SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  14
Télécharger pour lire hors ligne
91
DOI: 10.18256/2237-7956/raimed.v6n1p91-104
RAIMED - Revista de Administração IMED, 6(1): 91-104, jan./abr. 2016 - ISSN 2237-7956
Eye tracking e métricas na web
como ferramentas para estratégias
inovadoras de comunicação
Gisele Elios da Silva
Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP), Piracicaba, SP, Brasil.
E-mail: <gelios@unimep.br>.
Rosana Borges Zaccaria
Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP), Piracicaba, SP, Brasil.
E-mail: <rbzaccar@unimep.br>.
Teresa Dias de Toledo Pitombo
Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP), Piracicaba, SP, Brasil.
E-mail: <tecpitom@unimep.br>.
Thel Augusto Monteiro
Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP), Piracicaba, SP, Brasil.
E-mail: <thel.augusto@me.com>.
Resumo
O estudo proposto visou explorar estratégias inovadoras de direcionamento de conteúdo comunica-
cional perante o uso das ferramentas Eye Tracking na Web e Métricas para monitoramento de inte-
resse do consumidor online, aspectos que poderiam ser apontados como semelhantes entre o uso das
referidas ferramentas e a aplicabilidade dos dados de interação social marca-consumidor. Para tanto,
revisou-se a literatura em busca de subsídios para a estruturação de um quadro a contemplar as seme-
lhanças identificadas e outro a exemplificar sua aplicabilidade. Quanto ao objetivo deste estudo, op-
tou-se pela pesquisa exploratória e coleta de dados em fontes secundárias. Os resultados preliminares
destacaram que uma comunicação inovadora consiste em fazer diferente do tradicional e corriqueiro,
adequando-se às mudanças culturais, monitorando tendências de comportamento do consumidor e
seus interesses, em busca de compreender o processo de decisão de compra e, sobretudo, desenvolver
mensagens significantes. Destacou-se também que interações entre empresas e consumidores se con-
vertem em conhecimento e diferenciais competitivos.
Palavras-chave: Estratégias de Comunicação, Interesse do Consumidor, Eye Tracking, Métricas, Web
1 Introdução
Os meios de comunicação se transforma-
ram, em um processo de inovação constante, para
atender ao pluralismo de públicos, consolidando-
se a comunicação como potencializadora de re-
lações coletivas. Novas formas de comunicação,
mais dinâmicas, auxiliam a marca a sobressair-se
diante da avalanche de ofertas, especialmente no
meio digital, no intento de atender o novo con-
sumidor que busca alguma experiência que faça
diferença em sua decisão de compra.
Entretanto, as diretrizes para produção de
conteúdo comunicacional precisam estar alinha-
92RAIMED - Revista de Administração IMED, 6(1): 91-104, jan./abr. 2016 - ISSN 2237-7956
G. E. Silva, R. B. Zaccaria, T. D. T. Pitombo, T. A. Monteiro
das às informações de público de forma a propi-
ciar maior interação, identificação e atratividade
e, consequentemente, elevar a probabilidade de
eficácia da mensagem.
Dados estatísticos são animadores peran-
te a consolidação e penetração na sociedade dos
novos meios de comunicação, as novas mídias.
Segundo a “Pesquisa brasileira de mídia 2015:
hábitos de consumo de mídia pela população
brasileira” (SECOM, 2014), a Internet é apontada
por 42% dos entrevistados como o meio de co-
municação mais utilizado, sendo que 76% destas
pessoas afirmam acessar a Internet todos os dias.
Quanto à satisfação dos brasileiros com as
compras por meio da Internet, o estudo “Retratos
da Sociedade Brasileira – Perfil do Consumidor
Brasileiro” (CNI IBOPE, 2014) aponta que 20%
dos entrevistados se dizem muito satisfeitos, 72%
afirmam estar satisfeitos, 7% afirmam estar insa-
tisfeitos ou muito insatisfeitos e 1% não sabe ou
não respondeu.
Visto o grande potencial e valor das oportu-
nidades de negócios envoltas nos novos meios de
comunicação, bem como o potencial de estudos
dos hábitos, escolhas e interesses dos consumidores
como fonte de insights estratégicos, interagir com
o público e monitorar seu comportamento na Web
permitem um aprendizado contínuo, de forma que
se possa otimizar a comunicação das ofertas e bus-
car entregar ao consumidor o que ele procura.
O estudo proposto visa explorar estraté-
gias inovadoras de direcionamento de conteúdo
comunicacional. Objetiva-se revisar a literatura
quanto ao uso das ferramentas Eye Tracking na
Web e Métricas para monitoramento de interesse
do consumidor online, perante o direcionamento
de comunicação ao que o consumidor se interessa.
Pretende-se responder ao questionamento
de quais aspectos podem ser apontados como
semelhantes para estratégias inovadoras de di-
recionamento comunicacional entre o uso das
referidas ferramentas. Logo, estruturar um qua-
dro que contemplará algumas das semelhanças
a serem identificadas e outro a exemplificar sua
aplicabilidade.
A resposta a esta questão propiciará aos
profissionais da área conhecimentos relevantes
quanto a ferramentas para estudos de percepção
do consumidor, especialmente na Web, a fim de
que a organização possa aprender a dialogar com
o consumidor e extrair insights deste diálogo.
2 Revisão de literatura
2.1 Inovação em comunicação
A nova forma de organização da sociedade,
em redes, vem transformando a informação em
interação. Comunidades compartilham suas ex-
pectativas e decisões numa cultura de socializa-
ção e promoção do diálogo. Nesta era da informa-
ção, como destacado por Freire (2014, p. 128), “a
rede está cada vez mais consolidada no cotidiano
dos indivíduos, há uma relação muito forte com
as tecnologias digitais e com o mundo virtual”.
Os meios de comunicação se transforma-
ram, em um processo de inovação constan-
te, para atender ao pluralismo de públicos. Tal
transformação levou às pessoas a descobrirem
dois novos enfoques para a mídia: produção e
compartilhamento, observa Barros (2012), e ago-
ra conteúdos podem ser produzidos por qualquer
um, mesclando a comunicação pública e privada
e a produção por profissionais e amadores.
Consolida-se a comunicação como poten-
cializadora de relações coletivas. Jenkins (2009)
entende que se trata de uma transformação cul-
tural, à medida que consumidores são incen-
tivados a fazer conexões em meio a conteúdos
midiáticos dispersos. Este autor ainda sugere que
as empresas repensem antigas suposições sobre
o que significa consumir mídias, suposições que
moldam tanto decisões de programação quanto
de marketing.
Uma discussão se abre sobre o que é valor
para este novo consumidor, em como prever suas
expectativas e identificar formas de diálogo mais
envolventes e, portanto, melhores sucedidas. O
cliente como fonte de informações para aperfei-
çoamento de competências, assim propõe Hauk-
nes (1998).
Diante desta reconfiguração da comunica-
ção, Barros (2012) enfatiza que cada pessoa passa
a ter uma maior amplitude de atuação na cultura
digital, e o consumo e a comunicação certamen-
te também se modificam. Neste processo de in-
teração com os consumidores, a referida autora
salienta que a organização pode aprender a pro-
duzir conteúdos que despertem maior interesse,
de modo que sejam compartilhados entre a rede
de relacionamento das pessoas a ponto de ganhar
grande notoriedade e repercussão.
Martínez et al. (2012) complementam acen-
tuando que o mundo digital trouxe uma mu-
93RAIMED - Revista de Administração IMED, 6(1): 91-104, jan./abr. 2016 - ISSN 2237-7956
Eye tracking e métricas na web…
dança na forma de fazer as coisas e o mundo dos
negócios não foi excluído desta nova dinâmica.
Modos de produção, relações com o público, ge-
renciamento de imagem, publicidade e marke-
ting são apenas alguns exemplos de dinâmicas
transformadas.
2.2 Direcionamento da comunicação
Quando dizemos que uma mídia nos inspi-
ra, pensamos que ela nos comunica algo, que está
nos enviando alguma mensagem específica, suge-
re Nobre (2011). Esta especificidade, o direciona-
mento da comunicação, conforme abordado por
Andrade (2005, p. 127), se apresenta como “trans-
mitir ou conduzir a comunicação para determi-
nados tipos de público ou seções de um público”.
Nesta vertente, convém a produção de men-
sagens com formato e linguagem direcionados a
grupos de interesse, de forma a propiciar maior
interação, identificação e atratividade a estes gru-
pos. Se antes o foco era o produto e seus bene-
fícios, abordam Tur-Viñes e Monserrat-Gauchi
(2015), agora o foco é o consumidor e a capacida-
de das marcas de dialogar e estabelecer relações
emocionais com os consumidores.
Martínez et al. (2012) salientam que a inte-
ração da empresa com o público fornece informa-
ções para benefício de ambos: a empresa percebe
o que pensam dela, o que seu público necessita e o
que precisa mudar, e em contrapartida, o público
se sente ouvido e valorizado e recebe um melhor
produto e/ou serviço.
Fill e Jamieson (2006) conceituam sobre a
comunicação e seus objetivos apontando que a
organização deve encorajar o engajamento do
público com a mensagem transmitida, a fim de
dialogar com este público, procurar compreendê-
-lo e identificar os grupos de interesse.
As diretrizes de produção de conteúdo ali-
nhadas às informações de público é elemento es-
sencial para a eficácia da mensagem. Nesta visão,
Galão e Crescitelli (2014, p. 53) observam que “a
definição do público envolve informações acer-
ca do seu perfil, estilo de vida, comportamento,
dentre outras questões, e é resultado dos proces-
sos de seleção de mercado-alvo”. Haydon (2015)
corrobora salientando que se pode obter insights
estratégicos por meio da análise cuidadosa de tais
informações.
Nobell (2013) sugere que para alcançar ní-
veis de excelência em comunicação se deve alcan-
çar excelência na investigação, medição e avalia-
ção, sendo parte relevante do processo a gestão
do conteúdo comunicacional. Salas (2013) com-
plementa ao sugerir que a gestão estratégica da
comunicação auxilia na investigação e definição
de cursos de ação. Outras características estraté-
gicas consistem em demonstrar o valor agregado
na comunicação e gerir relacionamentos.
Lévy (2007) propõe que através do desen-
volvimento de comunidades virtuais – comuni-
dades em ambiente Web – houve relevante muta-
ção cultural que tornou o espaço comunicacional
em canal de interatividade a tecer um universo
de contatos: a interconexão no ciberespaço. Co-
munidades estas construídas sob afinidades de
interesses, em um processo de compartilhamen-
to, troca e integração digital. E fortalecer-se atra-
vés deste mundo virtual, apontam Martínez et
al. (2012), exige mudanças no processo de comu-
nicação da organização, quanto a como se fazer
presente na Web e de que maneira este processo
pode proporcionar competitividade à marca.
Seja no mundo real ou virtual, Zugaib (2015)
refere-se à pirâmide de Maslow e aponta que o
direcionamento da comunicação é uma questão
simples: conseguimos extrair algo comum no
comportamento das pessoas, como por exemplo,
a necessidade de segurança suprida pelo acolhi-
mento físico e emocional, e a necessidade social
suprida pelo reconhecimento de identidade e res-
peito à individualidade.
2.3 Eye Tracking a comunicação na
Web
Diversos estudos de neurociência têm sido
realizados para entender os aspectos relacionados
àsescolhasdosconsumidores.Plassmann,Ramsøy
e Milosavljevic (2012) apontam que a neurociência
é o estudo do sistema nervoso que procura enten-
der as bases biológicas do comportamento, pro-
porcionando por exemplo, uma gama de insights
quanto ao comportamento do consumidor.
Destaca-se, dentre tais estudos de neuro-
ciência, a utilização do Eye Tracking que, em
determinado conteúdo da Web, torna possível
analisar os pontos de interesse e a hierarquia e
frequência de atenção.
O Eye Tracking trata-se, como afirma Barre-
to (2012, p. 168), do “conjunto de tecnologias que
permite medir e registrar os movimentos ocula-
res de um indivíduo perante a amostragem de um
94RAIMED - Revista de Administração IMED, 6(1): 91-104, jan./abr. 2016 - ISSN 2237-7956
G. E. Silva, R. B. Zaccaria, T. D. T. Pitombo, T. A. Monteiro
estímulo”. Tal ferramenta, conforme apontado
pela autora, determina em que áreas e por quanto
tempo o indivíduo fixou sua atenção, por meio de
medições (métricas) de volume de fixações e de
eventuais padrões de comportamento visual.
Quanto ao campo das ciências da comuni-
cação, Barreto destaca que o Eye Tracking tem
possibilitado às organizações não só compreender
o comportamento visual do indivíduo, mas tam-
bém direcionar suas estratégias de acordo com os
resultados obtidos. A figura 1 e as definições a se-
guir destacam alguns aspectos da análise de mo-
vimentos oculares na utilização do Eye Tracking.
Figura 1 – Movimentos oculares e relatório visual
na utilização do Eye Tracking
por meio de medições (métricas) de volume de fixações e de eventuais padrões de
comportamento visual.
Quanto ao campo das ciências da comunicação, Barreto destaca que o Eye Tracking
tem possibilitado às organizações não só compreender o comportamento visual do
indivíduo, mas também direcionar suas estratégias de acordo com os resultados
obtidos. A figura 1 e as definições a seguir destacam alguns aspectos da análise de
movimentos oculares na utilização do Eye Tracking.
Figura 1 – Movimentos oculares e relatório visual na utilização do Eye Tracking
Fonte: Elaborado pelos autores, a partir de Barreto (2012).
Fixações: Numa tarefa de codificação (por exemplo, navegando em uma página
Web), a maior duração de fixação em determinada área pode ser indicativa de maior
MEDIDAS BÁSICAS DOS
MOVIMENTOS OCULARES
FIXAÇÕES
Olhares fixos em uma região.
SACADAS
Movimentos oculares entre fixações.
EXEMPLOS DE FORMAS DE
RELATÓRIO VISUAL
TRAÇADO DE OLHARES
(GAZE PLOT)
Percurso visual e tempo de fixação.
MAPAS DE CALOR
(HEATMAPS)
Áreas com maior frequência de fixações.
Fonte: Elaborado pelos autores, a partir de Barreto (2012).
Fixações: Numa tarefa de codificação (por
exemplo, navegando em uma página Web), a
maior duração de fixação em determinada área
pode ser indicativa de maior interesse no destino
ou pode ser um sinal de que determinada infor-
mação é de difícil interpretação. (Just & Carpen-
ter, 1976; Jacob & Karn, 2003; Barreto, 2012).
Sacadas: Consistem no movimento ocular
que ocorre entre fixações. A regressão (ou sacada
regressiva), isto é, a sacada que volta atrás em di-
reção ao texto, por exemplo, que já foi visualiza-
do, pode agir como medição de dificuldades du-
rante a decodificação. (Rayner & Pollatsek, 1989;
Barreto, 2012).
Traçado de Olhares (Gaze Plot): Análise do
comportamento visual dos participantes, de for-
ma individual, indicando os movimentos sacádi-
cos e sua sequência (percurso visual), a respectiva
ordem e duração (tempo de fixação).
Mapas de Calor (Heatmaps): Nestas repre-
sentações, as áreas “quentes” ou de maior inten-
sidade sinalizam os locais onde os usuários fixa-
ram a sua atenção com maior frequência, ou seja,
as áreas com elementos mais atrativos e onde se
gerou maior volume de fixações visuais.
A discussão sobre a investigação dos compo-
nentes comunicacionais e sua decodificação pelo
consumidor, também é abordada por Garret (2011)
propondo alguns questionamentos, dentre eles:
a) Qual é o primeiro elemento visualizado e
o que mais chama a atenção?
b) Os consumidores são atraídos conforme
os objetivos estratégicos inicialmente planejados
ou há outros aspectos causando distração?
Garret aborda também sobre o principal
objetivo do conteúdo da Web: comunicar eficaz-
mente. Infere que não é suficiente apenas exibir
informações, mas apresentá-las de forma que as
pessoas possam compreendê-las e absorvê-las. O
referido autor ainda salienta que as necessidades
do consumidor são diversificadas e para aten-
dê-las é preciso entender quem são estes consu-
midores, realizando pesquisas e observando seu
comportamento.
Em estudo realizado pela empresa “Masha
ble” no ano de 2012, da utilização do Eye Tracking
na Web, na rede social Facebook, foram registrados
movimentos oculares de 30 participantes. Em pá-
ginas desta rede social registraram-se a ordem e o
tempo de fixação dos olhares dos participantes. Re-
latórios visuais do estudo são expostos na Figura 2.
95RAIMED - Revista de Administração IMED, 6(1): 91-104, jan./abr. 2016 - ISSN 2237-7956
Eye tracking e métricas na web…
Figura 2 – Utilização do Eye Tracking na Web, na rede social Facebook
TRAÇADO DE OLHARES (GAZE PLOT) MAPAS DE CALOR (HEATMAPS)
Fonte: Elaborado pelos autores, a partir de Mashable (2012).
centração do olhar do participante em páginas da
Web, como por exemplo, sob as formas de traça-
do de olhares e mapas de calor.
Figura3 –Utilizaçãodo Eye Tracking em site da Web
TRAÇADODEOLHARES(GAZEPLOT)
A utilização da ferramenta Eye Tracking
na Web também é abordada por “Usability.gov”
(2016), expondo que software e dispositivo de
rastreamento ocular registram a direção e con-
96RAIMED - Revista de Administração IMED, 6(1): 91-104, jan./abr. 2016 - ISSN 2237-7956
G. E. Silva, R. B. Zaccaria, T. D. T. Pitombo, T. A. Monteiro
MAPASDECALOR(HEATMAPS)
Fonte: Elaborado pelos autores, a partir de Usability.gov (2016).
procura. Gutiérrez (2011) salienta este potencial,
de que não há dúvida da necessidade de monito-
ramento para entender o que se passa nas redes
sociais e realizar diagnósticos.
Powell, Groves e Dimos (2011) sugerem que
pela compreensão de motivações dos consumi-
dores, os profissionais de marketing conseguem
coordenar melhor suas estratégias e táticas de mí-
dia, para transmitir e acelerar conversas positivas
e persuasivas sobre a marca.
Sterne (2012) corrobora nestas proposições
e elenca diversas métricas (medições) para otimi-
zação da comunicação e análise das escolhas de
canais e mensagens. Defende que as redes sociais
oferecem a todos uma fantástica oportunidade de
chegar às pessoas e envolvê-las de modos diferen-
tes e novos, e que estas mídias são parte signifi-
cativa do mix de marketing. Dentre as métricas
propostas por Sterne, sobressaem-se o alcance e o
engajamento, que são tratados a seguir.
O alcance é a porcentagem de pessoas atin-
gidas com a mensagem, é o primeiro item a me-
dir, o impacto daquilo que se publicou. Esta mé-
trica fornece uma medição de público agregando
a base de usuários cadastrados no feed da página
na rede social e usuários externos provindos de
mecanismos de busca. Contudo, este número não
tem valor por si próprio e precisa ser comparado
com o padrão da empresa e da concorrência para
determinar algum grau de eficiência.
O engajamento contempla o nível de inte-
resse e interação com a mensagem, a quantidade
3.4 Métricas para monitoramento
de interesse do consumidor online
As novas mídias desencadearam uma sea-
ra de possibilidades para captação de insumos à
formulação de estratégias para percepção e apro-
ximação ao consumidor. Tradicionalmente, con-
ceitua Manovich (2005), a mídia instrui, inspira,
seduz e convence o consumidor a adotar novas
ideologias, o que se mantém às novas mídias, en-
tretanto mesclam-se antigos e novos meios de co-
municação gerando dados digitais.
Através das novas mídias configuram-se
novas possibilidades para visibilidade de men-
sagens, acentua Stasiak (2015), com a organiza-
ção se inserindo na rotina do público na busca
de permanecer em sua mente e estar presente na
construção simbólica de sua realidade.
Na Web e, mais precisamente nas redes so-
ciais, o consumidor expõe seus hábitos e interes-
ses de maneira espontânea. Boyd e Ellison (2008)
enfatizam que as redes sociais são ricas fontes de
dados comportamentais. Enquanto que da neces-
sidade de estreitar relacionamentos com os con-
sumidores, Levitt (1983) salienta a importância
de planejar as ofertas tendo em mente as queixas
e necessidades futuras dos compradores.
Visto o grande potencial e valor das opor-
tunidades de negócios envoltas nos hábitos e de-
sejos dos consumidores, monitorar os dados nas
redes sociais permite um aprendizado contínuo,
de forma que se possa entregar ao cliente o que ele
97RAIMED - Revista de Administração IMED, 6(1): 91-104, jan./abr. 2016 - ISSN 2237-7956
Eye tracking e métricas na web…
de pessoas que consideraram relevante o conteú-
do publicado. O trabalho é rastrear como se está
obtendo este tipo de atenção e implementar um
processo para testar e medir quais conteúdos ge-
ram os melhores resultados.
Figura 4 – Cadeia alimentar do engajamento
O engajamento contempla o nível de interesse e interação com a mensagem, a
quantidade de pessoas que consideraram relevante o conteúdo publicado. O
trabalho é rastrear como se está obtendo este tipo de atenção e implementar um
processo para testar e medir quais conteúdos geram os melhores resultados.
Figura 4 – Cadeia alimentar do engajamento
Fonte: Adaptado de Sterne (2012, p. 126-142).
No âmago de toda a questão, em tempos de mídias digitais, Cury, Azambuja e
Felício (2015) inferem que prevalece a ideia de que não temos comunicação, mas o
que temos é conexão. O que se busca essencialmente é a interatividade, supondo-
se que é sabido a quem se dirige a mensagem e quem são os receptores.
4 METODOLOGIA
Considerando o objetivo deste estudo, de explorar estratégias inovadoras de
direcionamento de conteúdo comunicacional, optou-se pela pesquisa exploratória
visando prover o pesquisador de maior conhecimento sobre o tema em perspectiva,
como conceitua Mattar (2014), auxiliar no estabelecimento de prioridades e
possibilidades de futuras pesquisas; clarificar conceitos; e verificar se pesquisas
semelhantes já foram realizadas, quais métodos utilizados e resultados obtidos.
Recomendado: nível de satisfação, como a marca é discutida e defendida.
Comprado
Interagido: interatividade após o clique, nível de persuasão da oferta.
Clicado: acesso ao site, blog, fanpage, telefone, loja física, etc.
Comentado: nível de sensibilização do conteúdo, possibilita
a identificação dos admiradores e detratores da marca.
Repetido: conteúdo citado por outros, com as mesmas palavras.
Visto, Gravado, Classificado: salvar (favoritos), pontuação (estrelas),
palavras-chave vinculadas ao conteúdo.
Fonte: Adaptado de Sterne (2012, p. 126-142).
No âmago de toda a questão, em tempos de
mídias digitais, Cury, Azambuja e Felício (2015)
inferem que prevalece a ideia de que não temos
comunicação, mas o que temos é conexão. O que
se busca essencialmente é a interatividade, su-
pondo-se que é sabido a quem se dirige a mensa-
gem e quem são os receptores.
4 Metodologia
Considerando o objetivo deste estudo, de
explorar estratégias inovadoras de direciona-
mento de conteúdo comunicacional, optou-se
pela pesquisa exploratória visando prover o pes-
quisador de maior conhecimento sobre o tema
em perspectiva, como conceitua Mattar (2014),
auxiliar no estabelecimento de prioridades e
possibilidades de futuras pesquisas; clarificar
conceitos; e verificar se pesquisas semelhantes
já foram realizadas, quais métodos utilizados e
resultados obtidos.
Com a finalidade de se buscar informações
e maior compreensão do problema, Malhotra
(2012) indica que a pesquisa exploratória auxilia
a definir um problema com mais precisão; a iden-
tificar cursos alternativos de ação; a obter infor-
mações para desenvolver uma abordagem ao pro-
blema; e a estabelecer prioridades para pesquisas
posteriores.
Quanto ao método de coleta de dados, pes-
quisaram-se as seguintes fontes secundárias:
a) levantamento de estatísticas;
b) levantamento bibliográfico em livros e
periódicos;
c) levantamento de pesquisas ora realizadas
por empresas das áreas-tema.
Durante o processo de levantamentos, algu-
mas variáveis foram consideradas para a seleção
de dados, as quais são expostas a seguir:
a) bibliografia seminal contida em material
autoral ou citada por outrem;
b) estudos com foco no comportamento do
consumidor perante estratégias de comunicação;
c) estudos abordando questões intimamente
relacionadas aos construtos da presente pesqui-
sa: Inovação em comunicação, Direcionamento
da comunicação, Eye Tracking a comunicação na
Web, e Métricas para monitoramento de interesse
do consumidor online.
Quanto ao método de análise dos dados co-
letados, bibliografias e estudos foram catalogados
por blocos de construtos e ano de publicação, de
forma a viabilizar a seleção de materiais seminais
representativos e outros atuais para compreensão
do estado da arte.
98RAIMED - Revista de Administração IMED, 6(1): 91-104, jan./abr. 2016 - ISSN 2237-7956
G. E. Silva, R. B. Zaccaria, T. D. T. Pitombo, T. A. Monteiro
5 Resultados
Diante da catalogação dos dados coletados, por blocos de construtos e ano de publicação, sele-
cionaram-se bibliografias e estudos com forte relação entre ferramentas para estratégias inovadoras
de comunicação e o direcionamento de conteúdo comunicacional aos interesses dos consumidores, e
seguem elencados no Quadro 1.
Quadro 1 – Referências, conceitos-chave e construtos da pesquisa
ANO AUTORIA CONCEITOS-CHAVE CONSTRUTOS
1976 JUST, CARPENTER
Fixação visual em determinada área como
indicativo de maior interesse no destino.
Eye Tracking a comunicação
na Web
1983 LEVITT
Planejamento de ofertas perante queixas e
necessidades futuras dos compradores.
Métricas para monitoramen-
to de interesse do consumidor
online
1989 RAYNER, POLLATSEK
Análise dos movimentos oculares entre
fixações visuais em determinada área.
Eye Tracking a comunicação
na Web
1998 HAUKNES
Previsão de expectativas e identificação de
formas de diálogo mais envolventes;
Cliente como fonte de informações para
aperfeiçoamento de competências.
Inovação em comunicação
2003 JACOB, KARN
Fixação visual em determinada área como
indicativo de dificuldade de interpretação
da informação.
Eye Tracking a comunicação
na Web
2005
ANDRADE
Comunicação para determinados tipos de
público ou seções de um público.
Direcionamento da comuni-
cação
MANOVICH
Mescla de antigos e novos meios de comu-
nicação gerando dados digitais.
Métricas para monitoramen-
to de interesse do consumidor
online
2006 FILL, JAMIESON
Diálogo com público e identificação de
grupos de interesse.
Direcionamento da comuni-
cação
2007 LÉVY
Comunidades virtuais tornaram o espaço
comunicacional em canal de interatividade.
Direcionamento da comuni-
cação
2008 BOYD, ELLISON
Redes sociais como rica fonte de dados
comportamentais.
Métricas para monitoramen-
to de interesse do consumidor
online
2009 JENKINS
Repensar suposições sobre o que significa
consumir mídias, a moldar tanto decisões
de programação quanto de marketing.
Inovação em comunicação
2011
GARRET
Investigação de componentes comunicacio-
nais e sua decodificação pelo consumidor;
Apresentação de informações na forma
que as pessoas possam compreendê-las e
absorvê-las;
Realização de pesquisas e observação do
comportamento dos consumidores.
Eye Tracking a comunicação
na Web
GUTIÉRREZ
Monitoramento de público e realização de
diagnósticos.
Métricas para monitoramen-
to de interesse do consumidor
online
NOBRE
Diz-se que a mídia inspira quando comu-
nica alguma mensagem específica.
Direcionamento da comuni-
cação
POWELL, GROVES,
DIMOS
Compreensão de motivações dos consumi-
dores para melhor coordenar estratégias e
táticas de mídia.
Métricas para monitoramen-
to de interesse do consumidor
online
99RAIMED - Revista de Administração IMED, 6(1): 91-104, jan./abr. 2016 - ISSN 2237-7956
Eye tracking e métricas na web…
2012
BARRETO
Mensuração e registro de comportamentos
perante amostragem de estímulos, identifi-
cando padrões comportamentais;
Direcionamento de estratégias perante
resultados mensurados.
Eye Tracking a comunicação
na Web
BARROS
Empresa aprender a produzir conteúdos
comunicacionais que despertem interesse.
Inovação em comunicação
MARTÍNEZ et al.
Interação com o público a fim de que a
empresa perceba o que pensam dela, o que o
público necessita e o que precisa ser mudado;
Processos quanto a como se fazer presente
na Web e de que maneira isto pode pro-
porcionar competitividade à marca.
Inovação em comunicação
Direcionamento da comuni-
cação
PLASSMANN,
RAMSØY,
MILOSAVLJEVIC
Estudos das bases biológicas do comporta-
mento do consumidor proporcionam uma
gama de insights estratégicos.
Eye Tracking a comunicação
na Web
STERNE
Redes sociais como fantástica oportuni-
dade de chegar às pessoas e envolvê-las de
modos diferentes e novos;
Implementação de processo de teste e
mensuração de conteúdo comunicacional
e seus resultados.
Métricas para monitoramen-
to de interesse do consumidor
online
2013
NOBELL
Para a excelência em comunicação se deve
alcançar excelência na investigação, medi-
ção e avaliação.
Direcionamento da comuni-
cação
SALAS
Gestão estratégica da comunicação
auxiliando na investigação e definição de
cursos de ação;
Demonstração de valor agregado e gestão
de relacionamentos.
Direcionamento da comuni-
cação
2014
FREIRE
Consolidação de redes no cotidiano dos
indivíduos.
Inovação em comunicação
GALÃO,
CRESCITELLI
Definição de perfil de público e seleção de
mercado-alvo por meio de informações de
estilo de vida e comportamento.
Direcionamento da comuni-
cação
2015
CURY, AZAMBUJA,
FELÍCIO
Interação a propiciar entendimento de
quem são os receptores da comunicação e
direcionamento de mensagens.
Métricas para monitoramen-
to de interesse do consumidor
online
HAYDON
Análise de informações de público como
fonte para insights estratégicos.
Direcionamento da comuni-
cação
MASHABLE
Estudo da utilização do Eye Tracking na
Web, que registrou ordem e tempo de
fixação dos olhares dos participantes em
páginas da rede social Facebook.
Eye Tracking a comunicação
na Web
STASIAK
Novas mídias configuraram novas possibi-
lidades para visibilidade de mensagens.
Métricas para monitoramento
de interesse do consumidor
online
TUR-VIÑES,
MONSERRAT-GAUCHI
Foco na capacidade das marcas de dialogar
e estabelecer relações emocionais com os
consumidores.
Direcionamento da comuni-
cação
ZUGAIB
Percepção de algo comum no comporta-
mento das pessoas.
Direcionamento da comuni-
cação
2016 USABILITY.GOV
Exemplo da utilização do Eye Tracking
em sites da Web, do registro da direção e
concentração de olhares.
Eye Tracking a comunicação
na Web
Fonte: Elaborado pelos autores, a partir dos dados da pesquisa.
100RAIMED - Revista de Administração IMED, 6(1): 91-104, jan./abr. 2016 - ISSN 2237-7956
G. E. Silva, R. B. Zaccaria, T. D. T. Pitombo, T. A. Monteiro
Algumas semelhanças foram identificadas entre o uso das ferramentas selecionadas para este
estudo, Eye Tracking na Web e Métricas para monitoramento de interesse do consumidor online, quanto
ao direcionamento de comunicação, e são apontadas no Quadro 2.
Quadro 2 – Correlações entre as ferramentas abordadas, quanto ao direcionamento de comunicação
FERRAMENTAS
CORRELAÇÕES
GARRETT(2011)
GUTIÉRREZ(2011)
POWELL,GROVES,
DIMOS(2011)
BARRETO(2012)
MARTÍNEZetal.(2012)
PLASSMANN,RAMSØY,
MILOSAVLJEVIC(2012)
STERNE(2012)
HAYDON(2015)
1)EyeTrackingacomunicaçãonaWeb
2)Métricasparamonitoramentodeinteressedoconsumidoronline
a) Definição e especificação de público a partir de
interesses e comportamentos;
x x x x x x x x
b) Descoberta de padrões de comportamento e sele-
ção de grupos homogêneos;
x x x x x
c) Entendimento de processos relacionados às esco-
lhas dos consumidores;
x x x x x x x
d) Compreensão de motivações de compra desenca-
deadas por persuasão de mídia;
x x x x x x
e) Entendimento de peculiaridades, necessidades e
individualidades dos consumidores;
x x x x x x x x
f) Investigação de pontos de interesse, impacto e rele-
vância de conteúdo;
x x x x x x x x
g) Planejamento e estruturação de mensagem, alinha-
dos às informações de público;
x x x x x x x x
h) Investigação de dificuldades de codificação e deco-
dificação de mensagem;
x x x x x
i) Adequação para linguagem que propicie identifica-
ção e encoraje interação;
x x x x
j) Aprimoramento de diálogo e estabelecimento de
relações emocionais com os consumidores;
x x x x
k) Consumidores se sentem ouvidos e valorizados e
recebem um melhor produto e/ou serviço;
x x x
l) Investigação e definição de outros cursos de ação, a
partir de estudos de percepção do consumidor.
x x x x x x x x
Fonte: Elaborado pelos autores, a partir dos dados da pesquisa.
101RAIMED - Revista de Administração IMED, 6(1): 91-104, jan./abr. 2016 - ISSN 2237-7956
Eye tracking e métricas na web…
Como exemplificação da aplicabilidade dos dados provenientes do direcionamento de comunica-
ção, de insights deste diálogo, ou seja, dados de interação social entre marca e consumidor, identifica-
ram-se etapas e elementos que seguem expostos no Quadro 3.
Quadro 3 – Aplicabilidade de dados de interação social marca-consumidor
ETAPAS ELEMENTOS
GARRETT(2011)
GUTIÉRREZ(2011)
POWELL,GROVES,
DIMOS(2011)
BARRETO(2012)
MARTÍNEZetal.(2012)
PLASSMANN,RAMSØY,
MILOSAVLJEVIC(2012)
STERNE(2012)
HAYDON(2015)
1 METAS
Investimentos financeiros x x x
Esforço de trabalho x x x x x x x x
2
USABILIDADE
/ EXPERIÊNCIA
DE USUÁRIO
Objetivos estratégicos do conteúdo de
comunicação
x x x x x x x x
Relevância à informação, interação,
sensorialidade e interesses do consu-
midor
x x x x x x
3 BRANDING
Expertise da marca x x
Atributos e méritos do produto/serviço x x x
Gestão do relacionamento x x x
4
DECISÃO DE
COMPRA
Conversão do engajamento à venda x x x x
Persuasão de mídia x x x x x x
5 PARTICIPAÇÃO
Share-of-mind (lembrança de marca) x x x
Share-of-mention (menções à marca) x x x
6
FATORES DE
RISCO
Benchmark x x x
Gestão de crises e falhas de comuni-
cação
x x x x x x x
Nível de satisfação x x x x x x x x
7
GESTÃO DO
CONHECI-
MENTO
Histórico de dados x x x x x x x x
Casos de sucesso x x x x x x x x
Gestão de conteúdo x x x x x x x
Fonte: Elaborado pelos autores, a partir dos dados da pesquisa.
Perante a presente pesquisa, entendeu-se que
em meio à articulação de indivíduos em redes,
uma comunicação inovadora consiste em fazer di-
ferente do tradicional e corriqueiro, adequando-se
às mudanças culturais, monitorando tendências
de comportamento do consumidor e de mercado,
integrando os meios de comunicação e, sobretu-
do, desenvolvendo mensagens significantes.
Compreendeu-se também que a projeção de
ofertas que estimulem atenção e sejam soluções
às expectativas dos consumidores, definida pela
busca da compreensão do seu funcionamento ce-
rebral na tomada de decisão de compra, tende a
ser mais assertiva e eficaz.
Acentuou-se que nesta tomada de decisão, o
consumidor busca aquilo que adere aos seus in-
teresses e este comportamento sugere suas inten-
ções. Tais experimentos de comportamento dos
consumidores proporcionam percepção de opor-
tunidades de ofertas e otimização do conteúdo de
comunicação.
Por fim, observou-se que manifestações vir-
tuais viabilizaram interações entre empresas e
consumidores e esses dados de relacionamento se
convertem em conhecimento e diferenciais com-
petitivos.
102RAIMED - Revista de Administração IMED, 6(1): 91-104, jan./abr. 2016 - ISSN 2237-7956
G. E. Silva, R. B. Zaccaria, T. D. T. Pitombo, T. A. Monteiro
6 Considerações finais
Com o propósito de se evitar o desperdício
de dardos atirados, como recursos financeiros e
esforço de trabalho, há que se estudar o mercado
de atuação, entender suas peculiaridades e iden-
tificar potenciais consumidores. Para públicos
cada vez mais disputados e exigentes, o direcio-
namento de mensagem com formato e linguagem
específicos aos grupos de interesse gera maior in-
teração, identificação e atratividade.
A organização pode aprender a dialogar
com o consumidor e extrair deste diálogo me-
lhores formas de comunicar-se com ele. Torna-se
imperativa a adequação da linguagem da empre-
sa à linguagem do consumidor.
Em consonância a esta vertente, objetivando
discorrer sobre estratégias inovadoras de direcio-
namento de conteúdo comunicacional, pode-se
apontar através de revisão de literatura, seme-
lhanças entre o uso das ferramentas Eye Tracking
na Web e Métricas para monitoramento de inte-
resse do consumidor online, e a aplicabilidade dos
dados provenientes do direcionamento de comu-
nicação, de insights deste diálogo, ou seja, dados
de interação social entre marca e consumidor.
Tais ferramentas destacaram-se como relevantes
a estudos de percepção do consumidor e de di-
mensão comportamental.
Os itens identificados e contemplados nos
quadros 2 e 3, item Resultados, limitam-se à li-
teratura consultada neste estudo. Contudo,
contribuem na produção científica da área; na
exemplificação do uso de ferramentas para estra-
tégias de comunicação e marketing; e provocam
profissionais aos estudos da interação humano-
computador. Novos questionamentos e reflexões
poderão surgir a partir deste, de forma a gerar
conhecimentos importantes para explorar o di-
recionamento da comunicação aos interesses dos
consumidores.
Referências Bibliográficas
Andrade, C. T. de S. (2005). Para entender relações
públicas. 4. ed. São Paulo: Edições Loyola.
Barreto, A. M. (2012, dez.). Eye tracking como
método de investigação aplicado às ciências da
comunicação. Revista Comunicando. Portugal,
v. 1, n. 1.
Barros, A. C. P. (2012). Da Cultura da Mídia à
Cultura da Participação: A Reconfiguração da
Comunicação entre Empresas e Consumidores.
COMUNICON 2012, Escola Superior de Propa-
ganda e Marketing. São Paulo. Anais.
Boyd, D. M., & Ellison, N. B. (2008). Social Network
Sites: Definition, History and Scholarship. Jour-
nal of Computer-Mediated Communication. v.13,
p. 210-230.
Brasil. Presidência da República. (2014). Secretaria
de Comunicação Social. Pesquisa brasileira de
mídia 2015: hábitos de consumo de mídia pela
população brasileira. Secom.
Confederação Nacional das Indústrias (CNI). (2014).
Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Esta-
tística (IBOPE). Pesquisa CNI IBOPE: Retratos
da Sociedade Brasileira - Perfil do Consumidor
Brasileiro. CNI.
Cury, L., Azambuja, M. J. C., & Felício, M. C. (2015).
Comunicacão ou conexão? Revista Geminis
- Universidade Federal de São Carlos. n. 1, p
286-295.
Fill, C., & Jamieson, B. (2006). Marketing Communi-
cations. Edinburgh Business School.
Freire, I. M. (2014). MIDIATIZAÇÃO DA INFOR-
MAÇÃO: De olho na CI. In: BORGES, J. et al.
(Orgs.). Mundo digital: uma sociedade sem
fronteiras? João Pessoa: Ideia.
Galão, F. P., & Crescitelli, E. (2014). Como e com
quem você quer falar? Um estudo sobre os pú-
blicos envolvidos no processo da comunicação
de marketing de grandes anunciantes. RAD -
Revista Administração em Diálogo. v. 16, n. 2, p.
48-69, maio/ago.
Garrett, J. J. (2011). The Elements of User Experience:
User-Centered Design for the Web and Beyond.
2 ed. New Riders.
Gutiérrez, J. J. (2011). P. Herramientas para el análisis
y monitoreo en Redes Sociales. IRIE - Interna-
tional Review of Information Ethics. vol. 16, p.
33-40, Dec.
Hauknes, J. (1998). Services in innovation - Innova-
tion in services. Step report, n. 13. Oslo.
Haydon, J. (2015). Facebook Marketing For Dummies.
5. ed. New Jersey: John Wiley & Sons.
Jacob, R. J. K., & Karn, K. S. (2003). The mind’s eye,
Cognitive and Applied Aspects of Eye Movement
Research. Commentary on Section 4: Eye Track-
ing in Human-Computer Interaction and Usabil-
ity Research: Ready to Deliver the Promises.
Jenkins, H. (2009). Cultura da convergência: a colisão
entre os velhos e novos meios de Comunicação.
2. ed. São Paulo: Aleph.
103RAIMED - Revista de Administração IMED, 6(1): 91-104, jan./abr. 2016 - ISSN 2237-7956
Eye tracking e métricas na web…
Just, M. A., & Carpenter, P. A. (1976). The role of
eye-fixation research in cognitive psychology.
Behavior Research Methods & Instrumentation.
v. 8, n. 2, p. 139-143.
Levitt, T. (1983, Sep./Oct.). After the sale is over. Har-
vard Business Review. v. 61, n. 5, p. 87-93.
Lévy, P. (2007). Cibercultura: La cultura de la socie-
dad digital. México: Universidad Autónoma
Metropolitana.
Malhotra, N. K. (2012). Pesquisa de marketing:
uma orientação aplicada. 6. ed. Porto Alegre:
Bookman.
Manovich, L. (2005). El lenguaje de los nuevos medios de
comunicación. Barcelona: Paidós Comunicación.
Martínez, N. G. C., Bravo, P. D., Rodríguez, V. M. M.,
& Pineda, L. G. (2012, oct.). La comunicación
estratégica en la empresa intercultural dentro
del mundo digital. REID - Revista Electrónica de
Investigación y Docencia. p. 141-155.
Mashable. (2012). Facebook Timeline Changed the
Way We See Brand Pages. Disponível em: <http://
mashable.com/2012/04/30/facebook-timeline-
-eyetrack-study>. Acesso em: 21 ago. 2015.
Mattar, F. N. (2014). Pesquisa de marketing: metodo-
logia, planejamento, execução e análise. 7. ed.
Rio de Janeiro: Elsevier.
Nobell, A. A. (2013). Hacia un modelo integral de
medición y evaluación en Comunicación Estra-
tégica: supuestos teóricos, empíricos y meto-
dológicos. V Congreso Internacional Latina
de Comunicación Social - Universidad de La
Laguna. Anais.
Nobre, A. L. (2011). Práticas e Discursos Estratégicos
- da norma à transgressão, da rotina à inovação.
In: Palacios, A. J., & Serra, P. (Orgs.). Pragmá-
tica: Comunicação Publicitária e Marketing.
Portugal: Livros LabCom.
Plassmann, H., Ramsøy, T. Z., & Milosavljevic, M.
(2012). Branding the brain: A critical review and
outlook. Journal of Consumer Psychology. n. 22,
p. 18-36.
Powell, G., Groves, S., & Dimos, J. (2011). Retorno
sobre o investimento em mídias sociais: como de-
finir, medir e avaliar a eficácia das redes sociais.
Rio de Janeiro: Elsevier.
Rayner, K., & Pollatsek, A. (1989). The psychology of
reading. Routledge.
Salas, C. P. (2013, jul./dic.). Posicionamiento de la co-
municación estratégica como gestión gerencial.
Signo y Pensamiento. v. 32. p. 94-109.
Stasiak, D. (2015). As estratégias de visibilidade e
interação das organizações na sociedade midiati-
zada. In: Gonçalves, G., & Filho, F. F. L. (Orgs.).
Novos media e novos públicos. Portugal: Livros
LabCom.
Sterne, J. (2012). Métricas em mídias sociais: como
medir e otimizar os seus investimentos em
marketing. NOBEL.
Tur-Viñes, V., & Monserrat-Gauchi, J. (2014, dic./2015,
feb.). El plan estratégico de comunicación. Es-
tructura y funciones. Razón y Palabra. n. 88.
USABILITY.GOV. Eye Tracking - How it Works. Dis-
ponível em: <http://www.usability.gov/how-to-
-and-tools/methods/eye-tracking.html>. Acesso
em: 28 maio 2016.
Zugaib, E. (2015). A experiência de marca dirigida ao
consumidor final. Disponível em: <http://webin-
sider.com.br/2013/08/03/a-experiencia-de-mar-
ca-dirigida-ao-consumidor-final>. Acesso em:
03 ago. 2015.
104RAIMED - Revista de Administração IMED, 6(1): 91-104, jan./abr. 2016 - ISSN 2237-7956
G. E. Silva, R. B. Zaccaria, T. D. T. Pitombo, T. A. Monteiro
Eye Tracking and metrics on the web as tools for innovative
communication strategies
Abstract
The study proposed aimed to explore innovative strategies of communicational content targeting to
the use of tools Eye Tracking on the Web and metrics for monitoring online consumer interest, as-
pects that could be pointed to as similar between the use of these tools and the applicability of social
interaction data brand-consumer. For this, it has revised up the literature for subsidies for structuring
a framework to consider the identified similarities and another to illustrate its applicability. The ob-
jective of this study, it was decided to exploratory research and collect on secondary data sources. Pre-
liminary results highlighted that an innovative communication is different from the traditional and
unexceptional, adapting to cultural changes, monitoring trends in consumer behavior and their in-
terests, in search of understanding the process of buying decision and, above all, develop meaningful
messages. It also pointed out that interactions between companies and consumers become knowledge
and competitive advantages.
Keywords: Communication Strategies, Consumer Interest, Eye Tracking, Metrics, Web
Endereço para contato:
Gisele Elios da Silva
Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP)
Rodovia do Açúcar, s/n - Taquaral
CEP 13423-170 – Piracicaba, SP, Brasil.
Recebido em 14/02/2016
Aprovado em 30/05/2016
Sistema de Avaliação: Double Blind Review
Editor-chefe: Claudionor Guedes Laimer

Contenu connexe

Tendances

E-Book Tecnologias para Comunicação e Relacionamento E-Consulting Corp. 2010
 E-Book Tecnologias para Comunicação e Relacionamento E-Consulting Corp. 2010 E-Book Tecnologias para Comunicação e Relacionamento E-Consulting Corp. 2010
E-Book Tecnologias para Comunicação e Relacionamento E-Consulting Corp. 2010
E-Consulting Corp.
 
Novo consumidor, velha publicidade
Novo consumidor, velha publicidadeNovo consumidor, velha publicidade
Novo consumidor, velha publicidade
Kátia Keller
 

Tendances (20)

ARTIGO: Marketing Político Digital: Estudo Sobre Estratégias de Comunicação e...
ARTIGO: Marketing Político Digital: Estudo Sobre Estratégias de Comunicação e...ARTIGO: Marketing Político Digital: Estudo Sobre Estratégias de Comunicação e...
ARTIGO: Marketing Político Digital: Estudo Sobre Estratégias de Comunicação e...
 
Carolina barreto
Carolina barretoCarolina barreto
Carolina barreto
 
Comunicação e Marketing Digitais: conceitos, práticas, métricas e inovações
Comunicação e Marketing Digitais: conceitos, práticas, métricas e inovaçõesComunicação e Marketing Digitais: conceitos, práticas, métricas e inovações
Comunicação e Marketing Digitais: conceitos, práticas, métricas e inovações
 
Zecanarede artigo-2011
Zecanarede artigo-2011Zecanarede artigo-2011
Zecanarede artigo-2011
 
Assessoria de imprensa nas redes sociais
Assessoria de imprensa nas redes sociaisAssessoria de imprensa nas redes sociais
Assessoria de imprensa nas redes sociais
 
As Organizações e o Comportamento do Novo Consumidor
As Organizações e o Comportamento do Novo ConsumidorAs Organizações e o Comportamento do Novo Consumidor
As Organizações e o Comportamento do Novo Consumidor
 
Marketing Digital: Um estudo exploratório sobre a utilização das mídias digit...
Marketing Digital: Um estudo exploratório sobre a utilização das mídias digit...Marketing Digital: Um estudo exploratório sobre a utilização das mídias digit...
Marketing Digital: Um estudo exploratório sobre a utilização das mídias digit...
 
TCC: Marketing Político Digital: Estudo Sobre Estratégias de Comunicação e In...
TCC: Marketing Político Digital: Estudo Sobre Estratégias de Comunicação e In...TCC: Marketing Político Digital: Estudo Sobre Estratégias de Comunicação e In...
TCC: Marketing Político Digital: Estudo Sobre Estratégias de Comunicação e In...
 
Artigo_ Jorge Santana Junior - Análise da utilização das redes sociais relaci...
Artigo_ Jorge Santana Junior - Análise da utilização das redes sociais relaci...Artigo_ Jorge Santana Junior - Análise da utilização das redes sociais relaci...
Artigo_ Jorge Santana Junior - Análise da utilização das redes sociais relaci...
 
Artigo Gabriel Rymsza - O twitter na relação cliente-empresa. 2010
Artigo Gabriel Rymsza - O twitter na relação cliente-empresa. 2010Artigo Gabriel Rymsza - O twitter na relação cliente-empresa. 2010
Artigo Gabriel Rymsza - O twitter na relação cliente-empresa. 2010
 
Convergência midiática
Convergência midiáticaConvergência midiática
Convergência midiática
 
Apostila 03 / Fundamentos: Branding e Marketing Digital
Apostila 03 / Fundamentos: Branding e Marketing DigitalApostila 03 / Fundamentos: Branding e Marketing Digital
Apostila 03 / Fundamentos: Branding e Marketing Digital
 
Apostila 04 / Planejamento: Construção Estratégica
Apostila 04 / Planejamento: Construção EstratégicaApostila 04 / Planejamento: Construção Estratégica
Apostila 04 / Planejamento: Construção Estratégica
 
Comunicação Pública e Qualidade no Gasto Público – Uma abordagem da cobertura...
Comunicação Pública e Qualidade no Gasto Público – Uma abordagem da cobertura...Comunicação Pública e Qualidade no Gasto Público – Uma abordagem da cobertura...
Comunicação Pública e Qualidade no Gasto Público – Uma abordagem da cobertura...
 
Redes sociais como ferramenta de marketing para identificar e monitorar o cli...
Redes sociais como ferramenta de marketing para identificar e monitorar o cli...Redes sociais como ferramenta de marketing para identificar e monitorar o cli...
Redes sociais como ferramenta de marketing para identificar e monitorar o cli...
 
Diálogo e humanização no Twitter do Camila’s Restaurant para o fortalecimento...
Diálogo e humanização no Twitter do Camila’s Restaurant para o fortalecimento...Diálogo e humanização no Twitter do Camila’s Restaurant para o fortalecimento...
Diálogo e humanização no Twitter do Camila’s Restaurant para o fortalecimento...
 
Apostila 05 / Curadoria Digital: Branding Content
Apostila 05 / Curadoria Digital: Branding ContentApostila 05 / Curadoria Digital: Branding Content
Apostila 05 / Curadoria Digital: Branding Content
 
E-Book Tecnologias para Comunicação e Relacionamento E-Consulting Corp. 2010
 E-Book Tecnologias para Comunicação e Relacionamento E-Consulting Corp. 2010 E-Book Tecnologias para Comunicação e Relacionamento E-Consulting Corp. 2010
E-Book Tecnologias para Comunicação e Relacionamento E-Consulting Corp. 2010
 
A COMUNICAÇÃO INTERNA COMO FERRAMENTA DE GESTÃO ENTRE UNIDADES: O Caso Locarx
A COMUNICAÇÃO INTERNA COMO FERRAMENTA DE GESTÃO ENTRE UNIDADES: O Caso LocarxA COMUNICAÇÃO INTERNA COMO FERRAMENTA DE GESTÃO ENTRE UNIDADES: O Caso Locarx
A COMUNICAÇÃO INTERNA COMO FERRAMENTA DE GESTÃO ENTRE UNIDADES: O Caso Locarx
 
Novo consumidor, velha publicidade
Novo consumidor, velha publicidadeNovo consumidor, velha publicidade
Novo consumidor, velha publicidade
 

Similaire à Eye tracking e métricas na Web como ferramentas para estratégias inovadoras de comunicação (RAIMED - Revista de Administração IMED, v. 6, p. 91-104, jan./abr. 2016)

Revista pmkt 003_01
Revista pmkt 003_01Revista pmkt 003_01
Revista pmkt 003_01
Ana Silva
 

Similaire à Eye tracking e métricas na Web como ferramentas para estratégias inovadoras de comunicação (RAIMED - Revista de Administração IMED, v. 6, p. 91-104, jan./abr. 2016) (20)

Ações promocionais como influenciadoras do relacionamento entre consumidores ...
Ações promocionais como influenciadoras do relacionamento entre consumidores ...Ações promocionais como influenciadoras do relacionamento entre consumidores ...
Ações promocionais como influenciadoras do relacionamento entre consumidores ...
 
FACEBOOK COMO FERRAMENTA DE MARKETING DE RELACIONAMENTO
 FACEBOOK COMO FERRAMENTA DE MARKETING DE  RELACIONAMENTO FACEBOOK COMO FERRAMENTA DE MARKETING DE  RELACIONAMENTO
FACEBOOK COMO FERRAMENTA DE MARKETING DE RELACIONAMENTO
 
A utilização de redes sociais como ferramentas no processo de recrutamento ex...
A utilização de redes sociais como ferramentas no processo de recrutamento ex...A utilização de redes sociais como ferramentas no processo de recrutamento ex...
A utilização de redes sociais como ferramentas no processo de recrutamento ex...
 
Redes sociais como aspecto mercadológico para as empresas (@midia)
Redes sociais como aspecto mercadológico para as empresas (@midia)Redes sociais como aspecto mercadológico para as empresas (@midia)
Redes sociais como aspecto mercadológico para as empresas (@midia)
 
Redes sociais como aspecto mercadológico para as empresas @midia
Redes sociais como aspecto mercadológico para as empresas @midiaRedes sociais como aspecto mercadológico para as empresas @midia
Redes sociais como aspecto mercadológico para as empresas @midia
 
Redes sociais como aspecto mercadológico para as empresas @midia
Redes sociais como aspecto mercadológico para as empresas @midiaRedes sociais como aspecto mercadológico para as empresas @midia
Redes sociais como aspecto mercadológico para as empresas @midia
 
O Consumidor da Era Digital: O crescimento do poder do Consumidor com as Mídi...
O Consumidor da Era Digital: O crescimento do poder do Consumidor com as Mídi...O Consumidor da Era Digital: O crescimento do poder do Consumidor com as Mídi...
O Consumidor da Era Digital: O crescimento do poder do Consumidor com as Mídi...
 
Revista pmkt 003_01
Revista pmkt 003_01Revista pmkt 003_01
Revista pmkt 003_01
 
Agencia Hub
Agencia HubAgencia Hub
Agencia Hub
 
Evolução da Segmentação no Digital
Evolução da Segmentação no DigitalEvolução da Segmentação no Digital
Evolução da Segmentação no Digital
 
Comunicação digital: Do Fascínio das Novas Tecnologias a Combinação Específic...
Comunicação digital: Do Fascínio das Novas Tecnologias a Combinação Específic...Comunicação digital: Do Fascínio das Novas Tecnologias a Combinação Específic...
Comunicação digital: Do Fascínio das Novas Tecnologias a Combinação Específic...
 
Estudo de Caso: A Utilização das Redes Sociais Digitais em uma Instituição de...
Estudo de Caso: A Utilização das Redes Sociais Digitais em uma Instituição de...Estudo de Caso: A Utilização das Redes Sociais Digitais em uma Instituição de...
Estudo de Caso: A Utilização das Redes Sociais Digitais em uma Instituição de...
 
Mkt digital tendencias_2013_laura_gris
Mkt digital tendencias_2013_laura_grisMkt digital tendencias_2013_laura_gris
Mkt digital tendencias_2013_laura_gris
 
Sites de redes sociais no contexto de marketing rodrigo santos - artigo
Sites de redes sociais no contexto de marketing   rodrigo santos - artigoSites de redes sociais no contexto de marketing   rodrigo santos - artigo
Sites de redes sociais no contexto de marketing rodrigo santos - artigo
 
Comunicação Empresarial: uma ferramenta estratégica
Comunicação Empresarial: uma ferramenta estratégicaComunicação Empresarial: uma ferramenta estratégica
Comunicação Empresarial: uma ferramenta estratégica
 
Entretenimento e Interatividade: aspectos colaborativos das plataformas digitais
Entretenimento e Interatividade: aspectos colaborativos das plataformas digitaisEntretenimento e Interatividade: aspectos colaborativos das plataformas digitais
Entretenimento e Interatividade: aspectos colaborativos das plataformas digitais
 
Mídia Conecta Apresentação
Mídia Conecta ApresentaçãoMídia Conecta Apresentação
Mídia Conecta Apresentação
 
Marketing na era digital
Marketing na era digitalMarketing na era digital
Marketing na era digital
 
3 marketing nas redes sociais
3   marketing nas redes sociais3   marketing nas redes sociais
3 marketing nas redes sociais
 
Plano de comunicação
Plano de comunicaçãoPlano de comunicação
Plano de comunicação
 

Eye tracking e métricas na Web como ferramentas para estratégias inovadoras de comunicação (RAIMED - Revista de Administração IMED, v. 6, p. 91-104, jan./abr. 2016)

  • 1. 91 DOI: 10.18256/2237-7956/raimed.v6n1p91-104 RAIMED - Revista de Administração IMED, 6(1): 91-104, jan./abr. 2016 - ISSN 2237-7956 Eye tracking e métricas na web como ferramentas para estratégias inovadoras de comunicação Gisele Elios da Silva Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP), Piracicaba, SP, Brasil. E-mail: <gelios@unimep.br>. Rosana Borges Zaccaria Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP), Piracicaba, SP, Brasil. E-mail: <rbzaccar@unimep.br>. Teresa Dias de Toledo Pitombo Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP), Piracicaba, SP, Brasil. E-mail: <tecpitom@unimep.br>. Thel Augusto Monteiro Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP), Piracicaba, SP, Brasil. E-mail: <thel.augusto@me.com>. Resumo O estudo proposto visou explorar estratégias inovadoras de direcionamento de conteúdo comunica- cional perante o uso das ferramentas Eye Tracking na Web e Métricas para monitoramento de inte- resse do consumidor online, aspectos que poderiam ser apontados como semelhantes entre o uso das referidas ferramentas e a aplicabilidade dos dados de interação social marca-consumidor. Para tanto, revisou-se a literatura em busca de subsídios para a estruturação de um quadro a contemplar as seme- lhanças identificadas e outro a exemplificar sua aplicabilidade. Quanto ao objetivo deste estudo, op- tou-se pela pesquisa exploratória e coleta de dados em fontes secundárias. Os resultados preliminares destacaram que uma comunicação inovadora consiste em fazer diferente do tradicional e corriqueiro, adequando-se às mudanças culturais, monitorando tendências de comportamento do consumidor e seus interesses, em busca de compreender o processo de decisão de compra e, sobretudo, desenvolver mensagens significantes. Destacou-se também que interações entre empresas e consumidores se con- vertem em conhecimento e diferenciais competitivos. Palavras-chave: Estratégias de Comunicação, Interesse do Consumidor, Eye Tracking, Métricas, Web 1 Introdução Os meios de comunicação se transforma- ram, em um processo de inovação constante, para atender ao pluralismo de públicos, consolidando- se a comunicação como potencializadora de re- lações coletivas. Novas formas de comunicação, mais dinâmicas, auxiliam a marca a sobressair-se diante da avalanche de ofertas, especialmente no meio digital, no intento de atender o novo con- sumidor que busca alguma experiência que faça diferença em sua decisão de compra. Entretanto, as diretrizes para produção de conteúdo comunicacional precisam estar alinha-
  • 2. 92RAIMED - Revista de Administração IMED, 6(1): 91-104, jan./abr. 2016 - ISSN 2237-7956 G. E. Silva, R. B. Zaccaria, T. D. T. Pitombo, T. A. Monteiro das às informações de público de forma a propi- ciar maior interação, identificação e atratividade e, consequentemente, elevar a probabilidade de eficácia da mensagem. Dados estatísticos são animadores peran- te a consolidação e penetração na sociedade dos novos meios de comunicação, as novas mídias. Segundo a “Pesquisa brasileira de mídia 2015: hábitos de consumo de mídia pela população brasileira” (SECOM, 2014), a Internet é apontada por 42% dos entrevistados como o meio de co- municação mais utilizado, sendo que 76% destas pessoas afirmam acessar a Internet todos os dias. Quanto à satisfação dos brasileiros com as compras por meio da Internet, o estudo “Retratos da Sociedade Brasileira – Perfil do Consumidor Brasileiro” (CNI IBOPE, 2014) aponta que 20% dos entrevistados se dizem muito satisfeitos, 72% afirmam estar satisfeitos, 7% afirmam estar insa- tisfeitos ou muito insatisfeitos e 1% não sabe ou não respondeu. Visto o grande potencial e valor das oportu- nidades de negócios envoltas nos novos meios de comunicação, bem como o potencial de estudos dos hábitos, escolhas e interesses dos consumidores como fonte de insights estratégicos, interagir com o público e monitorar seu comportamento na Web permitem um aprendizado contínuo, de forma que se possa otimizar a comunicação das ofertas e bus- car entregar ao consumidor o que ele procura. O estudo proposto visa explorar estraté- gias inovadoras de direcionamento de conteúdo comunicacional. Objetiva-se revisar a literatura quanto ao uso das ferramentas Eye Tracking na Web e Métricas para monitoramento de interesse do consumidor online, perante o direcionamento de comunicação ao que o consumidor se interessa. Pretende-se responder ao questionamento de quais aspectos podem ser apontados como semelhantes para estratégias inovadoras de di- recionamento comunicacional entre o uso das referidas ferramentas. Logo, estruturar um qua- dro que contemplará algumas das semelhanças a serem identificadas e outro a exemplificar sua aplicabilidade. A resposta a esta questão propiciará aos profissionais da área conhecimentos relevantes quanto a ferramentas para estudos de percepção do consumidor, especialmente na Web, a fim de que a organização possa aprender a dialogar com o consumidor e extrair insights deste diálogo. 2 Revisão de literatura 2.1 Inovação em comunicação A nova forma de organização da sociedade, em redes, vem transformando a informação em interação. Comunidades compartilham suas ex- pectativas e decisões numa cultura de socializa- ção e promoção do diálogo. Nesta era da informa- ção, como destacado por Freire (2014, p. 128), “a rede está cada vez mais consolidada no cotidiano dos indivíduos, há uma relação muito forte com as tecnologias digitais e com o mundo virtual”. Os meios de comunicação se transforma- ram, em um processo de inovação constan- te, para atender ao pluralismo de públicos. Tal transformação levou às pessoas a descobrirem dois novos enfoques para a mídia: produção e compartilhamento, observa Barros (2012), e ago- ra conteúdos podem ser produzidos por qualquer um, mesclando a comunicação pública e privada e a produção por profissionais e amadores. Consolida-se a comunicação como poten- cializadora de relações coletivas. Jenkins (2009) entende que se trata de uma transformação cul- tural, à medida que consumidores são incen- tivados a fazer conexões em meio a conteúdos midiáticos dispersos. Este autor ainda sugere que as empresas repensem antigas suposições sobre o que significa consumir mídias, suposições que moldam tanto decisões de programação quanto de marketing. Uma discussão se abre sobre o que é valor para este novo consumidor, em como prever suas expectativas e identificar formas de diálogo mais envolventes e, portanto, melhores sucedidas. O cliente como fonte de informações para aperfei- çoamento de competências, assim propõe Hauk- nes (1998). Diante desta reconfiguração da comunica- ção, Barros (2012) enfatiza que cada pessoa passa a ter uma maior amplitude de atuação na cultura digital, e o consumo e a comunicação certamen- te também se modificam. Neste processo de in- teração com os consumidores, a referida autora salienta que a organização pode aprender a pro- duzir conteúdos que despertem maior interesse, de modo que sejam compartilhados entre a rede de relacionamento das pessoas a ponto de ganhar grande notoriedade e repercussão. Martínez et al. (2012) complementam acen- tuando que o mundo digital trouxe uma mu-
  • 3. 93RAIMED - Revista de Administração IMED, 6(1): 91-104, jan./abr. 2016 - ISSN 2237-7956 Eye tracking e métricas na web… dança na forma de fazer as coisas e o mundo dos negócios não foi excluído desta nova dinâmica. Modos de produção, relações com o público, ge- renciamento de imagem, publicidade e marke- ting são apenas alguns exemplos de dinâmicas transformadas. 2.2 Direcionamento da comunicação Quando dizemos que uma mídia nos inspi- ra, pensamos que ela nos comunica algo, que está nos enviando alguma mensagem específica, suge- re Nobre (2011). Esta especificidade, o direciona- mento da comunicação, conforme abordado por Andrade (2005, p. 127), se apresenta como “trans- mitir ou conduzir a comunicação para determi- nados tipos de público ou seções de um público”. Nesta vertente, convém a produção de men- sagens com formato e linguagem direcionados a grupos de interesse, de forma a propiciar maior interação, identificação e atratividade a estes gru- pos. Se antes o foco era o produto e seus bene- fícios, abordam Tur-Viñes e Monserrat-Gauchi (2015), agora o foco é o consumidor e a capacida- de das marcas de dialogar e estabelecer relações emocionais com os consumidores. Martínez et al. (2012) salientam que a inte- ração da empresa com o público fornece informa- ções para benefício de ambos: a empresa percebe o que pensam dela, o que seu público necessita e o que precisa mudar, e em contrapartida, o público se sente ouvido e valorizado e recebe um melhor produto e/ou serviço. Fill e Jamieson (2006) conceituam sobre a comunicação e seus objetivos apontando que a organização deve encorajar o engajamento do público com a mensagem transmitida, a fim de dialogar com este público, procurar compreendê- -lo e identificar os grupos de interesse. As diretrizes de produção de conteúdo ali- nhadas às informações de público é elemento es- sencial para a eficácia da mensagem. Nesta visão, Galão e Crescitelli (2014, p. 53) observam que “a definição do público envolve informações acer- ca do seu perfil, estilo de vida, comportamento, dentre outras questões, e é resultado dos proces- sos de seleção de mercado-alvo”. Haydon (2015) corrobora salientando que se pode obter insights estratégicos por meio da análise cuidadosa de tais informações. Nobell (2013) sugere que para alcançar ní- veis de excelência em comunicação se deve alcan- çar excelência na investigação, medição e avalia- ção, sendo parte relevante do processo a gestão do conteúdo comunicacional. Salas (2013) com- plementa ao sugerir que a gestão estratégica da comunicação auxilia na investigação e definição de cursos de ação. Outras características estraté- gicas consistem em demonstrar o valor agregado na comunicação e gerir relacionamentos. Lévy (2007) propõe que através do desen- volvimento de comunidades virtuais – comuni- dades em ambiente Web – houve relevante muta- ção cultural que tornou o espaço comunicacional em canal de interatividade a tecer um universo de contatos: a interconexão no ciberespaço. Co- munidades estas construídas sob afinidades de interesses, em um processo de compartilhamen- to, troca e integração digital. E fortalecer-se atra- vés deste mundo virtual, apontam Martínez et al. (2012), exige mudanças no processo de comu- nicação da organização, quanto a como se fazer presente na Web e de que maneira este processo pode proporcionar competitividade à marca. Seja no mundo real ou virtual, Zugaib (2015) refere-se à pirâmide de Maslow e aponta que o direcionamento da comunicação é uma questão simples: conseguimos extrair algo comum no comportamento das pessoas, como por exemplo, a necessidade de segurança suprida pelo acolhi- mento físico e emocional, e a necessidade social suprida pelo reconhecimento de identidade e res- peito à individualidade. 2.3 Eye Tracking a comunicação na Web Diversos estudos de neurociência têm sido realizados para entender os aspectos relacionados àsescolhasdosconsumidores.Plassmann,Ramsøy e Milosavljevic (2012) apontam que a neurociência é o estudo do sistema nervoso que procura enten- der as bases biológicas do comportamento, pro- porcionando por exemplo, uma gama de insights quanto ao comportamento do consumidor. Destaca-se, dentre tais estudos de neuro- ciência, a utilização do Eye Tracking que, em determinado conteúdo da Web, torna possível analisar os pontos de interesse e a hierarquia e frequência de atenção. O Eye Tracking trata-se, como afirma Barre- to (2012, p. 168), do “conjunto de tecnologias que permite medir e registrar os movimentos ocula- res de um indivíduo perante a amostragem de um
  • 4. 94RAIMED - Revista de Administração IMED, 6(1): 91-104, jan./abr. 2016 - ISSN 2237-7956 G. E. Silva, R. B. Zaccaria, T. D. T. Pitombo, T. A. Monteiro estímulo”. Tal ferramenta, conforme apontado pela autora, determina em que áreas e por quanto tempo o indivíduo fixou sua atenção, por meio de medições (métricas) de volume de fixações e de eventuais padrões de comportamento visual. Quanto ao campo das ciências da comuni- cação, Barreto destaca que o Eye Tracking tem possibilitado às organizações não só compreender o comportamento visual do indivíduo, mas tam- bém direcionar suas estratégias de acordo com os resultados obtidos. A figura 1 e as definições a se- guir destacam alguns aspectos da análise de mo- vimentos oculares na utilização do Eye Tracking. Figura 1 – Movimentos oculares e relatório visual na utilização do Eye Tracking por meio de medições (métricas) de volume de fixações e de eventuais padrões de comportamento visual. Quanto ao campo das ciências da comunicação, Barreto destaca que o Eye Tracking tem possibilitado às organizações não só compreender o comportamento visual do indivíduo, mas também direcionar suas estratégias de acordo com os resultados obtidos. A figura 1 e as definições a seguir destacam alguns aspectos da análise de movimentos oculares na utilização do Eye Tracking. Figura 1 – Movimentos oculares e relatório visual na utilização do Eye Tracking Fonte: Elaborado pelos autores, a partir de Barreto (2012). Fixações: Numa tarefa de codificação (por exemplo, navegando em uma página Web), a maior duração de fixação em determinada área pode ser indicativa de maior MEDIDAS BÁSICAS DOS MOVIMENTOS OCULARES FIXAÇÕES Olhares fixos em uma região. SACADAS Movimentos oculares entre fixações. EXEMPLOS DE FORMAS DE RELATÓRIO VISUAL TRAÇADO DE OLHARES (GAZE PLOT) Percurso visual e tempo de fixação. MAPAS DE CALOR (HEATMAPS) Áreas com maior frequência de fixações. Fonte: Elaborado pelos autores, a partir de Barreto (2012). Fixações: Numa tarefa de codificação (por exemplo, navegando em uma página Web), a maior duração de fixação em determinada área pode ser indicativa de maior interesse no destino ou pode ser um sinal de que determinada infor- mação é de difícil interpretação. (Just & Carpen- ter, 1976; Jacob & Karn, 2003; Barreto, 2012). Sacadas: Consistem no movimento ocular que ocorre entre fixações. A regressão (ou sacada regressiva), isto é, a sacada que volta atrás em di- reção ao texto, por exemplo, que já foi visualiza- do, pode agir como medição de dificuldades du- rante a decodificação. (Rayner & Pollatsek, 1989; Barreto, 2012). Traçado de Olhares (Gaze Plot): Análise do comportamento visual dos participantes, de for- ma individual, indicando os movimentos sacádi- cos e sua sequência (percurso visual), a respectiva ordem e duração (tempo de fixação). Mapas de Calor (Heatmaps): Nestas repre- sentações, as áreas “quentes” ou de maior inten- sidade sinalizam os locais onde os usuários fixa- ram a sua atenção com maior frequência, ou seja, as áreas com elementos mais atrativos e onde se gerou maior volume de fixações visuais. A discussão sobre a investigação dos compo- nentes comunicacionais e sua decodificação pelo consumidor, também é abordada por Garret (2011) propondo alguns questionamentos, dentre eles: a) Qual é o primeiro elemento visualizado e o que mais chama a atenção? b) Os consumidores são atraídos conforme os objetivos estratégicos inicialmente planejados ou há outros aspectos causando distração? Garret aborda também sobre o principal objetivo do conteúdo da Web: comunicar eficaz- mente. Infere que não é suficiente apenas exibir informações, mas apresentá-las de forma que as pessoas possam compreendê-las e absorvê-las. O referido autor ainda salienta que as necessidades do consumidor são diversificadas e para aten- dê-las é preciso entender quem são estes consu- midores, realizando pesquisas e observando seu comportamento. Em estudo realizado pela empresa “Masha ble” no ano de 2012, da utilização do Eye Tracking na Web, na rede social Facebook, foram registrados movimentos oculares de 30 participantes. Em pá- ginas desta rede social registraram-se a ordem e o tempo de fixação dos olhares dos participantes. Re- latórios visuais do estudo são expostos na Figura 2.
  • 5. 95RAIMED - Revista de Administração IMED, 6(1): 91-104, jan./abr. 2016 - ISSN 2237-7956 Eye tracking e métricas na web… Figura 2 – Utilização do Eye Tracking na Web, na rede social Facebook TRAÇADO DE OLHARES (GAZE PLOT) MAPAS DE CALOR (HEATMAPS) Fonte: Elaborado pelos autores, a partir de Mashable (2012). centração do olhar do participante em páginas da Web, como por exemplo, sob as formas de traça- do de olhares e mapas de calor. Figura3 –Utilizaçãodo Eye Tracking em site da Web TRAÇADODEOLHARES(GAZEPLOT) A utilização da ferramenta Eye Tracking na Web também é abordada por “Usability.gov” (2016), expondo que software e dispositivo de rastreamento ocular registram a direção e con-
  • 6. 96RAIMED - Revista de Administração IMED, 6(1): 91-104, jan./abr. 2016 - ISSN 2237-7956 G. E. Silva, R. B. Zaccaria, T. D. T. Pitombo, T. A. Monteiro MAPASDECALOR(HEATMAPS) Fonte: Elaborado pelos autores, a partir de Usability.gov (2016). procura. Gutiérrez (2011) salienta este potencial, de que não há dúvida da necessidade de monito- ramento para entender o que se passa nas redes sociais e realizar diagnósticos. Powell, Groves e Dimos (2011) sugerem que pela compreensão de motivações dos consumi- dores, os profissionais de marketing conseguem coordenar melhor suas estratégias e táticas de mí- dia, para transmitir e acelerar conversas positivas e persuasivas sobre a marca. Sterne (2012) corrobora nestas proposições e elenca diversas métricas (medições) para otimi- zação da comunicação e análise das escolhas de canais e mensagens. Defende que as redes sociais oferecem a todos uma fantástica oportunidade de chegar às pessoas e envolvê-las de modos diferen- tes e novos, e que estas mídias são parte signifi- cativa do mix de marketing. Dentre as métricas propostas por Sterne, sobressaem-se o alcance e o engajamento, que são tratados a seguir. O alcance é a porcentagem de pessoas atin- gidas com a mensagem, é o primeiro item a me- dir, o impacto daquilo que se publicou. Esta mé- trica fornece uma medição de público agregando a base de usuários cadastrados no feed da página na rede social e usuários externos provindos de mecanismos de busca. Contudo, este número não tem valor por si próprio e precisa ser comparado com o padrão da empresa e da concorrência para determinar algum grau de eficiência. O engajamento contempla o nível de inte- resse e interação com a mensagem, a quantidade 3.4 Métricas para monitoramento de interesse do consumidor online As novas mídias desencadearam uma sea- ra de possibilidades para captação de insumos à formulação de estratégias para percepção e apro- ximação ao consumidor. Tradicionalmente, con- ceitua Manovich (2005), a mídia instrui, inspira, seduz e convence o consumidor a adotar novas ideologias, o que se mantém às novas mídias, en- tretanto mesclam-se antigos e novos meios de co- municação gerando dados digitais. Através das novas mídias configuram-se novas possibilidades para visibilidade de men- sagens, acentua Stasiak (2015), com a organiza- ção se inserindo na rotina do público na busca de permanecer em sua mente e estar presente na construção simbólica de sua realidade. Na Web e, mais precisamente nas redes so- ciais, o consumidor expõe seus hábitos e interes- ses de maneira espontânea. Boyd e Ellison (2008) enfatizam que as redes sociais são ricas fontes de dados comportamentais. Enquanto que da neces- sidade de estreitar relacionamentos com os con- sumidores, Levitt (1983) salienta a importância de planejar as ofertas tendo em mente as queixas e necessidades futuras dos compradores. Visto o grande potencial e valor das opor- tunidades de negócios envoltas nos hábitos e de- sejos dos consumidores, monitorar os dados nas redes sociais permite um aprendizado contínuo, de forma que se possa entregar ao cliente o que ele
  • 7. 97RAIMED - Revista de Administração IMED, 6(1): 91-104, jan./abr. 2016 - ISSN 2237-7956 Eye tracking e métricas na web… de pessoas que consideraram relevante o conteú- do publicado. O trabalho é rastrear como se está obtendo este tipo de atenção e implementar um processo para testar e medir quais conteúdos ge- ram os melhores resultados. Figura 4 – Cadeia alimentar do engajamento O engajamento contempla o nível de interesse e interação com a mensagem, a quantidade de pessoas que consideraram relevante o conteúdo publicado. O trabalho é rastrear como se está obtendo este tipo de atenção e implementar um processo para testar e medir quais conteúdos geram os melhores resultados. Figura 4 – Cadeia alimentar do engajamento Fonte: Adaptado de Sterne (2012, p. 126-142). No âmago de toda a questão, em tempos de mídias digitais, Cury, Azambuja e Felício (2015) inferem que prevalece a ideia de que não temos comunicação, mas o que temos é conexão. O que se busca essencialmente é a interatividade, supondo- se que é sabido a quem se dirige a mensagem e quem são os receptores. 4 METODOLOGIA Considerando o objetivo deste estudo, de explorar estratégias inovadoras de direcionamento de conteúdo comunicacional, optou-se pela pesquisa exploratória visando prover o pesquisador de maior conhecimento sobre o tema em perspectiva, como conceitua Mattar (2014), auxiliar no estabelecimento de prioridades e possibilidades de futuras pesquisas; clarificar conceitos; e verificar se pesquisas semelhantes já foram realizadas, quais métodos utilizados e resultados obtidos. Recomendado: nível de satisfação, como a marca é discutida e defendida. Comprado Interagido: interatividade após o clique, nível de persuasão da oferta. Clicado: acesso ao site, blog, fanpage, telefone, loja física, etc. Comentado: nível de sensibilização do conteúdo, possibilita a identificação dos admiradores e detratores da marca. Repetido: conteúdo citado por outros, com as mesmas palavras. Visto, Gravado, Classificado: salvar (favoritos), pontuação (estrelas), palavras-chave vinculadas ao conteúdo. Fonte: Adaptado de Sterne (2012, p. 126-142). No âmago de toda a questão, em tempos de mídias digitais, Cury, Azambuja e Felício (2015) inferem que prevalece a ideia de que não temos comunicação, mas o que temos é conexão. O que se busca essencialmente é a interatividade, su- pondo-se que é sabido a quem se dirige a mensa- gem e quem são os receptores. 4 Metodologia Considerando o objetivo deste estudo, de explorar estratégias inovadoras de direciona- mento de conteúdo comunicacional, optou-se pela pesquisa exploratória visando prover o pes- quisador de maior conhecimento sobre o tema em perspectiva, como conceitua Mattar (2014), auxiliar no estabelecimento de prioridades e possibilidades de futuras pesquisas; clarificar conceitos; e verificar se pesquisas semelhantes já foram realizadas, quais métodos utilizados e resultados obtidos. Com a finalidade de se buscar informações e maior compreensão do problema, Malhotra (2012) indica que a pesquisa exploratória auxilia a definir um problema com mais precisão; a iden- tificar cursos alternativos de ação; a obter infor- mações para desenvolver uma abordagem ao pro- blema; e a estabelecer prioridades para pesquisas posteriores. Quanto ao método de coleta de dados, pes- quisaram-se as seguintes fontes secundárias: a) levantamento de estatísticas; b) levantamento bibliográfico em livros e periódicos; c) levantamento de pesquisas ora realizadas por empresas das áreas-tema. Durante o processo de levantamentos, algu- mas variáveis foram consideradas para a seleção de dados, as quais são expostas a seguir: a) bibliografia seminal contida em material autoral ou citada por outrem; b) estudos com foco no comportamento do consumidor perante estratégias de comunicação; c) estudos abordando questões intimamente relacionadas aos construtos da presente pesqui- sa: Inovação em comunicação, Direcionamento da comunicação, Eye Tracking a comunicação na Web, e Métricas para monitoramento de interesse do consumidor online. Quanto ao método de análise dos dados co- letados, bibliografias e estudos foram catalogados por blocos de construtos e ano de publicação, de forma a viabilizar a seleção de materiais seminais representativos e outros atuais para compreensão do estado da arte.
  • 8. 98RAIMED - Revista de Administração IMED, 6(1): 91-104, jan./abr. 2016 - ISSN 2237-7956 G. E. Silva, R. B. Zaccaria, T. D. T. Pitombo, T. A. Monteiro 5 Resultados Diante da catalogação dos dados coletados, por blocos de construtos e ano de publicação, sele- cionaram-se bibliografias e estudos com forte relação entre ferramentas para estratégias inovadoras de comunicação e o direcionamento de conteúdo comunicacional aos interesses dos consumidores, e seguem elencados no Quadro 1. Quadro 1 – Referências, conceitos-chave e construtos da pesquisa ANO AUTORIA CONCEITOS-CHAVE CONSTRUTOS 1976 JUST, CARPENTER Fixação visual em determinada área como indicativo de maior interesse no destino. Eye Tracking a comunicação na Web 1983 LEVITT Planejamento de ofertas perante queixas e necessidades futuras dos compradores. Métricas para monitoramen- to de interesse do consumidor online 1989 RAYNER, POLLATSEK Análise dos movimentos oculares entre fixações visuais em determinada área. Eye Tracking a comunicação na Web 1998 HAUKNES Previsão de expectativas e identificação de formas de diálogo mais envolventes; Cliente como fonte de informações para aperfeiçoamento de competências. Inovação em comunicação 2003 JACOB, KARN Fixação visual em determinada área como indicativo de dificuldade de interpretação da informação. Eye Tracking a comunicação na Web 2005 ANDRADE Comunicação para determinados tipos de público ou seções de um público. Direcionamento da comuni- cação MANOVICH Mescla de antigos e novos meios de comu- nicação gerando dados digitais. Métricas para monitoramen- to de interesse do consumidor online 2006 FILL, JAMIESON Diálogo com público e identificação de grupos de interesse. Direcionamento da comuni- cação 2007 LÉVY Comunidades virtuais tornaram o espaço comunicacional em canal de interatividade. Direcionamento da comuni- cação 2008 BOYD, ELLISON Redes sociais como rica fonte de dados comportamentais. Métricas para monitoramen- to de interesse do consumidor online 2009 JENKINS Repensar suposições sobre o que significa consumir mídias, a moldar tanto decisões de programação quanto de marketing. Inovação em comunicação 2011 GARRET Investigação de componentes comunicacio- nais e sua decodificação pelo consumidor; Apresentação de informações na forma que as pessoas possam compreendê-las e absorvê-las; Realização de pesquisas e observação do comportamento dos consumidores. Eye Tracking a comunicação na Web GUTIÉRREZ Monitoramento de público e realização de diagnósticos. Métricas para monitoramen- to de interesse do consumidor online NOBRE Diz-se que a mídia inspira quando comu- nica alguma mensagem específica. Direcionamento da comuni- cação POWELL, GROVES, DIMOS Compreensão de motivações dos consumi- dores para melhor coordenar estratégias e táticas de mídia. Métricas para monitoramen- to de interesse do consumidor online
  • 9. 99RAIMED - Revista de Administração IMED, 6(1): 91-104, jan./abr. 2016 - ISSN 2237-7956 Eye tracking e métricas na web… 2012 BARRETO Mensuração e registro de comportamentos perante amostragem de estímulos, identifi- cando padrões comportamentais; Direcionamento de estratégias perante resultados mensurados. Eye Tracking a comunicação na Web BARROS Empresa aprender a produzir conteúdos comunicacionais que despertem interesse. Inovação em comunicação MARTÍNEZ et al. Interação com o público a fim de que a empresa perceba o que pensam dela, o que o público necessita e o que precisa ser mudado; Processos quanto a como se fazer presente na Web e de que maneira isto pode pro- porcionar competitividade à marca. Inovação em comunicação Direcionamento da comuni- cação PLASSMANN, RAMSØY, MILOSAVLJEVIC Estudos das bases biológicas do comporta- mento do consumidor proporcionam uma gama de insights estratégicos. Eye Tracking a comunicação na Web STERNE Redes sociais como fantástica oportuni- dade de chegar às pessoas e envolvê-las de modos diferentes e novos; Implementação de processo de teste e mensuração de conteúdo comunicacional e seus resultados. Métricas para monitoramen- to de interesse do consumidor online 2013 NOBELL Para a excelência em comunicação se deve alcançar excelência na investigação, medi- ção e avaliação. Direcionamento da comuni- cação SALAS Gestão estratégica da comunicação auxiliando na investigação e definição de cursos de ação; Demonstração de valor agregado e gestão de relacionamentos. Direcionamento da comuni- cação 2014 FREIRE Consolidação de redes no cotidiano dos indivíduos. Inovação em comunicação GALÃO, CRESCITELLI Definição de perfil de público e seleção de mercado-alvo por meio de informações de estilo de vida e comportamento. Direcionamento da comuni- cação 2015 CURY, AZAMBUJA, FELÍCIO Interação a propiciar entendimento de quem são os receptores da comunicação e direcionamento de mensagens. Métricas para monitoramen- to de interesse do consumidor online HAYDON Análise de informações de público como fonte para insights estratégicos. Direcionamento da comuni- cação MASHABLE Estudo da utilização do Eye Tracking na Web, que registrou ordem e tempo de fixação dos olhares dos participantes em páginas da rede social Facebook. Eye Tracking a comunicação na Web STASIAK Novas mídias configuraram novas possibi- lidades para visibilidade de mensagens. Métricas para monitoramento de interesse do consumidor online TUR-VIÑES, MONSERRAT-GAUCHI Foco na capacidade das marcas de dialogar e estabelecer relações emocionais com os consumidores. Direcionamento da comuni- cação ZUGAIB Percepção de algo comum no comporta- mento das pessoas. Direcionamento da comuni- cação 2016 USABILITY.GOV Exemplo da utilização do Eye Tracking em sites da Web, do registro da direção e concentração de olhares. Eye Tracking a comunicação na Web Fonte: Elaborado pelos autores, a partir dos dados da pesquisa.
  • 10. 100RAIMED - Revista de Administração IMED, 6(1): 91-104, jan./abr. 2016 - ISSN 2237-7956 G. E. Silva, R. B. Zaccaria, T. D. T. Pitombo, T. A. Monteiro Algumas semelhanças foram identificadas entre o uso das ferramentas selecionadas para este estudo, Eye Tracking na Web e Métricas para monitoramento de interesse do consumidor online, quanto ao direcionamento de comunicação, e são apontadas no Quadro 2. Quadro 2 – Correlações entre as ferramentas abordadas, quanto ao direcionamento de comunicação FERRAMENTAS CORRELAÇÕES GARRETT(2011) GUTIÉRREZ(2011) POWELL,GROVES, DIMOS(2011) BARRETO(2012) MARTÍNEZetal.(2012) PLASSMANN,RAMSØY, MILOSAVLJEVIC(2012) STERNE(2012) HAYDON(2015) 1)EyeTrackingacomunicaçãonaWeb 2)Métricasparamonitoramentodeinteressedoconsumidoronline a) Definição e especificação de público a partir de interesses e comportamentos; x x x x x x x x b) Descoberta de padrões de comportamento e sele- ção de grupos homogêneos; x x x x x c) Entendimento de processos relacionados às esco- lhas dos consumidores; x x x x x x x d) Compreensão de motivações de compra desenca- deadas por persuasão de mídia; x x x x x x e) Entendimento de peculiaridades, necessidades e individualidades dos consumidores; x x x x x x x x f) Investigação de pontos de interesse, impacto e rele- vância de conteúdo; x x x x x x x x g) Planejamento e estruturação de mensagem, alinha- dos às informações de público; x x x x x x x x h) Investigação de dificuldades de codificação e deco- dificação de mensagem; x x x x x i) Adequação para linguagem que propicie identifica- ção e encoraje interação; x x x x j) Aprimoramento de diálogo e estabelecimento de relações emocionais com os consumidores; x x x x k) Consumidores se sentem ouvidos e valorizados e recebem um melhor produto e/ou serviço; x x x l) Investigação e definição de outros cursos de ação, a partir de estudos de percepção do consumidor. x x x x x x x x Fonte: Elaborado pelos autores, a partir dos dados da pesquisa.
  • 11. 101RAIMED - Revista de Administração IMED, 6(1): 91-104, jan./abr. 2016 - ISSN 2237-7956 Eye tracking e métricas na web… Como exemplificação da aplicabilidade dos dados provenientes do direcionamento de comunica- ção, de insights deste diálogo, ou seja, dados de interação social entre marca e consumidor, identifica- ram-se etapas e elementos que seguem expostos no Quadro 3. Quadro 3 – Aplicabilidade de dados de interação social marca-consumidor ETAPAS ELEMENTOS GARRETT(2011) GUTIÉRREZ(2011) POWELL,GROVES, DIMOS(2011) BARRETO(2012) MARTÍNEZetal.(2012) PLASSMANN,RAMSØY, MILOSAVLJEVIC(2012) STERNE(2012) HAYDON(2015) 1 METAS Investimentos financeiros x x x Esforço de trabalho x x x x x x x x 2 USABILIDADE / EXPERIÊNCIA DE USUÁRIO Objetivos estratégicos do conteúdo de comunicação x x x x x x x x Relevância à informação, interação, sensorialidade e interesses do consu- midor x x x x x x 3 BRANDING Expertise da marca x x Atributos e méritos do produto/serviço x x x Gestão do relacionamento x x x 4 DECISÃO DE COMPRA Conversão do engajamento à venda x x x x Persuasão de mídia x x x x x x 5 PARTICIPAÇÃO Share-of-mind (lembrança de marca) x x x Share-of-mention (menções à marca) x x x 6 FATORES DE RISCO Benchmark x x x Gestão de crises e falhas de comuni- cação x x x x x x x Nível de satisfação x x x x x x x x 7 GESTÃO DO CONHECI- MENTO Histórico de dados x x x x x x x x Casos de sucesso x x x x x x x x Gestão de conteúdo x x x x x x x Fonte: Elaborado pelos autores, a partir dos dados da pesquisa. Perante a presente pesquisa, entendeu-se que em meio à articulação de indivíduos em redes, uma comunicação inovadora consiste em fazer di- ferente do tradicional e corriqueiro, adequando-se às mudanças culturais, monitorando tendências de comportamento do consumidor e de mercado, integrando os meios de comunicação e, sobretu- do, desenvolvendo mensagens significantes. Compreendeu-se também que a projeção de ofertas que estimulem atenção e sejam soluções às expectativas dos consumidores, definida pela busca da compreensão do seu funcionamento ce- rebral na tomada de decisão de compra, tende a ser mais assertiva e eficaz. Acentuou-se que nesta tomada de decisão, o consumidor busca aquilo que adere aos seus in- teresses e este comportamento sugere suas inten- ções. Tais experimentos de comportamento dos consumidores proporcionam percepção de opor- tunidades de ofertas e otimização do conteúdo de comunicação. Por fim, observou-se que manifestações vir- tuais viabilizaram interações entre empresas e consumidores e esses dados de relacionamento se convertem em conhecimento e diferenciais com- petitivos.
  • 12. 102RAIMED - Revista de Administração IMED, 6(1): 91-104, jan./abr. 2016 - ISSN 2237-7956 G. E. Silva, R. B. Zaccaria, T. D. T. Pitombo, T. A. Monteiro 6 Considerações finais Com o propósito de se evitar o desperdício de dardos atirados, como recursos financeiros e esforço de trabalho, há que se estudar o mercado de atuação, entender suas peculiaridades e iden- tificar potenciais consumidores. Para públicos cada vez mais disputados e exigentes, o direcio- namento de mensagem com formato e linguagem específicos aos grupos de interesse gera maior in- teração, identificação e atratividade. A organização pode aprender a dialogar com o consumidor e extrair deste diálogo me- lhores formas de comunicar-se com ele. Torna-se imperativa a adequação da linguagem da empre- sa à linguagem do consumidor. Em consonância a esta vertente, objetivando discorrer sobre estratégias inovadoras de direcio- namento de conteúdo comunicacional, pode-se apontar através de revisão de literatura, seme- lhanças entre o uso das ferramentas Eye Tracking na Web e Métricas para monitoramento de inte- resse do consumidor online, e a aplicabilidade dos dados provenientes do direcionamento de comu- nicação, de insights deste diálogo, ou seja, dados de interação social entre marca e consumidor. Tais ferramentas destacaram-se como relevantes a estudos de percepção do consumidor e de di- mensão comportamental. Os itens identificados e contemplados nos quadros 2 e 3, item Resultados, limitam-se à li- teratura consultada neste estudo. Contudo, contribuem na produção científica da área; na exemplificação do uso de ferramentas para estra- tégias de comunicação e marketing; e provocam profissionais aos estudos da interação humano- computador. Novos questionamentos e reflexões poderão surgir a partir deste, de forma a gerar conhecimentos importantes para explorar o di- recionamento da comunicação aos interesses dos consumidores. Referências Bibliográficas Andrade, C. T. de S. (2005). Para entender relações públicas. 4. ed. São Paulo: Edições Loyola. Barreto, A. M. (2012, dez.). Eye tracking como método de investigação aplicado às ciências da comunicação. Revista Comunicando. Portugal, v. 1, n. 1. Barros, A. C. P. (2012). Da Cultura da Mídia à Cultura da Participação: A Reconfiguração da Comunicação entre Empresas e Consumidores. COMUNICON 2012, Escola Superior de Propa- ganda e Marketing. São Paulo. Anais. Boyd, D. M., & Ellison, N. B. (2008). Social Network Sites: Definition, History and Scholarship. Jour- nal of Computer-Mediated Communication. v.13, p. 210-230. Brasil. Presidência da República. (2014). Secretaria de Comunicação Social. Pesquisa brasileira de mídia 2015: hábitos de consumo de mídia pela população brasileira. Secom. Confederação Nacional das Indústrias (CNI). (2014). Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Esta- tística (IBOPE). Pesquisa CNI IBOPE: Retratos da Sociedade Brasileira - Perfil do Consumidor Brasileiro. CNI. Cury, L., Azambuja, M. J. C., & Felício, M. C. (2015). Comunicacão ou conexão? Revista Geminis - Universidade Federal de São Carlos. n. 1, p 286-295. Fill, C., & Jamieson, B. (2006). Marketing Communi- cations. Edinburgh Business School. Freire, I. M. (2014). MIDIATIZAÇÃO DA INFOR- MAÇÃO: De olho na CI. In: BORGES, J. et al. (Orgs.). Mundo digital: uma sociedade sem fronteiras? João Pessoa: Ideia. Galão, F. P., & Crescitelli, E. (2014). Como e com quem você quer falar? Um estudo sobre os pú- blicos envolvidos no processo da comunicação de marketing de grandes anunciantes. RAD - Revista Administração em Diálogo. v. 16, n. 2, p. 48-69, maio/ago. Garrett, J. J. (2011). The Elements of User Experience: User-Centered Design for the Web and Beyond. 2 ed. New Riders. Gutiérrez, J. J. (2011). P. Herramientas para el análisis y monitoreo en Redes Sociales. IRIE - Interna- tional Review of Information Ethics. vol. 16, p. 33-40, Dec. Hauknes, J. (1998). Services in innovation - Innova- tion in services. Step report, n. 13. Oslo. Haydon, J. (2015). Facebook Marketing For Dummies. 5. ed. New Jersey: John Wiley & Sons. Jacob, R. J. K., & Karn, K. S. (2003). The mind’s eye, Cognitive and Applied Aspects of Eye Movement Research. Commentary on Section 4: Eye Track- ing in Human-Computer Interaction and Usabil- ity Research: Ready to Deliver the Promises. Jenkins, H. (2009). Cultura da convergência: a colisão entre os velhos e novos meios de Comunicação. 2. ed. São Paulo: Aleph.
  • 13. 103RAIMED - Revista de Administração IMED, 6(1): 91-104, jan./abr. 2016 - ISSN 2237-7956 Eye tracking e métricas na web… Just, M. A., & Carpenter, P. A. (1976). The role of eye-fixation research in cognitive psychology. Behavior Research Methods & Instrumentation. v. 8, n. 2, p. 139-143. Levitt, T. (1983, Sep./Oct.). After the sale is over. Har- vard Business Review. v. 61, n. 5, p. 87-93. Lévy, P. (2007). Cibercultura: La cultura de la socie- dad digital. México: Universidad Autónoma Metropolitana. Malhotra, N. K. (2012). Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. 6. ed. Porto Alegre: Bookman. Manovich, L. (2005). El lenguaje de los nuevos medios de comunicación. Barcelona: Paidós Comunicación. Martínez, N. G. C., Bravo, P. D., Rodríguez, V. M. M., & Pineda, L. G. (2012, oct.). La comunicación estratégica en la empresa intercultural dentro del mundo digital. REID - Revista Electrónica de Investigación y Docencia. p. 141-155. Mashable. (2012). Facebook Timeline Changed the Way We See Brand Pages. Disponível em: <http:// mashable.com/2012/04/30/facebook-timeline- -eyetrack-study>. Acesso em: 21 ago. 2015. Mattar, F. N. (2014). Pesquisa de marketing: metodo- logia, planejamento, execução e análise. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier. Nobell, A. A. (2013). Hacia un modelo integral de medición y evaluación en Comunicación Estra- tégica: supuestos teóricos, empíricos y meto- dológicos. V Congreso Internacional Latina de Comunicación Social - Universidad de La Laguna. Anais. Nobre, A. L. (2011). Práticas e Discursos Estratégicos - da norma à transgressão, da rotina à inovação. In: Palacios, A. J., & Serra, P. (Orgs.). Pragmá- tica: Comunicação Publicitária e Marketing. Portugal: Livros LabCom. Plassmann, H., Ramsøy, T. Z., & Milosavljevic, M. (2012). Branding the brain: A critical review and outlook. Journal of Consumer Psychology. n. 22, p. 18-36. Powell, G., Groves, S., & Dimos, J. (2011). Retorno sobre o investimento em mídias sociais: como de- finir, medir e avaliar a eficácia das redes sociais. Rio de Janeiro: Elsevier. Rayner, K., & Pollatsek, A. (1989). The psychology of reading. Routledge. Salas, C. P. (2013, jul./dic.). Posicionamiento de la co- municación estratégica como gestión gerencial. Signo y Pensamiento. v. 32. p. 94-109. Stasiak, D. (2015). As estratégias de visibilidade e interação das organizações na sociedade midiati- zada. In: Gonçalves, G., & Filho, F. F. L. (Orgs.). Novos media e novos públicos. Portugal: Livros LabCom. Sterne, J. (2012). Métricas em mídias sociais: como medir e otimizar os seus investimentos em marketing. NOBEL. Tur-Viñes, V., & Monserrat-Gauchi, J. (2014, dic./2015, feb.). El plan estratégico de comunicación. Es- tructura y funciones. Razón y Palabra. n. 88. USABILITY.GOV. Eye Tracking - How it Works. Dis- ponível em: <http://www.usability.gov/how-to- -and-tools/methods/eye-tracking.html>. Acesso em: 28 maio 2016. Zugaib, E. (2015). A experiência de marca dirigida ao consumidor final. Disponível em: <http://webin- sider.com.br/2013/08/03/a-experiencia-de-mar- ca-dirigida-ao-consumidor-final>. Acesso em: 03 ago. 2015.
  • 14. 104RAIMED - Revista de Administração IMED, 6(1): 91-104, jan./abr. 2016 - ISSN 2237-7956 G. E. Silva, R. B. Zaccaria, T. D. T. Pitombo, T. A. Monteiro Eye Tracking and metrics on the web as tools for innovative communication strategies Abstract The study proposed aimed to explore innovative strategies of communicational content targeting to the use of tools Eye Tracking on the Web and metrics for monitoring online consumer interest, as- pects that could be pointed to as similar between the use of these tools and the applicability of social interaction data brand-consumer. For this, it has revised up the literature for subsidies for structuring a framework to consider the identified similarities and another to illustrate its applicability. The ob- jective of this study, it was decided to exploratory research and collect on secondary data sources. Pre- liminary results highlighted that an innovative communication is different from the traditional and unexceptional, adapting to cultural changes, monitoring trends in consumer behavior and their in- terests, in search of understanding the process of buying decision and, above all, develop meaningful messages. It also pointed out that interactions between companies and consumers become knowledge and competitive advantages. Keywords: Communication Strategies, Consumer Interest, Eye Tracking, Metrics, Web Endereço para contato: Gisele Elios da Silva Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP) Rodovia do Açúcar, s/n - Taquaral CEP 13423-170 – Piracicaba, SP, Brasil. Recebido em 14/02/2016 Aprovado em 30/05/2016 Sistema de Avaliação: Double Blind Review Editor-chefe: Claudionor Guedes Laimer