3. Conceito
• É uma crônica que apresenta o caráter popular
da feitura e exposição dos presépios.
Características :
• riqueza da cultura popular;
• multiplicidade de leituras;
• releituras de cenas bíblicas com elementos
estranhos adicionados.
4. “Há os versículos de Mateus : “Jesus nasceu
em Belém de Judá, nos tempos do rei
Herodes.Vimos a sua estrela no Oriente e
viemos adorá-lo.”
5. • Há uma mistura de ícones, como :
– personagens históricos de todas as épocas,
– Sol e lua são personificados
– figuras populares e paisagens do mundo
inteiro.
6. • “Rei preto também viu a estrela. Deus não
esqueceu a gente. Ora não se conhece
que Baltazar é pai da raça preta.”
• Crítica do preconceito existente aos
negros nesta época.
• Interesse do narrador em entender a
manifestação cultural dos “negros
baianos”.
7. • “Não havia, porém, com que comer.
Diante de Jesus, que só lhes dera o dia de
amanhã, a queixa se desfazia num quase
riso. Um quilo de carne para tanta gente!”
• [...] um ar de sonho sob a chuva, um ar de
milagre, o milagre da crença, sempre
eterna e vivaz, saudando o natal de Deus
através da ingenuidade dos pobres.”
9. • É sobre a postura das pessoas diante do evento
católico da missa do galo.
• O autor começa o texto explorando o motivo do
evento: “Por que ocorre a missa do
„galo‟?”. Celebração cristã em nome do
nascimento de Cristo, que – em sua origem –
chamava-se missa da hora do „gallicinium‟ ou
hora que os galos cantam, porque era celebrada
após a meia-noite.
10. • A missa do "galo" não começa precisamente à
meia-noite e não tem a- obrigação de acabar
antes de uma da manhã. A missa só, sem galo,
o divino sacrifício de que os casuístas
espanhóis do século XIII faziam a anatomia –
talvez tivesse em tempos remotos uma hora
precisa, exata, confirmada pelo dogma. O galo,
porém, varia e canta, ou adiantado ou com
atraso.
11. • Se em sua origem havia respeito e devoção, o
narrador vai percebendo que na modernidade
ela perde muito do seu significado. A missa é
muito mais um motivo de encontro social, do
que realmente religioso.
• O narrador faz uma peregrinação pelas
celebrações na cidade do Rio de Janeiro e
verifica que seja na igreja das comunidades
mais ricas, seja nas mais pobres a população
se esquece completamente o momento sagrado
e se entrega à atitudes profanas.
12. • A crônica destaca os desfiles das famílias, dos
rapazes e das moças, a busca pelos olhares
dos outros. Pais de família viram solteiros, o
recato dá lugar à libertinagem e o ar solene
perde para o deboche.
• Como se ouve a missa do galo? Se ouve a
missa do galo? Para uma cidade inteira a
tradição, a fé e o real significado se perderam
no tempo, mas na crônica existem ilhas,
pessoas que em meio a todos os desvios
resgatam e fazem renascer a mensagem real da
missa do galo.
13. • “De joelhos? Na missa do galo? Deus! Quem
seria aquele pobre coitado? Aproximei-me. Era
um rapaz – teria no máximo vinte anos. Ao lado
o seu chapelão de coco repousava junto à
grossa bengala. No seu corpo ajustava-se
demais um grosso fato de inverno aldeão. De
mãos postas, a face ingênua voltada para o
altar, esse ser, numa noite báquica, era tão
anormal, tão extraordinário, que eu cheguei bem
perto, olhei bem, fui ao ponto de curvar-me para
lhe espiar os olhos.
O pobre sobressaltou-se.”