SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  8
Télécharger pour lire hors ligne
Saúde Coletiva
ISSN: 1806-3365
editorial@saudecoletiva.com.br
Editorial Bolina
Brasil
de Souza Santos, Gerson; Kowal Olm Cunha, Isabel Cristina
Perfil sociodemográfico de cuidadores familiares de idosos residentes em uma área de abrangência
da Estratégia Saúde da Família no município de São Paulo
Saúde Coletiva, vol. 10, núm. 60, 2013, pp. 47-53
Editorial Bolina
São Paulo, Brasil
Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=84228212008
Como citar este artigo
Número completo
Mais artigos
Home da revista no Redalyc
Sistema de Informação Científica
Rede de Revistas Científicas da América Latina, Caribe , Espanha e Portugal
Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto
Saúde do Idoso
Santos GS, Cunha ICKO. Perfil sociodemográfico de cuidadores familiares de idosos residentes em uma área de abrangência
da Estratégia Saúde da Família no município de São Paulo.
Saúde Coletiva 2013; 10 (59):47-53 47
Perfil sociodemográfico de cuidadores
familiares de idosos residentes em uma
área de abrangência da Estratégia Saúde
da Família no município de São Paulo
Neste estudo, o objetivo foi caracterizar o perfil sociodemográfico dos cuidadores familiares de idosos
residentes em uma área de abrangência da Estratégia Saúde da Família no município de São Paulo. Pesquisa
quantitativa do tipo exploratório-descritivo, utilizando-se o estudo retrospectivo a partir de dados
levantados em prontuários. Dos cuidadores estudados, a grande maioria eram mulheres brancas, casadas,
católicas, com idade entre 30 a 59 anos, que estudaram de 1 a 4 anos, ocupa-se da função do lar, com renda
familiar de 1 a 2 salários mínimos, tem casa própria, de tijolos e com saneamento básico. A maior parte
delas são cuidadoras de 4 a 6 anos, sendo filhas do paciente. 33,9% são tabagistas, 88,2%, não tem acesso a
lazer e 84,8%, não praticam atividade física, 45,7% tem hipertensão arterial, 27,2% referem fadiga, 16,9%
referem anemia e 10,2% tem diabetes mellitus.
Descritores: Cuidadores, Idoso, Programa Saúde da Família.
In this study, the objective was to characterize the demographic profile of family caregivers of elderly
residents in an area covered by the Family Health Program in São Paulo - SP, Brazil. Quantitative research is
an exploratory-descriptive study using retrospective data collected from medical records. Of the caregivers
surveyed, the vast majority were white, married, Catholic, aged 30 to 59, who studied 1-4 years, deals with
the function of home, with family income between 1 to 2 minimum wages, has own house, brick and
sanitation. Most of them also act as caregivers 4-6 years, and daughters of the patient, 33.9% are smokers,
88,2% have no access to leisure and 84.8% not physically active, 45.7% is arterial hypertension, 27.2%,
with fatigue, 16.9% had anemia and 10.2% are mellitus diabetic.
Descriptors : Caregivers, Aged, Family Health Program.
En este estudio, el objetivo fue caracterizar el perfil demográfico de los cuidadores familiares de ancianos
residentes en un área cubierta por el Programa de Salud de la Familia en São Paulo – SP, Brasil. Esta es una
investigación cuantitativa, exploratoria, descriptiva y retrospectiva con datos recogidos del prontuario. De
los cuidadores encuestados, la gran mayoría eran mujeres blancas, casadas, católicas, de 30 a 59 años, que
estudió 1-4 años, se ocupando de la función de la casa, con un ingreso familiar entre 1 y 2 salarios mínimos,
ha propia casa, ladrillo y saneamiento. La mayoría de ellas actúan como cuidadoras hace 4-6 años, y son
hijas del paciente, 33,9% son fumadoras, 88,2% no tienen acceso al ocio y 84.8% no practican actividad
física, 45,7%, eran hipertensión arterial, 27,2% refieren fatiga, 16,9% tenían anemia y 10,2% tienen
diabetes mellitus.
Descriptores: Cuidadores, Anciano, Programa de Salud Familiar.
Gerson de Souza Santos
enf.gerson@hotmail.com
Enfermeiro. Mestre em Enfermagem. Enfermeiro da Estratégia Saúde da Família. Grupo de Estudos e
Pesquisas em Administração em Serviços de Saúde e Gerenciamento de Enfermagem. Universidade Federal
de São Paulo – UNIFESP.
Isabel Cristina Kowal Olm Cunha
Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Docente do Departamento de Enfermagem e Membro do Grupo de
Estudos e Pesquisas em Administração em Serviços de Saúde e Gerenciamento de Enfermagem – UNIFESP
Recebido: 8/06/2011
Aprovado: 22/08/2012
Saúde do Idoso
Santos GS, Cunha ICKO. Perfil sociodemográfico de cuidadores familiares de idosos residentes em uma área de
abrangência da Estratégia Saúde da Família no município de São Paulo
Saúde Coletiva 2013; 10 (59):47-53 48
INTRODUÇÃO
m vários países, as populações estão
envelhecendo. Estudos mostram que o
número de pessoas idosas cresce em ritmo maior
do que o número de pessoas que nascem,
acarretando um conjunto de situações que
modificam a estrutura de gastos dos países em
uma série de áreas importantes.
No Brasil, o ritmo de crescimento da
população idosa tem sido sistemático e
consistente. Segundo a Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios (PNAD) 2009, o País
contava com uma população de cerca de 21
milhões de pessoas de 60 anos ou mais de idade.
Com uma taxa de fecundidade abaixo do nível de
reposição populacional, combinada ainda com
outros fatores, tais como os avanços da tecnologia,
especialmente na área da saúde, atualmente o
grupo de idosos ocupa um espaço significativo na
sociedade brasileira1.
Esse aumento no número de idosos,
dentre outros fatores, suscita a necessidade de
retomar as discussões que permeiam a crise no
setor saúde. Nesta perspectiva, visando
implementar os princípios e diretrizes do Sistema
Único de Saúde (SUS), o Ministério da Saúde
institui a Estratégia Saúde da Família (ESF), em
1994. Tal estratégia enfoca a família como
unidade de ação programática de saúde e não
mais, tão somente o indivíduo2.
A ESF está pautada na visão ativa da
intervenção em saúde, ou seja, não somente
esperar a população chegar aos serviços de saúde
para intervir. Deve-se interagir com ela
preventivamente, constituindo-se em instrumento
real de reorganização de demanda. Além disso,
reforçam- se as concepções de integração com a
comunidade e o enfoque na atenção integral,
evitando ações reducionistas em saúde, centradas,
somente, na intervenção biológica e médica2.
A Política Nacional de Saúde da Pessoa
Idosa (PNSPI), do Ministério da Saúde
estabelecida em 2006, define que a atenção à
saúde da população idosa terá como porta de
entrada a Atenção Básica/Saúde da Família, tendo
como referência a rede de serviços especializada
de média e alta complexidade3.
Com o avanço da idade aumentam as
chances de surgimento de uma ou mais doenças
crônicas que, em sua maioria, apresentam riscos
de complicações, podendo gerar um processo
incapacitante e afetar a funcionalidade e, com
isso, dificultar ou impossibilitar o desempenho
das atividades da vida cotidiana de forma
independente. A incapacidade funcional se
apresenta como um sinal de falência das
habilidades em realizar as atividades cotidianas,
seja pela presença de déficits físicos ou cognitivos,
gerando como resultado, a dependência4.
Neste contexto, a capacidade funcional,
ou seja, a habilidade para realização de atividades
da vida diária surge como um novo paradigma de
saúde, muito importante para o idoso. Saúde em
uma nova concepção passa a ser o resultado de
bem estar físico, mental, social, familiar e
econômico. Considerando que, quando o domicílio
passa a ser um local de cuidados, as portas se
abrem para as diferenças e modificações no
âmbito familiar, mudando o cotidiano de todos
que habitam naquele mesmo teto5.
Geralmente a função de cuidador é
assumida por uma única pessoa, denominada
cuidador principal, seja por instinto, vontade,
disponibilidade ou capacidade. Esta assume
tarefas de cuidado, atendendo às necessidades do
idoso e responsabilizando-se por elas. Outro fator
determinante para o membro familiar se tornar
cuidador é a obrigação e/ou dever que ele mesmo
tem para com o idoso. Isto pode ser entendido
como um sentimento natural e subjetivo ligado a
um compromisso constituído ao longo da
convivência familiar6.
Para desenvolver seu processo de viver, a
família organiza seu próprio sistema de cuidados,
no qual estão refletidos seus saberes sobre a
saúde e a doença, todos incorporados de valores e
crenças que se fortalecem no cotidiano. Fornecer
ajuda, proteção e cuidado é um aspecto central
das relações familiares, ao longo de todo o curso
de vida de seus membros. Costumes, valores,
educação e situação econômica interagem com a
idade e o gênero das pessoas que cuidam e das
que são cuidadas e, além disso, respondem pela
desejabilidade e aceitabilidade do papel e dos
desempenhos associados ao cuidar, ajudar e
proteger7.
O ônus relacionado ao cuidado de idosos
dependentes faz com que o cuidador familiar deva
ser visto, também, como um cliente que merece
ser enfocado criteriosamente. Nos países latino-
americanos, ao que se sabe esta atividade ainda
não está incorporada nos serviços de saúde
apesar de já ser levada em consideração há algum
tempo nos países desenvolvidos8.
Diante do exposto, estudos que busquem
atualizar os conhecimentos sobre os cuidadores
familiares de idosos contribuem para informações
e discussões desta temática relevante. Assim, este
estudo teve por objetivo caracterizar o perfil dos
cuidadores familiares de idosos residentes em
E
Saúde do Idoso
Santos GS, Cunha ICKO. Perfil sociodemográfico de cuidadores familiares de idosos residentes em uma área de abrangência
da Estratégia Saúde da Família no município de São Paulo.
Saúde Coletiva 2013; 10 (59):47-53 49
uma área de abrangência da Estratégia Saúde da
Família no município de São Paulo.
METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa quantitativa do tipo
exploratório-descritivo, utilizando-se o estudo
retrospectivo, para sustentar a busca de
informações levantadas por prontuários. Pesquisa
deste tipo tem como característica principal a
descrição de determinada população ou
fenômeno ou o estabelecimento entre variáveis9.
O local do estudo foi uma Unidade Mista
(UBS+PSF). Está localizada no bairro Jabaquara,
zona sul da cidade de São Paulo, SP. Nesta
Unidade, além do atendimento das especialidades
de clínica médica, pediatria e ginecologia, também
atuam quatro equipes de Saúde da Família, sendo
cada uma composta por um médico, um
enfermeiro, dois auxiliares de enfermagem e seis
agentes comunitários de saúde. Cada equipe é
responsável por mil famílias. Para este estudo foi
selecionada uma área de abrangência na qual
estão cadastrados aproximadamente três mil
pessoas das quais trezentas possuem idade igual
ou superior a sessenta anos. Foram considerados
para este estudo o total de 59 prontuários de
pacientes que são cuidadores de idosos no
domicílio e que residem na área de abrangência e
que estavam cadastrados e acompanhados no
período de janeiro a dezembro de 2010. A coleta
de dados foi iniciada somente após a aprovação
dos gestores da Unidade de Saúde.
Para tanto, utilizou-se um roteiro para
busca dos dados sócio-demográficos, de moradia
e saúde: sexo, idade, raça, estado civil,
escolaridade, ocupação, renda familiar, tempo na
função de cuidador, grau de parentesco, condições
de moradia, tipo de casa, saneamento básico,
plano de saúde, hábito de tabagismo, prática de
lazer, atividade física, religião e doença referida.
Para melhor apresentação dos resultados,
os dados foram tabulados com o através da
estatística descritiva.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A tabela 1 apresenta dados sociodemográficos dos
cuidadores pesquisados.
Tabela 1 – Dados sociodemográficos e de moradia, dos cuidadores de idosos residentes em uma área de
abrangência da Estratégia Saúde da Família, São Paulo 2011.
Feminino Masculino Total
N (%) N (%) N (%)
Idade
30-39 10 19,4 02 28,5 12 20,3
40-49 11 21,1 03 43,0 14 23,7
50-59 20 38,4 02 28,5 22 37,4
60 a mais 11 21,1 -- ---- 11 18,6
Total 52 100,0 07 100,0 59 100,0
Raça referida
Branca 30 57,7 03 43,0 33 56,0
Negra 07 13,5 02 28,5 09 15,2
Parda 15 28,8 02 28,5 17 28,8
Total 52 100,0 07 100,0 59 100,0
Estado civil
Casado 40 76,9 07 100,0 47 79,6
Solteiro 12 23,1 -- ------ 12 20,4
Total 52 100,0 07 100,0 59 100,0
Religião
Católica 32 61,5 04 57,1 36 61,0
Evangélica 20 38,5 03 42,9 23 39,0
Total 52 100,0 07 100,0 59 100,0
Escolaridade
Analfabeto 15 28,8 02 28,5 17 28,8
1 a 4 anos de estudo 37 71,2 05 71,5 42 71,2
Total 52 100,0 07 100,0 59 100,0
Ocupação
Saúde do Idoso
Santos GS, Cunha ICKO. Perfil sociodemográfico de cuidadores familiares de idosos residentes em uma área de
abrangência da Estratégia Saúde da Família no município de São Paulo
Saúde Coletiva 2013; 10 (59):47-53 50
Do lar (dona de casa) 45 86,5 -- ---- 45 76,3
Diarista 07 13,5 -- ---- 07 11,8
Comerciante --- ----- 02 28,5 02 03,4
Aposentado --- ----- 05 71,5 05 08,5
Total 52 100,0 07 100,0 59 100,0
Renda familiar
1 salário mínimo 20 38,5 -- ----- 20 33,9
2 salários mínimos 25 48,0 07 100,0 32 54,3
3 salários mínimos 07 13,5 -- ------ 07 11,8
Total 52 100,0 07 100,0 59 100,0
Tempo na função de cuidador
1-3 anos 25 48,0 03 43,0 28 47,4
4-6 anos 27 52,0 04 57,0 31 52,6
Total 52 100,0 07 100,0 59 100,0
Grau de parentesco
Filhos 40 76,9 07 100,0 47 79,6
Cônjuges 12 23,1 -- ------- 12 20,4
Total 52 100,0 07 100,0 59 100,0
Condições de moradia
Casa própria 35 67,3 04 57,1 39 66,1
Casa alugada 17 32,7 03 42,9 20 33,9
Total 52 100,0 07 100,0 59 100,0
Tipo de casa
Casa de tijolos 37 71,1 05 71,4 42 71,1
Casa de madeira (barraco) 15 28,9 02 28,6 17 28,9
Total 52 100,0 07 100,0 59 100,0
Saneamento básico
Sim 37 71,1 05 71,4 42 71,1
Não 15 28,9 02 28,6 17 28,9
Total 52 100,0 07 100,0 59 200,0
N=59
Dos 59 prontuários utilizados neste estudo, 52
(88,1%) eram de cuidadores do sexo feminino e 7
(11,9%) eram do sexo masculino, conforme
mostra a tabela 1.
Devido à crença predominante na
sociedade de que cabe à mulher cuidar da família,
muitas vezes o cuidado é visto como uma
obrigação de filhas, esposas e irmãs. Ao assumir
esse papel, juntamente com os demais serviços do
lar e as atividades extradomiciliares, a mulher
acaba sofrendo grande sobrecarga, além de
estresse psicológico e físico, o que prejudica sua
própria saúde, já que ela passa a não se valorizar e
não cuidar de si mesma. Em muitos casos, a
mulher deixa de lado seu papel doméstico, o que
acarreta mudanças na dinâmica familiar e gera
conflito entre os membros da família pelas
alterações no desempenho dessas atividades. Em
outros casos, vê-se obrigada a abandonar o
trabalho para cuidar do familiar, o que causa
impactos financeiros na família10.
Em relação à faixa etária dos cuidadores,
22 (37,4%) possuem idade entre 50 a 59 anos e
11 (18%), pacientes são idosos com idade acima
dos 60 anos, cuidando de outro idoso no
domicilio. Embora se trate, ainda, de uma questão
que gera questionamentos e inquietações, o
cuidador idoso é um elemento presente no
cenário de atenção à saúde. Esta realidade não
pode ser omitida pelos órgãos governamentais e
pela sociedade em geral, uma vez que a atenção e
o suporte a essas pessoas são fundamentais para a
melhoria da qualidade de vida do idoso
fragilizado e do próprio idoso cuidador11.
Observou-se que 56 %, dos cuidadores
são de raça branca e 44% afro-descendentes.
A maioria dos cuidadores identificados
por prontuário são casados (79,6%). Ambas as
situações- casado ou solteiro, podem interferir
positiva ou negativamente no cuidado. A situação
de se encontrar casado pode caracterizar-se como
um fator facilitador de apoio para as tarefas
desenvolvidas com o idoso, porém, de outro lado,
pode constituir-se em uma sobrecarga ao
cuidador, o qual, além do cuidado, pode ser
responsável por outras tarefas domiciliares. O
estado solteiro também constitui uma
preocupação, pois a tarefa de cuidar influencia
negativamente a vida pessoal do cuidador.
Saúde do Idoso
Santos GS, Cunha ICKO. Perfil sociodemográfico de cuidadores familiares de idosos residentes em uma área de abrangência
da Estratégia Saúde da Família no município de São Paulo.
Saúde Coletiva 2013; 10 (59):47-53 51
A fé e a religião/religiosidade são fatores
mediadores que auxiliam os familiares no
enfrentamento do cuidado domiciliar. A religião é
considerada, por diversos autores, um importante
aliado no processo de aceitação da doença e das
atividades impostas por ela. É relevante salientar
que a espiritualidade está na essência do ser
humano e se manifesta na relação com o outro12.
Neste estudo verificou-se que 61%, dos
cuidadores professam o catolicismo, seguido de
39,% que se identificam como evangélicos.
Em relação à escolaridade 71,2% dos
cuidadores cadastrados possuem apenas 1 a 4
anos de estudo, seguido de 28,8% analfabetos. O
fato revela um efeito preocupante, pois, em se
tratando de idoso dependente, são exigidas
tarefas complexas ao cuidador, que muitas vezes
necessita de algum grau de escolaridade. A falta
de escolaridade interfere, direta ou
indiretamente, na prestação dos cuidados aos
idosos, ocorrendo uma queda em sua qualidade,
visto que o cuidador necessita seguir dietas e
prescrições bem como manusear medicamentos,
ler receitas, entender a dosagem e a via de
administração13.
No tocante à ocupação, a maioria dos
cuidadores classificou-se como do lar (76,3%), ou
seja, que se dedica aos cuidados ao idoso e ainda
executa tarefas domésticas, não possuindo
atividade profissional fora do domicilio. A tarefa
de cuidar possivelmente impede ou dificulta a
execução de práticas extradomiciliares.
Em relação à renda familiar, a maioria
dos cuidadores possuem até 2 salários mínimos
(54,3%). A restrição dos recursos financeiros é
uma limitação importante, que pode inclusive
comprometer o tratamento, já que muitos
pacientes fazem uso de medicamentos de alto
custo, nem sempre fornecidos pelo sistema de
saúde. Entretanto, a impossibilidade de realizar
atividade extradomiciliar, por não haver quem
cuide do familiar enquanto está trabalhando,
muitas vezes impede os cuidadores de exercer
atividades remuneradas, impossibilitando sua
contribuição para a renda familiar14.
Quanto ao tempo em que exerce a função
de cuidador, observou-se que 52,6% presta
cuidados a idosos de 4 a 6 anos. Sobre esta
questão, ressalta-se que o desgaste físico e mental
causados pelo cuidar, embutido junto às
preocupações do cotidiano e também às próprias
limitações ou incapacidades do idoso, torna a vida
em si mais difícil ocasionando danos maiores à
saúde dos cuidadores15.
Em relação ao grau de parentesco,
observou-se que os filhos representam a grande
maioria (79,6%) exercendo a função de cuidador
no domicílio. A afetividade nos relacionamentos,
assim como o grau de intimidade e afinidade
entre os membros de uma família são fatores
levados em consideração frente à decisão de
escolher alguém para ser o cuidador. Podemos
perceber que os laços existentes entre mãe e filha
ou entre avó e neta são significativos para a
escolha16.
Quanto à situação de moradia, observou-
se que 66,1% dos cuidadores possuem casa
própria, seguido de 33,9% que moram em casa
alugada. Destaca-s e que 71,1% dos cuidadores
moram em casas construídas de tijolos possuindo
saneamento básico, enquanto 28,9% moram em
casas de madeira (barracos) sem saneamento
básico. Apesar do alto percentual de cuidadores
que moram em casas de tijolos, é importante
destacar, que esta comunidade há menos de dez
anos, era composta por favelas, e que apesar da
urbanização, mantém estas características, tais
como falta de planejamento habitacional, pouca
ou nenhuma ventilação e luz solar, espaço
reduzido, entre outras.
Tabela 2 – Pacientes cuidadores de idosos quanto à hábitos de vida e condições de saúde, residentes em
uma área de abrangência da Estratégia Saúde da Família, São Paulo 2011.
Feminino Masculino Total
N (%) N (%) N (%)
Hábito de tabagismo
Não 37 71,2 02 28,6 39 66,1
Sim 15 28,8 05 71,4 20 33,9
Total 52 100,0 07 100,0 59 100,0
Prática de lazer
Não 47 90,4 05 71,4 52 88,2
Sim 05 09,6 02 28,6 07 11,8
Total 52 100,0 07 100,0 59 100,0
Prática de atividade física
Não 44 84,7 06 85,8 50 84,8
Saúde do Idoso
Santos GS, Cunha ICKO. Perfil sociodemográfico de cuidadores familiares de idosos residentes em uma área de
abrangência da Estratégia Saúde da Família no município de São Paulo
Saúde Coletiva 2013; 10 (59):47-53 52
Sim 08 15,3 01 14,2 09 15,2
Total 52 100,0 07 100,0 59 100,0
Doença ou condição referida
Hipertensão 25 48,0 02 28,5 27 45,7
Diabetes 05 09,6 01 14,3 06 10,2
Anemia 10 19,3 -- ----- 10 16,9
Fadiga 12 23,1 04 57,2 16 27,2
Total 52 100 07 100,0 59 100,0
N= 59
Em relação ao tabagismo, verificou-se que 33,9%
dos cuidadores possuem este hábito. A
dependência do tabaco associa-se a uma maior
predisposição para doenças e incapacidades com
alta morbidade e mortalidade, resultando em
piora da saúde e da qualidade de vida da
população em geral podendo ser desencadeado
por diversos fatores tais como: da influência do
grupo com o qual se convive da identificação do
cigarro como um atrativo pessoal capaz de
transformar as pessoas em adultos, fortes e
atraentes, como método para aliviar tensões e
auxiliar nos momentos de insegurança, além do
simples desejo de experimentar o tabaco por
curiosidade17.
Quanto ao lazer, observou-se que apenas
11,8% dos cuidadores tem disponibilidade para
esta prática, semelhantemente à atividade física
na qual apenas 15,2% o praticam. As demandas
do cuidado podem reduzir consideravelmente a
participação do cuidador em atividades sociais e
de lazer. Como conseqüência, é possível que suas
relações significativas com familiares e amigos
diminuam tanto em quantidade quanto em
qualidade, levando o cuidador a vivenciar um
processo de isolamento social, com possível
instalação do estresse. Constitui,
conseqüentemente, fator de risco de ocorrência
de doenças, as tensões emocionais, relações
conflituosas e omissão de cuidados ou
negligência, e possíveis abusos físicos e
psicológicos durante o desenvolvimento de
tarefas de cuidar do idoso18.
No tocante às doenças referidas,
observou-se que 45,7% dos cuidadores tem
hipertensão arterial, 27,2% relatam fadiga, 16,9%
possuem anemia e 10,2% tem diabetes mellitus.
Diversos estudos apontam que o cuidador
familiar, em virtude de sua exposição prolongada
aos diferentes fatores estressores presentes na
tarefa de cuidar, está sob risco de apresentar
problemas de saúde semelhantes aos
evidenciados pela pessoa para a qual ele provê o
cuidado, tais como: hipertensão arterial, diabetes
mellitus, cansaço, fadiga, lombalgia, mialgia, e
outros19.
CONCLUSÃO
O estudo analisou o perfil sociodemográfico dos
cuidadores familiares de idosos atendidos em
uma Unidade Mista. A partir deste estudo foi
evidenciada a importância a ser dispensada aos
idosos seus cuidadores, em especial os familiares.
Apesar de haver um membro da família que
assuma a maior parte das responsabilidades
pelos cuidados, toda a família deve ser envolvida
neste processo, contribuindo assim para a
melhoria da atenção prestada ao idoso.
Programas de apoio podem ser dirigidos
ao cuidador principal ou mesmo a vários
membros da família e podem ser
operacionalizados a partir de atendimentos
individuais ou grupais, com trocas de
experiências e repasse de orientação prática
quanto aos procedimentos de cuidado. Assim,
nessa perspectiva, tanto os idosos dependentes
como seus cuidadores estariam eficiente e
eficazmente atendidos pelos serviços de saúde
que cumpriria a sua principal razão de ser.
REFERÊNCIAS
1. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
(BR). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística –
IBGE: Diretoria de Pesquisas Coordenação de
População e Indicadores Sociais. Síntese dos
indicadores sociais: Uma analise das condições de vida
da população brasileira em 2010. p.191-7.
2. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à
Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política
Nacional de Atenção Básica. Brasília; 2006.
3. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção
Básica. Departamento de Atenção Básica.
Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Normas e
manuais técnicos. Brasília – DF. 2006.
4. Nardi EFR, Oliveira MLF. Significado de cuidar de
idosos dependentes na perspectiva do cuidador
familiar. Ciência Cuidado e Saúde 2009; 8(3):428-35.
Saúde do Idoso
Santos GS, Cunha ICKO. Perfil sociodemográfico de cuidadores familiares de idosos residentes em uma área de abrangência
da Estratégia Saúde da Família no município de São Paulo.
Saúde Coletiva 2013; 10 (59):47-53 53
5. Mendes GD, Miranda SM, Borges MMMC. Saúde do
cuidador de idosos: um desafio para o cuidado. Revista
Enfermagem Integrada 2010; 3 (1): 408-21.
6. Freitas MC, Maruyama SAT, Ferreira TF, Mota AMA.
Perspectivas da pesquisa em gerontologia e geriatria:
revisão de literatura. Rev. Latinoam Enfermagem. 2002;
10 (2): 221-8.
7. Perracini MR, Néri AL. Tarefa de cuidar: com a
palavra, mulheres cuidadoras de idosos de alta
dependência. In: Néri AL, Pinto MEB, Sommerhalder C,
Ferracini MR, Yuaso DR. Cuidar de idoso no contexto da
família: questões psicológicas e sociais. Campinas:
Alínea Editora; 2006. p. 135-63.
8. Fernandes MGM, Garcia TR. Estrutura conceitual da
tensão do cuidador familiar de idosos dependentes.
Rev. Eletr. Enf. [Internet]. 2009; 11(3):469-76.
Available from:
http://www.fen.ufg.br/revista/v11/n3/v11n3a02.htm.
9. Gil AC. Métodos e Técnicas de pesquisa social. 5ª Ed.
São Paulo: Atlas 2006. pg 136.
10. Marin MJS, Mesquita SRAM, Gazetta GHAK, Lira TF.
Diagnósticos de enfermagem de pacientes e cuidadores
de um programa de internação hospitalar. Rev Mineira
Enferm. 2008; 12(2): 235-40.
11. Diogo MJD, Ceolim MF, Cintra FA. Orientações para
idosas que cuidam de idosos no domicílio: relato de
experiência. Rev Esc. Enferm. USP 2005; 39 (1): 97-102.
12. Brondani CM, Beuter M, Alvim NAT, Szareski C,
Rocha LS. Cuidadores e estratégias no cuidado ao
doente na internação domiciliar. Texto Contexto
Enfermagem, 2010; 19(3): 504-10.
13. Nakatani AYK, Souto CCS, Paulette LM, Melo TS,
Souza MM. Perfil dos cuidadores informais de idosos
com déficit de autocuidado atendidos pelo programa
saúde da família. Rev Eletrônica Enferm. [Internet].
2003 [acesso 2011 abril 05]; 5(1). Disponível em:
http://www.fen.ufg.br/revista/revista5_1/perfil.html.
14. Yamashita CH, Amendôla F, Alvarenga MRM,
Oliveira MAC. Perfil sociodemográfico de cuidadores
familiares de pacientes dependentes atendidos por uma
unidade de saúde da família no município de São Paulo.
O Mundo da Saúde 2010; 34(1): 20-4.
15. Rodrigues SLA, Watanabe HAW, Derntl MA. A saúde
de idosos que cuidam de idosos. Rev Esc Enferm USP
2006; 40(4): 493-500.
16. Breve Diagnóstico sobre o Quadro Atual da
Habitação no Brasil. Disponível em:
http://www.ipea.gov.br/sites/000/2/publicacoes/bps
ociais/bps04/Breve.pdf. Acesso em: 04 de março, 2011.
17. Schmitz N, Kruse J, Kugler J. Disabilities, quality of
life, and mental disorders associated with smoking and
nicotine dependence. Am J Psychiatry. 2003; 160(9):
1670.
18. Souza AS, Meira EC, Neri IG, Silva JA, Gonçalves LHT.
Fatores de risco maus-tratos ao idoso na relação
idoso/cuidador na convivência intrafamiliar. Textos
Envelhecimento 2004; 7 (2): 57-76
19. Henz RC. Perfil do cuidador familiar e suas
necessidades com relação aos cuidados prestados ao
idoso com dependência em uma estratégia saúde da
família. Trabalho de conclusão do curso de graduação
em enfermagem. Universidade Federal do Rio Grande.
Rio Grande do Sul. 2010.

Contenu connexe

Tendances

Saúde e Sociedade - Atividades Práticas Unidade Básica de Saúde
Saúde e Sociedade - Atividades Práticas Unidade Básica de SaúdeSaúde e Sociedade - Atividades Práticas Unidade Básica de Saúde
Saúde e Sociedade - Atividades Práticas Unidade Básica de Saúde
Sheyla Amorim
 
Módulo 1 - Aula 5
Módulo 1 - Aula 5Módulo 1 - Aula 5
Módulo 1 - Aula 5
agemais
 
Assistencia de enfermagem em saude do idoso
Assistencia de enfermagem em saude do idosoAssistencia de enfermagem em saude do idoso
Assistencia de enfermagem em saude do idoso
Ceila Coelho
 
Caderno de educacao_popular_e_saude
Caderno de educacao_popular_e_saudeCaderno de educacao_popular_e_saude
Caderno de educacao_popular_e_saude
Aline Morais Lisa
 
Saude infantil
Saude infantilSaude infantil
Saude infantil
Papinfas
 

Tendances (20)

Rede de Atenção à Saúde do Idoso
Rede de Atenção à Saúde do IdosoRede de Atenção à Saúde do Idoso
Rede de Atenção à Saúde do Idoso
 
EDUCAÇÃO EM SAÚDE
EDUCAÇÃO EM SAÚDEEDUCAÇÃO EM SAÚDE
EDUCAÇÃO EM SAÚDE
 
UFCD - 6559- Cuidados Saúde no Idoso
 UFCD - 6559- Cuidados Saúde no Idoso UFCD - 6559- Cuidados Saúde no Idoso
UFCD - 6559- Cuidados Saúde no Idoso
 
Capa1
Capa1Capa1
Capa1
 
Conceito de Saúde 2
Conceito de Saúde 2Conceito de Saúde 2
Conceito de Saúde 2
 
Saúde e Sociedade - Atividades Práticas Unidade Básica de Saúde
Saúde e Sociedade - Atividades Práticas Unidade Básica de SaúdeSaúde e Sociedade - Atividades Práticas Unidade Básica de Saúde
Saúde e Sociedade - Atividades Práticas Unidade Básica de Saúde
 
Tesis Alumna FUNIBER. Terezinha Lima - Evidencias sobre la problemática econó...
Tesis Alumna FUNIBER. Terezinha Lima - Evidencias sobre la problemática econó...Tesis Alumna FUNIBER. Terezinha Lima - Evidencias sobre la problemática econó...
Tesis Alumna FUNIBER. Terezinha Lima - Evidencias sobre la problemática econó...
 
Educaçao e Saude
Educaçao e SaudeEducaçao e Saude
Educaçao e Saude
 
Planejamento familíar
Planejamento familíarPlanejamento familíar
Planejamento familíar
 
Atenção à Saúde do Idoso
Atenção à Saúde do Idoso Atenção à Saúde do Idoso
Atenção à Saúde do Idoso
 
Apresentando a caderneta do Idoso
Apresentando a caderneta do IdosoApresentando a caderneta do Idoso
Apresentando a caderneta do Idoso
 
Módulo 1 - Aula 5
Módulo 1 - Aula 5Módulo 1 - Aula 5
Módulo 1 - Aula 5
 
Envelhecimento, saúde e qualidade de vida blumenau
Envelhecimento, saúde e qualidade de vida blumenauEnvelhecimento, saúde e qualidade de vida blumenau
Envelhecimento, saúde e qualidade de vida blumenau
 
Caderneta Idoso
Caderneta Idoso Caderneta Idoso
Caderneta Idoso
 
Assistencia de enfermagem em saude do idoso
Assistencia de enfermagem em saude do idosoAssistencia de enfermagem em saude do idoso
Assistencia de enfermagem em saude do idoso
 
A Política de Saúde da População Negra no Brasil: atores políticos, aspectos ...
A Política de Saúde da População Negra no Brasil: atores políticos, aspectos ...A Política de Saúde da População Negra no Brasil: atores políticos, aspectos ...
A Política de Saúde da População Negra no Brasil: atores políticos, aspectos ...
 
Saúde do Adulto: enfermagem
Saúde do Adulto: enfermagemSaúde do Adulto: enfermagem
Saúde do Adulto: enfermagem
 
Caderno de educacao_popular_e_saude
Caderno de educacao_popular_e_saudeCaderno de educacao_popular_e_saude
Caderno de educacao_popular_e_saude
 
SAÚDE MENTAL E DEPENDÊNCIA QUÍMICA
SAÚDE MENTAL E DEPENDÊNCIA QUÍMICASAÚDE MENTAL E DEPENDÊNCIA QUÍMICA
SAÚDE MENTAL E DEPENDÊNCIA QUÍMICA
 
Saude infantil
Saude infantilSaude infantil
Saude infantil
 

En vedette

Ser cuidador
Ser cuidadorSer cuidador
Ser cuidador
noelia88
 
Formando Palavras com Frutas
Formando Palavras com FrutasFormando Palavras com Frutas
Formando Palavras com Frutas
atalaiaonline
 

En vedette (20)

Apresentação pólo
Apresentação póloApresentação pólo
Apresentação pólo
 
Ser cuidador
Ser cuidadorSer cuidador
Ser cuidador
 
Prot. 2583 15 pl 052-2015 - cria e altera cargos no quadro técnico e admini...
Prot. 2583 15   pl 052-2015 - cria e altera cargos no quadro técnico e admini...Prot. 2583 15   pl 052-2015 - cria e altera cargos no quadro técnico e admini...
Prot. 2583 15 pl 052-2015 - cria e altera cargos no quadro técnico e admini...
 
Formando Palavras com Frutas
Formando Palavras com FrutasFormando Palavras com Frutas
Formando Palavras com Frutas
 
Regulamento do baba do cajueiro
Regulamento do baba do cajueiroRegulamento do baba do cajueiro
Regulamento do baba do cajueiro
 
Desenv.humano no período escolar
Desenv.humano no período escolarDesenv.humano no período escolar
Desenv.humano no período escolar
 
Educação de filhos
Educação de filhosEducação de filhos
Educação de filhos
 
Como ocorre o desenvolvimento na primeira infância? - Vera Ramires
Como ocorre o desenvolvimento na primeira infância? - Vera RamiresComo ocorre o desenvolvimento na primeira infância? - Vera Ramires
Como ocorre o desenvolvimento na primeira infância? - Vera Ramires
 
Cotidiano E Escola1
Cotidiano E Escola1Cotidiano E Escola1
Cotidiano E Escola1
 
Humanizar o Cuidado
Humanizar o CuidadoHumanizar o Cuidado
Humanizar o Cuidado
 
Diretrizes curriculares
Diretrizes curricularesDiretrizes curriculares
Diretrizes curriculares
 
Seminário saúde coletiva enfermagem 8º período
Seminário saúde coletiva enfermagem 8º períodoSeminário saúde coletiva enfermagem 8º período
Seminário saúde coletiva enfermagem 8º período
 
Bibliografias - idoso
Bibliografias - idosoBibliografias - idoso
Bibliografias - idoso
 
ASPECTOS BIOÉTICOS NOS CUIDADOS PALIATIVOS (EUTANÁSIA E DISTANÁSIA).
ASPECTOS BIOÉTICOS NOS CUIDADOS PALIATIVOS (EUTANÁSIA E DISTANÁSIA).ASPECTOS BIOÉTICOS NOS CUIDADOS PALIATIVOS (EUTANÁSIA E DISTANÁSIA).
ASPECTOS BIOÉTICOS NOS CUIDADOS PALIATIVOS (EUTANÁSIA E DISTANÁSIA).
 
R$300,00 MONOGRAFIA E TCC
R$300,00  MONOGRAFIA E TCCR$300,00  MONOGRAFIA E TCC
R$300,00 MONOGRAFIA E TCC
 
Regimento interno 2016 cfab
Regimento interno 2016 cfabRegimento interno 2016 cfab
Regimento interno 2016 cfab
 
Módulo V
Módulo VMódulo V
Módulo V
 
A desvalorização ao Idoso- IFAP
A desvalorização ao Idoso- IFAPA desvalorização ao Idoso- IFAP
A desvalorização ao Idoso- IFAP
 
Ortopedia
OrtopediaOrtopedia
Ortopedia
 
Diagnósticos de enfermagem frequentes em idosos residentes na área de abrangê...
Diagnósticos de enfermagem frequentes em idosos residentes na área de abrangê...Diagnósticos de enfermagem frequentes em idosos residentes na área de abrangê...
Diagnósticos de enfermagem frequentes em idosos residentes na área de abrangê...
 

Similaire à Perfil sociodemográfico de cuidadores familiares de idosos residentes em uma área de abrangência da Estratégia Saúde da Família no município de São Paulo

carreira medica, transtorno do espectro autista.pdf
carreira medica, transtorno do espectro autista.pdfcarreira medica, transtorno do espectro autista.pdf
carreira medica, transtorno do espectro autista.pdf
ElderMarinho3
 
Cuidadados em idosos com alzheimer
Cuidadados em idosos com alzheimerCuidadados em idosos com alzheimer
Cuidadados em idosos com alzheimer
feliperils
 
AULA CORINGA - Gestao_de_cuidado_da_pessoa_idosa PDF.pdf
 AULA CORINGA - Gestao_de_cuidado_da_pessoa_idosa PDF.pdf AULA CORINGA - Gestao_de_cuidado_da_pessoa_idosa PDF.pdf
AULA CORINGA - Gestao_de_cuidado_da_pessoa_idosa PDF.pdf
ShesterDamaceno1
 

Similaire à Perfil sociodemográfico de cuidadores familiares de idosos residentes em uma área de abrangência da Estratégia Saúde da Família no município de São Paulo (20)

Visita domiciliar a idosos: caracteristicas e fatores associados
Visita domiciliar a idosos: caracteristicas e fatores associadosVisita domiciliar a idosos: caracteristicas e fatores associados
Visita domiciliar a idosos: caracteristicas e fatores associados
 
visão geral- visão geral- V- visão geral
visão geral- visão geral- V- visão geralvisão geral- visão geral- V- visão geral
visão geral- visão geral- V- visão geral
 
carreira medica, transtorno do espectro autista.pdf
carreira medica, transtorno do espectro autista.pdfcarreira medica, transtorno do espectro autista.pdf
carreira medica, transtorno do espectro autista.pdf
 
O cuidador familiar de paciente psiquiátrico suas dores
O cuidador familiar de paciente psiquiátrico suas doresO cuidador familiar de paciente psiquiátrico suas dores
O cuidador familiar de paciente psiquiátrico suas dores
 
Melhora da atenção a saúde dos idosos na UBS
Melhora da atenção a saúde dos idosos na UBS  Melhora da atenção a saúde dos idosos na UBS
Melhora da atenção a saúde dos idosos na UBS
 
Karsch
KarschKarsch
Karsch
 
ESF Slides.pdf
ESF Slides.pdfESF Slides.pdf
ESF Slides.pdf
 
Qualidade de vida de Idosos na Estratégia Saúde da
Qualidade de vida de Idosos na Estratégia Saúde daQualidade de vida de Idosos na Estratégia Saúde da
Qualidade de vida de Idosos na Estratégia Saúde da
 
Avaliação da qualidade de vida de mulheres idosas
Avaliação da qualidade de vida de mulheres idosasAvaliação da qualidade de vida de mulheres idosas
Avaliação da qualidade de vida de mulheres idosas
 
09042012 tcc da aluna polyanna bezerra de psf 3
09042012 tcc da aluna polyanna bezerra de psf  309042012 tcc da aluna polyanna bezerra de psf  3
09042012 tcc da aluna polyanna bezerra de psf 3
 
2405
24052405
2405
 
NUTRIÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
NUTRIÇÃO EM SAÚDE COLETIVA NUTRIÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
NUTRIÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
 
Ilpi qualidade
Ilpi qualidadeIlpi qualidade
Ilpi qualidade
 
Cuidadados em idosos com alzheimer
Cuidadados em idosos com alzheimerCuidadados em idosos com alzheimer
Cuidadados em idosos com alzheimer
 
Fatores associados ao consumo de medicamentos entre idosos de uma unidade bás...
Fatores associados ao consumo de medicamentos entre idosos de uma unidade bás...Fatores associados ao consumo de medicamentos entre idosos de uma unidade bás...
Fatores associados ao consumo de medicamentos entre idosos de uma unidade bás...
 
Aula acs
Aula acsAula acs
Aula acs
 
AULA CORINGA - Gestao_de_cuidado_da_pessoa_idosa PDF.pdf
 AULA CORINGA - Gestao_de_cuidado_da_pessoa_idosa PDF.pdf AULA CORINGA - Gestao_de_cuidado_da_pessoa_idosa PDF.pdf
AULA CORINGA - Gestao_de_cuidado_da_pessoa_idosa PDF.pdf
 
Gestao_de_cuidado_da_pessoa_idosa.pdf
Gestao_de_cuidado_da_pessoa_idosa.pdfGestao_de_cuidado_da_pessoa_idosa.pdf
Gestao_de_cuidado_da_pessoa_idosa.pdf
 
Aula saude do idoso
Aula saude do idosoAula saude do idoso
Aula saude do idoso
 
Programa de Saúde da Família (PSF
Programa de Saúde da Família (PSFPrograma de Saúde da Família (PSF
Programa de Saúde da Família (PSF
 

Plus de Centro Universitário Ages

Plus de Centro Universitário Ages (20)

Sistema de Saúde no Brasil e no mundo.pdf
Sistema de Saúde no Brasil e no mundo.pdfSistema de Saúde no Brasil e no mundo.pdf
Sistema de Saúde no Brasil e no mundo.pdf
 
Epidemia do coronavírus como emergência de saúde pública no mundo
Epidemia do coronavírus como emergência de saúde pública no mundoEpidemia do coronavírus como emergência de saúde pública no mundo
Epidemia do coronavírus como emergência de saúde pública no mundo
 
Cuidado centrado na pessoa
Cuidado centrado na pessoaCuidado centrado na pessoa
Cuidado centrado na pessoa
 
Como fazer Genogramas
Como fazer GenogramasComo fazer Genogramas
Como fazer Genogramas
 
Estudos observacionais
Estudos observacionais Estudos observacionais
Estudos observacionais
 
A pele e seus anexos
A pele e seus anexosA pele e seus anexos
A pele e seus anexos
 
Protocolo Manejo-Coronavirus
Protocolo Manejo-CoronavirusProtocolo Manejo-Coronavirus
Protocolo Manejo-Coronavirus
 
Dengue - diagnóstico e manejo clínico adulto e criança
Dengue - diagnóstico e manejo clínico adulto e criançaDengue - diagnóstico e manejo clínico adulto e criança
Dengue - diagnóstico e manejo clínico adulto e criança
 
Protocolo de Assistência aos Casos Crônicos de Chikungunya
Protocolo de Assistência aos Casos Crônicos de ChikungunyaProtocolo de Assistência aos Casos Crônicos de Chikungunya
Protocolo de Assistência aos Casos Crônicos de Chikungunya
 
Recém-nascido de mãe diabética
Recém-nascido de mãe diabéticaRecém-nascido de mãe diabética
Recém-nascido de mãe diabética
 
Alojamento conjunto indicações e vantagens
Alojamento conjunto indicações e vantagensAlojamento conjunto indicações e vantagens
Alojamento conjunto indicações e vantagens
 
Alimentação do prematuro: necessidades especificas e fontes nutricionais
Alimentação do prematuro: necessidades especificas e fontes nutricionaisAlimentação do prematuro: necessidades especificas e fontes nutricionais
Alimentação do prematuro: necessidades especificas e fontes nutricionais
 
Aleitamento Materno
Aleitamento MaternoAleitamento Materno
Aleitamento Materno
 
Acesso venoso em recem nascidos
Acesso venoso em recem nascidosAcesso venoso em recem nascidos
Acesso venoso em recem nascidos
 
Alterações fisiológicas do envelhecimento
Alterações fisiológicas do envelhecimentoAlterações fisiológicas do envelhecimento
Alterações fisiológicas do envelhecimento
 
O farmacêutico na assistência farmacêutica do SUS
O farmacêutico na assistência farmacêutica do SUSO farmacêutico na assistência farmacêutica do SUS
O farmacêutico na assistência farmacêutica do SUS
 
Lei nº 8.080/90 Sistema Único de Saúde
Lei nº 8.080/90 Sistema Único de SaúdeLei nº 8.080/90 Sistema Único de Saúde
Lei nº 8.080/90 Sistema Único de Saúde
 
Determinantes sociais na saúde na doença e na intervenção
Determinantes sociais na saúde na doença e na intervençãoDeterminantes sociais na saúde na doença e na intervenção
Determinantes sociais na saúde na doença e na intervenção
 
Desafios para a saúde coletiva no século XXI
Desafios para a saúde coletiva no século XXIDesafios para a saúde coletiva no século XXI
Desafios para a saúde coletiva no século XXI
 
Caminhos para analise das politicas de saude
Caminhos para analise das politicas de saudeCaminhos para analise das politicas de saude
Caminhos para analise das politicas de saude
 

Perfil sociodemográfico de cuidadores familiares de idosos residentes em uma área de abrangência da Estratégia Saúde da Família no município de São Paulo

  • 1. Saúde Coletiva ISSN: 1806-3365 editorial@saudecoletiva.com.br Editorial Bolina Brasil de Souza Santos, Gerson; Kowal Olm Cunha, Isabel Cristina Perfil sociodemográfico de cuidadores familiares de idosos residentes em uma área de abrangência da Estratégia Saúde da Família no município de São Paulo Saúde Coletiva, vol. 10, núm. 60, 2013, pp. 47-53 Editorial Bolina São Paulo, Brasil Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=84228212008 Como citar este artigo Número completo Mais artigos Home da revista no Redalyc Sistema de Informação Científica Rede de Revistas Científicas da América Latina, Caribe , Espanha e Portugal Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto
  • 2. Saúde do Idoso Santos GS, Cunha ICKO. Perfil sociodemográfico de cuidadores familiares de idosos residentes em uma área de abrangência da Estratégia Saúde da Família no município de São Paulo. Saúde Coletiva 2013; 10 (59):47-53 47 Perfil sociodemográfico de cuidadores familiares de idosos residentes em uma área de abrangência da Estratégia Saúde da Família no município de São Paulo Neste estudo, o objetivo foi caracterizar o perfil sociodemográfico dos cuidadores familiares de idosos residentes em uma área de abrangência da Estratégia Saúde da Família no município de São Paulo. Pesquisa quantitativa do tipo exploratório-descritivo, utilizando-se o estudo retrospectivo a partir de dados levantados em prontuários. Dos cuidadores estudados, a grande maioria eram mulheres brancas, casadas, católicas, com idade entre 30 a 59 anos, que estudaram de 1 a 4 anos, ocupa-se da função do lar, com renda familiar de 1 a 2 salários mínimos, tem casa própria, de tijolos e com saneamento básico. A maior parte delas são cuidadoras de 4 a 6 anos, sendo filhas do paciente. 33,9% são tabagistas, 88,2%, não tem acesso a lazer e 84,8%, não praticam atividade física, 45,7% tem hipertensão arterial, 27,2% referem fadiga, 16,9% referem anemia e 10,2% tem diabetes mellitus. Descritores: Cuidadores, Idoso, Programa Saúde da Família. In this study, the objective was to characterize the demographic profile of family caregivers of elderly residents in an area covered by the Family Health Program in São Paulo - SP, Brazil. Quantitative research is an exploratory-descriptive study using retrospective data collected from medical records. Of the caregivers surveyed, the vast majority were white, married, Catholic, aged 30 to 59, who studied 1-4 years, deals with the function of home, with family income between 1 to 2 minimum wages, has own house, brick and sanitation. Most of them also act as caregivers 4-6 years, and daughters of the patient, 33.9% are smokers, 88,2% have no access to leisure and 84.8% not physically active, 45.7% is arterial hypertension, 27.2%, with fatigue, 16.9% had anemia and 10.2% are mellitus diabetic. Descriptors : Caregivers, Aged, Family Health Program. En este estudio, el objetivo fue caracterizar el perfil demográfico de los cuidadores familiares de ancianos residentes en un área cubierta por el Programa de Salud de la Familia en São Paulo – SP, Brasil. Esta es una investigación cuantitativa, exploratoria, descriptiva y retrospectiva con datos recogidos del prontuario. De los cuidadores encuestados, la gran mayoría eran mujeres blancas, casadas, católicas, de 30 a 59 años, que estudió 1-4 años, se ocupando de la función de la casa, con un ingreso familiar entre 1 y 2 salarios mínimos, ha propia casa, ladrillo y saneamiento. La mayoría de ellas actúan como cuidadoras hace 4-6 años, y son hijas del paciente, 33,9% son fumadoras, 88,2% no tienen acceso al ocio y 84.8% no practican actividad física, 45,7%, eran hipertensión arterial, 27,2% refieren fatiga, 16,9% tenían anemia y 10,2% tienen diabetes mellitus. Descriptores: Cuidadores, Anciano, Programa de Salud Familiar. Gerson de Souza Santos enf.gerson@hotmail.com Enfermeiro. Mestre em Enfermagem. Enfermeiro da Estratégia Saúde da Família. Grupo de Estudos e Pesquisas em Administração em Serviços de Saúde e Gerenciamento de Enfermagem. Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP. Isabel Cristina Kowal Olm Cunha Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Docente do Departamento de Enfermagem e Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Administração em Serviços de Saúde e Gerenciamento de Enfermagem – UNIFESP Recebido: 8/06/2011 Aprovado: 22/08/2012
  • 3. Saúde do Idoso Santos GS, Cunha ICKO. Perfil sociodemográfico de cuidadores familiares de idosos residentes em uma área de abrangência da Estratégia Saúde da Família no município de São Paulo Saúde Coletiva 2013; 10 (59):47-53 48 INTRODUÇÃO m vários países, as populações estão envelhecendo. Estudos mostram que o número de pessoas idosas cresce em ritmo maior do que o número de pessoas que nascem, acarretando um conjunto de situações que modificam a estrutura de gastos dos países em uma série de áreas importantes. No Brasil, o ritmo de crescimento da população idosa tem sido sistemático e consistente. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2009, o País contava com uma população de cerca de 21 milhões de pessoas de 60 anos ou mais de idade. Com uma taxa de fecundidade abaixo do nível de reposição populacional, combinada ainda com outros fatores, tais como os avanços da tecnologia, especialmente na área da saúde, atualmente o grupo de idosos ocupa um espaço significativo na sociedade brasileira1. Esse aumento no número de idosos, dentre outros fatores, suscita a necessidade de retomar as discussões que permeiam a crise no setor saúde. Nesta perspectiva, visando implementar os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), o Ministério da Saúde institui a Estratégia Saúde da Família (ESF), em 1994. Tal estratégia enfoca a família como unidade de ação programática de saúde e não mais, tão somente o indivíduo2. A ESF está pautada na visão ativa da intervenção em saúde, ou seja, não somente esperar a população chegar aos serviços de saúde para intervir. Deve-se interagir com ela preventivamente, constituindo-se em instrumento real de reorganização de demanda. Além disso, reforçam- se as concepções de integração com a comunidade e o enfoque na atenção integral, evitando ações reducionistas em saúde, centradas, somente, na intervenção biológica e médica2. A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI), do Ministério da Saúde estabelecida em 2006, define que a atenção à saúde da população idosa terá como porta de entrada a Atenção Básica/Saúde da Família, tendo como referência a rede de serviços especializada de média e alta complexidade3. Com o avanço da idade aumentam as chances de surgimento de uma ou mais doenças crônicas que, em sua maioria, apresentam riscos de complicações, podendo gerar um processo incapacitante e afetar a funcionalidade e, com isso, dificultar ou impossibilitar o desempenho das atividades da vida cotidiana de forma independente. A incapacidade funcional se apresenta como um sinal de falência das habilidades em realizar as atividades cotidianas, seja pela presença de déficits físicos ou cognitivos, gerando como resultado, a dependência4. Neste contexto, a capacidade funcional, ou seja, a habilidade para realização de atividades da vida diária surge como um novo paradigma de saúde, muito importante para o idoso. Saúde em uma nova concepção passa a ser o resultado de bem estar físico, mental, social, familiar e econômico. Considerando que, quando o domicílio passa a ser um local de cuidados, as portas se abrem para as diferenças e modificações no âmbito familiar, mudando o cotidiano de todos que habitam naquele mesmo teto5. Geralmente a função de cuidador é assumida por uma única pessoa, denominada cuidador principal, seja por instinto, vontade, disponibilidade ou capacidade. Esta assume tarefas de cuidado, atendendo às necessidades do idoso e responsabilizando-se por elas. Outro fator determinante para o membro familiar se tornar cuidador é a obrigação e/ou dever que ele mesmo tem para com o idoso. Isto pode ser entendido como um sentimento natural e subjetivo ligado a um compromisso constituído ao longo da convivência familiar6. Para desenvolver seu processo de viver, a família organiza seu próprio sistema de cuidados, no qual estão refletidos seus saberes sobre a saúde e a doença, todos incorporados de valores e crenças que se fortalecem no cotidiano. Fornecer ajuda, proteção e cuidado é um aspecto central das relações familiares, ao longo de todo o curso de vida de seus membros. Costumes, valores, educação e situação econômica interagem com a idade e o gênero das pessoas que cuidam e das que são cuidadas e, além disso, respondem pela desejabilidade e aceitabilidade do papel e dos desempenhos associados ao cuidar, ajudar e proteger7. O ônus relacionado ao cuidado de idosos dependentes faz com que o cuidador familiar deva ser visto, também, como um cliente que merece ser enfocado criteriosamente. Nos países latino- americanos, ao que se sabe esta atividade ainda não está incorporada nos serviços de saúde apesar de já ser levada em consideração há algum tempo nos países desenvolvidos8. Diante do exposto, estudos que busquem atualizar os conhecimentos sobre os cuidadores familiares de idosos contribuem para informações e discussões desta temática relevante. Assim, este estudo teve por objetivo caracterizar o perfil dos cuidadores familiares de idosos residentes em E
  • 4. Saúde do Idoso Santos GS, Cunha ICKO. Perfil sociodemográfico de cuidadores familiares de idosos residentes em uma área de abrangência da Estratégia Saúde da Família no município de São Paulo. Saúde Coletiva 2013; 10 (59):47-53 49 uma área de abrangência da Estratégia Saúde da Família no município de São Paulo. METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa quantitativa do tipo exploratório-descritivo, utilizando-se o estudo retrospectivo, para sustentar a busca de informações levantadas por prontuários. Pesquisa deste tipo tem como característica principal a descrição de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento entre variáveis9. O local do estudo foi uma Unidade Mista (UBS+PSF). Está localizada no bairro Jabaquara, zona sul da cidade de São Paulo, SP. Nesta Unidade, além do atendimento das especialidades de clínica médica, pediatria e ginecologia, também atuam quatro equipes de Saúde da Família, sendo cada uma composta por um médico, um enfermeiro, dois auxiliares de enfermagem e seis agentes comunitários de saúde. Cada equipe é responsável por mil famílias. Para este estudo foi selecionada uma área de abrangência na qual estão cadastrados aproximadamente três mil pessoas das quais trezentas possuem idade igual ou superior a sessenta anos. Foram considerados para este estudo o total de 59 prontuários de pacientes que são cuidadores de idosos no domicílio e que residem na área de abrangência e que estavam cadastrados e acompanhados no período de janeiro a dezembro de 2010. A coleta de dados foi iniciada somente após a aprovação dos gestores da Unidade de Saúde. Para tanto, utilizou-se um roteiro para busca dos dados sócio-demográficos, de moradia e saúde: sexo, idade, raça, estado civil, escolaridade, ocupação, renda familiar, tempo na função de cuidador, grau de parentesco, condições de moradia, tipo de casa, saneamento básico, plano de saúde, hábito de tabagismo, prática de lazer, atividade física, religião e doença referida. Para melhor apresentação dos resultados, os dados foram tabulados com o através da estatística descritiva. RESULTADOS E DISCUSSÃO A tabela 1 apresenta dados sociodemográficos dos cuidadores pesquisados. Tabela 1 – Dados sociodemográficos e de moradia, dos cuidadores de idosos residentes em uma área de abrangência da Estratégia Saúde da Família, São Paulo 2011. Feminino Masculino Total N (%) N (%) N (%) Idade 30-39 10 19,4 02 28,5 12 20,3 40-49 11 21,1 03 43,0 14 23,7 50-59 20 38,4 02 28,5 22 37,4 60 a mais 11 21,1 -- ---- 11 18,6 Total 52 100,0 07 100,0 59 100,0 Raça referida Branca 30 57,7 03 43,0 33 56,0 Negra 07 13,5 02 28,5 09 15,2 Parda 15 28,8 02 28,5 17 28,8 Total 52 100,0 07 100,0 59 100,0 Estado civil Casado 40 76,9 07 100,0 47 79,6 Solteiro 12 23,1 -- ------ 12 20,4 Total 52 100,0 07 100,0 59 100,0 Religião Católica 32 61,5 04 57,1 36 61,0 Evangélica 20 38,5 03 42,9 23 39,0 Total 52 100,0 07 100,0 59 100,0 Escolaridade Analfabeto 15 28,8 02 28,5 17 28,8 1 a 4 anos de estudo 37 71,2 05 71,5 42 71,2 Total 52 100,0 07 100,0 59 100,0 Ocupação
  • 5. Saúde do Idoso Santos GS, Cunha ICKO. Perfil sociodemográfico de cuidadores familiares de idosos residentes em uma área de abrangência da Estratégia Saúde da Família no município de São Paulo Saúde Coletiva 2013; 10 (59):47-53 50 Do lar (dona de casa) 45 86,5 -- ---- 45 76,3 Diarista 07 13,5 -- ---- 07 11,8 Comerciante --- ----- 02 28,5 02 03,4 Aposentado --- ----- 05 71,5 05 08,5 Total 52 100,0 07 100,0 59 100,0 Renda familiar 1 salário mínimo 20 38,5 -- ----- 20 33,9 2 salários mínimos 25 48,0 07 100,0 32 54,3 3 salários mínimos 07 13,5 -- ------ 07 11,8 Total 52 100,0 07 100,0 59 100,0 Tempo na função de cuidador 1-3 anos 25 48,0 03 43,0 28 47,4 4-6 anos 27 52,0 04 57,0 31 52,6 Total 52 100,0 07 100,0 59 100,0 Grau de parentesco Filhos 40 76,9 07 100,0 47 79,6 Cônjuges 12 23,1 -- ------- 12 20,4 Total 52 100,0 07 100,0 59 100,0 Condições de moradia Casa própria 35 67,3 04 57,1 39 66,1 Casa alugada 17 32,7 03 42,9 20 33,9 Total 52 100,0 07 100,0 59 100,0 Tipo de casa Casa de tijolos 37 71,1 05 71,4 42 71,1 Casa de madeira (barraco) 15 28,9 02 28,6 17 28,9 Total 52 100,0 07 100,0 59 100,0 Saneamento básico Sim 37 71,1 05 71,4 42 71,1 Não 15 28,9 02 28,6 17 28,9 Total 52 100,0 07 100,0 59 200,0 N=59 Dos 59 prontuários utilizados neste estudo, 52 (88,1%) eram de cuidadores do sexo feminino e 7 (11,9%) eram do sexo masculino, conforme mostra a tabela 1. Devido à crença predominante na sociedade de que cabe à mulher cuidar da família, muitas vezes o cuidado é visto como uma obrigação de filhas, esposas e irmãs. Ao assumir esse papel, juntamente com os demais serviços do lar e as atividades extradomiciliares, a mulher acaba sofrendo grande sobrecarga, além de estresse psicológico e físico, o que prejudica sua própria saúde, já que ela passa a não se valorizar e não cuidar de si mesma. Em muitos casos, a mulher deixa de lado seu papel doméstico, o que acarreta mudanças na dinâmica familiar e gera conflito entre os membros da família pelas alterações no desempenho dessas atividades. Em outros casos, vê-se obrigada a abandonar o trabalho para cuidar do familiar, o que causa impactos financeiros na família10. Em relação à faixa etária dos cuidadores, 22 (37,4%) possuem idade entre 50 a 59 anos e 11 (18%), pacientes são idosos com idade acima dos 60 anos, cuidando de outro idoso no domicilio. Embora se trate, ainda, de uma questão que gera questionamentos e inquietações, o cuidador idoso é um elemento presente no cenário de atenção à saúde. Esta realidade não pode ser omitida pelos órgãos governamentais e pela sociedade em geral, uma vez que a atenção e o suporte a essas pessoas são fundamentais para a melhoria da qualidade de vida do idoso fragilizado e do próprio idoso cuidador11. Observou-se que 56 %, dos cuidadores são de raça branca e 44% afro-descendentes. A maioria dos cuidadores identificados por prontuário são casados (79,6%). Ambas as situações- casado ou solteiro, podem interferir positiva ou negativamente no cuidado. A situação de se encontrar casado pode caracterizar-se como um fator facilitador de apoio para as tarefas desenvolvidas com o idoso, porém, de outro lado, pode constituir-se em uma sobrecarga ao cuidador, o qual, além do cuidado, pode ser responsável por outras tarefas domiciliares. O estado solteiro também constitui uma preocupação, pois a tarefa de cuidar influencia negativamente a vida pessoal do cuidador.
  • 6. Saúde do Idoso Santos GS, Cunha ICKO. Perfil sociodemográfico de cuidadores familiares de idosos residentes em uma área de abrangência da Estratégia Saúde da Família no município de São Paulo. Saúde Coletiva 2013; 10 (59):47-53 51 A fé e a religião/religiosidade são fatores mediadores que auxiliam os familiares no enfrentamento do cuidado domiciliar. A religião é considerada, por diversos autores, um importante aliado no processo de aceitação da doença e das atividades impostas por ela. É relevante salientar que a espiritualidade está na essência do ser humano e se manifesta na relação com o outro12. Neste estudo verificou-se que 61%, dos cuidadores professam o catolicismo, seguido de 39,% que se identificam como evangélicos. Em relação à escolaridade 71,2% dos cuidadores cadastrados possuem apenas 1 a 4 anos de estudo, seguido de 28,8% analfabetos. O fato revela um efeito preocupante, pois, em se tratando de idoso dependente, são exigidas tarefas complexas ao cuidador, que muitas vezes necessita de algum grau de escolaridade. A falta de escolaridade interfere, direta ou indiretamente, na prestação dos cuidados aos idosos, ocorrendo uma queda em sua qualidade, visto que o cuidador necessita seguir dietas e prescrições bem como manusear medicamentos, ler receitas, entender a dosagem e a via de administração13. No tocante à ocupação, a maioria dos cuidadores classificou-se como do lar (76,3%), ou seja, que se dedica aos cuidados ao idoso e ainda executa tarefas domésticas, não possuindo atividade profissional fora do domicilio. A tarefa de cuidar possivelmente impede ou dificulta a execução de práticas extradomiciliares. Em relação à renda familiar, a maioria dos cuidadores possuem até 2 salários mínimos (54,3%). A restrição dos recursos financeiros é uma limitação importante, que pode inclusive comprometer o tratamento, já que muitos pacientes fazem uso de medicamentos de alto custo, nem sempre fornecidos pelo sistema de saúde. Entretanto, a impossibilidade de realizar atividade extradomiciliar, por não haver quem cuide do familiar enquanto está trabalhando, muitas vezes impede os cuidadores de exercer atividades remuneradas, impossibilitando sua contribuição para a renda familiar14. Quanto ao tempo em que exerce a função de cuidador, observou-se que 52,6% presta cuidados a idosos de 4 a 6 anos. Sobre esta questão, ressalta-se que o desgaste físico e mental causados pelo cuidar, embutido junto às preocupações do cotidiano e também às próprias limitações ou incapacidades do idoso, torna a vida em si mais difícil ocasionando danos maiores à saúde dos cuidadores15. Em relação ao grau de parentesco, observou-se que os filhos representam a grande maioria (79,6%) exercendo a função de cuidador no domicílio. A afetividade nos relacionamentos, assim como o grau de intimidade e afinidade entre os membros de uma família são fatores levados em consideração frente à decisão de escolher alguém para ser o cuidador. Podemos perceber que os laços existentes entre mãe e filha ou entre avó e neta são significativos para a escolha16. Quanto à situação de moradia, observou- se que 66,1% dos cuidadores possuem casa própria, seguido de 33,9% que moram em casa alugada. Destaca-s e que 71,1% dos cuidadores moram em casas construídas de tijolos possuindo saneamento básico, enquanto 28,9% moram em casas de madeira (barracos) sem saneamento básico. Apesar do alto percentual de cuidadores que moram em casas de tijolos, é importante destacar, que esta comunidade há menos de dez anos, era composta por favelas, e que apesar da urbanização, mantém estas características, tais como falta de planejamento habitacional, pouca ou nenhuma ventilação e luz solar, espaço reduzido, entre outras. Tabela 2 – Pacientes cuidadores de idosos quanto à hábitos de vida e condições de saúde, residentes em uma área de abrangência da Estratégia Saúde da Família, São Paulo 2011. Feminino Masculino Total N (%) N (%) N (%) Hábito de tabagismo Não 37 71,2 02 28,6 39 66,1 Sim 15 28,8 05 71,4 20 33,9 Total 52 100,0 07 100,0 59 100,0 Prática de lazer Não 47 90,4 05 71,4 52 88,2 Sim 05 09,6 02 28,6 07 11,8 Total 52 100,0 07 100,0 59 100,0 Prática de atividade física Não 44 84,7 06 85,8 50 84,8
  • 7. Saúde do Idoso Santos GS, Cunha ICKO. Perfil sociodemográfico de cuidadores familiares de idosos residentes em uma área de abrangência da Estratégia Saúde da Família no município de São Paulo Saúde Coletiva 2013; 10 (59):47-53 52 Sim 08 15,3 01 14,2 09 15,2 Total 52 100,0 07 100,0 59 100,0 Doença ou condição referida Hipertensão 25 48,0 02 28,5 27 45,7 Diabetes 05 09,6 01 14,3 06 10,2 Anemia 10 19,3 -- ----- 10 16,9 Fadiga 12 23,1 04 57,2 16 27,2 Total 52 100 07 100,0 59 100,0 N= 59 Em relação ao tabagismo, verificou-se que 33,9% dos cuidadores possuem este hábito. A dependência do tabaco associa-se a uma maior predisposição para doenças e incapacidades com alta morbidade e mortalidade, resultando em piora da saúde e da qualidade de vida da população em geral podendo ser desencadeado por diversos fatores tais como: da influência do grupo com o qual se convive da identificação do cigarro como um atrativo pessoal capaz de transformar as pessoas em adultos, fortes e atraentes, como método para aliviar tensões e auxiliar nos momentos de insegurança, além do simples desejo de experimentar o tabaco por curiosidade17. Quanto ao lazer, observou-se que apenas 11,8% dos cuidadores tem disponibilidade para esta prática, semelhantemente à atividade física na qual apenas 15,2% o praticam. As demandas do cuidado podem reduzir consideravelmente a participação do cuidador em atividades sociais e de lazer. Como conseqüência, é possível que suas relações significativas com familiares e amigos diminuam tanto em quantidade quanto em qualidade, levando o cuidador a vivenciar um processo de isolamento social, com possível instalação do estresse. Constitui, conseqüentemente, fator de risco de ocorrência de doenças, as tensões emocionais, relações conflituosas e omissão de cuidados ou negligência, e possíveis abusos físicos e psicológicos durante o desenvolvimento de tarefas de cuidar do idoso18. No tocante às doenças referidas, observou-se que 45,7% dos cuidadores tem hipertensão arterial, 27,2% relatam fadiga, 16,9% possuem anemia e 10,2% tem diabetes mellitus. Diversos estudos apontam que o cuidador familiar, em virtude de sua exposição prolongada aos diferentes fatores estressores presentes na tarefa de cuidar, está sob risco de apresentar problemas de saúde semelhantes aos evidenciados pela pessoa para a qual ele provê o cuidado, tais como: hipertensão arterial, diabetes mellitus, cansaço, fadiga, lombalgia, mialgia, e outros19. CONCLUSÃO O estudo analisou o perfil sociodemográfico dos cuidadores familiares de idosos atendidos em uma Unidade Mista. A partir deste estudo foi evidenciada a importância a ser dispensada aos idosos seus cuidadores, em especial os familiares. Apesar de haver um membro da família que assuma a maior parte das responsabilidades pelos cuidados, toda a família deve ser envolvida neste processo, contribuindo assim para a melhoria da atenção prestada ao idoso. Programas de apoio podem ser dirigidos ao cuidador principal ou mesmo a vários membros da família e podem ser operacionalizados a partir de atendimentos individuais ou grupais, com trocas de experiências e repasse de orientação prática quanto aos procedimentos de cuidado. Assim, nessa perspectiva, tanto os idosos dependentes como seus cuidadores estariam eficiente e eficazmente atendidos pelos serviços de saúde que cumpriria a sua principal razão de ser. REFERÊNCIAS 1. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (BR). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE: Diretoria de Pesquisas Coordenação de População e Indicadores Sociais. Síntese dos indicadores sociais: Uma analise das condições de vida da população brasileira em 2010. p.191-7. 2. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília; 2006. 3. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção Básica. Departamento de Atenção Básica. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Normas e manuais técnicos. Brasília – DF. 2006. 4. Nardi EFR, Oliveira MLF. Significado de cuidar de idosos dependentes na perspectiva do cuidador familiar. Ciência Cuidado e Saúde 2009; 8(3):428-35.
  • 8. Saúde do Idoso Santos GS, Cunha ICKO. Perfil sociodemográfico de cuidadores familiares de idosos residentes em uma área de abrangência da Estratégia Saúde da Família no município de São Paulo. Saúde Coletiva 2013; 10 (59):47-53 53 5. Mendes GD, Miranda SM, Borges MMMC. Saúde do cuidador de idosos: um desafio para o cuidado. Revista Enfermagem Integrada 2010; 3 (1): 408-21. 6. Freitas MC, Maruyama SAT, Ferreira TF, Mota AMA. Perspectivas da pesquisa em gerontologia e geriatria: revisão de literatura. Rev. Latinoam Enfermagem. 2002; 10 (2): 221-8. 7. Perracini MR, Néri AL. Tarefa de cuidar: com a palavra, mulheres cuidadoras de idosos de alta dependência. In: Néri AL, Pinto MEB, Sommerhalder C, Ferracini MR, Yuaso DR. Cuidar de idoso no contexto da família: questões psicológicas e sociais. Campinas: Alínea Editora; 2006. p. 135-63. 8. Fernandes MGM, Garcia TR. Estrutura conceitual da tensão do cuidador familiar de idosos dependentes. Rev. Eletr. Enf. [Internet]. 2009; 11(3):469-76. Available from: http://www.fen.ufg.br/revista/v11/n3/v11n3a02.htm. 9. Gil AC. Métodos e Técnicas de pesquisa social. 5ª Ed. São Paulo: Atlas 2006. pg 136. 10. Marin MJS, Mesquita SRAM, Gazetta GHAK, Lira TF. Diagnósticos de enfermagem de pacientes e cuidadores de um programa de internação hospitalar. Rev Mineira Enferm. 2008; 12(2): 235-40. 11. Diogo MJD, Ceolim MF, Cintra FA. Orientações para idosas que cuidam de idosos no domicílio: relato de experiência. Rev Esc. Enferm. USP 2005; 39 (1): 97-102. 12. Brondani CM, Beuter M, Alvim NAT, Szareski C, Rocha LS. Cuidadores e estratégias no cuidado ao doente na internação domiciliar. Texto Contexto Enfermagem, 2010; 19(3): 504-10. 13. Nakatani AYK, Souto CCS, Paulette LM, Melo TS, Souza MM. Perfil dos cuidadores informais de idosos com déficit de autocuidado atendidos pelo programa saúde da família. Rev Eletrônica Enferm. [Internet]. 2003 [acesso 2011 abril 05]; 5(1). Disponível em: http://www.fen.ufg.br/revista/revista5_1/perfil.html. 14. Yamashita CH, Amendôla F, Alvarenga MRM, Oliveira MAC. Perfil sociodemográfico de cuidadores familiares de pacientes dependentes atendidos por uma unidade de saúde da família no município de São Paulo. O Mundo da Saúde 2010; 34(1): 20-4. 15. Rodrigues SLA, Watanabe HAW, Derntl MA. A saúde de idosos que cuidam de idosos. Rev Esc Enferm USP 2006; 40(4): 493-500. 16. Breve Diagnóstico sobre o Quadro Atual da Habitação no Brasil. Disponível em: http://www.ipea.gov.br/sites/000/2/publicacoes/bps ociais/bps04/Breve.pdf. Acesso em: 04 de março, 2011. 17. Schmitz N, Kruse J, Kugler J. Disabilities, quality of life, and mental disorders associated with smoking and nicotine dependence. Am J Psychiatry. 2003; 160(9): 1670. 18. Souza AS, Meira EC, Neri IG, Silva JA, Gonçalves LHT. Fatores de risco maus-tratos ao idoso na relação idoso/cuidador na convivência intrafamiliar. Textos Envelhecimento 2004; 7 (2): 57-76 19. Henz RC. Perfil do cuidador familiar e suas necessidades com relação aos cuidados prestados ao idoso com dependência em uma estratégia saúde da família. Trabalho de conclusão do curso de graduação em enfermagem. Universidade Federal do Rio Grande. Rio Grande do Sul. 2010.