SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  5
Télécharger pour lire hors ligne
Normalização e Normas Técnicas
                                        José Augusto A.K. Pinto de Abreu (Sócio-Diretor da Sextante Ltda.) &
                                        Guilherme A.Witte Cruz Machado (Líder de Projetos da Sextante Ltda.)



         O que é   Ao longo do tempo, as necessidades humanas levaram à necessidade de se
Normalização e o   definirem padrões. O homem começou a medir distâncias, dimensões,
                   massas e áreas para construir, produzir, colher sua alimentação ou
 que são normas
                   comercializar a sua produção. Começou também a definir regras sobre
       técnicas?   como medir, como classificar a produção ou sobre como produzir alguns
                   bens.
                   O estabelecimento dessas regras comuns para as atividades e seus
                   resultados (estabelecidas de comum acordo entre os interessados nessas
                   atividades e nos seus resultados) vem sendo realizada, de uma maneira ou
                   de outra, desde que o homem vive em sociedade.
                   A atividade de estabelecimento de regras e padrões comuns é denominada
                   normalização e o produto final do processo de normalização é a norma
                   técnica.
                   Em termos tecnológicos, a normalização pode ser descrita como a
                   tradução das expectativas em relação a um produto, serviço, processo,
                   sistemas de gestão, competência de pessoas etc., em termos de requisitos
                   utilizando a linguagem da tecnologia e baseando-se na experiência e na
                   ciência.
                   As normas técnicas constituem parte importante do acervo tecnológico de
                   um pais, disponível para a sociedade.
                   Neste sentido, as normas técnicas são documentos que estabelecem
                   requisitos de qualidade, requisitos de desempenho, requisitos de
                   segurança, procedimentos, formas, dimensões, classificações ou
                   terminologias e glossários. Podem ainda estabelecer a maneira de medir
                   ou de determinar características do produto, processo ou serviço.
                   Existem assim diversos tipos de normas: especificações, procedimentos,
                   métodos de ensaios, classificações, padronizações, terminologia são os
                   mais comuns 



Como é o Sistema No Brasil, o Sistema Brasileiro de Normalização - SBN é o subsistema
    Brasileiro de destinado ao desenvolvimento e coordenação das atividades de
  Normalização? normalização no País no âmbito do Sinmetro – o Sistema Nacional de
                   Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial. O Inmetro – Instituto
                                                               Normalização e Normas Técnicas           1/6
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial é o seu órgão
                    executivo. Informações sobre o Sinmetro podem ser obtidas através do
                    sítio www.inmetro.gov.br/inmetro/sinmetro.asp.
                    A ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas é o organismo nacional
                    de normalização, seguindo as boas práticas internacionais descritas nos
                    guias e normas internacionais para o tema. Informações sobre a ABNT
                    podem ser obtidas no sítio www.abnt.org.br.
                    As normas técnicas são desenvolvidas em Comitês Técnicos coordenados
                    pela ABNT.
                    O órgão de política do SBN é o CBN – Comitê Brasileiro de Nomalização,
                    órgão assessor do Conmetro, tendo como função a proposição das
                    políticas e diretrizes de normalização ao Conmetro e o estabelecimento da
                    Estratégia Brasileira de Normalização que contém as principais diretrizes
                    estratégicas para o desenvolvimento e consolidação da normalização no
                    país. Informações sobre o CBN podem ser obtidas no sítio
                    www.inmetro.gov.br/qualidade/comites/cbn.asp 



         Quais as A normalização é uma atividade da sociedade e pode ser descrita como a
características da sua auto-regulação, considerando que é essencialmente voluntária e
   Normalização? construída de comum acordo entre os interessados, tendo como base o
                    consenso.
                    O processo de normalização é conduzido por organizações especializadas
                    (públicas, privadas ou mistas) denominadas organismos de normalização.
                    Nesta atividade, os organismos de normalização seguem princípios
                    consagrados internacionalmente.
                    Os princípios são a voluntariedade, representatividade, paridade,
                    consenso, transparência e atualização.
                    O princípio da voluntariedade diz respeito tanto à participação voluntária
                    no desenvolvimento da norma (isto é, ninguém é obrigado a participar)
                    quanto ao seu uso, como resultante de uma decisão racional em que se
                    percebe mais vantagens no seu uso do que em não usá-la.
                    O princípio representatividade refere-se à necessidade de participação dos
                    fornecedores, dos consumidores e de outras partes interessadas
                    (universidades, laboratórios, institutos de pesquisa, governo), de modo
                    que a opinião de todos os interessados seja considerada no
                    estabelecimento da norma.
                    O princípio da paridade refere-se ao equilíbrio representativo dos diversos
                                                            Normalização e Normas Técnicas   2/6
interesses envolvidos, evitando-se assim a imposição de um sobre os
                      demais por conta do número maior de representantes.
                      O princípio do consenso assegura que a norma representa a solução
                      aceitável para as partes interessadas, sem a predominância de nenhum
                      interesse em particular.
                      O princípio da atualização diz que as normas técnicas devem ser
                      periodicamente revisadas, de maneira a se assegurar que estão atualizadas
                      em relação à tecnologia disponível e em uso.
                      O princípio da transparência estabelece que o processo de normalização é
                      aberto, público e previsível, de maneira a que os potenciais interessados
                      ou afetados possam dele tomar conhecimento e participar se assim o
                      entenderem 



 Como é o processo    Tipicamente, o processo de normalização tem 4 etapas: planejamento,
                de    elaboração, aprovação e publicação.
   desenvolvimento    Na etapa de planejamento é realizada a identificação e qualificação das
de normas técnicas?   demandas, a caracterização dos temas a serem abordados, o
                      estabelecimento de prioridades e o estabelecimento de um plano de
                      normalização de acordo com a vontade da sociedade.
                      A etapa de elaboração é quando os textos são desenvolvidos. Nesta etapa
                      procura-se assegurar que os projetos de norma: atendem às necessidades
                      identificadas na fase de planejamento; apresentam soluções aceitáveis
                      para todas as partes interessadas; apresentam soluções técnicas
                      consistentes; e constituem-se em uma base efetiva para o
                      desenvolvimento tecnológico do setor.
                      Na etapa de aprovação, o texto proposto se converte formalmente numa
                      norma técnica. Usualmente envolve uma consulta mais ampla a um público
                      que não participou do desenvolvimento do projeto de norma, de modo a
                      que se possa assegurar que houve oportunidade para conhecimento e
                      apreciação pelos interessados.
                      Na etapa de publicação a norma é disponibilizada para a sociedade 



 Quais são os níveis A atividade de normalização é desenvolvida em diversos níveis,
  de Normalização? relacionados com a abrangência da sua aplicação e da participação no seu
                      desenvolvimento. Neste sentido, a normalização e as normas técnicas

                                                             Normalização e Normas Técnicas   3/6
podem ser classificadas como internacionais, regionais ou nacionais.
                   As normas internacionais são aquelas desenvolvidas por organismos
                   internacionais de normalização. São as normas da ISO – Organização
                   Internacional para a Normalização e da IEC – Comitê Eletrotécnico
                   Internacional, além de outras organizações internacionais como a ITU –
                   União Internacional de Telecomunicações, o Comitê do Codex Alimentarius,
                   que é um comitê conjunto da Organização Mundial da Saúde e da
                   Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, dentre
                   outras.. Informações sobre a ISO e a IEC podem ser obtidas através dos
                   sítios www.iso.org e www.iec.ch, respectivamente.
                   As normas regionais são aquelas desenvolvidas no âmbito dos organismos
                   regionais de normalização. Normalmente, esses organismos regionais
                   estão vinculados a uma área geográfica. As normas da AMN – Associação
                   Mercosul de Normalização (países do Mercosul) e da Copant – Comissão
                   Panamericana de Normas Técnicas (países das Américas) são exemplos de
                   normas regionais. Informações sobre a AMN e a Copant podem ser obtidas
                   através dos sítios www.amn.org.br e www.copant.org, respectivamente.
                   As normas nacionais são aquelas produzidas pelos organismos nacionais
                   de normalização. Normalmente, cada país possui somente um organismo
                   de normalização com o reconhecimento oficial do Governo.
                   Tanto na normalização internacional quanto na normalização regional os
                   representantes dos países nos organismos internacionais e regionais de
                   normalização são os organismos nacionais de normalização.
                   O Brasil, por meio da ABNT, participa ativamente dos organismos
                   internacionais e regionais de normalização citados.
                   Existem ainda outros dois níveis de normalização, mas que não devem ser
                   usadas em apoio à legislação. Trata-se das normas de empresa, ou seja,
                   normas estabelecidas por uma empresa para controlar os seus processos e
                   atividades, e as normas setoriais, que são normas adotadas por entidades
                   setoriais ou não-governamentais mas que não fazem parte dos sistemas
                   institucionais de normalização e, portanto, não são formalmente
                   reconhecidas pelo Estado. Pela sua própria natureza, o agente público e as
                   demais partes interessadas não tem assegurada a possibilidade de
                   participação e de influenciar no seu conteúdo 



     Qual a relação As normas técnicas podem desempenhar um papel importante na
entre as normas e a legislação, nomeadamente nos regulamentos técnicos.

                                                      Normalização e Normas Técnicas   4/6
legislação? Em vez de serem obrigados a encontrar soluções para as questões técnicas
             específicas, os legisladores podem utilizar as soluções técnicas
             encontradas nas normas técnicas.
             Ao se considerar a possibilidade de se utilizarem normas técnicas como
             uma das bases técnicas da legislação, é importante que o legislador faça
             uma análise crítica do seu conteúdo, de forma a se assegurar que contém
             soluções apropriadas para atender às finalidades da sua utilização.
             Devido a acordos multilaterais de que o Brasil é signatário, em especial o
             Acordo de Barreiras Técnicas ao Comércio da Organização Mundial do
             Comércio – OMC , o legislador deve utilizar, nesta ordem de preferência, as
             normas técnicas internacionais (ISO ou IEC), regionais (AMN ou Copant) ou
             brasileiras (ABNT).
             Vale ressaltar que as normas técnicas internacionais não são publicadas na
             língua portuguesa e, portanto, devem ser adotadas como normas
             brasileiras, no âmbito da ABNT, antes de sua utilização em uma legislação.
             A ABNT rotineiramente adota normas internacionais e regionais como
             normas nacionais (as normas ABNT NBR ISO/IEC, por exemplo).
             Graças às características, aos princípios e às etapas do processo de
             normalização, a norma técnica tem ampla aceitação pela sociedade. Dessa
             forma, o legislador também pode esperar uma ampla aceitação do
             conteúdo técnico da legislação 


                     ___________________________




                                                Normalização e Normas Técnicas   5/6

Contenu connexe

Tendances

Teoria Geral de Sistemas
Teoria Geral de SistemasTeoria Geral de Sistemas
Teoria Geral de Sistemaspaulocsm
 
Capacidade de produção
Capacidade de produçãoCapacidade de produção
Capacidade de produçãoMauro Enrique
 
Elaboração e Gestão de Projetos - 1. Fundamentos de Gestão de Projetos
Elaboração e Gestão de Projetos - 1. Fundamentos de Gestão de ProjetosElaboração e Gestão de Projetos - 1. Fundamentos de Gestão de Projetos
Elaboração e Gestão de Projetos - 1. Fundamentos de Gestão de Projetoselonvila
 
Aula de desenvolvimento de produtos
Aula de desenvolvimento de produtosAula de desenvolvimento de produtos
Aula de desenvolvimento de produtosCENNE
 
Administração - conceitos, origens e evolução
Administração - conceitos, origens e evoluçãoAdministração - conceitos, origens e evolução
Administração - conceitos, origens e evoluçãoLemos1960
 
Sistema de informação gerencial
Sistema de informação gerencialSistema de informação gerencial
Sistema de informação gerencialDenilson Sousa
 
Ciclo pdca
Ciclo pdcaCiclo pdca
Ciclo pdcaCarci
 

Tendances (20)

Teoria Geral de Sistemas
Teoria Geral de SistemasTeoria Geral de Sistemas
Teoria Geral de Sistemas
 
Organização
OrganizaçãoOrganização
Organização
 
Fundamentos da Gestão de Projetos
Fundamentos da Gestão de ProjetosFundamentos da Gestão de Projetos
Fundamentos da Gestão de Projetos
 
Organizações e administração
Organizações e administraçãoOrganizações e administração
Organizações e administração
 
Folha de verificação
Folha de verificaçãoFolha de verificação
Folha de verificação
 
Aula 1 - Gestão da Qualidade
Aula 1 - Gestão da QualidadeAula 1 - Gestão da Qualidade
Aula 1 - Gestão da Qualidade
 
Capacidade de produção
Capacidade de produçãoCapacidade de produção
Capacidade de produção
 
Elaboração e Gestão de Projetos - 1. Fundamentos de Gestão de Projetos
Elaboração e Gestão de Projetos - 1. Fundamentos de Gestão de ProjetosElaboração e Gestão de Projetos - 1. Fundamentos de Gestão de Projetos
Elaboração e Gestão de Projetos - 1. Fundamentos de Gestão de Projetos
 
Aula de desenvolvimento de produtos
Aula de desenvolvimento de produtosAula de desenvolvimento de produtos
Aula de desenvolvimento de produtos
 
Kaizen
KaizenKaizen
Kaizen
 
O que é ISO
O que é ISOO que é ISO
O que é ISO
 
Organização do trabalho
Organização do trabalhoOrganização do trabalho
Organização do trabalho
 
Administração - conceitos, origens e evolução
Administração - conceitos, origens e evoluçãoAdministração - conceitos, origens e evolução
Administração - conceitos, origens e evolução
 
Sistema de informação gerencial
Sistema de informação gerencialSistema de informação gerencial
Sistema de informação gerencial
 
Cultura e clima organizacionais 2
Cultura e clima organizacionais 2Cultura e clima organizacionais 2
Cultura e clima organizacionais 2
 
Ciclo pdca
Ciclo pdcaCiclo pdca
Ciclo pdca
 
Fluxogramas
FluxogramasFluxogramas
Fluxogramas
 
Fluxogramas
FluxogramasFluxogramas
Fluxogramas
 
Teoria geral da administração
Teoria geral da administraçãoTeoria geral da administração
Teoria geral da administração
 
Gestao De Projetos
Gestao De ProjetosGestao De Projetos
Gestao De Projetos
 

En vedette

Normas Universais sobre o Ano Litúrgico e Calendário
Normas Universais sobre o Ano Litúrgico e CalendárioNormas Universais sobre o Ano Litúrgico e Calendário
Normas Universais sobre o Ano Litúrgico e CalendárioRodrigo Thiago Passos Silva
 
ISO A MAIOR ORGANIZAÇÃO DO MUNDO EM DESENVOLVIMENTO DE NORMAS
ISO A MAIOR ORGANIZAÇÃO DO MUNDO EM DESENVOLVIMENTO DE NORMASISO A MAIOR ORGANIZAÇÃO DO MUNDO EM DESENVOLVIMENTO DE NORMAS
ISO A MAIOR ORGANIZAÇÃO DO MUNDO EM DESENVOLVIMENTO DE NORMASPedro Domacena
 
ADMINISTRAÇÃO DE SERVIÇOS: Avaliação da qualidade dos serviços prestados por...
ADMINISTRAÇÃO DE SERVIÇOS:  Avaliação da qualidade dos serviços prestados por...ADMINISTRAÇÃO DE SERVIÇOS:  Avaliação da qualidade dos serviços prestados por...
ADMINISTRAÇÃO DE SERVIÇOS: Avaliação da qualidade dos serviços prestados por...jose Ginaldo Oliveira santos
 
Sistemas organizacionais e introdução á gestão
Sistemas organizacionais e introdução á gestãoSistemas organizacionais e introdução á gestão
Sistemas organizacionais e introdução á gestãoSousa1973
 
Sistema Português de Qualidade
Sistema Português de QualidadeSistema Português de Qualidade
Sistema Português de QualidadeI.Braz Slideshares
 
Apostíla ISO 9001 2008
Apostíla ISO 9001 2008Apostíla ISO 9001 2008
Apostíla ISO 9001 2008Rogério Souza
 
Apresentação Cadeia Cliente X Fornecedor
Apresentação Cadeia Cliente X FornecedorApresentação Cadeia Cliente X Fornecedor
Apresentação Cadeia Cliente X FornecedorRubia Soraya Rabello
 
Gestão da qualidade
Gestão da qualidadeGestão da qualidade
Gestão da qualidadeCarlos Sousa
 
QUALIDADE NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO
QUALIDADE NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOQUALIDADE NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO
QUALIDADE NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOAlysson Souza
 
Qualidade de Processo A Série ISO 9000
Qualidade de Processo A Série ISO 9000Qualidade de Processo A Série ISO 9000
Qualidade de Processo A Série ISO 9000elliando dias
 

En vedette (20)

2012 11-05 - aula 13 - as normas da qualidade
2012 11-05 - aula 13 - as normas da qualidade2012 11-05 - aula 13 - as normas da qualidade
2012 11-05 - aula 13 - as normas da qualidade
 
Aulasqualidade
AulasqualidadeAulasqualidade
Aulasqualidade
 
Gerencia
GerenciaGerencia
Gerencia
 
Normas Universais sobre o Ano Litúrgico e Calendário
Normas Universais sobre o Ano Litúrgico e CalendárioNormas Universais sobre o Ano Litúrgico e Calendário
Normas Universais sobre o Ano Litúrgico e Calendário
 
ISO A MAIOR ORGANIZAÇÃO DO MUNDO EM DESENVOLVIMENTO DE NORMAS
ISO A MAIOR ORGANIZAÇÃO DO MUNDO EM DESENVOLVIMENTO DE NORMASISO A MAIOR ORGANIZAÇÃO DO MUNDO EM DESENVOLVIMENTO DE NORMAS
ISO A MAIOR ORGANIZAÇÃO DO MUNDO EM DESENVOLVIMENTO DE NORMAS
 
ADMINISTRAÇÃO DE SERVIÇOS: Avaliação da qualidade dos serviços prestados por...
ADMINISTRAÇÃO DE SERVIÇOS:  Avaliação da qualidade dos serviços prestados por...ADMINISTRAÇÃO DE SERVIÇOS:  Avaliação da qualidade dos serviços prestados por...
ADMINISTRAÇÃO DE SERVIÇOS: Avaliação da qualidade dos serviços prestados por...
 
Sistemas organizacionais e introdução á gestão
Sistemas organizacionais e introdução á gestãoSistemas organizacionais e introdução á gestão
Sistemas organizacionais e introdução á gestão
 
Sistema Português de Qualidade
Sistema Português de QualidadeSistema Português de Qualidade
Sistema Português de Qualidade
 
Aula 3 - Normalização
Aula 3 - NormalizaçãoAula 3 - Normalização
Aula 3 - Normalização
 
Apostíla ISO 9001 2008
Apostíla ISO 9001 2008Apostíla ISO 9001 2008
Apostíla ISO 9001 2008
 
Apresentação Cadeia Cliente X Fornecedor
Apresentação Cadeia Cliente X FornecedorApresentação Cadeia Cliente X Fornecedor
Apresentação Cadeia Cliente X Fornecedor
 
Engenharia da qualidade
Engenharia da qualidadeEngenharia da qualidade
Engenharia da qualidade
 
Gestão da qualidade
Gestão da qualidadeGestão da qualidade
Gestão da qualidade
 
Otoc
OtocOtoc
Otoc
 
Normas tecnicas desenho
Normas tecnicas desenhoNormas tecnicas desenho
Normas tecnicas desenho
 
Gestão da qualidade
Gestão da qualidade Gestão da qualidade
Gestão da qualidade
 
QUALIDADE NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO
QUALIDADE NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOQUALIDADE NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO
QUALIDADE NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO
 
NR 01 até NR 35 em pdf
NR 01 até NR 35 em pdfNR 01 até NR 35 em pdf
NR 01 até NR 35 em pdf
 
Qualidade de Processo A Série ISO 9000
Qualidade de Processo A Série ISO 9000Qualidade de Processo A Série ISO 9000
Qualidade de Processo A Série ISO 9000
 
Aula de gasometria
Aula de gasometriaAula de gasometria
Aula de gasometria
 

Similaire à Normalização e Normas Técnicas

Artigo normalização e normas técnicas
Artigo normalização e normas técnicasArtigo normalização e normas técnicas
Artigo normalização e normas técnicasSextante_Consultoria
 
Artigo uso normas técnicas pelo governo
Artigo uso normas técnicas pelo governoArtigo uso normas técnicas pelo governo
Artigo uso normas técnicas pelo governoSextante_Consultoria
 
Princípios da qualidade em eventos
Princípios da qualidade em eventosPrincípios da qualidade em eventos
Princípios da qualidade em eventoscrrrs
 
1 um modelo de gestao de riscos
1   um modelo de gestao de riscos1   um modelo de gestao de riscos
1 um modelo de gestao de riscosEduardo Sampaio
 
Boas Práticas Regulatórias: Análise de Impacto Regulatório
Boas Práticas Regulatórias: Análise de Impacto RegulatórioBoas Práticas Regulatórias: Análise de Impacto Regulatório
Boas Práticas Regulatórias: Análise de Impacto RegulatórioOxya Agro e Biociências
 
132 slides engenharia da qualidade sistema de manufatura
132 slides engenharia da qualidade  sistema  de  manufatura  132 slides engenharia da qualidade  sistema  de  manufatura
132 slides engenharia da qualidade sistema de manufatura delano chaves gurgel do amaral
 
Manual de-aud-de-obras-e-serv-de-eng
Manual de-aud-de-obras-e-serv-de-engManual de-aud-de-obras-e-serv-de-eng
Manual de-aud-de-obras-e-serv-de-engPLINIO ARAUJO
 

Similaire à Normalização e Normas Técnicas (20)

Artigo normalização e normas técnicas
Artigo normalização e normas técnicasArtigo normalização e normas técnicas
Artigo normalização e normas técnicas
 
Uso de Normas Técnicas pelo Governo
Uso de Normas Técnicas pelo GovernoUso de Normas Técnicas pelo Governo
Uso de Normas Técnicas pelo Governo
 
Abnt perguntas frequentes
Abnt perguntas frequentesAbnt perguntas frequentes
Abnt perguntas frequentes
 
Artigo uso normas técnicas pelo governo
Artigo uso normas técnicas pelo governoArtigo uso normas técnicas pelo governo
Artigo uso normas técnicas pelo governo
 
Princípios da qualidade em eventos
Princípios da qualidade em eventosPrincípios da qualidade em eventos
Princípios da qualidade em eventos
 
As normas iso 14000
As normas iso 14000As normas iso 14000
As normas iso 14000
 
Cartilha cni normalização
Cartilha cni normalizaçãoCartilha cni normalização
Cartilha cni normalização
 
Normalização e Governo
Normalização e GovernoNormalização e Governo
Normalização e Governo
 
1 um modelo de gestao de riscos
1   um modelo de gestao de riscos1   um modelo de gestao de riscos
1 um modelo de gestao de riscos
 
Estudo sistema de qualidade
Estudo sistema de qualidadeEstudo sistema de qualidade
Estudo sistema de qualidade
 
Padronização de processos e procedimentos
Padronização de processos e procedimentosPadronização de processos e procedimentos
Padronização de processos e procedimentos
 
Gestao e qualidade
Gestao e qualidadeGestao e qualidade
Gestao e qualidade
 
Abnt nbr iso_12207
Abnt nbr iso_12207Abnt nbr iso_12207
Abnt nbr iso_12207
 
Sistema de qualidade
Sistema de qualidadeSistema de qualidade
Sistema de qualidade
 
Gestao e qualidade
Gestao e qualidadeGestao e qualidade
Gestao e qualidade
 
Engenharia de qualidade
Engenharia de qualidadeEngenharia de qualidade
Engenharia de qualidade
 
Boas Práticas Regulatórias: Análise de Impacto Regulatório
Boas Práticas Regulatórias: Análise de Impacto RegulatórioBoas Práticas Regulatórias: Análise de Impacto Regulatório
Boas Práticas Regulatórias: Análise de Impacto Regulatório
 
132 slides engenharia da qualidade sistema de manufatura
132 slides engenharia da qualidade  sistema  de  manufatura  132 slides engenharia da qualidade  sistema  de  manufatura
132 slides engenharia da qualidade sistema de manufatura
 
Regulamentação Técnica
Regulamentação TécnicaRegulamentação Técnica
Regulamentação Técnica
 
Manual de-aud-de-obras-e-serv-de-eng
Manual de-aud-de-obras-e-serv-de-engManual de-aud-de-obras-e-serv-de-eng
Manual de-aud-de-obras-e-serv-de-eng
 

Plus de Guilherme Witte Cruz Machado

Método avaliação da qualidade de serviços turísticos
Método avaliação da qualidade de serviços turísticosMétodo avaliação da qualidade de serviços turísticos
Método avaliação da qualidade de serviços turísticosGuilherme Witte Cruz Machado
 
Tecnologia Industrial Básica - Diretrizes para o Setor de Máquinas e Equipame...
Tecnologia Industrial Básica - Diretrizes para o Setor de Máquinas e Equipame...Tecnologia Industrial Básica - Diretrizes para o Setor de Máquinas e Equipame...
Tecnologia Industrial Básica - Diretrizes para o Setor de Máquinas e Equipame...Guilherme Witte Cruz Machado
 
Estudos e Estratégias de Tecnologia Industrial Básica para o Segmento de prev...
Estudos e Estratégias de Tecnologia Industrial Básica para o Segmento de prev...Estudos e Estratégias de Tecnologia Industrial Básica para o Segmento de prev...
Estudos e Estratégias de Tecnologia Industrial Básica para o Segmento de prev...Guilherme Witte Cruz Machado
 
A importância das normas internacionais para as MPEs
A importância das normas internacionais para as MPEsA importância das normas internacionais para as MPEs
A importância das normas internacionais para as MPEsGuilherme Witte Cruz Machado
 

Plus de Guilherme Witte Cruz Machado (13)

A Arte da Resiliência
A Arte da ResiliênciaA Arte da Resiliência
A Arte da Resiliência
 
Estudo selo nacional de acessibilidade
Estudo   selo nacional de acessibilidadeEstudo   selo nacional de acessibilidade
Estudo selo nacional de acessibilidade
 
Método avaliação da qualidade de serviços turísticos
Método avaliação da qualidade de serviços turísticosMétodo avaliação da qualidade de serviços turísticos
Método avaliação da qualidade de serviços turísticos
 
Curso 15838 sextante 2014
Curso 15838 sextante 2014Curso 15838 sextante 2014
Curso 15838 sextante 2014
 
Apresentação ABNT NBR ISO 31000
Apresentação ABNT NBR ISO 31000Apresentação ABNT NBR ISO 31000
Apresentação ABNT NBR ISO 31000
 
Guia Entendendo e Participando da Normalização
Guia Entendendo e Participando da NormalizaçãoGuia Entendendo e Participando da Normalização
Guia Entendendo e Participando da Normalização
 
Tecnologia Industrial Básica - Diretrizes para o Setor de Máquinas e Equipame...
Tecnologia Industrial Básica - Diretrizes para o Setor de Máquinas e Equipame...Tecnologia Industrial Básica - Diretrizes para o Setor de Máquinas e Equipame...
Tecnologia Industrial Básica - Diretrizes para o Setor de Máquinas e Equipame...
 
Estudos e Estratégias de Tecnologia Industrial Básica para o Segmento de prev...
Estudos e Estratégias de Tecnologia Industrial Básica para o Segmento de prev...Estudos e Estratégias de Tecnologia Industrial Básica para o Segmento de prev...
Estudos e Estratégias de Tecnologia Industrial Básica para o Segmento de prev...
 
Gestão de Riscos – a norma ABNT NBR ISO 31000
Gestão de Riscos – a norma ABNT NBR ISO 31000Gestão de Riscos – a norma ABNT NBR ISO 31000
Gestão de Riscos – a norma ABNT NBR ISO 31000
 
A importância das normas internacionais para as MPEs
A importância das normas internacionais para as MPEsA importância das normas internacionais para as MPEs
A importância das normas internacionais para as MPEs
 
Boas Práticas de Regulamentação
Boas Práticas de RegulamentaçãoBoas Práticas de Regulamentação
Boas Práticas de Regulamentação
 
Avaliação da Conformidade
Avaliação da ConformidadeAvaliação da Conformidade
Avaliação da Conformidade
 
A Estratégia Brasileira de Normalização
A Estratégia Brasileira de NormalizaçãoA Estratégia Brasileira de Normalização
A Estratégia Brasileira de Normalização
 

Normalização e Normas Técnicas

  • 1. Normalização e Normas Técnicas José Augusto A.K. Pinto de Abreu (Sócio-Diretor da Sextante Ltda.) & Guilherme A.Witte Cruz Machado (Líder de Projetos da Sextante Ltda.) O que é Ao longo do tempo, as necessidades humanas levaram à necessidade de se Normalização e o definirem padrões. O homem começou a medir distâncias, dimensões, massas e áreas para construir, produzir, colher sua alimentação ou que são normas comercializar a sua produção. Começou também a definir regras sobre técnicas? como medir, como classificar a produção ou sobre como produzir alguns bens. O estabelecimento dessas regras comuns para as atividades e seus resultados (estabelecidas de comum acordo entre os interessados nessas atividades e nos seus resultados) vem sendo realizada, de uma maneira ou de outra, desde que o homem vive em sociedade. A atividade de estabelecimento de regras e padrões comuns é denominada normalização e o produto final do processo de normalização é a norma técnica. Em termos tecnológicos, a normalização pode ser descrita como a tradução das expectativas em relação a um produto, serviço, processo, sistemas de gestão, competência de pessoas etc., em termos de requisitos utilizando a linguagem da tecnologia e baseando-se na experiência e na ciência. As normas técnicas constituem parte importante do acervo tecnológico de um pais, disponível para a sociedade. Neste sentido, as normas técnicas são documentos que estabelecem requisitos de qualidade, requisitos de desempenho, requisitos de segurança, procedimentos, formas, dimensões, classificações ou terminologias e glossários. Podem ainda estabelecer a maneira de medir ou de determinar características do produto, processo ou serviço. Existem assim diversos tipos de normas: especificações, procedimentos, métodos de ensaios, classificações, padronizações, terminologia são os mais comuns  Como é o Sistema No Brasil, o Sistema Brasileiro de Normalização - SBN é o subsistema Brasileiro de destinado ao desenvolvimento e coordenação das atividades de Normalização? normalização no País no âmbito do Sinmetro – o Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial. O Inmetro – Instituto Normalização e Normas Técnicas 1/6
  • 2. Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial é o seu órgão executivo. Informações sobre o Sinmetro podem ser obtidas através do sítio www.inmetro.gov.br/inmetro/sinmetro.asp. A ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas é o organismo nacional de normalização, seguindo as boas práticas internacionais descritas nos guias e normas internacionais para o tema. Informações sobre a ABNT podem ser obtidas no sítio www.abnt.org.br. As normas técnicas são desenvolvidas em Comitês Técnicos coordenados pela ABNT. O órgão de política do SBN é o CBN – Comitê Brasileiro de Nomalização, órgão assessor do Conmetro, tendo como função a proposição das políticas e diretrizes de normalização ao Conmetro e o estabelecimento da Estratégia Brasileira de Normalização que contém as principais diretrizes estratégicas para o desenvolvimento e consolidação da normalização no país. Informações sobre o CBN podem ser obtidas no sítio www.inmetro.gov.br/qualidade/comites/cbn.asp  Quais as A normalização é uma atividade da sociedade e pode ser descrita como a características da sua auto-regulação, considerando que é essencialmente voluntária e Normalização? construída de comum acordo entre os interessados, tendo como base o consenso. O processo de normalização é conduzido por organizações especializadas (públicas, privadas ou mistas) denominadas organismos de normalização. Nesta atividade, os organismos de normalização seguem princípios consagrados internacionalmente. Os princípios são a voluntariedade, representatividade, paridade, consenso, transparência e atualização. O princípio da voluntariedade diz respeito tanto à participação voluntária no desenvolvimento da norma (isto é, ninguém é obrigado a participar) quanto ao seu uso, como resultante de uma decisão racional em que se percebe mais vantagens no seu uso do que em não usá-la. O princípio representatividade refere-se à necessidade de participação dos fornecedores, dos consumidores e de outras partes interessadas (universidades, laboratórios, institutos de pesquisa, governo), de modo que a opinião de todos os interessados seja considerada no estabelecimento da norma. O princípio da paridade refere-se ao equilíbrio representativo dos diversos Normalização e Normas Técnicas 2/6
  • 3. interesses envolvidos, evitando-se assim a imposição de um sobre os demais por conta do número maior de representantes. O princípio do consenso assegura que a norma representa a solução aceitável para as partes interessadas, sem a predominância de nenhum interesse em particular. O princípio da atualização diz que as normas técnicas devem ser periodicamente revisadas, de maneira a se assegurar que estão atualizadas em relação à tecnologia disponível e em uso. O princípio da transparência estabelece que o processo de normalização é aberto, público e previsível, de maneira a que os potenciais interessados ou afetados possam dele tomar conhecimento e participar se assim o entenderem  Como é o processo Tipicamente, o processo de normalização tem 4 etapas: planejamento, de elaboração, aprovação e publicação. desenvolvimento Na etapa de planejamento é realizada a identificação e qualificação das de normas técnicas? demandas, a caracterização dos temas a serem abordados, o estabelecimento de prioridades e o estabelecimento de um plano de normalização de acordo com a vontade da sociedade. A etapa de elaboração é quando os textos são desenvolvidos. Nesta etapa procura-se assegurar que os projetos de norma: atendem às necessidades identificadas na fase de planejamento; apresentam soluções aceitáveis para todas as partes interessadas; apresentam soluções técnicas consistentes; e constituem-se em uma base efetiva para o desenvolvimento tecnológico do setor. Na etapa de aprovação, o texto proposto se converte formalmente numa norma técnica. Usualmente envolve uma consulta mais ampla a um público que não participou do desenvolvimento do projeto de norma, de modo a que se possa assegurar que houve oportunidade para conhecimento e apreciação pelos interessados. Na etapa de publicação a norma é disponibilizada para a sociedade  Quais são os níveis A atividade de normalização é desenvolvida em diversos níveis, de Normalização? relacionados com a abrangência da sua aplicação e da participação no seu desenvolvimento. Neste sentido, a normalização e as normas técnicas Normalização e Normas Técnicas 3/6
  • 4. podem ser classificadas como internacionais, regionais ou nacionais. As normas internacionais são aquelas desenvolvidas por organismos internacionais de normalização. São as normas da ISO – Organização Internacional para a Normalização e da IEC – Comitê Eletrotécnico Internacional, além de outras organizações internacionais como a ITU – União Internacional de Telecomunicações, o Comitê do Codex Alimentarius, que é um comitê conjunto da Organização Mundial da Saúde e da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, dentre outras.. Informações sobre a ISO e a IEC podem ser obtidas através dos sítios www.iso.org e www.iec.ch, respectivamente. As normas regionais são aquelas desenvolvidas no âmbito dos organismos regionais de normalização. Normalmente, esses organismos regionais estão vinculados a uma área geográfica. As normas da AMN – Associação Mercosul de Normalização (países do Mercosul) e da Copant – Comissão Panamericana de Normas Técnicas (países das Américas) são exemplos de normas regionais. Informações sobre a AMN e a Copant podem ser obtidas através dos sítios www.amn.org.br e www.copant.org, respectivamente. As normas nacionais são aquelas produzidas pelos organismos nacionais de normalização. Normalmente, cada país possui somente um organismo de normalização com o reconhecimento oficial do Governo. Tanto na normalização internacional quanto na normalização regional os representantes dos países nos organismos internacionais e regionais de normalização são os organismos nacionais de normalização. O Brasil, por meio da ABNT, participa ativamente dos organismos internacionais e regionais de normalização citados. Existem ainda outros dois níveis de normalização, mas que não devem ser usadas em apoio à legislação. Trata-se das normas de empresa, ou seja, normas estabelecidas por uma empresa para controlar os seus processos e atividades, e as normas setoriais, que são normas adotadas por entidades setoriais ou não-governamentais mas que não fazem parte dos sistemas institucionais de normalização e, portanto, não são formalmente reconhecidas pelo Estado. Pela sua própria natureza, o agente público e as demais partes interessadas não tem assegurada a possibilidade de participação e de influenciar no seu conteúdo  Qual a relação As normas técnicas podem desempenhar um papel importante na entre as normas e a legislação, nomeadamente nos regulamentos técnicos. Normalização e Normas Técnicas 4/6
  • 5. legislação? Em vez de serem obrigados a encontrar soluções para as questões técnicas específicas, os legisladores podem utilizar as soluções técnicas encontradas nas normas técnicas. Ao se considerar a possibilidade de se utilizarem normas técnicas como uma das bases técnicas da legislação, é importante que o legislador faça uma análise crítica do seu conteúdo, de forma a se assegurar que contém soluções apropriadas para atender às finalidades da sua utilização. Devido a acordos multilaterais de que o Brasil é signatário, em especial o Acordo de Barreiras Técnicas ao Comércio da Organização Mundial do Comércio – OMC , o legislador deve utilizar, nesta ordem de preferência, as normas técnicas internacionais (ISO ou IEC), regionais (AMN ou Copant) ou brasileiras (ABNT). Vale ressaltar que as normas técnicas internacionais não são publicadas na língua portuguesa e, portanto, devem ser adotadas como normas brasileiras, no âmbito da ABNT, antes de sua utilização em uma legislação. A ABNT rotineiramente adota normas internacionais e regionais como normas nacionais (as normas ABNT NBR ISO/IEC, por exemplo). Graças às características, aos princípios e às etapas do processo de normalização, a norma técnica tem ampla aceitação pela sociedade. Dessa forma, o legislador também pode esperar uma ampla aceitação do conteúdo técnico da legislação  ___________________________ Normalização e Normas Técnicas 5/6