1. CENTRO de ESTUDOS de HISTÓRIA e GEOGRAFIA - CEGH
Aula Específica
Parte 2
Exame de Qualificação - UERJ
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O presidente francês Jacques Chirac promulgou ontem a controversa lei que
cria um contrato de emprego para jovens, indiferente aos que alertam para o
risco de uma crise social no país. O novo contrato permite a empresas com
mais de vinte funcionários demitir jovens de menos de 26 anos durante um
período de dois anos, sem dar justificativa ou compensação.
(Adaptado de O Globo, 01/04/2006)
Essa medida do governo francês, já revogada, reflete uma tendência imposta pela globalização.
Das características econômicas abaixo, aquela que é decorrente dessa tendência e que afeta
diretamente as políticas de trabalhos governamentais é:
• Ênfase nas atividades de trabalho informal com o objetivo de reduzir custos operacionais.
• Manutenção das políticas de estabilidade no emprego com o propósito de aumentar a
produtividade.
• Ampliação de postos de trabalho nas áreas de risco político com o intuito de desenvolver novos
mercados consumidores.
• Renovação das estratégias de contratação das corporações com a intenção de adotar contratos
de trabalho mais flexíveis.
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A Globalização possui influencias, inclusive nas políticas trabalhistas. Com os
parâmetros impostos pela Terceira Revolução Industrial, temos a flexibilização dos
contratos de trabalho como um dos principais pontos adotados pelas corporações
nesse período. Além dessa nova forma de contratação, podemos observar que existe
uma disseminação do fenômeno da Terceirização, como forma de diminuição dos
custos com encargos trabalhistas e consequente aumento dos lucros de empresas,
que encontram um mercado cada vez mais competitivo no mercado mundial.
(B) O trabalho informal também vem crescendo em vários países, porém configura-se
mais como uma consequencia do aumento da instabilidade nos postos de trabalho, do
que em uma estratégia governamental ou corporativa, como demonstra o texto
inserido na questão.
(C) Ocorre o processo inverso, como pode ser observado a expressão acima. Na verdade
existe uma “desestabilidade” dos postos de trabalho.
(D) Não existe uma aumento de postos de trabalho. Existe na verdade, o mesmo número
de ofertas de emprego, porém com uma maior rotatividade e flexibilidade dos
contratos de trabalho. Outro termo que desvaloriza a alternativa, se refere às “zonas
de risco político”, que não dialoga com nenhum dos pontos citados no texto e no
comando da questão.
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A Intel, líder mundial de inovações A Intel investirá mais de US$
em silício, desenvolve tecnologias, 1bilhão de dólares na Índia ao
produtos e iniciativas para longo de cinco anos (...). A Intel
melhorar continuadamente a forma está conversando com o governo
como as pessoas trabalham e indiano sobre a instalação de
vivem. unidades de produção no país.
(www.intel.com) (Adaptado de valor econômico, 06/12/2005).
A Revolução Industrial iniciada no século XVIII na Europa, que resultou na reformulação do mapa
econômico desse continente, e o atual processo de desenvolvimento industrial, exemplificado nos
textos, têm mecanismos distintos de localização das atividades industriais.
Em cada uma dessas fases, as fábricas com novas tecnologias foram atraídas, respectivamente,
pela presença de:
• Rede de transporte – governo democrático.
• Incentivo fiscal – abundante matéria-prima.
• Mercado consumidor – legislação ambiental flexível.
• Fonte de energia - mão-de-obra com qualificação.
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A questão está associando as Revoluções Industriais, que marcaram a história do processo de
industrialização mundial, com as principais causas do sucesso de cada fase. Os textos mostram os
novos “fatores locacionais”, ou seja, as características espaciais, que levam as grandes corporações
à se localizarem cada vez mais distantes de seus espaços originais. A Intel foi usada como mais um
exemplo de grande empresa, que opta pela localização em países onde existam: mão-de-obra barata
e qualificada, grande mercado consumidor, posição geográfica favorável, legislação ambiental flexível
entre outros fatores característicos dessa nova fase do processo de industrialização que vem
ocorrendo desde a década de 1970 em vários países.
(B) A primeira opção é verdadeira, pois um dos principais motores da segunda revolução industrial está
associada à Revolução nos transportes, com a máquina vapor e sua utilização em composições, que
poderiam escoar a produção industrial mais rapidamente, que antes. Porém o que torna a alternativa
inválida é a segunda proposição, que relaciona o governo democrático como um dos principais
fatores da Terceira Revolução industrial. Basta observar o caso da China, que com uma forte
produção industrial e uma crescente participação na produção tecnológica ainda possui um sistema
político fechado e autocrático.
(C) O incentivo fiscal configura-se como um dos novos fatores locacionais da Terceira Revolução
Industrial e não da Segunda, como está sinalizado na alternativa. A segunda proposição está
relacionada a Segunda Revolução Industrial, pois, nesse período as fábricas não tinham grande
mobilidade e a produção estava associada à áreas que concentravam parques industriais. Essas
áreas possuíam abundância de matéria-prima e recursos naturais.
(D) A proximidade das unidades produtivas com o mercado consumidor está relacionada à Segunda
Revolução Industrial, devido ao baixo desenvolvimento dos transportes e o alto custo com o
deslocamento da produção. A segunda proposição está correta, pois uma das características das
novas políticas corporativas estão relacionadas à localidades com legislação ambiental frágil, como é
o caso da Índia. WWW.CEGH.COM.BR
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Antes da formação da União Européia, ocorreram
outras tentativas de unificação do continente, como
retrata a ilustração ao lado.
A característica do momento atual que o diferencia
dos anteriores está relacionada com:
• Caráter voluntário do movimento.
• Poderio militar dos países do Oeste.
• Instituição de parlamento bicameral.
• Adoção de política econômica estatizante.
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A Europa passou por diversos processos conflituosos, que resultaram no
esfacelamento de alguns países e a unificação de outros. O continente é marcado (ao
contrário do que pode parecer) por uma grande diferenciação étnica e cultural.
Passando pelas unificações dos Estados Modernos e pelas duas maiores guerras que
o mundo já conheceu, o Velho Continente encontrou na unificação econômica uma
saída para a recuperação dos prejuízos causados por décadas de conflitos armados.
Porém, será apenas nos anos 1990, com o fim da bipolaridade mundial, que a União
Européia se consolidará como bloco. Nos anos 2000 temos a evolução da União
Econômica, para uma união monetária, na época foi instituída a moeda única, o Euro.
Dessa forma, temos uma união em torno das dificuldades encontradas, diante da
dominação estadunidense durante quase todo século XX.
(B) O poderio militar, cultivado desde o século XVI até os dias atuais, não funcionou como
fator unifica dos países do continente.
(C) A política parlamentarista, comum nos países europeus, não influenciou na escolha
pela unificação voluntária.
(D) Não existiu uma política estatizante entre os países da Europa Ocidental. A política
econômica que vigorava girava em torno da lógica capitalista.
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O mapa ao lado registra o ingresso da Venezuela como
novo membro permanente do Mercosul. A criação desse
bloco é uma das consequências mais significativas do
processo de globalização na América do Sul.
Uma das razões da formação do Mercosul está
expressa em:
• Reforçar a posição do empresariado regional diante da
exigência internacional de liberdade de mercado.
• Consolidar o poder das elites brasileira e argentina
frente às imposições econômicas na União Européia.
• Restabelecer a hegemonia dos países Atlânticos da
América do Sul em oposição a expansão dos países da
Vertente do Pacífico.
• Assegurar a hegemonia brasileira no continente em face
das pressões combinadas de interesses argentinos e
norte-americanos.
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A formação dos blocos econômicos está relacionada ao novo contexto da economia mundial após a Guerra-
Fria. O mundo passou a ser multipolar em relação aos centros de poder econômico. Dessa forma, existe
uma proliferação das transações em bloco, pois, tornam-se mais competitivos. A formação do Mercosul tem
seu início do ano de 1992, com a assinatura do Tratado de Assunção, quando quatro países da América do
Sul firmaram uma acordo, que versava uma tarifa externa comum (TEC), característica dos Mercados
Comuns. Sendo assim, o objetivo do bloco seria a consolidação de uma tarifa de importação e exportação
comum, aumentando seu poder de barganha em relação aos países industrializados, como os integrantes
da União Européia.
(B) Não serão apenas os dois países citados na alternativa que integralizarão o novo bloco. Paraguai e
Uruguai, também figuram como signatários do acordo econômico. Além desse fator, a alternativa mostra
que o bloco foi criado para criar frente às exigências da União Européia, porém o bloco do hemisfério norte
não influenciava tão fortemente a América do Sul.
(C) A hegemonia dos países na América do Sul e mais especificamente dos países Atlânticos não estava
ameaçada. Não existia nenhum sentimento atlantista entre os países do Mercosul do momento de sua
formação, no início da década de 1990. Contando ainda que o Paraguai não possui saída para o Oceano
Atlântico, logo não pode ser envolvido na regionalização proposta pela alternativa.
(D) A formação do Mercosul não adveio de uma vontade puramente brasileira, através de uma imposição
unilateral (como no caso do NAFTA, com os Estados Unidos). O bloco foi formado segundo as vontades e
necessidades de seus quatro signatários, capitaneados por Brasil e Argentina, com as maiores economias
do bloco.
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Os quadrinhos acima abordam simultaneamente um aspecto da crise urbana brasileira
e a dinâmica populacional do país.
O processo espacial urbano e o indicador demográfico correlacionados na situação
representadas nos quadrinhos são, respectivamente:
• Conurbação e migração interna.
• Verticalização e expectativa de vida.
• Segregação e crescimento vegetativo.
• Suburbanização e taxa de mortalidade.
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A questão mostra os problemas urbanos e populacionais vividos no Brasil. O país passou por um
processo de urbanização acelerado como a maioria dos países emergentes ou mesmo por países
considerados subdesenvolvidos ou periféricos. Nas décadas de 1960 e 1970, existiu um grande
número de habitantes que saíram das áreas rurais em direção aos espaços urbanos, impulsionados
por um par de fatores simultâneos: a constante concentração de terras aliada ao direcionamento dos
investimentos nos espaços urbanos desde as décadas de 1930 e 1940. A urbanização acelerada
associada à falta de planejamento por parte dos poderes públicos, proporcionou fenômenos urbanos,
que agravaram os problemas sociais no país, como a segregação socioespacial, periferização da
população, degradação do meio ambiente e o aumento do problemas relacionados à vida urbana.
(B) A figura utilizada na questão não mostra imagens relacionadas ao fenômeno da conurbação, que
consiste na junção física de duas cidades ou mesmo bairros, devido à um elevado crescimento do
espaço urbano, ultrapassando seu perímetro original. Existe sim, uma forte migração interna no Brasil
em meados do século passado, como discriminado acima, porém, não existe associação direta dos
quadrinhos com esse processo.
(C) O processo de verticalização também não é mostrado nos quadrinhos da questão, pois, consiste no
aumento vertical dos objetos urbanos, como a construção de edifícios cada vez mais elevados. Esse
fenômeno está associado ainda à constante valorização do espaço urbano, impulsionando o
“empilhamento” dos imóveis residenciais e comerciais. Não existe associação da expectativa de vida
nos quadrinhos.
(D) A suburbanização está relacionado à organização espacial da cidade, através do distanciamento
cada vez maior das áreas residenciais urbanas, nos chamados subúrbios. A taxa de mortalidade está
associada ao número de óbitos a cada mil habitantes, essa taxa se mostra alta em espaços
periféricos e baixa em espaços centrais, devido à maior qualidade de vida existente nessas áreas.
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A ideia do “choque das civilizações” difundida na década passada pelo cientista político Samuel
Hutington, ainda que polêmica, tem o mérito de incentivar a reflexão acerca de uma ordem de poder
mundial que não mais expressa apenas as diferenças econômicas entre os países.
A escolha do título do mapa se justifica por expressar a diferença entre:
• Composição étnica e identidade cultural.
• Afinidade ideológica e fragmentação social.
• Estrutura institucional e complexidade social.
• Sistema de governo e configuração territorial.
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A questão trabalha com a diferenciação entre composição cultural e identidade regional,
também conhecida como territorialidade, ou seja, a forma como um povo se identifica com seu
território. O mapa exibido na questão, mostra a diferenciação entre a espacialidade da religião
mulçumana e a abrangência do chamado “Mundo Árabe”, referente à territorialidade dessa
população.
(B) Não existe uma afinidade ideológica na região mapeada. Existem diferentes posições
políticas e mesmo culturais, que por vezes entram em conflito, como no caso dos
Muçulmanos Xiitas e os Sunitas, que entram em constantes conflitos pela tomada do poder
em diferentes países árabes. O primeiro se caracteriza por uma ideologia anti-ocidental e
extremista, enquanto o segundo é mais aberto ao diálogo com os culturas. A estrutura social
dos países não é contemplada no mapa, deixando claro apenas distinções étnicas e culturais
na região.
(C) Da mesma forma que a estrutura social, as instituições presentes nos territórios
contemplados pelo mapa, não entram em evidência, invalidando a alternativa. Complexidade
social e fragmentação social são duas faces da mesma questão. Podemos concluir então, que
em nenhum momento a questão trata da estrutura social dos países mapeados.
(D) As duas proposições constantes na alternativa, não estão representadas no mapa
disponibilizado na questão, invalidando a mesma.
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As reformas econômicas implantadas na China nas últimas três décadas afetaram profundamente a
organização territorial do país.
A partir da observação dos mapas, nota-se que a distribuição da riqueza entre as províncias
chinesas possui a seguinte característica marcante:
• Os espaços rurais das províncias litorâneas são mais prósperos.
• As províncias com maior nível de renda são as menos urbanizadas.
• As áreas mais ricas apresentam maiores disparidades socioespaciais.
• Os aglomerados urbanos do interior têm níveis de renda mais homogêneos.
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A questão está associando a renda das províncias chinesas, com a distribuição interna da riqueza.
Apesar de possuir altos índices de crescimento econômico, a China não traduz essa prosperidade em
distribuição da riqueza. As províncias da porção oeste do país são majoritariamente menos
desenvolvidas, com uma economia pautada na produção de gêneros alimentícios para subsistência.
Essa área do país concentra também a maior parte da população. A produção agropecuária é grande,
porém não utiliza em larga escala tecnologias de ponta no cultivo de alimentos ou mesmo na
pecuária, pois, a mecanização do campo chinês levaria à um êxodo rural de proporções gigantescas,
para as cidades do leste mais desenvolvidas e urbanizadas.
(B) As províncias litorâneas não são rurais, possuem altos níveis de produção econômica, através da
instalação de fábricas, que produzem em grande escala a um baixíssimo custo.
(C) Ocorre o processo inverso. As províncias com maior renda, são justamente as mais urbanizadas.
(D) Os aglomerados urbanos não estão localizados no interior do país e sim nas áreas litorâneas,
conhecidas pelo estabelecimento das chamadas ZEE´s (Zonas Econômicas Exclusivas). Porém a
alternativa possui uma informação verdadeira, quando informa que os níveis de renda das províncias
do interior são mais homogêneas.
OBS.: Essa questão pode ser facilmente resolvida pela simples comparação dos mapas disponibilizados.
O primeiro mostra quais províncias são as mais prósperas economicamente. Enquanto o segundo
mapa mostra a distribuição interna da renda de cada província. Ao analisarmos os dois mapas
simultaneamente, percebemos que as localidades com as maiores riquezas, são justamente as que
possuem as maiores desigualdades sociais.
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