3. DADOS BIOGRÁFICOS
Nasceu em 5 de maio de1818, na
cidade de Treves,capital da
província alemã do Reno
e morreu em 14 de março de 1883,
em Londres.
Estudou Direito nas universidades de
Bonn e Berlim, História e Filosofia.
Defendeu seu doutorado em 1841,
com uma tese de filosofia sobre “As
diferenças da filosofia da natureza
em Demócrito e Epicuro”, versando
sobre a materialismo na antiguidade
grega . 3
4. DADOS BIOGRÁFICOS
Em 1842 tornou-se redator-chefe
da Gazeta Renana, jornal liberal
publicado em Colônia. Foi
então que tomou conhecimento
dos problemas econômicos e
conheceu melhor o socialismo
francês, pela leitura de Saint-
Simon, Fourier, Proudhon.
4
5. DADOS BIOGRÁFICOS
Em 1843, casou-se com uma
amiga de infância Jenny von
Westphalen, e mudou-se para
Paris, onde conheceu Friedrich
Engels, seu companheiro de
idéias e publicações por toda a
vida.
5
7. DADOS BIOGRÁFICOS
Em 1844, escreveu Manuscritos
Econômico-Filosóficos, nos
quais o jovem Marx
desenvolveu uma filosofia onde
a alienação é o tema central.
Na mesma época redigiu:
Contribuição à crítica da
filosofia do direito de Hegel;
7
8. DADOS BIOGRÁFICOS
Em 1845, escreveu com Engels, A
Sagrada Família e
A Ideologia Alemã (só publicada
em 1932).
Em 1847, redigiu Miséria da
Filosofia.
O período vivido em Paris (1843-45)
e depois em Bruxelas (1845-48) foi
marcado por uma intensa atividade
política.
8
9. DADOS BIOGRÁFICOS
Em 1848, toda a Europa foi
palco de violentas lutas de
classe, cujo clímax ocorreu com
a queda de Luís Felipe na
França e com as jornadas de
julho, com repercussões que
ensangüentaram a Alemanha
no último semestre desse ano.
9
10. DADOS BIOGRÁFICOS
No mesmo ano, 1848, Marx e
Engels escreveram O
Manifesto do Partido
Comunista,
obra fundadora do marxismo
enquanto movimento político e
social a favor do proletariado.
10
11. DADOS BIOGRÁFICOS
Expulso da Alemanha e depois da
França,
pois defendia a aliança do
proletariado e dos camponeses
com a burguesia, numa soma de
esforços que deveria visar à
liquidação dos restos do Antigo
Regime,
refugiou-se em 1849 em
Londres, onde viveu na miséria.
11
12. DADOS BIOGRÁFICOS
Em 1850, escreveu Lutas de Classes
na França.
Em 1852, escreveu O 18 Brumário
de Luís Bonaparte, onde analisa o
golpe de Estado de Napoleão III, e
o bonapartismo como uma forma de
governo em que a burguesia se
deixa levar quando se vê na
emergência de uma crise.
12
13. DADOS BIOGRÁFICOS
Em Londres, Marx trabalhou árdua e
sistematicamente na compreensão
da economia política de seu tempo,
resultando em 1859 um texto
intitulado “Contribuição à Crítica
da Economia Política”.
E em 1867, a primeira parte de sua
obra-prima O Capital foi
publicada. Os livros II e III são
póstumos.
13
14. DADOS BIOGRÁFICOS
Segundo Raymond Aron , na obra
As Etapas do Pensamento
Sociológico, p.145:
“O Capital é um livro de
economia que é, ao mesmo
tempo, uma sociologia do
capitalismo e uma história
filosófica da humanidade”.
14
15. DIALÉTICA E
MATERIALISMO
Marx e Engels, conceberam
um método de abordagem
da vida social,
denominado,
posteriormente, de
materialismo histórico.
15
16. DIALÉTICA E
MATERIALISMO
Método materialista –
porque parte da realidade material
do objeto;
Método histórico –
porque leva em conta o movimento
histórico onde o objeto está
inserido sincrônica e
diacronicamente;
16
17. DIALÉTICA E
MATERIALISMO
Conforme essa perspectiva, todo
fenômeno social ou cultural é
efêmero.
Logo, tanto a análise da evolução
dos processos econômicos quanto
a produção de conceitos para
estruturar a sua compreensão
devem partir do reconhecimento
de que:
17
18. DIALÉTICA E
MATERIALISMO
“As formas econômicas sob as
quais os homens produzem,
consomem e trocam são
transitórias e históricas.
Ao adquirir novas forças
produtivas, os homens mudam
seu modo de produção,
18
20. DIALÉTICA E
MATERIALISMO
e com o modo de produção
mudam as relações
econômicas,que não eram
mais que as relações
necessárias daquele modo
concreto de
produção ...”(p.31)
20
21. DIALÉTICA E
MATERIALISMO
De acordo com o materialismo
histórico, as relações
materiais que os homens
estabelecem e o modo como
produzem seus meios de vida
formam a base de todas as suas
relações.
Essa maneira de exercer a
atividade ...
21
22. DIALÉTICA E
MATERIALISMO
“[...] já constitui um modo
determinado de atividade de tais
indivíduos, uma forma
determinada de manifestar a sua
vida, um modo de vida
determinado. A forma como os
indivíduos manifestam a sua vida
reflete muito exatamente aquilo
que são.
22
25. DIALÉTICA E
MATERIALISMO
O que são coincide, portanto, com
a sua produção, isto é, tanto com
aquilo que produzem, como com
a forma como produzem .
Aquilo que os indivíduos são
depende, portanto, das
condições materiais de sua
produção”(A Ideologia Alemã,
p.19).
25
26. DIALÉTICA E
MATERIALISMO
Para Marx,
tanto os processos ligados à
produção são transitórios,
como as idéias, concepções,
gostos, crenças, categorias de
conhecimento e ideologias os
quais,
gerados socialmente, dependem do
modo como os homens se
organizam para produzir.
26
27. DIALÉTICA E
MATERIALISMO
Portanto,
o pensamento e a consciência
são, em última instância,
decorrência da relação
homem / natureza, isto é, das
relações materiais.
27
28. NECESSIDADES: PRODUÇÃO
E REPRODUÇÃO
A premissa da análise
marxista da sociedade:
Os seres humanos, por meio da
interação com a natureza e
com os outros indivíduos, dão
origem à sua vida material.
28
30. NECESSIDADES: PRODUÇÃO
E REPRODUÇÃO
Os seres humanos produzem
seus meios de vida, na busca
de atender às suas carências.
É nessa atividade que recriam a
si próprios e reproduzem sua
espécie num processo que é
continuamente transformado pela
ação das sucessivas gerações.
30
31. NECESSIDADES: PRODUÇÃO
E REPRODUÇÃO
A Ideologia Alemã (p.33):
“Um primeiro pressuposto de toda
existência humana e, portanto,
de toda história, a saber [é] que
os homens devem estar em
condições de poder viver a fim
de “fazer história”. Mas, para
viver, é necessário antes de mais
nada beber, comer, ter um teto
onde se abrigar, vestir-se etc.
31
32. NECESSIDADES: PRODUÇÃO
E REPRODUÇÃO
A Ideologia Alemã
(p.33):
“. Mas, para viver, é
necessário antes de
mais nada beber,
comer,
ter um teto onde se
abrigar,
vestir-se etc.
32
33. NECESSIDADES: PRODUÇÃO
E REPRODUÇÃO
O primeiro fato histórico é pois
a produção dos meios que
permitem satisfazer essas
necessidades, a produção da
própria vida material;
33
34. NECESSIDADES: PRODUÇÃO
E REPRODUÇÃO
Trata-se de um fato histórico, de
uma condição fundamental de
toda a história, que é
necessário, tanto hoje como há
milhares de anos, executar, dia
a dia, hora a hora, a fim de
manter os homens vivos”.
34
35. NECESSIDADES: PRODUÇÃO
E REPRODUÇÃO
Os seres humanos, ao produzir
para prover-se do que precisam ,
procuram dominar as
circunstâncias naturais, e podem
modificar a fauna e a flora.
Para isto, organizam-se
socialmente, estabelecem
relações sociais.
35
36. NECESSIDADES: PRODUÇÃO
E REPRODUÇÃO
O ato de produzir gera
também novas
necessidades, que não
são simples exigências
naturais ou físicas, mas
produtos da existência
social.
36
38. NECESSIDADES: PRODUÇÃO
E REPRODUÇÃO
“[...] a produção determina não
só o objeto do consumo, mas
também o modo de consumo, e
não só de forma objetiva, mas
também subjetiva.
Logo, a produção cria o
consumidor” (p.33).
38
40. NECESSIDADES: PRODUÇÃO
E REPRODUÇÃO
Logo,”a própria quantidade das
supostas necessidades naturais,
como o modo de satisfazê-las,
é um produto histórico que
depende em grande parte do
grau de civilização alcançado”
(p.33).
40
41. NECESSIDADES: PRODUÇÃO
E REPRODUÇÃO
Na busca de controlar as
condições naturais,
os homens criam novos objetos
os quais não só se incorporam
ao meio ambiente,
modificando-o, como passam às
próximas gerações.
41
42. NECESSIDADES: PRODUÇÃO
E REPRODUÇÃO
Os resultados da atividade e da
experiência humanas que se
objetivam são acumulados e
transmitidos por meio da
cultura.
42
43. NECESSIDADES: PRODUÇÃO
E REPRODUÇÃO
É por meio da ação produtiva que o
homem
humaniza a
natureza
e também
a si mesmo
43
44. NECESSIDADES: PRODUÇÃO
E REPRODUÇÃO
O processo de produção e reprodução
da vida através do trabalho é,
para Marx, a atividade humana
básica, a partir da qual se constitui
a “história dos homens”,
é para ele que se volta o
materialismo histórico, método
de análise da vida econômica,
social, política, intelectual.
44
45. FORÇAS PRODUTIVAS E RELAÇÕES
SOCIAS DE PRODUÇÃO
SOCIEDADE – “produto da ação
recíproca dos homens”, mas não é
uma obra que eles realizam de
acordo com os seus desejos
particulares.
ESTRUTURA DA SOCIEDADE –
depende do estado de
desenvolvimento de suas forças
produtivas e das relações sociais de
produção que lhes são
correspondentes.
45
46. FORÇAS PRODUTIVAS E RELAÇÕES
SOCIAS DE PRODUÇÃO
Forças produtivas –
conceito que busca apreender o
modo como os indivíduos
obtêm,
em determinados momentos,
os bens que necessitam e,
para isso,
46
47. FORÇAS PRODUTIVAS E RELAÇÕES
SOCIAS DE PRODUÇÃO
em que grau desenvolveram
sua tecnologia, processos e
modos de cooperação,
a divisão técnica do trabalho,
habilidades e conhecimentos
utilizados na produção,
a qualidade dos instrumentos e
as matérias – primas de que
dispõem. 47
48. FORÇAS PRODUTIVAS E RELAÇÕES
SOCIAS DE PRODUÇÃO
Conceito de forças produtivas –
refere-se aos instrumentos e
habilidades que possibilitam o
controle das condições naturais
para a produção,
e seu desenvolvimento é em geral
cumulativo.
48
50. FORÇAS PRODUTIVAS E RELAÇÕES
SOCIAS DE PRODUÇÃO
Relações sociais de produção-
refere-se às formas
estabelecidas de distribuição
dos meios de produção e do
produto, e o tipo de divisão social
do trabalho numa dada sociedade
e em um período histórico
determinado (p.34)
50
51. FORÇAS PRODUTIVAS E RELAÇÕES
SOCIAS DE PRODUÇÃO
Relações sociais de produção-
são as formas pelas quais os
homens se organizam para
executar a atividade
produtiva.
Referem-se às diversas
maneiras pelas quais são
apropriados e distribuídos os
elementos envolvidos no
processo de trabalho:
51
52. FORÇAS PRODUTIVAS E RELAÇÕES
SOCIAS DE PRODUÇÃO
:as matérias-primas, os
instrumentos e a técnica,
os próprios trabalhadores
e o produto final.
Assim, as rel.produção podem
ser: cooperativistas,
escravistas, servis (como na
Europa feudal), capitalistas.
52
53. FORÇAS PRODUTIVAS E RELAÇÕES
SOCIAS DE PRODUÇÃO
A cada forma de organização
das forças produtivas
corresponde uma
determinada forma de
relação de produção.
53
55. FORÇAS PRODUTIVAS E RELAÇÕES
SOCIAS DE PRODUÇÃO
Relações sociais de produção
– expressa o modo como os
homens se organizam entre si
para produzir; ... (p.34)
expressa as formas pelas quais
os homens se organizam para
executar a atividade produtiva;
55
56. FORÇAS PRODUTIVAS E RELAÇÕES
SOCIAS DE PRODUÇÃO
trata das diferentes formas de
organização da produção
e distribuição,
da posse e dos tipos de
propriedade dos meios de
produção.
56
57. FORÇAS PRODUTIVAS E RELAÇÕES
SOCIAS DE PRODUÇÃO
e como se constituem no
substrato para a estruturação
das desigualdades expressas na
forma de classes sociais.
57
58. FORÇAS PRODUTIVAS E RELAÇÕES
SOCIAS DE PRODUÇÃO
Conceito de forças produtivas –
trata
das
relações
homem/
natureza
58
59. FORÇAS PRODUTIVAS E RELAÇÕES
SOCIAS DE PRODUÇÃO
Conceito de relações sociais de
produção -
trata das
relações entre
os homens
no processo
produtivo
59
60. FORÇAS PRODUTIVAS E RELAÇÕES
SOCIAS DE PRODUÇÃO
As noções de forças
produtivas e de relações
sociais de produção
mostram que tais relações se
interligam de modo que as
mudanças em uma provocam
alterações na outra.
60
61. ESTRUTURA E
SUPERTRUTURA
ESTRUTURA ou BASE
Formada pelo conjunto das forças
produtivas e das relações sociais de
produção de uma sociedade;
É o fundamento sobre o qual se
constituem as instituições políticas e
sociais;
É a base econômica e material da
sociedade; modo como os homens
estão organizados no processo
produtivo.
61
62. ESTRUTURA E
SUPERTRUTURA
SUPERESTRUTURA são as
ideologias políticas, concepções
religiosas, códigos morais e
estéticos, sistemas legais, de
ensino, de comunicação, o
conhecimento filosófico e
científico, representações
coletivas de sentimentos, ilusões,
modos de pensar e concepções de
vidas diversos plasmados de
modo particular.
62
63. ESTRUTURA E
SUPERTRUTURA
ARTICULAÇÃO ENTRE OS DOIS
NÍVEIS
“são os homens que produzem as
suas representações, as suas
idéias etc., mas os homens reais,
atuantes, e tais como foram
condicionados por um
determinado desenvolvimento das
suas forças produtivas e do modo
de relações que lhes corresponde
[...].
63
64. Não é a consciência que
determina a vida, mas sim
a vida que determina a
consciência” (p.37).
64
65. ESTRUTURA E
SUPERTRUTURA
A base material é expressa no conceito
de MODO DE PRODUÇÃO :
Descreve a maneira, a forma, o modo
pelos quais se produzem os bens
materiais em diferentes sociedades e
épocas.
Descreve a maneira pela qual a
sociedade produz seus bens e serviços,
como os utiliza e os distribui.
65
66. ESTRUTURA E
SUPERTRUTURA
Conceito de Modo de Produção:
Serve para caracterizar distintas etapas
da história humana.
Marx faz menção aos seguintes modos
de produção:
Comunista primitivo;Antigo;Feudal;
Capitalista nas sociedades ocidentais;
Asiático – sociedades orientais e pré-
colombianas da América do Sul;
Comunista.
66
67. ESTRUTURA E
SUPERTRUTURA
Complexidade da relação estrutura
e superestrutura levou a
interpretações contraditórias
do marxismo.
“Segundo a concepção materialista
da história, o fator que em última
instância determina a história é a
produção e a reprodução da vida
real[...].
67
68. ESTRUTURA E
SUPERTRUTURA
A situação econômica é a base,
mas os diversos fatores da
superestrutura [...] exercem
igualmente a sua ação sobre o
curso das lutas históricas e, em
muitos casos, determinam
predominantemente sua forma...”
(p.39).
68
69. ESTRUTURA E
SUPERTRUTURA
“Somos nós mesmos que
fazemos a história,mas, nós a
fazemos, em primeiro lugar,
segundo premissas e condições
muito concretas. Entre elas, são
as econômicas as que, em
última instância decidem. Mas
69
70. ESTRUTURA E
SUPERTRUTURA
Mas também desempenham
um papel, ainda que não seja
decisivo, as condições
políticas e até a tradição que
rondam como um duende nas
cabeças dos homens...(p.39)
70
71. ESTRUTURA E
SUPERTRUTURA
A complexidade da relação
estrutura e superestrutura trouxe
interpretações contraditórias
do marxismo.
As leituras economicistas
enfatizam o determinismo da vida
econômica sobre as formas
superestruturais, excluindo
71
72. ESTRUTURA E
SUPERTRUTURA
qualquer possibilidade de
que as ideologias, as
ciências, a arte, as crenças
religiosas, as formas de
consciência coletiva, tanto de
classes como de outros
modos de associação,
sistemas jurídicos ou de
governo
72
73. ESTRUTURA E
SUPERTRUTURA
tenham exercido sobre a
história de um povo um
papel, se não
determinante, pelo menos
com peso semelhante ao
da estrutura.
73
74. ESTRUTURA E
SUPERTRUTURA
Como entender esta relação a
partir da metáfora
arquitetônica de Marx e Engels:
O edifício tem um alicerce ou uma
infra-estrutura e uma
superestrutura – a ideologia - que
se constrói sobre este alicerce.
Mas a ideologia não se limita a ser
apenas uma instância da
superestrutura.
74
75. ESTRUTURA E
SUPERTRUTURA
A ideologia desliza também por
entre as partes do edifício social;
é como o cimento que
assegura a coesão do edifício.
A ideologia faz os indivíduos aderir
aos seus papéis, suas funções e
suas relações sociais.
A ideologia tem como função
adaptar os indivíduos a suas
tarefas fixadas pela sociedade.
75
76. ESTRUTURA E
SUPERTRUTURA
“A ideologia impregna todas as
atividades do homem,
Está presente nas atitudes e nos
juízos políticos, no cinismo, na
honestidade, na resignação e na
rebelião. Governa os
comportamentos familiares dos
indivíduos e suas relações com
os demais homens e com a
natureza.
Está presente em seus juízos
acerca do “sentido da vida”. 76
77. ESTRUTURA E
SUPERTRUTURA
A ideologia não é um produto
subjetivo mas objetivo e
necessário, assim como o
“social” em sentido
durkheimiano é algo exterior,
que se impõe ao indivíduo, por
mais que este possa assumi-lo
subjetivamente.
77
78. ESTRUTURA E
SUPERTRUTURA
Sua vigência não se restringe
ao capitalismo, mas é
conotação de qualquer
sociedade, no sentido de
instrumento fundamental de
coesão.
78
79. ESTRUTURA E
SUPERTRUTURA
A ideologia, no capitalismo, procura
levar os exploradores a aceitarem
a condição de exploração como
natural,
bem como a classe dominante a
justificar a exploração como
fenômeno funcional.
79
80. CLASSES SOCIAIS E
ESTRUTURA SOCIAL
Marx não deixou uma teoria
sistematizada sobre as classes
sociais, embora este seja um
tema obrigatório para que
suas interpretações a respeito
das desigualdades sociais, da
exploração, do Estado e da
revolução sejam
compreendidas.
80
82. CLASSES SOCIAIS E
ESTRUTURA SOCIAL
Segundo Marx, as desigualdades
sociais observadas no seu tempo
eram provocadas pelas
relações de produção do sistema
capitalista, que dividem os
homens em proprietários e não
proprietários dos meios de
produção.
82
83. CLASSES SOCIAIS E
ESTRUTURA SOCIAL
As desigualdades são a base da
formação das classes sociais.
As relações entre os homens se
caracterizam por relações de
oposição, antagonismo,
exploração e
complementariedade entre as
classes sociais.
83
84. CLASSES SOCIAIS E
ESTRUTURA SOCIAL
Relações de exploração da
classe dos proprietários – a
burguesia – sobre a dos
trabalhadores – o
proletariado. Isso porque a
posse dos meios de produção
sob a forma legal de
propriedade privada,
84
85. CLASSES SOCIAIS E
ESTRUTURA SOCIAL
faz com que os trabalhadores, a
fim de assegurar a sobrevivência,
tenham de vender sua força de
trabalho ao empresário
capitalista, o qual se apropria do
produto do trabalho de seus
operários.
85
86. CLASSES SOCIAIS E
ESTRUTURA SOCIAL
Relações de oposição e
antagonismo, na medida em
que os interesses de classe são
inconciliáveis.
O capitalista deseja preservar os
seus direitos e o trabalhador, por
sua vez procura diminuir a
exploração ao lutar por menor
jornada de trabalho, melhores
salários e participação nos lucros.
86
87. CLASSES SOCIAIS E
ESTRUTURA SOCIAL
As relações entre as classes são
complementares, pois uma só
existe em relação à outra.
Só existem proprietários porque há
operários cuja única propriedade
é sua força de trabalho, que
precisam vender para assegurar a
sobrevivência.
87
88. CLASSES SOCIAIS E
ESTRUTURA SOCIAL
O desenvolvimento do modo de
produção capitalista resultou em
novas subdivisões no interior das
classes sociais, como o crescimento
das chamadas classes médias e
dos setores tecnoburocráticos.
Em outros casos, consolidou a
existência de antigas relações de
produção, tanto no campo como nas
cidades.
88
89. CLASSES SOCIAIS E
ESTRUTURA SOCIAL
Formaram-se historicamente
estruturas econômicas e
sociais complexas,
conjugando relações entre as
novas classes e frações de
classe típicas das sociedades
capitalistas tradicionais.
89
90. CLASSES SOCIAIS E
ESTRUTURA SOCIAL
Fração de classe: corresponde
aos subgrupos nos quais se pode
decompor uma classe.
Por exemplo: a burguesia, como
classe, se decompõe em
burguesia industrial, burguesia
comercial e burguesia financeira.
90
91. CLASSES SOCIAIS E
ESTRUTURA SOCIAL
Existem grupos que não podem
ser definidos como classes
sociais,
quer por representar grupos
intermediários entre as duas
classes antagônicas em nível da
produção, como se dá no caso
dos técnicos e administradores
91
92. CLASSES SOCIAIS E
ESTRUTURA SOCIAL
quer por não estarem ligados
diretamente à produção e sim
a serviço de instituições da
superestrutura:
professores, advogados,
funcionários públicos.
92
94. CLASSES SOCIAIS E
ESTRUTURA SOCIAL
O domínio dos possuidores dos
meios de produção não se
restringe à esfera produtiva: a
classe que detém o poder
material numa dada sociedade
é também a potência política e
espiritual dominante (p.42)
94
95. LUTAS DE CLASSES
Luta de classes: confronto (não
necessariamente explícito) que se
produz entre duas classes
antagônicas quando lutam por
seus interesses de classe.
A história das sociedades cuja
estrutura produtiva baseia-se na
apropriação privada dos meios de
produção pode ser descrita como
a história das lutas de classes.
95
96. LUTAS DE CLASSES
Para o materialismo histórico, a
luta de classes relaciona-se
diretamente à mudança social.
Ela é conhecida como o “motor da
história”, pois impulsiona as
principais transformações
estruturais.
A classe explorada constitui-se no
mais potente agente de mudança.
96
97. LUTAS DE CLASSES
Marx distingue, para fins analíticos,
as classes em si das classes para
si.
Classes em si: conjunto dos
membros de uma sociedade que
são identificados por compartilhar
determinadas condições
objetivas, ou a mesma situação
no que se refere è propriedade
dos meios de produção.
97
98. LUTAS DE CLASSES
Classes para si:
classes que se organizam
politicamente para a defesa
consciente de seus interesses, e
cuja identidade é construída
também do ponto de vista
subjetivo.
98
99. LUTAS DE CLASSES
A consciência de classe conduz, na
sociedade capitalista, à formação
de associações políticas
(sindicatos, partidos) que buscam
a união solidária entre os
membros da classe oprimida com
vistas à defesa de seus interesses
e ao combate aos opressores.
99
100. LUTAS DE CLASSES
Um exemplo histórico do papel
revolucionário exercido por uma
classe social foi dado pela
burguesia durante as revoluções
ocidentais no início da Idade
Moderna.
Durante aquele processo ela
representava uma nova força
produtiva, dotada de possibilidades
gigantescas de transformação nas
relações sociais.
100
101. O PAPEL REVOLUCIONÁRIO DA
BURGUESIA
A burguesia cumpriu um papel
revolucionário quando:
Sua ação destruiu os modos de
organização do trabalho e as
formas da propriedade no campo
e na cidade,
Debilitou as antigas classes
dominantes – como a aristocracia
e o clero -,
101
102. O PAPEL REVOLUCIONÁRIO DA
BURGUESIA
Substituiu a legislação feudal,
Eliminou os impostos e obrigações
feudais, as corporações de ofício,
o sistema de vassalagem que
impedia que os servos se
transformassem em
trabalhadores livres,
Eliminou o regime político
monárquico.
102
103. O PAPEL REVOLUCIONÁRIO DA
BURGUESIA
A burguesia foi, naquele
momento, a mais nítida
expressão da modernidade e do
processo de racionalização.
A premência de encontrar novos
mercados e matérias-primas e de
gerar novas necessidades leva a
burguesia a estabelecer-se em
todas as partes.
103
104. A TRANSITORIEDADE DO MODO DE
PRODUÇÃO CAPITALISTA
Manifesto do Partido
Comunista:
“A moderna sociedade burguesa,
que saiu das ruínas da sociedade
feudal não aboliu as contradições
entre as classes. Unicamente
substituiu as velhas classes, as
velhas condições de opressão, as
velhas formas de luta por outras
novas.[...]
104
105. A TRANSITORIEDADE DO MODO DE
PRODUÇÃO CAPITALISTA
Toda a sociedade vai dividindo-se,
cada vez mais, em dois grandes
campos inimigos, em duas
grandes classes, que se
enfrentam diretamente: a
burguesia e o proletariado”.
Mantiveram-se dessa forma, as
condições da luta de classes.
105
106. A TRANSITORIEDADE DO MODO DE
PRODUÇÃO CAPITALISTA
“As armas de que se serviu a
burguesia para derrubar o
feudalismo voltam-se hoje contra a
própria burguesia. Porém a
burguesia não forjou somente as
armas que lhe darão a morte;
produziu também os homens que
empunharão essas armas – os
operários modernos, os proletários.
106
107. A TRANSITORIEDADE DO MODO DE
PRODUÇÃO CAPITALISTA
Na mesma proporção em que
se desenvolve a burguesia,
quer dizer, o capital,
desenvolve-se também o
proletariado ...”
107
108. A TRANSITORIEDADE DO MODO DE
PRODUÇÃO CAPITALISTA
Ao mesmo tempo em que cresce o
proletariado, aumenta também a
sua concentração em centros
industriais, sua capacidade de
organização e luta e a consciência
de sua situação social.
Marx e Engels atribuem ao
proletariado o papel de agente
transformador da sociedade
capitalista.
108
109. A TRANSITORIEDADE DO MODO DE
PRODUÇÃO CAPITALISTA
No caso de uma revolução
proletária, as condições de
apropriação e concentração dos
meios de produção existentes em
mãos de uma classe desaparecem
e, a partir de então, inicia-se um
processo de fundação da
sociedade sobre novas bases.
109
110. A TRANSITORIEDADE DO MODO DE
PRODUÇÃO CAPITALISTA
Instalar-se-ia uma nova forma de
organização social que, numa
fase transitória, seria uma
ditadura do proletariado mas,
ao realizar todas as condições a
que se propôs, tornar-se-ia uma
sociedade comunista.
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111. A ECONOMIA CAPITALISTA
Em “O Capital”, Marx analisa a
sociedade capitalista, a forma de
organização social mais
desenvolvida e mais variada de
todas já existentes.
A unidade analítica mais simples
dessa sociedade e a expressão
elementar de sua riqueza é a
mercadoria.
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112. A ECONOMIA CAPITALISTA
Mercadoria: forma assumida pelos
produtos e pela própria força de
trabalho.
Composta por dois fatores:
Valor de uso: propriedade do objeto
de responder a uma necessidade
humana determinada.
Coisas úteis, porém, podem não ser
mercadorias, desde que não sejam
produtos do trabalho ou não se
destinem à troca.
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113. A ECONOMIA CAPITALISTA
Valor de troca: revela-se no tempo
de trabalho gasto na produção de
uma mercadoria em uma
sociedade e em um período dados.
Em troca do que necessita, cada um
oferece o fruto de seu próprio
trabalho, ainda que
metamorfoseado na forma de
moeda.
113
114. A ECONOMIA CAPITALISTA
As relações de produção
capitalistas implicam na
existência do mercado, onde
também a força de trabalho é
negociada por um certo valor
entre o trabalhador livre e o
capital.
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115. A ECONOMIA CAPITALISTA
A sociedade capitalista baseia-
se na ideologia da igualdade,
cujo parâmetro é o mercado.
De um lado, está o trabalhador
que oferece no mercado sua
força de trabalho, de outro, o
empregador que a adquire por
um salário.
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116. A ECONOMIA CAPITALISTA
Marx distingue o tempo de
trabalho necessário durante o
qual se dá a reprodução do
trabalhador, e no qual gera o
equivalente a seu salário, do
tempo de trabalho excedente,
período em que a atividade
produtiva não cria valor para o
trabalhador mas para o
proprietário do capital.
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117. A ECONOMIA CAPITALISTA
A razão entre trabalho excedente e
trabalho necessário dá a taxa de
mais-valia e expressa o grau de
exploração da força de trabalho
pelo capital.
Mais-valia: valor que o
trabalhador cria para além do
valor de sua força de trabalho.
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119. A ECONOMIA CAPITALISTA
O trabalhador é pago pela sua
força de trabalho através de um
salário cujo valor tende a ser de
mera sobrevivência, ou seja, que
lhe permite tão somente repor
ou reproduzir sua força de
trabalho.
Mas o que o trabalhador produz
vale mais do que a paga
recebida em salário.
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120. A ECONOMIA CAPITALISTA
MAIS-VALIA:é trabalho não
pago
É tempo de trabalho que o
trabalhador entrega
gratuitamente ao capitalista
depois de haver trabalhado o
suficiente para reproduzir o
valor de sua própria força de
trabalho.
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121. A ECONOMIA CAPITALISTA
Este “mais” é apropriado pelo dono
dos meios de produção, o que se
chama muitas vezes apropriação do
excedente de trabalho.
Aí está a via fundamental da
acumulação capitalista, através
da qual o capital realiza sua
vocação histórica:maximizar-se às
custas do trabalhador.
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122. TRABALHO, ALIENAÇÃO E
SOCIEDADE CAPITALISTA
O fundamento da alienação, para
Marx, encontra-se na atividade
humana prática: o trabalho.
O trabalhador e suas propriedades
humanas só existem para o
capital. E como este lhe é
estranho, a vida do trabalhador é
também estranha para ele
próprio.
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124. TRABALHO, ALIENAÇÃO E
SOCIEDADE CAPITALISTA
Enquanto existir a propriedade
privada dos meios de produção,
as necessidades dos homens
resumem-se a dinheiro, e as
novas necessidades criadas
servirão para obrigá-los a
maiores sacrifícios e dependência
(p.53).
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125. TRABALHO, ALIENAÇÃO E
SOCIEDADE CAPITALISTA
Em condições de alienação, o
trabalho faz com que o
crescimento da riqueza objetiva
se anteponha à humanização (do
homem e da natureza), sirva
crescentemente como meio de
exploração (ao transformar-se em
capital), e só se realize como
meio de vida.
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126. TRABALHO, ALIENAÇÃO E
SOCIEDADE CAPITALISTA
Marx considera que o trabalhador
não se sente feliz, mortifica seu
corpo e arruína seu espírito no
trabalho que é obrigado a fazer,
que é externo a ele.
E se não existisse coação ele
fugiria do trabalho como da
peste.
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127. TRABALHO, ALIENAÇÃO E
SOCIEDADE CAPITALISTA
A quantificação dos produtos do
trabalho humano permite o
cálculo de sua equivalência.
Troca-se uma certa quantidade de
moeda por um saco de cimento.
Mas essa relação parece ocorrer
entre coisas. Conquanto seja
“uma relação social determinada
dos homens entre si [...]
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128. TRABALHO, ALIENAÇÃO E
SOCIEDADE CAPITALISTA
Adquire para eles a forma fantástica
de uma relação de coisas entre si.
Marx chama de caráter fetichista
da mercadoria, dado pela
incapacidade dos produtores de
perceber que, através da troca dos
frutos de seus trabalhos no
mercado, são eles próprios que
estabelecem uma relação social.
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129. TRABALHO, ALIENAÇÃO E
SOCIEDADE CAPITALISTA
O fetichismo do mundo das
mercadorias deve-se a que os
atributos sociais do trabalho são
ocultos detrás de sua aparência
material.
Isso quer dizer que as relações
sociais aparecem, aos olhos dos
homens, encantadas sob a forma de
valor, como se este fosse uma
propriedade natural das coisas.
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130. TRABALHO, ALIENAÇÃO E
SOCIEDADE CAPITALISTA
Através da forma fixa em valor-
dinheiro, o caráter social dos
trabalhos privados e as relações
sociais entre os produtores se
obscurecem.
É como se um véu nublasse a
percepção da vida social
materializada na forma dos objetos,
dos produtos do trabalho e de seu
valor.
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131. TRABALHO, ALIENAÇÃO E
SOCIEDADE CAPITALISTA
A extinção das diversas formas
de alienação exige que “as
condições de trabalho e da
vida prática apresentem ao
homem relações
transparentes e racionais com
seus semelhantes e com a
natureza”,
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132. TRABALHO, ALIENAÇÃO E
SOCIEDADE CAPITALISTA
reclama, então, uma sociedade
onde o conflito entre homem
e natureza e entre homem e
homem se resolva: a
sociedade comunista.
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133. COMUNISMO
MARX afirma que
“o comunismo é a forma
necessária e o princípio
dinâmico do futuro imediato...”
O comunismo possibilita
submeter a criação dos homens
“ao poder dos indivíduos
associados” e a divisão do
trabalho à obediência aos
interesses de toda a sociedade.
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