O documento discute a estética e a experiência estética. A estética analisa como os sentidos são afetados por objetos artísticos e naturais. Há debates sobre o que é belo e como justificamos nossos gostos. A experiência estética envolve a contemplação desinteressada de obras de arte, imagens da natureza ou objetos do cotidiano.
2. 1.1 O que é a Estética? Termo inventado em 1750 por Baumgarten. Este filósofo considera a estética uma forma de analisar como os sentidos são afectados por determinados objectos, quer artísticos quer naturais. O termo “estética” deriva da palavra grega aesthesis, que significa “percepção.” As perguntas fundamentais são: O que é o Belo? Como justificamos os nossos gostos? O que é a arte?
3. Hípias Maior, Platão O problema: O que é o Belo? Estrutura do argumento: O que é o bem? O que é a justiça? O que é o Belo? O bem existe pelo Bem O justo é justo pela justiça O belo existe pelo Belo O Belo é real A Justiça é real O Bem é real Para Platão, só a Ideia de Beleza é realmente bela, dado que tudo o mais é apenas belo num aspecto ou num dado momento e não noutro, ou por comparação com uma coisa e não com outra. As pessoas e as coisas belas só podem aproximar-se da Forma da Beleza.
4. Objecções Todas as crenças acerca da realidade são justificadas pelas noções de verdade ou de bem: Por que acredito em P? Porque é verdadeiro. Por que quero X? Porque é bom. Porque estás interessado em Y? Porque é belo. Qual das proposições é mais discutível? A beleza tem uma natureza subversiva: A beleza é, por vezes, inimiga da verdade e da bondade.
5. A beleza é inimiga da verdade e da bondade. Porque: Uma pessoa seduzida por um mito pode ser tentada a acreditar nele. Por isso, a beleza é inimiga da verdade. Um homem atraído por uma mulher pode ser tentado a fechar os olhos aos vícios desta. Por isso, a beleza é, por vezes, inimiga da bondade.
6. Não há juízos de gosto em segunda mão A beleza é objecto de um juízo de gosto A beleza traz-nos comprazimento Truísmos à volta da Beleza O juízo de gosto faz-se sobre o objecto belo e não sobre o estado de espírito do sujeito A beleza é sempre uma razão para prestarmos atenção às coisas que a possui Há coisas mais belas do que outras
7. O Juízo de Gosto Acto mediante o qual formulamos uma proposição que atribui determinada qualidade estética (beleza, sublimidade, fealdade) a um objecto.
8. O que justifica estes juízos? O Objectivismo Tese: Dizemos que um objecto é belo em virtude das suas propriedades intrínsecas e independentemente do que sentimos quando o observamos. Dizer «a catedral de Milão é bela» é diferente de dizer «gosto da catedral de Milão» Argumento: Se não houvesse características objectivas não era possível qualquer consenso alargado acerca da beleza ou fealdade de um objecto.
9. Objecções e virtudes Então por que razão discordam as pessoas em relação à beleza ou ausência dela de muitas outras coisas? Esta posição objectivista tem a virtude de difundir a ideia de que não vale tudo.
10. Principal representante Segundo Beardsley, as características estéticas são objectivas e são de um tipo: 1- Intensidade, Unidade e Complexidade Estas características promovem a estética do objecto.
11. B- O Subjectivismo Tese: Dizemos que um objecto é belo em virtude do que sentimos quando o observamos. O juízo estético depende exclusivamente do sujeito. Argumento: A beleza decorre de um juízo de gosto, isto é, depende dos sentimentos de prazer do observador. Dizer «x é belo» é o mesmo que dizer «gosto de x»
12. Objecções e Virtudes Se assim for, é verdadeiro um sujeito dizer «gosto de x», tal como é verdadeiro dizer «não gosto de X». Gostar é uma condição necessária da beleza mas não suficiente. Posso gostar de coisas feias.
13. E agora…? David Hume Segundo David Hume existe um padrão de gosto: qualquer pessoa atenta sabe distinguir uma obra de Eça de Queirós de uma obra de José Saramago. Assim, de acordo com Hume, dizer que «x é belo» é o mesmo que dizer que «gosto de X» porque está de acordo com o padrão de gosto.
14. Somos todos constituídos de um modo que sentimos deleite com os mesmos géneros de objectos da natureza e das obras de arte, mas não temos todos a mesma experiência de fundo, delicadeza de gosto, bom senso, capacidade para fazer comparações e ausência de preconceito que idealmente poderíamos e deveríamos ter.
19. Como se caracteriza o padrão de gosto? O padrão de gosto é formado ao longo do tempo. Há características que são naturalmente percebidas como agradáveis. Para compreender o padrão de gosto é necessário treino. A sensibilidade pelo belo varia consoante a delicadeza com que certos objectos são apreciados. O estético é indissociável do padrão de gosto e este é algo que se mantém ao longo do tempo. Tal com há odores a que o nosso olfacto reage naturalmente mal, Há características dos objectos que são naturalmente percebidas como agradáveis.
20. O Juízo de gosto é subjectivo I. Kant Quando digo «este objecto é belo», esta apreciação não diz respeito a inclinações ou a desejos. Quando assim afirmo estou a ter um juízo de gosto subjectivo e, simultaneamente universal. Não podemos dizer por que razão algo é belo, mas também não podemos dizer que as nossas avaliações sejam meras expressões de gosto.
21. 1.2 A Experiência Estética Estas diferentes formas como os sentidos são afectados remete-nos para a Experiência Estética. O tipo deexperiência depende do objecto a que se refere. Assim…
22. Distinção entre experiência estética da não estética A questão é, pois, quando temos uma experiência estética? Como se caracteriza? Perante uma apreciação do estético existem duas posições: contemplativa e desinteressada. Mesmo esta contemplação é relativa ao objecto que está diante de nós. De qualquer forma, a experiência estética é contemplativa porque nos entregamos à percepção e isso dá--nos prazer. É desinteressada porque o prazer esgota-se nessa situação.