SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  12
RuPaul, Camp e Normatividade
Heitor Machado
UFRJ/CAPES – Mestrado de Mídias e Mediaç ões
Socioculturais
Març o/2015
XIV CONGRESSO INTERNACIONAL IBERCOM
2015
São Paulo/SP - Brasil
XIV CONGRESSO INTERNACIONAL IBERCOM
2015
São Paulo/SP - Brasil
Sobre o trabalho
Desenvolvido como trabalho final do curso Disputas na Arena do Gosto:
consumo cultural, distinç ão e sociabilidade, ministrado pela Prof. Mayka
Castellano.
O artigo utiliza a produç ão midiática de RuPaul Charles para problematizar
as diferentes articulaç ões do Camp.
Acredita-se, no entanto, que o Camp é capaz de produzir visibilidade
queer, mesmo normatizado. O queer é “o sujeito de sexualidade
desviante [...] que não deseja ser ‘integrado’ e muito menos
‘tolerado’” (LOURO, 2004. p. 07).
Observa-se também como o mainstream só é acessível através da
adesão de uma determinada normatividade.
XIV CONGRESSO INTERNACIONAL IBERCOM
2015
São Paulo/SP - Brasil
Sobre RuPaul Charles
“Eu, RuPaul, nasci uma pobre crianç a negra, na
comunidade de Brewster, em San Diego,
Califó rnia. Mas baby... you better work! Olhem
para mim agora. Como supermodelo original do
mundo, todos os meus sonhos se realizaram. E
agora, estána hora de partilhar meu amor”. (RPDR,
S01E01)
XIV CONGRESSO INTERNACIONAL IBERCOM
2015
São Paulo/SP - Brasil
Sobre o genderfuck:
É minha escolha não ser homem, e é minha escolha ser linda. Eu não sou
um imitador feminino; eu não quero zombar das mulheres. Eu quero criticar
e provocar os papé is femininos e també m os masculinos. Eu
quero tentar e mostrar como não-normal eu posso ser. Eu quero
ridicularizar e destruir toda a cosmologia dos restritivos papé is de
gênero e identificaç ão sexual (LONC, 1974 apud BERGMAN, 1993, p.
07).
[...] Porque eu fui capaz de transformar algo que era
entendido como subversivo em algo que era mainstream [...]
Esforç o calculado para retirar a sexualidade da minha
imagem. [...] as pessoas não se sentiam ameaç adas por
mim, e eu acho que isso tem a ver com a sexualidade. Elas
não pensam em mim desta forma; elas não se sentem sexualmente
ameaç adas por mim (RUPAUL, 03/09/2013, s/p).
XIV CONGRESSO INTERNACIONAL IBERCOM
2015
São Paulo/SP - Brasil
As articulaç ões do Camp. De acordo com Sontag
(1964),
1. [...] O Camp é um certo tipo de esteticismo.
É uma maneira de ver o mundo como um
fenô meno esté tico. Essa maneira, a maneira do
Camp, não se refere à beleza, mas ao grau de artifício,
de estilizaç ão.
2. Enfatizar o estilo é menosprezar o conteúdo [...]. Não
é preciso dizer que a sensibilidade Camp é
descompromissada e despolitizada — pelo
menos apolítica.
XIV CONGRESSO INTERNACIONAL IBERCOM
2015
São Paulo/SP - Brasil
No entanto, segundo Meyer (2005),
O Pop Camp surge como “veículo involuntário de uma operaç ão
subversiva que introduz os có digos de significaç ão
queer no discurso dominante” (MEYER, 2005, p. 11).
Sem o processo da paró dia, o agente marginalizado não tem
acesso à representaç ão, o aparelho que é controlado pela
ordem dominante. O Camp, especificamente como paró dia
queer, se torna então o único processo no qual o queer é
capaz de penetrar a representaç ão e produzir visibilidade
social” (MEYER, 2005, p. 09).
XIV CONGRESSO INTERNACIONAL IBERCOM
2015
São Paulo/SP - Brasil
Articulaç ões do Camp por
RuPaul
[...] Fazem graç a dos papéis que as pessoas representam. […]
São experts na paró dia, sátira, e desconstruç ão dos padrões
sociais [...] técnica de sobrevivência para evitar ser sugada
para a ‘seriedade’ de todo o drama” (RUPAUL, 2010, p. 11).
“Não levar a vida tão a sé rio; Se ame; Poucas coisas não
possuem limites, mas não ultrapasse a linha da gentileza; Faç a
o que quiser, desde que não machuque ninguém no processo;
Viva sua vida sem restriç ões” (RUPAUL, 2010, p. 12).
XIV CONGRESSO INTERNACIONAL IBERCOM
2015
São Paulo/SP - Brasil
41. A questão fundamental do Camp é destronar o sério. O
Camp é jocoso, anti-sé rio. Mais precisamente, o
Camp envolve uma nova e mais complexa relaç ão com o
"sério". Pode-se ser sério a respeito do frívolo, e frívolo a
respeito do sério.
43. Os recursos tradicionais que permitem ultrapassar a
seriedade convencional — ironia, sátira — parecem fracos
hoje, inadequados ao veículo culturalmente supersaturado
no qual a sensibilidade contemporânea é educada. O Camp
introduz um novo modelo: o artifício como ideal, a
teatralidade.
[...] Isso tira o foco da eliminação de algo negativo – o fato de
uma competidora sair do show – para algo positivo –
reafirmação do amor individual e da crítica construtiva
para o bem maior. Adicionalmente, essa afirmação enfatiza a
necessidade por amor mútuo e apoio na marginalizada
comunidade drag (HICKS, 2013, p. 156).
XIV CONGRESSO INTERNACIONAL IBERCOM
2015
São Paulo/SP - Brasil
[...] Em Drag Race e Drag U o campy homicida passional é utilizado para capitalizar
objetivos políticos homonormativos, transformando o drag em mercadoria
cultural mainstream a qual o consumo incorpora homens gays
(predominantemente brancos) em regimes normativos de poder. Heterossexuais
que assistem o programa são garantidos que gays partilham os mesmos valores, excluindo a
ameaç a e desestabilizando a forç a do drag e do camp atravé s de causas
assimilacionistas [...]. (MORRISON, 2014, p. 125).
O Camp homicida passional e a homonormatividade
XIV CONGRESSO INTERNACIONAL IBERCOM
2015
São Paulo/SP - Brasil
Concluindo
O Camp, normatizado, é oferecido como estilo de vida, muito
pró ximo ao proposto por Sontag (1964).
A positivaç ão do Camp não acontece mais silenciando a agência do queer,
mas sim transformando-o em um estilo de que promove a integraç ão do
queer às causas hetero e homonormativas, atendendo as normas do
ethos terapêutico (FUREDI, 2003; ILLOUZ, 2008, 2011) e do
imperativo da felicidade (FREIRE FILHO, 2010).
XIV CONGRESSO INTERNACIONAL IBERCOM
2015
São Paulo/SP - Brasil
Por fim,
Ainda que o Camp em RuPaul se articule como estilo de vida, muito
enfraquecido, ele é capaz de produzir visibilidade queer através da
paró dia. No entanto, é preciso lembrar que a política normativa que
busca sempre integrar o queer não exige apenas uma partilha de
valores, principalmente morais, mas també m um padrão de
conduta, muito pautado pelo ethos terapêutico. O acesso ao
mainstream só é possível ao aderir às normatividades impostas por esse
ethos, que exige dos indivíduos determinadas competências
emocionais e afetivas, como confianç a, auto-estima e
resiliência, sem importar as práticas sexuais, as questões de
identidade de gênero ou sexo bioló gico.
XIV CONGRESSO INTERNACIONAL IBERCOM
2015
São Paulo/SP - Brasil
Referências bibliográficas
CHARLES, RuPaul. Biografia. Disponível em: <http://migre.me/nsupy>. Acesso em 03 dez. de 2014.
CHARLES, RuPaul. Workin’ It: RuPaul’s Guide to Life, Liberty, and the Pursui of Style. HaperCollins: EPub,
2009.
FREIRE FILHO, João. Ser Feliz Hoje (org.). Rio de Janeiro: FGV. 2010.
HICKS, Jessica. Can I Get an ‘Amen’?: marginalized communities and self-love on RuPaul’s Drag Race. In:
Demeroy, Pamela; Pullen, Christopher. Queer Love in Film and Television: critical essays. New York: Palgrave
Macmillan, 2013.
ILLOUZ, Eva. O amor nos tempos do capitalismo. Rio de Janeiro: Zahar. 2011
LONC, Christopher. Genderfuck and It’s Delights. In: Bergman, David. Camp Grounds: style and homossexuality.
Amherst: University of Massachussetts Press, 1993.
LOURO, Guacira Lopes. Um corpo estranho: ensaios sobre sexualidade e teoria queer. Belo Horizonte:
Autêntica, 2004.
MEYER, Moe. The Politics and Poetics of Camp. London: Routledge, 2005.
MORRISON, Josh. Draguating to Normal. In: The Makeup of RuPaul's Drag Race: essays on the queen of reality
shows. Jefferson: McFarland. 2014.
SHERMAN, Lisa. Logo Saying GOODBYE To Gay-Themed Programming. Disponível em: <
http://migre.me/nsHFM>. Acesso em: 03 dez. 2014.
SONTAG, Susan. Notas sobre Camp. In: Contra a interpretação. Porto Alegre: L&PM, 1987.
WU, Jason. The Transformer: RuPaul. Disponível em: <http://migre.me/nMRit>. Acesso em: 03 dez. 2014.

Contenu connexe

Similaire à RuPaul e as articulações do Camp

O Estilo de Vida Indie na série Girls
O Estilo de Vida Indie na série GirlsO Estilo de Vida Indie na série Girls
O Estilo de Vida Indie na série GirlsPhillipe Xavier
 
O Brasil Entra no Palco do Mundo com Inclusão
O Brasil Entra no Palco do Mundo com InclusãoO Brasil Entra no Palco do Mundo com Inclusão
O Brasil Entra no Palco do Mundo com InclusãoScott Rains
 
Semi Escritores da Liberdade Janaira Franca
Semi Escritores da Liberdade Janaira FrancaSemi Escritores da Liberdade Janaira Franca
Semi Escritores da Liberdade Janaira FrancaProfa. Janaíra França
 
Folhetim do Estudante - Ano II - Núm.XXVIII
Folhetim do Estudante - Ano II - Núm.XXVIIIFolhetim do Estudante - Ano II - Núm.XXVIII
Folhetim do Estudante - Ano II - Núm.XXVIIIValter Gomes
 
Diversidade nas organizações: uma intersecção de raça e gênero
Diversidade nas organizações: uma intersecção de raça e gênero Diversidade nas organizações: uma intersecção de raça e gênero
Diversidade nas organizações: uma intersecção de raça e gênero Taís Oliveira
 
Fazendo O Outing: EstratéGias De DivulgaçãO Da Mostra FotográFica Boneca Sai ...
Fazendo O Outing: EstratéGias De DivulgaçãO Da Mostra FotográFica Boneca Sai ...Fazendo O Outing: EstratéGias De DivulgaçãO Da Mostra FotográFica Boneca Sai ...
Fazendo O Outing: EstratéGias De DivulgaçãO Da Mostra FotográFica Boneca Sai ...Marcel Ayres
 
Livro do I. PAPAI - ong feminista que trabalha com homens e masculinidades
Livro do I. PAPAI - ong feminista que trabalha com homens e masculinidadesLivro do I. PAPAI - ong feminista que trabalha com homens e masculinidades
Livro do I. PAPAI - ong feminista que trabalha com homens e masculinidadesProf. Marcus Renato de Carvalho
 
A ficção dentro da ficção de george orwell e suas nuances
A ficção dentro da ficção de george orwell e suas nuancesA ficção dentro da ficção de george orwell e suas nuances
A ficção dentro da ficção de george orwell e suas nuancesUNEB
 
Micsur2
Micsur2Micsur2
Micsur2atepsi
 
Revisão Unicamp
Revisão UnicampRevisão Unicamp
Revisão Unicamplipexleal
 
Dia da consciencia negra reeditado em 2020
Dia da consciencia negra   reeditado em 2020Dia da consciencia negra   reeditado em 2020
Dia da consciencia negra reeditado em 2020Fabio Rogerio Nepomuceno
 
Um olhar sobre gênero e identidade
Um olhar sobre gênero e identidadeUm olhar sobre gênero e identidade
Um olhar sobre gênero e identidadepibiduergsmontenegro
 
Trabalho de T.C.E- capitulo de grupo
Trabalho de T.C.E- capitulo de grupoTrabalho de T.C.E- capitulo de grupo
Trabalho de T.C.E- capitulo de grupoanapinheiroeduc
 
Projeto mulher a necessidade de um olhar crítico da educação básica sobre o...
Projeto mulher   a necessidade de um olhar crítico da educação básica sobre o...Projeto mulher   a necessidade de um olhar crítico da educação básica sobre o...
Projeto mulher a necessidade de um olhar crítico da educação básica sobre o...pedagogicosjdelrei
 
TEXTO DA HELOISA BUARQUE.pdf
TEXTO DA HELOISA BUARQUE.pdfTEXTO DA HELOISA BUARQUE.pdf
TEXTO DA HELOISA BUARQUE.pdfAndréea Vieira
 

Similaire à RuPaul e as articulações do Camp (20)

Ciencias socias tema_4
Ciencias socias tema_4Ciencias socias tema_4
Ciencias socias tema_4
 
O Estilo de Vida Indie na série Girls
O Estilo de Vida Indie na série GirlsO Estilo de Vida Indie na série Girls
O Estilo de Vida Indie na série Girls
 
O Brasil Entra no Palco do Mundo com Inclusão
O Brasil Entra no Palco do Mundo com InclusãoO Brasil Entra no Palco do Mundo com Inclusão
O Brasil Entra no Palco do Mundo com Inclusão
 
Semi Escritores da Liberdade Janaira Franca
Semi Escritores da Liberdade Janaira FrancaSemi Escritores da Liberdade Janaira Franca
Semi Escritores da Liberdade Janaira Franca
 
Folhetim do Estudante - Ano II - Núm.XXVIII
Folhetim do Estudante - Ano II - Núm.XXVIIIFolhetim do Estudante - Ano II - Núm.XXVIII
Folhetim do Estudante - Ano II - Núm.XXVIII
 
Diversidade nas organizações: uma intersecção de raça e gênero
Diversidade nas organizações: uma intersecção de raça e gênero Diversidade nas organizações: uma intersecção de raça e gênero
Diversidade nas organizações: uma intersecção de raça e gênero
 
Fazendo O Outing: EstratéGias De DivulgaçãO Da Mostra FotográFica Boneca Sai ...
Fazendo O Outing: EstratéGias De DivulgaçãO Da Mostra FotográFica Boneca Sai ...Fazendo O Outing: EstratéGias De DivulgaçãO Da Mostra FotográFica Boneca Sai ...
Fazendo O Outing: EstratéGias De DivulgaçãO Da Mostra FotográFica Boneca Sai ...
 
Aula
AulaAula
Aula
 
Livro do I. PAPAI - ong feminista que trabalha com homens e masculinidades
Livro do I. PAPAI - ong feminista que trabalha com homens e masculinidadesLivro do I. PAPAI - ong feminista que trabalha com homens e masculinidades
Livro do I. PAPAI - ong feminista que trabalha com homens e masculinidades
 
A ficção dentro da ficção de george orwell e suas nuances
A ficção dentro da ficção de george orwell e suas nuancesA ficção dentro da ficção de george orwell e suas nuances
A ficção dentro da ficção de george orwell e suas nuances
 
Micsur2
Micsur2Micsur2
Micsur2
 
Revisão Unicamp
Revisão UnicampRevisão Unicamp
Revisão Unicamp
 
Dia da consciencia negra reeditado em 2020
Dia da consciencia negra   reeditado em 2020Dia da consciencia negra   reeditado em 2020
Dia da consciencia negra reeditado em 2020
 
Um olhar sobre gênero e identidade
Um olhar sobre gênero e identidadeUm olhar sobre gênero e identidade
Um olhar sobre gênero e identidade
 
Frederico cirota
Frederico cirotaFrederico cirota
Frederico cirota
 
Apresentação1
Apresentação1Apresentação1
Apresentação1
 
Trabalho de T.C.E- capitulo de grupo
Trabalho de T.C.E- capitulo de grupoTrabalho de T.C.E- capitulo de grupo
Trabalho de T.C.E- capitulo de grupo
 
Projeto mulher a necessidade de um olhar crítico da educação básica sobre o...
Projeto mulher   a necessidade de um olhar crítico da educação básica sobre o...Projeto mulher   a necessidade de um olhar crítico da educação básica sobre o...
Projeto mulher a necessidade de um olhar crítico da educação básica sobre o...
 
Gt16 6962--int
Gt16 6962--intGt16 6962--int
Gt16 6962--int
 
TEXTO DA HELOISA BUARQUE.pdf
TEXTO DA HELOISA BUARQUE.pdfTEXTO DA HELOISA BUARQUE.pdf
TEXTO DA HELOISA BUARQUE.pdf
 

Dernier

aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptssuser2b53fe
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfmaurocesarpaesalmeid
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMHELENO FAVACHO
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesFabianeMartins35
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAHELENO FAVACHO
 
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptxSlide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptxedelon1
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médiorosenilrucks
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãIlda Bicacro
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfFrancisco Márcio Bezerra Oliveira
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...HELENO FAVACHO
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteVanessaCavalcante37
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaHELENO FAVACHO
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para criançasJogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para criançasSocorro Machado
 

Dernier (20)

aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
 
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIXAula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
 
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptxSlide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
 
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para criançasJogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
 

RuPaul e as articulações do Camp

  • 1. RuPaul, Camp e Normatividade Heitor Machado UFRJ/CAPES – Mestrado de Mídias e Mediaç ões Socioculturais Març o/2015 XIV CONGRESSO INTERNACIONAL IBERCOM 2015 São Paulo/SP - Brasil
  • 2. XIV CONGRESSO INTERNACIONAL IBERCOM 2015 São Paulo/SP - Brasil Sobre o trabalho Desenvolvido como trabalho final do curso Disputas na Arena do Gosto: consumo cultural, distinç ão e sociabilidade, ministrado pela Prof. Mayka Castellano. O artigo utiliza a produç ão midiática de RuPaul Charles para problematizar as diferentes articulaç ões do Camp. Acredita-se, no entanto, que o Camp é capaz de produzir visibilidade queer, mesmo normatizado. O queer é “o sujeito de sexualidade desviante [...] que não deseja ser ‘integrado’ e muito menos ‘tolerado’” (LOURO, 2004. p. 07). Observa-se também como o mainstream só é acessível através da adesão de uma determinada normatividade.
  • 3. XIV CONGRESSO INTERNACIONAL IBERCOM 2015 São Paulo/SP - Brasil Sobre RuPaul Charles “Eu, RuPaul, nasci uma pobre crianç a negra, na comunidade de Brewster, em San Diego, Califó rnia. Mas baby... you better work! Olhem para mim agora. Como supermodelo original do mundo, todos os meus sonhos se realizaram. E agora, estána hora de partilhar meu amor”. (RPDR, S01E01)
  • 4. XIV CONGRESSO INTERNACIONAL IBERCOM 2015 São Paulo/SP - Brasil Sobre o genderfuck: É minha escolha não ser homem, e é minha escolha ser linda. Eu não sou um imitador feminino; eu não quero zombar das mulheres. Eu quero criticar e provocar os papé is femininos e també m os masculinos. Eu quero tentar e mostrar como não-normal eu posso ser. Eu quero ridicularizar e destruir toda a cosmologia dos restritivos papé is de gênero e identificaç ão sexual (LONC, 1974 apud BERGMAN, 1993, p. 07). [...] Porque eu fui capaz de transformar algo que era entendido como subversivo em algo que era mainstream [...] Esforç o calculado para retirar a sexualidade da minha imagem. [...] as pessoas não se sentiam ameaç adas por mim, e eu acho que isso tem a ver com a sexualidade. Elas não pensam em mim desta forma; elas não se sentem sexualmente ameaç adas por mim (RUPAUL, 03/09/2013, s/p).
  • 5. XIV CONGRESSO INTERNACIONAL IBERCOM 2015 São Paulo/SP - Brasil As articulaç ões do Camp. De acordo com Sontag (1964), 1. [...] O Camp é um certo tipo de esteticismo. É uma maneira de ver o mundo como um fenô meno esté tico. Essa maneira, a maneira do Camp, não se refere à beleza, mas ao grau de artifício, de estilizaç ão. 2. Enfatizar o estilo é menosprezar o conteúdo [...]. Não é preciso dizer que a sensibilidade Camp é descompromissada e despolitizada — pelo menos apolítica.
  • 6. XIV CONGRESSO INTERNACIONAL IBERCOM 2015 São Paulo/SP - Brasil No entanto, segundo Meyer (2005), O Pop Camp surge como “veículo involuntário de uma operaç ão subversiva que introduz os có digos de significaç ão queer no discurso dominante” (MEYER, 2005, p. 11). Sem o processo da paró dia, o agente marginalizado não tem acesso à representaç ão, o aparelho que é controlado pela ordem dominante. O Camp, especificamente como paró dia queer, se torna então o único processo no qual o queer é capaz de penetrar a representaç ão e produzir visibilidade social” (MEYER, 2005, p. 09).
  • 7. XIV CONGRESSO INTERNACIONAL IBERCOM 2015 São Paulo/SP - Brasil Articulaç ões do Camp por RuPaul [...] Fazem graç a dos papéis que as pessoas representam. […] São experts na paró dia, sátira, e desconstruç ão dos padrões sociais [...] técnica de sobrevivência para evitar ser sugada para a ‘seriedade’ de todo o drama” (RUPAUL, 2010, p. 11). “Não levar a vida tão a sé rio; Se ame; Poucas coisas não possuem limites, mas não ultrapasse a linha da gentileza; Faç a o que quiser, desde que não machuque ninguém no processo; Viva sua vida sem restriç ões” (RUPAUL, 2010, p. 12).
  • 8. XIV CONGRESSO INTERNACIONAL IBERCOM 2015 São Paulo/SP - Brasil 41. A questão fundamental do Camp é destronar o sério. O Camp é jocoso, anti-sé rio. Mais precisamente, o Camp envolve uma nova e mais complexa relaç ão com o "sério". Pode-se ser sério a respeito do frívolo, e frívolo a respeito do sério. 43. Os recursos tradicionais que permitem ultrapassar a seriedade convencional — ironia, sátira — parecem fracos hoje, inadequados ao veículo culturalmente supersaturado no qual a sensibilidade contemporânea é educada. O Camp introduz um novo modelo: o artifício como ideal, a teatralidade. [...] Isso tira o foco da eliminação de algo negativo – o fato de uma competidora sair do show – para algo positivo – reafirmação do amor individual e da crítica construtiva para o bem maior. Adicionalmente, essa afirmação enfatiza a necessidade por amor mútuo e apoio na marginalizada comunidade drag (HICKS, 2013, p. 156).
  • 9. XIV CONGRESSO INTERNACIONAL IBERCOM 2015 São Paulo/SP - Brasil [...] Em Drag Race e Drag U o campy homicida passional é utilizado para capitalizar objetivos políticos homonormativos, transformando o drag em mercadoria cultural mainstream a qual o consumo incorpora homens gays (predominantemente brancos) em regimes normativos de poder. Heterossexuais que assistem o programa são garantidos que gays partilham os mesmos valores, excluindo a ameaç a e desestabilizando a forç a do drag e do camp atravé s de causas assimilacionistas [...]. (MORRISON, 2014, p. 125). O Camp homicida passional e a homonormatividade
  • 10. XIV CONGRESSO INTERNACIONAL IBERCOM 2015 São Paulo/SP - Brasil Concluindo O Camp, normatizado, é oferecido como estilo de vida, muito pró ximo ao proposto por Sontag (1964). A positivaç ão do Camp não acontece mais silenciando a agência do queer, mas sim transformando-o em um estilo de que promove a integraç ão do queer às causas hetero e homonormativas, atendendo as normas do ethos terapêutico (FUREDI, 2003; ILLOUZ, 2008, 2011) e do imperativo da felicidade (FREIRE FILHO, 2010).
  • 11. XIV CONGRESSO INTERNACIONAL IBERCOM 2015 São Paulo/SP - Brasil Por fim, Ainda que o Camp em RuPaul se articule como estilo de vida, muito enfraquecido, ele é capaz de produzir visibilidade queer através da paró dia. No entanto, é preciso lembrar que a política normativa que busca sempre integrar o queer não exige apenas uma partilha de valores, principalmente morais, mas també m um padrão de conduta, muito pautado pelo ethos terapêutico. O acesso ao mainstream só é possível ao aderir às normatividades impostas por esse ethos, que exige dos indivíduos determinadas competências emocionais e afetivas, como confianç a, auto-estima e resiliência, sem importar as práticas sexuais, as questões de identidade de gênero ou sexo bioló gico.
  • 12. XIV CONGRESSO INTERNACIONAL IBERCOM 2015 São Paulo/SP - Brasil Referências bibliográficas CHARLES, RuPaul. Biografia. Disponível em: <http://migre.me/nsupy>. Acesso em 03 dez. de 2014. CHARLES, RuPaul. Workin’ It: RuPaul’s Guide to Life, Liberty, and the Pursui of Style. HaperCollins: EPub, 2009. FREIRE FILHO, João. Ser Feliz Hoje (org.). Rio de Janeiro: FGV. 2010. HICKS, Jessica. Can I Get an ‘Amen’?: marginalized communities and self-love on RuPaul’s Drag Race. In: Demeroy, Pamela; Pullen, Christopher. Queer Love in Film and Television: critical essays. New York: Palgrave Macmillan, 2013. ILLOUZ, Eva. O amor nos tempos do capitalismo. Rio de Janeiro: Zahar. 2011 LONC, Christopher. Genderfuck and It’s Delights. In: Bergman, David. Camp Grounds: style and homossexuality. Amherst: University of Massachussetts Press, 1993. LOURO, Guacira Lopes. Um corpo estranho: ensaios sobre sexualidade e teoria queer. Belo Horizonte: Autêntica, 2004. MEYER, Moe. The Politics and Poetics of Camp. London: Routledge, 2005. MORRISON, Josh. Draguating to Normal. In: The Makeup of RuPaul's Drag Race: essays on the queen of reality shows. Jefferson: McFarland. 2014. SHERMAN, Lisa. Logo Saying GOODBYE To Gay-Themed Programming. Disponível em: < http://migre.me/nsHFM>. Acesso em: 03 dez. 2014. SONTAG, Susan. Notas sobre Camp. In: Contra a interpretação. Porto Alegre: L&PM, 1987. WU, Jason. The Transformer: RuPaul. Disponível em: <http://migre.me/nMRit>. Acesso em: 03 dez. 2014.