SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  24
Télécharger pour lire hors ligne
O mundo sob
outros olhos/olhos outros
“Outra particularidade que impressiona o estrangeiro é o
aspecto de depauperamento e fraqueza da população. Já
o havia anteriormente assinalado; porém, nas províncias
do Norte, o fato é mais frisante que nas do Sul. Já não é
que se trate apenas do fato de se verem crianças de
todas as cores: a variedade de coloração testemunha, em
toda sociedade em que impera a escravidão, o amálgama
das raças. Mas é que no Brasil essa mistura parece ter
tido sobre o desenvolvimento físico uma influência muito
mais desfavorável do que nos Estados Unidos. É como
se toda a pureza do tipo houvesse sido destruída e
resultasse um composto vago, sem caráter e sem
expressão. Essa classe híbrida, ainda mais marcada na
Amazônia por causa do elemento índio, é numerosíssima
nos povoados e nas grandes plantações.” – Louis
Agasciz, biólogo defensor do racismo científico
“Feitas de pau-a-pique e divididas em três
compartimentos minúsculos, as casas eram
paródia grosseira da antiga morada romana [...].
Se as edificações em suas modalidades
evolutivas objetivam a personalidade humana, o
casebre de teto de argila dos jagunços
equiparado ao wigwan dos peles-vermelhas
sugeria paralelo deplorável. O mesmo
desconforto e, sobretudo, a mesma pobreza
repugnante, traduzindo de certo modo, mais do
que a miséria do homem, a decrepitude da
raça” Os Sertões, Euclides da Cunha
“O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não
tem o raquitismo exaustivo dos mestiços
neurastênicos do litoral. A sua aparência,
entretanto, ao primeiro lance de vista, revela o
contrário. Falta-lhe a plástica impecável, o
desempeno, a estrutura corretíssima das
organizações atléticas. [...] Reflete a preguiça
invencível, a atonia muscular perene, em tudo:
na palavra remorada, no gesto contrafeito, no
andar desaprumado, na cadência langorosa das
modinhas, na tendência constante à imobilidade
e à quietude” Os Sertões, Euclides da Cunha
“É verdade que o paulista mais facilmente venceu a
natureza do seu torrão pátrio transformando-o no
centro de civilização apurada que já é, do que o
brasileiro, e só o brasileiro, está vencendo as
exuberâncias da vida amazônica, e as vencerá
totalmente, corrigindo-as e adaptando-as ao livre
desenvolvimento da ação humana, e essa será a
mais convincente das provas de que, si tudo é
grande no Brasil, "menos o homem" este,
entretanto, não é tão pequeno como se apregoa e
como pareceu a Buckle.” Afonso de Freitas,
historiador paulista
UBUNTU
▪ Ubuntu = humanidade para todos
▪ Filosofia de nós
▪ “Eu só existo por que nós existimos”
▪ Cosmovisão do mundo negro-africano
▪ Mundo como teia de relações
▪ Divino ↔ Comunidade ↔ Natureza
Filosofias
africanas
de força
vital
Tradições orais ou
tradições ancestrais
As filosofias como Ubuntu e
Ntu dos povos bantu se
preocupam com o tornar-se
Existir
Ser
Tornar
Seu desejo de ser total e
global questiona a
centralidade do ser
humano convida a
filosofia não-africana
para diálogo
Analisar o que existe no mundo, a natureza do ser e a
realidade e o que os torna possível
O que é
moderno?
O que é
civilização?
“Fomos, durante muito tempo, embalados com a história de que
somos a humanidade. Enquanto isso — enquanto seu lobo não
vem — fomos nos alienando desse organismo de que somos parte,
a Terra, e passamos a pensar que ele é uma coisa e nós, outra: a
Terra e a humanidade. Eu não percebo onde tem alguma coisa que
não seja natureza. Tudo é natureza. O cosmos é natureza. Tudo
em que eu consigo pensar é natureza. Li uma história de um
pesquisador europeu do começo do século XX que estava nos
Estados Unidos e chegou a um território dos Hopi. Ele tinha pedido
que alguém daquela aldeia facilitasse o encontro dele com uma
anciã que ele queria entrevistar. Quando foi encontrá-la, ela estava
parada perto de uma rocha. O pesquisador ficou esperando, até
que falou: “Ela não vai conversar comigo, não?”. Ao que seu
facilitador respondeu: “Ela está conversando com a irmã dela”.
“Mas é uma pedra.” E o camarada disse: “Qual é o problema?”.” –
Ideias para Adiar o Fim do Mundo, Ailton Krenak
“A ideia de nós, os humanos, nos descolarmos da terra, vivendo
numa abstração civilizatória, é absurda. Ela suprime a
diversidade, nega a pluralidade das formas de vida, de
existência e de hábitos. Oferece o mesmo cardápio, o mesmo
figurino e, se possível, a mesma língua para todo mundo.
Como os povos originários do Brasil lidaram com a colonização,
que queria acabar com o seu mundo? Quais estratégias esses
povos utilizaram para cruzar esse pesadelo e chegar ao século
XXI ainda esperneando, reivindicando e desafinando o coro dos
contentes? Vi as diferentes manobras que os nosso
antepassados fizeram e me alimentei delas, da criatividade e da
poesia que inspirou a resistência desses povos. A civilização
chamava aquela gente de bárbaros e imprimiu uma guerra sem
fim contra eles, com o objetivo de transformá-los em civilizados
que poderiam integrar o clube da humanidade. Muitas dessas
pessoas não são indivíduos, mas “pessoas coletivas”, células
que conseguem transmitir através do tempo suas visões sobre o
mundo.” – Ideias para Adiar o Fim do Mundo, Ailton Krenak
“Definitivamente não somos iguais, e é maravilhoso saber que
cada um de nós que está aqui é diferente do outro, como
constelações. O fato de podermos compartilhar esse espaço, de
estarmos juntos viajando não significa que somos iguais;
significa exatamente que somos capazes de atrair uns aos
outros pelas nossas diferenças, que deveriam guiar o nosso
roteiro de vida. Ter diversidade, não isso de uma humanidade
com o mesmo protocolo. Porque isso até agora foi só uma
maneira de homogeneizar e tirar nossa alegria de estar vivos.” –
Ideias para Adiar o Fim do Mundo, Ailton Krenak
Provincializar a Europa

Contenu connexe

Similaire à Aula 5 [1-2022-filo] - O mundo sob outros olhos olhos outros

Pré-Modernismo (Introdução) e Euclides da Cunha
Pré-Modernismo (Introdução) e Euclides da CunhaPré-Modernismo (Introdução) e Euclides da Cunha
Pré-Modernismo (Introdução) e Euclides da CunhaJosé Ricardo Lima
 
Bastide, Roger - As-Americas-Negras
Bastide, Roger - As-Americas-NegrasBastide, Roger - As-Americas-Negras
Bastide, Roger - As-Americas-NegrasMarcelo Lopes
 
pai-contra-mae-machado-de-assis-e-a-escravidao peguei isso aqui no gogle
pai-contra-mae-machado-de-assis-e-a-escravidao peguei isso aqui no goglepai-contra-mae-machado-de-assis-e-a-escravidao peguei isso aqui no gogle
pai-contra-mae-machado-de-assis-e-a-escravidao peguei isso aqui no gogleveronica394801
 
Um Índio Didático. Notas para o estudo de representações - Everardo Pereira G...
Um Índio Didático. Notas para o estudo de representações - Everardo Pereira G...Um Índio Didático. Notas para o estudo de representações - Everardo Pereira G...
Um Índio Didático. Notas para o estudo de representações - Everardo Pereira G...Junior Ferreira
 
Cultura, Memória, Identidade e Desenvolvimento
Cultura, Memória, Identidade e DesenvolvimentoCultura, Memória, Identidade e Desenvolvimento
Cultura, Memória, Identidade e DesenvolvimentoViegas Fernandes da Costa
 
aulaoconceitoantropologicodecultura-151003022021-lva1-app6891.pdf
aulaoconceitoantropologicodecultura-151003022021-lva1-app6891.pdfaulaoconceitoantropologicodecultura-151003022021-lva1-app6891.pdf
aulaoconceitoantropologicodecultura-151003022021-lva1-app6891.pdfLuizCerqueira11
 
O atlântico negro, uma releitura da obra de paul gilroy
O atlântico negro, uma releitura da obra de paul gilroyO atlântico negro, uma releitura da obra de paul gilroy
O atlântico negro, uma releitura da obra de paul gilroySilvânio Barcelos
 
Bacamarteiros. Um tiro de guerra que se fez arte
Bacamarteiros. Um tiro de guerra que se fez arteBacamarteiros. Um tiro de guerra que se fez arte
Bacamarteiros. Um tiro de guerra que se fez artePaula Bezerra
 
Os deuses devem estar loucos trabalho completo de fundamentos-filme e linha...
Os deuses devem estar loucos   trabalho completo de fundamentos-filme e linha...Os deuses devem estar loucos   trabalho completo de fundamentos-filme e linha...
Os deuses devem estar loucos trabalho completo de fundamentos-filme e linha...Rita Gonçalves
 
Fogo morto, de José Lins do Rego - análise
Fogo morto, de José Lins do Rego - análiseFogo morto, de José Lins do Rego - análise
Fogo morto, de José Lins do Rego - análisejasonrplima
 
Roteiro Primeiro povoadores ameríndios e suas origens
Roteiro Primeiro povoadores ameríndios e suas origensRoteiro Primeiro povoadores ameríndios e suas origens
Roteiro Primeiro povoadores ameríndios e suas origensLauri Rene Reis Filho
 

Similaire à Aula 5 [1-2022-filo] - O mundo sob outros olhos olhos outros (20)

Pré-Modernismo (Introdução) e Euclides da Cunha
Pré-Modernismo (Introdução) e Euclides da CunhaPré-Modernismo (Introdução) e Euclides da Cunha
Pré-Modernismo (Introdução) e Euclides da Cunha
 
Bastide, Roger - As-Americas-Negras
Bastide, Roger - As-Americas-NegrasBastide, Roger - As-Americas-Negras
Bastide, Roger - As-Americas-Negras
 
pai-contra-mae-machado-de-assis-e-a-escravidao peguei isso aqui no gogle
pai-contra-mae-machado-de-assis-e-a-escravidao peguei isso aqui no goglepai-contra-mae-machado-de-assis-e-a-escravidao peguei isso aqui no gogle
pai-contra-mae-machado-de-assis-e-a-escravidao peguei isso aqui no gogle
 
Etnia, cultura e cidadania
Etnia, cultura e cidadaniaEtnia, cultura e cidadania
Etnia, cultura e cidadania
 
Sustentabilidade
SustentabilidadeSustentabilidade
Sustentabilidade
 
Sustentabilidade 2
Sustentabilidade 2Sustentabilidade 2
Sustentabilidade 2
 
Um Índio Didático. Notas para o estudo de representações - Everardo Pereira G...
Um Índio Didático. Notas para o estudo de representações - Everardo Pereira G...Um Índio Didático. Notas para o estudo de representações - Everardo Pereira G...
Um Índio Didático. Notas para o estudo de representações - Everardo Pereira G...
 
PRE-MODERNISMO.pptx
PRE-MODERNISMO.pptxPRE-MODERNISMO.pptx
PRE-MODERNISMO.pptx
 
PRE-MODERNISMO.pptx
PRE-MODERNISMO.pptxPRE-MODERNISMO.pptx
PRE-MODERNISMO.pptx
 
Cultura, Memória, Identidade e Desenvolvimento
Cultura, Memória, Identidade e DesenvolvimentoCultura, Memória, Identidade e Desenvolvimento
Cultura, Memória, Identidade e Desenvolvimento
 
aulaoconceitoantropologicodecultura-151003022021-lva1-app6891.pdf
aulaoconceitoantropologicodecultura-151003022021-lva1-app6891.pdfaulaoconceitoantropologicodecultura-151003022021-lva1-app6891.pdf
aulaoconceitoantropologicodecultura-151003022021-lva1-app6891.pdf
 
O atlântico negro, uma releitura da obra de paul gilroy
O atlântico negro, uma releitura da obra de paul gilroyO atlântico negro, uma releitura da obra de paul gilroy
O atlântico negro, uma releitura da obra de paul gilroy
 
Bacamarteiros. Um tiro de guerra que se fez arte
Bacamarteiros. Um tiro de guerra que se fez arteBacamarteiros. Um tiro de guerra que se fez arte
Bacamarteiros. Um tiro de guerra que se fez arte
 
Livro miolo
Livro mioloLivro miolo
Livro miolo
 
Os deuses devem estar loucos trabalho completo de fundamentos-filme e linha...
Os deuses devem estar loucos   trabalho completo de fundamentos-filme e linha...Os deuses devem estar loucos   trabalho completo de fundamentos-filme e linha...
Os deuses devem estar loucos trabalho completo de fundamentos-filme e linha...
 
Fogo morto, de José Lins do Rego - análise
Fogo morto, de José Lins do Rego - análiseFogo morto, de José Lins do Rego - análise
Fogo morto, de José Lins do Rego - análise
 
Pré modernismo
Pré modernismoPré modernismo
Pré modernismo
 
Fogomorto
FogomortoFogomorto
Fogomorto
 
Roteiro Primeiro povoadores ameríndios e suas origens
Roteiro Primeiro povoadores ameríndios e suas origensRoteiro Primeiro povoadores ameríndios e suas origens
Roteiro Primeiro povoadores ameríndios e suas origens
 
Scena Crítica, n. 01, ano 1.pdf
Scena Crítica, n. 01, ano 1.pdfScena Crítica, n. 01, ano 1.pdf
Scena Crítica, n. 01, ano 1.pdf
 

Plus de Gerson Coppes

Aula 1 [2023] - O que é história?
Aula 1 [2023] - O que é história?Aula 1 [2023] - O que é história?
Aula 1 [2023] - O que é história?Gerson Coppes
 
Aula 11 [1-2022] - Abolir o apagamento
Aula 11 [1-2022] - Abolir o apagamentoAula 11 [1-2022] - Abolir o apagamento
Aula 11 [1-2022] - Abolir o apagamentoGerson Coppes
 
Aula 11 [3-2022] - Nova República
Aula 11 [3-2022] - Nova RepúblicaAula 11 [3-2022] - Nova República
Aula 11 [3-2022] - Nova RepúblicaGerson Coppes
 
Aula 4 [1-2022-filo] - Cidadão?
Aula 4 [1-2022-filo] - Cidadão?Aula 4 [1-2022-filo] - Cidadão?
Aula 4 [1-2022-filo] - Cidadão?Gerson Coppes
 
Extra [3-2022] - Resolução de exercícios aula 6, 7, 8, 9
Extra [3-2022] - Resolução de exercícios aula 6, 7, 8, 9Extra [3-2022] - Resolução de exercícios aula 6, 7, 8, 9
Extra [3-2022] - Resolução de exercícios aula 6, 7, 8, 9Gerson Coppes
 
Aula 10 [1-2022] - O caminho da cidadania
Aula 10 [1-2022] - O caminho da cidadaniaAula 10 [1-2022] - O caminho da cidadania
Aula 10 [1-2022] - O caminho da cidadaniaGerson Coppes
 
resumo fim da Guerra Fria
resumo fim da Guerra Friaresumo fim da Guerra Fria
resumo fim da Guerra FriaGerson Coppes
 
Aula 10 [3-2022] - Guerra Fria pt.2
Aula 10 [3-2022] - Guerra Fria pt.2Aula 10 [3-2022] - Guerra Fria pt.2
Aula 10 [3-2022] - Guerra Fria pt.2Gerson Coppes
 
Aula 9 [1-2022] - Juventudes
Aula 9 [1-2022] - JuventudesAula 9 [1-2022] - Juventudes
Aula 9 [1-2022] - JuventudesGerson Coppes
 
Aula 9 [3-2022] - Período Democrático e Ditadura Militar
Aula 9 [3-2022] - Período Democrático e Ditadura MilitarAula 9 [3-2022] - Período Democrático e Ditadura Militar
Aula 9 [3-2022] - Período Democrático e Ditadura MilitarGerson Coppes
 
Resumo Período Democrático e Ditadura Militar
Resumo Período Democrático e Ditadura MilitarResumo Período Democrático e Ditadura Militar
Resumo Período Democrático e Ditadura MilitarGerson Coppes
 
Aula 3 [1-2022-filo] - Ethos e Moralis
Aula 3 [1-2022-filo] - Ethos e MoralisAula 3 [1-2022-filo] - Ethos e Moralis
Aula 3 [1-2022-filo] - Ethos e MoralisGerson Coppes
 
aula 8 [3-2022] - Guerra Fria
aula 8 [3-2022] - Guerra Friaaula 8 [3-2022] - Guerra Fria
aula 8 [3-2022] - Guerra FriaGerson Coppes
 
Aula 2 [1-2022-filo] - Contratualistas
Aula 2 [1-2022-filo] - ContratualistasAula 2 [1-2022-filo] - Contratualistas
Aula 2 [1-2022-filo] - ContratualistasGerson Coppes
 
Aula 8 [1-2022] - Migrantes
Aula 8 [1-2022] - MigrantesAula 8 [1-2022] - Migrantes
Aula 8 [1-2022] - MigrantesGerson Coppes
 
aula 7 [3-2022] - 2ª guerra mundial
aula 7 [3-2022] - 2ª guerra mundialaula 7 [3-2022] - 2ª guerra mundial
aula 7 [3-2022] - 2ª guerra mundialGerson Coppes
 
Resumo - Visões da Velhice [1-2022-filo].pdf
Resumo - Visões da Velhice [1-2022-filo].pdfResumo - Visões da Velhice [1-2022-filo].pdf
Resumo - Visões da Velhice [1-2022-filo].pdfGerson Coppes
 
Aula 7 [1-2022] - Onde habitar?
Aula 7 [1-2022] - Onde habitar?Aula 7 [1-2022] - Onde habitar?
Aula 7 [1-2022] - Onde habitar?Gerson Coppes
 
Aula 6 [1-2022] - Identidade e Patrimônio.pptx
Aula 6 [1-2022] - Identidade e Patrimônio.pptxAula 6 [1-2022] - Identidade e Patrimônio.pptx
Aula 6 [1-2022] - Identidade e Patrimônio.pptxGerson Coppes
 

Plus de Gerson Coppes (20)

Aula 1 [2023] - O que é história?
Aula 1 [2023] - O que é história?Aula 1 [2023] - O que é história?
Aula 1 [2023] - O que é história?
 
Aula 11 [1-2022] - Abolir o apagamento
Aula 11 [1-2022] - Abolir o apagamentoAula 11 [1-2022] - Abolir o apagamento
Aula 11 [1-2022] - Abolir o apagamento
 
Aula 11 [3-2022] - Nova República
Aula 11 [3-2022] - Nova RepúblicaAula 11 [3-2022] - Nova República
Aula 11 [3-2022] - Nova República
 
Aula 4 [1-2022-filo] - Cidadão?
Aula 4 [1-2022-filo] - Cidadão?Aula 4 [1-2022-filo] - Cidadão?
Aula 4 [1-2022-filo] - Cidadão?
 
Extra [3-2022] - Resolução de exercícios aula 6, 7, 8, 9
Extra [3-2022] - Resolução de exercícios aula 6, 7, 8, 9Extra [3-2022] - Resolução de exercícios aula 6, 7, 8, 9
Extra [3-2022] - Resolução de exercícios aula 6, 7, 8, 9
 
Aula 10 [1-2022] - O caminho da cidadania
Aula 10 [1-2022] - O caminho da cidadaniaAula 10 [1-2022] - O caminho da cidadania
Aula 10 [1-2022] - O caminho da cidadania
 
resumo fim da Guerra Fria
resumo fim da Guerra Friaresumo fim da Guerra Fria
resumo fim da Guerra Fria
 
Aula 10 [3-2022] - Guerra Fria pt.2
Aula 10 [3-2022] - Guerra Fria pt.2Aula 10 [3-2022] - Guerra Fria pt.2
Aula 10 [3-2022] - Guerra Fria pt.2
 
Aula 9 [1-2022] - Juventudes
Aula 9 [1-2022] - JuventudesAula 9 [1-2022] - Juventudes
Aula 9 [1-2022] - Juventudes
 
Aula 9 [3-2022] - Período Democrático e Ditadura Militar
Aula 9 [3-2022] - Período Democrático e Ditadura MilitarAula 9 [3-2022] - Período Democrático e Ditadura Militar
Aula 9 [3-2022] - Período Democrático e Ditadura Militar
 
Resumo Período Democrático e Ditadura Militar
Resumo Período Democrático e Ditadura MilitarResumo Período Democrático e Ditadura Militar
Resumo Período Democrático e Ditadura Militar
 
Aula 3 [1-2022-filo] - Ethos e Moralis
Aula 3 [1-2022-filo] - Ethos e MoralisAula 3 [1-2022-filo] - Ethos e Moralis
Aula 3 [1-2022-filo] - Ethos e Moralis
 
Resumo Guerra Fria
Resumo Guerra FriaResumo Guerra Fria
Resumo Guerra Fria
 
aula 8 [3-2022] - Guerra Fria
aula 8 [3-2022] - Guerra Friaaula 8 [3-2022] - Guerra Fria
aula 8 [3-2022] - Guerra Fria
 
Aula 2 [1-2022-filo] - Contratualistas
Aula 2 [1-2022-filo] - ContratualistasAula 2 [1-2022-filo] - Contratualistas
Aula 2 [1-2022-filo] - Contratualistas
 
Aula 8 [1-2022] - Migrantes
Aula 8 [1-2022] - MigrantesAula 8 [1-2022] - Migrantes
Aula 8 [1-2022] - Migrantes
 
aula 7 [3-2022] - 2ª guerra mundial
aula 7 [3-2022] - 2ª guerra mundialaula 7 [3-2022] - 2ª guerra mundial
aula 7 [3-2022] - 2ª guerra mundial
 
Resumo - Visões da Velhice [1-2022-filo].pdf
Resumo - Visões da Velhice [1-2022-filo].pdfResumo - Visões da Velhice [1-2022-filo].pdf
Resumo - Visões da Velhice [1-2022-filo].pdf
 
Aula 7 [1-2022] - Onde habitar?
Aula 7 [1-2022] - Onde habitar?Aula 7 [1-2022] - Onde habitar?
Aula 7 [1-2022] - Onde habitar?
 
Aula 6 [1-2022] - Identidade e Patrimônio.pptx
Aula 6 [1-2022] - Identidade e Patrimônio.pptxAula 6 [1-2022] - Identidade e Patrimônio.pptx
Aula 6 [1-2022] - Identidade e Patrimônio.pptx
 

Dernier

Apresentação | Símbolos e Valores da União Europeia
Apresentação | Símbolos e Valores da União EuropeiaApresentação | Símbolos e Valores da União Europeia
Apresentação | Símbolos e Valores da União EuropeiaCentro Jacques Delors
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*Viviane Moreiras
 
O desenvolvimento é um conceito mais amplo, pode ter um contexto biológico ou...
O desenvolvimento é um conceito mais amplo, pode ter um contexto biológico ou...O desenvolvimento é um conceito mais amplo, pode ter um contexto biológico ou...
O desenvolvimento é um conceito mais amplo, pode ter um contexto biológico ou...azulassessoria9
 
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemáticaSlide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemáticash5kpmr7w7
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxTailsonSantos1
 
MESTRES DA CULTURA DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
MESTRES DA CULTURA DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfMESTRES DA CULTURA DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
MESTRES DA CULTURA DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...azulassessoria9
 
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptxSlides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
ATIVIDADE 3 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
ATIVIDADE 3 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024ATIVIDADE 3 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
ATIVIDADE 3 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024azulassessoria9
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptssuser2b53fe
 
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 1)
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 1)Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 1)
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 1)Centro Jacques Delors
 
INTERTEXTUALIDADE atividade muito boa para
INTERTEXTUALIDADE   atividade muito boa paraINTERTEXTUALIDADE   atividade muito boa para
INTERTEXTUALIDADE atividade muito boa paraAndreaPassosMascaren
 
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.docGUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.docPauloHenriqueGarciaM
 
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptxEducação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptxMarcosLemes28
 
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º anoCamadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º anoRachel Facundo
 
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM POLÍGON...
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM  POLÍGON...Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM  POLÍGON...
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM POLÍGON...marcelafinkler
 
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdfatividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdfAutonoma
 
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 2)
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 2)Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 2)
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 2)Centro Jacques Delors
 
apostila filosofia 1 ano 1s (1).pdf 1 ANO DO ENSINO MEDIO . CONCEITOSE CARAC...
apostila filosofia 1 ano  1s (1).pdf 1 ANO DO ENSINO MEDIO . CONCEITOSE CARAC...apostila filosofia 1 ano  1s (1).pdf 1 ANO DO ENSINO MEDIO . CONCEITOSE CARAC...
apostila filosofia 1 ano 1s (1).pdf 1 ANO DO ENSINO MEDIO . CONCEITOSE CARAC...SileideDaSilvaNascim
 

Dernier (20)

Apresentação | Símbolos e Valores da União Europeia
Apresentação | Símbolos e Valores da União EuropeiaApresentação | Símbolos e Valores da União Europeia
Apresentação | Símbolos e Valores da União Europeia
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
 
O desenvolvimento é um conceito mais amplo, pode ter um contexto biológico ou...
O desenvolvimento é um conceito mais amplo, pode ter um contexto biológico ou...O desenvolvimento é um conceito mais amplo, pode ter um contexto biológico ou...
O desenvolvimento é um conceito mais amplo, pode ter um contexto biológico ou...
 
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemáticaSlide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
 
MESTRES DA CULTURA DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
MESTRES DA CULTURA DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfMESTRES DA CULTURA DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
MESTRES DA CULTURA DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
 
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptxSlides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
 
ATIVIDADE 3 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
ATIVIDADE 3 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024ATIVIDADE 3 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
ATIVIDADE 3 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
 
Novena de Pentecostes com textos de São João Eudes
Novena de Pentecostes com textos de São João EudesNovena de Pentecostes com textos de São João Eudes
Novena de Pentecostes com textos de São João Eudes
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
 
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 1)
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 1)Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 1)
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 1)
 
INTERTEXTUALIDADE atividade muito boa para
INTERTEXTUALIDADE   atividade muito boa paraINTERTEXTUALIDADE   atividade muito boa para
INTERTEXTUALIDADE atividade muito boa para
 
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.docGUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
 
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptxEducação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
 
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º anoCamadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
 
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM POLÍGON...
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM  POLÍGON...Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM  POLÍGON...
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM POLÍGON...
 
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdfatividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
 
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 2)
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 2)Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 2)
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 2)
 
apostila filosofia 1 ano 1s (1).pdf 1 ANO DO ENSINO MEDIO . CONCEITOSE CARAC...
apostila filosofia 1 ano  1s (1).pdf 1 ANO DO ENSINO MEDIO . CONCEITOSE CARAC...apostila filosofia 1 ano  1s (1).pdf 1 ANO DO ENSINO MEDIO . CONCEITOSE CARAC...
apostila filosofia 1 ano 1s (1).pdf 1 ANO DO ENSINO MEDIO . CONCEITOSE CARAC...
 

Aula 5 [1-2022-filo] - O mundo sob outros olhos olhos outros

  • 1. O mundo sob outros olhos/olhos outros
  • 2.
  • 3.
  • 4.
  • 5.
  • 6.
  • 7. “Outra particularidade que impressiona o estrangeiro é o aspecto de depauperamento e fraqueza da população. Já o havia anteriormente assinalado; porém, nas províncias do Norte, o fato é mais frisante que nas do Sul. Já não é que se trate apenas do fato de se verem crianças de todas as cores: a variedade de coloração testemunha, em toda sociedade em que impera a escravidão, o amálgama das raças. Mas é que no Brasil essa mistura parece ter tido sobre o desenvolvimento físico uma influência muito mais desfavorável do que nos Estados Unidos. É como se toda a pureza do tipo houvesse sido destruída e resultasse um composto vago, sem caráter e sem expressão. Essa classe híbrida, ainda mais marcada na Amazônia por causa do elemento índio, é numerosíssima nos povoados e nas grandes plantações.” – Louis Agasciz, biólogo defensor do racismo científico
  • 8. “Feitas de pau-a-pique e divididas em três compartimentos minúsculos, as casas eram paródia grosseira da antiga morada romana [...]. Se as edificações em suas modalidades evolutivas objetivam a personalidade humana, o casebre de teto de argila dos jagunços equiparado ao wigwan dos peles-vermelhas sugeria paralelo deplorável. O mesmo desconforto e, sobretudo, a mesma pobreza repugnante, traduzindo de certo modo, mais do que a miséria do homem, a decrepitude da raça” Os Sertões, Euclides da Cunha
  • 9. “O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços neurastênicos do litoral. A sua aparência, entretanto, ao primeiro lance de vista, revela o contrário. Falta-lhe a plástica impecável, o desempeno, a estrutura corretíssima das organizações atléticas. [...] Reflete a preguiça invencível, a atonia muscular perene, em tudo: na palavra remorada, no gesto contrafeito, no andar desaprumado, na cadência langorosa das modinhas, na tendência constante à imobilidade e à quietude” Os Sertões, Euclides da Cunha
  • 10. “É verdade que o paulista mais facilmente venceu a natureza do seu torrão pátrio transformando-o no centro de civilização apurada que já é, do que o brasileiro, e só o brasileiro, está vencendo as exuberâncias da vida amazônica, e as vencerá totalmente, corrigindo-as e adaptando-as ao livre desenvolvimento da ação humana, e essa será a mais convincente das provas de que, si tudo é grande no Brasil, "menos o homem" este, entretanto, não é tão pequeno como se apregoa e como pareceu a Buckle.” Afonso de Freitas, historiador paulista
  • 11. UBUNTU ▪ Ubuntu = humanidade para todos ▪ Filosofia de nós ▪ “Eu só existo por que nós existimos” ▪ Cosmovisão do mundo negro-africano ▪ Mundo como teia de relações ▪ Divino ↔ Comunidade ↔ Natureza
  • 12. Filosofias africanas de força vital Tradições orais ou tradições ancestrais As filosofias como Ubuntu e Ntu dos povos bantu se preocupam com o tornar-se Existir Ser Tornar Seu desejo de ser total e global questiona a centralidade do ser humano convida a filosofia não-africana para diálogo
  • 13. Analisar o que existe no mundo, a natureza do ser e a realidade e o que os torna possível
  • 15.
  • 16.
  • 17.
  • 18.
  • 20.
  • 21. “Fomos, durante muito tempo, embalados com a história de que somos a humanidade. Enquanto isso — enquanto seu lobo não vem — fomos nos alienando desse organismo de que somos parte, a Terra, e passamos a pensar que ele é uma coisa e nós, outra: a Terra e a humanidade. Eu não percebo onde tem alguma coisa que não seja natureza. Tudo é natureza. O cosmos é natureza. Tudo em que eu consigo pensar é natureza. Li uma história de um pesquisador europeu do começo do século XX que estava nos Estados Unidos e chegou a um território dos Hopi. Ele tinha pedido que alguém daquela aldeia facilitasse o encontro dele com uma anciã que ele queria entrevistar. Quando foi encontrá-la, ela estava parada perto de uma rocha. O pesquisador ficou esperando, até que falou: “Ela não vai conversar comigo, não?”. Ao que seu facilitador respondeu: “Ela está conversando com a irmã dela”. “Mas é uma pedra.” E o camarada disse: “Qual é o problema?”.” – Ideias para Adiar o Fim do Mundo, Ailton Krenak
  • 22. “A ideia de nós, os humanos, nos descolarmos da terra, vivendo numa abstração civilizatória, é absurda. Ela suprime a diversidade, nega a pluralidade das formas de vida, de existência e de hábitos. Oferece o mesmo cardápio, o mesmo figurino e, se possível, a mesma língua para todo mundo. Como os povos originários do Brasil lidaram com a colonização, que queria acabar com o seu mundo? Quais estratégias esses povos utilizaram para cruzar esse pesadelo e chegar ao século XXI ainda esperneando, reivindicando e desafinando o coro dos contentes? Vi as diferentes manobras que os nosso antepassados fizeram e me alimentei delas, da criatividade e da poesia que inspirou a resistência desses povos. A civilização chamava aquela gente de bárbaros e imprimiu uma guerra sem fim contra eles, com o objetivo de transformá-los em civilizados que poderiam integrar o clube da humanidade. Muitas dessas pessoas não são indivíduos, mas “pessoas coletivas”, células que conseguem transmitir através do tempo suas visões sobre o mundo.” – Ideias para Adiar o Fim do Mundo, Ailton Krenak
  • 23. “Definitivamente não somos iguais, e é maravilhoso saber que cada um de nós que está aqui é diferente do outro, como constelações. O fato de podermos compartilhar esse espaço, de estarmos juntos viajando não significa que somos iguais; significa exatamente que somos capazes de atrair uns aos outros pelas nossas diferenças, que deveriam guiar o nosso roteiro de vida. Ter diversidade, não isso de uma humanidade com o mesmo protocolo. Porque isso até agora foi só uma maneira de homogeneizar e tirar nossa alegria de estar vivos.” – Ideias para Adiar o Fim do Mundo, Ailton Krenak