2. Pensava eu que cobrindo você de presentes, estava deixando claro o quanto te amava e o quanto queria sua felicidade.
3. Você sempre reagia legal, fazia caras de realização e sempre dizia que era aquilo mesmo que estava pensando e que até precisava.
4. Eu procurava ficar atento a uma roupa que você havia comprado e logo me vinha à cabeça, o que comprar, como complemento.
5. É verdade que nunca consegui me soltar e nunca fui de muitos carinhos. Dizer “eu te amo”, para mim sempre foi uma luta, uma dificuldade.
6. Sentia sua necessidade de mais aproximação, de gestos simples, como andar de mãos dadas, por as mãos em suas costas, abrir a porta do carro. Nisso nunca fui bom... confesso.
7. Achava que dando presentes estava claro o quanto te amava e que você entendia minha timidez, um pouco fora de minha lucidez.
8. Até que senti um distanciamento constante em nossa relação. E os presentes, antes tão bem recebidos, já não cumpriam seu papel de lhe deixar feliz (em minha opinião).
9. Foi quando cheguei em casa e vi você frente a televisão e, ali, bem ao lado, o presente que tinha mandado entregar à tarde, como quando embrulhado pela menina da loja onde tinha o costume de “comprar” minha relação amorosa.
10. Aí vi que de nada adiantava tudo aquilo se o mais importante pra você, que seria minha entrega, minha manifestação por atos, gestos, palavras, não entregava, não dava de presente.
11. Foi quando resolvi abrir o meu coração e deixar claro que os carinhos que não dava, aconteciam assim, por minha timidez. Disse que precisávamos treinar esses gestos.
12. Foi quando passamos a nos relacionar melhor. Você me ajudando a me soltar e eu me sentindo muito melhor pelo fato de fazer sair lá do fundo do coração o meu sentimento mais puro. Ainda bem!
13. Ficou tudo muito melhor; com meus carinhos cada vez mais intensos e mais constantes e, de vez em quando, de forma estratégica, um presente para mudar a rotina.