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ESTRUTURAS DE CONCRETO – CAPÍTULO 14
Libânio M. Pinheiro, Cassiane D. Muzardo
2004 out 06
ESTADOS LIMITES DE SERVIÇO
14.1 MOMENTO DE FISSURAÇÃO (Mr)
“Nos estados limites de serviço as estruturas trabalham parcialmente no estádio I e
parcialmente no estádio II. A separação entre essas duas partes é definida pelo momento de
fissuração. Esse momento pode ser calculado pela seguinte expressão aproximada” (item
17.3 da NBR 6118:2003):
t
cct
r
y
If
M
⋅⋅α
=
α é o fator que correlaciona aproximadamente a resistência à tração na flexão com a
resistência à tração direta:




=α
gularestanreseçõespara5,1
TduploouTseçõespara2,1
A resistência do concreto à tração direta, fct, é obtida conforme o item 8.2.5 da NBR
6118:2003. Para determinação de Mr, no estado de limite de formação de fissura, deve ser
usado o fctk,inf, e no estado limite de deformação excessiva, o fctm;





=
=
=
excessiva)deformaçãoMPa,em(f3,0f
fissura)deformaçãoMPa,em(f21,0f
f
3/2
ckctm
3/2
ckinf,ctk
ct
Ic é o momento de inércia da seção bruta de concreto;
yt é a distância do centro de gravidade da seção à fibra mais tracionada.
Para seção retangular, resulta:
12
hb
I
3
c
⋅
=
yt = h – x = x
14.2 HOMOGENEIZAÇÃO DA SEÇÃO
Por ser formado por dois materiais – concreto e aço – com propriedades diferentes, é
necessário homogeneizar a seção, para alguns cálculos. Essa homogeneização é feita
substituindo-se a área de aço por uma área correspondente de concreto, obtida a partir da
área de aço As, multiplicando-a por αe = Es/Ec.
USP – EESC – Departamento de Engenharia de Estruturas Estados Limites de Serviço
14.2
14.2.1 Estádio I
No estádio I o concreto resiste à tração. Para seção retangular, a posição da linha
neutra e o momento de inércia são calculados com base na Figura 14.1.
Figura 14.1 – Seção retangular no Estádio I
No cálculo da posição x1 da linha neutra, basta fazer MLN = 0, sendo MLN o momento
estático da seção em relação à linha neutra. Para a seção retangular da figura 14.1 tem-se:
1seLN
x0)xd(A)1(
2
)xh(
)xh(b
2
x
xbM →=−⋅⋅−α−
−
⋅−⋅−⋅⋅=
αe = Es/Ec
Es = 210 GPa = 210 000 MPa (Item 8.3.5 da NBR 6118:2003)
Ec = 0,85 Eci = 0,85 . 5600
2/1
ck
f = 4760
2/1
ck
f (em MPa, item 8.2.8 da NBR 6118:2003)
A expressão para cálculo da posição x1 da linha neutra resulta:
se
se
2
1
A)1(hb
dA)1(
2
hb
x
⋅−α+⋅
⋅⋅−α+
⋅
=
Para a mesma seção retangular da Figura 14.1, o momento de inércia resulta:
2
1se
2
1
3
1
)xd(A)1(
2
h
xhb
12
hb
I −⋅⋅−α+





−⋅⋅+
⋅
=
Para seção circular, tem-se:
64
I
4
cir,1
φ⋅π
=
No cálculo de I1, é desprezível o momento de inércia da armadura em relação ao
próprio eixo.
USP – EESC – Departamento de Engenharia de Estruturas Estados Limites de Serviço
14.3
14.2.2 Estádio II
No estádio II o concreto tracionado é desprezado, pois ele está fissurado (Figura 14.2).
Figura 14.2 – Seção retangular no Estádio II
Com procedimento análogo ao do estádio I, desprezando-se a resistência do concreto
à tração, tem-se para seção retangular no estádio II (Figura 14.2):
20
2
x)xd(A
x
xbM seLN →=−⋅⋅α−⋅⋅=
Portanto, a posição da linha neutra x2 é obtida por meio da equação:
0d.AxAx
2
b
se2se
2
2
=⋅α−⋅⋅α+⋅
Momento de inércia I2:
2
2
2
2
2
3
2
2
212
)xd(A
x
xb
xb
I se −⋅⋅α+




⋅⋅+
⋅
=
ou
2
2
3
2
2
3
)xd(A
xb
I se −⋅⋅α+
⋅
=
14.3 FORMAÇÃO DE FISSURAS
O estado limite de formação de fissuras corresponde ao momento de fissuração
calculado com fct = fctk,inf. Esse valor de Mr é comparado com o momento fletor relativo à
combinação rara de serviço, dada por (item 11.8.3.2 da NBR 6118:2003):
USP – EESC – Departamento de Engenharia de Estruturas Estados Limites de Serviço
14.4
qjkj1k1qgikser,d
FFFF ⋅ψ∑++∑=
Fd,ser é o valor de cálculo das ações para combinações de serviço
Fq1k é o valor característico das ações variáveis principais diretas
Ψ1 é o fator de redução de combinação freqüente para ELS (Tabela 14.1)
Tabela 14.1 – Valores de ψ0, ψ1 e ψ2 (NBR 6118:2003)
Para edifícios, em geral, em que a única ação variável é a carga de uso, tem-se:
kqkgkser,d
FFFF =+=
Portanto, rrara,d MM = .
Se rrara,d MM > , há fissuras; caso contrário, não.
14.4 DEFORMAÇÃO
Na verificação das deformações de uma estrutura, deve-se considerar: combinação
quase-permanente de ações e rigidez efetiva das seções.
ψ0 ψ1
(1)
ψ2
Locais em que não há predominância de pesos de
equipamentos que permanecem fixos por longos períodos
de tempo, nem de elevadas concentrações de pessoas (2)
0,5 0,4 0,3
Locais em que há predominância de pesos de
equipamentos que permanecem fixos por longos períodos
de tempo, ou de elevada concentração de pessoas (3)
0,7 0,6 0,4
Bibliotecas, arquivos, oficinas e garagens 0,8 0,7 0,6
Vento Pressão dinâmica do vento nas estruturas em geral 0,6 0,3 0
Temperatura
Variações uniformes de temperatura em relação à média
anual local
0,6 0,5 0,3
(2)
Edifícios residenciais
(3)
Edifícios comerciais e de escritórios
Ações
γf2
Cargas
acidentais de
edifícios
(1)
Para valores de ψ1 relativos às pontes e principalmente aos problemas de fadiga, ver seção 23 da NBR 6118:2003
USP – EESC – Departamento de Engenharia de Estruturas Estados Limites de Serviço
14.5
A combinação quase-permanente é dada por (item 11.8.3.2 da NBR 6118:2003):
qjkj2gikser,d
FFF ⋅ψ∑+∑=
Fd,ser é o valor de cálculo das ações para combinações de serviço
Fqjk é o valor característico das ações variáveis principais diretas
Ψ2 é o fator de redução de combinações quase permanente para ELS (Tabela 14.1).
Para edifícios, em geral, em que a única ação variável é a carga de uso, tem-se
(Tabela 14.1, ψ2 = 0,3):
qk2gkser,d
FFF ⋅ψ+=
14.4.1 Flecha imediata em vigas
A flecha imediata pode ser calculada admitindo-se comportamento elástico e pode
ser obtida por meio de tabelas, em função das condições de apoio e do tipo de
carregamento. PINHEIRO (1993) apresenta tabelas com expressões do tipo:












δ
β
α
=
)aplicadomomentouméM(
IE
M
a)concentradcargaumaéP(
IE
P
)adistribuídelinearmentcargaumaép(
IE
p
a
2
3
4
i
l
l
l
α, β, δ são coeficientes tabelados e l é o vão teórico.
Conforme a NBR 6118:2003, o módulo de elasticidade e o momento de inércia podem
ser obtidos, respectivamente, conforme os itens 8.2.8 e 17.3.2.1.1:
2/1
ck
2/1
ckcics
f4760f560085,0E85,0EE ⋅=⋅⋅=⋅==
2
3
a
r
c
3
a
r
eq
I
M
M
1I
M
M
II
















−+








==
Ic é o momento de inércia da seção bruta de concreto;
I2 é o momento de inércia da no estádio II, calculado com αe = Es/Ec;
Ma é o momento fletor na seção crítica, para combinação quase permanente;
Mr é o momento de fissuração calculado com fct=fctm.
O valor de Mr deve ser reduzido à metade, no caso de utilização de barras lisas.
USP – EESC – Departamento de Engenharia de Estruturas Estados Limites de Serviço
14.6
14.4.2 Flecha diferida
A flecha adicional diferida, decorrente das cargas de longa duração em função da
fluência, pode ser calculada de maneira aproximada pela multiplicação da flecha imediata
pelo fator αf dado pela expressão (NBR 6118:2003 – item 17.3.1.1.2):
'501f
ρ⋅+
ξ∆
=α
ρ’ é a taxa de armadura de compressão (armadura dupla), dada por:
db
'A
' s
⋅
=ρ
)2.14Tabela()t()t( 0
ξ−ξ=ξ∆
t é o tempo, em meses, quando se deseja o valor da flecha diferida;
t0 é a idade, em meses, relativa à data de aplicação da carga de longa duração.
Obtém-se, portanto:
Flecha diferida: af = αf . ai
Flecha total: at = ai + αf . ai = ai (1 + αf)
Tabela 14.2 – Valores de ξ (Tabela 17.1 da NBR 6118:2003)
14.4.3 Verificação das flechas
Os deslocamentos obtidos devem ser comparados com os valores limites dados na
Tabela 14.3 e com os demais valores indicados na Tabela 13.2 da NBR 6118:2003.
Caso esses limites sejam ultrapassados, tem-se entre as soluções possíveis:
• Aumentar a idade para aplicação da carga (aumentar t0), mantendo o escoramento
por mais tempo ou retardando a execução de revestimentos, paredes etc.
• Adotar uma contraflecha (ac), que pode ser estimada por meio da expressão
(flecha imediata mais metade da flecha diferida):
2
a
a
2
1aa f
i
f
ic
+=






 α
+⋅=
Tempo (t)
meses
0 0,5 1 2 3 4 5 10 20 40 70
Coeficiente
ξ(t)
0 0,54 0,68 0,84 0,95 1,04 1,12 1,36 1,64 1,89 2
USP – EESC – Departamento de Engenharia de Estruturas Estados Limites de Serviço
14.7
É usual arredondar o valor da contraflecha (ac) para o múltiplo de 0,5 cm mais próximo
do valor calculado. A contraflecha pode ser adotada mesmo quando os deslocamentos
estiverem abaixo dos limites da Norma.
Tabela 14.3 – Limites para deslocamentos (Parte da Tabela 13.2 da NBR 6118:2003)
14.5 ABERTURA DE FISSURAS
Na verificação de abertura de fissuras deve ser considerada combinação freqüente de
ações. Para edifícios em geral, em que a carga de uso é a única ação variável, tem-se:
qk
1
gkser,d
FFF ⋅ψ+= com 4,01 =ψ (Tabela 14.1)
14.5.1 Valor da abertura de fissuras
A abertura de fissuras, w, determinada para cada região de envolvimento, é a menor
entre 1w e 2w , dadas pelas expressões (item 17.3.3.2 da NBR 6118:2003):
Tipo de efeito Razão da limitação Exemplo
Deslocamento a
considerar
Deslocamento limite
visual
Deslocamentos
visíveis em elementos
estruturais
Total l/250
outro
Vibrações sentidas no
piso
Devidos a cargas
acidentais
l/350
superfícies que devem
drenar água
Coberturas e
varandas
Total l/250
(1)
Total l/350 + contra-flecha
(2)
Ocorrido após a
construção do piso
l/600
Elementos que
suportam
equipamentos
sensíveis
Laboratórios
Ocorrido após
nivelamento do
equipamento
De acordo com
recomendação do fabricante
do equipamento
(1)
As superfícies devem ser suficientemente inclinadas ou o deslocamento previsto compensado por contraflechas, de
modo a não se ter acúmulo de água.
(2)
Os deslocamentos podem ser parcialmente compensados pela especificação de contraflechas. Entretanto, a
atuação isolada da contraflecha não pode ocasionar um desvio do plano maior que l/350.
Aceitabilidade
sensorial
Efeitos estruturais
em serviço
Ginásios e pistas de
boliche
Pavimentos que
devem permanecer
planos
USP – EESC – Departamento de Engenharia de Estruturas Estados Limites de Serviço
14.8
















+
ρ
⋅
σ
⋅
η⋅
φ
=
σ⋅
⋅
σ
⋅
η⋅
φ
=
≤
45
4
E5,12
w
f
3
E5,12
w
w
risi
si
i
i
2
ctm
si
si
si
i
i
1
σsi, φi, Esi
, ρri são definidos para cada área de envolvimento em exame (Figura 14.3):
Acri é a área da região de envolvimento protegida pela barra φi (Figura 14.3);
Esi é o módulo de elasticidade do aço da barra considerada, de diâmetro φi;
ρri é a taxa de armadura em relação à área Acri, dada por:
cri
si
ri
A
A
=ρ
σsi é a tensão de tração no centro de gravidade da armadura considerada, calculada
no Estádio II, cálculo este que pode ser feito com αe=15 (item 17.3.3.2 da NBR 6118:2003).
ηi é o coeficiente de conformação superficial da armadura considerada (η1 para
armadura passiva dado no item 9.3.2.1 da NBR 6118:2003)





=η
nervuradasbarraspara25,2
dentadasbarraspara4,1
lisasbarraspara0,1
1
3/2
ckctm
f3,0f ⋅= (em MPa, item 8.2.5 da NBR 6118:2003)
Figura 14.3 – Concreto de envolvimento da armadura (Figura 17.3 da NBR 6118:2003)
USP – EESC – Departamento de Engenharia de Estruturas Estados Limites de Serviço
14.9
14.5.2 Cálculo de σsi
Há duas maneiras de se calcular o valor de σsi, indicadas a seguir.
a) Cálculo refinado
No Estádio II obtém-se x2 e I2 (item 14.2.2). Neste caso, a Norma permite adotar αe=15.
2
2freq,de
s2
2
freq,d
e
s
cs
I
)xd(M
)xd(
I
M −⋅⋅α
=σ⇒−⋅=
α
σ
=σ
b) Cálculo aproximado
É feito adotando-se z = 0,80d (Figura 14.4):
s
freq,d
s
Ad80,0
M
⋅⋅
=σ
Figura 14.4 – Braço de alavanca
14.5.3 Valor limite
Em função da classe de agressividade ambiental, (Tabela 6.1 da NBR 6118:2003), a
abertura máxima característica wk das fissuras é dada na Tabela 14.4.
Tabela 14.4 – Exigências de durabilidade relacionadas à fissuração e à proteção da
armadura (Parte de tabela 13.3 da NBR 6118:2003)
Tipo de concreto
estrutural
Classe de
agressividade
ambiental (CAA)
Exigências relativas à
fissuração
Combinação de ações
em serviço a utilizar
Concreto simples CAA I a CAA IV Não há ***
CAA I ELS - W wk ≤ 0,4 mm
CAA II a CAA III ELS - W wk ≤ 0,3 mmConcreto armado
CAA IV ELS - W wk ≤ 0,2 mm
Combinação freqüente
USP – EESC – Departamento de Engenharia de Estruturas Estados Limites de Serviço
14.10
Caso o valor obtido para wk > wk,lim , as providências possíveis são:
• Diminuir o diâmetro da barra (diminui φ);
• Aumentar o número de barras mantendo o diâmetro (diminui σs);
• Aumentar a seção transversal da peça (diminui φ).
14.6 EXEMPLO
Verificar os ELS para a viga biapoiada indicada na Figura 14.5. Dados:
seção 22cm x 40cm, l = 410cm, concreto C25, aço CA-50, armadura longitudinal 4φ20
(12,60 cm2
), d = 35,9cm, classe II de Agressividade Ambiental.
Figura 14.5 – Viga biapoiada
14.6.1 Momento de fissuração
t
cct
r
y
If
M
⋅⋅α
=
α = 1,5 (seção retangular)
4
33
c
cm117333
12
4022
12
hb
I =
⋅
=
⋅
=
cm20
2
40
2
h
xhyt
===−=
a) Formação de fissura
23/23/2
ckinf,ctkct
cm/kN1795,0MPa795,12521,0f21,0ff ==⋅=⋅==
m.kN8,15cm.kN1580
20
1173331795,05,1
Mr
==
⋅⋅
=
USP – EESC – Departamento de Engenharia de Estruturas Estados Limites de Serviço
14.11
m.kN1,105
8
10,450
8
p
M
22
rara,d
=
⋅
=
⋅
=
l
fissurashám.kN8,15Mm.kN1,105M rrara,d
→=>=
b) Deformação excessiva
23/23/2
ckctmct
cm/kN2565,0MPa565,2253,0f3,0ff ==⋅=⋅==
m.kN6,22cm.kN2257
20
1173332565,05,1
Mr
≅=
⋅⋅
=
14.6.2 Momento de inércia no estádio II
0
2
2
2
2 =⋅α−⋅⋅α+⋅ d.AxAx
b
sese
(Item 14.2)
MPa210000Es =
MPa23800254760f4760E
2/12/1
ck
c =⋅=⋅=
82,8
23800
210000
E
E
α
c
s
e ===
093560128286012828
2
22
2
2
2 =⋅−⋅⋅+⋅ ,.,,x,,x
069,362x10,10x 2
2
2
=−⋅+
)ignoradaénegativaraízA(cm,x 66142 =
2
2
3
2
2
3
)xd(A
xb
I se −⋅⋅α+
⋅
=
4
2
2
3
2 2407366149356012828
3
661422
cm.I),,(,,
,
I =⇒−⋅⋅+
⋅
=
14.6.3 Deformação excessiva
a) Combinação quase-permanente
cmkN
100
43
m/kN43103,040qgp 2qp ==⋅+=⋅ψ+=
b) Momento de inércia equivalente
É obtido com a expressão indicada no item 14.4.1:
USP – EESC – Departamento de Engenharia de Estruturas Estados Limites de Serviço
14.12
2
3
a
r
c
3
a
r
eq
I
M
M
1I
M
M
II ⋅
















−+⋅








==
São conhecidos os valores (item 14.6.1 e 14.6.2)
m.kN6,22Mr = (EL - Deformação) (Item 14.6.1b)
m.kN1,105MM rara,da == (Item 14.6.1a)
4
c cm117333I = (Item 14.6.1)
4
2 cm67380I = (Item 14.6.2)
Resulta:
4
33
7367973240
1105
622
1117333
1105
622
cm
,
,
,
,
II eq =⋅














−+⋅





==
c) Flecha imediata
A flecha imediata é obtida com a expressão (Tabela 3.2a, caso 6, PINHEIRO, 1993):
IE
p
384
5
a
4
i
⋅
⋅
⋅=
l
O módulo de elasticidade do concreto foi calculado no item 14.6.2:
22/12/1
ckcs
cm/kN380.2MPa800.23254760f4760EE ==⋅=⋅==
Substituindo os valores já obtidos, resulta:
cm,aa ii 9020
736792380
410
100
43
384
5 4
=⇒
⋅
⋅⋅=
d) Flecha diferida
'501f
ρ⋅+
ξ∆
=α (Item 14.4.2)
)2.14Tabela(32,168,02
mês1t
meses70t
0
=−=ξ∆




=
≥
)simplesArmadura(0'=ρ
USP – EESC – Departamento de Engenharia de Estruturas Estados Limites de Serviço
14.13
32,1
1
32,1
f ==α
cm,a,,aa fiff 19119020321 =→⋅=⋅α=
e) Flecha total
cm,a),(,)(aa tfit 092321190201 =⇒+⋅=α+⋅=
f) Flecha limite
Da Tabela 14.3, para aceitabilidade visual:
cm64,1
250
410
250
alim
===
l
Há necessidade de contraflecha, pois:
cm,acm,a limt 641092 =>=
g) Contraflecha
cm,
,
,
a
aaa f
i
f
ic 491
2
1911
9020
22
1 =+=+=




 α
+⋅=
(Item 14.5.3)
Adota-se contraflecha de 1,5cm.
14.6.4 Abertura de fissuras
a) Dados iniciais
φ = 20 mm
η = 2,25 (Barras nervuradas, CA-50)
Es = 210 000 MPa = 21 000 kN/cm2
(Item 8.2.5 da NBR 6118:2003)
b) Taxa de armadura ρri
Com base na Figura 14.3, há duas regiões de envolvimento a considerar
(Figura 14.6): das barras externas, Acri,es , e das barras internas, Acri,int. O
espaçamento horizontal eh das barras longitudinais é dado por:
3
)42c2(b
e t
h
l
φ+φ+−
= (Há três espaços entre as barras)
USP – EESC – Departamento de Engenharia de Estruturas Estados Limites de Serviço
14.14
Para b=22cm, c=2,5cm, φt=0,63cm e φl = 2cm, resulta:
cm58,2
3
)0,2463,025,22(22
eh
=
⋅+⋅+⋅−
=
As respectivas áreas de envolvimento resultam:
=φ+φ+⋅+φ+φ+= )8c()
2
e
c(A t
h
t
est,cri
ll
2
cm81,122)0,2863,05,2()
2
58,20,263,05,2( =⋅++⋅+++=
2
th
int,cri cm62,87)0,2863,05,2()58,20,2()8c()e(A =⋅++⋅+=φ+φ+⋅+φ= ll
Adota-se o menor desses dois valores, resultando:
2
cri cm62,87A =
%28,20228,0
62,87
0,2
A
A
cri
si
ri
====ρ
Figura 14.6 – Área Acr
c) Momento fletor para combinação freqüente
qk1gkfreq,d
MMM ⋅ψ+= )1.14Tabela(4,01 =ψ
m.kN1,84
8
10,440
M
2
gk
=
⋅
=
m.kN0,21
8
10,410
M
2
qk
=
⋅
=
m.kN5,920,214,01,84M freq,d
=⋅+=
USP – EESC – Departamento de Engenharia de Estruturas Estados Limites de Serviço
14.15
d) Cálculo aproximado de σs
2
s
freq,d
s
cm/kN56,25
60,129,3580,0
9250
Ad80,0
M
=
⋅⋅
=
⋅⋅
=σ
e) Cálculo de σs no estádio II com αe = Es / Ec = 8,82
2
2
2
6623
73240
66149359250828
cm/kN,
),,(,
I
)xd(M freq,de
s =
−⋅⋅
=
−⋅⋅α
=σ
f) Cálculo de σs no estádio II com αe = 15
• Linha neutra
0
2
2
2
2 =⋅α−⋅⋅α+⋅ d.AxAx
b
sese
0935601215601215
2
22
2
2
2 =⋅−⋅⋅+⋅ ,.,x,x
0826161817 2
2
2 =−⋅+ ,x,x
)ignoradaénegativaraízA(cm,x 69172 =
• Momento de inércia
2
2
3
2
2
3
)xd(A
xb
I se −⋅⋅α+
⋅
=
4
2
2
3
2 1032696917935601215
3
691722
cmI),,(,
,
I =⇒−⋅⋅+
⋅
=
• Valor de σs para αe = 15
2
2
2
4724
103269
6917935925015
cm/kN,
),,(
I
)xd(M freq,de
s =
−⋅⋅
=
−⋅⋅α
=σ
Nota-se que este valor de σs é muito próximo dos obtidos nos itens anteriores.
USP – EESC – Departamento de Engenharia de Estruturas Estados Limites de Serviço
14.16
g) Cálculo de wk
















+
ρ
⋅
σ
⋅
η⋅
φ
=
σ⋅
⋅
σ
⋅
η⋅
φ
=
≤
45
4
E5,12
w
f
3
E5,12
w
w
risi
si
i
i
2
ctm
si
si
si
i
i
1
k
mm26,0
2565,0
56,253
21000
56,25
25,25,12
20
w1 =
⋅
⋅⋅
⋅
=
mm19,045
0228,0
4
21000
56,25
25,25,12
20
w2 =





+⋅⋅
⋅
=
Obtém-se, portanto:
mm4,0wmm19,0w limk
=<= (Item 14.5.3)
AGRADECIMENTOS
Aos colaboradores na redação, nos desenhos e na revisão deste texto:
Marcos Vinícius Natal Moreira,
Anastácio Cantisani de Carvalho (UFAM) e
Sandro Pinheiro Santos.
REFERÊNCIA
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (2003). NBR 6118 – Projeto de
estruturas de concreto. Rio de Janeiro, ABNT.

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Estruturas de concreto - Estados limites de serviço

  • 1. ESTRUTURAS DE CONCRETO – CAPÍTULO 14 Libânio M. Pinheiro, Cassiane D. Muzardo 2004 out 06 ESTADOS LIMITES DE SERVIÇO 14.1 MOMENTO DE FISSURAÇÃO (Mr) “Nos estados limites de serviço as estruturas trabalham parcialmente no estádio I e parcialmente no estádio II. A separação entre essas duas partes é definida pelo momento de fissuração. Esse momento pode ser calculado pela seguinte expressão aproximada” (item 17.3 da NBR 6118:2003): t cct r y If M ⋅⋅α = α é o fator que correlaciona aproximadamente a resistência à tração na flexão com a resistência à tração direta:     =α gularestanreseçõespara5,1 TduploouTseçõespara2,1 A resistência do concreto à tração direta, fct, é obtida conforme o item 8.2.5 da NBR 6118:2003. Para determinação de Mr, no estado de limite de formação de fissura, deve ser usado o fctk,inf, e no estado limite de deformação excessiva, o fctm;      = = = excessiva)deformaçãoMPa,em(f3,0f fissura)deformaçãoMPa,em(f21,0f f 3/2 ckctm 3/2 ckinf,ctk ct Ic é o momento de inércia da seção bruta de concreto; yt é a distância do centro de gravidade da seção à fibra mais tracionada. Para seção retangular, resulta: 12 hb I 3 c ⋅ = yt = h – x = x 14.2 HOMOGENEIZAÇÃO DA SEÇÃO Por ser formado por dois materiais – concreto e aço – com propriedades diferentes, é necessário homogeneizar a seção, para alguns cálculos. Essa homogeneização é feita substituindo-se a área de aço por uma área correspondente de concreto, obtida a partir da área de aço As, multiplicando-a por αe = Es/Ec.
  • 2. USP – EESC – Departamento de Engenharia de Estruturas Estados Limites de Serviço 14.2 14.2.1 Estádio I No estádio I o concreto resiste à tração. Para seção retangular, a posição da linha neutra e o momento de inércia são calculados com base na Figura 14.1. Figura 14.1 – Seção retangular no Estádio I No cálculo da posição x1 da linha neutra, basta fazer MLN = 0, sendo MLN o momento estático da seção em relação à linha neutra. Para a seção retangular da figura 14.1 tem-se: 1seLN x0)xd(A)1( 2 )xh( )xh(b 2 x xbM →=−⋅⋅−α− − ⋅−⋅−⋅⋅= αe = Es/Ec Es = 210 GPa = 210 000 MPa (Item 8.3.5 da NBR 6118:2003) Ec = 0,85 Eci = 0,85 . 5600 2/1 ck f = 4760 2/1 ck f (em MPa, item 8.2.8 da NBR 6118:2003) A expressão para cálculo da posição x1 da linha neutra resulta: se se 2 1 A)1(hb dA)1( 2 hb x ⋅−α+⋅ ⋅⋅−α+ ⋅ = Para a mesma seção retangular da Figura 14.1, o momento de inércia resulta: 2 1se 2 1 3 1 )xd(A)1( 2 h xhb 12 hb I −⋅⋅−α+      −⋅⋅+ ⋅ = Para seção circular, tem-se: 64 I 4 cir,1 φ⋅π = No cálculo de I1, é desprezível o momento de inércia da armadura em relação ao próprio eixo.
  • 3. USP – EESC – Departamento de Engenharia de Estruturas Estados Limites de Serviço 14.3 14.2.2 Estádio II No estádio II o concreto tracionado é desprezado, pois ele está fissurado (Figura 14.2). Figura 14.2 – Seção retangular no Estádio II Com procedimento análogo ao do estádio I, desprezando-se a resistência do concreto à tração, tem-se para seção retangular no estádio II (Figura 14.2): 20 2 x)xd(A x xbM seLN →=−⋅⋅α−⋅⋅= Portanto, a posição da linha neutra x2 é obtida por meio da equação: 0d.AxAx 2 b se2se 2 2 =⋅α−⋅⋅α+⋅ Momento de inércia I2: 2 2 2 2 2 3 2 2 212 )xd(A x xb xb I se −⋅⋅α+     ⋅⋅+ ⋅ = ou 2 2 3 2 2 3 )xd(A xb I se −⋅⋅α+ ⋅ = 14.3 FORMAÇÃO DE FISSURAS O estado limite de formação de fissuras corresponde ao momento de fissuração calculado com fct = fctk,inf. Esse valor de Mr é comparado com o momento fletor relativo à combinação rara de serviço, dada por (item 11.8.3.2 da NBR 6118:2003):
  • 4. USP – EESC – Departamento de Engenharia de Estruturas Estados Limites de Serviço 14.4 qjkj1k1qgikser,d FFFF ⋅ψ∑++∑= Fd,ser é o valor de cálculo das ações para combinações de serviço Fq1k é o valor característico das ações variáveis principais diretas Ψ1 é o fator de redução de combinação freqüente para ELS (Tabela 14.1) Tabela 14.1 – Valores de ψ0, ψ1 e ψ2 (NBR 6118:2003) Para edifícios, em geral, em que a única ação variável é a carga de uso, tem-se: kqkgkser,d FFFF =+= Portanto, rrara,d MM = . Se rrara,d MM > , há fissuras; caso contrário, não. 14.4 DEFORMAÇÃO Na verificação das deformações de uma estrutura, deve-se considerar: combinação quase-permanente de ações e rigidez efetiva das seções. ψ0 ψ1 (1) ψ2 Locais em que não há predominância de pesos de equipamentos que permanecem fixos por longos períodos de tempo, nem de elevadas concentrações de pessoas (2) 0,5 0,4 0,3 Locais em que há predominância de pesos de equipamentos que permanecem fixos por longos períodos de tempo, ou de elevada concentração de pessoas (3) 0,7 0,6 0,4 Bibliotecas, arquivos, oficinas e garagens 0,8 0,7 0,6 Vento Pressão dinâmica do vento nas estruturas em geral 0,6 0,3 0 Temperatura Variações uniformes de temperatura em relação à média anual local 0,6 0,5 0,3 (2) Edifícios residenciais (3) Edifícios comerciais e de escritórios Ações γf2 Cargas acidentais de edifícios (1) Para valores de ψ1 relativos às pontes e principalmente aos problemas de fadiga, ver seção 23 da NBR 6118:2003
  • 5. USP – EESC – Departamento de Engenharia de Estruturas Estados Limites de Serviço 14.5 A combinação quase-permanente é dada por (item 11.8.3.2 da NBR 6118:2003): qjkj2gikser,d FFF ⋅ψ∑+∑= Fd,ser é o valor de cálculo das ações para combinações de serviço Fqjk é o valor característico das ações variáveis principais diretas Ψ2 é o fator de redução de combinações quase permanente para ELS (Tabela 14.1). Para edifícios, em geral, em que a única ação variável é a carga de uso, tem-se (Tabela 14.1, ψ2 = 0,3): qk2gkser,d FFF ⋅ψ+= 14.4.1 Flecha imediata em vigas A flecha imediata pode ser calculada admitindo-se comportamento elástico e pode ser obtida por meio de tabelas, em função das condições de apoio e do tipo de carregamento. PINHEIRO (1993) apresenta tabelas com expressões do tipo:             δ β α = )aplicadomomentouméM( IE M a)concentradcargaumaéP( IE P )adistribuídelinearmentcargaumaép( IE p a 2 3 4 i l l l α, β, δ são coeficientes tabelados e l é o vão teórico. Conforme a NBR 6118:2003, o módulo de elasticidade e o momento de inércia podem ser obtidos, respectivamente, conforme os itens 8.2.8 e 17.3.2.1.1: 2/1 ck 2/1 ckcics f4760f560085,0E85,0EE ⋅=⋅⋅=⋅== 2 3 a r c 3 a r eq I M M 1I M M II                 −+         == Ic é o momento de inércia da seção bruta de concreto; I2 é o momento de inércia da no estádio II, calculado com αe = Es/Ec; Ma é o momento fletor na seção crítica, para combinação quase permanente; Mr é o momento de fissuração calculado com fct=fctm. O valor de Mr deve ser reduzido à metade, no caso de utilização de barras lisas.
  • 6. USP – EESC – Departamento de Engenharia de Estruturas Estados Limites de Serviço 14.6 14.4.2 Flecha diferida A flecha adicional diferida, decorrente das cargas de longa duração em função da fluência, pode ser calculada de maneira aproximada pela multiplicação da flecha imediata pelo fator αf dado pela expressão (NBR 6118:2003 – item 17.3.1.1.2): '501f ρ⋅+ ξ∆ =α ρ’ é a taxa de armadura de compressão (armadura dupla), dada por: db 'A ' s ⋅ =ρ )2.14Tabela()t()t( 0 ξ−ξ=ξ∆ t é o tempo, em meses, quando se deseja o valor da flecha diferida; t0 é a idade, em meses, relativa à data de aplicação da carga de longa duração. Obtém-se, portanto: Flecha diferida: af = αf . ai Flecha total: at = ai + αf . ai = ai (1 + αf) Tabela 14.2 – Valores de ξ (Tabela 17.1 da NBR 6118:2003) 14.4.3 Verificação das flechas Os deslocamentos obtidos devem ser comparados com os valores limites dados na Tabela 14.3 e com os demais valores indicados na Tabela 13.2 da NBR 6118:2003. Caso esses limites sejam ultrapassados, tem-se entre as soluções possíveis: • Aumentar a idade para aplicação da carga (aumentar t0), mantendo o escoramento por mais tempo ou retardando a execução de revestimentos, paredes etc. • Adotar uma contraflecha (ac), que pode ser estimada por meio da expressão (flecha imediata mais metade da flecha diferida): 2 a a 2 1aa f i f ic +=        α +⋅= Tempo (t) meses 0 0,5 1 2 3 4 5 10 20 40 70 Coeficiente ξ(t) 0 0,54 0,68 0,84 0,95 1,04 1,12 1,36 1,64 1,89 2
  • 7. USP – EESC – Departamento de Engenharia de Estruturas Estados Limites de Serviço 14.7 É usual arredondar o valor da contraflecha (ac) para o múltiplo de 0,5 cm mais próximo do valor calculado. A contraflecha pode ser adotada mesmo quando os deslocamentos estiverem abaixo dos limites da Norma. Tabela 14.3 – Limites para deslocamentos (Parte da Tabela 13.2 da NBR 6118:2003) 14.5 ABERTURA DE FISSURAS Na verificação de abertura de fissuras deve ser considerada combinação freqüente de ações. Para edifícios em geral, em que a carga de uso é a única ação variável, tem-se: qk 1 gkser,d FFF ⋅ψ+= com 4,01 =ψ (Tabela 14.1) 14.5.1 Valor da abertura de fissuras A abertura de fissuras, w, determinada para cada região de envolvimento, é a menor entre 1w e 2w , dadas pelas expressões (item 17.3.3.2 da NBR 6118:2003): Tipo de efeito Razão da limitação Exemplo Deslocamento a considerar Deslocamento limite visual Deslocamentos visíveis em elementos estruturais Total l/250 outro Vibrações sentidas no piso Devidos a cargas acidentais l/350 superfícies que devem drenar água Coberturas e varandas Total l/250 (1) Total l/350 + contra-flecha (2) Ocorrido após a construção do piso l/600 Elementos que suportam equipamentos sensíveis Laboratórios Ocorrido após nivelamento do equipamento De acordo com recomendação do fabricante do equipamento (1) As superfícies devem ser suficientemente inclinadas ou o deslocamento previsto compensado por contraflechas, de modo a não se ter acúmulo de água. (2) Os deslocamentos podem ser parcialmente compensados pela especificação de contraflechas. Entretanto, a atuação isolada da contraflecha não pode ocasionar um desvio do plano maior que l/350. Aceitabilidade sensorial Efeitos estruturais em serviço Ginásios e pistas de boliche Pavimentos que devem permanecer planos
  • 8. USP – EESC – Departamento de Engenharia de Estruturas Estados Limites de Serviço 14.8                 + ρ ⋅ σ ⋅ η⋅ φ = σ⋅ ⋅ σ ⋅ η⋅ φ = ≤ 45 4 E5,12 w f 3 E5,12 w w risi si i i 2 ctm si si si i i 1 σsi, φi, Esi , ρri são definidos para cada área de envolvimento em exame (Figura 14.3): Acri é a área da região de envolvimento protegida pela barra φi (Figura 14.3); Esi é o módulo de elasticidade do aço da barra considerada, de diâmetro φi; ρri é a taxa de armadura em relação à área Acri, dada por: cri si ri A A =ρ σsi é a tensão de tração no centro de gravidade da armadura considerada, calculada no Estádio II, cálculo este que pode ser feito com αe=15 (item 17.3.3.2 da NBR 6118:2003). ηi é o coeficiente de conformação superficial da armadura considerada (η1 para armadura passiva dado no item 9.3.2.1 da NBR 6118:2003)      =η nervuradasbarraspara25,2 dentadasbarraspara4,1 lisasbarraspara0,1 1 3/2 ckctm f3,0f ⋅= (em MPa, item 8.2.5 da NBR 6118:2003) Figura 14.3 – Concreto de envolvimento da armadura (Figura 17.3 da NBR 6118:2003)
  • 9. USP – EESC – Departamento de Engenharia de Estruturas Estados Limites de Serviço 14.9 14.5.2 Cálculo de σsi Há duas maneiras de se calcular o valor de σsi, indicadas a seguir. a) Cálculo refinado No Estádio II obtém-se x2 e I2 (item 14.2.2). Neste caso, a Norma permite adotar αe=15. 2 2freq,de s2 2 freq,d e s cs I )xd(M )xd( I M −⋅⋅α =σ⇒−⋅= α σ =σ b) Cálculo aproximado É feito adotando-se z = 0,80d (Figura 14.4): s freq,d s Ad80,0 M ⋅⋅ =σ Figura 14.4 – Braço de alavanca 14.5.3 Valor limite Em função da classe de agressividade ambiental, (Tabela 6.1 da NBR 6118:2003), a abertura máxima característica wk das fissuras é dada na Tabela 14.4. Tabela 14.4 – Exigências de durabilidade relacionadas à fissuração e à proteção da armadura (Parte de tabela 13.3 da NBR 6118:2003) Tipo de concreto estrutural Classe de agressividade ambiental (CAA) Exigências relativas à fissuração Combinação de ações em serviço a utilizar Concreto simples CAA I a CAA IV Não há *** CAA I ELS - W wk ≤ 0,4 mm CAA II a CAA III ELS - W wk ≤ 0,3 mmConcreto armado CAA IV ELS - W wk ≤ 0,2 mm Combinação freqüente
  • 10. USP – EESC – Departamento de Engenharia de Estruturas Estados Limites de Serviço 14.10 Caso o valor obtido para wk > wk,lim , as providências possíveis são: • Diminuir o diâmetro da barra (diminui φ); • Aumentar o número de barras mantendo o diâmetro (diminui σs); • Aumentar a seção transversal da peça (diminui φ). 14.6 EXEMPLO Verificar os ELS para a viga biapoiada indicada na Figura 14.5. Dados: seção 22cm x 40cm, l = 410cm, concreto C25, aço CA-50, armadura longitudinal 4φ20 (12,60 cm2 ), d = 35,9cm, classe II de Agressividade Ambiental. Figura 14.5 – Viga biapoiada 14.6.1 Momento de fissuração t cct r y If M ⋅⋅α = α = 1,5 (seção retangular) 4 33 c cm117333 12 4022 12 hb I = ⋅ = ⋅ = cm20 2 40 2 h xhyt ===−= a) Formação de fissura 23/23/2 ckinf,ctkct cm/kN1795,0MPa795,12521,0f21,0ff ==⋅=⋅== m.kN8,15cm.kN1580 20 1173331795,05,1 Mr == ⋅⋅ =
  • 11. USP – EESC – Departamento de Engenharia de Estruturas Estados Limites de Serviço 14.11 m.kN1,105 8 10,450 8 p M 22 rara,d = ⋅ = ⋅ = l fissurashám.kN8,15Mm.kN1,105M rrara,d →=>= b) Deformação excessiva 23/23/2 ckctmct cm/kN2565,0MPa565,2253,0f3,0ff ==⋅=⋅== m.kN6,22cm.kN2257 20 1173332565,05,1 Mr ≅= ⋅⋅ = 14.6.2 Momento de inércia no estádio II 0 2 2 2 2 =⋅α−⋅⋅α+⋅ d.AxAx b sese (Item 14.2) MPa210000Es = MPa23800254760f4760E 2/12/1 ck c =⋅=⋅= 82,8 23800 210000 E E α c s e === 093560128286012828 2 22 2 2 2 =⋅−⋅⋅+⋅ ,.,,x,,x 069,362x10,10x 2 2 2 =−⋅+ )ignoradaénegativaraízA(cm,x 66142 = 2 2 3 2 2 3 )xd(A xb I se −⋅⋅α+ ⋅ = 4 2 2 3 2 2407366149356012828 3 661422 cm.I),,(,, , I =⇒−⋅⋅+ ⋅ = 14.6.3 Deformação excessiva a) Combinação quase-permanente cmkN 100 43 m/kN43103,040qgp 2qp ==⋅+=⋅ψ+= b) Momento de inércia equivalente É obtido com a expressão indicada no item 14.4.1:
  • 12. USP – EESC – Departamento de Engenharia de Estruturas Estados Limites de Serviço 14.12 2 3 a r c 3 a r eq I M M 1I M M II ⋅                 −+⋅         == São conhecidos os valores (item 14.6.1 e 14.6.2) m.kN6,22Mr = (EL - Deformação) (Item 14.6.1b) m.kN1,105MM rara,da == (Item 14.6.1a) 4 c cm117333I = (Item 14.6.1) 4 2 cm67380I = (Item 14.6.2) Resulta: 4 33 7367973240 1105 622 1117333 1105 622 cm , , , , II eq =⋅               −+⋅      == c) Flecha imediata A flecha imediata é obtida com a expressão (Tabela 3.2a, caso 6, PINHEIRO, 1993): IE p 384 5 a 4 i ⋅ ⋅ ⋅= l O módulo de elasticidade do concreto foi calculado no item 14.6.2: 22/12/1 ckcs cm/kN380.2MPa800.23254760f4760EE ==⋅=⋅== Substituindo os valores já obtidos, resulta: cm,aa ii 9020 736792380 410 100 43 384 5 4 =⇒ ⋅ ⋅⋅= d) Flecha diferida '501f ρ⋅+ ξ∆ =α (Item 14.4.2) )2.14Tabela(32,168,02 mês1t meses70t 0 =−=ξ∆     = ≥ )simplesArmadura(0'=ρ
  • 13. USP – EESC – Departamento de Engenharia de Estruturas Estados Limites de Serviço 14.13 32,1 1 32,1 f ==α cm,a,,aa fiff 19119020321 =→⋅=⋅α= e) Flecha total cm,a),(,)(aa tfit 092321190201 =⇒+⋅=α+⋅= f) Flecha limite Da Tabela 14.3, para aceitabilidade visual: cm64,1 250 410 250 alim === l Há necessidade de contraflecha, pois: cm,acm,a limt 641092 =>= g) Contraflecha cm, , , a aaa f i f ic 491 2 1911 9020 22 1 =+=+=      α +⋅= (Item 14.5.3) Adota-se contraflecha de 1,5cm. 14.6.4 Abertura de fissuras a) Dados iniciais φ = 20 mm η = 2,25 (Barras nervuradas, CA-50) Es = 210 000 MPa = 21 000 kN/cm2 (Item 8.2.5 da NBR 6118:2003) b) Taxa de armadura ρri Com base na Figura 14.3, há duas regiões de envolvimento a considerar (Figura 14.6): das barras externas, Acri,es , e das barras internas, Acri,int. O espaçamento horizontal eh das barras longitudinais é dado por: 3 )42c2(b e t h l φ+φ+− = (Há três espaços entre as barras)
  • 14. USP – EESC – Departamento de Engenharia de Estruturas Estados Limites de Serviço 14.14 Para b=22cm, c=2,5cm, φt=0,63cm e φl = 2cm, resulta: cm58,2 3 )0,2463,025,22(22 eh = ⋅+⋅+⋅− = As respectivas áreas de envolvimento resultam: =φ+φ+⋅+φ+φ+= )8c() 2 e c(A t h t est,cri ll 2 cm81,122)0,2863,05,2() 2 58,20,263,05,2( =⋅++⋅+++= 2 th int,cri cm62,87)0,2863,05,2()58,20,2()8c()e(A =⋅++⋅+=φ+φ+⋅+φ= ll Adota-se o menor desses dois valores, resultando: 2 cri cm62,87A = %28,20228,0 62,87 0,2 A A cri si ri ====ρ Figura 14.6 – Área Acr c) Momento fletor para combinação freqüente qk1gkfreq,d MMM ⋅ψ+= )1.14Tabela(4,01 =ψ m.kN1,84 8 10,440 M 2 gk = ⋅ = m.kN0,21 8 10,410 M 2 qk = ⋅ = m.kN5,920,214,01,84M freq,d =⋅+=
  • 15. USP – EESC – Departamento de Engenharia de Estruturas Estados Limites de Serviço 14.15 d) Cálculo aproximado de σs 2 s freq,d s cm/kN56,25 60,129,3580,0 9250 Ad80,0 M = ⋅⋅ = ⋅⋅ =σ e) Cálculo de σs no estádio II com αe = Es / Ec = 8,82 2 2 2 6623 73240 66149359250828 cm/kN, ),,(, I )xd(M freq,de s = −⋅⋅ = −⋅⋅α =σ f) Cálculo de σs no estádio II com αe = 15 • Linha neutra 0 2 2 2 2 =⋅α−⋅⋅α+⋅ d.AxAx b sese 0935601215601215 2 22 2 2 2 =⋅−⋅⋅+⋅ ,.,x,x 0826161817 2 2 2 =−⋅+ ,x,x )ignoradaénegativaraízA(cm,x 69172 = • Momento de inércia 2 2 3 2 2 3 )xd(A xb I se −⋅⋅α+ ⋅ = 4 2 2 3 2 1032696917935601215 3 691722 cmI),,(, , I =⇒−⋅⋅+ ⋅ = • Valor de σs para αe = 15 2 2 2 4724 103269 6917935925015 cm/kN, ),,( I )xd(M freq,de s = −⋅⋅ = −⋅⋅α =σ Nota-se que este valor de σs é muito próximo dos obtidos nos itens anteriores.
  • 16. USP – EESC – Departamento de Engenharia de Estruturas Estados Limites de Serviço 14.16 g) Cálculo de wk                 + ρ ⋅ σ ⋅ η⋅ φ = σ⋅ ⋅ σ ⋅ η⋅ φ = ≤ 45 4 E5,12 w f 3 E5,12 w w risi si i i 2 ctm si si si i i 1 k mm26,0 2565,0 56,253 21000 56,25 25,25,12 20 w1 = ⋅ ⋅⋅ ⋅ = mm19,045 0228,0 4 21000 56,25 25,25,12 20 w2 =      +⋅⋅ ⋅ = Obtém-se, portanto: mm4,0wmm19,0w limk =<= (Item 14.5.3) AGRADECIMENTOS Aos colaboradores na redação, nos desenhos e na revisão deste texto: Marcos Vinícius Natal Moreira, Anastácio Cantisani de Carvalho (UFAM) e Sandro Pinheiro Santos. REFERÊNCIA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (2003). NBR 6118 – Projeto de estruturas de concreto. Rio de Janeiro, ABNT.