Personalidade de Deus.
Ele é a personificação de todas as doçuras néctareas , o
onipotente e a realidade absoluta onipotente não dual. Entre
suas ilimitadas potências, três delas são proeminentes: a
potência interna (svarupa sakti), a potência marginal (tatastha
sakti) e a potência material externa(maya sakti). Pela vontade
de Bhagavan Sri Krsna, Vaikunta, Goloka e Vrndavana são
as transformações da potência interna. Todas as jivas são uma
transformação da sua potência marginal, e a criação material
é uma transformação da sua potência externa. As entidades
vivas (jivas) são de dois tipos: liberadas (mukta) e
condicionadas (baddha). As liberadas estão eternamente
ocupadas em saborear a doçura do serviço á Bhagavan em
Vaikuntha, Goloka e outras moradas transcendentais. Elas
são chamadas nitya mukta , eternamente liberadas, pois
nunca estão atadas á este mundo material, a prisão de maya.
As vezes pela vontade de Bhagavan , elas aparecem neste
mundo ilusório como seus associados com o único propósito
de beneficiar a humanidade. As entidades vivas do outro tipo
são chamadas de anadi baddha , ou condicionadas por maya
desde tempos imemoriais. Como resultado deste
condicionamento , a jiva sofre de três tipos de misérias
enquanto perambula no ciclo de nascimentos e mortes.
Bhagavan Sri Krsna, o oceano de compaixão , criou uma
aparente ilusão no coração de Arjuna , por meio de sua
potencia inconcebível(acintya sakti). Assim com o pretexto
de dissipar esta ilusão, ele falou este Bhagavad Gita com o
propósito de liberar as jivas das garras de maya. A conclusão
final do Bhagavad Gita é o serviço devocional supremamente
puro á Bhagavan. Somente por se refugiar neste serviço , tal
como se descreve no Gita , as jivas que estão sob a influência
de maya , conseguem se situar na sua posição constitucional
pura e assim oferecem serviço á Sri Krsna. Não há outra
alternativa para as jivas condicionadas. Baseando em
evidências concretas das escrituras , Srila Visvanatha
Cakravarti Thakura e outros proeminentes acaryas
vaishnavas, estabeleceram claramente que o orador do
Bhagavad Gita não carece de potências,não está desprovido
de variedade, não é sem forma , e não está desprovido de
qualidades transcendentais tais como misericórdia
transcendental. A jiva jamais é parambrahma, nem sequer no
estado liberado.
Esta percepção da diferença se denomina vaisistya, significa
especialidade ou característica distintiva única. Tal como o
sol e seus raios são simultaneamente iguais e diferentes por
ser possuídor dos atributos e atributos respectivamente, de
forma similar a relação entre paramesvara e a jiva sendo una
e ao mesmo tempo diferente está claramente demonstrada nos
Vedas. Esta relação de igualdade e diferença simultãnea está
além do nosso intelecto e só é compreensível com a ajuda dos
Vedas, por isso é chamada de acintya, ou inconcebível.
Assim o Bhagavad Gita trata da suprema realidade eterna
que é inconcebivelmente igual e diferente de suas potências.
Mesmo que karma yoga, jnana yoga e Bhakti yoga sejam
definidos como os três meios para alcançar a plataforma
espiritual, Bhakti Yoga é o único método para se alcançar
Bhagavan. A etapa preliminar de Bhakti yoga se denomina
karma yoga, a intermediária jnana yoga e no estágio maduro
se denomina Bhakti yoga. O conhecimento real do espírito
aparece quando o coração se purifica através de karma yoga
mesclado com bhakti, no qual se oferece o resultado das
atividades á Bhagavan, tal como se descreve nos Vedas.
Tanto jnana quanto karma são inúteis se carecem de Bhakti.
Com a aparição do conhecimento verdadeiro a devoção
exclusiva se manifesta no coração, e quando chega no estado
maduro, o amor puro aparece no coração da entidade viva.
Este tipo de amor é o único meio para alcançar e Ter uma
compreensão direta de Bhagavan. Este é o mistério oculto do
Bhagavad Gita. Ninguém pode obter a liberação através do
conhecimento do aspecto impessoal(brahman). Somente
quando o conhecimento está mesclado com devoção, pode-se
Ter mukti (liberação) na forma de salokya, sarupya, samipya
e sarsti, como um resultado intrísico. Mediante a execução de
devoção pura descrito no Bhagavad Gita, pode-se conseguir o
auspicioso serviço devocional saturado de amor divino para
com Bhagavan em sua morada suprema chamada Gokoka
Vrndavana. Quando se alcança esta morada não há a
possibilidade de voltar á este mundo material. Obter este
serviço é a meta última de toda entidade viva. A devoção é de
dois tipos: exclusiva e mesclada. A mesclada também é de
dois tipos:uma quando bhakti predomina sobre karma e jnana
e a outra quando bhakti predomina sobre jnana. Mediante a
execução de karma bhakti se purifica gradualmente o coração
e se desenvolve tattva jnana, enquanto que pela prática de
jnana bhakti se obtem mukti(liberação). Estes doi tipos visam
á obtenção final de Bhakti, porém sem Bhakti elas são
inúteis. Este Bhagavad Gita é comparado a uma pedra
filosofal, que é similar á um cofre, onde a tampa do cofre é
niskama karma yoga, a base é jnana yoga e o tesouro é
Bhakti. Religiosos e pessoas que possuem bom caráter são
qualificadas para estudar o Bhagavad Gita.
Dados sobre Arjuna: É um associado eterno de Bhagavan Sri
Krsna. É completamente impossível que ele caia em estados
como a lamentação e ilusão. Um associado eterno do senhor
não possui tais ilusões. Bhagavan Sri Krsna armou tudo isso
para o benefício das entidades vivas que estão atadas pela dor
e ilusão. Ele disse: “Eu os liberarei do oceano da existencia
material.”
Por sua própria vontade, Sri Krsna faz com que Arjuna se
iluda simplesmente para liberar as jivas que realmente se
encontram em lamentação e ilusão. Por meio de perguntas e
respostas ,ele define a sua natureza real,assim como da jiva, a
sua morada transcendental ,maya,bhakti e seus demais
aspectos.
Em seu comentário do verso "sarva dharman parityajya"
Srila Visvanatha Cakravarti Thakura explica que Krsna disse:
“Depois de converete-te em um instrumento, estou
difundindo esta mensagem para o benefício das jivas.”
Arjuna é um associado eterno do Senhor, portanto não há
sequer um vestígio de ilusão nele. Esta posição de Arjuna
pode ser comprovada em todos os Sastras.
Kuruksetra: Srila Vyasadeva se refere ao campo de batalha
de Kuruksetra como dharna ksetre; isto tem um significado
confidencial. De acordo com o Srimad Bhagavatam ,esta
terra se chama Kuruksetra em homenagem ao rei Kuru. No
Mahabharata encontramos a seguinte história: Uma vez
quando Kuru Maharaja estava arando esta terra, Indra
apreciou e lhe perguntou: Por que está fazendo isto? Kuru
Maharaja respondeu: Estou arando esta terra para que as
pessoas que morram aqui possam alcançar os planetas
celestiais. Ao escutar isto o senhor Indra retornou á seu
planeta. Então o rei voltou a arar a terra de novo com grande
entusiasmo. O senhor Indra vinha uma e outra vez para
ridicularizar o rei. Ainda que Indra sempre vinha
repetidamente agitar o Rei Kuru, este permanecia
impertubável e continuava seu trabalho. Finalmente pela
insistencia de outros semi deuses ,Indra lhe concedeu a
benção de que qualquer um que abandonasse o corpo ou
morresse em uma batalha nesta terra, alcançaria os planetas
celestiais. Por tal razão a terra conhecida como Kuruksetra
foi escolhida para a batalha.
A terra que se encontra entre os rios Sarasvati e Drsadvati é
conhecida como Kuruksetra. Neste lugar tambem realizaram
austeridades os grandes sábios Mudgala e Prthu Maharaja.
Sri Parasurama fez sacrifícios nesta terra em cinco diferentes
lugares depois de exterminar os Ksatriyas, por tanto era
conhecida préviamente como Samanta Pancaka. Depois
devido as atividades do rei Kuru se tornou famosa como
Kuruksetra.
Sanjaya: Sanjaya era o filho do condutor de quadrigas
chamado Gavalgama. Esperto nos sastras, generoso e
religioso. Devido á estas virtudes o grande avó Bhisma lhe
nomeou junto com Vidura, ministro real de Dhrtarastra.
Sanjaya que era considerado como um segundo Vidura, era
tambem um íntimo amigo de Arjuna. Pela misericórdia de
Srila Vyasadeva recebeu a visão divina pela qual podia ver a
batalha de Kuruksetra, ainda estando sentado longe, no
palácio de Hastinapura,e narrou todos os eventos da guerra á
Dhrtarastra. Maharaja Yudhisthira tambem descreve Sanjaya
como bem querente de todos, de doce oratória, de
temperamento pacífico, sempre satisfeito e imparcial. Se
encontrava estabelecido dentra dos limites da moralidade e
nunca se agitava pelo mau comportamento dos demais.
Neutro e livre de todo o temor ele só falava palavras que
estavam em harmonia com os princípios morais.
Sloka 2
Sanjaya uvaca
drstva tu pandavanikam
vyudham duryodhanas tada
acaryam upasangamya
raja vacanam abravit
Sanjaya disse: Ó rei! Imediatamente depois de examinar o
exército dos Pandavas alinhado em formação militar,
Duryodhana chegou perto de Dronacarya e falou-lhe as
seguintes palavras:
Bhavanuvada
Depois de compreender a intenção interna de
Dhrtarastra ,Sanjaya confirmou que definitivamente haveria
uma guerra. Mas sabendo que o resultado seria contrário á
perspectiva de Dhrtarastra, Sanjaya falou palavras como
drstva que significa"depois de ver". Aquí a palavra vyudham
se refere á formação estratégica do exército dos Pandavas.
Assim o rei Duryodhana que sentia medo em seu interior,
recitou nove versos, começando com a palavra pasyaitam no
verso 1.3.
Prakasika-vrtti
No momento da guerra do Mahabharata, além de ser cego de
nascimento, Dhrtarastra carecia tambem de visão, tanto moral
quanto espiritual. Por este motivo estava coberto de
lamentação e ilusão. Devido a influência de Kuruksetra, seu
filho Duryodhana podia Ter devolvido a metade do reino aos
Pandavas. Temendo isto ele se sentiu desconsolado. Sanjaya,
sendo muito religioso e tambem vidente ,podia perceber os
sentimentos internos de Dhrtarastra. Ele sabia que o resultado
da batalha não seria á favor de Dhrtarastra, mas ainda sim ele
ocultou esta informação de maneira muito inteligente, e
enquanto tranquilizava Dhrtarastra, Sanjaya disse:
“Duryodhana não está chegando á nenhum acordo com os
Pandavas, mas depois de ver a extrema força e disposição do
exército dos Pandavas, está aproximando-se de Dronacarya,
seu guru na ciencia militar, para informa-lhe sobre a situação
real.” Duryodhana tinha dois motivos para se aproximar de
Dronacarya: Por um lado ele se sentiu atemorizado ao ver a
poderosa formação do exército dos Pandavas; mas por outro,
com o pretexto de oferecer respeito á seu guru, queria exibir
sua habilidade política. Devido á sua experiencia na política,
estava sem dúvida qualificado em todos os aspectos para a
posição de rei. Este é o significado completo da declaração
"Sanjaya uvaca" Sanjaya disse.
Duryodhana: Duryodhana era o mais velho dos cem filhos
de Dhrtarastra e Gandhari. No momento do seu nascimento
houve vários fatores negativos que fizeram com que Vidura
temesse que ele seria a razão da destruição da dinastia
Kuru.De acordo com o Mahabharata, Duryodhana nasceu de
uma expansão de Kali. Ele era pecaminoso, cruel e uma
desgraça para a dinastia Kuru. Precisamente, em sua
cerimõnia de batismo, os sacerdotes e astrólogos eruditos,
vendo as indicações de seu futuro, lhe chamaram
Duryodhana. No final, com instruções de Krsna, Bhima o
matou.
O sabda ratnavali diz:
"Um vyuha é a formação de um esquadrão militar composta
por um bom rei, de tal maneira que se torna impossível a
penetração do exército inimigo em qualquer direção. Desta
forma o esquadrão se torna vitorioso na batalha."
Dronacarya: Dronacarya ensinou a ciência das armas tanto
aos filhos de Pandu quanto aos de Dhrtarastra. Ele era filho
do sábio Bharadvaja. Devido á que nasceu de um drona
(recipiente de madeira para água) se tornou famoso com o
nome de Drona. Além de ser um mestre na ciencia de armas,
tambem era conhecedor de todos os vedas.Depois de
satisfazer o grande sábio Parasurama, aprendeu com ele os
segredos da ciência da guerra e outras mais. Ninguém podia
matar-lo, pois recebeu a bendição de morrer no momento que
escolhesse. Logo depois de Ter sido insultado pelo rei
Drupada de Pancala, quem havia sido seu amigo de infancia,
Dronacarya foi a Hastinapura ganhar seu sustento.
Impressionado com as qualificações de Drona,o avô Bhisma
lhe designou como o acarya para instruir e treinar
Duryodhana, Yudhisthira e os demais príncipes. Arjuna era
seu discípulo mais querido. Na batalha de Kuruksetra,
Duryodhana lhe nomeou como o comandante chefe do seu
exército.
Sloka 3
Pasyaitam pandu-putranam
Acarya mahatim camum
Vyudham drupada-putrena
Tava sisyena dhimata
Oh! Acarya! Contempla este grande exército dos Pandavas,
disposto em falanges por teu inteligente discípulo
Drstadyumna, o filho de Drupada.
Bhavanuvada
Com estas palavras, Duryodhana insinua: "Drstadyumna, o
filho de Drupada,é realmante seu discípulo. Ele nasceu
somente para matar-te, e mesmo que tu soubesse, continuou a
dar-lhe treinamento militar, o que indica que sua inteligencia
é escassa."
Aqui, Duryodhana usou a palavra dhimata, que significa
inteligente, para referir-se á Drstadyumna . Isto tem um
significado profundo. Duryodhana queria que Dronacarya
compreendesse que ainda que Drstadyumna era seu próprio
inimigo, havia aprendido pessoalmente dele a arte de matar-
lo. Por tanto disse: "Agora observa sua grande inteligencia no
momento de obter os frutos de seu treinamento." Duryodhana
fez estes comentários diplomáticos só para provocar a ira de
seu mestre, Dronacarya.
Prakasika –vrtti
Drstadyumna: O rei de Pancala, Drupada, realizou um
sacrifício com o desejo de Ter um filho que pudesse matar
Dronacarya. Do fogo do sacrifício apareceu um menino que
vestia uma armadura e portava diversas armas. Neste
momento se escutou uma voz celestial que predisse que o
filho de Drupada mataria Drona. Os brahmanas chamaram o
menino heróico de Drstadyumna. Ele aprendeu o dhanur veda
de Drona, que era extremamente benevolente ,mesmo que
soubesse que um dia Drstadyumna o mataria. Assim, Drona
foi morto por seu próprio discípulo na guerra do
Mahabharata.
Sloka 4 – 6
Atra sura mahesvasa
Bhimarjuna – sama yudhi
Yuyudhano viratas ca
Drupadas ca maha – rathah
Dhrstaketus cekitanah
Kasirajas ca viryavan
Purujit kuntibhojas ca
Saibyas ca nara-pungavah
Yudhamanyus ca vikranta
Uttamaujas ca viryavan
Saubhadro draupadeyas ca
Sarva eva maha rathah
Neste exército há poderosos arqueiros iguais á Arjuna e
Bhima em combate, tais como Satyaki, o rei Virata, os
maharathi, Drupada e outros. Reunidos nesta batalha, estão
todos os maharathis como Dhrstaketu, Cekitana, o heróico
Kasiraja, Purujit, Kuntibhoja, os nara srestras como Saibya, o
melhor dos valentes, o vitorioso Yudhamanyu, o poderoso
Uttamauja, Abhimanyu e os filhos de Draupadi, encabeçados
por Pratibindhya.
Bhavanuvada
Aqui a palavra mahesvasah significa que todos estes grandes
guerreiros portavam arcos indestrutiveis pelo inimigo. A
palavra yuyudhana significa Satyaki. Saubhadrah é
Abhimanyu, e Draupadeyah indica os filhos dos cinco
Pandavas, encabeçados por Pratibindhya, quem nasceu de
Draupadi. As características de um maharati são descritas
aqui: em um grupo de grandes guerreiros expertos na astra
sastra , o que pode lutar com uma quantidade ilimitada de
guerreiros é conhecido como atirathi, aquele que pode lutar
contra dez mil guerreiros é chamado de maharathi, o que
pode lutar apenas com uma pessoa é conhecido como
yoddha, e o que necessita assistencia para vencer um único
inimigo se chama arddharathi.
Prakasika – vrtti
Yuyudhana : É outro nome do heróico Satyaki. Ele era um
servo muito querido de Sri Krsna, ele era extemamente
valente e um atirathi entre os comandantes em chefe do
exército Yadava. Ele aprendeu de Arjuna os segredos da
astra sastra. Na batalha do Mahabharata lutou ao lado dos
Pandavas.
Virata:Virata era um rei piedoso da terra de Matsya. Os
pandavas passaram um ano incógnitos sob sua proteção. Sua
filha Uttara se casou com Abhimanyu, o famoso filho de
Arjuna. Virata morreu na batalha do Mahabharata junto com
seus filhos Uttara, Sveta e Sankha.
Drupada: Drupada era filho do rei Prsata , o rei de
Pancala.Devido a que Maharaja Prsata e Maharsi Bharadvaja,
o pai de Drona, eram amigos, Drupada e Drona foram
tambem amigos desde sua infancia. Mais tarde quando
Drupada se tornou rei, Drona foi até ele para pedir ajuda
financeira, mas Drupada lhe insultou. Dronacarya não
perdoou esta ofensa. Quando Arjuna completou sua educação
na astra sastra, Drona o pediu que atacasse Drupada e
oferecesse á seus pés como doação á gurudev. Arjuna
cumpriu sua ordem. Dronacarya tomou a metade do reino de
Drupada, e logo o liberou. Para vingar este insulto, Drupada
realizou um sacrifício de cujo fogo apareceram Draupadi e
Drstadyumna.
Cekitana: Cekitana era um Yadava da dinastia Vrsni. Era
muito cortes, um Maharathi e um dos comandantes do
exército Pandava. Na batalha do Mahabharata morreu nas
mãos de Duryodhana.
Kasiraja: Kasiraja era o rei de Kasi. Ele nasceu de uma parte
do asura Dirghajihva. Era um valente e intrépido herói que
lutou ao lado dos Pandavas.
Purujit e Kuntibhoja: Eram irmãos de Kunti, a mãe dos
Pandavas.Dronacarya os matou na batalha de Kuruksetra.
Saibya: Saibya era o sogro de Maharaja Yudhisthira, já que
sua filha Devika se casou com este. Ele era um poderoso e
héróico guerreiro.
Yudhamanyu e Uttamauja: Eram irmáos de sangue e
príncipes do reino Pancala. Eram valentes e heróicos.
Asvatthama os matou no final da guerra do Mahabharata.
Subhadra: A irmã de Bhagavan Sri Krsna, Subhadra, estava
casada com Arjuna. O heróico Abhimanyu nasceu do ventre
de Subhadra, por isto ele é conhecido tambem como
Subhadra. Recebeu treinamento de astra sastrade seu pai,
Arjuna, e tambem de Sri Balarama. Foi um herói de
excepcional generosidade e um maharati. No momento da
guerra do Mahabharata tinha dezesseis anos. Durante a
ausencia de Arjuna, Abhimanyu era o único combatente
capaz de penetrar o cakra vyuha, uma formação militar
especial que havia sido ordenada por Dronacarya. Infiltrado
nesta formação, foi injustamente assasinado pelos esforços
combinados de sete maharatis, dentre quais estavam Drona,
Krpa e Karna.
Draupadeya: Draupadi deu a luz a um filho de cada um dos
cinco Pandavas. Seus nomes eram: Pratibindhya, Sutasoma,
Srutakarma, Satanika e Srutasena. De forma coletiva eram
conhecidos como Draupadeya. Foram assasinados no final da
guerra de Kuruksetra por Asvattama, enquanto dormian no
meio da noite.
Sloka7
Asmakam tu visista ye
Tan nibodha dvijottama
Nayaka mama sainyasya
Samjnrtham tan bravimi te
Oh! Dvija srestha, o melhor dos duas vezes nascidos
(brahmanas)! Para tua informação tambem enumero os
comandantes do meu exército, quem estão especialmente
qualificados para liderar.
Bhavanuvada
Aqui a palavra nibodha significa"por favor entende" e a
palavra samjnartham significa "para teu conhecimento
preciso".
Sloka 8-9
Bhavan bhismas ca karnas ca
Krpas ca samitinjayah
Asvatthama vikarnas ca
Saumadattir jayadrathah
Anye ca bahavah
Mad arthe tyakta jivitah
Nana sastra praharanah
Sarve yuddha visaradah
Em meu exército há heróis como tu,como o avô
Bhisma,como Karna, Krpacarya, Asvatthama, Vikarna,
Bhurisrava o filho de Somadatta e Jayadratha, o rei de
Sindhu, quem são sempre vitoriosos em batalhas. Há muitos
outros grandes heróis que estão dispostos a sacrificar suas
vidas por minha causa. Todos estão equipados com diversas
armas e são expertos em guerras.
Bhavanuvada
Aqui a palavra Somadattih se refere a Bhurisrava. Tyakta-
jivitah denota a uma pessoa determinada que faz aquilo que é
requerido,ao compreender apropriadamente que será
grandemente beneficiada, sobreviva ou não. No verso (1-33),
Bhagavan disse:"Oh Arjuna! Já dei cabo na vida de todas
estas pessoas, tu simplesmente tem que se converter-te em
um instrumento". De acordo com esta declaração , Sarasvati
Devi fez com que a palavra Tyakta-jivitah, saísse da boca de
Duryodhana, indicando que seu exército já havia sido
destruído.
Prakasika – Vrtti
Krpacarya: Na dinastia Gautama ,havia um sábio chamado
Saradvan. Uma vez, depois de ver a apsara Janapadi,
derramou semem espontaneamente, o qual caiu em um
montão de palha no bosque. Este semem se dividiu em duas
partes dos quais nasceram um menino e uma jovem. A
jovem foi chamada Krpi, e o jovem, Krpa. Krpa foi logo
reconhecido como um grande guerreiro. O sábio Saradvan
pessoalmente fez de Krpa um experto em dhanurveda e
outras artes. Krpa era extraordinariamente valente e
piedoso.Na batalha do Mahabharata, lutou ao lado dos
Kauravas, mas depois da batalha , Maharaja Yudhisthira lhe
enviou para o adestramento do príncipe Pariksit.
Asvatthama: A irmã de Krpacarya , Krpi, foi casada com
Dronacarya. De seu ventre nasceu Asvatthama, quem se
formou de uma combinação das porções do Senhor Siva, de
Yama, de Kama e de Krodha. Aprendeu os sastras e astra
sastra de seu pai. Tambem aceitou a responsabilidade de ser o
último comandante em chefe dos Kauravas na batalha do
Mahabharata. Ele matou os cinco filhos de Draupadi
enquanto estes dormiam profundamente,ao confundi-los com
os cinco Pandavas. Em vingança, os Pandavas lhe insultaram
severamente e lhe arrancaram uma jóia de sua testa. Então,
Asvatthama cheio de ira,tentou matar o ainda não nascido
Pariksit Maharaj, o único herdeiro da dinastia
Pandava,lançando sua Brahmastra ao menino que se
encontrava no ventre de sua mãe Uttara, a esposa de
Abhimanyu. Sem vacilar, Bhagavan Sri Krsna, quem é muito
afetuoso com seus Bhaktas, usou sua arma disco para
proteger Maharaj Pariksit.
Vikarna: Vikarna era um dos cem filhos de Dhrtarastra,
Bhimasena o matou na batalha do Mahabharata.
Somadatta: Era o filho de Bahlika e o neto do rei Pratika da
dinastia Kuru. Satyaki o matou na batalha de Kuruksetra.
Bhurisrava: Bhurisrava era o filho do rei Somadatta na
dinastia da lua. Ele foi um rei muito valente e famoso.
Satyaki o matou na batalha.
Sastra: Uma arma que se usa para usar em combate corpo a
corpo, tal como a espada, é chamada sastra.
Astra: Uma arma que se lança ao inimigo, yal como uma
flecha, é chamada astra.
Sloka 10
Aparyaptam tad asmakam
Balam bhismabhiraksitam
Paryaptam tv idam etesam
Balam bhimabhiraksitam
Nosso exército , ainda que protegido por Bhisma é
insuficiente, e por outro lado, o exército dos Pandavas, sobre
a cuidadosa proteção de Bhima, é competente.
Bhavanuvada
Aqui a palavra aparyaptam significa insuficiente. Os
Kauravas não são competentes e não tem forças suficiente
para lutar contra os Pandavas. Bhisma abhirakstam. Ainda
que nosso exército esteja bem protegido pelo avõ Bhisma,
mesmo assim isto é insuficiente para conter a força dos
Pandavas. Paryaptam bhimabhirakstam. Mas o exército dos
Pandavas, ainda que protegido por Bhima que é menos
experto na arte da arma e conhecimento, é competente para
lutar contra nós. Desta declaração se entende que
Duryodhana está completamente atemorizado.
Prakasika – Vrtti
O avó Bhisma é um herói sem igual que recebeu de seu pai a
bendição de morrer no momento que escolhesse. Mesmo que
lutava contra os Pandavas, ele era muito afetuoso com eles e
não queria que eles saíssem derrotados.
Sloka 11
Ayanesu ca sarvesu
Yatha-bhagam avasthitah
Bhismam evabhiraksantu
Bhavantah sarva eva hi
Por tanto, todos vocês devem permanecer em suas posições
estrategicamente, alinhadas em cada ponto da entrada, para
proteger o avõ Bhisma por todos os lados.
Bhavanuvada
Duryodhana disse:"Por tanto, todos voçes (Drona e os
demais) tem que ser cuidadosos" .Só com este propósito lhes
disse: Dividam-se entre os acéssos ás falanges e não
abandonem as áreas que lhes foram designados na batalha.
Desta maneira, Bhisma não poderá ser morto pela retaguarda
enquanto lutamos com o inimigo. O poder de Bhisma é agora
a nossa própria vida.
Sloka 12
Tasya sanjanayam harsam
Kuru vrddhah pitamahah
Simha nadam vinadyoccaih
Sankham dadhmau pratapavan
O avó Bhisma , o valente ançião da dinastia Kuru, soprou seu
búzio estrondosamente e produziu um som similar á um
rugido de um leão, que causou prazer á Duryodhana.
Bhavanuvada
Para erradicar o temor de Duryodhana, e alegra-lo, o maior
dos Kurus, Bhisma, fez soar seu búzio e produziu um som
como o rugido de um leão.
Sloka 13
Tatah sankhas ca bheryas ca
Panavanaka gomukhah
Sahasaivabhyahanyanta
sa sabdas tumulo bhavat
Depois soaram repetidamente todos os búzios, tímbalos,
tambores, mrdangas, trombetas, e outros instrumentos,
fazendo um tumultuoso e temível som.
Bhavanuvada
O propósito deste verso é expressar que ambos exércitos
mostraram seu entusiasmo pela guerra. Aqui, panavah,
Anakah e gomukhah fazem referencia á tambores, mrdangas
e diversas trombetas.
Sloka 14
Tatah svetair hayair yukte
Mahati syandane sthitau
Madhavah pandavas caiva
Divyau sankhau pradadhmatuh
Logo, Sri krsna e Dhananjaya, situados em uma grande
quadriga puxada por cavalos brancos, soaram seus búzios
divinos.
Sloka15
Pancajanyam hrsikeso
Devadattam dhananjaya
Paundram dadhmau maha sankham
Bhima karma vrkodarah
Hrsikesa Sri Krsna soou seu búzio conhecido como
Pancajanya: Arjuna soou seu búzio conhecido como
Devadatta: e Bhima, o realizador de tarefas hérculeas soou
seu grande búzio conhecido como Paundra.
Prakasika-vrtti
Pancajanya:Depois de finalizar a sua educação no asrama de
seu guru ,Sri Krsna pediu á ele e a sua esposa que aceitassem
alguma doação. Então eles pediram que Krsna devolvesse seu
filho que havia se afogado no oceano. Ao perguntar á Varuna
(a deidade do oceano), Sri Krsna descubriu que ele havia sido
devorado por um caracol demoníaco que morava no oceano.
Mesmo assim, Sri Krsna não encontrou o jovem dentro do
ventre, depois de matar Pancajanya. Depois, Sri Krsna foi á
Mahakalapuri, e trouxe o filho de seu guru, lhe presentiando
como doação. Devido á que Sri Krsna tomou a concha de
Pancajanya, á esta se conhece como tal.
Sloka 16
Anantavijayam raja
Kunti putro yudhisthirah
Nakulah sahadevas ca
Sughosa manipuspakau
Maharaja Yudhisthira, o filho de Kunti soprou seu búzio
chamado Anantavijaya. Nakula soprou seu Sughosa e
Sahadeva soprou seu búzio chamado Manipuspaka.
Sloka 17-18
Kasyas ca paramesvasah
Sikhandi ca maha rathah
Dhrstadyumno viratas ca
Satyakis caparajitah
Drupado draupadeyas ca
Sarvasah prthivi pate
Saubhadras ca maha bahuh
Sankhan dadhmuh prthak prthak
Oh! Dhrtarastra, rei da terra! Depois, o rei de Kasi, o grande
arqueiro, o maharathi Sukhandi, Drstadyumna, o rei de Virata,
o inconquistável Satyaki, o rei Drupada, os filhos de
Draupadi, e Abhimanyu o filho de Subhadra, soaram seus
respectivos búzios.
Bhavanuvada
A palavra Pancajanya e outras mencionadas neste verso são
os nomes dos búzios de Krsna e de outros guerreiros no
campo de batalha. Aparajita significa "aquele que porta um
arco".
Sloka 19
sa ghoso dhartarastranam
hrdayani vyadarayat
nabhas ca prthivim caiva
tumulo bhyanunadayan
Ressoando no céu e na terra, este tumultuoso e terrível som
deixou em pedaços os corações dos filhos de Dhrtarastra.
Sloka 20
Atha vyavasthitan drstva
Dhartarastran kapi dhvajah
Pravrtte sastra sampate
Dhanur udyamya pandavah
Hrsikesam tada vakyam
Idam aha mahi pate
Oh Rei! Depois de ver seus filhos em formação de batalha,
Arjuna, levantou seu arco e se preparou para disparar suas
flechas. Depois, ele disse as seguintes palavras á Hrsikesa.
Prakasika-vrtti
Kapi dhvajah: Este é um nome de Arjuna que aponta a
presença de Hanuman na bandeira de sua quadriga. Arjuna
estava muito orgulhoso de sua habilidade como arqueiro. Em
uma ocasião, quando passeava na beira de um rio portando
seu arco Gandiva, viu um macaco. Oferecendo-lhe
reverencias, ele disse: Quem és?
O macaco respondeu gentilmente. Sou Hanuman, o servo de
Sri Rama. Então Arjuna lhe perguntou: Voce é o servo do
mesmo Rama que incapaz de construir uma ponte de flechas
sobre o oceano mandou os macacos construir uma de pedras
para que seu exército pudesse cruzar o oceano. Se eu tivesse
lá neste momento eu teria construído uma ponte de flechas tão
poderosa que todo exército poderia cruza-la facilmente.
Hanuman voltou á responder muito gentilmente. Sua ponte
não iria suportar sequer o peso de um macaco do exército de
Rama.Então Arjuna disse: ”Vou fazer uma ponte de flechas
sobre este rio e voçe poderá cruza-lo com a carga mais pesada
que tiver. Hanuman se expandiu então em uma forma
gigantesca,saltou sobre as montanhas Himalayas e regressou
com umas pedras muito pesadas nos pelos de seu corpo.
ndentemente não se disfez. Arjuna , tremendo de medo orou á
Krsna: "Por favor meu Senhor, a honra dos Pandavas está em
suas mãos."
Quando Hanuman põs o peso completo de seus pés na ponte,
se surpreendeu que ela não se quebrava. Se a ponte não caía,
seria uma grande vergonha para ele. Dentro de seu coração
Hanuman orou á Rama, quando olhou para debaixo da ponte e
viu que Rama sustentava a ponte com sua espada. Então ele
disse: "O que é isto? "Meu adorável senhor está suspendendo
a ponte com sua espada!! "Imediatamente ele caíu aos pés de
lótus de Sri Ramacandra.
Ao mesmo tempo , Arjuna viu o senhor não como
Ramacandra, mas como Sri Krsna.Tanto Hanuman quanto
Arjuna juntaram suas mãos reverencialmente para seus
senhores adoráveis ,e então o Senhor disse:
"Não há diferença entre estas duas formas minhas. Eu, Krsna,
na forma de Sri Rama ,venho estabelecer os limites da
moralidade e da conduta religiosa apropriada. Na forma de
lila purusottama Krsna, sou a personificação do néctar de
todas as rasas. De hoje em diante vocês dois devem ser
amigos. Em uma futura batalha, o poderoso Hanuman situado
na bandeira da quadriga de Arjuna, lhe dará proteção de todos
os lados "Por esta razão, Arjuna recebeu o nome de Kapi
Dhvajah "Aquele que tem uma pintura de um macaco em sua
bandeira."
Sloka 20-23
Arjuna uvaca
Senayor ubhayor madhye
Rathan sthapaya me cyuta
Yavad etan nirikse ham
Yoddhu kaman avasthitan
Kair maya saha yoddhavyam
Asmin rana samudyame
Yotsyamanam avekse ham
Ya ete tra samagatah
Dhratarastrasya durbuddher
Yuddhe priya cikirsavah
Arjuna disse: Oh Acyuta! Por favor, situa minha quadriga no
meio de ambos os exércitos para eu poder ver todos os heróis
presentes que desejam lutar nesta batalha.
Sloka 24-25
Sanjaya uvaca
Evam ukto hrsikes
Gudakesena bharata
Senayor ubhayor madhye
Sthapayitva rathottamam
Bhisma drona pramukhatah
Sarvesam ca mahiksitam
Sanjaya disse: Oh Bharata! Ao receber a ordem de Gudakesa,
Hrsikesa Sri Krsna conduziu sua excelente quadriga no meio
de ambos os exércitos, e diante de todos os reis e
personalidades proeminentes como Bhisma, Drona e outros.
Ele disse então: "Ó Partha, contempla todos estes Kauravas
aquí reunidos."
Bhavanuvada
Hrsikesa significa o controlador dos sentidos. Ainda que
Krsna é Hrsikesa, quando recebeu as ordens de Arjuna, ele foi
controlador pelo sentido da fala de Arjuna. Bhagavan é
controlado apenas por Prema.
Sloka 26
Tatrapasyat sthitan parthah
Pitrn atha pitamahan
Acaryan matulan bhratrn
Putran pauntran sakhims tatha
Svasuran suhrdas caiva
Senayor ubhayor api
Alí, no meio de ambos os exércitos, Arjuna viu seus tios
paternos e maternos, seus avôs, mestres, primos, sobrinhos,
netos, amigos, sogros e bemquerentes.
Sloka 27
Tan samiksya sakaunteyah
Sarvan bandhun avasthitan
Krpaya parayavisto
Visidann idam abravit
Ao ver todos seus amigos e familiares presentes no campo de
batalha, Arjuna, o filho de Kunti, cheio de compaixão e
angústia, disse:
Sloka 28
Arjuna uvaca
Drstveman svajanan krsna
Yuyutsun samavasthitan
Sidanti mama gatrani
Mukham ca parisusyati
Arjuna disse: Oh Krsna! Ao ver meus próprios parentes
reunidos aquí com o desejo de lutar ,sinto que minhas
extremidades fraquejam e que minha boca está secando.
Sloka 29
Vepathus ca sarire me
Roma-harsas ca jayate
Gandivam sramsate hastat
Tvak caiva paridahyate
Meu corpo treme e meu cabelo arrepia. Meu arco Gandiva
está escorregando das minhas mãos e minha pele arde.
Sloka 30
Na ca saknomy avasthatum
Bhramativa ca me manah
Nimittani ca pasyami
Viparitani kesava
Oh Kesava! Sou incapaz de me manter em pé. Minha mente
dá voltas e sinto muita angústia e aflição.
Bhavanuvada
Na oração"eu estou vivendo aquí com o propósito de ganhar
riquezas.", aquí a palavra nimitta indica o propósito. Da
mesma forma, nimitta neste veso, indica a intenção. Arjuna
está dizendo: "Depois, apesar de ganhar a guerra, a obtenção
do reino não nos trará felicidade. Pelo contrário, nos causará
dor e aflição.
Prakasika-vrtti
Kesava: Aquí o devoto, Arjuna, está revelando os
sentimentos de seu coração ao dirigir-se a Bhagavan com a
palavra Kesava."Apesar de matar proeminentes asuras
(demônios) como Kesi e outros, tu sempre mantém seus
devotos. Da mesma forma, por favor, dissipa a lamentação e
ilusão do meu coração e sustenta-me. Srila Visvanatha
Cakravarti Thakura explicou que a palavra Kesava indica
aquele que penteia o cabelo de sua amada.
Sloka 31
Na ca sreyo nupasyami
Hatva svajanam ahave
Na kankse vijayam krsna
Na ca rajyam sukhani ca
Oh Krsna! Eu não vejo nada de auspicioso em matar meus
próprios parentes nesta batalha. Não desejo nem a vitória nem
o reino, nem sequer a felicidade.
Bhavanuvada
Sreyo na pasyamiti significa "não vejo nada auspicioso". Os
sanyassis que alcançam a perfeição no yoga e os guerreiros
que morrem no campo de batalha alcançam o globo solar.
Parece então que uma pessoa que morre na batalha obtém um
resultado auspicioso.
Sloka 32-34
Kim no rajyena govinda
Kim bhogair jivitena va
Yesam arthe kanksitam no
Rajyam bhogah sukhani ca
Ta ime vasthita yuddhe
Pranams tyaktva dhanani ca
Acaryah pitarah putras
Tathaiva ca pitamahah
Matulah svasurah pautrah
Syalah sambhandhinas tatha
Etan na hantum icchami
Ghnato pi madhusudana
Oh Govinda! De que nos serve o reino, o desfrute ou a própria
vida ,quando aqueles que queremos bem—mestres, tios,
filhos, avôs, sogros, netos, cunhados, e outros parentes—estão
diante de nós neste campo de batalha dispostos a perderem
suas vidas e riquesas? Oh Madhusudana! Ainda que eles me
matem, não desejo matar-los.
Sloka 35
Api trailokya-rajyasya
Hetoh kim nu mahi-krte
Nihatya dhartarastran nah
Ka pritih syaj janardana
Oh Janardana! Se matamos os filhos de Dhrtarastra,mesmo
que seja para obter não só a soberania da terra, mas de todos
os tres mundos, que felicidade obteremos com isto?
Sloka 36
Tasman narha vayam hantum
Dhartarastran as-bandhavan
Svajanam hi katham hatva
Sukhinah syama madhava
Oh Madhava! Ao matar todos estes agressores, apenas
cometeremos pecado.Por tanto,matar Duryodhana e nossos
outros familiares não é apropriado. Como poderíamos ser
felizes após matar nossos próprios parentes?
Bhavanuvada
De acordo com o Sruti há seis tipos de agressores: o que ata
fogo em uma casa, o que admnistra veneno, o que ataca com
armas mortais, o que rouba, o que usurpa a terra e o que rouba
a esposa de outrem. Arjuna argumentou:"Oh Bharata! se você
diz que ao ver algum dos seis tipos de agressores devemos
matar-los sem consideração, então se matássemos as pessoas
aquí reunidas, sem dúvida cometeríamos pecado."
Prakasika-vrtti
De acordo com o smrti sastra, não se comete pecado se matam
um dos seis tipos de agressores. Em contraponto, os srutis
declaram que não se deve matar nenhuma entidade vivente.
Quando surgem tais contradições,deve-se considerar os srutis
como superiores. Seguimdo esta lógica, Arjuna sente que
ainda que os filhos de Dhrtarastra são agressores, se ele os
matam, irá cometer pecado.
Sloka 37-38
Yady apy ete na pasyanti
Lobhopahata-cetasah
Kula ksaya krtam dosam
Mitra drohe ca patakam
Kathamna jneyam asmabhih
Papad asman nivartitum
Kula ksaya krtam dosam
Prapasyabdhir janardana
Oh Janardana! A inteligencia de Duryodhana e dos demais
,estáo contaminadas pela cobiça de obter o reino. Assim
sendo, eles são incapazes de conceber a ilegalidade que surge
ao destruir a dinastia e muito os pecados que ocorreria ao
lutar contra os amigos. Então, por que devemos nós, que
temos conhecimento, cometer atos indevidos como estes.
Bhavanuvada
Arjuna pergunta: Por que estamos ocupados nesta batalha?
Para responder sua própria pergunta , recita este verso que
começa com as palavras yady apy.
Prakasika-vrtti
Arjuna considerou que nesta batalha havia mestres como
Dronacarya , Krpacarya, e outros,tios maternos como Salya e
Sakuni,familiares maiores como Bhisma ,os filhos de
Dhrtarastra , parentes e familiares como Jayadratha e outros
Arjuna pensou: Os Vedas dizem que não podemos lutar com
pessoas que executam yajna,com o sacerdote familiar,com um
mestre,com o tio materno,com um convidado,com filhos
pequenos,com pessoas maiores, nem com parentes."Mesmo
assim ,é com estas pessoas com quem devo
combater".Assim ,Arjuna expressou sua objeção de lutar
contra seus próprios parentes."Mas,porque todos estão
empenhados á lutar contra nós.".Ao considerar isto,Arjuna
concluiu que eles deveriam estar dominados por interesses
baixos e egoístas e por tanto perderam a habilidade de
discriminar entre o que é bom ou mau. Como resultado eles
,ao destruir sua própria dinastia, cometeriam pecado."Já que
não temos motivos egoístas , por que devemos ocupar-nos
nestas atividades abomináveis e pecaminosas?.
Sloka 39
Kula-ksaye pranasyanti
Kula-dharmah sanatanah
Dharme naste kulam krtsnam
Adharmo bhibhavaty uta
Os prinçípios religiosos ancestrais transmitidos através de
uma dinastia são também destruídos quando ela é destruída.
Depois da ruína do Dharma, a dinastia inteira é subjugada
pelo adharma.
Bhavanuvada
A palavra sanatanah se refere aos princípios religiosos que
descendem da Dinastia desde um tempo ancestral.
Sloka 40
Adharmabhibhavat krsna
Pradusyanti kula-striyah
Strisu dustasu varna-sankarah
Oh Krsna! Quando uma dinastia é subjugada pelo adharma
,suas mulheres se degradam.Oh descendente de Vrsni!
Quando as mulheres se tornam degradadas e incastas, nascem
descendentes não desejados.
Bhavanuvada
O adharma ocupa as mulheres em atividades incastas.
Sloka 41
Sankaro narakayaiva
Kula-ghnanam kulasya ca
Patanti pitaro hy esam
Lupta-pindodaka-kriyah
Tal progenie não desejada leva ao inferno tanto a dinastia
inteira quanto os destruídores da tradição familiar. Sem
dúvida alguma,seus antepassados , privados de oblações de
água e alimento ,sofrem o mesmo destino.
Sloka 42
Dosair etaih kula-ghnanam
Varna-sankara-karakaih
Utsadyante jati-dharmah
Kula-dharmas ca sasvatah
Devido ás ações perversas daqueles que destróem a tradição
familiar ,os prinçípios religiosos da familia e da casta
desaparecem.
Bhavanuvada
A palavra utsadyante, significa “eles desaparecem”.
Sloka 43
Utsanna-kula-dharmanam
Manusyanam janardana
Narake niyatam vaso
Bhavatity anususruma
Oh Janardana! Eu escutei que todos aqueles cuja dinastia
carece de princípios religiosos, sofrem no inferno por um
período ilimitado.
Sloka 44
Aho bata mahat-papam
Kartum vyavasita vayam
Yad rajya-sukha-lobhena
Hantum svajanam udyatah
Quão surpreendente é que, levados pela condição de desfrutar
de felicidade imperial ,estamos dispostos á matar nossos
próprios parentes e cometer este grande pecado.
Sloka 45
Yadi mam apratikaram
Asastram sastra-panayah
Dhrtarastra rane hanyus
Tan me ksemataram bhavet
Seria ainda mais auspicioso para mim se, desarmado e sem
ofereçer resistençia, os filhos de Dhrtarastra fortemente
armados me matassem.
Sloka 46
Sanjaya uvaca
Evam uktvarjunah sankhye
Rathopastha upavisat
Visrjya as-saram capam
Soka-samvigna-manasah
Sanjaya disse: Com sua mente perturbada pela lamentação,
Arjuna pronunciou estas palavras no campo de batalha, põs de
lado seu arco e flecha, e sentou em sua quadriga.
Assim conclui-se o primeiro capítulo do Srimad Bhagavad
Gita
Capítulo 2
O prinçípio das análises
Sloka 1
Sanjaya uvaca
Tam tatha krpayavistam
Asru-purnakuleksanam
Visidantam idam vakyam
Uvaca madhusudanah
Sanjaya disse: Sri Madhusudana falou ao aflito Arjuna, quem
estava cheio de compaixão e cujos olhos estavam agitados e
cheios de lágrimas.
Sloka 2
Sri bhagavan uvaca
Kutas tva kasmalam idam
Visame samupasthitam
Anarya-justam asvargyam
Akirtti-karam arjuna
Sri Bhagavan disse: Oh Arjuna! Qual é a causa da sua ilusão
neste momento crítico da batalha. Isto não é próprio de um
ariano, pois não condiz com sua reputação, nem te conduzirá
aos planetas celestiais.
Bhavanuvada
Neste capítulo, Bhagavan Sri Krsnacandra esboça os sintomas
das pessoas liberadas. Ele dissípa a obscuridade causada pela
lamentação e ilusão ao conçeder, em primeiro lugar, a
sabedoria para discernir entre matéria e espírito.
Prakasika-vrtti
Dhrtarastra estava satisfeito ao saber que,ainda antes de
começar a batalha , um sentimento religioso havia despertado
no coração de Arjuna. Ele recusava encarar a batalha, atendo-
se aos princípios da não violencia,que considerava sendo o
Dharma supremo. Dhrtarastra pensou:"Seria uma grande
fortuna se esta batalha não aconteçesse , pois assim, meus
filhos poderiam permanecer soberanos do reino sem nenhum
obstáculo."
Sloka 3
Klaibyam ma sma gamah partha
Naitat tvayy upapadyate
Ksudram hrdaya daurbalyam
Tyaktvottistha parantapa
Oh Partha! Não sejas covarde, isto não lhe é digno. Oh
Parantapa! Abandona sua fraqueza de coração e levanta-te.
Bhavanuvada
Aqui Krsna diz: Oh Partha! Apesar de ser um filho de Prtha
,estás se comportando como um covarde.".Depois ele disse:
"Tal covardia é própria de um ksatriya de baixa
classe."Arjuna poderia dizer: Oh Krsna! Não duvides da
minha coragem,eu desejo lutar.Mas por favor ,compreende
que do ponto de vista moral,minha renunçia á lutar é para
mostrar respeitos á meus gurus, Bhisma e Drona.".Krsna
contesta."Minha resposta é ksudram,tal atitude não demonstra
discriminação nem compaixão, senão lamentação e ilusão.
Ambas revelam a fraquesa da sua mente.
Sloka 4
Arjuna uvaca
Katham bhismam aham sankhye
Dronanca madhusudana
Isubhih pratiyotsyami
Pujarhav arisudana
Arjuna disse: Oh Madhusudana! Oh Arisudana! Destruídor
dos inimigos.! Como posso contratacar com minhas flechas, o
avô Bhisma, e Dronacarya, quem são dignos de minha
veneração?
Bhavanuvada
Para explicar porque não deseja combater, Arjuna argumenta
que de acordo com o dharma sastra, a violação da honra de
uma personalidade venerável é um ato fatídico.
Ao referir-se á Krsna como Madhusudana, Arjuna acode á
esta lógica."Oh querido amigo,tu também destruístes inimigos
em batalha, mas não assasinastes teu guru e nem seus
parentes. Devido á que o denônio Madhu era seu inimigo, eu
me referi á ti como Arisudana, ou o destruídor dos inimigos.
Prakasika-vrtti
Sandipani Muni era um famoso sábio pertençente á kasyapa
gotra, que vivia na cidade de Avanti,atual Ujjain. Quando
executaram seus passatempos, Sri Krsna e Baladeva o
aceitaram como seus Siksa Guru para dar exemplo aos
demais.Quando viviam em seu asrama, executaram o
passatempo no qual aprenderam as sessenta e quatro artes em
sessenta e quatro dias.Visvanatha Cakravarti Thakura
comenta que Sandipani Muni era seguidor do senhor Siva, ele
explica que se Krsna e Baladeva tivessem aceitado um guru
Vaisnava, este os teriam reconheçido como o supremo, e os
passatempos de aprendizagem não teriam ocorrido. Sandipani
Muni era filho de Paurnamasi Yoga Maya, e os amigos de
Krsna ,Madhumangala e Nandimukhi são filho e filha dele.
Sloka 5
Gurun ahatva hi mahanubhavan
Sreyo bhoktum bhaiksyam apiha loke
Hatvartha kamams tu gurun ihaiva
Bhunjiya bhogan rudhira pradigdhan
Seria melhor manter minha vida neste mundo mediante
mendicancia do que matar meus gurus, que são grandes
personalidades. Se os mato, os prazeres e riquezas que
pudesse derfrutar neste mundo, ficariam manchados de
sangue.
Bhavanuvada
Arjuna pensou que se converteria em traídor se matasse seus
gurus, e qualquer prazer que tivesse depois deste ato, estaria
manchado pelo resultado de atos pecaminosos.
Sloka 6
Na caitad vidmah kataran no gariyo
Yad va jayema yadi va no jayeyuh
Yan eva hatva na jijivisamas
Te vasthitah pramukhe dhratarastrah
Sou incapaz de decidir o que é melhor para nós: conquistar ou
ser conquistados por eles. Mesmo se nós os matássemos, não
iríamos desejar viver. Mas, eles estão do lado de Dhrtarastra e
estão na nossa frente, preparados para a batalha.
Bhavanuvada
Aqui arjuna está falando sobre a possibilidade da vitória ou
derrota. Ele disse: "Para nós, a vitória é igual á derrota".
Sloka 7
Karpanya dosopahata svabhavah
Prcchami tvam dharma sammudha cetah
Yac chreyah syan niscitam bruhi tan me
Sisyas te ham sadhi mam tvam prapannam
Dominado pela covardia e confundido sobre o dever, perdí
meu heroísmo natural. Te suplico, por favor, que me digas o
que é melhor para mim. Sou teu discípulo rendido e uma alma
entregue á ti. Por favor instruí-me.
Bhavanuvada
Sri Krsna podia ridicularizar Arjuna dizendo:"Ainda que és
Ksatriya, você decidiu converte-te em mendigo errante,
mediante tua própria compreensão do significado dos sastras.
Então, qual é o valor das minhas palavras?." Anteçipando-se,
Arjuna começa este verso com a palavra Karpanya: O
abandono do heroísmo natural se chama karpanya, que
significa comportamento covarde. Para receber instruções de
Krsna, Arjuna então lhe assegura."sou teu discípulo, não
refutarei mais tuas declarações.
Sloka 8
Na hi prapasyami mamapanudyad
Yae chokam ucchosanam indriyanam
Avapya bhumav asapatnam rddham
Rajyam suranam api cadhipatyam
Ainda que obtivesse na terra um reino inigualável e próspero,
com soberania até mais que os semideuses, não vejo como
posso brecar este meu pesar que seca meus sentidos.
Bhavanuvada
Arjuna começa este verso coma palavra na hi: "Nos tres
mundos, não encontro ninguém, a não ser tu, que possa
dissipar minha lamentação."Assim como o intenso calor do
verão seca as pequenas folhas, a compaixão está secando
meus sentidos.
Sloka 9
Sanjaya uvaca
Evam uktva hrsikesam
Gudakesah parantapah
Na yotsya iti govindam
Uktva tusnim babhuva há
Sanjaya disse:Depois de pronunciar estas palavras , Gudakesa
, o castigador dos inimigos ,disse á Krsna. "Oh Govinda, não
lutarei, e logo ficou mudo."
Sloka 10
Tam uvaca hrsikesah
Prahasann iva bharata
Senayor ubhayor madhye
Visidantam idam vacah
Oh descedente de Bharata(Dhrtarastra)! Neste momento,
Hrsikesa Sri Krishna sorrindo no meio dos exércitos, se
dirigiu ao aflito Arjuna com as seguintes palavras:
Bhavanuvada
A frase senayor ubhayor madhye indica que a afição de
Arjuna, as instruções e as garantias oferecidas por Krishna,
eram igualmente visíveis em ambos os exércitos. Em outras
palavras, esta mensagem do Bhagavad Gita foi presenciada
por ambos os exércitos.
Sloka 11
Sri bhagavan uvaca
Asocyan anvasocas tvam
Prajna vadams ca bhasase
Gatasun agatasums ca
Nanusocanti panditah
Sri Bhagavan disse: Enquanto falas palavras sábias, você se
lamenta por nada. O sábio não se lamenta nem pelos vivos
nem pelos mortos.
Bhavanuvada
"agata asun" significa onde não chega o ar vital". O erudito e
o sábio não se lamentam sequer pelo corpo sutil, pois é
indestrurível antes da etapa de mukti. Em ambas as condições,
em vida ou com vida, a natureza do corpo grosseiro e sutil é
imutável. É incorreto lamentar-se, já que a alma é eterna.
Prakasika-vrtti
O corpo grosseiro da entidade viva é composto por cinco
elementos materiais - terra, agua, fogo, ar e éter e é
temporário. Onde há nascimento, a morte é certa, seja hoje,
amanhã ou daqui uns anos.
Sloka 12
Na tv evaham jatu nasam
Na tvan neme janadhipah
Na caiva na bhavisyamah
Sarve vayam atah param
Jamais houve um tempo em que eu, tu e todos estes reis não
existiram, tampouco haverá no futuro um momento em que
deixaremos de existir.
Bhavanuvada
Ainda que existe diferença entre Isvara e a jiva, ambos os
tipos de alma são eternos e estão livres da morte. Assim a
alma não é objeto de lamentação.
Prakasika-vrtti
As pessoas ignorantes que consideram que o corpo grosseiro é
igual á alma, não compreendem que o verdadeiro ser não é
material.
Sloka 13
Dehino smin yatha dehe
Kaumaram yauvanam jara
Tatha dehantara praptir
Dhiras tatra na muhyati
Assim como a alma corporificada neste corpo grosseiro passa
da infância á juventude e logo á velhice, também passa á
outro corpo depois da morte. Uma pessoa inteligente não se
confunde pela destruição e nascimento do corpo.
Sloka 14
Matra-sparsas tu kaunteya
Sitosna-sukha-duhkha-dah
Agamapayino nityas
Tams titiksasva bharata
Oh Kaunteya! Quando os sentidos entram em contato com os
objetos sensíveis, se experimenta frio e calor, felicidade e
aflição.Tais experiências são flutuantes e temporárias. Oh
Bharata! Por isso deve tolera-las.
Bhavanuvada
Não só a mente nos trazem problemas, mas os sentidos por
exemplo, também nos causam problemas. Tolerar as
sensações causadas pelos objetos dos sentidos, sabendo que
estes também são temporários é uma obrigação prescrita nos
Vedas. Assim sendo, banhar-se no inverno é incômodo, mas
não se deve abandonar a rotina de se banhar, prescrita nos
Sastras. Igualmente, as mesmas pessoas, como os irmãos, os
filhos, etc, nos proporcionam felicidade ao nascer ou quando
adquirem riquezas, mas estas mesmas pessoas produzem dor
no momento de suas mortes. Sabendo que estas felicidades e
aflições são temporárias ,devemos tolera-las. Krsna falou á
Arjuna: "Não deves abandonar seu Dharma de lutar na batalha
com a desculpa de ter afeição por seus parentes. O abandono
do dever que os Sastras prescrevem, é sem duvida uma causa
de grande pertubação."
Sloka 15
Yam hi na vyathayanty ete
Purusam purusarsabha
Sama dunkha sukham dhiram
So mrtatvaya kalpate
Oh! Tú é o melhor dos homens! A pessoa sensata que
considera que a felicidade, a aflição, e a percepção dos
diversos objetos sensíveis é a mesma coisa e não se pertuba
por elas, sem dúvida está qualificada á liberar-se.
Sloka 16
Nasato vidyate bhavo
Nabhavo vidyate satah
Ubhayor api drsto`ntas
Tv anayos tattva darsibhih
Coisas temporárias– como o verão e o inverno – não tem uma
existencia real, e o eterno – a alma –jamais é destruída. Os
conhecedores da vedade chegaram á esta conclusão após
estudarem sobre o eterno e o temporário.
Sloka 17
Avinasi tu tad viddhi
Yena sarvam idam tatam
Vinasam avyayasyasya
Na kascit karttum arhati
Deves saber que isso que se propaga por todo o corpo não
pode ser destruído. Nada é capaz de destruir a alma
imperecível.
Bhavanuvada
A alma é diminuta e só pode-se compreende-la quando o
coração está purificado e livre dos tres modos da natureza
material.
Prakasika-vrtti
Há duas verdades indestrutíveis: uma é a jiva atômica
consciente, e a outra é Paramatma , que manifesta e controla
todas as jivatmas. Assim como uma simples gota de pasta de
sandalo aplicada em um só local refresca o corpo inteiro, a
alma (jivatma) localizada no coração, ocupa todo o corpo.
Sloka 18
Antavanta ime deha
Nityasyoktah saririnah
Anasino prameyasya
Tasmad yudhyasva bharata
Deves considerar que os corpos materiais que a alma eterna,
indestrutível e incomensurável, ocupa, são perecíveis. Oh!
Descendente de Bharata! Por tanto, lute!
Sloka 19
Ya enam vetti hantaram
Yas cainam manyate hatam
Ubhau tau na vijanito
Nayam hanti na hanyate
Os que consideram que a alma mata ou é morta, são
ignorantes. A alma não é morta e nem mata ninguém.
Bhavanuvada
Krsna diz: "Oh amigo Arjuna, tu és uma alma, tu não és o
sujeito nem o objeto do ato de matar. "Por tanto ó amigo, por
que temes a infamia só por que os ignorantes te chamarão de
"asassino de seus superiores?"
Sloka 20
Na jayate mriyate va kadaci
Nayam bhutva bhavita va na bhuyah
Ajo nityah sasvato yam purano
Na hanyate hanyamane sarire
A alA A alma não nasce nem morre, tampouco experimenta o
crescimento. Ela não nasce pois é eterna e permanente. A
alma é primordial, é sempre jovem e não morre quando o
corpo é destruído.
Sloka 21
Vedavinasinam nityam
Ya enam ajam avyayam
Katham as purusah partha
Kam ghatayati hanti kam
´Óh Partha! Como pode uma pessoa matar alguém, sabendo
que a alma é eterna, não nascida, imutável e indestrutível?
Bhavanuvada
Sri Krsna responde á Arjuna: "Oh Partha! Logo que adquirir
este conhecimento, não serás culpado de nenhum pecado,
mesmo depois de lutar na batalha."
Sloka 22
Vasamsi jirnani yatha vihaya
Navani grhnati naro parani
Tatha sarirani vihaya jirnany
Anyani samyati navani dehi
Assim como uma pessoa abandona suas roupas velhas e
aceita outras novas, a alma abandona os corpos velhos e
inúteis e aceita outros novos.
Sloka 23
Nainam chindanti sastrani
Nainam dahati pavakah
Na cainam kledayanty apo
Na sosayati marutah
Esta alma não pode ser ferida por nenhuma arma, nem
queimada pelo fogo, molhada pela água ou secada pelo
vento.
Sloka 24-25
Acchedyo yam adahyo yam
Akledyo sosya eva ca
Nityah sarva gatah sthanur
Acalo yam sanatanah
Avyakto yam acintyo ya
Mavikaryo yam ucyate
Tasmad evam viditvainam
Nanusocitum arhasi
A alma é indivisível, indestrutível e insolúvel. É eterna,
onipenetrante, permanente, inalterável e sempre existente. É
imperceptível, inconcebível e, devido a que está livre dos seis
tipos de transformações como o nascimento, é imutável.
Depois de compreender a alma desta maneira, não deves
lamentar-te.
Atha cainam nitya jatam
Nityam va manyase mrtam
Tathapi tvam maha-baho
Nainam socitum arhasi
Mas, se ainda pensas que a alma nasce e morre
constantemente, não há razão para que fiques aflito por ela ó
Maha Baho!
Bhavanuvada
Aqui Krsna está dizendo: "Ainda que pense que o
nasçimemto é perpétuo,ainda sim tu deves executar o seu
dever como um valente Ksatriya."
Krsna está tentando fazer com que Arjuna veja então o lado
prático da batalha, deixando de lado o conhecimento acerca
da alma.
Sloka 27
Jatasya hi dhruvo mrtyur
Dhruvam janma mrtasya ca
Tasmad apariharye rthe
Na tvam socitum arhasi
Para aquele que nasce a morte é certa, e para aquele que
morre o nascimento é certo. Por tanto não deves lamentar-se
por esta situação inevitável.
Sloka 28
Avyaktadini bhutani
Vyukta madhyani bharata
Avyakta nidhanany eva
Tatra ka paridevana
Oh Bharata!. Todos os seres humanos são imanifestos antes
de seu nascimento. No interim , depois do nascimento, eles se
manifestam , e após a morte voltam á imanifestar-se. Então
,por que te lamentas?
Sloka 29
Ascaryavat pasyati kascid enam
Ascaryavac cainam anyah srnoti
Srutvapy enam veda na caiva kascit
Há quem considera que a alma é surpreendente, outros falam
dela como algo surpreendente e alguns após escutar sobre ela
acham que é algo incompreensível e assim não á
compreende.
Bhavanuvada
Krsna explica este verso para mostrar á Arjuna o quanto é
maravilhoso a combinação do corpo com a alma e lhe
esclarece sobre este tema.
Prakasika-vrtti
A alma, a pessoa que instrui sobre a alma, e a audiencia são
todos maravilhosos, pois a verdade sobre a ciençia da alma é
muito dificil de ser compreendida. Ainda assim, somente
poucas personalidades são capazes de compreende-la e a
consideram como algo maravilhoso. É estranho que a grande
maioria,mesmo depois de escutar sobre a alma de um expert
no assunto não consegue compreende-la.
Por esta razão Sri Caitanya Mahaprabhu nos deu a instrução
de cantar os santos nomes e como resultado secundário deste
canto, virá tambem o conhecimento acerca da alma.
Sloka 30
Dehi nityam avadhyo yam
Dehe sarvasya bharata
Tasmat sarvani bhutani
Na tvamsocitum arhasi
Oh Arjuna! A alma eterna que reside nos corpos de todas as
entidades vivas jamais pode ser aniquilada. Por tanto, não é
correto que te lamentes por nada.
Sloka 31
Svadharmam api caveksya
Na vikampitum arhasi
Dharmyad dhi yuddhac chreyo nyat
Ksatriyasya na vidyate
Por outro lado se consideras teu próprio dever de Ksatriya,
não deves oscilar, pois não há atividade melhor para você do
que a luta.
Bhavanuvada
Considerando os dois pontos de vista, é recomendável que
Arjuna lute.
Sloka 32
Yadrcchaya copapannam
Svarga dvaram apavrtam
Sukhinah ksatriyah partha
Labhante yuddham idrsam
Oh Partha! Afortunados são os Ksatriyas que tem semelhante
oportunidadede lutar, pois tal batalha é a porta de entrada
para os planetas celestiais.
Sloka 33
Atha cet tvam imam dharmyam
Sangramam na karisyasi
Tatah svadharmam kirttin ca
Hitva papam avapsyasi
Mas, se não participas desta batalha religiosa, desobedecerás
teu dever e perderá tua fama. Então a reacão virá até você.
Bhavanuvada
Neste e nos próximos três versos, Sri Bhagavan explica os
defeitos de não lutar.
Sloka 34
Arkittincapi bhutani
Kathayisyanti te vyayam
Sambhavitasya cakirttir
Maranad atiricyate
O povo só irá falar sobre tua infâmia, e para uma pessoa
honrosa, a desonra é mais dolorosa que a morte.
Sloka 35
Bhayad ranad uparatam
Mamsyante tvam maha rathah
Yesanca tvam bahu-mato
Bhutva yasyasi laghavam
Grandes guerreiros como Duryodhana e outros irão pensar
que fugiste da batalha, cheio de temor. Aqueles que te
honravam, irão te considerar um ser insignificante.
Sloka 36
Avacya vadams ca bahun
Vadisyanti tavahitah
Nindantas tava samarthyam
Tato duhkhataram nu kim
Teus inimigos te insultariam com palavras duras e criticariam
tuas habilidades. Oh Arjuna! O que poderia ser mais doloroso
para ti?
Sloka 37
Hato va prapsyasi svargam
Jitva va bhoksyase mahim
Tasmad uttistha kaunteya
Yuddhaya krta niscayah
Oh! Kaunteya! Se for morto na batalha, alcancarás os
planetas celestiais, e se você sai vitorioso da batalha,
desfrutarás do reino da terra. Por tanto, levanta com
determinação e luta.
Sloka 38
Sukha duhkhe same krtva
Labhalabhau jayajayau
Tato yuddhaya yujyasva
Naivam papam avapsyasi
Sabendo que felicidade e aflição, vitória e derrota, fracasso e
triunfo, são todos iguais, luta com esta mentalidade, pois só
assim não cometerás pecado algum.
Bhavanuvada
"Assim como uma folha de lótus nunca molha enquanto
permanece na água, um Ksatriya que luta na batalha jamais
comete pecado.”
Prakasika-vrtti
Krsna fala á Arjuna: "Se lutas com a mentalidade de que
felicidade e aflição, vitória e derrota, fracasso e triunfo são
todos iguais, então não há pecado algum."
Uma pessoa que está apegada aos frutos de seus atos, está
cometendo pecado, por tanto, a renúncia ao apego kármico, é
sem dúvida necessária.
Sloka 39
Esa te bhihita sankhye
Buddhir yoge tv imam srnu
Buddhya yukto yaya partha
Karma bandham prahasyasi
Oh! Partha! Até este momento te expliquei o Sankhya-yoga,
mas agora vou te explicar Bhakti Yoga, com este
conhecimento te libertarás do cativeiro material.
Sloka 40
Nehabhikrama-naso sti
Pratyavayo na vidyate
Svalpam apy asya dharmasya
Trayate mahato bhayat
Os esforços realizados em Bhakti Yoga jamais são em vão.
Mesmo uma pequena quantidade deste Yoga, libera a pessoa
do mais grande perigo.
Bhavanuvada
Aqui , Krsna diz á Arjuna ."Buddhi Yoga é de dois tipos:1-
Bhakti Yoga na forma de audição e canto, e 2-Niskama
Karma Yoga na forma de entrega dos frutos dos atos
desinteressados á Bhagavan. "Ambos estes dois tipos de
Yoga se define com a palavra Buddhi-Yoga.
Prakasika-vrtti
Bhakti é primário e Niskama Karma é secundário. Bhakti
Yoga é completamente transcendental aos modos materiais.
Qualquer atividade em Bhakti nunca é perdida, a pessoa que
não teve sucesso nesta vida, poderá continuar o processo na
próxima vida, desde o estágio onde parou.
Sloka 41
Vyavasayatmika buddhir
Ekeha kuru-nandana
Bahu-sakha hy anantas ca
Buddhayo vyavasayinam
Oh! Filho dos Kurus! A inteligencia resoluta dos que
praticam Bhakti é indivisível, mas a inteligencia dos
indecisos em relação á Bhakti possuem ramificações
ilimitadas.
Bhavanuvada
A inteligencia cuja meta é Bhakti yoga é suprema quando
comparada aos demais tipos de inteligencia.
Sloka 42
Yam imam puspitam vacam
Pravadanty avipascitah
Veda-vada-ratah partha
Nanyad astiti vadinah
Oh! Partha! Os insensatos, que estão apegados ás declarações
floridas dos Vedas, que na verdade só produz veneno, dizem
que não há nada além disto nas escrituras.
Prakasika-vrtti
No Srimad Bhagavatam adverte-se para as afirmações
Védicas.
Oh! Pracinabarhi! Devido á ignorancia, as atividades
ritualísticas mencionadas nos Vedas parecem ser o objetivo
supremo. Ainda que suas narrações parecem ser fascinantes
aos ouvidos elas carecem de conexão com o absoluto. Por
tanto ignore-as.
Sloka 43
Kamatmanah svarga-para
Janma-karma-phala-pradam
Kriya-visesa-bahulam
Bhogaisvarya-gatim prati
As pessoas de natureza luxuriosa, que fazem muitos rituais
védicos pomposos para alcançar os planetas celestiais, onde
há bastante opulencia e desfrute sensual, acabam se atando ao
ciclo de nascimentos e mortes.
Sloka 44
Bhogaisvarya-prasaktanam
Tayapahrta-cetasam
Vyavasayatmika buddhih
Samadhau na vidhiyate
Aqueles que estão apegados ao desfrute e opulencia, cujas
mentes estão cativadas pelas palavras floridas dos Vedas, não
obterão inteligencia absoluta, com a qual pode-se meditar no
Supremo.
Sloka 45
Traigunya-visaya veda
Nistraigunyo bhavarjuna
Nirdvandvo nity-sattva-stho
Niryoga-ksema atmavan
Oh! Arjuna! Supera os modos da natureza material descrita
nos Vedas e situa-se transcendentalmente, livre de
dualidades, desapegado da tendencia de aquisição e situa-se
no eu(atma).
Bhavanuvada
No Srimad Bhagavatam Krsna diz:
"Viver na floresta está no modo da bondade, viver na cidade
está no modo da paixão, viver em uma casa de apostas está
no modo da ignorancia e viver onde eu moro (templo) está
transcendental aos tres modos da natureza material (nirguna).
Sloka 46
Yavan artha udapane
Sarvatah samplutodake
Tavan sarvesu vedesu
Brahmanasya vijanatah
Assim como vários reservatórios de água que satisfazem um
mínimo propósito provém de um grande lago, similarmente o
resultado alcançado com a adoração aos semideuses é
insignificante se comparado á realização alcançada pelo
brahmana erudito que está dotado com Bhakti por Krsna.
Prakasika-vrtti
As diferentes atividades que podem ser executadas mediante
o uso de pequenos poços separados, podem fácilmente ser
executadas ao usar um grande estanque.
Assim também, os diferentes desejos que podem ser
satisfeitos através da adoração aos semi deuses, podem ser
fácilmente alcançados simplesmente adorando Krsna.
Sloka 47
Karmany evadhikaras te
Ma phalesu kadacana
Ma karma-phala-hetur bhur
Ma te sango stv akarmani
Sem dúvida , tens o direito de executar seu dever prescrito,
mas em momento algum tens o direito de desfrutar dos frutos
de sua ação. Não sejas motivado pelos frutos da ação , mas
também não deixa de executar seu dever.
Sloka 48
Yoga-sthah kuru karmani
Sangam tyaktva dhananjaya
Siddhy-asiddhyoh samo bhutva
Samatvam yoga ucyate
Oh! Dhananjaya! Situado em Bhakti Yoga, abandonando os
apegos pelos frutos da ação, executa os deveres prescritos e
permanece equanime no êxito e fracasso. Isto se denomina
Yoga.
Sloka 49
Durena hy avaram karma
Buddhi-yogad dhananjaya
Buddhau saranam anviccha
Krpanah phala-hetavah
Oh! Dhananjaya! Atividades fruitivas são bastante inferiores
se comparadas á Bhakti, e quem anseia pelos frutos das
atividades são ávaros.
Sloka 50
Buddhi-yukto jahatiha
Ubhe sukrta-duskrte
Tasmad yogaya yujyasva
Yogah karmasu kausalam
Uma pessoa inteligente abandona as atividades piedosas e
pecaminosas nesta vida mesmo, por tanto, esforça-te nesta
Yoga e executa todas as atividades desinteressadamente.
Sloka 51
Karma-jam buddhi-yukta hi
Phalam tyaktva manisinah
Janma-bandha-vinirmuktah
Padam gacchanty anamayam
Sem dúvida, os sábios que possuem inteligencia absoluta,
abandonam os resultados nascidos das ações fruitivas, assim
eles alcançam um lugar onde não há sofrimento algum, e são
eternamente liberados do ciclo de nascimentos e mortes.
Sloka 52
Yada te moha-kalilam
Buddhir vyatitarisyati
Tada gantasi nirvedam
Srotavyasya srutasya ca
Quando sua inteligencia cruzar o denso bosque da ilusão,
ficarás indiferente á tudo que já escutou ou está por escutar.
Sloka 53
Sruti-vipratipanna te
Yada sthasyati niscala
Samadhav acala buddhis
Tada yogam avapsyasi
Quando tua inteligencia estiver desapegada das diferentes
interpretações dos Vedas e firme em transe, neste momento
alcançarás o fruto do Yoga.
Sloka 54
Arjuna uvaca
Sthita-prajnasya ka bhasa
Samadhi-sthasya kesava
Sthita-dhih kim prabhaseta
Kim asita vrajeta kim
Arjuna disse: Oh! Kesava! Quais são os sintomas de uma
pessoa cuja inteligencia está fixa na transcendência? Como
ela se senta, fala e como ela caminha?
Sloka 55
Sri bhagavan uvaca
Prajahati yada kaman
Sarvan partha mano-gatan
Atmany evatmana tustah
Sthita-prajnas tadocyate
Sri Bhagavan disse: Oh! Partha! Uma pessoa possui
inteligençia perfeita quando abandona todos os tipos de
desejos materiais que surgem da mente. Dentro de sua mente
controlada ele está satisfeito por Ter uma alma bem
aventurada. Neste estado ele é visto como uma pessoa de
inteligência perfeita.
Sloka 56
Dunkhesv anudvigna-manah
Sukhesu vigata-sprhah
Vita-raga-bhaya-krodhah
Sthita-dhir munir ucyate
O sábio cuja mente não se agita pelas misérias e permanece
livre de ansiedade provocados pelos desejos sensuais, livre
do apego e temor e ira, é chamado de sábio com inteligençia
perfeita.
Bhavanuvada
São tres, os tipos de misérias.As que são provocadas pela
sede,dor de cabeça,febre etc..,que provém do corpo e da
mente,são chamadas Adhyatmika.
As que são provocados por entidades vivas tais como
serpente, insetos etc.., são chamadas de Adhibhautika.
E as que provém dos semi-deuses, tais como a chuva, frio,
calor etc...chaman-se Adhidaivika.
Aqui Krsna diz que aquele que não se agita devido á estas
misérias, é um sábio controlado e inteligente.
Sloka 57
Yah sarvatranabhisnehas
Tat tat prapya subhasubham
Nabhinandati na dvesti
Tasya prajna pratisthita
A pessoa que não tem apegos mundanos exessivos, que não
se regosija na vitória e nem se lamenta pela derrota, é
considerada uma pessoa de inteligencia resoluta.
Sloka 58
Yada samharate cayam
Kurmo nganiva sarvasah
Indriyanindriyarthebhyas
Tasya prajna pratisthita
Quando uma pessoa pode retrair seus sentidos
completamente dos objetos dos sentidos, assim como uma
tartaruga retrai suas extremidades para dentro da carapaça, se
diz que essa pessoa possui inteligência resoluta.
Sloka 59
Visaya vinivarttante
Niraharasya dehinah
Rasa-varjam raso py asya
Param drstva nivarttate
Uma pessoa que se identifica com seu corpo pode restringir-
se dos objetos dos sentidos artificialmente, mas ainda
permanece o gosto por esses objetos. Mas a pessoa de
inteligencia clara,ao compreender a superalma, seu gosto
pelos objetos sensíveis acaba automaticamente.
Sloka 60
Yatato hy api kaunteya
Purusasya vipascitah
Indriyani pramathini
Haranti prasabham manah
Oh! Filho de Kunti! Os sentidos agitados, sem dúvida
arrastam á força a mente de um homem inteligente que possui
conhecimento e se esforça para alcançar a liberação.
Prakasika-vrtti
Dominar os sentidos é tão dificil como controlar a mente.
Mas, de cordo com as instruções de Sri Caitanya
Mahaprabhu, esta difícil tarefa se torna fácil quando ocupa-se
os sentidos no serviço á Bhagavan Sri Krsna.
Sloka 61
Tani sarvani samyamya
Yukta asita mat-parah
Vase hi yasyendriyani
Tasya prajna prathisthita
A pessoa deve controlar todos os sentidos,através de Bhakti
Yoga, dedicando-se á mim, pois somente a pessoa com
sentido controlado possui inteligencia determinada e pura.
Sloka 62
Dhyayato visayam pumsah
Sangas tesupajayate
Sangat sanjayate kamah
Kamat krodho bhijayate
Uma pessoa desenvolve apego pelos objetos dos sentidos ao
comtenpla-los. Deste apego surge o desejo de desfrute e do
desejo surge a ira.
Sloka 63
Krodhad bhavati sammohah
Sammohat smrti-vibhramah
Smrti-bhramsad buddhi-naso
Buddhi-nasat pranasyati
Da ira vem a confusão, da confusão surge o esquecimento, na
perda da memória a inteligencia é destruída, e quando a
inteligençia é destruída, a pessoa cai completamente nas
garras da ilusão.
Sloka 64
Raga-dvesa-vimuktais tu
Visayan indriyais caran
Atma-vasyair vidheyatma
Prasadam adhigacchati
Sem dúvida, um homem com sentidos controlados, livre do
apego e aversão, alcança paz mental mesmo quando desfruta
dos objetos dos sentidos com os seus sentidos controlados.
Sloka 65
Prasade sarva-duhkhanam
Hanir asyopajayate
Prasanna-cetaso hy asu
Buddhih paryavatisthate
Uma pessoa de inteligencia clara se libera de todas as
misérias, a mente de tal homem é muito pacífica e calma, e
assim ele se fixa em atingir a meta desejada.
Sloka 66
Nasti buddhir ayuktasya
Na cayuktasya bhavana
Na cabhavayatah santir
Asantasya kutah sukham
Uma pessoa desconectada do Senhor não possui inteligencia
espiritual e assim sendo, ela é incapaz de meditar em
Paramesvara. Como pode haver felicidade para alguém que
não possui paz?
Sloka 67
Indriyanam hi caratam
Yan mano nuvidhiyate
Tad asya harati prajnam
Vayur navam ivambhasi
Assim como o vento arrasta um bote sobre a água,
simirlamente, a mente de uma pessoa descontrolada é
arrastada pelos sentidos , então é arrastada também, sua
inteligencia.
Sloka 68
Tasmad yasya maha-baho
Nigrhitani sarvasah
Indriyanindriyarthebhyas
Tasya prajna pratisthita
Oh!Maha-Baho! Por tanto ,a pessoa que é capaz de restringir
seus sentidos completamente dos objetos dos sentidos, possui
inteligencia absolutamente clara.
Sloka 69
Ya nisa sarva-bhutanam
Tasyam jagartti samyami
Yasyam jagrati bhutani
sa nisa pasyato muneh
Neste estado noturno mental no qual dorme todos os seres,um
homem inteligente está desperto. Quando os seres ordinários
estão mentalmente despertos, este momento é noite para o
sábio iluminado.
Sloka 70
Apuryamanam acala-pratistham
Samudram apah pravisanti yadvat
Tadvat kama yam pravisanti sarve
As santim apnoti na kama-kami
Assim como o oçeano permanece calmo,quieto e imóvel,
ainda que inúmeros rios deságuam nele, similarmente , o
homem sábio permaneçe fixo e impertubável, ainda que a
agitação dos sentidos entram á força dentro dele. Somente a
pessoa que possui inteligência estável pode alcançar a paz.
Isto não é alcançável para aqueles que tentam satisfazer os
desejos materiais.
Sloka 71
Vihaya kaman yah sarvan
Pumams carati nihsprhah
Nirmamo nirahankarah
As santim adhigacchati
Aqueles que abandonam todos seus desejos materiais, e que
estão livres de possesividade, estão livres de ansiedades e
falso ego. Esta pessoa alcançará paz.
Sloka 72
Esa brahmi sthitih partha
Nainam prapya vimuhyati
Sthitvasyam anta-kale pi
Brahma-nirvanam rcchati
Oh!Partha! Esta é a situação daquele que alcançou o
brahmam,mas aquele que não alcançou esta condição será
confundido.Aquele que alcança tal estado, consegue a
emancipação espiritual no momento da morte.
Bhavanuvada
Neste capítulo se explica espeçificamente o jnana yoga,
karma yoga e indiretamente Bhakti Yoga. Por este motivo,
este é considerado o resumo do Sri Gita.
Capítulo 3
KARMA YOGA
O prinçípio da ação
Sloka 1
Arjuna uvaca
Jyayasi cet karmanas te
Mata buddhir janardana
Tat kim karmani ghore mam
Niyojayasi kesava
Arjuna disse: Oh!Janardana! Se consideras que a inteligencia
é melhor do que o trabalho fruitivo, então por que estäs me
ocupando nesta terrível batalha?
Sloka 2
Vyamisreneva vakyena
Buddhim mohayasiva me
Tad ekam vada niscitya
Yena sreyo ham apnuyam
Minha inteligencia está confundida por tuas declarações
ambíguas. Diga-me por favor, o que é mais benéfico á mim?
Sloka 3
Sri bhagavan uvaca
Loke smin dvi-vidha nistha
Pura prokta mayanagha
Jnana-yogena sankhyanam
Karma-yogena yoginam
Sri Bhagavan disse: Oh!Imaculado Arjuna! Já te expliquei
que neste mundo há dois tipos de fé inquebrantável: A fé dos
filósofos empiristas baseada no processo de especulação
filosófica, e a fé dos yoguis baseada no processo de niskama-
karma-yoga.
Sloka 4
Na karmanam anarambhan
Naiskarmyam puruso snute
Na ca sannyasanad eva
Siddhim samadhigacchati
Uma pessoa não pode alcançar liberação por deixar de fazer
seus deveres prescritos, e nem uma pessoa pode alcançar a
perfeição simplesmente por aceitar sannyasa.
Sloka 5
Na hi kascit ksanam api
Jatu tisthaty akarmakrt
Karyate hy avasah karma
Sarvah prakrti-jair gunaih
Certamente, nada permanece inativo sequer por um instante.
Todas as pessoas certamente se ocupam inevitavelmente na
ação, através dos modos materiais, de acordo com sua própria
natureza.
Sloka 6
Karmendriyani samyamya
Ya aste manasa smaran
Indriyarthan vimudhatma
Mithyacarah sa ucyate
Uma pessoa tola, que controla os sentidos, mas permanece
meditando nos objetos dos sentidos por meio da mente, é
chamada de hipócrita.
Sloka 7
Yas tv indriyani mana
sa
Niyamyarabhate arjuna
Karmendriyaih karma-yogam
Asaktah sa visisyate
Oh!Arjuna! Aquele que sem apego, controla os sentidos
através da mente, e que começou o processo de niskama-
karma-yoga mediante os sentidos de trabalho, é superior ao
hipócrita.
Bhavanuvada
Bhagavan recita este verso para explicar que um homem
casado que segue as instruções dos Sastras, é superior ao
falso renunciante. Aqui, a palavra karma-yoga refere-se á
ação prescrita pelos sastras sem o desejo do resultado de tal
atividade.
Sloka 8
Niyatam kuru karma tvam
Karma jyayo hy akarmanah
Sarira-yatrapi ca te
Na prasidhyed akarmanah
Você deve executar seus deveres segundo as regulações dos
Sastras, pois a ação é melhor que a inação. Tua manutenção
corporal não pode ser feita sem o trabalho.
Sloka 9
Yajnarthat karmano nyatra
Loko yam karma-bandhanah
Tad-artham karma kaunteya
Mukta-sangah samacara
Oh! Filho de Kunti! Com excessão da ação oferecida á Visnu
dessinteressadamente, todas as demais atividades perpetuam
a humanidade neste mundo. Por tanto, livre do apego,
executa seus atos para sua própria satisfação.
Sloka 10
Saha yajnah prajah srstva
Purovaca prajapatih
Anena prasavisyadhvam
Esa vo stv ista-kama-dhuk
Em tempos remotos, tendo criado sua progenie,junto com os
brahmanas qualificados para executar sacrifíçios, Prajapati
Brahma lhes deu esta benção: "Que este sacrificio lhes traga
prosperidade e sastifaça todos os seus desejos."
Bhavanuvada
Para explicar o verso anterior, Sri Krsna recita sete versos
que começam com este, cuja palavra inicial é saha."Uma
pessoa de coração impuro deve dedicar-se exclussivamente
ao cultivo da ação desinteressada e não deve aceitar
sannyasa. Mas se em sua condição atual não pode sequer
executar tal ação, deve então dedicar-se á ação fruitiva e
ofereçe-la á Visnu.
Levando em conta a tendencia de desfrute que teria a
progenie, o Senhor Brahma disse: "Que este yajna satisfaça
todas as suas metas."
Sloka 11
Devan bhavayatanenate
Deva bhavayantu vah
Parasparam bhavayantah
Sreyah param avapsyatha
Satisfazendo os semi-deuses mediante o sacrifíçio , eles
também o satisfarão. Satisfazendo-se mutuamente, voces
alcançarão suprema fortuna.
Sloka 12
Istan bhogan hi vo deva
Dasyante yajna-bhavitah
Tair dattan apradayaibhyo
Yo bhunkte stena eva sah
Bhagavad Gita com comentários de grandes mestres espirituais
Bhagavad Gita com comentários de grandes mestres espirituais
Bhagavad Gita com comentários de grandes mestres espirituais
Bhagavad Gita com comentários de grandes mestres espirituais
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Bhagavad Gita com comentários de grandes mestres espirituais

  • 1. Srimad Bhagavad Gita Sri Srimad Bhaktivedanta Narayana Goswami Maharaja
  • 2. Com comentários Bhavanuvada de Srila Visvanatha Cakravarti Thakur, a jóia cristalina entre os mestres espirituais e guardião da Sri Gaudiya Sampradaya
  • 3. & Prakasika-Vrtti de Srila Bhaktivedanta Narayana Goswami Maharaja, o melhor entre os Tridandi Sanyassis Dedicado á Sri Gurupadapadma Sri Gaudiya Vedanta Acarya Kesari
  • 4. Nitya Lila Pravista Om Visnupada Astottarasata Sri Srimad Srila Bhakti Prajnana Keshava Goswami Maharaja O melhor da décima geração Do Parampara de Sri Krsna Caitanya Mahaprabhu
  • 5. Sri Caitanya Mahaprabhu e associados Antes de mais nada, devemos saber pelo menos um pouco sobre estes devotos Maha Bhagavatas (devotos puros quem são os comentaristas desta edição do Gita) que misericordiosamente nos iluminam com as puras e profundas explicações dos preciosos versos da Gita. Sri Srimad Bhaktivedanta Narayana Goswami Maharaja é um devoto Rasika (aquele que está sempre saboreando a doçura do
  • 6. serviço devocional), vem servindo a Gaudiya Sampradaya por mais de sessenta anos ininterruptos, e trabalhou incansavelmente para que leitores sinceros de todo o mundo pudéssem compreender os profundos significados dos versos do Gita. Srila Bhaktivedanta Narayana Maharaja foi o idealizador deste projeto literário que complementa o extraordinário trabalho deixado por Bhaktivedanta Swami Maharaja (Prabhupada). Ele dedica esta edição ao seu amado Mestre Espiritual Nitya Lila Pravista Om Visnupad Sri Srimad Srila Bhakti Prajnana Kesava Goswami Maharaja, (o mais querido diiscípulo de Jagad Guru Bhaktisiddhanta Sarasvati Thakur e sanyassa Guru de sua Divina Graça Bhaktivedanta Swami Maharaja (Srila Prabhupada – foto abaixo). Sri Srimad Srila Visvanatha Cakravarti Thakura é um Acarya renomado na nossa Sampradaya, Visvanatha quer dizer O Senhor
  • 7. do Universo, e " Cakravarti " significa rodiado em circulo, pois ele era sempre ouvido por devotos puros , que sentavam ao seu redor afim de aprender o caminho da devoção pura, e as conclusões filosóficas perfeitas. Ele é o principal seguidor de Srila Rupa Goswamipad e seus comentários são cheios de rasa. Assim rendo-me milhões e milhões de vezes aos pés de lótus destes dois Vaishnavas, implorando pela sua misericórdia. Peço licença e inspiração também, ao presidente da Gaudiya Vedanta Samiti - Nitya Lila Pravista Om Visnupada Sri Srimad Srila Bhaktivedanta Vamana Goswami Maharaja, quem é um oceano de misericórdia e doçura, e á meu amado Sri Guru Paramaradyatta Gurupadpadma Sri Srimad Srila Bhaktivedanta Narayana Goswami Maharaja , o melhor da décima primeira geração do Gaudiya Vaishnava Parampara e quem editou este extraordinário Bhagavad Gita, enriquecendo-o com seus maravilhosos comentários.
  • 8. Observações: Srila Bhaktivinoda Thakura diz que embora Bhagavan Sri Krishna tenha dado instruções á Arjuna, na verdade estas instruções foram dadas para a liberação do mundo inteiro. Todas as conclusões da Gita levam o leitor ao objetivo final que é bhakti.
  • 9. A palavra brahma usada na Gita pode significar Bhagavan Sri Krishna, ou o seu aspecto impesssoal (ou seja, o brilho corpóreo que emana do corpo de Sri Krishna), mas Brahma indica o semi- deus Brahma (o primeiro ser criado). Esta tradução tem como objetivo apresentar da maneira mais simples possível, os profundos comentários dos Acaryas dados nesta edição, tornando-os assim mais acessíveis aos leitores brasileiros. Perdoem qualquer erro que eu tenha cometido na tradução e digitação e por favor aceitem sua essência com o objetivo de realização transcendental. B.V. Narayan Goswami Sevaka Baladeva Das Brahmacari - Keshavaji Gaudiya Math (B.H) – 2009 http://sociedadeinternacionaldebhaktiyoga.blogspot.com/
  • 10. Resumo dos dezoito capítulos da Gita por Sri Srimad Srila Bhaktivedanta Narayana Goswami Maharaja Capítulo 1- Sainya – Darsana: Observando os exércitos ................................... O Bhagavad Gita se compõe de dezoito capítulos cuja conclusão é bhakti. Arjuna atuou no campo de batalha como se estivesse imerso na lamentação e Krsna lhe explicou então que atma-dharma da entidade viva não tem relação alguma com o dharma do corpo, dinastia ou casta. A entidade viva é forçada á sofrer as misériasda lamentação, ilusão e do temor enquanto permanecer cativa de maya e considerar que o corpo é o próprio ser. Por tanto, é indispensável que aceite o refúgio de um guru genuíno(tattva-vit guru). Capítulo 2 - Sankhya Yoga O princípio das análises......................................... A jiva percebe sua ignorância quando aceita o refúgio de um sad-guru e então trata de libertar-se das garras ilusórias de maya, abandonando seus pensamentos independentes e respeitando as instruções de Sri Gurudeva. O sad-guru está livre dos quatro defeitos – ilusão, propenssão á cometer erros, sentidos imperfeitos e a tendência á enganar-se – porque é uma um tattva – darsi ekantika - prema - bhakta. O sadhaka compreende a diferença entre a alma e o corpo material quando escuta as instruções da boca de lótus de seu misericordioso Gurudeva. Também compreende os efeitos
  • 11. degradantes do desfrute sensual e desenvolve apego por escutar acerca dos pensamentos, características e glórias dos sthita – prajna - munis. Logo, pela influência de sadhu-sanga, desperta em seu coração a consciência da necessidade de se obter tattva – jnana. Capítulo 3 – Karma Yoga O princípio da ação.................................................. A jiva compreende que karma-yoga consiste nos esfórços executados sem um desejo egoísta(niskama bhava) para o serviço de Bhagavan quando escuta as instruções dadas por Sri Krsna. Se seu coração está cheio de desejos de desfrute sensual, então a aceitação do hábito de sannyasi não é verdadeira renúnçia, senão que uma hipocrisia que jamais pode atrair auspiciosidade. A jiva deve executar seu karma como um serviço á Sri Bhagavan porque a realização de karma para o desfrute sensual não produz nenhum resultado favorável. A execução de karma, como os yajnas védicos por exemplo, pode outorgar prazer sensual mundano, mas este prazer é temporário e está mesclado com infelicidade. Mesmo assim, karma yoga purifica o coração. Por tanto, é favorável abandonar todo tipo de akarma, vikarma e sakama karma e adotar unicamente o niskama-karma-yoga oferecido á Bhagavan. Capítulo 4 – Jnana Yoga
  • 12. O conhecimento transcendental ............................. O capítulo quatro começa com instruções sobre jnana-yoga. Primeiro explica que uma pessoa só pode obter tattva-jnana genuíno através da misericórdia de Sri Gurudeva, quem é um tattva-darsi. Esta misericórdia se manifesta através do proçesso de escutar de uma sucessão discipular fidedigna. Não se pode obter bhagavat tattva-jnana mediante o aprendizado mundano, inteligência ou conhecimento. Este capítulo explica também que em cada yuga aparece um avatara de Bhagavan. O nascimento e as atividades de Bhagavan são divinos ; é tolice e ofensivo pensar que são mundanos. Uma pessoa obtem tattva-jnana na associação de um tattva darsi guru, escutando gradualmente dele acerca das características de jnana-yoga e sua superioridade sobre karma-yoga. Ela pode cruzar fácilmente o oceano de nascimentos e mortes ao refugiar-se no tattva-jnana verdadeiro. O sadhaka não pode progredir se tem dúvidas sobre isto ; se carece de tattva-jnana ele se desviará do caminho, cairá e ficará novamente enredado no ciclo de karma. Capítulo 5 – Karma-Sannyasa Yoga Renúncia á ação .................................................... O sadhaka obtém a qualificação para o karma sannyasa-yoga quando obtém tattva-jnana. Meste momento compreende que o verdadeiro sannyasa significa abandonar o apego pela ação e seus frutos. Para alguém cujo coração é ainda impuro, é benéfico e apropriado adotar o karma-yoga sem apegar-se ao processo e seus frutos, ao invés de renunciar completamente o karma. O niskama-karma-yoga oferecido á Bhagavan
  • 13. concede a qualificação para se obter a natureza do brahma ou brahmapada. Quem conhece o brahma obtém paz. Capítulo 6 – Dhyana Yoga O princípio da meditação ......................................... O sadhaka compreende á partir das instruções do tattva-vid guru que só se pode meditar em Bhagavan quando o coração está purificado. Um yogi ou sannyasi está livre de todo tipo de desejos materiais, pois ninguém pode alcançar a perfeição no yoga enquanto possui desejos de desfrute material. Uma pessoa que deseja alcançar a perfeição no yoga deve regular a ingestão de alimentos e atividades reáçionárias. Esta perfeição significa: 1- perceber Sri Bhagavan como Antaryami (superalma) no coração de todas as entidades vivas, e 2- compreender que todas as jivas existem apenas devido ao sustento e refúgio de Bhagavan. Este capítulo também declara que um bhakta é superior ao karmi, jnani ou yogi. Capítulo 7 – Vijnana –Yoga A compreenssão do conhecimento transcendental O estudo constante destas instruções conduz á firme compreenssão e percepção de que Bhagavan Sri Krsna é o limite do para-tattva, A Realidade Absoluta Suprema e que além dele, não há outro parama -tattva. Uma pessoa pode liberar-se de maya apenas através da rendição exclusiva á seus pés de lótus. Há quatro tipos de pessoas que carecem de qualificação para dedicar-se ao Bhagavat bhajana porque executam atividades impiedosas. Estes são: os tolos, os deploráveis, os que possuem natureza demoníaca e os que
  • 14. possuem um conhecimento coberto por maya. Ao contrário, há quatro classes de pessoas dotadas de créditos piedosos (sukrti) que podem se dedicar á bhagavat-bhajana: os aflitos, os que buscam por fortuna, os questionadores e os jnanis. Os bhaktas de Bhagavan são difíçeis de ser encontrados neste mundo. Não se pode obter o benefício eterno através da adoração dos diversos semi-deuses(deva e devis). Capítulo 8 – Taraka Brahma Yoga Yoga com Parambrahma ..................................... Apenas os ekantikas bhaktas de Sri Krsna podem conhecer tattvas tais como o brahma-tattva, karma-tattva e adhibhuta- tattva, entre outros. Estes ekantika bhaktas podem alcançar Krsna muito facilmente. Os bhaktas de Bhagavan jamais nasce de novo. Bhagavan pode ser alcançado apenas mediante ananya bhakti(Gita 8.22). Capítulo 9 – Raja - guhya Yoga O conhecimento mais confidêncial ......................... O raja-vidya ou raja-guhya se refere unicamente –a suddha- bhakti-yoga. A prakrti, a natureza material, não é a causa original da criação cósmica, pois só obtém a potência para criar pela inspiração de Bhagavan. È tolo e ofensivo pensar que Bhagavan Sri Krsna é um ser humano ou que seu corpo sac-cit-ananda está composto pelos cinco elementos materiais igual aos corpos das almas condicionadas ordinárias ou baddha-jivas. Os mahatmas genuínos se dedicam ao bhajana de Sri Krsna com sentimentos devocionais exclusivos ou ananya bhava e Sri Krsna atende pessoalmente suas necessidades. A dedicaçãoi ao bhajana aos diversos devatas é contrária ás regras prescritas, pois Krsna é o único
  • 15. desfrutador e amo de todos os sacrifícios. Sri Bhagavan aceita tudo que seus suddha bhaktas lhe oferecemcom amor. O último verso deste capítulo, “man mana bhava mad- bhakto”, se concluique bhakti é o único meio para alcançar o Senhor Supremo. Capítulo 10 – Vibhuti Yoga A apreciação das opulências de Sri Bhagavan ...... Uma pessoa pode entender que Krsna é o fundamento de todas as vibhutis e saktis (energias), através do estudo sincero e constante deste capítulo. Também entende que todo universo material, junto com suas opulências, constituem apenas um quarto de sua grandeza. Ela pode compreender facilmente que tudo está direta ou inderatamente conectado á Bhagavan Sri Krsna quando obtém este conhecimento sobre os vibhutis. Bhagavan outorga buddhi-yoga á seus bhaktas para que possam entender o tattva-jnana. Assim, sua ignorância é destruída e eles se dedicam á bhagavat bhajan com amor. Capítulo 11 – Visvarupa darsana yoga A contemplação da forma universal do Senhor ....... Este capítulo revela que a visvarupa de Bhagavan é ilusória enquanto que a svarupa é transcendentale similar á humana. Apenas os bhaktas cujos olhos estão untados com prema podem obter o darsana(visão) da sua forma rasika sekhara. Bhagavan é alcançado apenas mediante ananya bhakti yoga. Capítulo 12 – Bhakti Yoga O serviço devocional puro ......................................
  • 16. Este capítulo explica que Svayam Bhagavan Sri Krsna é a Realidade Suprema e o objeto supremo de adoração exclusiva da jiva. Os bhaktas dotados com ekantika bhakti são muito queridos por Ele. Pode-se alcançar Bhagavan facilmente aquele que pratica suddha bhakti, mas os nirvisesa brahmavadis só enfrentam misérias. Capítulo 13 – Prakrti-Purusa-Vibhaga Yoga A diferença entre a natureza material e o desfrutador. Este capítulo oferece uma profunda compreensão da natureza material e da entidade viva. Através desta discussão, Bhagavan outorga tattva-jnana á seus bhaktas rendidos e os libera do oceano do mundo material. Capítulo 14 – Guna-traya-Vibhaga Yoga Os trê modos da natureza material Um estudo analítico deste capítulo conduz á compreensaõ de que este mundo material desenvolve-se simplesmente pela ação e interação dos três gunas materiais: sattva, rajas e tamas. Os sadhakas que executam bhakti-yoga podem transcender estes três gunas com facilidade e finalmente obtém a qualificação para alcançar Bhagavan. Capítulo 15 – Purusottama Yoga A compreensão da Pessoa Suprema ..................... Este mundo material se extende desde os sistemas planetários inferiores até os superiores e as jivas são partes separadas ou amsas de Bhagavan. Aquieles que se opõem á Bhagavan são
  • 17. atados por seu karma e perambulam por diversas espécies de vida, inferiores e superiores. Uma pessoa pode receber a misericórdia de um Guru genuíno como resultado da sua boa fortuna e dedicar-se por completo ao bhajana de Sri Krsna. Capítulo 16 – Daivasura Sampada Yoga As qualidades divinas e demôniacas ..................... Este capítulo explica as naturezas divina e demoníaca. A jiva confundida por maya é controlada pela natureza divina ou demoniaca. Ela inclina-se á bhagavat-bhajana quando se refugia na natureza divina, mas quando adota a natureza demoníaca ela se opõe á Bhagavan e assim vai ao inferno. Aqueles que possuem esta natureza pregam a filosofia mayavada. Portanto é necessário liberar-se desta tendência mediante á execução de bhagavat-bhajana na associação dos suddha bhaktas. Capítulo 17 – Sraddha-Traya-Vibhaga Yoga Os três tipos de fé ......................................... Este capítulo explica os três tipos de fé. Uma pessoa desenvolve fé em sattva, rajo ou tamo de acordo com sua ssociação e natureza que adquiriu de seus samskaras prévios. A nirguna sraddha aparece no coração da jiva quando se associa com suddha bhaktas de Hari; assim ela dedica-se ao bhajana de Bhagavan, quem é nirguna. Estes bhaktas são verdadeiros sadhus. Capítulo 18 – Moksa Yoga
  • 18. O princípio da liberação ........................................ Este capítulo explica a essencia da Gita. Primeiro, Sri Krishna é identificado como o bhagavat-tattva supremo e logo imparte esta instrução confidencial. Aqui se explica que o rasamayi seva á Sri Krsna em sua morada suprema é alcançado através da seguinte sequência: 1- Rendição á ele 2- Praticar os nove processoa de bhakti 3- Refugio em bhava-bhakti Conteúdo Capítulo Um – Observando os exércitos Capítulo Dois – Sankhya Yoga Capítulo Tres – Karma Yoga Capítulo Quatro – Jnana Yoga Cápitulo Cinco – Karma Sannyasa Yoga Capítulo Seis – Dhyana Yoga Capítulo Sete – Vijnana Yoga Capítulo Oito – Taraka Brahma Yoga Capítulo Nove – Raja Guhya Yoga Capítulo Dez – Vibhuti Yoga Capítulo Onze – Visvarupa Darsana Yoga Capítulo Doze – Bhakti Yoga Capítulo Treze – Prakrti-Purusa-Vibhaga Yoga
  • 19. Capítulo Quatorze – Guna Traya Vibhaga Yoga Capítulo Quinze – Purusottama Yoga Capítulo Dezeseis – Daivasura Sampada Yoga Capítulo Dezesete – Sradha Traya Vibhaga Yoga Capítulo Dezoito – Moksa Yoga. Radha e Krishna
  • 20. Seva Kunja (por Syamarani Devi Dasi)
  • 21. Sanjaya narrando a batalha ao Rei Drhtarastra Capítulo 1 Observando os exércitos
  • 22. Sloka 1 Dhrtarastra uvaca Dharma ksetre kuruksetre Samaveta yuyutsavah Mamakah pandavas caiva Kim akuvarta sanjaya Dhrtarastra disse: Oh! Sanjaya, depois de se reunirem em Kuruksetra, a terra da religião, com o desejo de lutar, o que fizeram meus filhos e os filhos de Pandu? Comentário Bhavanuvada de Srila Visvanatha Cakravarti Thakura A Suprema Verdade Absoluta, parabrahma Sri Krisna, cujos pés de lótus são o objetivo de toda adoração e de todos os sastras, apareceu em sua forma original, similar á humana, como Sri Vasudeva nandana, o filho de Sri Vasudeva em Sri Gopala Puri, mesmo sendo Adhoksaja, supramamente inconcebível , se fez visível aos olhos dos homens ordinários por meio de sua potencia chamada Yoga Maya. Ele ensinou á partir das instruções do Bhagavad Gita visando liberar as entidades vivas deste mundo que estavam se afogando no oceano de nascimentos e mortes. Ele as submergiu no grande oceano de prema (amor puro) ao dár-lhes saundarya- madhurya, um gosto pela doçura de sua beleza e outras qualidades. Apareceu neste mundo ao sentir-se obrigado por sua promessa de proteger as pessoas santas e aniquilar as demoniacas. Sem hesitar com o pretexto de eliminar a carga da terra, concedeu a proteção suprema na forma da liberação aos infiéis e á todos que eram antagonicos e que se afogavam no vasto oceano da existencia material, a qual é comparada com o planeta infernal onde as pessoas pecaminosas são queimadas em azeite fervente.
  • 23. Bhagavan Sri Krsna instruiu o Bhagavad Gita para que mesmo depois de seu desaparecimento, pudesse liberar as almas condicionadas que desde tempos imemoriais se encontram sob a influençia da ignorancia e estão completamente sujeitas á lamentação, ilusão e outros sofrimentos. Outro propósito foi ressaltar suas glórias mencionadas nos sastras e cantadas pelos sábios. Ele ensinou o Bhagavad Gita á seu muito querido associado Arjuna, quem voluntariamente havia aceitado o sentimento de lamentação e ilusão. O Gita se compõe de três divisões: Karma yoga, Jnana yoga e Bhakti Yoga. Os dezoito capítulos do Bhagavad Gita estão infundidos com o significado dos vedas manifestos em dezoito tipos de conhecimento. Desta maneira, Sri Krsna revelou o objetivo supremo. Nos primeiros seis capítulos descreve-se o niskama karma yoga, a execução dos deveres prescritos sem apego por seus frutos. O jnana yoga ou yoga através do conhecimento, é descrito nos últimos seis capítulos. Os seis capítulos sobre Bhakti yoga que é mais confidencial e mais difícil de alcançar foram guardados no meio dos outros capítulos. Bhakti yoga é a vida de karma e jnana yoga pois sem bhakti estas são infrutíferas. Assim elas só são aceitáveis quando se mesclam com Bhakti. Bhakti é de dois tipos: Kevala ou exclusivo, e Pradhani bhuta, que é a mescla com predomínio de bhakti. Kevala bhakti, é a melhor por ser indepedente e supremamente poderosa e não necessitar de nenhum vestígio de karma ou jnana yoga. Por outro lado, Pradhana bhuta bhakti está mesclado com karma e jnana, e será tratada com maior profundidade mais adiante. Para explicar a natureza da lamentação e ilusão de Arjuna o narrador do Mahabharata, Sri Vaisampayana, um discípulo de Vyasadeva, relatou a seção do Bhisma parva á seu ouvinte Janamejaya, começando com o verso Dhrtarastra uvaca. Dhrtarastra perguntou á
  • 24. Sanjaya. Ó Sanjaya, sentindo desejo de lutar, o que fizeram meus filhos e os filhos de Pandu, reunidos em Kuruksetra? Aqui poderia surgir uma pergunta: Dhrtarastra já havia mencionado que seus filhos e os filhos de Pandu haviam se reunidos com o único propósito de lutar, logo sem dúvida iam lutar. Por que então a intenção de perguntar: Que fizeram eles?. Em resposta Dhrtarastra usou a palavra dharma ksetre, terra da religião. No sruti está dito: Kuruksetram deva yajanam: Kuruksetra é a arena de sacrifício dos semideuses: Então esta terra é famosa como aquela que nutre o Dharma. Por influencia da associação com esta terra a ira das pessoas irreligiosas como Duryodhana pode ser apaziguada e deste modo, poderiam inclinar-se ao Dharma. Os pandavas são religiosos por natureza, então a influencia de Kuruksetra poderia despertar neles o discernimento de compreender a impropriedade de aniquilar seus próprios parentes e deste modo ambos poderiam buscar um acordo pacífico. Externamente Dhrtarastra finge que seria feliz com um acordo pacífico , mas internamente sentia uma grande insatisfação. Ele pensava que se houvesse um acordo , os Pandavas ainda seriam um impedimento para seus filhos. Dhrtarastra pensava: Os guerreiros de meu grupo, tais como Bhisma e Drona , não podem ser vencidos nem sequer por Arjuna, então como nossa vitória é certa, será proveitoso lutar. Aquí, graças ao componete Ksetra na palavra Dharma ksetre, Sarasvati-Devi faz a seguinte menção á palavra Dharma. Yudhistira, a encarnação do Dharma, junto com seus associados são como plantas de arroz, e seu sustentador Bhagavan é como o agricultor. Os diversos tipos de assistencia prestados por Krsna aos Pandavas podem ser comparados a regar o cultivo e arar o campo. Os Kauravas encabeçados por Duryodhana são como os vermes que crescem no campo de arroz. Isto indica que assim como um mal é arrancado pela raíz nos campos de arroz, Duryodhana e
  • 25. os outros Kauravas seriam aniquililados e arrancados de dharma ksetra, a terra da religião. Prakasika Vrtti O comentário que ilumina o dilúvio de significados essenciais Por Sri Srimad Srila Bhaktivedanta Narayana Maharaja Ofereço minhas reverencias aos pés de lótus de Om Visnupada Astottarasata Sri Srimad Bhakti-Prajnana Kesava Goswami Maharaja, que é muito querido por Krsna. Ele é uma personalidade completamente divina que sustenta com grande afeto quem se refugia nele. Aflito ao ver o sofrimento das pessoas que são aversas á Krsna, ele lhes outorga o Sri nama saturado de prema. O Srimad Bhagavad Gita é a essencia de todos os Upanisads, Srutis e Puranas. Baseado na firme evidençia da literatura védica, recebido através da suçessão discipular, conclui-se que Vrajendra nandana Sri Krsna, o filho do rei de Vraja é Svayam Bhagavan, a original Personalidade de Deus. Ele é a personificação de todas as doçuras néctareas , o onipotente e a realidade absoluta onipotente não dual. Entre suas ilimitadas potências, três delas são proeminentes: a potência interna (svarupa sakti), a potência marginal (tatastha sakti) e a potência material externa(maya sakti). Pela vontade de Bhagavan Sri Krsna, Vaikunta, Goloka e Vrndavana são as transformações da potência interna. Todas as jivas são uma transformação da sua potência marginal, e a criação material é uma transformação da sua potência externa. As entidades vivas (jivas) são de dois tipos: liberadas (mukta) e condicionadas (baddha). As liberadas estão eternamente ocupadas em saborear a doçura do serviço á Bhagavan em Vaikuntha, Goloka e outras moradas transcendentais. Elas
  • 26. são chamadas nitya mukta , eternamente liberadas, pois nunca estão atadas á este mundo material, a prisão de maya. As vezes pela vontade de Bhagavan , elas aparecem neste mundo ilusório como seus associados com o único propósito de beneficiar a humanidade. As entidades vivas do outro tipo são chamadas de anadi baddha , ou condicionadas por maya desde tempos imemoriais. Como resultado deste condicionamento , a jiva sofre de três tipos de misérias enquanto perambula no ciclo de nascimentos e mortes. Bhagavan Sri Krsna, o oceano de compaixão , criou uma aparente ilusão no coração de Arjuna , por meio de sua potencia inconcebível(acintya sakti). Assim com o pretexto de dissipar esta ilusão, ele falou este Bhagavad Gita com o propósito de liberar as jivas das garras de maya. A conclusão final do Bhagavad Gita é o serviço devocional supremamente puro á Bhagavan. Somente por se refugiar neste serviço , tal como se descreve no Gita , as jivas que estão sob a influência de maya , conseguem se situar na sua posição constitucional pura e assim oferecem serviço á Sri Krsna. Não há outra alternativa para as jivas condicionadas. Baseando em evidências concretas das escrituras , Srila Visvanatha Cakravarti Thakura e outros proeminentes acaryas vaishnavas, estabeleceram claramente que o orador do Bhagavad Gita não carece de potências,não está desprovido de variedade, não é sem forma , e não está desprovido de qualidades transcendentais tais como misericórdia transcendental. A jiva jamais é parambrahma, nem sequer no estado liberado. Esta percepção da diferença se denomina vaisistya, significa especialidade ou característica distintiva única. Tal como o sol e seus raios são simultaneamente iguais e diferentes por ser possuídor dos atributos e atributos respectivamente, de forma similar a relação entre paramesvara e a jiva sendo una e ao mesmo tempo diferente está claramente demonstrada nos Vedas. Esta relação de igualdade e diferença simultãnea está
  • 27. além do nosso intelecto e só é compreensível com a ajuda dos Vedas, por isso é chamada de acintya, ou inconcebível. Assim o Bhagavad Gita trata da suprema realidade eterna que é inconcebivelmente igual e diferente de suas potências. Mesmo que karma yoga, jnana yoga e Bhakti yoga sejam definidos como os três meios para alcançar a plataforma espiritual, Bhakti Yoga é o único método para se alcançar Bhagavan. A etapa preliminar de Bhakti yoga se denomina karma yoga, a intermediária jnana yoga e no estágio maduro se denomina Bhakti yoga. O conhecimento real do espírito aparece quando o coração se purifica através de karma yoga mesclado com bhakti, no qual se oferece o resultado das atividades á Bhagavan, tal como se descreve nos Vedas. Tanto jnana quanto karma são inúteis se carecem de Bhakti. Com a aparição do conhecimento verdadeiro a devoção exclusiva se manifesta no coração, e quando chega no estado maduro, o amor puro aparece no coração da entidade viva. Este tipo de amor é o único meio para alcançar e Ter uma compreensão direta de Bhagavan. Este é o mistério oculto do Bhagavad Gita. Ninguém pode obter a liberação através do conhecimento do aspecto impessoal(brahman). Somente quando o conhecimento está mesclado com devoção, pode-se Ter mukti (liberação) na forma de salokya, sarupya, samipya e sarsti, como um resultado intrísico. Mediante a execução de devoção pura descrito no Bhagavad Gita, pode-se conseguir o auspicioso serviço devocional saturado de amor divino para com Bhagavan em sua morada suprema chamada Gokoka Vrndavana. Quando se alcança esta morada não há a possibilidade de voltar á este mundo material. Obter este serviço é a meta última de toda entidade viva. A devoção é de dois tipos: exclusiva e mesclada. A mesclada também é de dois tipos:uma quando bhakti predomina sobre karma e jnana e a outra quando bhakti predomina sobre jnana. Mediante a execução de karma bhakti se purifica gradualmente o coração e se desenvolve tattva jnana, enquanto que pela prática de
  • 28. jnana bhakti se obtem mukti(liberação). Estes doi tipos visam á obtenção final de Bhakti, porém sem Bhakti elas são inúteis. Este Bhagavad Gita é comparado a uma pedra filosofal, que é similar á um cofre, onde a tampa do cofre é niskama karma yoga, a base é jnana yoga e o tesouro é Bhakti. Religiosos e pessoas que possuem bom caráter são qualificadas para estudar o Bhagavad Gita. Dados sobre Arjuna: É um associado eterno de Bhagavan Sri Krsna. É completamente impossível que ele caia em estados como a lamentação e ilusão. Um associado eterno do senhor não possui tais ilusões. Bhagavan Sri Krsna armou tudo isso para o benefício das entidades vivas que estão atadas pela dor e ilusão. Ele disse: “Eu os liberarei do oceano da existencia material.” Por sua própria vontade, Sri Krsna faz com que Arjuna se iluda simplesmente para liberar as jivas que realmente se encontram em lamentação e ilusão. Por meio de perguntas e respostas ,ele define a sua natureza real,assim como da jiva, a sua morada transcendental ,maya,bhakti e seus demais aspectos. Em seu comentário do verso "sarva dharman parityajya" Srila Visvanatha Cakravarti Thakura explica que Krsna disse: “Depois de converete-te em um instrumento, estou difundindo esta mensagem para o benefício das jivas.” Arjuna é um associado eterno do Senhor, portanto não há sequer um vestígio de ilusão nele. Esta posição de Arjuna pode ser comprovada em todos os Sastras. Kuruksetra: Srila Vyasadeva se refere ao campo de batalha de Kuruksetra como dharna ksetre; isto tem um significado confidencial. De acordo com o Srimad Bhagavatam ,esta terra se chama Kuruksetra em homenagem ao rei Kuru. No Mahabharata encontramos a seguinte história: Uma vez quando Kuru Maharaja estava arando esta terra, Indra
  • 29. apreciou e lhe perguntou: Por que está fazendo isto? Kuru Maharaja respondeu: Estou arando esta terra para que as pessoas que morram aqui possam alcançar os planetas celestiais. Ao escutar isto o senhor Indra retornou á seu planeta. Então o rei voltou a arar a terra de novo com grande entusiasmo. O senhor Indra vinha uma e outra vez para ridicularizar o rei. Ainda que Indra sempre vinha repetidamente agitar o Rei Kuru, este permanecia impertubável e continuava seu trabalho. Finalmente pela insistencia de outros semi deuses ,Indra lhe concedeu a benção de que qualquer um que abandonasse o corpo ou morresse em uma batalha nesta terra, alcançaria os planetas celestiais. Por tal razão a terra conhecida como Kuruksetra foi escolhida para a batalha. A terra que se encontra entre os rios Sarasvati e Drsadvati é conhecida como Kuruksetra. Neste lugar tambem realizaram austeridades os grandes sábios Mudgala e Prthu Maharaja. Sri Parasurama fez sacrifícios nesta terra em cinco diferentes lugares depois de exterminar os Ksatriyas, por tanto era conhecida préviamente como Samanta Pancaka. Depois devido as atividades do rei Kuru se tornou famosa como Kuruksetra. Sanjaya: Sanjaya era o filho do condutor de quadrigas chamado Gavalgama. Esperto nos sastras, generoso e religioso. Devido á estas virtudes o grande avó Bhisma lhe nomeou junto com Vidura, ministro real de Dhrtarastra. Sanjaya que era considerado como um segundo Vidura, era tambem um íntimo amigo de Arjuna. Pela misericórdia de Srila Vyasadeva recebeu a visão divina pela qual podia ver a batalha de Kuruksetra, ainda estando sentado longe, no palácio de Hastinapura,e narrou todos os eventos da guerra á Dhrtarastra. Maharaja Yudhisthira tambem descreve Sanjaya como bem querente de todos, de doce oratória, de temperamento pacífico, sempre satisfeito e imparcial. Se
  • 30. encontrava estabelecido dentra dos limites da moralidade e nunca se agitava pelo mau comportamento dos demais. Neutro e livre de todo o temor ele só falava palavras que estavam em harmonia com os princípios morais. Sloka 2 Sanjaya uvaca drstva tu pandavanikam vyudham duryodhanas tada acaryam upasangamya raja vacanam abravit Sanjaya disse: Ó rei! Imediatamente depois de examinar o exército dos Pandavas alinhado em formação militar, Duryodhana chegou perto de Dronacarya e falou-lhe as seguintes palavras: Bhavanuvada Depois de compreender a intenção interna de Dhrtarastra ,Sanjaya confirmou que definitivamente haveria uma guerra. Mas sabendo que o resultado seria contrário á perspectiva de Dhrtarastra, Sanjaya falou palavras como drstva que significa"depois de ver". Aquí a palavra vyudham se refere á formação estratégica do exército dos Pandavas. Assim o rei Duryodhana que sentia medo em seu interior, recitou nove versos, começando com a palavra pasyaitam no verso 1.3. Prakasika-vrtti
  • 31. No momento da guerra do Mahabharata, além de ser cego de nascimento, Dhrtarastra carecia tambem de visão, tanto moral quanto espiritual. Por este motivo estava coberto de lamentação e ilusão. Devido a influência de Kuruksetra, seu filho Duryodhana podia Ter devolvido a metade do reino aos Pandavas. Temendo isto ele se sentiu desconsolado. Sanjaya, sendo muito religioso e tambem vidente ,podia perceber os sentimentos internos de Dhrtarastra. Ele sabia que o resultado da batalha não seria á favor de Dhrtarastra, mas ainda sim ele ocultou esta informação de maneira muito inteligente, e enquanto tranquilizava Dhrtarastra, Sanjaya disse: “Duryodhana não está chegando á nenhum acordo com os Pandavas, mas depois de ver a extrema força e disposição do exército dos Pandavas, está aproximando-se de Dronacarya, seu guru na ciencia militar, para informa-lhe sobre a situação real.” Duryodhana tinha dois motivos para se aproximar de Dronacarya: Por um lado ele se sentiu atemorizado ao ver a poderosa formação do exército dos Pandavas; mas por outro, com o pretexto de oferecer respeito á seu guru, queria exibir sua habilidade política. Devido á sua experiencia na política, estava sem dúvida qualificado em todos os aspectos para a posição de rei. Este é o significado completo da declaração "Sanjaya uvaca" Sanjaya disse. Duryodhana: Duryodhana era o mais velho dos cem filhos de Dhrtarastra e Gandhari. No momento do seu nascimento houve vários fatores negativos que fizeram com que Vidura temesse que ele seria a razão da destruição da dinastia Kuru.De acordo com o Mahabharata, Duryodhana nasceu de uma expansão de Kali. Ele era pecaminoso, cruel e uma desgraça para a dinastia Kuru. Precisamente, em sua cerimõnia de batismo, os sacerdotes e astrólogos eruditos, vendo as indicações de seu futuro, lhe chamaram Duryodhana. No final, com instruções de Krsna, Bhima o matou.
  • 32. O sabda ratnavali diz: "Um vyuha é a formação de um esquadrão militar composta por um bom rei, de tal maneira que se torna impossível a penetração do exército inimigo em qualquer direção. Desta forma o esquadrão se torna vitorioso na batalha." Dronacarya: Dronacarya ensinou a ciência das armas tanto aos filhos de Pandu quanto aos de Dhrtarastra. Ele era filho do sábio Bharadvaja. Devido á que nasceu de um drona (recipiente de madeira para água) se tornou famoso com o nome de Drona. Além de ser um mestre na ciencia de armas, tambem era conhecedor de todos os vedas.Depois de satisfazer o grande sábio Parasurama, aprendeu com ele os segredos da ciência da guerra e outras mais. Ninguém podia matar-lo, pois recebeu a bendição de morrer no momento que escolhesse. Logo depois de Ter sido insultado pelo rei Drupada de Pancala, quem havia sido seu amigo de infancia, Dronacarya foi a Hastinapura ganhar seu sustento. Impressionado com as qualificações de Drona,o avô Bhisma lhe designou como o acarya para instruir e treinar Duryodhana, Yudhisthira e os demais príncipes. Arjuna era seu discípulo mais querido. Na batalha de Kuruksetra, Duryodhana lhe nomeou como o comandante chefe do seu exército. Sloka 3 Pasyaitam pandu-putranam Acarya mahatim camum Vyudham drupada-putrena Tava sisyena dhimata Oh! Acarya! Contempla este grande exército dos Pandavas, disposto em falanges por teu inteligente discípulo Drstadyumna, o filho de Drupada.
  • 33. Bhavanuvada Com estas palavras, Duryodhana insinua: "Drstadyumna, o filho de Drupada,é realmante seu discípulo. Ele nasceu somente para matar-te, e mesmo que tu soubesse, continuou a dar-lhe treinamento militar, o que indica que sua inteligencia é escassa." Aqui, Duryodhana usou a palavra dhimata, que significa inteligente, para referir-se á Drstadyumna . Isto tem um significado profundo. Duryodhana queria que Dronacarya compreendesse que ainda que Drstadyumna era seu próprio inimigo, havia aprendido pessoalmente dele a arte de matar- lo. Por tanto disse: "Agora observa sua grande inteligencia no momento de obter os frutos de seu treinamento." Duryodhana fez estes comentários diplomáticos só para provocar a ira de seu mestre, Dronacarya. Prakasika –vrtti Drstadyumna: O rei de Pancala, Drupada, realizou um sacrifício com o desejo de Ter um filho que pudesse matar Dronacarya. Do fogo do sacrifício apareceu um menino que vestia uma armadura e portava diversas armas. Neste momento se escutou uma voz celestial que predisse que o filho de Drupada mataria Drona. Os brahmanas chamaram o menino heróico de Drstadyumna. Ele aprendeu o dhanur veda de Drona, que era extremamente benevolente ,mesmo que soubesse que um dia Drstadyumna o mataria. Assim, Drona foi morto por seu próprio discípulo na guerra do Mahabharata. Sloka 4 – 6 Atra sura mahesvasa
  • 34. Bhimarjuna – sama yudhi Yuyudhano viratas ca Drupadas ca maha – rathah Dhrstaketus cekitanah Kasirajas ca viryavan Purujit kuntibhojas ca Saibyas ca nara-pungavah Yudhamanyus ca vikranta Uttamaujas ca viryavan Saubhadro draupadeyas ca Sarva eva maha rathah Neste exército há poderosos arqueiros iguais á Arjuna e Bhima em combate, tais como Satyaki, o rei Virata, os maharathi, Drupada e outros. Reunidos nesta batalha, estão todos os maharathis como Dhrstaketu, Cekitana, o heróico Kasiraja, Purujit, Kuntibhoja, os nara srestras como Saibya, o melhor dos valentes, o vitorioso Yudhamanyu, o poderoso Uttamauja, Abhimanyu e os filhos de Draupadi, encabeçados por Pratibindhya. Bhavanuvada Aqui a palavra mahesvasah significa que todos estes grandes guerreiros portavam arcos indestrutiveis pelo inimigo. A palavra yuyudhana significa Satyaki. Saubhadrah é Abhimanyu, e Draupadeyah indica os filhos dos cinco Pandavas, encabeçados por Pratibindhya, quem nasceu de Draupadi. As características de um maharati são descritas aqui: em um grupo de grandes guerreiros expertos na astra sastra , o que pode lutar com uma quantidade ilimitada de guerreiros é conhecido como atirathi, aquele que pode lutar contra dez mil guerreiros é chamado de maharathi, o que
  • 35. pode lutar apenas com uma pessoa é conhecido como yoddha, e o que necessita assistencia para vencer um único inimigo se chama arddharathi. Prakasika – vrtti Yuyudhana : É outro nome do heróico Satyaki. Ele era um servo muito querido de Sri Krsna, ele era extemamente valente e um atirathi entre os comandantes em chefe do exército Yadava. Ele aprendeu de Arjuna os segredos da astra sastra. Na batalha do Mahabharata lutou ao lado dos Pandavas. Virata:Virata era um rei piedoso da terra de Matsya. Os pandavas passaram um ano incógnitos sob sua proteção. Sua filha Uttara se casou com Abhimanyu, o famoso filho de Arjuna. Virata morreu na batalha do Mahabharata junto com seus filhos Uttara, Sveta e Sankha. Drupada: Drupada era filho do rei Prsata , o rei de Pancala.Devido a que Maharaja Prsata e Maharsi Bharadvaja, o pai de Drona, eram amigos, Drupada e Drona foram tambem amigos desde sua infancia. Mais tarde quando Drupada se tornou rei, Drona foi até ele para pedir ajuda financeira, mas Drupada lhe insultou. Dronacarya não perdoou esta ofensa. Quando Arjuna completou sua educação na astra sastra, Drona o pediu que atacasse Drupada e oferecesse á seus pés como doação á gurudev. Arjuna cumpriu sua ordem. Dronacarya tomou a metade do reino de Drupada, e logo o liberou. Para vingar este insulto, Drupada realizou um sacrifício de cujo fogo apareceram Draupadi e Drstadyumna. Cekitana: Cekitana era um Yadava da dinastia Vrsni. Era muito cortes, um Maharathi e um dos comandantes do
  • 36. exército Pandava. Na batalha do Mahabharata morreu nas mãos de Duryodhana. Kasiraja: Kasiraja era o rei de Kasi. Ele nasceu de uma parte do asura Dirghajihva. Era um valente e intrépido herói que lutou ao lado dos Pandavas. Purujit e Kuntibhoja: Eram irmãos de Kunti, a mãe dos Pandavas.Dronacarya os matou na batalha de Kuruksetra. Saibya: Saibya era o sogro de Maharaja Yudhisthira, já que sua filha Devika se casou com este. Ele era um poderoso e héróico guerreiro. Yudhamanyu e Uttamauja: Eram irmáos de sangue e príncipes do reino Pancala. Eram valentes e heróicos. Asvatthama os matou no final da guerra do Mahabharata. Subhadra: A irmã de Bhagavan Sri Krsna, Subhadra, estava casada com Arjuna. O heróico Abhimanyu nasceu do ventre de Subhadra, por isto ele é conhecido tambem como Subhadra. Recebeu treinamento de astra sastrade seu pai, Arjuna, e tambem de Sri Balarama. Foi um herói de excepcional generosidade e um maharati. No momento da guerra do Mahabharata tinha dezesseis anos. Durante a ausencia de Arjuna, Abhimanyu era o único combatente capaz de penetrar o cakra vyuha, uma formação militar especial que havia sido ordenada por Dronacarya. Infiltrado nesta formação, foi injustamente assasinado pelos esforços combinados de sete maharatis, dentre quais estavam Drona, Krpa e Karna. Draupadeya: Draupadi deu a luz a um filho de cada um dos cinco Pandavas. Seus nomes eram: Pratibindhya, Sutasoma, Srutakarma, Satanika e Srutasena. De forma coletiva eram
  • 37. conhecidos como Draupadeya. Foram assasinados no final da guerra de Kuruksetra por Asvattama, enquanto dormian no meio da noite. Sloka7 Asmakam tu visista ye Tan nibodha dvijottama Nayaka mama sainyasya Samjnrtham tan bravimi te Oh! Dvija srestha, o melhor dos duas vezes nascidos (brahmanas)! Para tua informação tambem enumero os comandantes do meu exército, quem estão especialmente qualificados para liderar. Bhavanuvada Aqui a palavra nibodha significa"por favor entende" e a palavra samjnartham significa "para teu conhecimento preciso". Sloka 8-9 Bhavan bhismas ca karnas ca Krpas ca samitinjayah Asvatthama vikarnas ca Saumadattir jayadrathah Anye ca bahavah Mad arthe tyakta jivitah Nana sastra praharanah Sarve yuddha visaradah Em meu exército há heróis como tu,como o avô Bhisma,como Karna, Krpacarya, Asvatthama, Vikarna,
  • 38. Bhurisrava o filho de Somadatta e Jayadratha, o rei de Sindhu, quem são sempre vitoriosos em batalhas. Há muitos outros grandes heróis que estão dispostos a sacrificar suas vidas por minha causa. Todos estão equipados com diversas armas e são expertos em guerras. Bhavanuvada Aqui a palavra Somadattih se refere a Bhurisrava. Tyakta- jivitah denota a uma pessoa determinada que faz aquilo que é requerido,ao compreender apropriadamente que será grandemente beneficiada, sobreviva ou não. No verso (1-33), Bhagavan disse:"Oh Arjuna! Já dei cabo na vida de todas estas pessoas, tu simplesmente tem que se converter-te em um instrumento". De acordo com esta declaração , Sarasvati Devi fez com que a palavra Tyakta-jivitah, saísse da boca de Duryodhana, indicando que seu exército já havia sido destruído. Prakasika – Vrtti Krpacarya: Na dinastia Gautama ,havia um sábio chamado Saradvan. Uma vez, depois de ver a apsara Janapadi, derramou semem espontaneamente, o qual caiu em um montão de palha no bosque. Este semem se dividiu em duas partes dos quais nasceram um menino e uma jovem. A jovem foi chamada Krpi, e o jovem, Krpa. Krpa foi logo reconhecido como um grande guerreiro. O sábio Saradvan pessoalmente fez de Krpa um experto em dhanurveda e outras artes. Krpa era extraordinariamente valente e piedoso.Na batalha do Mahabharata, lutou ao lado dos Kauravas, mas depois da batalha , Maharaja Yudhisthira lhe enviou para o adestramento do príncipe Pariksit.
  • 39. Asvatthama: A irmã de Krpacarya , Krpi, foi casada com Dronacarya. De seu ventre nasceu Asvatthama, quem se formou de uma combinação das porções do Senhor Siva, de Yama, de Kama e de Krodha. Aprendeu os sastras e astra sastra de seu pai. Tambem aceitou a responsabilidade de ser o último comandante em chefe dos Kauravas na batalha do Mahabharata. Ele matou os cinco filhos de Draupadi enquanto estes dormiam profundamente,ao confundi-los com os cinco Pandavas. Em vingança, os Pandavas lhe insultaram severamente e lhe arrancaram uma jóia de sua testa. Então, Asvatthama cheio de ira,tentou matar o ainda não nascido Pariksit Maharaj, o único herdeiro da dinastia Pandava,lançando sua Brahmastra ao menino que se encontrava no ventre de sua mãe Uttara, a esposa de Abhimanyu. Sem vacilar, Bhagavan Sri Krsna, quem é muito afetuoso com seus Bhaktas, usou sua arma disco para proteger Maharaj Pariksit. Vikarna: Vikarna era um dos cem filhos de Dhrtarastra, Bhimasena o matou na batalha do Mahabharata. Somadatta: Era o filho de Bahlika e o neto do rei Pratika da dinastia Kuru. Satyaki o matou na batalha de Kuruksetra. Bhurisrava: Bhurisrava era o filho do rei Somadatta na dinastia da lua. Ele foi um rei muito valente e famoso. Satyaki o matou na batalha. Sastra: Uma arma que se usa para usar em combate corpo a corpo, tal como a espada, é chamada sastra. Astra: Uma arma que se lança ao inimigo, yal como uma flecha, é chamada astra.
  • 40. Sloka 10 Aparyaptam tad asmakam Balam bhismabhiraksitam Paryaptam tv idam etesam Balam bhimabhiraksitam Nosso exército , ainda que protegido por Bhisma é insuficiente, e por outro lado, o exército dos Pandavas, sobre a cuidadosa proteção de Bhima, é competente. Bhavanuvada Aqui a palavra aparyaptam significa insuficiente. Os Kauravas não são competentes e não tem forças suficiente para lutar contra os Pandavas. Bhisma abhirakstam. Ainda que nosso exército esteja bem protegido pelo avõ Bhisma, mesmo assim isto é insuficiente para conter a força dos Pandavas. Paryaptam bhimabhirakstam. Mas o exército dos Pandavas, ainda que protegido por Bhima que é menos experto na arte da arma e conhecimento, é competente para lutar contra nós. Desta declaração se entende que Duryodhana está completamente atemorizado. Prakasika – Vrtti O avó Bhisma é um herói sem igual que recebeu de seu pai a bendição de morrer no momento que escolhesse. Mesmo que lutava contra os Pandavas, ele era muito afetuoso com eles e não queria que eles saíssem derrotados. Sloka 11 Ayanesu ca sarvesu
  • 41. Yatha-bhagam avasthitah Bhismam evabhiraksantu Bhavantah sarva eva hi Por tanto, todos vocês devem permanecer em suas posições estrategicamente, alinhadas em cada ponto da entrada, para proteger o avõ Bhisma por todos os lados. Bhavanuvada Duryodhana disse:"Por tanto, todos voçes (Drona e os demais) tem que ser cuidadosos" .Só com este propósito lhes disse: Dividam-se entre os acéssos ás falanges e não abandonem as áreas que lhes foram designados na batalha. Desta maneira, Bhisma não poderá ser morto pela retaguarda enquanto lutamos com o inimigo. O poder de Bhisma é agora a nossa própria vida. Sloka 12 Tasya sanjanayam harsam Kuru vrddhah pitamahah Simha nadam vinadyoccaih Sankham dadhmau pratapavan O avó Bhisma , o valente ançião da dinastia Kuru, soprou seu búzio estrondosamente e produziu um som similar á um rugido de um leão, que causou prazer á Duryodhana. Bhavanuvada Para erradicar o temor de Duryodhana, e alegra-lo, o maior dos Kurus, Bhisma, fez soar seu búzio e produziu um som como o rugido de um leão.
  • 42. Sloka 13 Tatah sankhas ca bheryas ca Panavanaka gomukhah Sahasaivabhyahanyanta sa sabdas tumulo bhavat Depois soaram repetidamente todos os búzios, tímbalos, tambores, mrdangas, trombetas, e outros instrumentos, fazendo um tumultuoso e temível som. Bhavanuvada O propósito deste verso é expressar que ambos exércitos mostraram seu entusiasmo pela guerra. Aqui, panavah, Anakah e gomukhah fazem referencia á tambores, mrdangas e diversas trombetas. Sloka 14 Tatah svetair hayair yukte Mahati syandane sthitau Madhavah pandavas caiva Divyau sankhau pradadhmatuh Logo, Sri krsna e Dhananjaya, situados em uma grande quadriga puxada por cavalos brancos, soaram seus búzios divinos. Sloka15 Pancajanyam hrsikeso Devadattam dhananjaya Paundram dadhmau maha sankham Bhima karma vrkodarah
  • 43. Hrsikesa Sri Krsna soou seu búzio conhecido como Pancajanya: Arjuna soou seu búzio conhecido como Devadatta: e Bhima, o realizador de tarefas hérculeas soou seu grande búzio conhecido como Paundra. Prakasika-vrtti Pancajanya:Depois de finalizar a sua educação no asrama de seu guru ,Sri Krsna pediu á ele e a sua esposa que aceitassem alguma doação. Então eles pediram que Krsna devolvesse seu filho que havia se afogado no oceano. Ao perguntar á Varuna (a deidade do oceano), Sri Krsna descubriu que ele havia sido devorado por um caracol demoníaco que morava no oceano. Mesmo assim, Sri Krsna não encontrou o jovem dentro do ventre, depois de matar Pancajanya. Depois, Sri Krsna foi á Mahakalapuri, e trouxe o filho de seu guru, lhe presentiando como doação. Devido á que Sri Krsna tomou a concha de Pancajanya, á esta se conhece como tal. Sloka 16 Anantavijayam raja Kunti putro yudhisthirah Nakulah sahadevas ca Sughosa manipuspakau Maharaja Yudhisthira, o filho de Kunti soprou seu búzio chamado Anantavijaya. Nakula soprou seu Sughosa e Sahadeva soprou seu búzio chamado Manipuspaka. Sloka 17-18 Kasyas ca paramesvasah
  • 44. Sikhandi ca maha rathah Dhrstadyumno viratas ca Satyakis caparajitah Drupado draupadeyas ca Sarvasah prthivi pate Saubhadras ca maha bahuh Sankhan dadhmuh prthak prthak Oh! Dhrtarastra, rei da terra! Depois, o rei de Kasi, o grande arqueiro, o maharathi Sukhandi, Drstadyumna, o rei de Virata, o inconquistável Satyaki, o rei Drupada, os filhos de Draupadi, e Abhimanyu o filho de Subhadra, soaram seus respectivos búzios. Bhavanuvada A palavra Pancajanya e outras mencionadas neste verso são os nomes dos búzios de Krsna e de outros guerreiros no campo de batalha. Aparajita significa "aquele que porta um arco". Sloka 19 sa ghoso dhartarastranam hrdayani vyadarayat nabhas ca prthivim caiva tumulo bhyanunadayan Ressoando no céu e na terra, este tumultuoso e terrível som deixou em pedaços os corações dos filhos de Dhrtarastra. Sloka 20 Atha vyavasthitan drstva Dhartarastran kapi dhvajah
  • 45. Pravrtte sastra sampate Dhanur udyamya pandavah Hrsikesam tada vakyam Idam aha mahi pate Oh Rei! Depois de ver seus filhos em formação de batalha, Arjuna, levantou seu arco e se preparou para disparar suas flechas. Depois, ele disse as seguintes palavras á Hrsikesa. Prakasika-vrtti Kapi dhvajah: Este é um nome de Arjuna que aponta a presença de Hanuman na bandeira de sua quadriga. Arjuna estava muito orgulhoso de sua habilidade como arqueiro. Em uma ocasião, quando passeava na beira de um rio portando seu arco Gandiva, viu um macaco. Oferecendo-lhe reverencias, ele disse: Quem és? O macaco respondeu gentilmente. Sou Hanuman, o servo de Sri Rama. Então Arjuna lhe perguntou: Voce é o servo do mesmo Rama que incapaz de construir uma ponte de flechas sobre o oceano mandou os macacos construir uma de pedras para que seu exército pudesse cruzar o oceano. Se eu tivesse lá neste momento eu teria construído uma ponte de flechas tão poderosa que todo exército poderia cruza-la facilmente. Hanuman voltou á responder muito gentilmente. Sua ponte não iria suportar sequer o peso de um macaco do exército de Rama.Então Arjuna disse: ”Vou fazer uma ponte de flechas sobre este rio e voçe poderá cruza-lo com a carga mais pesada que tiver. Hanuman se expandiu então em uma forma gigantesca,saltou sobre as montanhas Himalayas e regressou com umas pedras muito pesadas nos pelos de seu corpo. ndentemente não se disfez. Arjuna , tremendo de medo orou á Krsna: "Por favor meu Senhor, a honra dos Pandavas está em suas mãos."
  • 46. Quando Hanuman põs o peso completo de seus pés na ponte, se surpreendeu que ela não se quebrava. Se a ponte não caía, seria uma grande vergonha para ele. Dentro de seu coração Hanuman orou á Rama, quando olhou para debaixo da ponte e viu que Rama sustentava a ponte com sua espada. Então ele disse: "O que é isto? "Meu adorável senhor está suspendendo a ponte com sua espada!! "Imediatamente ele caíu aos pés de lótus de Sri Ramacandra. Ao mesmo tempo , Arjuna viu o senhor não como Ramacandra, mas como Sri Krsna.Tanto Hanuman quanto Arjuna juntaram suas mãos reverencialmente para seus senhores adoráveis ,e então o Senhor disse: "Não há diferença entre estas duas formas minhas. Eu, Krsna, na forma de Sri Rama ,venho estabelecer os limites da moralidade e da conduta religiosa apropriada. Na forma de lila purusottama Krsna, sou a personificação do néctar de todas as rasas. De hoje em diante vocês dois devem ser amigos. Em uma futura batalha, o poderoso Hanuman situado na bandeira da quadriga de Arjuna, lhe dará proteção de todos os lados "Por esta razão, Arjuna recebeu o nome de Kapi Dhvajah "Aquele que tem uma pintura de um macaco em sua bandeira." Sloka 20-23 Arjuna uvaca Senayor ubhayor madhye Rathan sthapaya me cyuta Yavad etan nirikse ham Yoddhu kaman avasthitan Kair maya saha yoddhavyam Asmin rana samudyame Yotsyamanam avekse ham Ya ete tra samagatah
  • 47. Dhratarastrasya durbuddher Yuddhe priya cikirsavah Arjuna disse: Oh Acyuta! Por favor, situa minha quadriga no meio de ambos os exércitos para eu poder ver todos os heróis presentes que desejam lutar nesta batalha. Sloka 24-25 Sanjaya uvaca Evam ukto hrsikes Gudakesena bharata Senayor ubhayor madhye Sthapayitva rathottamam Bhisma drona pramukhatah Sarvesam ca mahiksitam Sanjaya disse: Oh Bharata! Ao receber a ordem de Gudakesa, Hrsikesa Sri Krsna conduziu sua excelente quadriga no meio de ambos os exércitos, e diante de todos os reis e personalidades proeminentes como Bhisma, Drona e outros. Ele disse então: "Ó Partha, contempla todos estes Kauravas aquí reunidos." Bhavanuvada Hrsikesa significa o controlador dos sentidos. Ainda que Krsna é Hrsikesa, quando recebeu as ordens de Arjuna, ele foi controlador pelo sentido da fala de Arjuna. Bhagavan é controlado apenas por Prema. Sloka 26 Tatrapasyat sthitan parthah Pitrn atha pitamahan
  • 48. Acaryan matulan bhratrn Putran pauntran sakhims tatha Svasuran suhrdas caiva Senayor ubhayor api Alí, no meio de ambos os exércitos, Arjuna viu seus tios paternos e maternos, seus avôs, mestres, primos, sobrinhos, netos, amigos, sogros e bemquerentes. Sloka 27 Tan samiksya sakaunteyah Sarvan bandhun avasthitan Krpaya parayavisto Visidann idam abravit Ao ver todos seus amigos e familiares presentes no campo de batalha, Arjuna, o filho de Kunti, cheio de compaixão e angústia, disse: Sloka 28 Arjuna uvaca Drstveman svajanan krsna Yuyutsun samavasthitan Sidanti mama gatrani Mukham ca parisusyati Arjuna disse: Oh Krsna! Ao ver meus próprios parentes reunidos aquí com o desejo de lutar ,sinto que minhas extremidades fraquejam e que minha boca está secando. Sloka 29 Vepathus ca sarire me
  • 49. Roma-harsas ca jayate Gandivam sramsate hastat Tvak caiva paridahyate Meu corpo treme e meu cabelo arrepia. Meu arco Gandiva está escorregando das minhas mãos e minha pele arde. Sloka 30 Na ca saknomy avasthatum Bhramativa ca me manah Nimittani ca pasyami Viparitani kesava Oh Kesava! Sou incapaz de me manter em pé. Minha mente dá voltas e sinto muita angústia e aflição. Bhavanuvada Na oração"eu estou vivendo aquí com o propósito de ganhar riquezas.", aquí a palavra nimitta indica o propósito. Da mesma forma, nimitta neste veso, indica a intenção. Arjuna está dizendo: "Depois, apesar de ganhar a guerra, a obtenção do reino não nos trará felicidade. Pelo contrário, nos causará dor e aflição. Prakasika-vrtti Kesava: Aquí o devoto, Arjuna, está revelando os sentimentos de seu coração ao dirigir-se a Bhagavan com a palavra Kesava."Apesar de matar proeminentes asuras (demônios) como Kesi e outros, tu sempre mantém seus devotos. Da mesma forma, por favor, dissipa a lamentação e ilusão do meu coração e sustenta-me. Srila Visvanatha
  • 50. Cakravarti Thakura explicou que a palavra Kesava indica aquele que penteia o cabelo de sua amada. Sloka 31 Na ca sreyo nupasyami Hatva svajanam ahave Na kankse vijayam krsna Na ca rajyam sukhani ca Oh Krsna! Eu não vejo nada de auspicioso em matar meus próprios parentes nesta batalha. Não desejo nem a vitória nem o reino, nem sequer a felicidade. Bhavanuvada Sreyo na pasyamiti significa "não vejo nada auspicioso". Os sanyassis que alcançam a perfeição no yoga e os guerreiros que morrem no campo de batalha alcançam o globo solar. Parece então que uma pessoa que morre na batalha obtém um resultado auspicioso. Sloka 32-34 Kim no rajyena govinda Kim bhogair jivitena va Yesam arthe kanksitam no Rajyam bhogah sukhani ca Ta ime vasthita yuddhe Pranams tyaktva dhanani ca Acaryah pitarah putras Tathaiva ca pitamahah Matulah svasurah pautrah Syalah sambhandhinas tatha
  • 51. Etan na hantum icchami Ghnato pi madhusudana Oh Govinda! De que nos serve o reino, o desfrute ou a própria vida ,quando aqueles que queremos bem—mestres, tios, filhos, avôs, sogros, netos, cunhados, e outros parentes—estão diante de nós neste campo de batalha dispostos a perderem suas vidas e riquesas? Oh Madhusudana! Ainda que eles me matem, não desejo matar-los. Sloka 35 Api trailokya-rajyasya Hetoh kim nu mahi-krte Nihatya dhartarastran nah Ka pritih syaj janardana Oh Janardana! Se matamos os filhos de Dhrtarastra,mesmo que seja para obter não só a soberania da terra, mas de todos os tres mundos, que felicidade obteremos com isto? Sloka 36 Tasman narha vayam hantum Dhartarastran as-bandhavan Svajanam hi katham hatva Sukhinah syama madhava Oh Madhava! Ao matar todos estes agressores, apenas cometeremos pecado.Por tanto,matar Duryodhana e nossos outros familiares não é apropriado. Como poderíamos ser felizes após matar nossos próprios parentes? Bhavanuvada
  • 52. De acordo com o Sruti há seis tipos de agressores: o que ata fogo em uma casa, o que admnistra veneno, o que ataca com armas mortais, o que rouba, o que usurpa a terra e o que rouba a esposa de outrem. Arjuna argumentou:"Oh Bharata! se você diz que ao ver algum dos seis tipos de agressores devemos matar-los sem consideração, então se matássemos as pessoas aquí reunidas, sem dúvida cometeríamos pecado." Prakasika-vrtti De acordo com o smrti sastra, não se comete pecado se matam um dos seis tipos de agressores. Em contraponto, os srutis declaram que não se deve matar nenhuma entidade vivente. Quando surgem tais contradições,deve-se considerar os srutis como superiores. Seguimdo esta lógica, Arjuna sente que ainda que os filhos de Dhrtarastra são agressores, se ele os matam, irá cometer pecado. Sloka 37-38 Yady apy ete na pasyanti Lobhopahata-cetasah Kula ksaya krtam dosam Mitra drohe ca patakam Kathamna jneyam asmabhih Papad asman nivartitum Kula ksaya krtam dosam Prapasyabdhir janardana Oh Janardana! A inteligencia de Duryodhana e dos demais ,estáo contaminadas pela cobiça de obter o reino. Assim sendo, eles são incapazes de conceber a ilegalidade que surge ao destruir a dinastia e muito os pecados que ocorreria ao
  • 53. lutar contra os amigos. Então, por que devemos nós, que temos conhecimento, cometer atos indevidos como estes. Bhavanuvada Arjuna pergunta: Por que estamos ocupados nesta batalha? Para responder sua própria pergunta , recita este verso que começa com as palavras yady apy. Prakasika-vrtti Arjuna considerou que nesta batalha havia mestres como Dronacarya , Krpacarya, e outros,tios maternos como Salya e Sakuni,familiares maiores como Bhisma ,os filhos de Dhrtarastra , parentes e familiares como Jayadratha e outros Arjuna pensou: Os Vedas dizem que não podemos lutar com pessoas que executam yajna,com o sacerdote familiar,com um mestre,com o tio materno,com um convidado,com filhos pequenos,com pessoas maiores, nem com parentes."Mesmo assim ,é com estas pessoas com quem devo combater".Assim ,Arjuna expressou sua objeção de lutar contra seus próprios parentes."Mas,porque todos estão empenhados á lutar contra nós.".Ao considerar isto,Arjuna concluiu que eles deveriam estar dominados por interesses baixos e egoístas e por tanto perderam a habilidade de discriminar entre o que é bom ou mau. Como resultado eles ,ao destruir sua própria dinastia, cometeriam pecado."Já que não temos motivos egoístas , por que devemos ocupar-nos nestas atividades abomináveis e pecaminosas?. Sloka 39
  • 54. Kula-ksaye pranasyanti Kula-dharmah sanatanah Dharme naste kulam krtsnam Adharmo bhibhavaty uta Os prinçípios religiosos ancestrais transmitidos através de uma dinastia são também destruídos quando ela é destruída. Depois da ruína do Dharma, a dinastia inteira é subjugada pelo adharma. Bhavanuvada A palavra sanatanah se refere aos princípios religiosos que descendem da Dinastia desde um tempo ancestral. Sloka 40 Adharmabhibhavat krsna Pradusyanti kula-striyah Strisu dustasu varna-sankarah Oh Krsna! Quando uma dinastia é subjugada pelo adharma ,suas mulheres se degradam.Oh descendente de Vrsni! Quando as mulheres se tornam degradadas e incastas, nascem descendentes não desejados. Bhavanuvada O adharma ocupa as mulheres em atividades incastas. Sloka 41 Sankaro narakayaiva Kula-ghnanam kulasya ca Patanti pitaro hy esam
  • 55. Lupta-pindodaka-kriyah Tal progenie não desejada leva ao inferno tanto a dinastia inteira quanto os destruídores da tradição familiar. Sem dúvida alguma,seus antepassados , privados de oblações de água e alimento ,sofrem o mesmo destino. Sloka 42 Dosair etaih kula-ghnanam Varna-sankara-karakaih Utsadyante jati-dharmah Kula-dharmas ca sasvatah Devido ás ações perversas daqueles que destróem a tradição familiar ,os prinçípios religiosos da familia e da casta desaparecem. Bhavanuvada A palavra utsadyante, significa “eles desaparecem”. Sloka 43 Utsanna-kula-dharmanam Manusyanam janardana Narake niyatam vaso Bhavatity anususruma Oh Janardana! Eu escutei que todos aqueles cuja dinastia carece de princípios religiosos, sofrem no inferno por um período ilimitado. Sloka 44
  • 56. Aho bata mahat-papam Kartum vyavasita vayam Yad rajya-sukha-lobhena Hantum svajanam udyatah Quão surpreendente é que, levados pela condição de desfrutar de felicidade imperial ,estamos dispostos á matar nossos próprios parentes e cometer este grande pecado. Sloka 45 Yadi mam apratikaram Asastram sastra-panayah Dhrtarastra rane hanyus Tan me ksemataram bhavet Seria ainda mais auspicioso para mim se, desarmado e sem ofereçer resistençia, os filhos de Dhrtarastra fortemente armados me matassem. Sloka 46 Sanjaya uvaca Evam uktvarjunah sankhye Rathopastha upavisat Visrjya as-saram capam Soka-samvigna-manasah Sanjaya disse: Com sua mente perturbada pela lamentação, Arjuna pronunciou estas palavras no campo de batalha, põs de lado seu arco e flecha, e sentou em sua quadriga.
  • 57. Assim conclui-se o primeiro capítulo do Srimad Bhagavad Gita Capítulo 2 O prinçípio das análises Sloka 1 Sanjaya uvaca Tam tatha krpayavistam Asru-purnakuleksanam Visidantam idam vakyam Uvaca madhusudanah Sanjaya disse: Sri Madhusudana falou ao aflito Arjuna, quem estava cheio de compaixão e cujos olhos estavam agitados e cheios de lágrimas. Sloka 2 Sri bhagavan uvaca Kutas tva kasmalam idam Visame samupasthitam Anarya-justam asvargyam Akirtti-karam arjuna
  • 58. Sri Bhagavan disse: Oh Arjuna! Qual é a causa da sua ilusão neste momento crítico da batalha. Isto não é próprio de um ariano, pois não condiz com sua reputação, nem te conduzirá aos planetas celestiais. Bhavanuvada Neste capítulo, Bhagavan Sri Krsnacandra esboça os sintomas das pessoas liberadas. Ele dissípa a obscuridade causada pela lamentação e ilusão ao conçeder, em primeiro lugar, a sabedoria para discernir entre matéria e espírito. Prakasika-vrtti Dhrtarastra estava satisfeito ao saber que,ainda antes de começar a batalha , um sentimento religioso havia despertado no coração de Arjuna. Ele recusava encarar a batalha, atendo- se aos princípios da não violencia,que considerava sendo o Dharma supremo. Dhrtarastra pensou:"Seria uma grande fortuna se esta batalha não aconteçesse , pois assim, meus filhos poderiam permanecer soberanos do reino sem nenhum obstáculo." Sloka 3 Klaibyam ma sma gamah partha Naitat tvayy upapadyate Ksudram hrdaya daurbalyam Tyaktvottistha parantapa Oh Partha! Não sejas covarde, isto não lhe é digno. Oh Parantapa! Abandona sua fraqueza de coração e levanta-te. Bhavanuvada
  • 59. Aqui Krsna diz: Oh Partha! Apesar de ser um filho de Prtha ,estás se comportando como um covarde.".Depois ele disse: "Tal covardia é própria de um ksatriya de baixa classe."Arjuna poderia dizer: Oh Krsna! Não duvides da minha coragem,eu desejo lutar.Mas por favor ,compreende que do ponto de vista moral,minha renunçia á lutar é para mostrar respeitos á meus gurus, Bhisma e Drona.".Krsna contesta."Minha resposta é ksudram,tal atitude não demonstra discriminação nem compaixão, senão lamentação e ilusão. Ambas revelam a fraquesa da sua mente. Sloka 4 Arjuna uvaca Katham bhismam aham sankhye Dronanca madhusudana Isubhih pratiyotsyami Pujarhav arisudana Arjuna disse: Oh Madhusudana! Oh Arisudana! Destruídor dos inimigos.! Como posso contratacar com minhas flechas, o avô Bhisma, e Dronacarya, quem são dignos de minha veneração? Bhavanuvada Para explicar porque não deseja combater, Arjuna argumenta que de acordo com o dharma sastra, a violação da honra de uma personalidade venerável é um ato fatídico. Ao referir-se á Krsna como Madhusudana, Arjuna acode á esta lógica."Oh querido amigo,tu também destruístes inimigos em batalha, mas não assasinastes teu guru e nem seus
  • 60. parentes. Devido á que o denônio Madhu era seu inimigo, eu me referi á ti como Arisudana, ou o destruídor dos inimigos. Prakasika-vrtti Sandipani Muni era um famoso sábio pertençente á kasyapa gotra, que vivia na cidade de Avanti,atual Ujjain. Quando executaram seus passatempos, Sri Krsna e Baladeva o aceitaram como seus Siksa Guru para dar exemplo aos demais.Quando viviam em seu asrama, executaram o passatempo no qual aprenderam as sessenta e quatro artes em sessenta e quatro dias.Visvanatha Cakravarti Thakura comenta que Sandipani Muni era seguidor do senhor Siva, ele explica que se Krsna e Baladeva tivessem aceitado um guru Vaisnava, este os teriam reconheçido como o supremo, e os passatempos de aprendizagem não teriam ocorrido. Sandipani Muni era filho de Paurnamasi Yoga Maya, e os amigos de Krsna ,Madhumangala e Nandimukhi são filho e filha dele. Sloka 5 Gurun ahatva hi mahanubhavan Sreyo bhoktum bhaiksyam apiha loke Hatvartha kamams tu gurun ihaiva Bhunjiya bhogan rudhira pradigdhan Seria melhor manter minha vida neste mundo mediante mendicancia do que matar meus gurus, que são grandes personalidades. Se os mato, os prazeres e riquezas que pudesse derfrutar neste mundo, ficariam manchados de sangue. Bhavanuvada
  • 61. Arjuna pensou que se converteria em traídor se matasse seus gurus, e qualquer prazer que tivesse depois deste ato, estaria manchado pelo resultado de atos pecaminosos. Sloka 6 Na caitad vidmah kataran no gariyo Yad va jayema yadi va no jayeyuh Yan eva hatva na jijivisamas Te vasthitah pramukhe dhratarastrah Sou incapaz de decidir o que é melhor para nós: conquistar ou ser conquistados por eles. Mesmo se nós os matássemos, não iríamos desejar viver. Mas, eles estão do lado de Dhrtarastra e estão na nossa frente, preparados para a batalha. Bhavanuvada Aqui arjuna está falando sobre a possibilidade da vitória ou derrota. Ele disse: "Para nós, a vitória é igual á derrota". Sloka 7 Karpanya dosopahata svabhavah Prcchami tvam dharma sammudha cetah Yac chreyah syan niscitam bruhi tan me Sisyas te ham sadhi mam tvam prapannam Dominado pela covardia e confundido sobre o dever, perdí meu heroísmo natural. Te suplico, por favor, que me digas o que é melhor para mim. Sou teu discípulo rendido e uma alma entregue á ti. Por favor instruí-me. Bhavanuvada
  • 62. Sri Krsna podia ridicularizar Arjuna dizendo:"Ainda que és Ksatriya, você decidiu converte-te em mendigo errante, mediante tua própria compreensão do significado dos sastras. Então, qual é o valor das minhas palavras?." Anteçipando-se, Arjuna começa este verso com a palavra Karpanya: O abandono do heroísmo natural se chama karpanya, que significa comportamento covarde. Para receber instruções de Krsna, Arjuna então lhe assegura."sou teu discípulo, não refutarei mais tuas declarações. Sloka 8 Na hi prapasyami mamapanudyad Yae chokam ucchosanam indriyanam Avapya bhumav asapatnam rddham Rajyam suranam api cadhipatyam Ainda que obtivesse na terra um reino inigualável e próspero, com soberania até mais que os semideuses, não vejo como posso brecar este meu pesar que seca meus sentidos. Bhavanuvada Arjuna começa este verso coma palavra na hi: "Nos tres mundos, não encontro ninguém, a não ser tu, que possa dissipar minha lamentação."Assim como o intenso calor do verão seca as pequenas folhas, a compaixão está secando meus sentidos. Sloka 9 Sanjaya uvaca Evam uktva hrsikesam Gudakesah parantapah Na yotsya iti govindam
  • 63. Uktva tusnim babhuva há Sanjaya disse:Depois de pronunciar estas palavras , Gudakesa , o castigador dos inimigos ,disse á Krsna. "Oh Govinda, não lutarei, e logo ficou mudo." Sloka 10 Tam uvaca hrsikesah Prahasann iva bharata Senayor ubhayor madhye Visidantam idam vacah Oh descedente de Bharata(Dhrtarastra)! Neste momento, Hrsikesa Sri Krishna sorrindo no meio dos exércitos, se dirigiu ao aflito Arjuna com as seguintes palavras: Bhavanuvada A frase senayor ubhayor madhye indica que a afição de Arjuna, as instruções e as garantias oferecidas por Krishna, eram igualmente visíveis em ambos os exércitos. Em outras palavras, esta mensagem do Bhagavad Gita foi presenciada por ambos os exércitos. Sloka 11 Sri bhagavan uvaca Asocyan anvasocas tvam Prajna vadams ca bhasase Gatasun agatasums ca Nanusocanti panditah
  • 64. Sri Bhagavan disse: Enquanto falas palavras sábias, você se lamenta por nada. O sábio não se lamenta nem pelos vivos nem pelos mortos. Bhavanuvada "agata asun" significa onde não chega o ar vital". O erudito e o sábio não se lamentam sequer pelo corpo sutil, pois é indestrurível antes da etapa de mukti. Em ambas as condições, em vida ou com vida, a natureza do corpo grosseiro e sutil é imutável. É incorreto lamentar-se, já que a alma é eterna. Prakasika-vrtti O corpo grosseiro da entidade viva é composto por cinco elementos materiais - terra, agua, fogo, ar e éter e é temporário. Onde há nascimento, a morte é certa, seja hoje, amanhã ou daqui uns anos. Sloka 12 Na tv evaham jatu nasam Na tvan neme janadhipah Na caiva na bhavisyamah Sarve vayam atah param Jamais houve um tempo em que eu, tu e todos estes reis não existiram, tampouco haverá no futuro um momento em que deixaremos de existir. Bhavanuvada
  • 65. Ainda que existe diferença entre Isvara e a jiva, ambos os tipos de alma são eternos e estão livres da morte. Assim a alma não é objeto de lamentação. Prakasika-vrtti As pessoas ignorantes que consideram que o corpo grosseiro é igual á alma, não compreendem que o verdadeiro ser não é material. Sloka 13 Dehino smin yatha dehe Kaumaram yauvanam jara Tatha dehantara praptir Dhiras tatra na muhyati Assim como a alma corporificada neste corpo grosseiro passa da infância á juventude e logo á velhice, também passa á outro corpo depois da morte. Uma pessoa inteligente não se confunde pela destruição e nascimento do corpo. Sloka 14 Matra-sparsas tu kaunteya Sitosna-sukha-duhkha-dah Agamapayino nityas Tams titiksasva bharata Oh Kaunteya! Quando os sentidos entram em contato com os objetos sensíveis, se experimenta frio e calor, felicidade e aflição.Tais experiências são flutuantes e temporárias. Oh Bharata! Por isso deve tolera-las. Bhavanuvada
  • 66. Não só a mente nos trazem problemas, mas os sentidos por exemplo, também nos causam problemas. Tolerar as sensações causadas pelos objetos dos sentidos, sabendo que estes também são temporários é uma obrigação prescrita nos Vedas. Assim sendo, banhar-se no inverno é incômodo, mas não se deve abandonar a rotina de se banhar, prescrita nos Sastras. Igualmente, as mesmas pessoas, como os irmãos, os filhos, etc, nos proporcionam felicidade ao nascer ou quando adquirem riquezas, mas estas mesmas pessoas produzem dor no momento de suas mortes. Sabendo que estas felicidades e aflições são temporárias ,devemos tolera-las. Krsna falou á Arjuna: "Não deves abandonar seu Dharma de lutar na batalha com a desculpa de ter afeição por seus parentes. O abandono do dever que os Sastras prescrevem, é sem duvida uma causa de grande pertubação." Sloka 15 Yam hi na vyathayanty ete Purusam purusarsabha Sama dunkha sukham dhiram So mrtatvaya kalpate Oh! Tú é o melhor dos homens! A pessoa sensata que considera que a felicidade, a aflição, e a percepção dos diversos objetos sensíveis é a mesma coisa e não se pertuba por elas, sem dúvida está qualificada á liberar-se. Sloka 16 Nasato vidyate bhavo Nabhavo vidyate satah Ubhayor api drsto`ntas Tv anayos tattva darsibhih
  • 67. Coisas temporárias– como o verão e o inverno – não tem uma existencia real, e o eterno – a alma –jamais é destruída. Os conhecedores da vedade chegaram á esta conclusão após estudarem sobre o eterno e o temporário. Sloka 17 Avinasi tu tad viddhi Yena sarvam idam tatam Vinasam avyayasyasya Na kascit karttum arhati Deves saber que isso que se propaga por todo o corpo não pode ser destruído. Nada é capaz de destruir a alma imperecível. Bhavanuvada A alma é diminuta e só pode-se compreende-la quando o coração está purificado e livre dos tres modos da natureza material. Prakasika-vrtti Há duas verdades indestrutíveis: uma é a jiva atômica consciente, e a outra é Paramatma , que manifesta e controla todas as jivatmas. Assim como uma simples gota de pasta de sandalo aplicada em um só local refresca o corpo inteiro, a alma (jivatma) localizada no coração, ocupa todo o corpo. Sloka 18 Antavanta ime deha Nityasyoktah saririnah
  • 68. Anasino prameyasya Tasmad yudhyasva bharata Deves considerar que os corpos materiais que a alma eterna, indestrutível e incomensurável, ocupa, são perecíveis. Oh! Descendente de Bharata! Por tanto, lute! Sloka 19 Ya enam vetti hantaram Yas cainam manyate hatam Ubhau tau na vijanito Nayam hanti na hanyate Os que consideram que a alma mata ou é morta, são ignorantes. A alma não é morta e nem mata ninguém. Bhavanuvada Krsna diz: "Oh amigo Arjuna, tu és uma alma, tu não és o sujeito nem o objeto do ato de matar. "Por tanto ó amigo, por que temes a infamia só por que os ignorantes te chamarão de "asassino de seus superiores?" Sloka 20 Na jayate mriyate va kadaci Nayam bhutva bhavita va na bhuyah Ajo nityah sasvato yam purano Na hanyate hanyamane sarire A alA A alma não nasce nem morre, tampouco experimenta o crescimento. Ela não nasce pois é eterna e permanente. A
  • 69. alma é primordial, é sempre jovem e não morre quando o corpo é destruído. Sloka 21 Vedavinasinam nityam Ya enam ajam avyayam Katham as purusah partha Kam ghatayati hanti kam ´Óh Partha! Como pode uma pessoa matar alguém, sabendo que a alma é eterna, não nascida, imutável e indestrutível? Bhavanuvada Sri Krsna responde á Arjuna: "Oh Partha! Logo que adquirir este conhecimento, não serás culpado de nenhum pecado, mesmo depois de lutar na batalha." Sloka 22 Vasamsi jirnani yatha vihaya Navani grhnati naro parani Tatha sarirani vihaya jirnany Anyani samyati navani dehi Assim como uma pessoa abandona suas roupas velhas e aceita outras novas, a alma abandona os corpos velhos e inúteis e aceita outros novos. Sloka 23 Nainam chindanti sastrani Nainam dahati pavakah Na cainam kledayanty apo
  • 70. Na sosayati marutah Esta alma não pode ser ferida por nenhuma arma, nem queimada pelo fogo, molhada pela água ou secada pelo vento. Sloka 24-25 Acchedyo yam adahyo yam Akledyo sosya eva ca Nityah sarva gatah sthanur Acalo yam sanatanah Avyakto yam acintyo ya Mavikaryo yam ucyate Tasmad evam viditvainam Nanusocitum arhasi A alma é indivisível, indestrutível e insolúvel. É eterna, onipenetrante, permanente, inalterável e sempre existente. É imperceptível, inconcebível e, devido a que está livre dos seis tipos de transformações como o nascimento, é imutável. Depois de compreender a alma desta maneira, não deves lamentar-te. Atha cainam nitya jatam Nityam va manyase mrtam Tathapi tvam maha-baho Nainam socitum arhasi Mas, se ainda pensas que a alma nasce e morre constantemente, não há razão para que fiques aflito por ela ó Maha Baho! Bhavanuvada
  • 71. Aqui Krsna está dizendo: "Ainda que pense que o nasçimemto é perpétuo,ainda sim tu deves executar o seu dever como um valente Ksatriya." Krsna está tentando fazer com que Arjuna veja então o lado prático da batalha, deixando de lado o conhecimento acerca da alma. Sloka 27 Jatasya hi dhruvo mrtyur Dhruvam janma mrtasya ca Tasmad apariharye rthe Na tvam socitum arhasi Para aquele que nasce a morte é certa, e para aquele que morre o nascimento é certo. Por tanto não deves lamentar-se por esta situação inevitável. Sloka 28 Avyaktadini bhutani Vyukta madhyani bharata Avyakta nidhanany eva Tatra ka paridevana Oh Bharata!. Todos os seres humanos são imanifestos antes de seu nascimento. No interim , depois do nascimento, eles se manifestam , e após a morte voltam á imanifestar-se. Então ,por que te lamentas? Sloka 29 Ascaryavat pasyati kascid enam
  • 72. Ascaryavac cainam anyah srnoti Srutvapy enam veda na caiva kascit Há quem considera que a alma é surpreendente, outros falam dela como algo surpreendente e alguns após escutar sobre ela acham que é algo incompreensível e assim não á compreende. Bhavanuvada Krsna explica este verso para mostrar á Arjuna o quanto é maravilhoso a combinação do corpo com a alma e lhe esclarece sobre este tema. Prakasika-vrtti A alma, a pessoa que instrui sobre a alma, e a audiencia são todos maravilhosos, pois a verdade sobre a ciençia da alma é muito dificil de ser compreendida. Ainda assim, somente poucas personalidades são capazes de compreende-la e a consideram como algo maravilhoso. É estranho que a grande maioria,mesmo depois de escutar sobre a alma de um expert no assunto não consegue compreende-la. Por esta razão Sri Caitanya Mahaprabhu nos deu a instrução de cantar os santos nomes e como resultado secundário deste canto, virá tambem o conhecimento acerca da alma. Sloka 30 Dehi nityam avadhyo yam Dehe sarvasya bharata Tasmat sarvani bhutani Na tvamsocitum arhasi
  • 73. Oh Arjuna! A alma eterna que reside nos corpos de todas as entidades vivas jamais pode ser aniquilada. Por tanto, não é correto que te lamentes por nada. Sloka 31 Svadharmam api caveksya Na vikampitum arhasi Dharmyad dhi yuddhac chreyo nyat Ksatriyasya na vidyate Por outro lado se consideras teu próprio dever de Ksatriya, não deves oscilar, pois não há atividade melhor para você do que a luta. Bhavanuvada Considerando os dois pontos de vista, é recomendável que Arjuna lute. Sloka 32 Yadrcchaya copapannam Svarga dvaram apavrtam Sukhinah ksatriyah partha Labhante yuddham idrsam Oh Partha! Afortunados são os Ksatriyas que tem semelhante oportunidadede lutar, pois tal batalha é a porta de entrada para os planetas celestiais. Sloka 33 Atha cet tvam imam dharmyam Sangramam na karisyasi
  • 74. Tatah svadharmam kirttin ca Hitva papam avapsyasi Mas, se não participas desta batalha religiosa, desobedecerás teu dever e perderá tua fama. Então a reacão virá até você. Bhavanuvada Neste e nos próximos três versos, Sri Bhagavan explica os defeitos de não lutar. Sloka 34 Arkittincapi bhutani Kathayisyanti te vyayam Sambhavitasya cakirttir Maranad atiricyate O povo só irá falar sobre tua infâmia, e para uma pessoa honrosa, a desonra é mais dolorosa que a morte. Sloka 35 Bhayad ranad uparatam Mamsyante tvam maha rathah Yesanca tvam bahu-mato Bhutva yasyasi laghavam Grandes guerreiros como Duryodhana e outros irão pensar que fugiste da batalha, cheio de temor. Aqueles que te honravam, irão te considerar um ser insignificante. Sloka 36 Avacya vadams ca bahun
  • 75. Vadisyanti tavahitah Nindantas tava samarthyam Tato duhkhataram nu kim Teus inimigos te insultariam com palavras duras e criticariam tuas habilidades. Oh Arjuna! O que poderia ser mais doloroso para ti? Sloka 37 Hato va prapsyasi svargam Jitva va bhoksyase mahim Tasmad uttistha kaunteya Yuddhaya krta niscayah Oh! Kaunteya! Se for morto na batalha, alcancarás os planetas celestiais, e se você sai vitorioso da batalha, desfrutarás do reino da terra. Por tanto, levanta com determinação e luta. Sloka 38 Sukha duhkhe same krtva Labhalabhau jayajayau Tato yuddhaya yujyasva Naivam papam avapsyasi Sabendo que felicidade e aflição, vitória e derrota, fracasso e triunfo, são todos iguais, luta com esta mentalidade, pois só assim não cometerás pecado algum. Bhavanuvada
  • 76. "Assim como uma folha de lótus nunca molha enquanto permanece na água, um Ksatriya que luta na batalha jamais comete pecado.” Prakasika-vrtti Krsna fala á Arjuna: "Se lutas com a mentalidade de que felicidade e aflição, vitória e derrota, fracasso e triunfo são todos iguais, então não há pecado algum." Uma pessoa que está apegada aos frutos de seus atos, está cometendo pecado, por tanto, a renúncia ao apego kármico, é sem dúvida necessária. Sloka 39 Esa te bhihita sankhye Buddhir yoge tv imam srnu Buddhya yukto yaya partha Karma bandham prahasyasi Oh! Partha! Até este momento te expliquei o Sankhya-yoga, mas agora vou te explicar Bhakti Yoga, com este conhecimento te libertarás do cativeiro material. Sloka 40 Nehabhikrama-naso sti Pratyavayo na vidyate Svalpam apy asya dharmasya Trayate mahato bhayat Os esforços realizados em Bhakti Yoga jamais são em vão. Mesmo uma pequena quantidade deste Yoga, libera a pessoa do mais grande perigo.
  • 77. Bhavanuvada Aqui , Krsna diz á Arjuna ."Buddhi Yoga é de dois tipos:1- Bhakti Yoga na forma de audição e canto, e 2-Niskama Karma Yoga na forma de entrega dos frutos dos atos desinteressados á Bhagavan. "Ambos estes dois tipos de Yoga se define com a palavra Buddhi-Yoga. Prakasika-vrtti Bhakti é primário e Niskama Karma é secundário. Bhakti Yoga é completamente transcendental aos modos materiais. Qualquer atividade em Bhakti nunca é perdida, a pessoa que não teve sucesso nesta vida, poderá continuar o processo na próxima vida, desde o estágio onde parou. Sloka 41 Vyavasayatmika buddhir Ekeha kuru-nandana Bahu-sakha hy anantas ca Buddhayo vyavasayinam Oh! Filho dos Kurus! A inteligencia resoluta dos que praticam Bhakti é indivisível, mas a inteligencia dos indecisos em relação á Bhakti possuem ramificações ilimitadas. Bhavanuvada A inteligencia cuja meta é Bhakti yoga é suprema quando comparada aos demais tipos de inteligencia. Sloka 42
  • 78. Yam imam puspitam vacam Pravadanty avipascitah Veda-vada-ratah partha Nanyad astiti vadinah Oh! Partha! Os insensatos, que estão apegados ás declarações floridas dos Vedas, que na verdade só produz veneno, dizem que não há nada além disto nas escrituras. Prakasika-vrtti No Srimad Bhagavatam adverte-se para as afirmações Védicas. Oh! Pracinabarhi! Devido á ignorancia, as atividades ritualísticas mencionadas nos Vedas parecem ser o objetivo supremo. Ainda que suas narrações parecem ser fascinantes aos ouvidos elas carecem de conexão com o absoluto. Por tanto ignore-as. Sloka 43 Kamatmanah svarga-para Janma-karma-phala-pradam Kriya-visesa-bahulam Bhogaisvarya-gatim prati As pessoas de natureza luxuriosa, que fazem muitos rituais védicos pomposos para alcançar os planetas celestiais, onde há bastante opulencia e desfrute sensual, acabam se atando ao ciclo de nascimentos e mortes. Sloka 44 Bhogaisvarya-prasaktanam Tayapahrta-cetasam
  • 79. Vyavasayatmika buddhih Samadhau na vidhiyate Aqueles que estão apegados ao desfrute e opulencia, cujas mentes estão cativadas pelas palavras floridas dos Vedas, não obterão inteligencia absoluta, com a qual pode-se meditar no Supremo. Sloka 45 Traigunya-visaya veda Nistraigunyo bhavarjuna Nirdvandvo nity-sattva-stho Niryoga-ksema atmavan Oh! Arjuna! Supera os modos da natureza material descrita nos Vedas e situa-se transcendentalmente, livre de dualidades, desapegado da tendencia de aquisição e situa-se no eu(atma). Bhavanuvada No Srimad Bhagavatam Krsna diz: "Viver na floresta está no modo da bondade, viver na cidade está no modo da paixão, viver em uma casa de apostas está no modo da ignorancia e viver onde eu moro (templo) está transcendental aos tres modos da natureza material (nirguna). Sloka 46 Yavan artha udapane Sarvatah samplutodake Tavan sarvesu vedesu Brahmanasya vijanatah
  • 80. Assim como vários reservatórios de água que satisfazem um mínimo propósito provém de um grande lago, similarmente o resultado alcançado com a adoração aos semideuses é insignificante se comparado á realização alcançada pelo brahmana erudito que está dotado com Bhakti por Krsna. Prakasika-vrtti As diferentes atividades que podem ser executadas mediante o uso de pequenos poços separados, podem fácilmente ser executadas ao usar um grande estanque. Assim também, os diferentes desejos que podem ser satisfeitos através da adoração aos semi deuses, podem ser fácilmente alcançados simplesmente adorando Krsna. Sloka 47 Karmany evadhikaras te Ma phalesu kadacana Ma karma-phala-hetur bhur Ma te sango stv akarmani Sem dúvida , tens o direito de executar seu dever prescrito, mas em momento algum tens o direito de desfrutar dos frutos de sua ação. Não sejas motivado pelos frutos da ação , mas também não deixa de executar seu dever. Sloka 48 Yoga-sthah kuru karmani Sangam tyaktva dhananjaya Siddhy-asiddhyoh samo bhutva Samatvam yoga ucyate
  • 81. Oh! Dhananjaya! Situado em Bhakti Yoga, abandonando os apegos pelos frutos da ação, executa os deveres prescritos e permanece equanime no êxito e fracasso. Isto se denomina Yoga. Sloka 49 Durena hy avaram karma Buddhi-yogad dhananjaya Buddhau saranam anviccha Krpanah phala-hetavah Oh! Dhananjaya! Atividades fruitivas são bastante inferiores se comparadas á Bhakti, e quem anseia pelos frutos das atividades são ávaros. Sloka 50 Buddhi-yukto jahatiha Ubhe sukrta-duskrte Tasmad yogaya yujyasva Yogah karmasu kausalam Uma pessoa inteligente abandona as atividades piedosas e pecaminosas nesta vida mesmo, por tanto, esforça-te nesta Yoga e executa todas as atividades desinteressadamente. Sloka 51 Karma-jam buddhi-yukta hi Phalam tyaktva manisinah Janma-bandha-vinirmuktah Padam gacchanty anamayam
  • 82. Sem dúvida, os sábios que possuem inteligencia absoluta, abandonam os resultados nascidos das ações fruitivas, assim eles alcançam um lugar onde não há sofrimento algum, e são eternamente liberados do ciclo de nascimentos e mortes. Sloka 52 Yada te moha-kalilam Buddhir vyatitarisyati Tada gantasi nirvedam Srotavyasya srutasya ca Quando sua inteligencia cruzar o denso bosque da ilusão, ficarás indiferente á tudo que já escutou ou está por escutar. Sloka 53 Sruti-vipratipanna te Yada sthasyati niscala Samadhav acala buddhis Tada yogam avapsyasi Quando tua inteligencia estiver desapegada das diferentes interpretações dos Vedas e firme em transe, neste momento alcançarás o fruto do Yoga. Sloka 54 Arjuna uvaca Sthita-prajnasya ka bhasa Samadhi-sthasya kesava Sthita-dhih kim prabhaseta Kim asita vrajeta kim
  • 83. Arjuna disse: Oh! Kesava! Quais são os sintomas de uma pessoa cuja inteligencia está fixa na transcendência? Como ela se senta, fala e como ela caminha? Sloka 55 Sri bhagavan uvaca Prajahati yada kaman Sarvan partha mano-gatan Atmany evatmana tustah Sthita-prajnas tadocyate Sri Bhagavan disse: Oh! Partha! Uma pessoa possui inteligençia perfeita quando abandona todos os tipos de desejos materiais que surgem da mente. Dentro de sua mente controlada ele está satisfeito por Ter uma alma bem aventurada. Neste estado ele é visto como uma pessoa de inteligência perfeita. Sloka 56 Dunkhesv anudvigna-manah Sukhesu vigata-sprhah Vita-raga-bhaya-krodhah Sthita-dhir munir ucyate O sábio cuja mente não se agita pelas misérias e permanece livre de ansiedade provocados pelos desejos sensuais, livre do apego e temor e ira, é chamado de sábio com inteligençia perfeita. Bhavanuvada
  • 84. São tres, os tipos de misérias.As que são provocadas pela sede,dor de cabeça,febre etc..,que provém do corpo e da mente,são chamadas Adhyatmika. As que são provocados por entidades vivas tais como serpente, insetos etc.., são chamadas de Adhibhautika. E as que provém dos semi-deuses, tais como a chuva, frio, calor etc...chaman-se Adhidaivika. Aqui Krsna diz que aquele que não se agita devido á estas misérias, é um sábio controlado e inteligente. Sloka 57 Yah sarvatranabhisnehas Tat tat prapya subhasubham Nabhinandati na dvesti Tasya prajna pratisthita A pessoa que não tem apegos mundanos exessivos, que não se regosija na vitória e nem se lamenta pela derrota, é considerada uma pessoa de inteligencia resoluta. Sloka 58 Yada samharate cayam Kurmo nganiva sarvasah Indriyanindriyarthebhyas Tasya prajna pratisthita Quando uma pessoa pode retrair seus sentidos completamente dos objetos dos sentidos, assim como uma tartaruga retrai suas extremidades para dentro da carapaça, se diz que essa pessoa possui inteligência resoluta. Sloka 59 Visaya vinivarttante
  • 85. Niraharasya dehinah Rasa-varjam raso py asya Param drstva nivarttate Uma pessoa que se identifica com seu corpo pode restringir- se dos objetos dos sentidos artificialmente, mas ainda permanece o gosto por esses objetos. Mas a pessoa de inteligencia clara,ao compreender a superalma, seu gosto pelos objetos sensíveis acaba automaticamente. Sloka 60 Yatato hy api kaunteya Purusasya vipascitah Indriyani pramathini Haranti prasabham manah Oh! Filho de Kunti! Os sentidos agitados, sem dúvida arrastam á força a mente de um homem inteligente que possui conhecimento e se esforça para alcançar a liberação. Prakasika-vrtti Dominar os sentidos é tão dificil como controlar a mente. Mas, de cordo com as instruções de Sri Caitanya Mahaprabhu, esta difícil tarefa se torna fácil quando ocupa-se os sentidos no serviço á Bhagavan Sri Krsna. Sloka 61 Tani sarvani samyamya Yukta asita mat-parah Vase hi yasyendriyani Tasya prajna prathisthita
  • 86. A pessoa deve controlar todos os sentidos,através de Bhakti Yoga, dedicando-se á mim, pois somente a pessoa com sentido controlado possui inteligencia determinada e pura. Sloka 62 Dhyayato visayam pumsah Sangas tesupajayate Sangat sanjayate kamah Kamat krodho bhijayate Uma pessoa desenvolve apego pelos objetos dos sentidos ao comtenpla-los. Deste apego surge o desejo de desfrute e do desejo surge a ira. Sloka 63 Krodhad bhavati sammohah Sammohat smrti-vibhramah Smrti-bhramsad buddhi-naso Buddhi-nasat pranasyati Da ira vem a confusão, da confusão surge o esquecimento, na perda da memória a inteligencia é destruída, e quando a inteligençia é destruída, a pessoa cai completamente nas garras da ilusão. Sloka 64 Raga-dvesa-vimuktais tu Visayan indriyais caran Atma-vasyair vidheyatma Prasadam adhigacchati
  • 87. Sem dúvida, um homem com sentidos controlados, livre do apego e aversão, alcança paz mental mesmo quando desfruta dos objetos dos sentidos com os seus sentidos controlados. Sloka 65 Prasade sarva-duhkhanam Hanir asyopajayate Prasanna-cetaso hy asu Buddhih paryavatisthate Uma pessoa de inteligencia clara se libera de todas as misérias, a mente de tal homem é muito pacífica e calma, e assim ele se fixa em atingir a meta desejada. Sloka 66 Nasti buddhir ayuktasya Na cayuktasya bhavana Na cabhavayatah santir Asantasya kutah sukham Uma pessoa desconectada do Senhor não possui inteligencia espiritual e assim sendo, ela é incapaz de meditar em Paramesvara. Como pode haver felicidade para alguém que não possui paz? Sloka 67 Indriyanam hi caratam Yan mano nuvidhiyate Tad asya harati prajnam Vayur navam ivambhasi
  • 88. Assim como o vento arrasta um bote sobre a água, simirlamente, a mente de uma pessoa descontrolada é arrastada pelos sentidos , então é arrastada também, sua inteligencia. Sloka 68 Tasmad yasya maha-baho Nigrhitani sarvasah Indriyanindriyarthebhyas Tasya prajna pratisthita Oh!Maha-Baho! Por tanto ,a pessoa que é capaz de restringir seus sentidos completamente dos objetos dos sentidos, possui inteligencia absolutamente clara. Sloka 69 Ya nisa sarva-bhutanam Tasyam jagartti samyami Yasyam jagrati bhutani sa nisa pasyato muneh Neste estado noturno mental no qual dorme todos os seres,um homem inteligente está desperto. Quando os seres ordinários estão mentalmente despertos, este momento é noite para o sábio iluminado. Sloka 70 Apuryamanam acala-pratistham Samudram apah pravisanti yadvat Tadvat kama yam pravisanti sarve As santim apnoti na kama-kami
  • 89. Assim como o oçeano permanece calmo,quieto e imóvel, ainda que inúmeros rios deságuam nele, similarmente , o homem sábio permaneçe fixo e impertubável, ainda que a agitação dos sentidos entram á força dentro dele. Somente a pessoa que possui inteligência estável pode alcançar a paz. Isto não é alcançável para aqueles que tentam satisfazer os desejos materiais. Sloka 71 Vihaya kaman yah sarvan Pumams carati nihsprhah Nirmamo nirahankarah As santim adhigacchati Aqueles que abandonam todos seus desejos materiais, e que estão livres de possesividade, estão livres de ansiedades e falso ego. Esta pessoa alcançará paz. Sloka 72 Esa brahmi sthitih partha Nainam prapya vimuhyati Sthitvasyam anta-kale pi Brahma-nirvanam rcchati Oh!Partha! Esta é a situação daquele que alcançou o brahmam,mas aquele que não alcançou esta condição será confundido.Aquele que alcança tal estado, consegue a emancipação espiritual no momento da morte. Bhavanuvada
  • 90. Neste capítulo se explica espeçificamente o jnana yoga, karma yoga e indiretamente Bhakti Yoga. Por este motivo, este é considerado o resumo do Sri Gita. Capítulo 3 KARMA YOGA O prinçípio da ação Sloka 1 Arjuna uvaca Jyayasi cet karmanas te Mata buddhir janardana Tat kim karmani ghore mam Niyojayasi kesava Arjuna disse: Oh!Janardana! Se consideras que a inteligencia é melhor do que o trabalho fruitivo, então por que estäs me ocupando nesta terrível batalha? Sloka 2 Vyamisreneva vakyena Buddhim mohayasiva me Tad ekam vada niscitya Yena sreyo ham apnuyam
  • 91. Minha inteligencia está confundida por tuas declarações ambíguas. Diga-me por favor, o que é mais benéfico á mim? Sloka 3 Sri bhagavan uvaca Loke smin dvi-vidha nistha Pura prokta mayanagha Jnana-yogena sankhyanam Karma-yogena yoginam Sri Bhagavan disse: Oh!Imaculado Arjuna! Já te expliquei que neste mundo há dois tipos de fé inquebrantável: A fé dos filósofos empiristas baseada no processo de especulação filosófica, e a fé dos yoguis baseada no processo de niskama- karma-yoga. Sloka 4 Na karmanam anarambhan Naiskarmyam puruso snute Na ca sannyasanad eva Siddhim samadhigacchati Uma pessoa não pode alcançar liberação por deixar de fazer seus deveres prescritos, e nem uma pessoa pode alcançar a perfeição simplesmente por aceitar sannyasa. Sloka 5 Na hi kascit ksanam api Jatu tisthaty akarmakrt Karyate hy avasah karma Sarvah prakrti-jair gunaih
  • 92. Certamente, nada permanece inativo sequer por um instante. Todas as pessoas certamente se ocupam inevitavelmente na ação, através dos modos materiais, de acordo com sua própria natureza. Sloka 6 Karmendriyani samyamya Ya aste manasa smaran Indriyarthan vimudhatma Mithyacarah sa ucyate Uma pessoa tola, que controla os sentidos, mas permanece meditando nos objetos dos sentidos por meio da mente, é chamada de hipócrita. Sloka 7 Yas tv indriyani mana sa Niyamyarabhate arjuna Karmendriyaih karma-yogam Asaktah sa visisyate Oh!Arjuna! Aquele que sem apego, controla os sentidos através da mente, e que começou o processo de niskama- karma-yoga mediante os sentidos de trabalho, é superior ao hipócrita. Bhavanuvada Bhagavan recita este verso para explicar que um homem casado que segue as instruções dos Sastras, é superior ao falso renunciante. Aqui, a palavra karma-yoga refere-se á
  • 93. ação prescrita pelos sastras sem o desejo do resultado de tal atividade. Sloka 8 Niyatam kuru karma tvam Karma jyayo hy akarmanah Sarira-yatrapi ca te Na prasidhyed akarmanah Você deve executar seus deveres segundo as regulações dos Sastras, pois a ação é melhor que a inação. Tua manutenção corporal não pode ser feita sem o trabalho. Sloka 9 Yajnarthat karmano nyatra Loko yam karma-bandhanah Tad-artham karma kaunteya Mukta-sangah samacara Oh! Filho de Kunti! Com excessão da ação oferecida á Visnu dessinteressadamente, todas as demais atividades perpetuam a humanidade neste mundo. Por tanto, livre do apego, executa seus atos para sua própria satisfação. Sloka 10 Saha yajnah prajah srstva Purovaca prajapatih Anena prasavisyadhvam Esa vo stv ista-kama-dhuk Em tempos remotos, tendo criado sua progenie,junto com os brahmanas qualificados para executar sacrifíçios, Prajapati
  • 94. Brahma lhes deu esta benção: "Que este sacrificio lhes traga prosperidade e sastifaça todos os seus desejos." Bhavanuvada Para explicar o verso anterior, Sri Krsna recita sete versos que começam com este, cuja palavra inicial é saha."Uma pessoa de coração impuro deve dedicar-se exclussivamente ao cultivo da ação desinteressada e não deve aceitar sannyasa. Mas se em sua condição atual não pode sequer executar tal ação, deve então dedicar-se á ação fruitiva e ofereçe-la á Visnu. Levando em conta a tendencia de desfrute que teria a progenie, o Senhor Brahma disse: "Que este yajna satisfaça todas as suas metas." Sloka 11 Devan bhavayatanenate Deva bhavayantu vah Parasparam bhavayantah Sreyah param avapsyatha Satisfazendo os semi-deuses mediante o sacrifíçio , eles também o satisfarão. Satisfazendo-se mutuamente, voces alcançarão suprema fortuna. Sloka 12 Istan bhogan hi vo deva Dasyante yajna-bhavitah Tair dattan apradayaibhyo Yo bhunkte stena eva sah