1. LEUCORRÉIAS
Leucorréia é o aumento do fluxo vaginal
popularmente chamado de corrimento
É importante a diferenciação do que é
considerado fluxo vaginal normal e
patogênico
2. LEUCORRÉIAS
Dra. Gloria Martinez Grazziotin
Médica: Ginecologia e Obstetrícia pela FFFCMPA_
Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de
Porto Alegre. Santa Casa de Misericórdia.
MASTER DEGREE IN THE CLIMACTERIC AND
MENOPAUSE organizado pela International Menopause
Society and Spanish Ministry of Health.
3. LEUCORRÉIAS
Uma das principais causas de consulta
ginecológica
Queixas
fluxo vaginal aumentado
prurido e irritação
cheiro desagradável
desconforto
4. LEUCORRÉIAS
Três principais causas de vulvovaginites:
vaginose bacteriana
candidíase
tricomoníase
5. INTRODUÇÃO
O fluxo vaginal normal é constituído de:
secreções de glândulas vestibulares (Skene
e Bartholin)
transudado da parede e descamação celular
do epitélio vaginal
muco cervical
líquido do endométrio e trompas
quantidade média de 1,5g/ 8h
6. INTRODUÇÃO
O conteúdo fisiológico é geralmente:
branco
inodoro e sem sintomas
varia de quantidade de acordo com o dia do
ciclo menstrual
É característica da secreção normal a
presença dos Bacilos de Döederlein
pH abaixo 4,5
mucosa vaginal rosa-pálido
7. INTRODUÇÃO
Lactobacilos- Bacilos de Döederlein:
predominam no meio vaginal
indicam proteção do meio vaginal
mantém o pH ácido da vagina
utilizam o glicogênio e produzem acido
Lático
epitélio da vagina é rico em glicogênio
por influência do estrogênio
8. INTRODUÇÃO
A diminuição de estrogênios:
infância e menopausa
leva a ausência de bacilos
não é patológico, porém facilita a infecção
9. FLORA NORMAL
Classificação de Schröeder:
I- Lactobacillus
II- Lactobacillus + outro tipo de flora
III- Ausência de flora normal (outros)
10. MICROSCOPIA
(DIRETA)
A bacterioscopia ou exame a fresco
normal observa-se:
flora vaginal com bacilos de Döderlein que
formam a defesa da vagina
pequena quantidade de polimorfonucleares
muco e células descamadas
14. INTRODUÇÃO
Secreção vaginal fisiológica se altera:
influência hormonal, orgânica ou psíquica
atividade sexual
varia a quantidade e qualidade de acordo
com cada mulher
15. INTRODUÇÃO
Mucorréia
secreção vaginal acima do normal
ausência de inflamação vaginal
muco claro e límpido
exame a fresco células sem alterações
inflamatórias, número normal de leucócitos,
abundantes lactobacilos e pH vaginal normal
Tto é informação à paciente sobre a
fisiologia normal
16. LEUCORRÉIAS
Uma das principais causas:
desequilíbrio da flora vaginal
diminuição ou ausência de lactobacilos
aumento dos leucócitos
aumento de bactérias
17. LEUCORRÉIAS – VAGINOSE
BACTERIANA
Síndrome clínica
Desequilíbrio da flora vaginal normal
Redução ou ausência de lactobacilos
Aumento de bactérias anaeróbias
40% das vulvovaginites
Flora mista:
Gardnerella vaginallis, Peptostreptococcus,
Prevottela sp, Bacteroides sp, Mobiluncus sp,
bactérias anaeróbias
18. LEUCORRÉIAS – VAGINOSE
BACTERIANA
Sintomas:
acima de 50% das mulheres são
assintomáticas
fluxo vaginal escasso acinzentado e
aderente à mucosa vaginal
Odor Vaginal forte , que se compara ao
cheiro de peixe podre, que se exacerba após
as relações vaginais e após a menstruação
ardência vaginal (não é muito freqüente)
19. LEUCORRÉIAS – VAGINOSE
BACTERIANA
Critérios diagnósticos:
CDC estabeleceu 4 parâmetros para VB
associação de 3 sinais ou sintomas para o
diagnóstico
ou apenas critérios 3 e 4
20. LEUCORRÉIAS – VAGINOSE
BACTERIANA
Critérios:
1) pH vaginal superior a 4,5
2) Aspecto cremoso, homogêneo, cinzento,
aderente as paredes vaginais e colo
3) Teste de odor da secreção vaginal (whiff-
teste): a adição de hidróxido de potássio a
10% - aparecimento de odor “peixe podre”
21. LEUCORRÉIAS – VAGINOSE
BACTERIANA
4) Visualização de clue cells:
células epiteliais recobertas de Gardnerella
vaginalis
aderentes à membrana celular
contorno granuloso e impreciso
um dos melhores indicadores de vaginose
24. LEUCORRÉIAS – VAGINOSE
BACTERIANA
Tratamento:
derivados imidazólicos
tratamento das sintomáticas
alívio de sinais e sintomas
melhores resultados com Metronidazol (VO
ou vaginal)
taxas de cura altas
não é rotina tratar o parceiro, alguns
recomendam na recidiva. Dose única
25. LEUCORRÉIAS – VAGINOSE
BACTERIANA
Medicação Dose Intervalo Duração
Metronidazol 500 mg 12/12 h 7 dias
250/ 400 mg
Metronidazol 1 aplicador à noite 5 a 7 dias
gel 0,75%
Clindamicina 1 aplicador à noite 7 dias
creme 2%
26. LEUCORRÉIAS – VAGINOSE
BACTERIANA
Medicação Dose Intervalo Duração
Metronidazol 1 cp 12/12 h ou 7 dias
250 mg 8/8 h
Metronidazol 2 g Dose única
250/400 mg
Clindamicina 1 cp 12/12 h 7 dias
300 mg
Clindamicina 1 óvulo à noite 3 dias
óvulos 100
mg
27. LEUCORRÉIAS – VAGINOSE
BACTERIANA
Medicação Dose Intervalo Duração
Tianfenicol 2,5 g 24/24 h 2 dias
2,5 g
Tinidazol 2g Dose única 1 dia
500 mg
Secnidazol 2 cp Dose única 1 dia
1 g
28. LEUCORRÉIAS – VAGINOSE
BACTERIANA
Tratamento:
interação dos imidazólicos com Warfarin
(potencializa ação anticoagulante)
efeito antabuzi
29. LEUCORRÉIAS – VAGINOSE
BACTERIANA
Tratamento na gestação:
assintomática
associação com parto prematuro, ruprema,
endometrite e celulite pós-parto e cesarianas
tratamento local não foi efetivo
escolha: metronidazol 250mg VO 8/8 h por 7
dias
não foi encontrada associação com
malformação
30. LEUCORRÉIAS – VAGINOSE
BACTERIANA
Pode estar associada:
salpingite
peritonite pélvica
abscesso pélvico
endometrite pós-parto ou cesárea
infecção após procedimentos cirúrgicos
ginecológicos
assintomática: qualquer cirurgia ou
procedimento ginecológico
31. LEUCORRÉIAS –
TRICOMINÍASE
DST
Causada pelo protozoário Trichomonas
vaginalis
Incubação de 4 a 28 dias
25% das vulvovaginites
Encontra-se na cérvice, vagina e uretra
Acomete vulva, vagina e colo,
causando cervico-vaginite
32. LEUCORRÉIAS –
TRICOMINÍASE
Sinais e sintomas:
50% podem ser assintomáticas
aumento do fluxo vaginal (bolhoso)
cinza-esverdeado
prurido vulvar e dispareunia
hiperemia, edema de vulva e vagina
menos comum: disúria, polaciúria e dor
sintomas mais intensos: pós-menstrual e na
gestação
33. LEUCORRÉIAS –
TRICOMINÍASE
Pode estar associada na gestação:
ruprema
parto pré-termo
baixo peso ao nascer
34. LEUCORRÉIAS –
TRICOMINÍASE
Diagnóstico:
identificação do tricomonas no exame a
fresco
flagelados, ovóides e móveis
aumento de células inflamatórias e vaginais
Pode alterar o CP. Não colher com essa
infecção ou repetir CP após tratamento se
necessário.
37. TRICOMONÍASE
•Colpite difusa e/ou focal , com aspecto
de framboeza
•Colpite tigróide, epitélio cérvico-vaginal
apresenta intenso pontilhado inflamatório
38. LEUCORRÉIAS –
TRICOMONÍASE
Tratamento:
Metronidazol
dose única
taxa de cura de 90 a 95%
tratamento do parceiro
tratamento tópico falha 50%
39. LEUCORRÉIAS –
TRICOMONÍASE
Medicação Dose Intervalo Duração
Metronidazol 2 g Dose única 1 dia
250/ 400 mg
Metronidazol 1 cp 400mg 8/8 h 7 dias
250/ 400 mg 2 cp 250mg 12/12 h
Secnidazol 2 cp Dose única 1 dia
1 g
Tinidazol 4 cp Dose única 1 dia
500 mg
40. LEUCORRÉIAS –
TRICOMONÌASE
Tratamento:
evitar uso de bebidas alcoólicas por 24
horas
efeito antabuzi
gosto metálico na boca, língua saburrosa,
náuseas, vômitos, neutropenia transitória e efeito
semelhante ao dissulfiram quando da ingesta
simultânea de bebidas alcoólicas
41. LEUCORRÉIAS –
TRICOMINÌASE
Tratamento na gestação:
assintomática
associação com parto prematuro, ruprema,
endometrite e celulite pós-parto e cesarianas
tratamento local não foi efetivo
escolha: Metronidazol 2 g
42. LEUCORRÉIAS –
TRICOMINÌASE
Recorrência:
reinfecção
tratamento inadequado
Metronidazol 500 mg 12/12 h por 7 dias
43. LEUCORRÉIAS –
VULVOVAGINITE FÚNGICA
É uma infecção da vulva e vagina,
causada por um fungo comensal que
habita a mucosa vaginal e a mucosa
digestiva, que cresce quando o meio
torna-se favorável para o seu
desenvolvimento
Estima-se que 75% das mulheres terão 1
episódio na vida
44. LEUCORRÉIAS –
VULVOVAGINITE FÚNGICA
Agente:
80 a 90% dos casos são devidos a Cândida
Albicans
10 a 20% a outras espécies chamadas não-
Albicans (C. tropicalis, C. glabrata, C. krusei,
C. parapsilosis)
45. LEUCORRÉIAS –
VULVOVAGINITE FÚNGICA
Sintomatologia depende do grau de
infecção
Sintomas:
prurido vulvovaginal (principal sintoma, e de
intensidade variável)
ardor ou dor à micção
irritação vulvovaginal
dispareunia
46. LEUCORRÉIAS –
VULVOVAGINITE FÚNGICA
Fatores predisponentes:
Diabetes Mellitus
Obesidade
Uso de estrógenos e contraceptivos orais de
altas dosagens
Gestação
Diafragma e espermicidas
DIU
Uso de antibióticos, corticóides ou
imunossupressores
47. LEUCORRÉIAS –
VULVOVAGINITE FÚNGICA
Fatores predisponentes:
hábitos de higiene e vestuário inadequados
– roupas sintéticas e abafadas (diminuem a
ventilação e aumentam a umidade e o calor
local)
contato com substâncias alergênicas e/ou
irritantes (por exemplo: talco, perfume,
desodorante)
Imunodeficiência, incluindo infecção pelo
HIV
49. CANDIDÍASE
Microscopia
Exame a fresco do conteúdo vaginal, que revela a presença de
micélios birrefringentes e/ou de esporos, pequenas formações
arredondadas birrefringentes
51. LEUCORRÉIAS –
VULVOVAGINITE FÚNGICA
Tratamento:
sintomáticas
uso oral (dose única, 5 ou 7 dias)
uso tópico (dose única, ou 3 a 14 dias)
dose única e curta duração: casos não
complicados
cura de 80 a 90%
parceiros não fazem tratamento de rotina,
exceto os sintomáticos ou para casos
recidivantes
52. LEUCORRÉIAS –
VULVOVAGINITE FÚNGICA
Tratamento tópico:
Nistatina : 7 a 14 dias (75% de Cura)
Derivados imidazólicos:
Miconazol, Isoconazol, Clotrimazol... 7 dias
de tto (85% a 90% cura)
Fenticonazol (1 dia-óvulo ou 7 dias- creme)
Terconazol: mais potente e menos
paraefeitos, abrangendo as cepas mais
resistentes (3 dias de uso ou até dose única)
53. LEUCORRÉIAS – CANDIDÍASE
Medicação Dose Intervalo Duraçã
o
Cetoconazol 1 cp 12/12 h 5 a 7 dias
200mg
Fluconazol 1 cp Dose única ou 1 a 3 dias
150mg repetir 72 h
Itraconazol 2 cp 12/12 h 1 dia
100mg
54. LEUCORRÉIAS –
VULVOVAGINITE FÚNGICA
Tratamento na DM:
tópico 10 a 14 dias
associação tto oral
Considerar efeitos colaterais do tto oral: Náuseas,
Vômito, Hepatotoxicidade e Anafilaxia
55. LEUCORRÉIAS –
VULVOVAGINITE FÚNGICA
Recorrente:
4 ou mais episódios sintomáticos no ano
5 a 8% das mulheres
investigar outros fatores predisponentes:
diabetes, imunodepressão, infecção pelo HIV,
uso de corticóides
prevenção e orientação de higiene
56. LEUCORRÉIAS – Candidíase de
repetição
Medicação Dose Intervalo Duraçã
o
Cetoconazol 1 cp Dia 6 meses
100mg
Fluconazol 1 cp Dose única 1 vez
150mg semana 6
meses
Clotrimazol 1 óvulo 1 semana 6 meses
Óvulo 500mg
57. LEUCORRÉIAS –
VULVOVAGINITE FÚNGICA
Tratamento na gestação:
tto de escolha são os azólicos tópicos:
miconazol e isoconazol
orais são contra indicados - teratogênicos