1. Partindo de São Caetano do Sul, o
“C” do ABC Paulista, às 6h:30 da
manhã para mais um dia de aula na
Faculdade Cásper Líbero, o aluno
Gustavo Oriente, que já se mostra
acostumado com a lotação do
transporte público, conta: “É muito
cansativo, mas estou vivendo meu
sonho, e não há preço que pague
essa sensação”.
Após se dedicar um ano inteiro para
o vestibular em uma escola
considerada por muitos como de
“baixo nível”, e dividir o resto do
tempo com um cursinho (que por
sinal abandonou na metade),
Gustavo lembra com orgulho do dia
que viu seu nome na lista de
aprovados: “A ficha demorou muito
para cair, ainda não parece que é
real, que eu finalmente consegui!”.
Ainda dentro do metrô, Gustavo
divide mais um pouco de sua
história. Confessa que a escolha por
jornalismo não foi imediata, e que já
se imaginou nos mais diversos
cursos até prestar o vestibular. De
arquitetura - abandonada por “não
saber desenhar”- a direito – “não sei
mentir tão bem” -, escolheu
jornalismo, pois, segundo ele, é um
curso que oferece “inúmeras áreas
de aprofundamento, como política,
cultura, moda, e me interesso por
todos esses assuntos”. Mesmo
ainda estando indeciso, a
diversidade de assuntos que seu
curso pode tratar faz com que ele se
apaixone cada vez mais por sua
escolha.
Ao chegar à Avenida Paulista,
Gustavo já se sente feliz, pois se
lembra de todas as vezes que
sonhava estudar em um dos
maiores centros culturais do país.
Considera a Paulista uma
verdadeira emancipação de sua
vida no “interior” - como se refere a
São Caetano do Sul - mesmo
morando a 30 minutos de distância
do Centro de São Paulo.
“Sonho me tornar uma pessoa
importante, relevante para a
sociedade na área que eu decidir
seguir, e essa atmosfera paulistana
já me deixa preparado para encarar
qualquer país, afinal, São Paulo é
uma grande mistura do mundo” –
diz ele, ao entrar no prédio de sua
faculdade. Olhando pela janela, é
possível ver em seus olhos o
otimismo que usa para encarar o
mundo, o mesmo mundo onde
pretende causar algum tipo de
impacto.
Ao se despedir, deixa o recado:
“Nunca deixe de acreditar em si. Já
pensei em desistir diversas vezes,
já pensei em abandonar o curso, já
ouvi centenas de frases que tiraram
minha coragem. Mas, no final das
contas, o que importa é a sua
satisfação, sua felicidade”. E a
felicidade no rosto de Gustavo é
notável, enquanto ele entra na sala
de aula e se despede com um
sorriso, que se mantém mesmo
depois de acordar muito cedo e
passar um aperto em três
conduções diferentes. E como o
próprio diz, sua rotina se define em
uma palavra: “satisfação”.