No ensino de produção de textos dissertativos argumentativos, no Ensino Médio, no Brasil, atualmente, percebe-se que não é dada a devida importância ao estudo de sua estrutura. Como fazer uma introdução criativa que desperte o leitor para o tema, que sirva para criar comunhão com ele? Como apresentar uma boa sustentação à tese, convencendo e persuadindo o auditório? Como concluir o pensamento e assegurar o acordo? Nosso objetivo é propor que seja adotado, nas aulas, um modelo de estrutura baseado no apresentado na segunda parte da Retórica de Aristóteles: a disposição, que versa sobre o plano do discurso e sua construção. A partir da proposta aristotélica, apresentarmos estratégias que devem ser utilizadas em cada parte do texto para que se cumpram os objetivos de persuasão e convencimento. Percebemos, através da utilização desta prática nas aulas de Produção Textual, uma melhora significativa nos textos argumentativos produzidos pelos alunos.
2. SITUAÇÃO ATUAL
No ensino de produção de textos
dissertativos argumentativos, no
Ensino Médio, no Brasil, atualmente,
percebe-se que não é dada a devida
importância ao estudo de sua
estrutura.
3. PROBLEMAS:
Como fazer uma introdução criativa
que desperte o leitor para o tema, que
sirva para criar comunhão com ele?
Como apresentar uma boa
sustentação à tese, convencendo e
persuadindo o auditório?
Como concluir o pensamento e
assegurar o acordo?
4. OBJETIVO
Nosso objetivo é propor que seja
adotado, nas aulas, um modelo de
estrutura baseado no apresentado na
segunda parte da Retórica de
Aristóteles: a disposição, que versa
sobre o plano do discurso e sua
construção.
5. ESTRUTURA -
ESCOLAS/LIVROS DIDÁTICOS
•INTRODUÇÃO: é a apresentação do
assunto a ser desenvolvido; da tese, da ideia
inicial, sem muitas explicações.
•DESENVOLVIMENTO: é a justificativa da
ideia inicial, com a apresentação de mais
detalhes, exemplos, citações, etc.
•CONCLUSÃO: retomada da ideia inicial,
com a apresentação de um resumo do que
foi exposto ou argumentado no
desenvolvimento.
6. ESTRUTURA - ARISTÓTELES
INTRODUÇÃO
•Exórdio - serve para tornar o auditório
receptivo à atuação do orador e
fornecer uma introdução geral ao
discurso, tornando claro seu propósito.
Os exórdios dão uma indicação do
assunto. (Introdução criativa -pretexto)
•Enunciação da tese
7. ESTRUTURA - ARISTÓTELES
DESENVOLVIMENTO
•Prova - meios ou recursos persuasivos
de que se vale o orador para convencer
o auditório. (Argumentação)
8. ESTRUTURA - ARISTÓTELES
CONCLUSÃO
•Epílogo - tem por objetivo deixar no
auditório uma boa impressão do orador
e recapitular brevemente os pontos
principais do discurso. (síntese da
argumentação/ explicitação da tese e
retomada do pretexto e/ou do título).
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ser criativo na introdução e na conclusão ,
além de boa argumentação no
desenvolvimento, é importante para que o
autor de um texto dissertativo
argumentativo cumpra os seus objetivos
principais : persuasão e convencimento
(pathos/logos) de um auditório.
Percebemos, através da utilização desta
prática nas aulas de Produção Textual, uma
melhora significativa nos textos
argumentativos produzidos pelos alunos.
10.
11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARISTÓTELES Retórica. INCM - Imprensa
Nacional Casa da Moeda | Março de 2005
PERELMAN, Chaïm. & OLBRECHTS-TYTECA,
Lucie. Tratado da Argumentação - A Nova Retórica.
São Paulo: Martins Fontes, 2ª ed, 2005.
REBOUL, Olivier. Introdução à Retórica. São
Paulo: Martins Fontes, 2004.
12. Hélia Coelho Mello Cunha
Professora de Retórica nos Discursos da Atualidade (Curso
de pós-graduação em Literatura, Memória Cultural e
Sociedade), Leitura e Produção Textual (Licenciatura em
Letras) do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia Fluminense, Campus Campos dos Goytacazes-
Centro.
Mestre em Cognição e Linguagem-Universidade Estadual do
Norte-Fluminense Darcy Ribeiro (UENF).
Membro da Sociedade Brasileira de Retórica e International
Society for the History of Rhetoric.
heliacoelho14@gmail.com / hcunha@iff.edu.br
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