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Crônicas
  Alunos:Gabriel Pereira e
       George Victor
     Professora: Malu
Presepe
Conceito
• É uma crônica que apresenta o caráter popular
  da feitura e exposição dos presépios.

  Características :
• riqueza da cultura popular;
• multiplicidade de leituras;
• releituras de cenas bíblicas com elementos
  estranhos adicionados.
“Há os versículos de Mateus : “Jesus nasceu
em Belém de Judá, nos tempos do rei
Herodes.Vimos a sua estrela no Oriente e
viemos adorá-lo.”
• Há uma mistura de ícones, como :
  – personagens históricos de todas as épocas,
  – Sol e lua são personificados
  – figuras populares e paisagens do mundo
    inteiro.
• “Rei preto também viu a estrela. Deus não
  esqueceu a gente. Ora não se conhece
  que Baltazar é pai da raça preta.”

• Crítica do preconceito existente aos
  negros nesta época.

• Interesse do narrador em entender a
  manifestação cultural dos “negros
  baianos”.
• “Não havia, porém, com que comer.
  Diante de Jesus, que só lhes dera o dia de
  amanhã, a queixa se desfazia num quase
  riso. Um quilo de carne para tanta gente!”

• [...] um ar de sonho sob a chuva, um ar de
  milagre, o milagre da crença, sempre
  eterna e vivaz, saudando o natal de Deus
  através da ingenuidade dos pobres.”
Como se Ouve a Missa do
        “Galo”
• É sobre a postura das pessoas diante do evento
  católico da missa do galo.


• O autor começa o texto explorando o motivo do
  evento: “Por que ocorre a missa do
  „galo‟?”. Celebração cristã em nome do
  nascimento de Cristo, que – em sua origem –
  chamava-se missa da hora do „gallicinium‟ ou
  hora que os galos cantam, porque era celebrada
  após a meia-noite.
• A missa do "galo" não começa precisamente à
  meia-noite e não tem a- obrigação de acabar
  antes de uma da manhã. A missa só, sem galo,
  o divino sacrifício de que os casuístas
  espanhóis do século XIII faziam a anatomia –
  talvez tivesse em tempos remotos uma hora
  precisa, exata, confirmada pelo dogma. O galo,
  porém, varia e canta, ou adiantado ou com
  atraso.
• Se em sua origem havia respeito e devoção, o
  narrador vai percebendo que na modernidade
  ela perde muito do seu significado. A missa é
  muito mais um motivo de encontro social, do
  que realmente religioso.

• O narrador faz uma peregrinação pelas
  celebrações na cidade do Rio de Janeiro e
  verifica que seja na igreja das comunidades
  mais ricas, seja nas mais pobres a população
  se esquece completamente o momento sagrado
  e se entrega à atitudes profanas.
• A crônica destaca os desfiles das famílias, dos
  rapazes e das moças, a busca pelos olhares
  dos outros. Pais de família viram solteiros, o
  recato dá lugar à libertinagem e o ar solene
  perde para o deboche.

• Como se ouve a missa do galo? Se ouve a
  missa do galo? Para uma cidade inteira a
  tradição, a fé e o real significado se perderam
  no tempo, mas na crônica existem ilhas,
  pessoas que em meio a todos os desvios
  resgatam e fazem renascer a mensagem real da
  missa do galo.
• “De joelhos? Na missa do galo? Deus! Quem
  seria aquele pobre coitado? Aproximei-me. Era
  um rapaz – teria no máximo vinte anos. Ao lado
  o seu chapelão de coco repousava junto à
  grossa bengala. No seu corpo ajustava-se
  demais um grosso fato de inverno aldeão. De
  mãos postas, a face ingênua voltada para o
  altar, esse ser, numa noite báquica, era tão
  anormal, tão extraordinário, que eu cheguei bem
  perto, olhei bem, fui ao ponto de curvar-me para
  lhe espiar os olhos.
  O pobre sobressaltou-se.”
Crônicas sobre presepes e a missa do galo

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Crônicas sobre presepes e a missa do galo

  • 1. Crônicas Alunos:Gabriel Pereira e George Victor Professora: Malu
  • 3. Conceito • É uma crônica que apresenta o caráter popular da feitura e exposição dos presépios. Características : • riqueza da cultura popular; • multiplicidade de leituras; • releituras de cenas bíblicas com elementos estranhos adicionados.
  • 4. “Há os versículos de Mateus : “Jesus nasceu em Belém de Judá, nos tempos do rei Herodes.Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo.”
  • 5. • Há uma mistura de ícones, como : – personagens históricos de todas as épocas, – Sol e lua são personificados – figuras populares e paisagens do mundo inteiro.
  • 6. • “Rei preto também viu a estrela. Deus não esqueceu a gente. Ora não se conhece que Baltazar é pai da raça preta.” • Crítica do preconceito existente aos negros nesta época. • Interesse do narrador em entender a manifestação cultural dos “negros baianos”.
  • 7. • “Não havia, porém, com que comer. Diante de Jesus, que só lhes dera o dia de amanhã, a queixa se desfazia num quase riso. Um quilo de carne para tanta gente!” • [...] um ar de sonho sob a chuva, um ar de milagre, o milagre da crença, sempre eterna e vivaz, saudando o natal de Deus através da ingenuidade dos pobres.”
  • 8. Como se Ouve a Missa do “Galo”
  • 9. • É sobre a postura das pessoas diante do evento católico da missa do galo. • O autor começa o texto explorando o motivo do evento: “Por que ocorre a missa do „galo‟?”. Celebração cristã em nome do nascimento de Cristo, que – em sua origem – chamava-se missa da hora do „gallicinium‟ ou hora que os galos cantam, porque era celebrada após a meia-noite.
  • 10. • A missa do "galo" não começa precisamente à meia-noite e não tem a- obrigação de acabar antes de uma da manhã. A missa só, sem galo, o divino sacrifício de que os casuístas espanhóis do século XIII faziam a anatomia – talvez tivesse em tempos remotos uma hora precisa, exata, confirmada pelo dogma. O galo, porém, varia e canta, ou adiantado ou com atraso.
  • 11. • Se em sua origem havia respeito e devoção, o narrador vai percebendo que na modernidade ela perde muito do seu significado. A missa é muito mais um motivo de encontro social, do que realmente religioso. • O narrador faz uma peregrinação pelas celebrações na cidade do Rio de Janeiro e verifica que seja na igreja das comunidades mais ricas, seja nas mais pobres a população se esquece completamente o momento sagrado e se entrega à atitudes profanas.
  • 12. • A crônica destaca os desfiles das famílias, dos rapazes e das moças, a busca pelos olhares dos outros. Pais de família viram solteiros, o recato dá lugar à libertinagem e o ar solene perde para o deboche. • Como se ouve a missa do galo? Se ouve a missa do galo? Para uma cidade inteira a tradição, a fé e o real significado se perderam no tempo, mas na crônica existem ilhas, pessoas que em meio a todos os desvios resgatam e fazem renascer a mensagem real da missa do galo.
  • 13. • “De joelhos? Na missa do galo? Deus! Quem seria aquele pobre coitado? Aproximei-me. Era um rapaz – teria no máximo vinte anos. Ao lado o seu chapelão de coco repousava junto à grossa bengala. No seu corpo ajustava-se demais um grosso fato de inverno aldeão. De mãos postas, a face ingênua voltada para o altar, esse ser, numa noite báquica, era tão anormal, tão extraordinário, que eu cheguei bem perto, olhei bem, fui ao ponto de curvar-me para lhe espiar os olhos. O pobre sobressaltou-se.”