Desenvolvimento de coleção de REA sobre o conceito de amanualidade em Design de Interação
1. Autor: Isabela Cristina Ruaro
Orientador: Prof. Dr. Rodrigo Freese Gonzatto
Curso: Design Digital
Escola: Arquitetura e Design
Campus: Curitiba
Financiador
“DESENVOLVIMENTO DE
COLEÇÃO DE RECURSOS
EDUCACIONAIS ABERTOS SOBRE
O CONCEITO DE AMANUALIDADE
EM DESIGN DE INTERAÇÃO”
2. INTRODUÇÃO
Este projeto de pesquisa consiste no desenvolvimento tecnológico de materiais
digitais na perspectiva de Recursos Educacionais Abertos (sigla REA, em
português, e sigla OER, de Open Educational Resources, em inglês) para
educação sobre Design de Interação.
REA são diferentes tipos de arquivos, objetos ou mídias digitais, acessíveis por
dispositivos computacionais, que permitem acesso aberto a recursos
educacionais como imagens, vídeos, mapas, textos, livros, artigos, referências,
slides e games.
Os REA devem possuir uma finalidade educacional (de ensino, aprendizagem ou
pesquisa) ou se inscreverem em um contexto educacional, de forma didática ou
paradidática.
3. INTRODUÇÃO
O desenvolvimento de REA em Design de Interação ainda é uma temática pouco
praticada, mas que pode auxiliar no desenvolvimento da área no Brasil. São
escassos os REA sobre Design de Interação disponíveis em português,
especialmente aqueles que tratam sobre conceitos e fundamentos teóricos.
Consideramos assim que o desenvolvimento de coleções de REA em Design de
Interação, em particular, sobre o conceito de amanualidade pode oferecer
contribuição para o aprimoramento das relações entre ensino e pesquisa de
Design de Interação no contexto nacional.
4. OBJETIVO(s)
Criar uma coleção de Recursos Educacionais Abertos (REA) sobre o conceito de
amanualidade, para o ensino, a aprendizagem e a pesquisa de fundamentos em
Design de Interação.
5. METODOLOGIA
Revisão• de literatura sobre: REA, Design de Interação, Amanualidade;
Levantamento• de REA em Design de Interação já existentes;
Desenvolvimento• da coleção de REA:
Descrição• detalhada das alternativas;
Elaboração• do roteiro dos vídeos;
Gravação• da narração;
Gravação• das imagens;
Edição• dos vídeos;
Renderização• dos vídeos separados e em conjunto;
Preparação• para depósito em repositório;
Publicação• da coleção de REA*;
* Todos os REA receberam uma licença pública Creative Commons CC-BY, do tipo livre.
6. RESULTADOS
01) Maneira espontânea e maneira sistemática de se mover pelo mundo para
Paulo Freire (1997)
Este material foi inspirado em um trecho de Freire, no qual diferencia a maneira
espontânea da maneira sistemática de se mover no mundo através do exemplo
de uma manhã.
O trecho de Freire foi então adaptado para um roteiro de uma cena. No roteiro
foi trabalhado dois tipos de ponto de vista da câmera, em primeira pessoa (visão
do próprio personagem) e terceira pessoa (visão de um observador).
7. RESULTADOS
02) Um exemplo de ready-to-hand e present-to-hand:
Neste vídeo foram apresentados os conceitos de ready-to-hand e present-to-
hand através do objeto “óculos”.
O exemplo foi criado em conjunto pelo orientador e pela orientanda, e foi
decidido utilizá-lo como material por sua simplicidade de transmitir os conceitos
em questão.
8. RESULTADOS
03) A mão como metáfora da posição ativa do ser humano com o mundo:
Neste vídeo foi decidido apresentar o conceito de mão como posição ativa no
mundo através de vários vídeos de mãos fazendo diversas coisas em lugares
diferentes.
9. RESULTADOS
04) Atitude prática e atitude teórica, juntamente com o conceito de
breakdown:
Inicialmente “atitude prática e atitude teórica” e o “conceito de breakdown”
seriam dois vídeos diferentes, mas ficariam extremamente curtos.
É utilizado o exemplo da ação de martelar como atitude prática e do martelo
quebrando como atitude teórica. Utiliza-se o efeito visual do glitch para passar a
ideia de que o próprio vídeo teve um breakdown, e conscientizar o
telespectador de que ele mesmo está assistindo um vídeo.
10. RESULTADOS
5) Conceito de trabalho como modo de amanualidade para Álvaro Vieira Pinto:
Para este vídeo passar o conceito de trabalho, foi filmado a criação de uma
tigela de argila. A escolha de utilizar este exemplo se deu pela sua praticidade e
por não precisar de muitos recursos para ser feito.
11. DISCUSSÃO
O desenvolvimento do projeto transcorreu de acordo com o cronograma
proposto. Houve apenas um atraso na etapa intermediária, de
desenvolvimento.
No projeto inicial, o resultado almejado era a criação de uma coleção de REA,
contendo de 5 a 10 itens em mídias digitais. Entretanto, ao longo do projeto, foi
escolhido trabalhar com a mídia audiovisual.
Como a produção de vídeos requer maior planejamento e produção, a
quantidade de REA da coleção foi reduzido para 5 recursos, cada um
apresentando um exemplo sobre a amanualidade.
Todos estes recursos foram reunidos em um novo recurso, maior, que se tornou
o sexto REA. Deste modo, o resultado com os cinco vídeos se mostrou
satisfatório, atendendo às expectativas do projeto.
12. CONCLUSÕES OU CONSIDERAÇÕES FINAIS
O projeto alcançou o objetivo proposto, tendo como resultado a finalização da
produção de cinco vídeos de REA que, em conjunto, resultam em um sexto REA,
compilando todos os anteriormente.
A importância desse projeto se dá em contribuir para uma maior variedade de
recursos digitais sobre o fundamentos teóricos em Design de Interação, como a
amanualidade, não limitando-se apenas à textos e imagens, mas abrindo o leque
para outros tipos de mídia, como o vídeo.
Espera-se que a produção destes REA, em mídia audiovisual, auxiliem no ensino,
pesquisa e aprendizagem em conceitos de Design de Interação.
13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMIEL, Tel. Educação aberta: configurando ambientes, práticas e recursos educacionais. In: SANTANA, Bianca; ROSSINI, Carolina; PRETTO,
Nelson de Lucca. (Org.) Recursos Educacionais Abertos: práticas colaborativas políticas públicas. Salvador: Edufba; São Paulo: Casa da
Cultura Digital. 2012.
FREIRE, Paulo. Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar. 8. ed. São Paulo: Olho d’Água, 1997.
GONZATTO, Rodrigo F; MERKLE, Luiz E . Amanualidade em Álvaro Viera Pinto: desenvolvimento situado de técnicas, conhecimentos e
pessoas. In. Educação Unisinos (Online), v. 20, 2016. p. 289-298.
GONZATTO, Rodrigo Freese. Design de Interação e a amanualidade em Álvaro Vieira Pinto. Dissertação (Mestrado em Tecnologia e
Sociedade) – Programa de Pós-Graduação em Tecnologia, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2014.
LÖWGREN, Jonas. Interaction Design - brief intro. In: SOEGAARD, Mads; DAM, Rikke Friis (Eds.). The Encyclopedia of Human-Computer
Interaction, 2a Ed. Aarhus, Denmark: The Interaction Design Foundation. 2017. Disponível em: <http://www.interaction-
design.org/encyclopedia/interaction_design.html>. Acesso em 13 dez. 2017.
LÖWGREN, Jonas, STOLTERMAN, Erik A. Thoughtful Interaction Design: A Design Perspective on Information Technology. MIT Press, 2004.
PREECE, Jennifer; ROGERS, Yvonne; SHARP, Helen. Design de Interação: além da Interação Homem-Computador. Porto Alegre: Bookman,
2005.
SANTANA, Bianca. Materiais didáticos digitais e recursos educacionais abertos. In: SANTANA, Bianca; ROSSINI, Carolina; PRETTO, Nelson de
Lucca. (Org.) Recursos Educacionais Abertos: práticas colaborativas políticas públicas. Salvador: Edufba; São Paulo: Casa da Cultura Digital.
2012. p.133-142
SANTANA, Bianca; ROSSINI, Carolina; PRETTO, Nelson de Lucca. (Org.) Recursos Educacionais Abertos: práticas colaborativas políticas
públicas. Salvador: Edufba; São Paulo: Casa da Cultura Digital, 2012.
SILVEIRA, Sergio Amadeu da. Formatos abertos. In: SANTANA, Bianca; ROSSINI, Carolina; PRETTO, Nelson de Lucca. (Org.) Recursos
Educacionais Abertos: práticas colaborativas políticas públicas. Salvador: Edufba; São Paulo: Casa da Cultura Digital, 2012. p.109-120
14. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Interaction Design Foundation. 2017. Disponível em: <http://www.interaction-design.org/encyclopedia/>.
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Interaction, 2a Ed. Aarhus, Denmark: The Interaction Design Foundation. 2017. Disponível em: <https://www.interaction-
design.org/literature/book/the-encyclopedia-of-human-computer-interaction-2nd-ed/philosophy-of-interaction>. Acesso em
13 dez. 2017.
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and-information/access-to-knowledge/ict-in-education/open-educational-resources/>. Acesso em 13 dez. 2017.
VIEIRA PINTO, Álvaro. Sete lições sobre educação de adultos. São Paulo: Cortez, 2010.
WILEY, David. 'Defining the "Open" in Open Content and Open Educational Resources'. 2014. Disponível em
<http://www.opencontent.org/definition>. Acesso em 29 abril 2017.
WINOGRAD, Terry; FLORES, Fernando. Understanding Computersand Cognition: A New Foundation for Design. Norwood, NJ:
Ablex, 1987.