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Anais de Resumo




        Organizadora:
   Taiza Mara Rauen Moraes




                                                   1
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               Anais de Resumos


                  Organizadora
            Taiza Mara Rauen Moraes

                   Realização
  Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE
Programa Nacional de Incentivo à Leitura - PROLER

                     Reitor
              Paulo Ivo Koehntopp

                 Vice-Reitora
            Sandra Aparecida Furlan

             Pró-Reitora de Ensino
                  Ilanil Coelho

   Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação
       Therezinha Maria Novais de Oliveira

Pró-Reitora de Extensão e Assuntos Comunitários
          Berenice Rocha Zabbot Garcia

          Pró-Reitor de Administração
                Raul Landmann




                  Joinville 2012
                                                               2
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         Comitê PROLER Joinville
                Cássio Correia
      Eliana Aparecida Quadra Correia
           Eliete Terezinha Philippi
      Fábio Henrique Nunes Medeiros
         Lausivan Grangeiro Corrêa
         Hilda Maria Girardi Medeiros
               Marilene Gerent
      Rita de Cássia A. Barraca Gomes
          Taiza Mara Rauen Moraes
                 Valéria Alves

           Comissão Científica
           Adair de Aguiar Neitzel
           Nielson Ribeiro Modro
          Taiza Mara Rauen Moras

             Equipe de Apoio
     Amanda Corrêa da Silva (PROLER)
 Fábio Henrique Nunes Medeiros (PROLER)
         Gabriela Huller (PROLER)
    Jussara Cascaes Longarzo (Eventos)
   Sônia Regina Biscaia Veiga (PROLER)

                Diagramação
                Gabriela Huller

Campus Joinville - Rua Paulo Malschitzki, nº 10
   Campus Universitário - Zona Industrial
        Joinville SC - CEP: 89219-710
 Fone: (47) 3461-9000 | Fax: (47) 3473-0131




                                                               3
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                                 APRESENTAÇÃO


        O 16º Encontro do PROLER de Joinville, 3º Seminário de Práticas Leitoras e
3º Seminário de Pesquisa em linguagens, leitura e Cultura – Memória, atuação e
projeção - uma reflexão sobre os 20 anos do PROLER Nacional - tem como
proposição discutir questões que envolvem políticas de leitura em rede/ sujeitos/
diversidades culturais, para ampliar espaços de compreensão do mundo que
facilitem a convivência, gerando atitudes mais conscientes e, portanto, realizadoras
de ações leitoras que transformem a sociedade.
        O evento prevê a discussão e a fortificação da proposta de política de leitura
para a região, integrando instituições educacionais e culturais: Universidade da
Região de Joinville – UNIVILLE, SESC, UNIMED, Secretarias Municipal e Estadual
de Educação, Fundação Cultural de Joinville e Bibliotecas públicas e escolares.
        A implementação do Plano Municipal do Livro e da Leitura – PMLL - é uma
meta a ser atingida para ampliar as condições efetivas que permitam às pessoas
reconhecer seus direitos e deveres e promover uma articulação em âmbito nacional
em conexão com o Plano Nacional do Livro e da Leitura - PNLL.
        O encontro promoverá um diálogo político com a sociedade objetivando
vencer os problemas de acesso à leitura, partindo do princípio de que as questões
que dificultam a democratização do livro e da leitura se solucionam de forma mais
adequada quando discutidas em rede.




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         3º SEMINÁRIO DE PESQUISA EM LINGUAGENS, LEITURA E
                             CULTURA


                                                                         ÍNDICE


“SE FOI VIAJAR, POR QUE NÃO VOLTA?” A MORTE NA LITERATURA INFANTIL JUVENIL ........................6
A FORMAÇÃO ESTÉTICA E LITERÁRIA POR MEIO DO LIVRO DIDÁTICO ....................................................9
A LITERATURA INFANTIL JUVENIL E A ESTÉTICA DA RECEPÇÃO............................................................ 10
ARQUITETURA NEO-ENXAIMEL EM SANTA CATARINA: PATRIMÔNIO DE AMANHÃ? .......................... 12
CINEDUCAÇÃO - COLORIZAÇÃO, RECORTE E DESENHO........................................................................ 13
CINEMA DOCUMENTÁRIO; POTY LAZZAROTTO .................................................................................... 14
CONTRIBUIÇÕES PARA A INTERPRETAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DA ARQUEOFAUNA A PARTIR DO ESTUDO
COMPARATIVO ENTRE PERFIS DOS SAMBAQUIS CUBATÃO I E ESPINHEIROS II EM JOINVILLE – SC .... 16
DIVERSIFICANDO PROPOSTAS, O PROJETO DE EXTENSÃO CINEDUCAÇÃO .......................................... 18
DOCUMENTÁRIO: MEMÓRIAS FAMILIARES SOBRE A CULTURA DO CATUMBI .................................... 19
DOCUMENTÁRIO: SER É A QUESTÃO! ................................................................................................... 21
DOCUMENTÁRIO: TERNO DE REIS: CULTURA EM MOVIMENTO .......................................................... 23
FORMAÇÃO DE LEITORES DO LITERÁRIO: UMA EXPERIÊNCIA NA ESCOLA DA PONTE ......................... 25
FORMAÇÃO DE LEITORES NA ESCOLA PÚBLICA O PIBID DE LETRAS E AS ESTRATÉGIAS DE LEITURA .. 26
GIRANDO O CALEIDOSCÓPIO – MEMÓRIAS COMO BUSCA IDENTITÁRIA E LEGITIMADORA DA
CULTURA DE CRIANÇAS ABRIGADAS ..................................................................................................... 27
HISTÓRIA E MODA: REFLEXÕES SOBRE A GUERRA FRIA ATRAVÉS DA MODA. USOS E ABUSOS EM SALA
DE AULA................................................................................................................................................. 28
JOINVILLE: IDAS E VINDAS, MITOS E MEMÓRIAS .................................................................................. 30
LEITURA LITERÁRIA EM MEIO ELETRÔNICO: UMA EXPERIÊNCIA DE LEITURA EM BIBLIOTECA VIRTUAL
............................................................................................................................................................... 31
LITERATURA INFANTIL CONTEMPORÂNEA: ESPAÇO DE HIPERTEXTUALIDADE E FRUIÇÃO .................. 32
MATEMÁTICA NA LITERATURA: VIDA E OBRA DE MALBA TAHAN ........................................................ 33
O PIBID DE LETRAS - LITERATURA E CULTURA BRASILEIRA ................................................................... 34
PROLER E ARTE VISUAL REGIONAL: A FORMAÇÃO ESTÉTICA NA ESCOLA ............................................ 35
QUADRINHOS JOINVILENSES EM LIVRO................................................................................................ 36
UMA LEITURA PARTICIPATIVA............................................................................................................... 37




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       “SE FOI VIAJAR, POR QUE NÃO VOLTA?” A MORTE NA
                  LITERATURA INFANTIL JUVENIL
                                                      Ana Paula Kinas Tavares
                                                 Acadêmica do curso de Letras
                                 Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE
                                           Orientadora: Sueli de Souza Cagneti

RESUMO

"Não há nenhum mal na vida para aquele que bem compreendeu que a privação da
vida não é um mal. Saber morrer liberta-nos de toda sujeição e imposição."
(MONTAIGNE) A morte sempre esteve entre os temas reincidentes da humanidade,
assim aparece na literatura de diferentes épocas retratando as visões vigentes.
Embora ainda hoje não tenha deixado de ser um tabu, há muito tempo, a
compreensão da morte é considerada fundamental para o desenvolvimento cognitivo
e para a formação da personalidade do indivíduo, ou nas palavras do filósofo
Sêneca: “Vive mal quem não sabe morrer bem.” Construtivamente, a Literatura
Infantil Juvenil contemporânea traz novas visões da morte, sendo vista como natural
e parte constitutiva da vida; não mais carregando aquela bagagem negativa, visível
nos contos de fada, por exemplo. Nesta perspectiva, a presente comunicação faz
parte da necessidade sentida pelo Projeto de Iniciação Científica voluntário de
mesmo nome - realizado em 2012 na Universidade da Região de Joinville -, de
incentivar a leitura e análise das obras que naturalizam a morte e permitem a
crianças e jovens um bom entendimento da finitude da vida; bem como, a produção
de novos trabalhos sobre este tema ainda pouco explorado. Esta pesquisa teve
como objetivo principal a identificação e promoção de tais livros, mais de 50 obras
foram lidas, além de materiais teóricos sobre desenvolvimento infantil nas áreas de
literatura e psicologia, para que pudessem ser categorizadas em abordagens
desmistificadoras do conceito negativo da morte. Assim, as obras mais significativas
foram organizadas em quatro abordagens: aprendizagem do lidar com a morte, o
viver dos que ficam; preparação para morrer; busca por explicações (do depois ou o
porquê de acontecer); e acontecimento natural. Embora haja livros que mesclem
duas ou mais abordagens, como critério didático nesta comunicação será analisada
apenas uma abordagem em cada obra selecionada. ""Vô, eu sei domar abelhas"",
de Monika Feth e Isabel Pin (Brinque-Book, 2008), ""Vó Nana"", de Margaret Wild e
Ron Brooks (Brinque-Book, 2000), ""A preciosa pergunta da pata"", de Leen van den
Berg e Ann Ingelbeen (Brinque-Book, 2009), e ""O herói imóvel"", de Rosa Amanda
Strausz e Rui de Oliveira (Rovelle, 2011), serão aqui analisados, pois são possíveis
de observar aspectos marcantes observados na pesquisa, como: o protagonismo
animal ou infantil, a construção gradual da conceituação da morte, a busca por
referenciais nos adultos ou amigos e a necessidade do compreender, sem que se
exclua a dor natural do sentimento de perda. “Vô, eu sei domar abelhas” é um claro
exemplar da abordagem que trabalha com o desenvolvimento da compreensão da
morte, de como viver após a “perda” de um ente querido, neste caso. É a partir de
um menino chamado Diego que a autora levanta a questão de que a criança
buscará seu entendimento de morte, o porquê de seu avô ter partido e para onde ter
ido. Como viver com isso? O protagonista ouve os demais familiares e recebe
variadas respostas comuns aos adultos (explicações religiosas, eufemismos e
metáforas), também sua irmã adolescente, ainda que não bem compreenda, tenta

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ajudá-lo, dizendo que é só o corpo do vovô que está enterrado. Mas, nada disso
parece ajudar Diego a lidar com a saudade, com a ausência e as dúvidas. Assim
como muitas crianças, as imagens de Isabel Pin mostram o isolamento e a tristeza
do menino. Por fim, ele próprio desenvolverá sua compreensão, seu modo de
suportar a saudade, através do que aprendeu com o avô ainda em vida. Mais que
domar abelhas, Diego aprende a conviver com o irreversível e natural acontecimento
da morte.“Vó Nana” é outra doce obra, bastante acessível às crianças menores, que
através de personagens animais (avó e neta leitoas) discute o tema morte de forma
leve e natural. Essa avó vê-se ao fim de sua vida e faz todos os preparativos para
que não deixe pendências, despede-se das coisas de que gosta e deixa seus
ensinamentos à neta. É possível, no entanto, que uma criança ouça algumas vezes
esta história sem que se dê conta do falecimento ocorrido. Não é problema algum! A
conceituação e compreensão da morte deve ser gradual e ter aberturas para
ressignificações, assim com a leitura de um livro, pode ser percebida aos poucos e
não necessita de respostas e conclusões definitivas. Até porque, pelas razões já
comentadas, muitas vezes o leitor ignora determinados aspectos do lido porque
ainda não está maduro para aceitá-lo.Já “A preciosa pergunta da pata” é um dos
poucos livros que vem na contramão, traz o óbito infantil. É a mãe (neste caso, uma
pata) que sofre e questiona o que acontece depois da morte. Elementos da natureza
personificados, animais e pessoas refletem o que serão quando morrerem. Algumas
vezes uma resposta vem de encontro a anterior, como em: “- Sentarei no colo do Sol
– sussurrou o floco de neve. / - Finalmente não sentirei mais tanto calor – bufou o
Sol.” (p. 31). Ainda assim de uma forma ou de outra, os amigos ajudam a pata a
encontrar sua própria resposta.E “O herói imóvel” é entre os livros aqui analisados, o
mais recente exemplar da morte vista como parte constitutiva da vida. Através de
delicados trabalhos imagético e verbal, um garoto revela sua natural relação com a
doença terminal do pai e com a finitude de tudo que é vivo. O contato com o pai –
caso pouco comum em nossa sociedade, em que as crianças costumam ser
afastadas de doentes ou de idosos – não só faz com que o menino aproveite seu
tempo com ele, como permite que muito aprenda. São os ensinamentos como o
importante ser deixar “frutos”, sejam filhos, lembranças ou ações, que permitem ao
protagonista o bom entendimento do acontecimento da morte. A pretensão é poder
divulgar ao maior número possível de pessoas, especialmente àquelas que
promovem espaços para a leitura e escolha de livros, como professores, agentes de
leitura, bibliotecários, pesquisadores e acadêmicos, a necessidade de bem
compreender a morte e o grande alicerce que a literatura contemporânea pode ser. "


Palavras-Chave: Morte, Literatura Infantil, Contemporaneidade.




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    A CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS NA FORMAÇÃO DE LEITORES

                                                     Meurly Katiline dos Santos
                                                                 Carla Carvalho
                                                         Adair de Aguiar Neitzel
                                         Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI

O ContArte é um projeto de extensão vinculado ao PROLER UNIVALI e tem como
eixo sustentador a metodologia da leitura fruitiva que compreende o livro como um
objeto artístico a ser apreciado. Ele promove a formação do sensível através de
contação de histórias, recitais literários e rodas de leituras. Como resultados
apresentamos: 13.709 alunos atendidos entre os anos de 2009 a 2012 e 594
professores iniciados na metodologia da leitura fruitiva por meio da formação
continuada.

Palavras-Chave: Contação de Histórias; Leitura fruitiva; Formação de Leitores;




                                                                                     8
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    A FORMAÇÃO ESTÉTICA E LITERÁRIA POR MEIO DO LIVRO
                       DIDÁTICO
                                                                Fabiana Henrique
                             Grupo de pesquisa cultura, escola e educação, PPGE
                                        Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI

RESUMO

Este artigo apresenta análises referentes às concepções que os livros didáticos
exibem do texto literário. Parte-se do princípio de que a literatura tem uma função
estética que precisa ser considerada para auxiliar na formação de leitores literários.
Nesta etapa da pesquisa, analisamos três livros para os alunos de seis anos do
ensino fundamental com o objetivo de investigar como o livro didático aborda o texto
literário - sua concepção de literatura e os gêneros privilegiados. É uma pesquisa
documental, de abordagem qualitativa. Os procedimentos metodológicos foram: a)
construção de roteiro de análise; b) adaptação da tabela construída por Kaufman
(1995); c) leitura e análise dos textos e atividades; d) leitura das resenhas do PNLD
2010. Dos três livros analisados, um faz com frequência o uso inadequado do texto
literário, sem respeitar as categorias do texto ficcional; dois deles mantém uma
preocupação explícita com a formação de leitores, respeitando a função estética do
texto literário, adotando como concepção a literatura fruitiva.

Palavras-Chave: literatura; livro didático; formação de leitores




                                                                                         9
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 A LITERATURA INFANTIL JUVENIL E A ESTÉTICA DA RECEPÇÃO
                                                   Rosane Patrícia Fernandes
                    Mestranda do Mestrado em Patrimônio Cultural e Sociedade.
                               Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE
                                           Orientadora Sueli de Souza Cagneti

RESUMO

A literatura assim como o ato de ler se constituem numa experiência multidisciplinar
e enriquecedora, certa a despertar a curiosidade do saber mais, ao permitir que se
estabeleçam múltiplas relações entre o sujeito e o mundo que o rodeia. Nesta
perspectiva, a estética da recepção, teoria nascida no final do século XX, na
Alemanha defendida pelo teórico alemão Hans Robert Jauss, é uma corrente que
valoriza o leitor no processo da leitura preocupando-se com o modo como o texto é
lido e assimilado pelo leitor. E de como ele é relacionado pelo receptor com os
contextos históricos, com o objetivo de reconstituírem as condições históricas
responsáveis pelas reações provocadas pela literatura. Jauss considerava
importante levar em conta as condições históricas e o contexto social que moldam e
influenciam a atitude do receptor do texto, considerando que a tríade autor-obra-
leitor desenvolve uma sinergia que contribui para a interpretação e a construção de
inúmeros sentidos para o texto. É nessa intervenção do leitor com a obra que faz
com que o horizonte da obra não seja único, nem pré-determinado. Dessa forma o
leitor não é entendido como alguém passivo, mas um indivíduo que a partir de seus
questionamentos poderá transformar completamente o objeto recepcionado. Assim,
leitor e texto entram em uma relação simbiótica de experiências e sentidos, porque
para Jauss “obra literária não é um objeto existente em si mesma e que apresenta
em todo tempo e a todo observador a mesma aparência”. Jauss em sua teoria ainda
suscita a problemática acerca do leitor, em querer compreender como agem as
ressignificações na experiência de fruição dessa recepção, que estaria dividida em
efeito e recepção. Onde o efeito seria uma ocasião condicionada pelo texto e a
recepção um momento condicionado pelo leitor. Então o sentido seria efetivo na
ligação desses dois momentos; o apresentado pelo texto e o trazido pelo leitor
determinado por suas experiências. Vista assim, a teoria desenvolvida por Jauss
pode ser vastamente explorada para a compreensão de como as crianças
interpretam e reagem as diversas problemáticas que se apresentam, e que aos
poucos vão influenciando no processo identitário desses sujeitos e definindo seu
modo de ser e agir, pois as narrativas e as histórias remetem a criança para uma
observação do quotidiano, do universo da sua infância e do ambiente que a cerca. A
identidade é entendida como um processo social, e em constante transformação a
literatura tem muito a contribuir no fortalecimento da identificação do sujeito que esta
sempre em transição com o meio em que vive, talhando assim o pertencimento e
construindo os significados. Muito se tem escrito sobre a importância da literatura na
construção da identidade da criança, que segundo Bastos são duas as dimensões
dessa identidade explorada pela literatura: a “interiorização do eu e inserção social;
dimensões essas que permitem a evolução da afetividade, do sentimento moral, da
correlação do pensamento-imaginação, inter-relação da vontade e da inteligência,
bem como as múltiplas possibilidades de integração num grupo, ou com o meio”
Para autores como Dacosta “A vivência dos mais diversos sentimentos, através da
literatura, permite à criança a maturação psicológica e a compreensão do outro, os

                                                                                      10
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que não têm experiência literária são muitas vezes imaturos, torna-se-lhes difícil à
compreensão do outro e é por isso que o mundo se desumaniza”. Em meados de 70
e 80 do século XX, surgiram novas tendências na literatura infantil, relacionadas com
as questões ambientais, as questões multiculturais e as questões políticas. As
questões ambientais aparecem neste contexto como umas das grandes
preocupações da nossa sociedade começam, então, a surgir histórias que abordam
a defesa dos animais no seu habitat, a poluição do planeta, o desaparecimento dos
recursos naturais, à defesa das árvores e de espaços urbanos mais harmoniosos e
verdes. Puxado por essa tendência nos anos 90, a temática do desenvolvimento
sustentável perpetua os valores ambientais explícitos na literatura infantil juvenil.
Compreendida como a preocupação pela busca de um equilíbrio abalado pelo
avanço tecnológico, pelo crescimento urbano desordenado . A partir do que foi
exposto neste breve escrito é possível perceber que estudos a cerca da estética da
recepção tem muito a contribuir com o desenvolvimento de um novo olhar, quem
sabe mais atento acerca das potencialidades da Literatura Infantil juvenil, como
vetora na transmissão de ideias, questionamento e valores. Não se tratando de
instrumentalizar a Literatura Infantil juvenil, mas de explorar todas as suas
potencialidades, visto que a leitura é a percepção, ao exigir que os leitores, se
envolvam com ela, evidenciando a ideia de que o ato de ler não é abstrato, mas sim
uma relação dialógica com seu leitor contribuindo assim para sensibilização sobre
temas emergentes como identidade, pertencimento e sustentabilidade entre as
crianças.

Palavras-Chave: Literatura infantil juvenil; estética da recepção;




                                                                                          11
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       ARQUITETURA NEO-ENXAIMEL EM SANTA CATARINA:
                 PATRIMÔNIO DE AMANHÃ?
                                                         Maurício Biscaia Veiga
                                         Mestrando em Estética e História da Arte
                                           Universidade de São Paulo, USP/MAC

RESUMO

A comunicação é uma síntese da discussão sobre o neo-enxaimel disseminado a
partir do final da década de 1970, em algumas cidades da região nordeste de Santa
Catarina, em especial, Blumenau e Joinville, cidades que promoveram políticas de
incentivo para a construção de novas edificações inspiradas na antiga técnica
arquitetônica do enxaimel, a qual havia sido trazida ao Brasil pelos imigrantes
alemães no século XIX. Desta forma, com o intuito de promover o turismo na região,
criou-se um estilo arquitetônico, o neo-enxaimel, uma vez que estas novas
construções não tinham como objetivo resgatar ou perpetuar a antiga técnica, mas
transformar a estética urbana do centro destas cidades, de forma a se valorizar e
reafirmar uma possível identidade germânica. Assim, os encaixes de madeira vistos
em suas fachadas não fazem parte de sua estrutura, como era nas antigas casas,
sendo apenas decorativos. Se, por um lado, esta nova arquitetura encanta turistas e
transeuntes, que realmente acreditam em sua legitimidade enquanto patrimônio
arquitetônico, por outro ela provoca discussões sobre sua autenticidade. Na época
de sua construção, ao mesmo tempo em que havia elogios por parte daqueles que
acreditavam que isso valorizava as tradições germânicas, havia também várias
críticas, especialmente de arquitetos e historiadores, os quais consideravam que
estas imitações apenas depreciavam o autêntico enxaimel, criando uma arquitetura
Kitsch, um pastiche. Foram até mesmo criados nomes pejorativos, como
enxamelóide e enxaimeloso. No entanto, embora ainda hoje a arquitetura desta
época divida opiniões, é inegável que ela adquiriu um grande valor simbólico ao ser
incorporada ao imaginário social, tendo algumas das edificações se tornado símbolo
destas cidades, além de populares atrativos turísticos, como o Castelinho de
Blumenau, ou o mercado municipal e o pórtico, em Joinville. Assim, o neo-enxaimel
pode vir a ser, futuramente, considerado patrimônio cultural e protegido como tal,
não por seu valor arquitetônico ou artístico, visto que é apenas cópia, mas por seu
valor simbólico como a arquitetura de uma época e também por fazer parte da
memória coletiva. Isto é hoje apenas uma hipótese, devendo ocorrer, ou não,
somente daqui a alguns anos ou décadas. Porém, ao se analisar historicamente os
estilos arquitetônicos, vê-se que um estilo renegado em uma época passa a ser
valorizado posteriormente. Pode-se citar como exemplos a arquitetura gótica
medieval, que foi renegada pelos renascentistas e foi posteriormente elevada a
estilo nacional em vários países europeus, culminando, inclusive no surgimento do
neogótico; a arquitetura eclética e historicista do século XIX e início do XX, que foi
amplamente condenada pelo movimento modernista e hoje é amplamente
valorizada; além do próprio enxaimel catarinense, antes considerado uma simples
técnica de arquitetura popular e hoje tombado como patrimônio nacional.

Palavras-Chave: Arquitetura neo-enxaimel, patrimônio cultural.



                                                                                      12
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      CINEDUCAÇÃO - COLORIZAÇÃO, RECORTE E DESENHO
                                                    Pedro Augusto Villas Bôas
                             Acadêmico do curso de Design de Animação Digital
                                Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE
                                            Orientador: Nielson Ribeiro Modro

RESUMO

O projeto de extensão Cineducação tem como objetivo sugerir filmes que possam
ser utilizados didaticamente. Um dos desdobramentos do projeto é a publicação de
livros dentre os quais se destaca o Cineducação em Quadrinhos (2006) com a teoria
do projeto apresentada na forma de história em quadrinhos. Em 2011 foi iniciado o
projeto de adaptar o livro para vídeo, transformando-o em um curta animado em 2D.
Para isto toda a linguagem do livro precisou ser “retrabalhada”, partindo das imagens
originais para através de recortes, remontagens e colorização ter material apropriado
para o processo de animação gráfica. As páginas foram recortadas e coloridas
digitalmente no Adobe Photoshop, editor de imagens, e posteriormente adaptadas
parar passar no formato de tela mais recente “widescreen”, com a possibilidade de
ser exibida até em telas de cinema, sem perdas na qualidade. A paleta de cores foi
definida no início do projeto. Atualmente o vídeo se encontra na fase de execução,
sendo animado por partes e transpondo a linguagem dos quadrinhos (livro/estática)
para a linguagem audiovisual (filme/movimento).

Palavras-Chave: cineducação, quadrinhos, filme




                                                                                    13
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            CINEMA DOCUMENTÁRIO; POTY LAZZAROTTO

                                                   Karla Adriana Nascimento
                    Mestranda do Mestrado em Patrimônio Cultural e Sociedade.
                               Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE

RESUMO

Presente na história do cinema desde seu início o gênero documentário é usado por
muitos realizadores como ferramenta de leitura do mundo. Eles se apropriam de
estruturas narrativas e de recursos midiáticos para disseminar informações e mostrar
ao público a sua visão sobre determinado assunto. O projeto de documentário
cinematográfico tem o objetivo de publicizar a obra do artista plástico Poty
Lazzaroto, circulante na cidade de Curitiba. O artista retratou o cotidiano dos
curitibanos, e se constitui como referência identitária. Nos murais espalhados pela
cidade estão retratados os colonos de Santa Felicidade em carroças, a paisagem
natural repleta de pinheiros e referências aos povos indígenas e a arquitetura dos
imigrantes. O início do projeto intitulado “Pelos Traços de Poty” se deu em forma de
pesquisa bibliográfica e documental, tal pesquisa culminou no desenvolvimento do
argumento para o documentário. No ano de 2009 o projeto foi inscrito no edital do
Programa de Apoio e Incentivo à Cultura – PAIC da Fundação Cultural de Curitiba –
FCC, depois de alguns meses saiu o resultado e ele foi contemplado na modalidade
do Mecenato Subsidiado, iniciava-se ali outra etapa, a de captação de recursos.
Após um processo seletivo, a Superintendência de Varejo Estadual do Paraná do
Banco do Brasil incentivou o projeto, iniciava-se naquele momento a pré-produção
do documentário “Pelos Traços de Poty”. Nessa etapa, as pesquisas foram
aprofundadas e foram feitos os contatos com os entrevistados. Durante a produção,
aconteceram as entrevistas e as filmagens pela cidade de Curitiba. Na pós-
produção, além da edição de imagens e do som, foram providenciadas as
legendagens, a autoração do DVD e as cópias desse. O resultado compreende em
um documentário curta-metragem de 15 minutos, expositivo, biográfico, sobre a vida
e a obra do artista plástico Poty Lazzarotto, finalizado em abril de 2012. Seu tema
abrange a vida e a obra de Napoleon Potyguara Lazzarotto, o artista plástico
curitibano. O documentário foi filmado inteiramente na cidade de Curitiba em
tecnologia digital, sendo a fotografia e a montagem assinadas pelo premiado diretor
Beto Carminatti, já a trilha sonora original foi composta por Rodrigo Janiszewiski e
Fabiano O Tiziu. O documentário coloca em circulação inúmeros trabalhos, entre
capas de livros, vitrais e principalmente painéis em azulejo e em concreto. Trabalhos
que permitiram a ele imprimir sua marca na cidade de Curitiba. No documentário
estão inseridas entrevistas de João Lazzarotto (irmão do Poty), Maria Ester
(pesquisadora), Regina Casillo (historiadora de arte), Adoaldo Lenzi (artista plástico),
Domicio Pedroso (artista plástico), Carlos Dala Estella (artista plástico) e de Daniela
Pedroso (arte-educadora). O artista nascido em Curitiba em 1924, desde criança se
mostrava apaixonado por desenhos e gravuras. Em 1946, partiu para estudar no Rio
de Janeiro onde trabalhou com nomes consagrados do modernismo, como Portinari
e Di Cavalcanti. Depois foi estudar em Paris. Na volta ao Brasil, fixou-se em São
Paulo, onde realizou uma série de painéis e murais. Ao voltar para Curitiba, dedicou-
se a cobrir a cidade com suas obras. O último trabalho foi um painel em mosaico,
para o Teatro Calil Haddad, de Maringá, concluído em 1997, mas somente
inaugurado em 2000, dois anos depois de sua morte. O curta foi selecionado pelo

                                                                                      14
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Centro Técnico Audiovisual – CTAV para realizar os serviços de transfer para 35mm
e mixagem de som, o áudio está disponível em stereo e em cinco canais, licenciado
pela Dolby. O Instituto Cultural Brasil Argentina - ICBA apoiou o projeto realizando as
traduções dos diálogos para as línguas inglesa e espanhola. Seu desempenho em
festivais de cinema até o momento inclui o prêmio de “Melhor Direção de Fotografia”
no Festival de Cinema Curta Amazônia em Junho de 2012 e Seleção oficial para
concorrer ao prêmio de “Melhor Documentário” no Festival Iberoamericano de
Sergipe (ainda não divulgado o resultado).

Palavras-Chave: documentário; arte de Poty Larazzaroto; referências identitárias
curitibanas




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 CONTRIBUIÇÕES PARA A INTERPRETAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DA
 ARQUEOFAUNA A PARTIR DO ESTUDO COMPARATIVO ENTRE
  PERFIS DOS SAMBAQUIS CUBATÃO I E ESPINHEIROS II EM
                    JOINVILLE – SC

                                                        Liliane Jacinto Zerger,
                                Pós-graduada em Gestão e Educação Ambiental
                                      Associação Catarinense de Ensino - ACE

RESUMO

O litoral brasileiro teve sua ocupação humana muito anterior à chegada dos
primeiros europeus. Estima-se que os primeiros registros da ocupação humana no
litoral catarinense tenham ocorrido a 6000 anos antes do presente (AP). Segundo
Bigarella (1949), no litoral catarinense foram registrados sítios arqueológicos
distribuídos ao longo da costa em locais de alta produtividade primária, como
manguezais, rios e lagoas. Os primeiros grupos humanos conhecidos ocupantes do
litoral catarinense foram pescadores, coletores e caçadores e marcaram sua
presença por construir montes de conchas conhecidos como sambaquis. Estes
grupos ocuparam a linha da costa, por pelo menos 4000 anos. Os sambaquis são
colinas artificiais de dimensão e datação variadas, sendo mais de 80% da sua
composição representados por conchas de moluscos bivalves, além de
enterramentos, artefatos, ossos, dentes, restos de peixes, aves, répteis, vegetais
entre outros. Posteriormente, houve a ocupação do litoral por grupos detentores de
conhecimento para a fabricação e manuseio da cerâmica. A cerâmica aparece nas
atividades diárias como estratégia de armazenamento e cozimento dos alimentos,
fato não observado entre os pescadores-coletores Este grupo cultural subsistiu
preferencialmente de recursos marinhos, principalmente peixes . Provavelmente
eram horticultores. Um dos primeiros aspectos da pesquisa arqueológica em
sambaquis é o estudo de suas camadas que nos remete obrigatoriamente à análise
de sua composição faunística.        Porém, além dos índices tradicionais em
zooarqueologia. NISP e NMP (Número de Peças Identificadas e Número Mínimo de
Indivíduos), o estudo das camadas requer também índices que forneçam dados
sobre a fragmentação dos vestígios e dados tafonômicos, os quais conduzem a
informação sobre aspectos da formação do sítio. O propósito primário da
zooarqueologia é aprender sobre a interação dos homens e dos animais e a
conseqüência deste relacionamento para ambos. Uma das principais formas de
utilização dos animais é para a alimentação. O uso de nutricional de plantas e
animais forma a base da estratégia de subsistência. A zooarqueologia apesar de
conhecida por arqueólogos brasileiros desde seus primórdios como disciplina, ainda
é vista essencialmente como um meio de identificar e contabilizar as espécies
animais encontradas em determinados sítios. As análises dos restos faunísticos do
sul do Brasil visaram, até o momento, descrever os hábitos alimentares das
populações de pescadores-coletores e ceramistas. No Município de Joinville existem
42 sambaquis cadastrados, embora extra-oficialmente estima-se que estes números
ultrapassem os dados. Estes sítios são encontrados em zona rural, urbanas e
costeiras, estando sob a responsabilidade do MASJ, fundado em 1969 para abrigar
a coleção do pesquisador autônomo Guilherme Tiburtius. Um dos sítios
arqueológicos objeto desta pesquisa é o sambaqui Cubatão I situado na área rural

                                                                                  16
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do município de Joinville – SC, na Fazenda Trevo, às margens do Rio Cubatão. O
Sambaqui Cubatão I faz parte de um conjunto de 7 sítios da embocadura do Rio
Cubatão. Este rio desemboca no sul do Canal do Palmital, no fundo e a norte da
Baía da Babitonga, situada no litoral norte de Santa Catarina. Por estar localizado às
margens do rio Cubatão este sítio arqueológico manteve-se constantemente úmido
favorecendo a preservação de material de origem vegetal. No entanto, este mesmo
rio que evidenciou e preservou o material arqueológico é também responsável por
sua degradação devido às ações abrasivas da maré que desmoronam
permanentemente porções do sítio em forma de blocos formando perfil com cerca de
8 m de altura máxima por 110 m de comprimento. Por estas razões, o Sambaqui
Cubatão I necessita de intervenção urgente para sua salvaguarda justificando a
necessidade de garantir informações mínimas sobre os sítios e materiais
arqueológicos raríssimos em acelerado processo de desaparecimento, contribuindo
para o registro da estratigrafia e materiais da porção do sítio que está erodindo. O
presente trabalho visa à ampliação da compreensão dos povos que construíram os
sambaqui da região de Joinville ou baia da Babitonga por meio de comparação dos
resultados obtidos em projetos de pesquisas arqueológicas realizadas nos
sambaquis Cubatão I e Espinheiros II – dois sítios de mesma tipologia e com
datação e ocupação aproximada - cujo foco foi o estudo de perfis estratigráficos e
em particular os restos faunísticos. A pesquisa no sambaqui Cubatão I foi realizada
pelo Museu Arqueológico de Sambaqui de Joinville, do qual a autora fazia parte e a
pesquisa realizada no Sambaqui Espinheiros II foi desenvolvida pelo Museu de
Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo. Em pesquisa realizada no
sambaqui Espinheiros II as análises zooarqueológicas dos sedimentos de duas
áreas diferentes (uma sondagem e um perfil), permitiram identificar duas fases
distintas em sua formação. Na primeira fase, o sítio é constituído quase
exclusivamente por conchas de berbigão, na segunda fase de sua formação e
ocupação, a coleta de berbigões é acompanhada além de mariscos e ostras, por
uma atividade pesqueira intensa . Os materiais obtidos nas amostras coletadas no
Sambaqui Cubatão I foram pesados de modo a obter o P0 peso inicial, depois foram
peneiradas com água em peneira de 2 mm para separar o material passível de
análise obtendo-se o (P1). O processo de triagem foi feito com auxílio de pinça e
lupa binocular obtendo-se os seguintes constituintes: conchas (bivalve e
gastrópode), ossos, restos vegetais e rochas. As coletas foram realizadas com tubos
de PVC de diferentes diâmetros, para atingir camadas de espessuras variadas,
todos com 1 litro de volume. No sambaqui Espinheiros II, as coletas não foram
realizadas segundo peso ou volume o que seria mais indicado, mas de acordo com a
representatividade de cada camada. A partir dos resultados obtidos, realizamos uma
comparação com as conclusões geradas pelo estudo do Sambaqui Espinheiros II. É
importante considerar que as análises apresentadas anteriormente são resultados
pontuais de uma pequena amostragem de um grande universo. Assim, seria ingênua
qualquer tentativa de extrapolar estes resultados para o sítio como um todo. Porém,
estes dados quando associados a outros que serão produzidos em pesquisas já em
andamento e outros que porventura vierem, contribuirão para compreender o
processo de formação e subsistência de populações pretéritas que viveram neste
ambiente.

Palavras-Chave: sambaqui, perfil estratigráfico, zooarqueologia.



                                                                                     17
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    DIVERSIFICANDO PROPOSTAS, O PROJETO DE EXTENSÃO
                      CINEDUCAÇÃO
                                                       Nielson Ribeiro Modro
                                                 Professor do curso de Letras
                                Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE

RESUMO

Site de Apoio Didático, para Professores, para Utilização de Filmes em Sala de
Aula”, é vinculado ao departamento de Letras e objetiva sugerir filmes que possam
ser usados didaticamente. O projeto já participou de cerca de uma centena de
eventos acadêmicos e muitas publicações, entre elas a parceria que durou quase
três anos com o jornal paulista A Turma do Pulguinha, com periodicidade mensal.
Também foram publicados cinco livros através do projeto: Cineducação: Usando o
Cinema na Sala de Aula (2005); Cineducação 2: Usando o Cinema na Sala de Aula
(2006); Cineducação em Quadrinhos (2006); Nas Entrelinhas do Cinema (2008); e,
O Mundo Jurídico No Cinema (2009). Durante o ano de 2011 o livro Cineducação
em Quadrinhos começou a ser transformado em uma animação; também foi iniciada
a produção do programa semanal Cinema no Ar, junto com a rádio educativa Udesc
FM, e ainda o site do projeto foi totalmente reformulado e hospedado em um novo
servidor. Em 2012 estreou o programa Papo e Cinema na TV Babitonga e está
sendo finalizado um novo livro voltado para crianças. O site do Cineducação
encontra-se em: http://www.modro.com.br/cinema.

Palavras-Chave: Cineducação, cinema, educação




                                                                                 18
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  DOCUMENTÁRIO: MEMÓRIAS FAMILIARES SOBRE A CULTURA
                    DO CATUMBI
                                                               Alan Roger Sousa
                                                  Bruna Regina Borba da Silva
                                                           Elder Diego Catarino
                                                                  Eloísa Cataneo
                                                      Priscila Fernanda Ferreira
                                                Acadêmicos do curso de Letras
                                 Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE
                                         Orientadora: Taiza Mara Rauen Moraes

RESUMO

O Catumbi é um movimento cultural e religioso entre negros escravos e libertos que
vinham de várias regiões do país. Segundo Sestrem (2009), o grupo Catumbi é o
resultado de uma homenagem a Nossa Senhora do Rosário feita por dois negros
escravos que pediram que os escondesse, então com um clarão ofuscou os cães e
assim o capitão do mato não os encontrou. Como gratidão, os negros cantavam e
dançavam por onde passavam. No Brasil existem três folguedos: O Cacumbi,
Quicumbi e Ticumbi que são folguedos afro-brasileiros os quais tem como centro os
Reis de Congo e o louvor a São Benedito e Nossa Senhora do Rosário. De acordo
com o Sesc Santa Catarina (2009),o Catumbi Itapocu é semelhante ao Cacumbi
tradicional, a diferença é que no catumbi são valorizados mais os aspectos
religiosos, as características negras juntamente com as características religiosas da
região, valorizando a liberdade de opinião em defesa de seus princípios numa
sociedade dominada pela etnia branca. Portanto “a luta de espadas tem um valor
simbólico, na luta das tradições, não apenas um objeto de coroação ou ascensão de
grupos rivais entre si dentro de mesma uma comunidade”. (Sestrem, 2009). A
localidade de Itapocu, próxima ao município de Araquari, era conhecida como Porto
Sertão, um abrigo de escravos e libertos que mantinham o Catumbi como cultura e
em 1854, criaram no povoado a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e assim
surgindo a festa. Hoje, existem duas igrejas nessa comunidade: A Igreja do Sagrado
Coração de Jesus, que é dos brancos e a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos
negros. O Catumbi Itapocu acontece em Araquari, nos dias próximos ao Natal, a
partir do dia 16 de dezembro .São realizadas novenas em uma igreja, há cantos,
danças de versos centenários. Com o bater de espadas de madeira e arrastar de
calçados no assoalho. Todo esse ritual acontece há 150 anos na região. O projeto
de documentário cultural têm como objetivos resgatar as memórias do Catumbi. As
principais características e os momentos que marcaram a história e os costumes
desse movimento cultural e religioso. Será buscado as origens como depoimentos e
histórias contadas por pessoas que participaram, viveram e vivem o Catumbi. Os
pontos curiosos sobre o que passaram os integrantes desse grupo e os conflitos que
passaram os negros dos brancos. A Igreja Nossa Senhora das Graças a qual é
conhecida como igreja do Catumbi, situada em São João do Itaperiú, é conhecida
por receber devotos ao catumbi, esta igreja será alvo da pesquisa, pois irá mostrar
uma parte dos objetivos que o grupo pretende alcançar: a religião. É por meio da
cultura que o homem se adapta ao mundo ao seu redor e a realidade. Cada
povo/cultura transmite às outras o que aprendeu, gerando assim uma grande
diversidade, como é o caso do Brasil, um país onde há várias culturas gerando a rica

                                                                                    19
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cultura brasileira. Cabral (2006) coloca que todos os seres humanos possuem
cultura, mas não é inata e sim adquirida no contato, na convivência com o outro,
com grupos. Sabendo de tal relevância que tem a cultura queremos divulgar essa
tradição que faz parte da cultura do estado de Santa Catarina e muitas pessoas não
a conhecem, pois de acordo com os próprios participantes do movimento ainda falta
informação sobre o Catumbi, por isso a cultura não é tão divulgada dentro do
estado, pois há várias pessoas de outros estados que vem prestigiar a celebração.
Ao nos depararmos com os primeiros dados, percebemos que é um movimento
muito rico, com rituais, cada momento da apresentação tem um objetivo, um
significado para estar acontecendo, como a coroação dos reis e a escolha das
autoridades. Outro aspecto bem interessante é a forma como é dançada, realizada a
apresentação do grupo Catumbi: bater de espadas de madeira, arrastar de calçador
e tambor feito artesanalmente do coro do cachorro do mato. Segundo participantes,
a tradição é passada de pai para filho, o espírito de grupo e a oralidade pela qual
vão se perpetuando as letras e os nomes dos mestres puxadores. Há uma riqueza
de detalhes, levadas a sério, pois o foco é a religião, a fé. As pessoas entrevistadas
tem parentesco com outras que fazem parte do movimento, por isso foram relatadas
muitas memórias, lembranças do que sabem a respeito do Catumbi, que poderão
ser melhor entendidas, analisadas na exibição do documentário. As histórias
registradas desvelam costumes, crenças, que fazem parte do nosso dia a dia e
muitas vezes ignoramos como manifestação cultural que expõem nossas raízes.
Palavra-chave: religião; cultura catumbi; Itapocu




                                                                                     20
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                  DOCUMENTÁRIO: SER É A QUESTÃO!

                                                            João Marcos da Silva
                                                           Luana Francine Mayer
                                                     Sônia Regina Biscaia Veiga
                                                   Talita Fernanda Silva Bolduan
                                                 Acadêmicos do curso de Letras
                                  Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE
                                          Orientadora: Taiza Mara Rauen Moraes

RESUMO

A comunicação trata de um documentário sobre uma peça de Shakespeare
encenada, dirigida e representada para uma comunidade é, replicar o contato com
um dos dramaturgos mais famosos e provar que alguns escritores, mesmo de
épocas tão distantes, continuam contemporâneos em seus temas, conquistando
leitores e criticando alguns problemas sociais que persistiram através dos anos. O
projeto “Ser ou não ser: Shakespeare na Comunidade”, aprovado pela Lei do
Mecenato do SIMDEC/2011 da Fundação Cultural de Joinville é coordenado pelos
atores e diretores Hélio Muniz e Norberto Xavier Deschamps, com realização do
Grupo de Teatro Os Navegantes da Utopia. O objetivo do projeto é montar a peça
teatral "Muito barulho por nada" do dramaturgo inglês William Shakespeare, que
será apresentada no bairro do Profipo e em locais culturais da cidade. Os ensaios
ocorrem todos os sábados das 9h às 12h na E. E. B. Alícia Bittencourt Ferreira. A
proposta do projeto é muito significativa para a descentralização da cultura, visto que
muitas vezes o que ocorre é a cultura da cidade ficar restrita à área central. Além
dessa atividade no Profipo, há outros espaços culturais não centrais, como a Casa
Cultural Iririú do Grupo Canto do Povo, o Amorabi no bairro Itinga, o AváRamin no
América, a Sala Antonin Artaud no Bom Retiro, entre outros. Visando perceber qual
é a real influência que o grupo exerce sobre o bairro, se faz necessário entender
qual a história do grupo, do projeto proposto o “Ser ou não ser, Shakespeare na
Comunidade” e do próprio bairro. Desta maneira o filme/documentário, tem por
objetivo mostrar as relações que o projeto “Ser ou não ser: Shakespeare na
comunidade” estabelece com o meio em que está inserido. Através do vídeo,
espera-se poder estender o alcance do projeto e dar-lhe maior visibilidade. A
pesquisa foi realizada com base no material que o grupo teatral disponibilizou a
cerca de teatro (na comunidade) e teatro shakesperiano, assim como em outras
mídias que possibilitaram a fundamentação e complementação de informações,
além da busca de informações sobre o bairro em si. O resultado das pesquisas
gerou um documentário contendo entrevistas com integrantes do grupo de teatro,
bem como imagens de ensaios e do bairro. Os resultados parciais mostram que
embora a proposta do grupo seja envolver a comunidade, ela ainda não atinge
efetivamente o bairro Profipo. Grande parte dos moradores da região não tem
conhecimento sobre o projeto ali realizado, mesmo que os ensaios aconteçam numa
escola local semanalmente. Os atores da peça, em sua maioria não são moradores
do bairro e estão ali justamente por não ter havido adesão da comunidade. Nota-se,
no entanto, que os moradores aprovam a ideia proposta de um grupo de teatro
comunitário e acreditam que ela possa possibilitar a melhoria da qualidade de vida
dos que ali residem. Espera-se que com a finalização dos ensaios e o início das
apresentações, a comunidade engaje-se culturalmente e dê um maior espaço para

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propostas como esta, que incentivam a participação de crianças e jovens em
atividades culturais e trazem para a realidade dos cidadãos experiências estéticas.

Palavra-chave: Shakespeare; Teatro Comunitário; Bairro Profipo Joinville




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  DOCUMENTÁRIO: TERNO DE REIS: CULTURA EM MOVIMENTO

                                                                Camila Macedo
                                                             Dhuan Luis Xavier
                                                          Jéssica Kleinschmidt
                                                        Rafael de Souza Soares
                                                                  Rafael Gomes
                                                                  Vanessa Melo
                                                Acadêmicos do curso de Letras
                                 Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE
                                         Orientadora: Taiza Mara Rauen Moraes

RESUMO

Cultura (do latim Colere – cultivar), nesta simples palavra cabe inúmeros conceitos
inacabados de diferentes acepções, dentre esses conceitos destaca-se o Taylor
citado por Laraia ( segundo a qual cultura é “aquele todo complexo que inclui o
conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros
hábitos e aptidões adquiridos pelo homem como membro da sociedade”. Dentro
dessa perspectiva entende-se que a cultura encontra-se fragmentada na sociedade
e difundida nas diferentes esferas sociais, gerando um novo conceito, a diversidade
cultural. Canclini, um dos maiores investigadores em comunicação, cultura e
sociologia da América Latina tem seus estudos marcados pelo conceito do
hibridismo cultural. que segundo o autor, está presente em todas as partes. Para
Canclini (2008, p. 97), o hibridismo entre culturas homogêneas não deve ser
pensado apenas a partir de uma perspectiva demasiada pessimista, resumindo-se
apenas na negação ou na adaptação durante o contato com essas culturas. Já um
mesmo indivíduo pode identificar-se com várias línguas e estilos de vida, não faz
sentido, segundo Clanclini(2008), entender identidade apenas como “ o repertório de
ações, língua e cultura que permitem a cada pessoa reconhecer que pertence a
certo grupo social e identificar-se com ele”. Canclini (1984, p.70) diz ainda que a
originalidade cultural “reside na insolência e na liberdade com que tomamos daqui e
dali aquilo que necessitávamos para o que desejamos ser”. No Brasil a colonização
por diferentes povos permitiu uma variedade cultural muito rica. Em Santa Catarina
temos a forte influência da cultura trazida pelos povos germânicos , italianos e
açorianos no litoral, isto com a já existência dos povos indígenas, sobretudo Tupi-
Guaranis. Dentro desta perspectiva do hibridismo cultural, o vídeo-curta “ Terno de
Reis: Cultura em Movimento” vai abordar a tradição do Terno de reis e o seu
movimento de transformação ao longo do tempo e também nos diferentes locais em
que é reproduzido. Esta cultura foi trazida pelos colonizadores luso-açorianos para
as cidades litorâneas do Brasil e também no meio rural, principalmente no estado de
Santa Catarina. Esse movimento cultural acontece ainda hoje em várias outras
regiões do país, conhecido como “Folia de Reis” e assume características singulares
de acordo com cada local, diferenciando-se um pouco do Terno-de-Reis catarinense.
O Terno de Reis é inspirado na história bíblica dos Três Reis Magos, Gaspar,
Melchior e Baltazar, que seguiram a estrela no céu para o encontrarem o Menino
Jesus que nasceu dia 25 de dezembro. No dia 6 de janeiro, os Três Reis chegaram
a Belém e presentearam Jesus e Maria com ouro, mirra e incenso. Esta tradição se
fundamenta nos ensinamentos cristãos católicos e as apresentações têm inicio
sempre em Dezembro ou final de Novembro e encerram no dia 6 de janeiro. Os

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grupos de Terno de Reis eram e ainda são organizados pela própria comunidade,
adaptados com outros folguedos lusitanos e a cultura local. Os grupos formados por
cantores e instrumentistas percorrem as casas do início da noite ao amanhecer. A
apresentação se divide em três partes. Na chegada, saúdam os donos da casa e
pedem licença para entrar. No segundo ato, louvam o menino Jesus em frente ao
presépio. A cantoria é interrompida quando o dono da casa, seguindo o exemplo dos
Reis Magos, presenteia o grupo com bebidas e comidas. A apresentação se encerra
com a despedida. Segundo a cultura popular quem recebe o Terno de Reis em sua
casa é abençoado. O vídeo propõe uma reflexão sobre a diversidade cultural, tendo
como exemplo o Grupo de Terno de Reis de Joinville, Estrela Guia, para contrapor a
ideia do resgate das culturas dos colonizadores para manutenção da sua pureza e
originalidade, demonstrando que essa tradição se reconfigura com o tempo, porém é
resinificada pelos integrantes do grupo que mantém a tradição.

Palavras-Chave: Terno-de-Reis; Tradição; Hibridismo




                                                                                  24
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FORMAÇÃO DE LEITORES DO LITERÁRIO: UMA EXPERIÊNCIA NA
                  ESCOLA DA PONTE
                                                   Patrícia Cesário Pereira Offial
                                          Universidade do Val do Itajaí - UNIVALI

RESUMO

Essa comunicação é uma síntese da dissertação Formação de Leitores do Literário:
uma experiência na Escola da Ponte e apresenta um estudo com o propósito de
compreender a concepção de literatura da Escola da Ponte e sua ressignificação na
prática cotidiana. Debruça-se, também, em entender como arte, em especial, a
literatura, pode contribuir para a educação estética do sujeito principalmente no
ambiente escolar. Tendo em vista que a literatura é arte, faz-se necessário observar
que o texto literário possui uma função estética e que seu tratamento na escola
necessita respeitar essa função mediante uma escolarização adequada do texto
literário. O percurso metodológico foi norteado pelos pressupostos da pesquisa
qualitativa (GIL, 1999), com dados produzidos a partir de observações, entrevistas e
questionários realizados na escola da Ponte. As discussões que este estudo propõe
estão ancoradas em um conjunto de teóricos multirreferenciais a partir da concepção
da literatura fruitiva, respaldada por Eco (2010), Culler (1999), Barthes (2010),
Calvino (1996), dentre outros. Os resultados apontam para algumas proposições
acerca do ensino da literatura na Escola da Ponte e das contribuições que essa
metodologia pode trazer para a formação estética dos sujeitos.

Palavras-Chave: Literatura. Escola da Ponte. Formação Estética




                                                                                   25
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   FORMAÇÃO DE LEITORES NA ESCOLA PÚBLICA O PIBID DE
         LETRAS E AS ESTRATÉGIAS DE LEITURA

                                                     Cleide Jussara Müller Pareja
                                                          Rafael Moura de Morais
                                          Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI

RESUMO

Projeto de leitura realizado na Escola de Ensino Médio Professor Henrique da Silva
Fontes, Rede Estadual, Itajaí – SC, com o objetivo de formar leitores segundo a
metodologia da literatura fruitiva. A partir de diagnóstico, os licenciandos de Letras
da UNIVALI propõem estratégias de leitura diferenciadas em verso e prosa, tendo o
livro como objeto estético, a fim de contribuir à qualificação do ensino da escola
pública, formação estética de leitores, ampliação de acervo bibliográfico e
aproximação autor – livro – aluno; colaborando para a formação sensível de
docentes e leitores.

Palavras-Chave: PIBID, Estratégias de Leitura, Formação de Leitores




                                                                                     26
ISBN - 978-85-8209-004-6


     GIRANDO O CALEIDOSCÓPIO – MEMÓRIAS COMO BUSCA
    IDENTITÁRIA E LEGITIMADORA DA CULTURA DE CRIANÇAS
                         ABRIGADAS
                                                                 Laura Meirelles
                                  Mestranda em Patrimônio Cultural e Sociedade
                                  Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE
                                      Orientadora Dra. Taiza Mara Rauen Moraes

RESUMO

A comunicação é um recorte do projeto de pesquisa: Girando o caleidoscópio –
memórias como busca identitária e legitimadora da cultura de crianças abrigadas,
que está sendo desenvolvido no Programa de Mestrado em Patrimônio Cultural e
Sociedade- UNIVILLE, pretende movimentar-se em direção às memórias pessoais
como via para recuperação identitária de crianças abrigadas que, em contato com as
narrativas ficcionais, poderão identificar sua própria história, elaborando a partir
desta descoberta, conceitos e princípios que unam a experiência individual à coletiva
estabelecendo assim, elos sociais e culturais. Os conceitos sustentadores são de
Vigotski (2009) para tratar da expressividade dos relatos e Duborgel (1992) para a
análise da carga simbólica dos relatos nas manifestações do real. As fragilidades
dos vínculos de vida destas crianças refletem memórias que entremeadas pelas
experiências de abandono e de violência se mostram fragmentadas, tornando-se
uma possível forma de proteção. Os reconhecimentos de fragmentos positivos
nessas memórias poderão tornar-se importantes para as novas trajetórias de vida,
onde o encontro nas tramas do texto das narrativas e o exercício da reescrita de
suas histórias de vida, poderão ser importantes na nova organização de memórias
positivas. A metodologia utilizada será de pesquisa e intervenção com abordagem
qualitativa, explorando a elaboração de álbuns de registro de história de vida, as
diversas modalidades da produção textual e o registro dos encontros em diário de
campo.

Palavras-Chave: memória; infância; identidade.




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ISBN - 978-85-8209-004-6


      HISTÓRIA E MODA: REFLEXÕES SOBRE A GUERRA FRIA
     ATRAVÉS DA MODA. USOS E ABUSOS EM SALA DE AULA.

                                                                Daniela Pereira
                                                         Licenciada em História
                                  Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE

RESUMO

A moda tem um importante papel na História da Humanidade, desde que o ser
humano começa a se organizar em civilizações a sociedade representa sua
identidade através das vestimentas. O discurso da moda faz uso de estratégias
argumentativas que, com a intenção de influenciar o público, provocam uma
identificação entre os grupos que o utilizam. Essas estratégias argumentativas são
analisadas nesse trabalho no período pós-guerra do século XX, onde a Guerra Fria
influenciava vários esferas sociais para se afirmar na esfera política.A ultima metade
do século XX foi influenciada pela disputa ideológica entre duas grandes ideologias
políticas na humanidade: o capitalismo, representado pela grande potência Estados
Unidos e o Social-comunismo representado pelo forte grupo unificado na região da
Eurásia em 1922, URSS (União das Republicas Socialistas Soviéticas). Essa disputa
buscava a hegemonia política, econômica e militar no mundo, onde os Estados
Unidos tinha o interesse em expansão do sistema capitalista baseado na economia
de mercado, sistema “democrático” , propriedade privada e a “liberdade” de escolha,
de consumo. Já o partido comunista defendia a igualdade de direitos sociais ao
mesmo tempo que era autoritário e totalitarista. Essa guerra foi denominada de “Fria”
pois não houve uma disputa direta entre ambos, uma disputa bélica. A partir desse
contexto, a moda se torna num dos elementos fundamentais da nova sociedade que
se construía, a sociedade pós-guerra, onde os totalitarismos e racionamentos,
fizeram a humanidade repensar muitas práticas enraizadas socialmente, surgindo
uma nova juventude, rebelde, radical, politizada. O Brasil foi fortemente influenciado
pelos Estados Unidos na década de 50, principalmente pela juventude americana
que elegeu o rock and roll como símbolo de rebeldia e inovação da sociedade.
Esses elementos trouxeram para o Brasil essa nova característica social, a do
consumo cultural, de elementos como a música e a moda.A cultura popular esta
submersa de elementos e simbologias riquíssimas para trabalhar de maneira lúdica
a disciplina de História. Ao pensar sobre o ensino de História, muitas vezes nos
sentimos distantes das discussões em relação a matemática ou a dicotomia entre
ciências exatas e humanas. Muito mais que para além de seus pares, a História
deve ter essa característica de poder transcender do espaço acadêmico ou
institucional para outros locais, outras ambientes educativos, como a escola. Para
isso acontecer, há a necessidade do professor junto ao aluno perceber o ensino de
História como um lugar de fronteira, entre o ensino e a pesquisa, pensadas sempre
em movimento, não se desvinculado uma da outra. Para tanto “é importante que […]
a História se aproprie de canais de diálogo entre a realidade vivida e interpretada e
que possam, assim, ampliar suas respectivas possibilidades de compreensão”
(FONSECA, 2007). Portanto a relação entre Moda e História é base para ampliar
muitas outras análises, assim como, a relação com outras disciplinas, pois para nos
entendermos, temos que compreender como fomos construídos, como chegamos
até aqui, estudando as culturas de outros tempos, pois sem elas nem existiríamos,
sem o passado não haveria presente e essa construção requer uma análise e

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reflexão. Reflexão essa que perpassa por nossa própria existência, pois estudar
nossa história é também estudar a nós mesmos. Trata-se de um processo, que
gradualmente foi se transformando, até chegar nos dias atuais, com
desdobramentos e permanências. Sem essa reflexão perdemos nosso senso critico-
reflexivo, tão importante na construção da cidadania.Pensando a partir dessas
características e tendo a teoria construtivista de Jean Piaget como horizonte teórico,
este trabalho utilizou como corpus a moda popular na sociedade, durante o período
de 1950 à 1990 para análise da sociedade no período da Guerra Fria. Na análise do
discurso da moda, do ponto de vista da argumentação das próprias tendências,
serviram como base para explicar os recursos persuasivos das narrattivas política
que seguiam naquela época. Na tentativa de alcançar a adesão da do consumidor, o
enunciador do discurso da moda revela um ethos sedutor que incorpora estereótipos
da juventude da época e da mulher moderna para despertar o fascínio do público.O
trabalho, realizado nesse ano(2012) na Escola Municipal João Costa, como Trabalho
Interdisciplinar com as disciplinas de História, Inglês e Português consiste em
problematizar e historicizar, utilizando a esfera da moda, como era a vida social e
política dos anos de 1950 a 1990, no Brasil e no Mundo. Como a moda se (re)
significa e se apropria de elementos da vida cotidiana, fomentando discursos e
identidades sobre a sociedade. Para tanto os alunos foram divididos em grupos,
tendo cada grupo responsabilidade por uma década desse período, após foram
realizadas pesquisas na internet para compreensão inicial do período estudado,
assim como base teórica na sala de aula, e aulas multimidia para maior
compreensão desse período. No final do trabalho os alunos tiveram que produzir
roupas com as tendências estudadas em cada período, refletindo sobre a maior
preocupação da nossa era, a sustentabilidade. Foram produzidas roupas
sustentáveis, com material reciclável, possibilitando problematizar as novas
identificações e anseios sobre a moda e a História, suas apropriações culturais, e
processos identificatórios condizentes com as práticas atuais representadas por
meios da roupas produzidas pelos alunos.

Palavras-Chave: História da Moda, História Contemporânea, Guerra Fria.




                                                                                     29
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           JOINVILLE: IDAS E VINDAS, MITOS E MEMÓRIAS
                                              Eliana Aparecida de Quadra Correa
                                      Mestre em Patrimônio Cultural e Sociedade
                                  Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE
                                      Orientadora Dra. Taiza Mara Rauen Moraes

RESUMO

A comunicação é uma síntese da pesquisa intitulada Joinville: idas e vindas, mitos e
memórias enfoca a cultura imaterial joinvilense. Causos e lendas narradas sob a
ótica de idosos migrantes nascidos antes da década de 1950 são abordados como
manifestação e representação popular e social da cidade. O trabalho apresenta
resultados de uma investigação de textos de literatura oral como representação
social e literária. A análise é cronologicamente apresentada por meio do processo de
migração e construção de identificações culturais em Joinville. Os olhares analíticos,
apoiados em historiadores regionais, cruzam com os causos e as lendas relatados
nas entrevistas de Luiza, Terezinha, Izabel, Maria Raimunda, Serafina, Hilda e Luiz,
que foram gravadas e transcritas conforme a metodologia da história oral. A
categoria utilizada para a análise dessas narrativas orais foi sustentada nos
conceitos de mito, rito, símbolo, lenda e causo e em suas variações encontradas na
literatura oral. Trata-se de histórias contadas em diversas localidades, mas que
apresentam especificações conforme a cultura, o tempo e o espaço em que são
contadas, porém sua representação é conservada. As narrativas coletadas são
cotejadas com versões de Cascudo, Cascaes e Azevedo e sustentadas pela teoria
da memória, cultura, identidade, tradição, velhice, de modo a explorar a cultura
popular, passada de geração em geração, expressando identificações, práticas,
representações, conhecimentos, técnicas, instrumentos, lugares e grupos que os
reconhecem como patrimônio cultural imaterial.

Palavras-Chave: causos e lendas; vozes de idosos migrantes joinvilenses; cultura
imaterial.




                                                                                     30
ISBN - 978-85-8209-004-6


 LEITURA LITERÁRIA EM MEIO ELETRÔNICO: UMA EXPERIÊNCIA
            DE LEITURA EM BIBLIOTECA VIRTUAL
                                                          Amanda Corrêa da Silva
                                                       Sônia Regina Biscaia Veiga
                                                         Taiza Mara Rauen Moraes
                                    Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE

RESUMO

A presente comunicação é decorrente de pesquisas desenvolvidas junto ao projeto
“Autores, obras e acervos literários catarinenses em meio digital” (PRONEX –
FAPESC/ CNPq/ UFSC/ UNIVILLE/ UDESC/ Universidade Complutense de Madrid),
cujo objetivo é propor reflexões e discussões sobre a leitura no ciberespaço. Foram
realizadas quatro atividades de leitura e análise de textos literários com os alunos
do 1º ano de Letras da Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE – que foram
postadas no blog “Poética Tecnológica” (www.poeticatecnologica.blogspot.com), no
primeiro semestre de 2012. O projeto pretende dar sequência às atividades que o
Núcleo de Pesquisas em Informática, Literatura e Linguística (NUPILL
www.nupill.org) vem desenvolvendo nas diversas interfaces entre literatura e
informática. Os resultados parciais, obtidos através de análises das atividades dos
alunos, indicaram que as questões dirigidas obtiveram menos êxito do que as
reflexivas e demonstram como dados iniciais, o desejo de autonomia leitora por
parte dos sujeitos envolvidos. Os resultados indiciam que as atividades de leitura
crítica de textos em ambiente de hipermídia em biblioteca digital demarcam novas
relações entre professor e aluno. O professor deverá rever posturas dirigistas e criar
situações nas quais o aluno organiza seu processo leitor, partindo de um tema
condutor proposto para o grupo. As discussões e reflexões sobre os formatos de
apresentação de obras digitalizadas mais adequadas à leitura são questões a serem
investigadas, pois ambientes digitais mais atrativos para a inserção de textos
literários podem gerar pactos estéticos.

Palavras-Chave: biblioteca virtual, leitura, literatura




                                                                                     31
ISBN - 978-85-8209-004-6


      LITERATURA INFANTIL CONTEMPORÂNEA: ESPAÇO DE
               HIPERTEXTUALIDADE E FRUIÇÃO
                                                  Elaine Cristina da Silva Martins
                                                          Adair de Aguiar Neitzel
                                                                   Carla Carvalho
                                          Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI

RESUMO

Esta comunicação trata da formação de leitores mirins por meio de obras literárias
contemporâneas e se propõe a investigar as obras Cigamiga e Formigarra de Gloria
Kirinus e A caligrafia de Dona Sofia de André Neves. Observar-se-á quais os
procedimentos narrativos utilizados pelo escritor que nos permitem perceber a obra
como um texto hipertextual, identificando as características literárias dos livros de
literatura infantil contemporâneos. Esta análise permitiu perceber que esses livros de
literatura infantil possuem elementos hipertextuais como: dinamicidade e
multiplicidade, o tom poético imprime musicalidade, e o projeto gráfico amplia o
potencial do escrito tornando a narrativa nos dois casos reversível. Dessa forma as
obras avaliadas pelos elementos hipertextuais valorizam a experiência estética que
permitem ao leitor a interação com o livro por meio da fruição.

Palavras-Chave: Literatura; Hipertextualidade; Fruição




                                                                                     32
ISBN - 978-85-8209-004-6


MATEMÁTICA NA LITERATURA: VIDA E OBRA DE MALBA TAHAN
                                                  Meurly Katiline dos Santos
                                                 Cristian Elizabete de Freitas
                    Acadêmicos do curso de Licenciatura Plena em Matemática
                                     Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI
                                   Orientadora: Cirlei Marieta de Sena Corrêa

RESUMO

O Projeto Vida e Obra de Malba Tahan foi desenvolvido por bolsistas do Programa
de Incentivo à docência – PIBID da UNIVALI. O estudo do conto “A Herança dos 35
camelos” do livro O Homem que calculava – de Malba Tahan, possibilitou a
aproximação entre matemática e literatura ao fazer uso de contos literários na
resolução de problemas. Essa ação reforçou a prática do professor Julio César de
Melo e Sousa, Malba Tahan, professor e escritor brasileiro. Além do estudo sobre a
Vida e obra do professor, os alunos tiveram acesso aos livros do acervo de mais de
120 obras já publicadas. Os alunos demonstraram-se surpresos ao saber que um
professor de matemática escrevera tantos livros e alguns, inclusive, relataram não
saber que fosse possível matemática na literatura. O desenvolvimento do projeto
levou ainda alunos, educadores, pais e à comunidade o conhecimento do dia
Nacional da Matemática, comemorado no Brasil em 06 de maio, data de nascimento
de Malba Tahn.

Palavras-Chave: Matemática; Malba Tahan; Contos Literários




                                                                                  33
ISBN - 978-85-8209-004-6


    O PIBID DE LETRAS - LITERATURA E CULTURA BRASILEIRA

                                                             Adair Aguiar Neitzel:
                                                     Cleide Jussara Müller Pareja
                                                          Bruno Lazarotto Farias
                                         Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALE

RESUMO

Esta pesquisa tem o objetivo de apresentar os resultados do PIBID de Letras da
UNIVALI desenvolvido durante o ano de 2011-2012 na EEM Victor Meirelles, em
Itajaí, SC. Reflete acerca do contato dos licenciandos com o cotidiano da escola,
priorizando atividades voltadas ao desenvolvimento de projetos inovadores,
estratégias de ensino e materiais didáticos. Possuí foco na formação de leitores e
tem como eixo sustentador a metodologia da leitura fruitiva, com o objetivo de
aproximar os alunos do texto literário e inseri-los num movimento de fruição literária,
o PIBID de Letras planejou o desenvolvimento do projeto de leitura intitulado
Literatura e cultura brasileira com foco nas leituras de romances da literatura
nacional. Esta concepção promoveu a experimentação de atividades lúdicas de
leitura tais como: jogos dramáticos, leitura de narrativas, leitura dinâmica, entre
outros. Como resultado, podemos indicar, por exemplo: ampliação do acervo
literário, qualificação dos licenciandos, mobilização do grupo, da gestão e da
comunidade e introdução no currículo escolar de atividades de leitura.

Palavras-Chave: Fruição - Literatura - PIBID




                                                                                      34
ISBN - 978-85-8209-004-6


PROLER E ARTE VISUAL REGIONAL: A FORMAÇÃO ESTÉTICA NA
                       ESCOLA
                                                         Aline Amaral de Freitas
                                           Acadêmica do curso de Artes Visuais
                                         Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI
                                                    Orientadora: Carla Carvalho

RESUMO

Apresenta pesquisa realizada pelo PROLER Itajaí em escolas da Rede Municipal de
Itajaí – SC. Objetiva investigar a formação estética dos estudantes por meio da
relação com a produção artística visual regional. Realizaram-se as seguintes ações:
pesquisa da arte visual regional, sistematização de exposições das obras de arte na
escola, monitorias com mediação de leitura das obras de arte, visita dos artistas
locais aos espaços escolares e oficinas com crianças e adolescentes. Viabilizou aos
estudantes contato com o artista, com a obra de arte original e imagens de outras
obras do mesmo artista, possibilitando a formação estética e artística desses
sujeitos. Permitiu repensar os espaços estéticos nos contextos escolares, a leitura
da obra de arte, assim como a reflexão e a interpretação da obra. Observamos que
o contato com a Arte e o artista possibilitou estabelecer novos sentidos para a arte
visual na escola, pensar o lugar do “objeto artístico”, naturalmente inserido nas
Galerias ou nos museus, e o artista “produtor da arte” com isso repensando o
estereótipo do sistema da arte. Possibilitou reflexões sobre o papel do professor de
arte no contexto escolar, sua relação com os conceitos artísticos, com a leitura de
obras de arte regionais e a formação estética e a formação docente.

Palavras-Chave:: Ensino de Arte; arte regional; formação estética




                                                                                    35
ISBN - 978-85-8209-004-6


                QUADRINHOS JOINVILENSES EM LIVRO

                                                         Nielson Ribeiro Modro
                                                  Professor do curso de Letras
                                 Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE

RESUMO

Mesmo que os quadrinhos sejam considerados por muitos como sub-literatura há
anos este panorama vem sendo mudado. Duas coletâneas inserem-se nesse
contexto: O Cão Tarado (2009) e Os Monstrinhos do Rio Cachoeira (2011).
Objetivando resgatar e registrar o trabalho de quadrinhistas joinvilenses foram
realizadas pesquisas sobre personagens que marcaram décadas de um traço
cultural da cidade. O Cão Tarado realiza uma crítica social aguçada e foi publicado
no ano em que completava 20 anos de presença diária no Jornal A Notícia. Os
Monstrinhos do Rio Cachoeira resgatou 160 tiras e 10 histórias completas de
personagens que sempre visaram a crítica ambiental. Em ambos a metodologia
adotada foi a pesquisa bibliográfica, selecionando entre as milhares de tiras
publicadas aquelas que melhor representassem o contexto cultural em que se
inserem os personagens. Nos dois livros há um texto introdutório com uma visão
histórica, contextualizando a importância dos personagens social e culturalmente, e
apresenta uma análise sob perspectiva didática. Os livros, mais que mera pesquisa
histórica operam um resgate e registro cultural de uma importante parte da cultura
local.

Palavras-Chave: Literatura, quadrinhos, Monstrinhos do Rio Cachoeira




                                                                                   36
ISBN - 978-85-8209-004-6


                         UMA LEITURA PARTICIPATIVA

                                                            Nielson Ribeiro Modro
                                                     Professor do curso de Letras
                                    Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE

RESUMO

Sem dúvida há séculos a leitura é um dos principais fatores na aquisição de
conhecimento. Partindo-se desta constatação, nas aulas de Metodologia Científica
em turmas iniciais, é passada a necessidade de saber-se ler adequadamente,
identificando o tipo de texto, adotando uma postura adequada e produtiva na leitura.
Busca-se não apenas ressaltar a importância do ato de ler mas dar noções de como
realizar uma leitura participativa, num nível de leitura aprofundado, que leve a um
posicionamento crítico e uma tomada de posição frente aos argumentos
apresentados pelo autor, ao fim tendo condições de gerar argumentações próprias,
concordantes ou não com o autor. Objetiva-se uma leitura não meramente mecânica
e decodificadora mas sim crítica. Entende-se necessário adotar uma postura
adequada, como leitor participativo e argumentativo, adentrando nas camadas
profundas do texto e extraindo o máximo possível do mesmo, com caráter reflexivo,
autônomo e crítico, buscando expressar os próprios pensamentos e diferente de um
trabalho meramente repetitivo e sem autonomia. Complementam-se tais orientações
com sugestões práticas de otimização das leituras realizadas.

Palavras-Chave: Leitura, leitura participativa, leitura crítica.




                                                                                        37
ISBN - 978-85-8209-004-6


                        2º SEMINÁRIO DE PRÁTICAS LEITORAS

                                                           ÍNDICE


PROJETO A ARTE POR TODA PARTE .................................................................................................. 39
PROJETO A BANQUETA DO LEITOR ................................................................................................... 40
PROJETO BRINCANDO COM AS POESIAS........................................................................................... 41
PROJETO CANTANDO E ENCANTANDO ............................................................................................. 42
PROJETO CONTOS DE ASSOMBRAÇÃO E MISTÉRIO .......................................................................... 43
PROJETO DE LEITURA “INTERAÇÃO ENTRE PAIS E FILHOS” .............................................................. 44
PROJETO DEGUSTAÇÃO POÉTICA...................................................................................................... 45
PROJETO ENCANTANDO E CONTANDO HISTÓRIAS........................................................................... 46
PROJETO HISTÓRIAS E MAIS HISTÓRIAS............................................................................................ 47
PROJETO: RESGATE DA CULTURA ATRAVÉS DA LITERATURA ........................................................... 48
PROJETO VALORES MÁGICOS............................................................................................................ 49
PROJETO VIVENCIANDO A LITERATURA ATRAVÉS DA NATUREZA .................................................... 50
PROJETO VIVENDO O MUNDO DA IMAGINAÇÃO ............................................................................. 51




                                                                                                                                  38
ISBN - 978-85-8209-004-6


                   PROJETO A ARTE POR TODA PARTE

                                                         Fátima de Souza Bastos
                                                          Maria Isabel de Oliveira
                                         Centro de Educação Infantil Sol Nascente

RELATO

A arte é uma forma do ser humano expressar suas emoções, sua história e sua
cultura através de valores estéticos. Pode ser representada de várias formas, em
especial na música, na escultura, na pintura, no cinema e na dança e na literatura. A
arte vem evoluindo e ocupando um importantíssimo espaço na sociedade, de
diferentes maneiras: visualizadas, ouvidas ou mistas (audiovisuais). Segundo
Martins, Picosque, Guerra (1998, p.14): “A comunicação entre as pessoas e as
leituras de mundo não se dão apenas por meio da palavra”. O nosso compromisso
como educadoras e estimuladoras é propor um trabalho em que o desenvolvimento
das expressões e percepções infantis sejam cada vez mais expressivas,
aprimorando as potencialidades da criança, orientando-a a observar, ouvir e tocar,
percebendo as coisas, a natureza e os objetos à sua volta. O Projeto foi direcionado
à faixa etária de cinco anos, e o vivenciamos através de fases. Primeira Fase: A Arte
de Viver Bem. Tudo bem ser diferente. Segunda Fase (Natureza, a arte que nos
cerca). Terceira Fase: A Leitura e a Arte Dramática. Enfim, com o Projeto “A arte por
toda parte” pôde-se perceber o envolvimento e o comprometimento da criança
através das descobertas e construções de mundo ampliando seus conhecimentos
da diversidade cultural e literária.

Palavras-Chave: arte; literatura; diversidade cultural; linguagem e expressão.




                                                                                     39
ISBN - 978-85-8209-004-6


                   PROJETO A BANQUETA DO LEITOR

                                             Ednéia Taborda dos Santos Mistura
                          Escola Municipal Professora Ada Sant’Anna da Silveira

RELATO

Este trabalho expõe as vivências, os limites e as possibilidades que a leitura traz
para os alunos. Ler é uma forma ativa de prazer que não traz apenas repouso e
alienação, portanto exige atenção, consciência e participação ativa do leitor. Assim é
importante que a escola oportunize o desenvolvimento da habilidade leitora nos
alunos de modo criativo e prazeroso, para que tenha ao longo da vida a leitura como
hábito. Diante disso, a banqueta do leitor, tem como objetivo despertar, resgatar e
cultivar o desejo de ler, ouvir histórias, contos e poesias no âmbito escolar. Para a
consecução desses objetivos utilizar-se-ão as seguintes metodologias: apresentação
da professora aos alunos do que é uma leitura compartilhada; construção da
banqueta do leitor com materiais recicláveis (caixa de leite e jornais) e a elaboração
da tabela de acompanhamento na qual constam as datas e os nomes dos alunos
que serão os leitores do dia. No momento da leitura, aquele que é o leitor do dia,
utiliza da banqueta do leitor e, os “apreciadores da leitura” ficam organizados em
volta da banqueta como nos contos orais antigos, que ocorriam em volta das
fogueiras. Essa iniciativa estende-se por além dos portões da escola: a família é
convidada a contar histórias na banqueta do leitor, participando ativamente do
processo de construção do saber leitor de seus filhos. Todo esse envolvimento dos
alunos e da família na banqueta do leitor possibilitou e ainda possibilita resultados
visíveis no campo da leitura, de que o livro leva a criança a desenvolver a
criatividade, sensibilidade, senso crítico e imaginação. É lendo que se aprende a ler,
escrever e interpretar. A liberdade de participar do projeto também valoriza o
educando como protagonista de seu próprio aprendizado. Pois, ele decide a hora de
participar das leituras na banqueta. E, o envolvimento da família aproxima ainda
mais as crianças de seus pais, reforçando a afetividade e a responsabilidade dos
pais no processo ensino e aprendizagem de seus filhos. Os professores dos anos
seguintes percebem que os alunos que tiveram a experiência da banqueta do leitor
têm uma relação mais estreita com os livros e com a leitura e ainda apresentam
maior segurança na hora de ler em voz alta para os amigos. Nesse contexto, torna-
se cada vez mais necessário que as práticas pedagógicas sejam inovadoras e
cheias de possibilidades. Permitindo que o educando construa com autonomia,
habilidade e competência seus conhecimentos.

Palavra-Chave: Banqueta do leitor; Leitura; Ensino; aprendizagem.




                                                                                     40
ISBN - 978-85-8209-004-6


                PROJETO BRINCANDO COM AS POESIAS

                                                                 Silvana Borges
                          Biblioteca Escola Municipal Professora Eladir Skibinski

RELATO

Atualmente, a biblioteca escolar nos mostra que é preciso fazer muito esforço para
superar conceitos antigos que fizeram da biblioteca um depósito de livros e materiais
impressos, um local pouco frequentado. O desenvolvimento das novas tecnologias,
nas décadas últimas, vem movimentando todos os setores da atividade humana,
proporcionando maior agilidade de comunicação, reduzindo esforços nas rotinas
diárias e ampliando as possibilidades de acesso à informação em todo mundo. A
biblioteca é um centro ativo da aprendizagem e deve ser utilizada de maneira ampla
e criativa. Em nossa escola, os momentos de leitura na biblioteca, nos possibilitou
identificar e estimular as preferências literárias da maioria dos alunos. A proposta de
um café com poesia foi bem recebida pelos alunos dos 5ºs anos. Lendo poesias e
declamando-as, foi mais interessante contar e conhecer um pouco da história e da
vida de vários autores-escritores. Vinícius de Moraes e Ricardo Azevedo foram os
mais citados e declamados. É de fato, visível que, seus poemas e poesias são mais
adequados para a faixa etária. O “Café Com Poesia” teve como objetivo dar ao aluno
a autonomia de fala, despertar o prazer da leitura, promover o desenvolvimento do
vocabulário, possibilitar a vivência de emoções, o exercício da fantasia e da
imaginação, oportunizando o alargamento dos horizontes pessoais e culturais,
garantindo a sua formação crítica e emancipadora. Em sala de aula, com a proposta
em mãos, buscaram conhecer os dois escritores mais lidos pelos alunos. Na
biblioteca, usando o aparelho datashow, conhecemos os escritores através de
imagens e algumas memórias dos mesmos, dando ao aluno a condição de conhecê-
los mais de perto. O projeto proporcionou colaborar para que o aluno se sinta
estimulado a ler com domínio e confiança os diferentes gêneros e que, compreenda
a leitura em seus diversos objetivos. Este trabalho foi e será um incentivo à leitura, a
fim de que os alunos conheçam os diferentes objetivos e objetos de leitura, tenham
um maior acesso à diferentes portadores de texto, e envolvam-se na busca de ações
para tornar o ambiente escolar um espaço privilegiado para refletir o mundo, seja
sob a perspectiva da realidade, seja sob o da fantasia. E, é com esse sentido,
ajudando o aluno a se tornar um leitor competente, que possa ler e compreender o
que leu, interpretar e recontar com suas próprias palavras que, os alunos se
apresentaram para outras turmas na unidade escolar. Houve excelente repercussão
e, mais alunos e professores de outras turmas se colocaram para um próximo
evento e, trouxeram sugestões de outras linguagens, a música foi um exemplo bem
aplaudido.

Palavras-Chave: Biblioteca. Poesia. Incentivo.




                                                                                      41
ISBN - 978-85-8209-004-6


                 PROJETO CANTANDO E ENCANTANDO

                                            Sheila Emmanuelle Grime de Oliveira.
                                                      Neusa Makovski Marques
                                     Centro de Educação Infantil Amandos Finder

RELATO

Este projeto vem sendo aplicado com as crianças das turmas de maternais,
primeiros e segundos períodos do Centro de Educação Infantil Amandos Finder.
Surgiu da reflexão de como proporcionar à criança novas experiências de interação
da criança com a literatura, de interações das crianças com outras crianças, de
interações das crianças com adultos e famílias e, interações das crianças com os
diversos espaços existentes do CEI, de maneira criativa, dinâmica e muito
prazerosa. Neste sentido tem por objetivo geral levar as crianças ao mundo da
imaginação e ao mesmo tempo a descobrirem o maravilhoso universo da literatura
infantil. Contempla os seguintes objetivos específicos: despertar na criança a
criatividade, a imaginação e o gosto pela leitura; ampliar o seu conhecimento
literário; ampliar a linguagem oral; ampliar as formas de expressão gestual, plástica,
dramática e musical; promover o cuidado com as obras literárias; despertar na
criança um comportamento leitor; e, criar um ambiente favorável para a formação do
hábito da leitura. Em seu procedimento metodológico estão sendo realizadas
diversas atividades tais como, dramatizações pela equipe de professores para todas
as crianças; a “Hora do Conto” momento em que são contadas diversas histórias em
diferentes espaços do CEI; a “caixa encantada” com personagens de histórias nas
quais as crianças interagem e recontam histórias; músicas dramatizadas pelas
crianças; visitas como a Feira do Livro; Interpretação de personagens por meio do
“Baú de Fantasias”. Contudo, a atividade que está sendo muito apreciada tanto
pelas crianças quanto pelas famílias é a “Ciranda da Leitura”, por meio da qual
semanalmente, levam para casa uma bolsa com livros de histórias para serem
contadas reunindo os familiares e registrando em um caderno que acompanha este
material, o que foi de mais significativo neste momento literário junto a família por
meio de fotos, desenhos e escritas. Ao devolver a bolsa com as histórias a criança
narra em roda de conversa a experiência vivenciada mostrando o registro que
realizou no caderno com muita satisfação e propriedade de fala. A relevância deste
trabalho está exatamente na sua articulação da teoria com a prática, sabendo-se
que a literatura surgiu da necessidade humana de contar aquilo que se vivencia, se
sente, se sonha. E a criança enquanto sujeito ativo que por meio das interações e
relações que estabelece amplia seus conhecimentos, criando e transformando
culturas pelas suas diversas linguagens, sente prazer em contar suas ricas
vivências, seus novos conhecimentos e emoções. Os resultados em torno deste
projeto tem se demonstrado muito valorosos, tanto no que diz respeito ao que a
criança transmite pela sua participação dinâmica quanto aos comentários das
famílias, principalmente quando relatam o fortalecimento dos vínculos familiares em
torno do ato da leitura. A repercussão dos resultados está sendo tão positiva que a
atividade da “Ciranda da Leitura” será estendida a outras turmas a pedido dos
próprios professores regentes.

Palavras-chaves: Leitura, Interações, Crianças.


                                                                                     42
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Anais de resumo Encontro PROLER 2012

  • 1. ISBN - 978-85-8209-004-6 Anais de Resumo Organizadora: Taiza Mara Rauen Moraes 1
  • 2. ISBN - 978-85-8209-004-6 Anais de Resumos Organizadora Taiza Mara Rauen Moraes Realização Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE Programa Nacional de Incentivo à Leitura - PROLER Reitor Paulo Ivo Koehntopp Vice-Reitora Sandra Aparecida Furlan Pró-Reitora de Ensino Ilanil Coelho Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação Therezinha Maria Novais de Oliveira Pró-Reitora de Extensão e Assuntos Comunitários Berenice Rocha Zabbot Garcia Pró-Reitor de Administração Raul Landmann Joinville 2012 2
  • 3. ISBN - 978-85-8209-004-6 Comitê PROLER Joinville Cássio Correia Eliana Aparecida Quadra Correia Eliete Terezinha Philippi Fábio Henrique Nunes Medeiros Lausivan Grangeiro Corrêa Hilda Maria Girardi Medeiros Marilene Gerent Rita de Cássia A. Barraca Gomes Taiza Mara Rauen Moraes Valéria Alves Comissão Científica Adair de Aguiar Neitzel Nielson Ribeiro Modro Taiza Mara Rauen Moras Equipe de Apoio Amanda Corrêa da Silva (PROLER) Fábio Henrique Nunes Medeiros (PROLER) Gabriela Huller (PROLER) Jussara Cascaes Longarzo (Eventos) Sônia Regina Biscaia Veiga (PROLER) Diagramação Gabriela Huller Campus Joinville - Rua Paulo Malschitzki, nº 10 Campus Universitário - Zona Industrial Joinville SC - CEP: 89219-710 Fone: (47) 3461-9000 | Fax: (47) 3473-0131 3
  • 4. ISBN - 978-85-8209-004-6 APRESENTAÇÃO O 16º Encontro do PROLER de Joinville, 3º Seminário de Práticas Leitoras e 3º Seminário de Pesquisa em linguagens, leitura e Cultura – Memória, atuação e projeção - uma reflexão sobre os 20 anos do PROLER Nacional - tem como proposição discutir questões que envolvem políticas de leitura em rede/ sujeitos/ diversidades culturais, para ampliar espaços de compreensão do mundo que facilitem a convivência, gerando atitudes mais conscientes e, portanto, realizadoras de ações leitoras que transformem a sociedade. O evento prevê a discussão e a fortificação da proposta de política de leitura para a região, integrando instituições educacionais e culturais: Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE, SESC, UNIMED, Secretarias Municipal e Estadual de Educação, Fundação Cultural de Joinville e Bibliotecas públicas e escolares. A implementação do Plano Municipal do Livro e da Leitura – PMLL - é uma meta a ser atingida para ampliar as condições efetivas que permitam às pessoas reconhecer seus direitos e deveres e promover uma articulação em âmbito nacional em conexão com o Plano Nacional do Livro e da Leitura - PNLL. O encontro promoverá um diálogo político com a sociedade objetivando vencer os problemas de acesso à leitura, partindo do princípio de que as questões que dificultam a democratização do livro e da leitura se solucionam de forma mais adequada quando discutidas em rede. 4
  • 5. ISBN - 978-85-8209-004-6 3º SEMINÁRIO DE PESQUISA EM LINGUAGENS, LEITURA E CULTURA ÍNDICE “SE FOI VIAJAR, POR QUE NÃO VOLTA?” A MORTE NA LITERATURA INFANTIL JUVENIL ........................6 A FORMAÇÃO ESTÉTICA E LITERÁRIA POR MEIO DO LIVRO DIDÁTICO ....................................................9 A LITERATURA INFANTIL JUVENIL E A ESTÉTICA DA RECEPÇÃO............................................................ 10 ARQUITETURA NEO-ENXAIMEL EM SANTA CATARINA: PATRIMÔNIO DE AMANHÃ? .......................... 12 CINEDUCAÇÃO - COLORIZAÇÃO, RECORTE E DESENHO........................................................................ 13 CINEMA DOCUMENTÁRIO; POTY LAZZAROTTO .................................................................................... 14 CONTRIBUIÇÕES PARA A INTERPRETAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DA ARQUEOFAUNA A PARTIR DO ESTUDO COMPARATIVO ENTRE PERFIS DOS SAMBAQUIS CUBATÃO I E ESPINHEIROS II EM JOINVILLE – SC .... 16 DIVERSIFICANDO PROPOSTAS, O PROJETO DE EXTENSÃO CINEDUCAÇÃO .......................................... 18 DOCUMENTÁRIO: MEMÓRIAS FAMILIARES SOBRE A CULTURA DO CATUMBI .................................... 19 DOCUMENTÁRIO: SER É A QUESTÃO! ................................................................................................... 21 DOCUMENTÁRIO: TERNO DE REIS: CULTURA EM MOVIMENTO .......................................................... 23 FORMAÇÃO DE LEITORES DO LITERÁRIO: UMA EXPERIÊNCIA NA ESCOLA DA PONTE ......................... 25 FORMAÇÃO DE LEITORES NA ESCOLA PÚBLICA O PIBID DE LETRAS E AS ESTRATÉGIAS DE LEITURA .. 26 GIRANDO O CALEIDOSCÓPIO – MEMÓRIAS COMO BUSCA IDENTITÁRIA E LEGITIMADORA DA CULTURA DE CRIANÇAS ABRIGADAS ..................................................................................................... 27 HISTÓRIA E MODA: REFLEXÕES SOBRE A GUERRA FRIA ATRAVÉS DA MODA. USOS E ABUSOS EM SALA DE AULA................................................................................................................................................. 28 JOINVILLE: IDAS E VINDAS, MITOS E MEMÓRIAS .................................................................................. 30 LEITURA LITERÁRIA EM MEIO ELETRÔNICO: UMA EXPERIÊNCIA DE LEITURA EM BIBLIOTECA VIRTUAL ............................................................................................................................................................... 31 LITERATURA INFANTIL CONTEMPORÂNEA: ESPAÇO DE HIPERTEXTUALIDADE E FRUIÇÃO .................. 32 MATEMÁTICA NA LITERATURA: VIDA E OBRA DE MALBA TAHAN ........................................................ 33 O PIBID DE LETRAS - LITERATURA E CULTURA BRASILEIRA ................................................................... 34 PROLER E ARTE VISUAL REGIONAL: A FORMAÇÃO ESTÉTICA NA ESCOLA ............................................ 35 QUADRINHOS JOINVILENSES EM LIVRO................................................................................................ 36 UMA LEITURA PARTICIPATIVA............................................................................................................... 37 5
  • 6. ISBN - 978-85-8209-004-6 “SE FOI VIAJAR, POR QUE NÃO VOLTA?” A MORTE NA LITERATURA INFANTIL JUVENIL Ana Paula Kinas Tavares Acadêmica do curso de Letras Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE Orientadora: Sueli de Souza Cagneti RESUMO "Não há nenhum mal na vida para aquele que bem compreendeu que a privação da vida não é um mal. Saber morrer liberta-nos de toda sujeição e imposição." (MONTAIGNE) A morte sempre esteve entre os temas reincidentes da humanidade, assim aparece na literatura de diferentes épocas retratando as visões vigentes. Embora ainda hoje não tenha deixado de ser um tabu, há muito tempo, a compreensão da morte é considerada fundamental para o desenvolvimento cognitivo e para a formação da personalidade do indivíduo, ou nas palavras do filósofo Sêneca: “Vive mal quem não sabe morrer bem.” Construtivamente, a Literatura Infantil Juvenil contemporânea traz novas visões da morte, sendo vista como natural e parte constitutiva da vida; não mais carregando aquela bagagem negativa, visível nos contos de fada, por exemplo. Nesta perspectiva, a presente comunicação faz parte da necessidade sentida pelo Projeto de Iniciação Científica voluntário de mesmo nome - realizado em 2012 na Universidade da Região de Joinville -, de incentivar a leitura e análise das obras que naturalizam a morte e permitem a crianças e jovens um bom entendimento da finitude da vida; bem como, a produção de novos trabalhos sobre este tema ainda pouco explorado. Esta pesquisa teve como objetivo principal a identificação e promoção de tais livros, mais de 50 obras foram lidas, além de materiais teóricos sobre desenvolvimento infantil nas áreas de literatura e psicologia, para que pudessem ser categorizadas em abordagens desmistificadoras do conceito negativo da morte. Assim, as obras mais significativas foram organizadas em quatro abordagens: aprendizagem do lidar com a morte, o viver dos que ficam; preparação para morrer; busca por explicações (do depois ou o porquê de acontecer); e acontecimento natural. Embora haja livros que mesclem duas ou mais abordagens, como critério didático nesta comunicação será analisada apenas uma abordagem em cada obra selecionada. ""Vô, eu sei domar abelhas"", de Monika Feth e Isabel Pin (Brinque-Book, 2008), ""Vó Nana"", de Margaret Wild e Ron Brooks (Brinque-Book, 2000), ""A preciosa pergunta da pata"", de Leen van den Berg e Ann Ingelbeen (Brinque-Book, 2009), e ""O herói imóvel"", de Rosa Amanda Strausz e Rui de Oliveira (Rovelle, 2011), serão aqui analisados, pois são possíveis de observar aspectos marcantes observados na pesquisa, como: o protagonismo animal ou infantil, a construção gradual da conceituação da morte, a busca por referenciais nos adultos ou amigos e a necessidade do compreender, sem que se exclua a dor natural do sentimento de perda. “Vô, eu sei domar abelhas” é um claro exemplar da abordagem que trabalha com o desenvolvimento da compreensão da morte, de como viver após a “perda” de um ente querido, neste caso. É a partir de um menino chamado Diego que a autora levanta a questão de que a criança buscará seu entendimento de morte, o porquê de seu avô ter partido e para onde ter ido. Como viver com isso? O protagonista ouve os demais familiares e recebe variadas respostas comuns aos adultos (explicações religiosas, eufemismos e metáforas), também sua irmã adolescente, ainda que não bem compreenda, tenta 6
  • 7. ISBN - 978-85-8209-004-6 ajudá-lo, dizendo que é só o corpo do vovô que está enterrado. Mas, nada disso parece ajudar Diego a lidar com a saudade, com a ausência e as dúvidas. Assim como muitas crianças, as imagens de Isabel Pin mostram o isolamento e a tristeza do menino. Por fim, ele próprio desenvolverá sua compreensão, seu modo de suportar a saudade, através do que aprendeu com o avô ainda em vida. Mais que domar abelhas, Diego aprende a conviver com o irreversível e natural acontecimento da morte.“Vó Nana” é outra doce obra, bastante acessível às crianças menores, que através de personagens animais (avó e neta leitoas) discute o tema morte de forma leve e natural. Essa avó vê-se ao fim de sua vida e faz todos os preparativos para que não deixe pendências, despede-se das coisas de que gosta e deixa seus ensinamentos à neta. É possível, no entanto, que uma criança ouça algumas vezes esta história sem que se dê conta do falecimento ocorrido. Não é problema algum! A conceituação e compreensão da morte deve ser gradual e ter aberturas para ressignificações, assim com a leitura de um livro, pode ser percebida aos poucos e não necessita de respostas e conclusões definitivas. Até porque, pelas razões já comentadas, muitas vezes o leitor ignora determinados aspectos do lido porque ainda não está maduro para aceitá-lo.Já “A preciosa pergunta da pata” é um dos poucos livros que vem na contramão, traz o óbito infantil. É a mãe (neste caso, uma pata) que sofre e questiona o que acontece depois da morte. Elementos da natureza personificados, animais e pessoas refletem o que serão quando morrerem. Algumas vezes uma resposta vem de encontro a anterior, como em: “- Sentarei no colo do Sol – sussurrou o floco de neve. / - Finalmente não sentirei mais tanto calor – bufou o Sol.” (p. 31). Ainda assim de uma forma ou de outra, os amigos ajudam a pata a encontrar sua própria resposta.E “O herói imóvel” é entre os livros aqui analisados, o mais recente exemplar da morte vista como parte constitutiva da vida. Através de delicados trabalhos imagético e verbal, um garoto revela sua natural relação com a doença terminal do pai e com a finitude de tudo que é vivo. O contato com o pai – caso pouco comum em nossa sociedade, em que as crianças costumam ser afastadas de doentes ou de idosos – não só faz com que o menino aproveite seu tempo com ele, como permite que muito aprenda. São os ensinamentos como o importante ser deixar “frutos”, sejam filhos, lembranças ou ações, que permitem ao protagonista o bom entendimento do acontecimento da morte. A pretensão é poder divulgar ao maior número possível de pessoas, especialmente àquelas que promovem espaços para a leitura e escolha de livros, como professores, agentes de leitura, bibliotecários, pesquisadores e acadêmicos, a necessidade de bem compreender a morte e o grande alicerce que a literatura contemporânea pode ser. " Palavras-Chave: Morte, Literatura Infantil, Contemporaneidade. 7
  • 8. ISBN - 978-85-8209-004-6 A CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS NA FORMAÇÃO DE LEITORES Meurly Katiline dos Santos Carla Carvalho Adair de Aguiar Neitzel Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI O ContArte é um projeto de extensão vinculado ao PROLER UNIVALI e tem como eixo sustentador a metodologia da leitura fruitiva que compreende o livro como um objeto artístico a ser apreciado. Ele promove a formação do sensível através de contação de histórias, recitais literários e rodas de leituras. Como resultados apresentamos: 13.709 alunos atendidos entre os anos de 2009 a 2012 e 594 professores iniciados na metodologia da leitura fruitiva por meio da formação continuada. Palavras-Chave: Contação de Histórias; Leitura fruitiva; Formação de Leitores; 8
  • 9. ISBN - 978-85-8209-004-6 A FORMAÇÃO ESTÉTICA E LITERÁRIA POR MEIO DO LIVRO DIDÁTICO Fabiana Henrique Grupo de pesquisa cultura, escola e educação, PPGE Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI RESUMO Este artigo apresenta análises referentes às concepções que os livros didáticos exibem do texto literário. Parte-se do princípio de que a literatura tem uma função estética que precisa ser considerada para auxiliar na formação de leitores literários. Nesta etapa da pesquisa, analisamos três livros para os alunos de seis anos do ensino fundamental com o objetivo de investigar como o livro didático aborda o texto literário - sua concepção de literatura e os gêneros privilegiados. É uma pesquisa documental, de abordagem qualitativa. Os procedimentos metodológicos foram: a) construção de roteiro de análise; b) adaptação da tabela construída por Kaufman (1995); c) leitura e análise dos textos e atividades; d) leitura das resenhas do PNLD 2010. Dos três livros analisados, um faz com frequência o uso inadequado do texto literário, sem respeitar as categorias do texto ficcional; dois deles mantém uma preocupação explícita com a formação de leitores, respeitando a função estética do texto literário, adotando como concepção a literatura fruitiva. Palavras-Chave: literatura; livro didático; formação de leitores 9
  • 10. ISBN - 978-85-8209-004-6 A LITERATURA INFANTIL JUVENIL E A ESTÉTICA DA RECEPÇÃO Rosane Patrícia Fernandes Mestranda do Mestrado em Patrimônio Cultural e Sociedade. Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE Orientadora Sueli de Souza Cagneti RESUMO A literatura assim como o ato de ler se constituem numa experiência multidisciplinar e enriquecedora, certa a despertar a curiosidade do saber mais, ao permitir que se estabeleçam múltiplas relações entre o sujeito e o mundo que o rodeia. Nesta perspectiva, a estética da recepção, teoria nascida no final do século XX, na Alemanha defendida pelo teórico alemão Hans Robert Jauss, é uma corrente que valoriza o leitor no processo da leitura preocupando-se com o modo como o texto é lido e assimilado pelo leitor. E de como ele é relacionado pelo receptor com os contextos históricos, com o objetivo de reconstituírem as condições históricas responsáveis pelas reações provocadas pela literatura. Jauss considerava importante levar em conta as condições históricas e o contexto social que moldam e influenciam a atitude do receptor do texto, considerando que a tríade autor-obra- leitor desenvolve uma sinergia que contribui para a interpretação e a construção de inúmeros sentidos para o texto. É nessa intervenção do leitor com a obra que faz com que o horizonte da obra não seja único, nem pré-determinado. Dessa forma o leitor não é entendido como alguém passivo, mas um indivíduo que a partir de seus questionamentos poderá transformar completamente o objeto recepcionado. Assim, leitor e texto entram em uma relação simbiótica de experiências e sentidos, porque para Jauss “obra literária não é um objeto existente em si mesma e que apresenta em todo tempo e a todo observador a mesma aparência”. Jauss em sua teoria ainda suscita a problemática acerca do leitor, em querer compreender como agem as ressignificações na experiência de fruição dessa recepção, que estaria dividida em efeito e recepção. Onde o efeito seria uma ocasião condicionada pelo texto e a recepção um momento condicionado pelo leitor. Então o sentido seria efetivo na ligação desses dois momentos; o apresentado pelo texto e o trazido pelo leitor determinado por suas experiências. Vista assim, a teoria desenvolvida por Jauss pode ser vastamente explorada para a compreensão de como as crianças interpretam e reagem as diversas problemáticas que se apresentam, e que aos poucos vão influenciando no processo identitário desses sujeitos e definindo seu modo de ser e agir, pois as narrativas e as histórias remetem a criança para uma observação do quotidiano, do universo da sua infância e do ambiente que a cerca. A identidade é entendida como um processo social, e em constante transformação a literatura tem muito a contribuir no fortalecimento da identificação do sujeito que esta sempre em transição com o meio em que vive, talhando assim o pertencimento e construindo os significados. Muito se tem escrito sobre a importância da literatura na construção da identidade da criança, que segundo Bastos são duas as dimensões dessa identidade explorada pela literatura: a “interiorização do eu e inserção social; dimensões essas que permitem a evolução da afetividade, do sentimento moral, da correlação do pensamento-imaginação, inter-relação da vontade e da inteligência, bem como as múltiplas possibilidades de integração num grupo, ou com o meio” Para autores como Dacosta “A vivência dos mais diversos sentimentos, através da literatura, permite à criança a maturação psicológica e a compreensão do outro, os 10
  • 11. ISBN - 978-85-8209-004-6 que não têm experiência literária são muitas vezes imaturos, torna-se-lhes difícil à compreensão do outro e é por isso que o mundo se desumaniza”. Em meados de 70 e 80 do século XX, surgiram novas tendências na literatura infantil, relacionadas com as questões ambientais, as questões multiculturais e as questões políticas. As questões ambientais aparecem neste contexto como umas das grandes preocupações da nossa sociedade começam, então, a surgir histórias que abordam a defesa dos animais no seu habitat, a poluição do planeta, o desaparecimento dos recursos naturais, à defesa das árvores e de espaços urbanos mais harmoniosos e verdes. Puxado por essa tendência nos anos 90, a temática do desenvolvimento sustentável perpetua os valores ambientais explícitos na literatura infantil juvenil. Compreendida como a preocupação pela busca de um equilíbrio abalado pelo avanço tecnológico, pelo crescimento urbano desordenado . A partir do que foi exposto neste breve escrito é possível perceber que estudos a cerca da estética da recepção tem muito a contribuir com o desenvolvimento de um novo olhar, quem sabe mais atento acerca das potencialidades da Literatura Infantil juvenil, como vetora na transmissão de ideias, questionamento e valores. Não se tratando de instrumentalizar a Literatura Infantil juvenil, mas de explorar todas as suas potencialidades, visto que a leitura é a percepção, ao exigir que os leitores, se envolvam com ela, evidenciando a ideia de que o ato de ler não é abstrato, mas sim uma relação dialógica com seu leitor contribuindo assim para sensibilização sobre temas emergentes como identidade, pertencimento e sustentabilidade entre as crianças. Palavras-Chave: Literatura infantil juvenil; estética da recepção; 11
  • 12. ISBN - 978-85-8209-004-6 ARQUITETURA NEO-ENXAIMEL EM SANTA CATARINA: PATRIMÔNIO DE AMANHÃ? Maurício Biscaia Veiga Mestrando em Estética e História da Arte Universidade de São Paulo, USP/MAC RESUMO A comunicação é uma síntese da discussão sobre o neo-enxaimel disseminado a partir do final da década de 1970, em algumas cidades da região nordeste de Santa Catarina, em especial, Blumenau e Joinville, cidades que promoveram políticas de incentivo para a construção de novas edificações inspiradas na antiga técnica arquitetônica do enxaimel, a qual havia sido trazida ao Brasil pelos imigrantes alemães no século XIX. Desta forma, com o intuito de promover o turismo na região, criou-se um estilo arquitetônico, o neo-enxaimel, uma vez que estas novas construções não tinham como objetivo resgatar ou perpetuar a antiga técnica, mas transformar a estética urbana do centro destas cidades, de forma a se valorizar e reafirmar uma possível identidade germânica. Assim, os encaixes de madeira vistos em suas fachadas não fazem parte de sua estrutura, como era nas antigas casas, sendo apenas decorativos. Se, por um lado, esta nova arquitetura encanta turistas e transeuntes, que realmente acreditam em sua legitimidade enquanto patrimônio arquitetônico, por outro ela provoca discussões sobre sua autenticidade. Na época de sua construção, ao mesmo tempo em que havia elogios por parte daqueles que acreditavam que isso valorizava as tradições germânicas, havia também várias críticas, especialmente de arquitetos e historiadores, os quais consideravam que estas imitações apenas depreciavam o autêntico enxaimel, criando uma arquitetura Kitsch, um pastiche. Foram até mesmo criados nomes pejorativos, como enxamelóide e enxaimeloso. No entanto, embora ainda hoje a arquitetura desta época divida opiniões, é inegável que ela adquiriu um grande valor simbólico ao ser incorporada ao imaginário social, tendo algumas das edificações se tornado símbolo destas cidades, além de populares atrativos turísticos, como o Castelinho de Blumenau, ou o mercado municipal e o pórtico, em Joinville. Assim, o neo-enxaimel pode vir a ser, futuramente, considerado patrimônio cultural e protegido como tal, não por seu valor arquitetônico ou artístico, visto que é apenas cópia, mas por seu valor simbólico como a arquitetura de uma época e também por fazer parte da memória coletiva. Isto é hoje apenas uma hipótese, devendo ocorrer, ou não, somente daqui a alguns anos ou décadas. Porém, ao se analisar historicamente os estilos arquitetônicos, vê-se que um estilo renegado em uma época passa a ser valorizado posteriormente. Pode-se citar como exemplos a arquitetura gótica medieval, que foi renegada pelos renascentistas e foi posteriormente elevada a estilo nacional em vários países europeus, culminando, inclusive no surgimento do neogótico; a arquitetura eclética e historicista do século XIX e início do XX, que foi amplamente condenada pelo movimento modernista e hoje é amplamente valorizada; além do próprio enxaimel catarinense, antes considerado uma simples técnica de arquitetura popular e hoje tombado como patrimônio nacional. Palavras-Chave: Arquitetura neo-enxaimel, patrimônio cultural. 12
  • 13. ISBN - 978-85-8209-004-6 CINEDUCAÇÃO - COLORIZAÇÃO, RECORTE E DESENHO Pedro Augusto Villas Bôas Acadêmico do curso de Design de Animação Digital Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE Orientador: Nielson Ribeiro Modro RESUMO O projeto de extensão Cineducação tem como objetivo sugerir filmes que possam ser utilizados didaticamente. Um dos desdobramentos do projeto é a publicação de livros dentre os quais se destaca o Cineducação em Quadrinhos (2006) com a teoria do projeto apresentada na forma de história em quadrinhos. Em 2011 foi iniciado o projeto de adaptar o livro para vídeo, transformando-o em um curta animado em 2D. Para isto toda a linguagem do livro precisou ser “retrabalhada”, partindo das imagens originais para através de recortes, remontagens e colorização ter material apropriado para o processo de animação gráfica. As páginas foram recortadas e coloridas digitalmente no Adobe Photoshop, editor de imagens, e posteriormente adaptadas parar passar no formato de tela mais recente “widescreen”, com a possibilidade de ser exibida até em telas de cinema, sem perdas na qualidade. A paleta de cores foi definida no início do projeto. Atualmente o vídeo se encontra na fase de execução, sendo animado por partes e transpondo a linguagem dos quadrinhos (livro/estática) para a linguagem audiovisual (filme/movimento). Palavras-Chave: cineducação, quadrinhos, filme 13
  • 14. ISBN - 978-85-8209-004-6 CINEMA DOCUMENTÁRIO; POTY LAZZAROTTO Karla Adriana Nascimento Mestranda do Mestrado em Patrimônio Cultural e Sociedade. Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE RESUMO Presente na história do cinema desde seu início o gênero documentário é usado por muitos realizadores como ferramenta de leitura do mundo. Eles se apropriam de estruturas narrativas e de recursos midiáticos para disseminar informações e mostrar ao público a sua visão sobre determinado assunto. O projeto de documentário cinematográfico tem o objetivo de publicizar a obra do artista plástico Poty Lazzaroto, circulante na cidade de Curitiba. O artista retratou o cotidiano dos curitibanos, e se constitui como referência identitária. Nos murais espalhados pela cidade estão retratados os colonos de Santa Felicidade em carroças, a paisagem natural repleta de pinheiros e referências aos povos indígenas e a arquitetura dos imigrantes. O início do projeto intitulado “Pelos Traços de Poty” se deu em forma de pesquisa bibliográfica e documental, tal pesquisa culminou no desenvolvimento do argumento para o documentário. No ano de 2009 o projeto foi inscrito no edital do Programa de Apoio e Incentivo à Cultura – PAIC da Fundação Cultural de Curitiba – FCC, depois de alguns meses saiu o resultado e ele foi contemplado na modalidade do Mecenato Subsidiado, iniciava-se ali outra etapa, a de captação de recursos. Após um processo seletivo, a Superintendência de Varejo Estadual do Paraná do Banco do Brasil incentivou o projeto, iniciava-se naquele momento a pré-produção do documentário “Pelos Traços de Poty”. Nessa etapa, as pesquisas foram aprofundadas e foram feitos os contatos com os entrevistados. Durante a produção, aconteceram as entrevistas e as filmagens pela cidade de Curitiba. Na pós- produção, além da edição de imagens e do som, foram providenciadas as legendagens, a autoração do DVD e as cópias desse. O resultado compreende em um documentário curta-metragem de 15 minutos, expositivo, biográfico, sobre a vida e a obra do artista plástico Poty Lazzarotto, finalizado em abril de 2012. Seu tema abrange a vida e a obra de Napoleon Potyguara Lazzarotto, o artista plástico curitibano. O documentário foi filmado inteiramente na cidade de Curitiba em tecnologia digital, sendo a fotografia e a montagem assinadas pelo premiado diretor Beto Carminatti, já a trilha sonora original foi composta por Rodrigo Janiszewiski e Fabiano O Tiziu. O documentário coloca em circulação inúmeros trabalhos, entre capas de livros, vitrais e principalmente painéis em azulejo e em concreto. Trabalhos que permitiram a ele imprimir sua marca na cidade de Curitiba. No documentário estão inseridas entrevistas de João Lazzarotto (irmão do Poty), Maria Ester (pesquisadora), Regina Casillo (historiadora de arte), Adoaldo Lenzi (artista plástico), Domicio Pedroso (artista plástico), Carlos Dala Estella (artista plástico) e de Daniela Pedroso (arte-educadora). O artista nascido em Curitiba em 1924, desde criança se mostrava apaixonado por desenhos e gravuras. Em 1946, partiu para estudar no Rio de Janeiro onde trabalhou com nomes consagrados do modernismo, como Portinari e Di Cavalcanti. Depois foi estudar em Paris. Na volta ao Brasil, fixou-se em São Paulo, onde realizou uma série de painéis e murais. Ao voltar para Curitiba, dedicou- se a cobrir a cidade com suas obras. O último trabalho foi um painel em mosaico, para o Teatro Calil Haddad, de Maringá, concluído em 1997, mas somente inaugurado em 2000, dois anos depois de sua morte. O curta foi selecionado pelo 14
  • 15. ISBN - 978-85-8209-004-6 Centro Técnico Audiovisual – CTAV para realizar os serviços de transfer para 35mm e mixagem de som, o áudio está disponível em stereo e em cinco canais, licenciado pela Dolby. O Instituto Cultural Brasil Argentina - ICBA apoiou o projeto realizando as traduções dos diálogos para as línguas inglesa e espanhola. Seu desempenho em festivais de cinema até o momento inclui o prêmio de “Melhor Direção de Fotografia” no Festival de Cinema Curta Amazônia em Junho de 2012 e Seleção oficial para concorrer ao prêmio de “Melhor Documentário” no Festival Iberoamericano de Sergipe (ainda não divulgado o resultado). Palavras-Chave: documentário; arte de Poty Larazzaroto; referências identitárias curitibanas 15
  • 16. ISBN - 978-85-8209-004-6 CONTRIBUIÇÕES PARA A INTERPRETAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DA ARQUEOFAUNA A PARTIR DO ESTUDO COMPARATIVO ENTRE PERFIS DOS SAMBAQUIS CUBATÃO I E ESPINHEIROS II EM JOINVILLE – SC Liliane Jacinto Zerger, Pós-graduada em Gestão e Educação Ambiental Associação Catarinense de Ensino - ACE RESUMO O litoral brasileiro teve sua ocupação humana muito anterior à chegada dos primeiros europeus. Estima-se que os primeiros registros da ocupação humana no litoral catarinense tenham ocorrido a 6000 anos antes do presente (AP). Segundo Bigarella (1949), no litoral catarinense foram registrados sítios arqueológicos distribuídos ao longo da costa em locais de alta produtividade primária, como manguezais, rios e lagoas. Os primeiros grupos humanos conhecidos ocupantes do litoral catarinense foram pescadores, coletores e caçadores e marcaram sua presença por construir montes de conchas conhecidos como sambaquis. Estes grupos ocuparam a linha da costa, por pelo menos 4000 anos. Os sambaquis são colinas artificiais de dimensão e datação variadas, sendo mais de 80% da sua composição representados por conchas de moluscos bivalves, além de enterramentos, artefatos, ossos, dentes, restos de peixes, aves, répteis, vegetais entre outros. Posteriormente, houve a ocupação do litoral por grupos detentores de conhecimento para a fabricação e manuseio da cerâmica. A cerâmica aparece nas atividades diárias como estratégia de armazenamento e cozimento dos alimentos, fato não observado entre os pescadores-coletores Este grupo cultural subsistiu preferencialmente de recursos marinhos, principalmente peixes . Provavelmente eram horticultores. Um dos primeiros aspectos da pesquisa arqueológica em sambaquis é o estudo de suas camadas que nos remete obrigatoriamente à análise de sua composição faunística. Porém, além dos índices tradicionais em zooarqueologia. NISP e NMP (Número de Peças Identificadas e Número Mínimo de Indivíduos), o estudo das camadas requer também índices que forneçam dados sobre a fragmentação dos vestígios e dados tafonômicos, os quais conduzem a informação sobre aspectos da formação do sítio. O propósito primário da zooarqueologia é aprender sobre a interação dos homens e dos animais e a conseqüência deste relacionamento para ambos. Uma das principais formas de utilização dos animais é para a alimentação. O uso de nutricional de plantas e animais forma a base da estratégia de subsistência. A zooarqueologia apesar de conhecida por arqueólogos brasileiros desde seus primórdios como disciplina, ainda é vista essencialmente como um meio de identificar e contabilizar as espécies animais encontradas em determinados sítios. As análises dos restos faunísticos do sul do Brasil visaram, até o momento, descrever os hábitos alimentares das populações de pescadores-coletores e ceramistas. No Município de Joinville existem 42 sambaquis cadastrados, embora extra-oficialmente estima-se que estes números ultrapassem os dados. Estes sítios são encontrados em zona rural, urbanas e costeiras, estando sob a responsabilidade do MASJ, fundado em 1969 para abrigar a coleção do pesquisador autônomo Guilherme Tiburtius. Um dos sítios arqueológicos objeto desta pesquisa é o sambaqui Cubatão I situado na área rural 16
  • 17. ISBN - 978-85-8209-004-6 do município de Joinville – SC, na Fazenda Trevo, às margens do Rio Cubatão. O Sambaqui Cubatão I faz parte de um conjunto de 7 sítios da embocadura do Rio Cubatão. Este rio desemboca no sul do Canal do Palmital, no fundo e a norte da Baía da Babitonga, situada no litoral norte de Santa Catarina. Por estar localizado às margens do rio Cubatão este sítio arqueológico manteve-se constantemente úmido favorecendo a preservação de material de origem vegetal. No entanto, este mesmo rio que evidenciou e preservou o material arqueológico é também responsável por sua degradação devido às ações abrasivas da maré que desmoronam permanentemente porções do sítio em forma de blocos formando perfil com cerca de 8 m de altura máxima por 110 m de comprimento. Por estas razões, o Sambaqui Cubatão I necessita de intervenção urgente para sua salvaguarda justificando a necessidade de garantir informações mínimas sobre os sítios e materiais arqueológicos raríssimos em acelerado processo de desaparecimento, contribuindo para o registro da estratigrafia e materiais da porção do sítio que está erodindo. O presente trabalho visa à ampliação da compreensão dos povos que construíram os sambaqui da região de Joinville ou baia da Babitonga por meio de comparação dos resultados obtidos em projetos de pesquisas arqueológicas realizadas nos sambaquis Cubatão I e Espinheiros II – dois sítios de mesma tipologia e com datação e ocupação aproximada - cujo foco foi o estudo de perfis estratigráficos e em particular os restos faunísticos. A pesquisa no sambaqui Cubatão I foi realizada pelo Museu Arqueológico de Sambaqui de Joinville, do qual a autora fazia parte e a pesquisa realizada no Sambaqui Espinheiros II foi desenvolvida pelo Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo. Em pesquisa realizada no sambaqui Espinheiros II as análises zooarqueológicas dos sedimentos de duas áreas diferentes (uma sondagem e um perfil), permitiram identificar duas fases distintas em sua formação. Na primeira fase, o sítio é constituído quase exclusivamente por conchas de berbigão, na segunda fase de sua formação e ocupação, a coleta de berbigões é acompanhada além de mariscos e ostras, por uma atividade pesqueira intensa . Os materiais obtidos nas amostras coletadas no Sambaqui Cubatão I foram pesados de modo a obter o P0 peso inicial, depois foram peneiradas com água em peneira de 2 mm para separar o material passível de análise obtendo-se o (P1). O processo de triagem foi feito com auxílio de pinça e lupa binocular obtendo-se os seguintes constituintes: conchas (bivalve e gastrópode), ossos, restos vegetais e rochas. As coletas foram realizadas com tubos de PVC de diferentes diâmetros, para atingir camadas de espessuras variadas, todos com 1 litro de volume. No sambaqui Espinheiros II, as coletas não foram realizadas segundo peso ou volume o que seria mais indicado, mas de acordo com a representatividade de cada camada. A partir dos resultados obtidos, realizamos uma comparação com as conclusões geradas pelo estudo do Sambaqui Espinheiros II. É importante considerar que as análises apresentadas anteriormente são resultados pontuais de uma pequena amostragem de um grande universo. Assim, seria ingênua qualquer tentativa de extrapolar estes resultados para o sítio como um todo. Porém, estes dados quando associados a outros que serão produzidos em pesquisas já em andamento e outros que porventura vierem, contribuirão para compreender o processo de formação e subsistência de populações pretéritas que viveram neste ambiente. Palavras-Chave: sambaqui, perfil estratigráfico, zooarqueologia. 17
  • 18. ISBN - 978-85-8209-004-6 DIVERSIFICANDO PROPOSTAS, O PROJETO DE EXTENSÃO CINEDUCAÇÃO Nielson Ribeiro Modro Professor do curso de Letras Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE RESUMO Site de Apoio Didático, para Professores, para Utilização de Filmes em Sala de Aula”, é vinculado ao departamento de Letras e objetiva sugerir filmes que possam ser usados didaticamente. O projeto já participou de cerca de uma centena de eventos acadêmicos e muitas publicações, entre elas a parceria que durou quase três anos com o jornal paulista A Turma do Pulguinha, com periodicidade mensal. Também foram publicados cinco livros através do projeto: Cineducação: Usando o Cinema na Sala de Aula (2005); Cineducação 2: Usando o Cinema na Sala de Aula (2006); Cineducação em Quadrinhos (2006); Nas Entrelinhas do Cinema (2008); e, O Mundo Jurídico No Cinema (2009). Durante o ano de 2011 o livro Cineducação em Quadrinhos começou a ser transformado em uma animação; também foi iniciada a produção do programa semanal Cinema no Ar, junto com a rádio educativa Udesc FM, e ainda o site do projeto foi totalmente reformulado e hospedado em um novo servidor. Em 2012 estreou o programa Papo e Cinema na TV Babitonga e está sendo finalizado um novo livro voltado para crianças. O site do Cineducação encontra-se em: http://www.modro.com.br/cinema. Palavras-Chave: Cineducação, cinema, educação 18
  • 19. ISBN - 978-85-8209-004-6 DOCUMENTÁRIO: MEMÓRIAS FAMILIARES SOBRE A CULTURA DO CATUMBI Alan Roger Sousa Bruna Regina Borba da Silva Elder Diego Catarino Eloísa Cataneo Priscila Fernanda Ferreira Acadêmicos do curso de Letras Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE Orientadora: Taiza Mara Rauen Moraes RESUMO O Catumbi é um movimento cultural e religioso entre negros escravos e libertos que vinham de várias regiões do país. Segundo Sestrem (2009), o grupo Catumbi é o resultado de uma homenagem a Nossa Senhora do Rosário feita por dois negros escravos que pediram que os escondesse, então com um clarão ofuscou os cães e assim o capitão do mato não os encontrou. Como gratidão, os negros cantavam e dançavam por onde passavam. No Brasil existem três folguedos: O Cacumbi, Quicumbi e Ticumbi que são folguedos afro-brasileiros os quais tem como centro os Reis de Congo e o louvor a São Benedito e Nossa Senhora do Rosário. De acordo com o Sesc Santa Catarina (2009),o Catumbi Itapocu é semelhante ao Cacumbi tradicional, a diferença é que no catumbi são valorizados mais os aspectos religiosos, as características negras juntamente com as características religiosas da região, valorizando a liberdade de opinião em defesa de seus princípios numa sociedade dominada pela etnia branca. Portanto “a luta de espadas tem um valor simbólico, na luta das tradições, não apenas um objeto de coroação ou ascensão de grupos rivais entre si dentro de mesma uma comunidade”. (Sestrem, 2009). A localidade de Itapocu, próxima ao município de Araquari, era conhecida como Porto Sertão, um abrigo de escravos e libertos que mantinham o Catumbi como cultura e em 1854, criaram no povoado a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e assim surgindo a festa. Hoje, existem duas igrejas nessa comunidade: A Igreja do Sagrado Coração de Jesus, que é dos brancos e a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos negros. O Catumbi Itapocu acontece em Araquari, nos dias próximos ao Natal, a partir do dia 16 de dezembro .São realizadas novenas em uma igreja, há cantos, danças de versos centenários. Com o bater de espadas de madeira e arrastar de calçados no assoalho. Todo esse ritual acontece há 150 anos na região. O projeto de documentário cultural têm como objetivos resgatar as memórias do Catumbi. As principais características e os momentos que marcaram a história e os costumes desse movimento cultural e religioso. Será buscado as origens como depoimentos e histórias contadas por pessoas que participaram, viveram e vivem o Catumbi. Os pontos curiosos sobre o que passaram os integrantes desse grupo e os conflitos que passaram os negros dos brancos. A Igreja Nossa Senhora das Graças a qual é conhecida como igreja do Catumbi, situada em São João do Itaperiú, é conhecida por receber devotos ao catumbi, esta igreja será alvo da pesquisa, pois irá mostrar uma parte dos objetivos que o grupo pretende alcançar: a religião. É por meio da cultura que o homem se adapta ao mundo ao seu redor e a realidade. Cada povo/cultura transmite às outras o que aprendeu, gerando assim uma grande diversidade, como é o caso do Brasil, um país onde há várias culturas gerando a rica 19
  • 20. ISBN - 978-85-8209-004-6 cultura brasileira. Cabral (2006) coloca que todos os seres humanos possuem cultura, mas não é inata e sim adquirida no contato, na convivência com o outro, com grupos. Sabendo de tal relevância que tem a cultura queremos divulgar essa tradição que faz parte da cultura do estado de Santa Catarina e muitas pessoas não a conhecem, pois de acordo com os próprios participantes do movimento ainda falta informação sobre o Catumbi, por isso a cultura não é tão divulgada dentro do estado, pois há várias pessoas de outros estados que vem prestigiar a celebração. Ao nos depararmos com os primeiros dados, percebemos que é um movimento muito rico, com rituais, cada momento da apresentação tem um objetivo, um significado para estar acontecendo, como a coroação dos reis e a escolha das autoridades. Outro aspecto bem interessante é a forma como é dançada, realizada a apresentação do grupo Catumbi: bater de espadas de madeira, arrastar de calçador e tambor feito artesanalmente do coro do cachorro do mato. Segundo participantes, a tradição é passada de pai para filho, o espírito de grupo e a oralidade pela qual vão se perpetuando as letras e os nomes dos mestres puxadores. Há uma riqueza de detalhes, levadas a sério, pois o foco é a religião, a fé. As pessoas entrevistadas tem parentesco com outras que fazem parte do movimento, por isso foram relatadas muitas memórias, lembranças do que sabem a respeito do Catumbi, que poderão ser melhor entendidas, analisadas na exibição do documentário. As histórias registradas desvelam costumes, crenças, que fazem parte do nosso dia a dia e muitas vezes ignoramos como manifestação cultural que expõem nossas raízes. Palavra-chave: religião; cultura catumbi; Itapocu 20
  • 21. ISBN - 978-85-8209-004-6 DOCUMENTÁRIO: SER É A QUESTÃO! João Marcos da Silva Luana Francine Mayer Sônia Regina Biscaia Veiga Talita Fernanda Silva Bolduan Acadêmicos do curso de Letras Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE Orientadora: Taiza Mara Rauen Moraes RESUMO A comunicação trata de um documentário sobre uma peça de Shakespeare encenada, dirigida e representada para uma comunidade é, replicar o contato com um dos dramaturgos mais famosos e provar que alguns escritores, mesmo de épocas tão distantes, continuam contemporâneos em seus temas, conquistando leitores e criticando alguns problemas sociais que persistiram através dos anos. O projeto “Ser ou não ser: Shakespeare na Comunidade”, aprovado pela Lei do Mecenato do SIMDEC/2011 da Fundação Cultural de Joinville é coordenado pelos atores e diretores Hélio Muniz e Norberto Xavier Deschamps, com realização do Grupo de Teatro Os Navegantes da Utopia. O objetivo do projeto é montar a peça teatral "Muito barulho por nada" do dramaturgo inglês William Shakespeare, que será apresentada no bairro do Profipo e em locais culturais da cidade. Os ensaios ocorrem todos os sábados das 9h às 12h na E. E. B. Alícia Bittencourt Ferreira. A proposta do projeto é muito significativa para a descentralização da cultura, visto que muitas vezes o que ocorre é a cultura da cidade ficar restrita à área central. Além dessa atividade no Profipo, há outros espaços culturais não centrais, como a Casa Cultural Iririú do Grupo Canto do Povo, o Amorabi no bairro Itinga, o AváRamin no América, a Sala Antonin Artaud no Bom Retiro, entre outros. Visando perceber qual é a real influência que o grupo exerce sobre o bairro, se faz necessário entender qual a história do grupo, do projeto proposto o “Ser ou não ser, Shakespeare na Comunidade” e do próprio bairro. Desta maneira o filme/documentário, tem por objetivo mostrar as relações que o projeto “Ser ou não ser: Shakespeare na comunidade” estabelece com o meio em que está inserido. Através do vídeo, espera-se poder estender o alcance do projeto e dar-lhe maior visibilidade. A pesquisa foi realizada com base no material que o grupo teatral disponibilizou a cerca de teatro (na comunidade) e teatro shakesperiano, assim como em outras mídias que possibilitaram a fundamentação e complementação de informações, além da busca de informações sobre o bairro em si. O resultado das pesquisas gerou um documentário contendo entrevistas com integrantes do grupo de teatro, bem como imagens de ensaios e do bairro. Os resultados parciais mostram que embora a proposta do grupo seja envolver a comunidade, ela ainda não atinge efetivamente o bairro Profipo. Grande parte dos moradores da região não tem conhecimento sobre o projeto ali realizado, mesmo que os ensaios aconteçam numa escola local semanalmente. Os atores da peça, em sua maioria não são moradores do bairro e estão ali justamente por não ter havido adesão da comunidade. Nota-se, no entanto, que os moradores aprovam a ideia proposta de um grupo de teatro comunitário e acreditam que ela possa possibilitar a melhoria da qualidade de vida dos que ali residem. Espera-se que com a finalização dos ensaios e o início das apresentações, a comunidade engaje-se culturalmente e dê um maior espaço para 21
  • 22. ISBN - 978-85-8209-004-6 propostas como esta, que incentivam a participação de crianças e jovens em atividades culturais e trazem para a realidade dos cidadãos experiências estéticas. Palavra-chave: Shakespeare; Teatro Comunitário; Bairro Profipo Joinville 22
  • 23. ISBN - 978-85-8209-004-6 DOCUMENTÁRIO: TERNO DE REIS: CULTURA EM MOVIMENTO Camila Macedo Dhuan Luis Xavier Jéssica Kleinschmidt Rafael de Souza Soares Rafael Gomes Vanessa Melo Acadêmicos do curso de Letras Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE Orientadora: Taiza Mara Rauen Moraes RESUMO Cultura (do latim Colere – cultivar), nesta simples palavra cabe inúmeros conceitos inacabados de diferentes acepções, dentre esses conceitos destaca-se o Taylor citado por Laraia ( segundo a qual cultura é “aquele todo complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e aptidões adquiridos pelo homem como membro da sociedade”. Dentro dessa perspectiva entende-se que a cultura encontra-se fragmentada na sociedade e difundida nas diferentes esferas sociais, gerando um novo conceito, a diversidade cultural. Canclini, um dos maiores investigadores em comunicação, cultura e sociologia da América Latina tem seus estudos marcados pelo conceito do hibridismo cultural. que segundo o autor, está presente em todas as partes. Para Canclini (2008, p. 97), o hibridismo entre culturas homogêneas não deve ser pensado apenas a partir de uma perspectiva demasiada pessimista, resumindo-se apenas na negação ou na adaptação durante o contato com essas culturas. Já um mesmo indivíduo pode identificar-se com várias línguas e estilos de vida, não faz sentido, segundo Clanclini(2008), entender identidade apenas como “ o repertório de ações, língua e cultura que permitem a cada pessoa reconhecer que pertence a certo grupo social e identificar-se com ele”. Canclini (1984, p.70) diz ainda que a originalidade cultural “reside na insolência e na liberdade com que tomamos daqui e dali aquilo que necessitávamos para o que desejamos ser”. No Brasil a colonização por diferentes povos permitiu uma variedade cultural muito rica. Em Santa Catarina temos a forte influência da cultura trazida pelos povos germânicos , italianos e açorianos no litoral, isto com a já existência dos povos indígenas, sobretudo Tupi- Guaranis. Dentro desta perspectiva do hibridismo cultural, o vídeo-curta “ Terno de Reis: Cultura em Movimento” vai abordar a tradição do Terno de reis e o seu movimento de transformação ao longo do tempo e também nos diferentes locais em que é reproduzido. Esta cultura foi trazida pelos colonizadores luso-açorianos para as cidades litorâneas do Brasil e também no meio rural, principalmente no estado de Santa Catarina. Esse movimento cultural acontece ainda hoje em várias outras regiões do país, conhecido como “Folia de Reis” e assume características singulares de acordo com cada local, diferenciando-se um pouco do Terno-de-Reis catarinense. O Terno de Reis é inspirado na história bíblica dos Três Reis Magos, Gaspar, Melchior e Baltazar, que seguiram a estrela no céu para o encontrarem o Menino Jesus que nasceu dia 25 de dezembro. No dia 6 de janeiro, os Três Reis chegaram a Belém e presentearam Jesus e Maria com ouro, mirra e incenso. Esta tradição se fundamenta nos ensinamentos cristãos católicos e as apresentações têm inicio sempre em Dezembro ou final de Novembro e encerram no dia 6 de janeiro. Os 23
  • 24. ISBN - 978-85-8209-004-6 grupos de Terno de Reis eram e ainda são organizados pela própria comunidade, adaptados com outros folguedos lusitanos e a cultura local. Os grupos formados por cantores e instrumentistas percorrem as casas do início da noite ao amanhecer. A apresentação se divide em três partes. Na chegada, saúdam os donos da casa e pedem licença para entrar. No segundo ato, louvam o menino Jesus em frente ao presépio. A cantoria é interrompida quando o dono da casa, seguindo o exemplo dos Reis Magos, presenteia o grupo com bebidas e comidas. A apresentação se encerra com a despedida. Segundo a cultura popular quem recebe o Terno de Reis em sua casa é abençoado. O vídeo propõe uma reflexão sobre a diversidade cultural, tendo como exemplo o Grupo de Terno de Reis de Joinville, Estrela Guia, para contrapor a ideia do resgate das culturas dos colonizadores para manutenção da sua pureza e originalidade, demonstrando que essa tradição se reconfigura com o tempo, porém é resinificada pelos integrantes do grupo que mantém a tradição. Palavras-Chave: Terno-de-Reis; Tradição; Hibridismo 24
  • 25. ISBN - 978-85-8209-004-6 FORMAÇÃO DE LEITORES DO LITERÁRIO: UMA EXPERIÊNCIA NA ESCOLA DA PONTE Patrícia Cesário Pereira Offial Universidade do Val do Itajaí - UNIVALI RESUMO Essa comunicação é uma síntese da dissertação Formação de Leitores do Literário: uma experiência na Escola da Ponte e apresenta um estudo com o propósito de compreender a concepção de literatura da Escola da Ponte e sua ressignificação na prática cotidiana. Debruça-se, também, em entender como arte, em especial, a literatura, pode contribuir para a educação estética do sujeito principalmente no ambiente escolar. Tendo em vista que a literatura é arte, faz-se necessário observar que o texto literário possui uma função estética e que seu tratamento na escola necessita respeitar essa função mediante uma escolarização adequada do texto literário. O percurso metodológico foi norteado pelos pressupostos da pesquisa qualitativa (GIL, 1999), com dados produzidos a partir de observações, entrevistas e questionários realizados na escola da Ponte. As discussões que este estudo propõe estão ancoradas em um conjunto de teóricos multirreferenciais a partir da concepção da literatura fruitiva, respaldada por Eco (2010), Culler (1999), Barthes (2010), Calvino (1996), dentre outros. Os resultados apontam para algumas proposições acerca do ensino da literatura na Escola da Ponte e das contribuições que essa metodologia pode trazer para a formação estética dos sujeitos. Palavras-Chave: Literatura. Escola da Ponte. Formação Estética 25
  • 26. ISBN - 978-85-8209-004-6 FORMAÇÃO DE LEITORES NA ESCOLA PÚBLICA O PIBID DE LETRAS E AS ESTRATÉGIAS DE LEITURA Cleide Jussara Müller Pareja Rafael Moura de Morais Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI RESUMO Projeto de leitura realizado na Escola de Ensino Médio Professor Henrique da Silva Fontes, Rede Estadual, Itajaí – SC, com o objetivo de formar leitores segundo a metodologia da literatura fruitiva. A partir de diagnóstico, os licenciandos de Letras da UNIVALI propõem estratégias de leitura diferenciadas em verso e prosa, tendo o livro como objeto estético, a fim de contribuir à qualificação do ensino da escola pública, formação estética de leitores, ampliação de acervo bibliográfico e aproximação autor – livro – aluno; colaborando para a formação sensível de docentes e leitores. Palavras-Chave: PIBID, Estratégias de Leitura, Formação de Leitores 26
  • 27. ISBN - 978-85-8209-004-6 GIRANDO O CALEIDOSCÓPIO – MEMÓRIAS COMO BUSCA IDENTITÁRIA E LEGITIMADORA DA CULTURA DE CRIANÇAS ABRIGADAS Laura Meirelles Mestranda em Patrimônio Cultural e Sociedade Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE Orientadora Dra. Taiza Mara Rauen Moraes RESUMO A comunicação é um recorte do projeto de pesquisa: Girando o caleidoscópio – memórias como busca identitária e legitimadora da cultura de crianças abrigadas, que está sendo desenvolvido no Programa de Mestrado em Patrimônio Cultural e Sociedade- UNIVILLE, pretende movimentar-se em direção às memórias pessoais como via para recuperação identitária de crianças abrigadas que, em contato com as narrativas ficcionais, poderão identificar sua própria história, elaborando a partir desta descoberta, conceitos e princípios que unam a experiência individual à coletiva estabelecendo assim, elos sociais e culturais. Os conceitos sustentadores são de Vigotski (2009) para tratar da expressividade dos relatos e Duborgel (1992) para a análise da carga simbólica dos relatos nas manifestações do real. As fragilidades dos vínculos de vida destas crianças refletem memórias que entremeadas pelas experiências de abandono e de violência se mostram fragmentadas, tornando-se uma possível forma de proteção. Os reconhecimentos de fragmentos positivos nessas memórias poderão tornar-se importantes para as novas trajetórias de vida, onde o encontro nas tramas do texto das narrativas e o exercício da reescrita de suas histórias de vida, poderão ser importantes na nova organização de memórias positivas. A metodologia utilizada será de pesquisa e intervenção com abordagem qualitativa, explorando a elaboração de álbuns de registro de história de vida, as diversas modalidades da produção textual e o registro dos encontros em diário de campo. Palavras-Chave: memória; infância; identidade. 27
  • 28. ISBN - 978-85-8209-004-6 HISTÓRIA E MODA: REFLEXÕES SOBRE A GUERRA FRIA ATRAVÉS DA MODA. USOS E ABUSOS EM SALA DE AULA. Daniela Pereira Licenciada em História Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE RESUMO A moda tem um importante papel na História da Humanidade, desde que o ser humano começa a se organizar em civilizações a sociedade representa sua identidade através das vestimentas. O discurso da moda faz uso de estratégias argumentativas que, com a intenção de influenciar o público, provocam uma identificação entre os grupos que o utilizam. Essas estratégias argumentativas são analisadas nesse trabalho no período pós-guerra do século XX, onde a Guerra Fria influenciava vários esferas sociais para se afirmar na esfera política.A ultima metade do século XX foi influenciada pela disputa ideológica entre duas grandes ideologias políticas na humanidade: o capitalismo, representado pela grande potência Estados Unidos e o Social-comunismo representado pelo forte grupo unificado na região da Eurásia em 1922, URSS (União das Republicas Socialistas Soviéticas). Essa disputa buscava a hegemonia política, econômica e militar no mundo, onde os Estados Unidos tinha o interesse em expansão do sistema capitalista baseado na economia de mercado, sistema “democrático” , propriedade privada e a “liberdade” de escolha, de consumo. Já o partido comunista defendia a igualdade de direitos sociais ao mesmo tempo que era autoritário e totalitarista. Essa guerra foi denominada de “Fria” pois não houve uma disputa direta entre ambos, uma disputa bélica. A partir desse contexto, a moda se torna num dos elementos fundamentais da nova sociedade que se construía, a sociedade pós-guerra, onde os totalitarismos e racionamentos, fizeram a humanidade repensar muitas práticas enraizadas socialmente, surgindo uma nova juventude, rebelde, radical, politizada. O Brasil foi fortemente influenciado pelos Estados Unidos na década de 50, principalmente pela juventude americana que elegeu o rock and roll como símbolo de rebeldia e inovação da sociedade. Esses elementos trouxeram para o Brasil essa nova característica social, a do consumo cultural, de elementos como a música e a moda.A cultura popular esta submersa de elementos e simbologias riquíssimas para trabalhar de maneira lúdica a disciplina de História. Ao pensar sobre o ensino de História, muitas vezes nos sentimos distantes das discussões em relação a matemática ou a dicotomia entre ciências exatas e humanas. Muito mais que para além de seus pares, a História deve ter essa característica de poder transcender do espaço acadêmico ou institucional para outros locais, outras ambientes educativos, como a escola. Para isso acontecer, há a necessidade do professor junto ao aluno perceber o ensino de História como um lugar de fronteira, entre o ensino e a pesquisa, pensadas sempre em movimento, não se desvinculado uma da outra. Para tanto “é importante que […] a História se aproprie de canais de diálogo entre a realidade vivida e interpretada e que possam, assim, ampliar suas respectivas possibilidades de compreensão” (FONSECA, 2007). Portanto a relação entre Moda e História é base para ampliar muitas outras análises, assim como, a relação com outras disciplinas, pois para nos entendermos, temos que compreender como fomos construídos, como chegamos até aqui, estudando as culturas de outros tempos, pois sem elas nem existiríamos, sem o passado não haveria presente e essa construção requer uma análise e 28
  • 29. ISBN - 978-85-8209-004-6 reflexão. Reflexão essa que perpassa por nossa própria existência, pois estudar nossa história é também estudar a nós mesmos. Trata-se de um processo, que gradualmente foi se transformando, até chegar nos dias atuais, com desdobramentos e permanências. Sem essa reflexão perdemos nosso senso critico- reflexivo, tão importante na construção da cidadania.Pensando a partir dessas características e tendo a teoria construtivista de Jean Piaget como horizonte teórico, este trabalho utilizou como corpus a moda popular na sociedade, durante o período de 1950 à 1990 para análise da sociedade no período da Guerra Fria. Na análise do discurso da moda, do ponto de vista da argumentação das próprias tendências, serviram como base para explicar os recursos persuasivos das narrattivas política que seguiam naquela época. Na tentativa de alcançar a adesão da do consumidor, o enunciador do discurso da moda revela um ethos sedutor que incorpora estereótipos da juventude da época e da mulher moderna para despertar o fascínio do público.O trabalho, realizado nesse ano(2012) na Escola Municipal João Costa, como Trabalho Interdisciplinar com as disciplinas de História, Inglês e Português consiste em problematizar e historicizar, utilizando a esfera da moda, como era a vida social e política dos anos de 1950 a 1990, no Brasil e no Mundo. Como a moda se (re) significa e se apropria de elementos da vida cotidiana, fomentando discursos e identidades sobre a sociedade. Para tanto os alunos foram divididos em grupos, tendo cada grupo responsabilidade por uma década desse período, após foram realizadas pesquisas na internet para compreensão inicial do período estudado, assim como base teórica na sala de aula, e aulas multimidia para maior compreensão desse período. No final do trabalho os alunos tiveram que produzir roupas com as tendências estudadas em cada período, refletindo sobre a maior preocupação da nossa era, a sustentabilidade. Foram produzidas roupas sustentáveis, com material reciclável, possibilitando problematizar as novas identificações e anseios sobre a moda e a História, suas apropriações culturais, e processos identificatórios condizentes com as práticas atuais representadas por meios da roupas produzidas pelos alunos. Palavras-Chave: História da Moda, História Contemporânea, Guerra Fria. 29
  • 30. ISBN - 978-85-8209-004-6 JOINVILLE: IDAS E VINDAS, MITOS E MEMÓRIAS Eliana Aparecida de Quadra Correa Mestre em Patrimônio Cultural e Sociedade Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE Orientadora Dra. Taiza Mara Rauen Moraes RESUMO A comunicação é uma síntese da pesquisa intitulada Joinville: idas e vindas, mitos e memórias enfoca a cultura imaterial joinvilense. Causos e lendas narradas sob a ótica de idosos migrantes nascidos antes da década de 1950 são abordados como manifestação e representação popular e social da cidade. O trabalho apresenta resultados de uma investigação de textos de literatura oral como representação social e literária. A análise é cronologicamente apresentada por meio do processo de migração e construção de identificações culturais em Joinville. Os olhares analíticos, apoiados em historiadores regionais, cruzam com os causos e as lendas relatados nas entrevistas de Luiza, Terezinha, Izabel, Maria Raimunda, Serafina, Hilda e Luiz, que foram gravadas e transcritas conforme a metodologia da história oral. A categoria utilizada para a análise dessas narrativas orais foi sustentada nos conceitos de mito, rito, símbolo, lenda e causo e em suas variações encontradas na literatura oral. Trata-se de histórias contadas em diversas localidades, mas que apresentam especificações conforme a cultura, o tempo e o espaço em que são contadas, porém sua representação é conservada. As narrativas coletadas são cotejadas com versões de Cascudo, Cascaes e Azevedo e sustentadas pela teoria da memória, cultura, identidade, tradição, velhice, de modo a explorar a cultura popular, passada de geração em geração, expressando identificações, práticas, representações, conhecimentos, técnicas, instrumentos, lugares e grupos que os reconhecem como patrimônio cultural imaterial. Palavras-Chave: causos e lendas; vozes de idosos migrantes joinvilenses; cultura imaterial. 30
  • 31. ISBN - 978-85-8209-004-6 LEITURA LITERÁRIA EM MEIO ELETRÔNICO: UMA EXPERIÊNCIA DE LEITURA EM BIBLIOTECA VIRTUAL Amanda Corrêa da Silva Sônia Regina Biscaia Veiga Taiza Mara Rauen Moraes Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE RESUMO A presente comunicação é decorrente de pesquisas desenvolvidas junto ao projeto “Autores, obras e acervos literários catarinenses em meio digital” (PRONEX – FAPESC/ CNPq/ UFSC/ UNIVILLE/ UDESC/ Universidade Complutense de Madrid), cujo objetivo é propor reflexões e discussões sobre a leitura no ciberespaço. Foram realizadas quatro atividades de leitura e análise de textos literários com os alunos do 1º ano de Letras da Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE – que foram postadas no blog “Poética Tecnológica” (www.poeticatecnologica.blogspot.com), no primeiro semestre de 2012. O projeto pretende dar sequência às atividades que o Núcleo de Pesquisas em Informática, Literatura e Linguística (NUPILL www.nupill.org) vem desenvolvendo nas diversas interfaces entre literatura e informática. Os resultados parciais, obtidos através de análises das atividades dos alunos, indicaram que as questões dirigidas obtiveram menos êxito do que as reflexivas e demonstram como dados iniciais, o desejo de autonomia leitora por parte dos sujeitos envolvidos. Os resultados indiciam que as atividades de leitura crítica de textos em ambiente de hipermídia em biblioteca digital demarcam novas relações entre professor e aluno. O professor deverá rever posturas dirigistas e criar situações nas quais o aluno organiza seu processo leitor, partindo de um tema condutor proposto para o grupo. As discussões e reflexões sobre os formatos de apresentação de obras digitalizadas mais adequadas à leitura são questões a serem investigadas, pois ambientes digitais mais atrativos para a inserção de textos literários podem gerar pactos estéticos. Palavras-Chave: biblioteca virtual, leitura, literatura 31
  • 32. ISBN - 978-85-8209-004-6 LITERATURA INFANTIL CONTEMPORÂNEA: ESPAÇO DE HIPERTEXTUALIDADE E FRUIÇÃO Elaine Cristina da Silva Martins Adair de Aguiar Neitzel Carla Carvalho Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI RESUMO Esta comunicação trata da formação de leitores mirins por meio de obras literárias contemporâneas e se propõe a investigar as obras Cigamiga e Formigarra de Gloria Kirinus e A caligrafia de Dona Sofia de André Neves. Observar-se-á quais os procedimentos narrativos utilizados pelo escritor que nos permitem perceber a obra como um texto hipertextual, identificando as características literárias dos livros de literatura infantil contemporâneos. Esta análise permitiu perceber que esses livros de literatura infantil possuem elementos hipertextuais como: dinamicidade e multiplicidade, o tom poético imprime musicalidade, e o projeto gráfico amplia o potencial do escrito tornando a narrativa nos dois casos reversível. Dessa forma as obras avaliadas pelos elementos hipertextuais valorizam a experiência estética que permitem ao leitor a interação com o livro por meio da fruição. Palavras-Chave: Literatura; Hipertextualidade; Fruição 32
  • 33. ISBN - 978-85-8209-004-6 MATEMÁTICA NA LITERATURA: VIDA E OBRA DE MALBA TAHAN Meurly Katiline dos Santos Cristian Elizabete de Freitas Acadêmicos do curso de Licenciatura Plena em Matemática Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI Orientadora: Cirlei Marieta de Sena Corrêa RESUMO O Projeto Vida e Obra de Malba Tahan foi desenvolvido por bolsistas do Programa de Incentivo à docência – PIBID da UNIVALI. O estudo do conto “A Herança dos 35 camelos” do livro O Homem que calculava – de Malba Tahan, possibilitou a aproximação entre matemática e literatura ao fazer uso de contos literários na resolução de problemas. Essa ação reforçou a prática do professor Julio César de Melo e Sousa, Malba Tahan, professor e escritor brasileiro. Além do estudo sobre a Vida e obra do professor, os alunos tiveram acesso aos livros do acervo de mais de 120 obras já publicadas. Os alunos demonstraram-se surpresos ao saber que um professor de matemática escrevera tantos livros e alguns, inclusive, relataram não saber que fosse possível matemática na literatura. O desenvolvimento do projeto levou ainda alunos, educadores, pais e à comunidade o conhecimento do dia Nacional da Matemática, comemorado no Brasil em 06 de maio, data de nascimento de Malba Tahn. Palavras-Chave: Matemática; Malba Tahan; Contos Literários 33
  • 34. ISBN - 978-85-8209-004-6 O PIBID DE LETRAS - LITERATURA E CULTURA BRASILEIRA Adair Aguiar Neitzel: Cleide Jussara Müller Pareja Bruno Lazarotto Farias Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALE RESUMO Esta pesquisa tem o objetivo de apresentar os resultados do PIBID de Letras da UNIVALI desenvolvido durante o ano de 2011-2012 na EEM Victor Meirelles, em Itajaí, SC. Reflete acerca do contato dos licenciandos com o cotidiano da escola, priorizando atividades voltadas ao desenvolvimento de projetos inovadores, estratégias de ensino e materiais didáticos. Possuí foco na formação de leitores e tem como eixo sustentador a metodologia da leitura fruitiva, com o objetivo de aproximar os alunos do texto literário e inseri-los num movimento de fruição literária, o PIBID de Letras planejou o desenvolvimento do projeto de leitura intitulado Literatura e cultura brasileira com foco nas leituras de romances da literatura nacional. Esta concepção promoveu a experimentação de atividades lúdicas de leitura tais como: jogos dramáticos, leitura de narrativas, leitura dinâmica, entre outros. Como resultado, podemos indicar, por exemplo: ampliação do acervo literário, qualificação dos licenciandos, mobilização do grupo, da gestão e da comunidade e introdução no currículo escolar de atividades de leitura. Palavras-Chave: Fruição - Literatura - PIBID 34
  • 35. ISBN - 978-85-8209-004-6 PROLER E ARTE VISUAL REGIONAL: A FORMAÇÃO ESTÉTICA NA ESCOLA Aline Amaral de Freitas Acadêmica do curso de Artes Visuais Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI Orientadora: Carla Carvalho RESUMO Apresenta pesquisa realizada pelo PROLER Itajaí em escolas da Rede Municipal de Itajaí – SC. Objetiva investigar a formação estética dos estudantes por meio da relação com a produção artística visual regional. Realizaram-se as seguintes ações: pesquisa da arte visual regional, sistematização de exposições das obras de arte na escola, monitorias com mediação de leitura das obras de arte, visita dos artistas locais aos espaços escolares e oficinas com crianças e adolescentes. Viabilizou aos estudantes contato com o artista, com a obra de arte original e imagens de outras obras do mesmo artista, possibilitando a formação estética e artística desses sujeitos. Permitiu repensar os espaços estéticos nos contextos escolares, a leitura da obra de arte, assim como a reflexão e a interpretação da obra. Observamos que o contato com a Arte e o artista possibilitou estabelecer novos sentidos para a arte visual na escola, pensar o lugar do “objeto artístico”, naturalmente inserido nas Galerias ou nos museus, e o artista “produtor da arte” com isso repensando o estereótipo do sistema da arte. Possibilitou reflexões sobre o papel do professor de arte no contexto escolar, sua relação com os conceitos artísticos, com a leitura de obras de arte regionais e a formação estética e a formação docente. Palavras-Chave:: Ensino de Arte; arte regional; formação estética 35
  • 36. ISBN - 978-85-8209-004-6 QUADRINHOS JOINVILENSES EM LIVRO Nielson Ribeiro Modro Professor do curso de Letras Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE RESUMO Mesmo que os quadrinhos sejam considerados por muitos como sub-literatura há anos este panorama vem sendo mudado. Duas coletâneas inserem-se nesse contexto: O Cão Tarado (2009) e Os Monstrinhos do Rio Cachoeira (2011). Objetivando resgatar e registrar o trabalho de quadrinhistas joinvilenses foram realizadas pesquisas sobre personagens que marcaram décadas de um traço cultural da cidade. O Cão Tarado realiza uma crítica social aguçada e foi publicado no ano em que completava 20 anos de presença diária no Jornal A Notícia. Os Monstrinhos do Rio Cachoeira resgatou 160 tiras e 10 histórias completas de personagens que sempre visaram a crítica ambiental. Em ambos a metodologia adotada foi a pesquisa bibliográfica, selecionando entre as milhares de tiras publicadas aquelas que melhor representassem o contexto cultural em que se inserem os personagens. Nos dois livros há um texto introdutório com uma visão histórica, contextualizando a importância dos personagens social e culturalmente, e apresenta uma análise sob perspectiva didática. Os livros, mais que mera pesquisa histórica operam um resgate e registro cultural de uma importante parte da cultura local. Palavras-Chave: Literatura, quadrinhos, Monstrinhos do Rio Cachoeira 36
  • 37. ISBN - 978-85-8209-004-6 UMA LEITURA PARTICIPATIVA Nielson Ribeiro Modro Professor do curso de Letras Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE RESUMO Sem dúvida há séculos a leitura é um dos principais fatores na aquisição de conhecimento. Partindo-se desta constatação, nas aulas de Metodologia Científica em turmas iniciais, é passada a necessidade de saber-se ler adequadamente, identificando o tipo de texto, adotando uma postura adequada e produtiva na leitura. Busca-se não apenas ressaltar a importância do ato de ler mas dar noções de como realizar uma leitura participativa, num nível de leitura aprofundado, que leve a um posicionamento crítico e uma tomada de posição frente aos argumentos apresentados pelo autor, ao fim tendo condições de gerar argumentações próprias, concordantes ou não com o autor. Objetiva-se uma leitura não meramente mecânica e decodificadora mas sim crítica. Entende-se necessário adotar uma postura adequada, como leitor participativo e argumentativo, adentrando nas camadas profundas do texto e extraindo o máximo possível do mesmo, com caráter reflexivo, autônomo e crítico, buscando expressar os próprios pensamentos e diferente de um trabalho meramente repetitivo e sem autonomia. Complementam-se tais orientações com sugestões práticas de otimização das leituras realizadas. Palavras-Chave: Leitura, leitura participativa, leitura crítica. 37
  • 38. ISBN - 978-85-8209-004-6 2º SEMINÁRIO DE PRÁTICAS LEITORAS ÍNDICE PROJETO A ARTE POR TODA PARTE .................................................................................................. 39 PROJETO A BANQUETA DO LEITOR ................................................................................................... 40 PROJETO BRINCANDO COM AS POESIAS........................................................................................... 41 PROJETO CANTANDO E ENCANTANDO ............................................................................................. 42 PROJETO CONTOS DE ASSOMBRAÇÃO E MISTÉRIO .......................................................................... 43 PROJETO DE LEITURA “INTERAÇÃO ENTRE PAIS E FILHOS” .............................................................. 44 PROJETO DEGUSTAÇÃO POÉTICA...................................................................................................... 45 PROJETO ENCANTANDO E CONTANDO HISTÓRIAS........................................................................... 46 PROJETO HISTÓRIAS E MAIS HISTÓRIAS............................................................................................ 47 PROJETO: RESGATE DA CULTURA ATRAVÉS DA LITERATURA ........................................................... 48 PROJETO VALORES MÁGICOS............................................................................................................ 49 PROJETO VIVENCIANDO A LITERATURA ATRAVÉS DA NATUREZA .................................................... 50 PROJETO VIVENDO O MUNDO DA IMAGINAÇÃO ............................................................................. 51 38
  • 39. ISBN - 978-85-8209-004-6 PROJETO A ARTE POR TODA PARTE Fátima de Souza Bastos Maria Isabel de Oliveira Centro de Educação Infantil Sol Nascente RELATO A arte é uma forma do ser humano expressar suas emoções, sua história e sua cultura através de valores estéticos. Pode ser representada de várias formas, em especial na música, na escultura, na pintura, no cinema e na dança e na literatura. A arte vem evoluindo e ocupando um importantíssimo espaço na sociedade, de diferentes maneiras: visualizadas, ouvidas ou mistas (audiovisuais). Segundo Martins, Picosque, Guerra (1998, p.14): “A comunicação entre as pessoas e as leituras de mundo não se dão apenas por meio da palavra”. O nosso compromisso como educadoras e estimuladoras é propor um trabalho em que o desenvolvimento das expressões e percepções infantis sejam cada vez mais expressivas, aprimorando as potencialidades da criança, orientando-a a observar, ouvir e tocar, percebendo as coisas, a natureza e os objetos à sua volta. O Projeto foi direcionado à faixa etária de cinco anos, e o vivenciamos através de fases. Primeira Fase: A Arte de Viver Bem. Tudo bem ser diferente. Segunda Fase (Natureza, a arte que nos cerca). Terceira Fase: A Leitura e a Arte Dramática. Enfim, com o Projeto “A arte por toda parte” pôde-se perceber o envolvimento e o comprometimento da criança através das descobertas e construções de mundo ampliando seus conhecimentos da diversidade cultural e literária. Palavras-Chave: arte; literatura; diversidade cultural; linguagem e expressão. 39
  • 40. ISBN - 978-85-8209-004-6 PROJETO A BANQUETA DO LEITOR Ednéia Taborda dos Santos Mistura Escola Municipal Professora Ada Sant’Anna da Silveira RELATO Este trabalho expõe as vivências, os limites e as possibilidades que a leitura traz para os alunos. Ler é uma forma ativa de prazer que não traz apenas repouso e alienação, portanto exige atenção, consciência e participação ativa do leitor. Assim é importante que a escola oportunize o desenvolvimento da habilidade leitora nos alunos de modo criativo e prazeroso, para que tenha ao longo da vida a leitura como hábito. Diante disso, a banqueta do leitor, tem como objetivo despertar, resgatar e cultivar o desejo de ler, ouvir histórias, contos e poesias no âmbito escolar. Para a consecução desses objetivos utilizar-se-ão as seguintes metodologias: apresentação da professora aos alunos do que é uma leitura compartilhada; construção da banqueta do leitor com materiais recicláveis (caixa de leite e jornais) e a elaboração da tabela de acompanhamento na qual constam as datas e os nomes dos alunos que serão os leitores do dia. No momento da leitura, aquele que é o leitor do dia, utiliza da banqueta do leitor e, os “apreciadores da leitura” ficam organizados em volta da banqueta como nos contos orais antigos, que ocorriam em volta das fogueiras. Essa iniciativa estende-se por além dos portões da escola: a família é convidada a contar histórias na banqueta do leitor, participando ativamente do processo de construção do saber leitor de seus filhos. Todo esse envolvimento dos alunos e da família na banqueta do leitor possibilitou e ainda possibilita resultados visíveis no campo da leitura, de que o livro leva a criança a desenvolver a criatividade, sensibilidade, senso crítico e imaginação. É lendo que se aprende a ler, escrever e interpretar. A liberdade de participar do projeto também valoriza o educando como protagonista de seu próprio aprendizado. Pois, ele decide a hora de participar das leituras na banqueta. E, o envolvimento da família aproxima ainda mais as crianças de seus pais, reforçando a afetividade e a responsabilidade dos pais no processo ensino e aprendizagem de seus filhos. Os professores dos anos seguintes percebem que os alunos que tiveram a experiência da banqueta do leitor têm uma relação mais estreita com os livros e com a leitura e ainda apresentam maior segurança na hora de ler em voz alta para os amigos. Nesse contexto, torna- se cada vez mais necessário que as práticas pedagógicas sejam inovadoras e cheias de possibilidades. Permitindo que o educando construa com autonomia, habilidade e competência seus conhecimentos. Palavra-Chave: Banqueta do leitor; Leitura; Ensino; aprendizagem. 40
  • 41. ISBN - 978-85-8209-004-6 PROJETO BRINCANDO COM AS POESIAS Silvana Borges Biblioteca Escola Municipal Professora Eladir Skibinski RELATO Atualmente, a biblioteca escolar nos mostra que é preciso fazer muito esforço para superar conceitos antigos que fizeram da biblioteca um depósito de livros e materiais impressos, um local pouco frequentado. O desenvolvimento das novas tecnologias, nas décadas últimas, vem movimentando todos os setores da atividade humana, proporcionando maior agilidade de comunicação, reduzindo esforços nas rotinas diárias e ampliando as possibilidades de acesso à informação em todo mundo. A biblioteca é um centro ativo da aprendizagem e deve ser utilizada de maneira ampla e criativa. Em nossa escola, os momentos de leitura na biblioteca, nos possibilitou identificar e estimular as preferências literárias da maioria dos alunos. A proposta de um café com poesia foi bem recebida pelos alunos dos 5ºs anos. Lendo poesias e declamando-as, foi mais interessante contar e conhecer um pouco da história e da vida de vários autores-escritores. Vinícius de Moraes e Ricardo Azevedo foram os mais citados e declamados. É de fato, visível que, seus poemas e poesias são mais adequados para a faixa etária. O “Café Com Poesia” teve como objetivo dar ao aluno a autonomia de fala, despertar o prazer da leitura, promover o desenvolvimento do vocabulário, possibilitar a vivência de emoções, o exercício da fantasia e da imaginação, oportunizando o alargamento dos horizontes pessoais e culturais, garantindo a sua formação crítica e emancipadora. Em sala de aula, com a proposta em mãos, buscaram conhecer os dois escritores mais lidos pelos alunos. Na biblioteca, usando o aparelho datashow, conhecemos os escritores através de imagens e algumas memórias dos mesmos, dando ao aluno a condição de conhecê- los mais de perto. O projeto proporcionou colaborar para que o aluno se sinta estimulado a ler com domínio e confiança os diferentes gêneros e que, compreenda a leitura em seus diversos objetivos. Este trabalho foi e será um incentivo à leitura, a fim de que os alunos conheçam os diferentes objetivos e objetos de leitura, tenham um maior acesso à diferentes portadores de texto, e envolvam-se na busca de ações para tornar o ambiente escolar um espaço privilegiado para refletir o mundo, seja sob a perspectiva da realidade, seja sob o da fantasia. E, é com esse sentido, ajudando o aluno a se tornar um leitor competente, que possa ler e compreender o que leu, interpretar e recontar com suas próprias palavras que, os alunos se apresentaram para outras turmas na unidade escolar. Houve excelente repercussão e, mais alunos e professores de outras turmas se colocaram para um próximo evento e, trouxeram sugestões de outras linguagens, a música foi um exemplo bem aplaudido. Palavras-Chave: Biblioteca. Poesia. Incentivo. 41
  • 42. ISBN - 978-85-8209-004-6 PROJETO CANTANDO E ENCANTANDO Sheila Emmanuelle Grime de Oliveira. Neusa Makovski Marques Centro de Educação Infantil Amandos Finder RELATO Este projeto vem sendo aplicado com as crianças das turmas de maternais, primeiros e segundos períodos do Centro de Educação Infantil Amandos Finder. Surgiu da reflexão de como proporcionar à criança novas experiências de interação da criança com a literatura, de interações das crianças com outras crianças, de interações das crianças com adultos e famílias e, interações das crianças com os diversos espaços existentes do CEI, de maneira criativa, dinâmica e muito prazerosa. Neste sentido tem por objetivo geral levar as crianças ao mundo da imaginação e ao mesmo tempo a descobrirem o maravilhoso universo da literatura infantil. Contempla os seguintes objetivos específicos: despertar na criança a criatividade, a imaginação e o gosto pela leitura; ampliar o seu conhecimento literário; ampliar a linguagem oral; ampliar as formas de expressão gestual, plástica, dramática e musical; promover o cuidado com as obras literárias; despertar na criança um comportamento leitor; e, criar um ambiente favorável para a formação do hábito da leitura. Em seu procedimento metodológico estão sendo realizadas diversas atividades tais como, dramatizações pela equipe de professores para todas as crianças; a “Hora do Conto” momento em que são contadas diversas histórias em diferentes espaços do CEI; a “caixa encantada” com personagens de histórias nas quais as crianças interagem e recontam histórias; músicas dramatizadas pelas crianças; visitas como a Feira do Livro; Interpretação de personagens por meio do “Baú de Fantasias”. Contudo, a atividade que está sendo muito apreciada tanto pelas crianças quanto pelas famílias é a “Ciranda da Leitura”, por meio da qual semanalmente, levam para casa uma bolsa com livros de histórias para serem contadas reunindo os familiares e registrando em um caderno que acompanha este material, o que foi de mais significativo neste momento literário junto a família por meio de fotos, desenhos e escritas. Ao devolver a bolsa com as histórias a criança narra em roda de conversa a experiência vivenciada mostrando o registro que realizou no caderno com muita satisfação e propriedade de fala. A relevância deste trabalho está exatamente na sua articulação da teoria com a prática, sabendo-se que a literatura surgiu da necessidade humana de contar aquilo que se vivencia, se sente, se sonha. E a criança enquanto sujeito ativo que por meio das interações e relações que estabelece amplia seus conhecimentos, criando e transformando culturas pelas suas diversas linguagens, sente prazer em contar suas ricas vivências, seus novos conhecimentos e emoções. Os resultados em torno deste projeto tem se demonstrado muito valorosos, tanto no que diz respeito ao que a criança transmite pela sua participação dinâmica quanto aos comentários das famílias, principalmente quando relatam o fortalecimento dos vínculos familiares em torno do ato da leitura. A repercussão dos resultados está sendo tão positiva que a atividade da “Ciranda da Leitura” será estendida a outras turmas a pedido dos próprios professores regentes. Palavras-chaves: Leitura, Interações, Crianças. 42