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Com base no conto Lenda, do livro Lendas do Céu e da Terra, de Malba
Tahan; na Questão 893 de O livro dos Espíritos; e no item 8, do cap. XVII
de O Evangelho Segundo o Espiritismo.
A palavra virtude (do latim virtus) designa excelência ou qualidade. O
significado é genérico quando aplicado a tudo o que é considerado correto e
desejável em relação à moral, à ética, à vida em sociedade, às práticas
educacionais, científicas e tecnológicas, assim como à eficácia na execução
de uma atividade. Em sentido específico o conceito se restringe a duas
capacidades humanas: conduta moral no bem e habilidade para fazer algo
corretamente. Em relação a este assunto, elucidam os orientadores da
Codificação Espírita:
“Toda virtude tem seu mérito próprio, porque todas indicam progresso na
senda do bem. Há virtude sempre que há resistência voluntária ao
arrastamento dos maus pendores. A sublimidade da virtude, porém, está no
sacrifício do interesse pessoal, pelo bem do próximo, sem pensamento
oculto. A mais meritória é a que assenta na mais desinteressada caridade”.
“Há alguns anos, conta o escritor Malba Tahan, uma pitoresca aldeia da
Suíça foi destruída pelo fogo. Em poucas horas, as lindas casas foram
devoradas pelas chamas. Tudo ficou reduzido a escombros. Passado o furor
do incêndio, um dos moradores ficou tomado de grande desespero. Sua casa
estava por terra, totalmente destruída. Nada lhe havia sobrado. Nem roupas,
nem móveis, sequer algumas paredes. Tudo jazia por terra. Pior, das suas
vacas, que eram o seu sustento, não havia rastro em lugar algum.
Para cúmulo da desgraça, o seu filho, de apenas sete anos, estava
desaparecido. O pobre homem se pôs a chorar. Nenhuma palavra de
conforto o podia acalmar. Sentou-se sobre as ruínas do seu lar e passou toda
a noite tristemente. Quando surgiu alegre e fagueira a madrugada, os
primeiros raios de sol romperam as trevas e o vieram encontrar ainda ali,
sentado, inconsolável. Parecia ter envelhecido dez anos, em apenas uma
noite. Então, um som bem conhecido o fez erguer a cabeça e olhar na
direção de onde o vento lhe trazia a boa notícia. Lá estava ela, vindo pela
estrada, a sua vaca favorita. Atrás dela, todas as outras e, por fim, seu filho
querido. Correu, abraçou o menino, entre lágrimas de pura alegria. Meu
filho, perguntou, como você conseguiu escapar do incêndio? Muito simples,
falou a criança.
Quando vi o fogo, tratei logo de reunir as vacas e as levei para o campo,
bem distante, a fim de que nada sofressem. Você é um herói, exclamou o
pai. Claro que não, afirmou o garoto. Herói é aquele que pratica algum ato
de valor. Eu levei as vacas para o campo somente porque vi que elas
estavam em perigo. Sabia que era a única coisa acertada a fazer”. Assim
agem as pessoas verdadeiramente virtuosas. Não alardeiam suas virtudes,
mas praticam o bem com desinteresse completo e inteiro esquecimento de si
mesmas. Deixam-se guiar por suas inspirações e estão sempre aptas a
grandes gestos, em favor dos demais. Não aguardam elogios e a sua
satisfação é a de realizarem o melhor. Os que assim agem, ignoram mesmo
que são virtuosos. Neles se encontram as qualidades da verdadeira virtude:
são bons, caritativos, laboriosos, sóbrios, modestos.
Diferentes interpretações religiosas pregam que essas virtudes somente
ocorrem por graça ou concessão divinas. O Espiritismo considera que as
virtudes são aquisições do Espírito imortal, adquiridas e desenvolvidas por
meio de trabalho incessante no bem. Para Sócrates, a virtude se identifica
com o bem (aspecto moral) e representa o fim da atividade humana (aspecto
funcional ou operacional). Pelo aspecto moral sabe o homem virtuoso
distinguir o bem e o mal. Pelo sentido funcional, ou fim da atividade
humana, a virtude é capacidade ou habilidade de realizar corretamente uma
tarefa. Contudo, tanto Sócrates como Platão entendiam que as virtudes eram
dons inatos, ainda que esses filósofos possuíssem conhecimentos sobre a
vida no além-túmulo e sobre as reencarnações sucessivas.
O seguinte texto de O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo XVII,
Sede Perfeitos, Item 8, ilustra o assunto. O autor, François-Nicolas-
Madeleine, que viveu entre 1795 e 1862, foi prelado francês, arcebispo de
Paris e cardeal. “A virtude, no seu grau mais elevado, abrange o conjunto
de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem. Ser
bom, caridoso, trabalhador, sóbrio, modesto, são as qualidades do homem
virtuoso. Infelizmente, são quase sempre acompanhadas de pequenas
falhas morais, que as deslustram e enfraquecem.” Ao ler esse texto,
percebemos porque o processo evolutivo é muito lento, dependendo de um
longo tempo e de muitas reencarnações em mundos materiais, para o
desenvolvimento de todo o potencial que Deus coloca em cada um dos seus
filhos.
Em geral, o homem que busca fazer, de forma consciente ou não, esse
desenvolvimento, sente-se um homem bom porque costuma dar esmolas nas
ruas e do que lhe sobra aos pobres; trabalhador, porque vai ao trabalho todos
os dias até aposentar-se; sóbrio, porque não bebe bebida alcoólica, ou o faz
apenas, socialmente; modesto, porque não proclama suas virtudes a todo
instante. Sente-se feliz e orgulhoso de si. Isso é apenas um início do
progresso espiritual. Ser bom, ser trabalhador, sóbrio e modesto é muito
mais do que se pensa, porque essas qualidades têm de aparecer em muitas
outras situações. A sobriedade, por exemplo, só é virtude quando se é sóbrio
no comer, no beber, no vestir, no temperamento, no equilíbrio, nas emoções,
nos desejos, nas aspirações.
Não existe virtuoso sem modéstia, visto que o virtuoso é aquele que pratica
as virtudes, em quaisquer situações, sem pensar nelas, vivenciando-as de
forma natural, sem precisar do raciocínio para tal, porque elas já estão
desenvolvidas na sua essência espiritual. Eles nem percebem o quanto são
virtuosos, visto que as praticam, como ainda agimos, instintivamente, em
determinadas situações. Por isso, são poucos os homens, realmente
virtuosos, sem falhas morais. Cita como exemplos São Vicente de Paulo, o
Cura d’Ars e “muitos outros, pouco conhecidos do mundo, mas conhecidos
de Deus.” “Deixavam-se levar pela corrente das suas santas inspirações, e
praticavam o bem com absoluto desinteresse e completo esquecimento de si
mesmos.” E é essa virtude que o autor conclama os homens ao esforço de
compreendê-la e praticá-la no dia a dia.
“Para essa virtude realmente cristã e verdadeiramente espírita, que eu vos
convido a consagrar-vos”, isto é, a desenvolvê-la em si mesmo, num esforço
sério e perseverante, eliminando os vícios espirituais, criados e
desenvolvidos por cada um: o orgulho, o amor-próprio, a vaidade, que
deslustram e esmaecem sempre as boas e belas qualidades. ( ... ) O mal que
existe nos corações dos homens é criação humana, fruto da sua ignorância
das leis divinas e da sua rebeldia em aceitá-las. O homem de bem, assim
considerado, por algumas ações generosas, que também assim se apresenta
como modelo, em realidade, não o é, visto que o virtuoso é, acima de tudo,
modesto, não pensa em tirar nenhuma vantagem do que faz, porque sabe
que faz o que deve ser feito, não precisando, pois de aplausos e recompensas
de qualquer espécie.
Sempre que se faz o bem com ostentação, esse bem, embora beneficie
alguém ou outros, não beneficia o que o pratica, porque não lhe causa
melhoria interna. Pode até fazer amigos, que em uma diferente situação,
podem ser-lhe úteis, mas ele não está desenvolvendo seu potencial de
perfeição que existe em si, desde a sua criação. Cita o autor, ser natural a
pessoa, que faz o bem, sentir dentro de si, satisfação e prazer com o que fez,
mas, se sente necessidade de divulgar essa satisfação para receber elogios,
está alimentando seu amor-próprio, seu orgulho e sua vaidade, quando
deveria eliminá-los de si. Terminando, ele concita os espíritas, que
compreendem que o homem está longe da perfeição, que é o objetivo de
Deus em relação a seus filhos, a não cederem aos vícios da alma, que levam
o homem a agir de forma tola e pretensiosa.
A virtude é uma graça, benção divina, que deve ser conquistada no
desenvolvimento das qualificações nobres que todo Espírito possui, mas,
“Mais vale menos virtudes na modéstia, do que muitas no orgulho. Foi pelo
orgulho que as humanidades se perderam, sucessivamente. É pela
humildade que elas um dia deverão redimir-se”. As pessoas virtuosas
destacam-se das demais, não porque são especialmente marcadas por Deus,
mas porque souberam aproveitar as lições da vida e investiram no
aprendizado, moral e intelectual, ao longo das reencarnações e das
experiências vividas no plano espiritual, após a morte do corpo físico.
Encontram-se muito distantes da santidade, entretanto, revelam-se como
Espíritos que lutaram outrora e triunfaram.
Por isso é que os bons sentimentos nenhum esforço lhes custam e suas ações
lhes parecem simplíssimas. O bem se lhes tornou um hábito”, como disse
Kardec na questão 894 de O Livro dos Espíritos. A educação para o cultivo
e a prática das virtudes, com a consequente edificação do bem,
principalmente ante as situações adversas, difíceis e constrangedoras que
podem surgir na vida, constitui a base da doutrina espírita. Assim, a
educação espírita conduz à conquista das boas qualidades que distinguem o
homem de caráter e de bem. Não foi essa a lição que Jesus nos legou e que
Allan Kardec reafirmou de forma tão clara nos Capítulos de “O Evangelho
Segundo o Espiritismo”? Jesus exteriorizava qualidades nobres em todo
momento de contato com o povo e mesmo ao receber provocações dos
escribas e fariseus.
Jesus exemplificava a prática da sabedoria, amor, caridade, fé, oração,
justiça, perdão e humildade, ao jamais perder a oportunidade de ser útil,
instruir e beneficiar as pessoas que o cercavam. Todo momento, o Mestre
ensinava, exemplificava e praticava a Boa Nova, cumprindo com nobreza
espiritual e moral a missão que Deus havia lhe confiado. Na educação
espírita, Jesus é o modelo e guia para as nossas condutas religiosas e morais.
Dessa forma, ela nos leva a não esmorece jamais nos esforços que nos
permitem conquistar os valores pautados nas virtudes cristãs. Assim,
conseguimos fixar na alma o bom hábito de seguir as lições e os exemplos
do Mestre, engrandecendo o mundo íntimo e agindo de modo elevado em
todas as circunstâncias da vida. A educação espírita dilata a nossa
consciência acerca das realidades em que estamos inseridos na Obra de
Deus.
Assim, leva-nos a fazer bom uso das faculdades, praticar as virtudes e
edificar o bem com disciplina, persistência e perseverança. É dessa forma
que atendemos à seguinte recomendação de Jesus: “Sede perfeito como
vosso Pai celestial é perfeito”. (Mateus, Cap. V, vers. 44 a 48.) Allan
Kardec, com as suas orientações acerca das lições contidas no Evangelho,
ampliou o nosso entendimento sobre Deus, o Reino dos Céus, a importância
da concretização das boas obras, para o atendimento das Leis do Criador e
para a conquista das bem-aventuranças na vida futura. Assim, valorizamos o
bom caráter, buscamos adquirir características elevadas, praticar as virtudes,
disseminar o bem e cumprir os nossos deveres morais perante Deus e o
próximo, mantendo a consciência em paz e conquistando o progresso, o
bem-estar, a alegria e a felicidade.
Muita Paz!
Visite o meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br
A serviço da Doutrina Espírita; com estudos comentados.
Leia Kardec! Estude Kardec! Pratique Kardec! Divulgue Kardec!
O amanhã é sempre um dia a ser conquistado! Pense nisso!

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A virtude no seu grau mais elevado

  • 1.
  • 2. Com base no conto Lenda, do livro Lendas do Céu e da Terra, de Malba Tahan; na Questão 893 de O livro dos Espíritos; e no item 8, do cap. XVII de O Evangelho Segundo o Espiritismo. A palavra virtude (do latim virtus) designa excelência ou qualidade. O significado é genérico quando aplicado a tudo o que é considerado correto e desejável em relação à moral, à ética, à vida em sociedade, às práticas educacionais, científicas e tecnológicas, assim como à eficácia na execução de uma atividade. Em sentido específico o conceito se restringe a duas capacidades humanas: conduta moral no bem e habilidade para fazer algo corretamente. Em relação a este assunto, elucidam os orientadores da Codificação Espírita:
  • 3. “Toda virtude tem seu mérito próprio, porque todas indicam progresso na senda do bem. Há virtude sempre que há resistência voluntária ao arrastamento dos maus pendores. A sublimidade da virtude, porém, está no sacrifício do interesse pessoal, pelo bem do próximo, sem pensamento oculto. A mais meritória é a que assenta na mais desinteressada caridade”. “Há alguns anos, conta o escritor Malba Tahan, uma pitoresca aldeia da Suíça foi destruída pelo fogo. Em poucas horas, as lindas casas foram devoradas pelas chamas. Tudo ficou reduzido a escombros. Passado o furor do incêndio, um dos moradores ficou tomado de grande desespero. Sua casa estava por terra, totalmente destruída. Nada lhe havia sobrado. Nem roupas, nem móveis, sequer algumas paredes. Tudo jazia por terra. Pior, das suas vacas, que eram o seu sustento, não havia rastro em lugar algum.
  • 4. Para cúmulo da desgraça, o seu filho, de apenas sete anos, estava desaparecido. O pobre homem se pôs a chorar. Nenhuma palavra de conforto o podia acalmar. Sentou-se sobre as ruínas do seu lar e passou toda a noite tristemente. Quando surgiu alegre e fagueira a madrugada, os primeiros raios de sol romperam as trevas e o vieram encontrar ainda ali, sentado, inconsolável. Parecia ter envelhecido dez anos, em apenas uma noite. Então, um som bem conhecido o fez erguer a cabeça e olhar na direção de onde o vento lhe trazia a boa notícia. Lá estava ela, vindo pela estrada, a sua vaca favorita. Atrás dela, todas as outras e, por fim, seu filho querido. Correu, abraçou o menino, entre lágrimas de pura alegria. Meu filho, perguntou, como você conseguiu escapar do incêndio? Muito simples, falou a criança.
  • 5. Quando vi o fogo, tratei logo de reunir as vacas e as levei para o campo, bem distante, a fim de que nada sofressem. Você é um herói, exclamou o pai. Claro que não, afirmou o garoto. Herói é aquele que pratica algum ato de valor. Eu levei as vacas para o campo somente porque vi que elas estavam em perigo. Sabia que era a única coisa acertada a fazer”. Assim agem as pessoas verdadeiramente virtuosas. Não alardeiam suas virtudes, mas praticam o bem com desinteresse completo e inteiro esquecimento de si mesmas. Deixam-se guiar por suas inspirações e estão sempre aptas a grandes gestos, em favor dos demais. Não aguardam elogios e a sua satisfação é a de realizarem o melhor. Os que assim agem, ignoram mesmo que são virtuosos. Neles se encontram as qualidades da verdadeira virtude: são bons, caritativos, laboriosos, sóbrios, modestos.
  • 6. Diferentes interpretações religiosas pregam que essas virtudes somente ocorrem por graça ou concessão divinas. O Espiritismo considera que as virtudes são aquisições do Espírito imortal, adquiridas e desenvolvidas por meio de trabalho incessante no bem. Para Sócrates, a virtude se identifica com o bem (aspecto moral) e representa o fim da atividade humana (aspecto funcional ou operacional). Pelo aspecto moral sabe o homem virtuoso distinguir o bem e o mal. Pelo sentido funcional, ou fim da atividade humana, a virtude é capacidade ou habilidade de realizar corretamente uma tarefa. Contudo, tanto Sócrates como Platão entendiam que as virtudes eram dons inatos, ainda que esses filósofos possuíssem conhecimentos sobre a vida no além-túmulo e sobre as reencarnações sucessivas.
  • 7. O seguinte texto de O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo XVII, Sede Perfeitos, Item 8, ilustra o assunto. O autor, François-Nicolas- Madeleine, que viveu entre 1795 e 1862, foi prelado francês, arcebispo de Paris e cardeal. “A virtude, no seu grau mais elevado, abrange o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem. Ser bom, caridoso, trabalhador, sóbrio, modesto, são as qualidades do homem virtuoso. Infelizmente, são quase sempre acompanhadas de pequenas falhas morais, que as deslustram e enfraquecem.” Ao ler esse texto, percebemos porque o processo evolutivo é muito lento, dependendo de um longo tempo e de muitas reencarnações em mundos materiais, para o desenvolvimento de todo o potencial que Deus coloca em cada um dos seus filhos.
  • 8. Em geral, o homem que busca fazer, de forma consciente ou não, esse desenvolvimento, sente-se um homem bom porque costuma dar esmolas nas ruas e do que lhe sobra aos pobres; trabalhador, porque vai ao trabalho todos os dias até aposentar-se; sóbrio, porque não bebe bebida alcoólica, ou o faz apenas, socialmente; modesto, porque não proclama suas virtudes a todo instante. Sente-se feliz e orgulhoso de si. Isso é apenas um início do progresso espiritual. Ser bom, ser trabalhador, sóbrio e modesto é muito mais do que se pensa, porque essas qualidades têm de aparecer em muitas outras situações. A sobriedade, por exemplo, só é virtude quando se é sóbrio no comer, no beber, no vestir, no temperamento, no equilíbrio, nas emoções, nos desejos, nas aspirações.
  • 9. Não existe virtuoso sem modéstia, visto que o virtuoso é aquele que pratica as virtudes, em quaisquer situações, sem pensar nelas, vivenciando-as de forma natural, sem precisar do raciocínio para tal, porque elas já estão desenvolvidas na sua essência espiritual. Eles nem percebem o quanto são virtuosos, visto que as praticam, como ainda agimos, instintivamente, em determinadas situações. Por isso, são poucos os homens, realmente virtuosos, sem falhas morais. Cita como exemplos São Vicente de Paulo, o Cura d’Ars e “muitos outros, pouco conhecidos do mundo, mas conhecidos de Deus.” “Deixavam-se levar pela corrente das suas santas inspirações, e praticavam o bem com absoluto desinteresse e completo esquecimento de si mesmos.” E é essa virtude que o autor conclama os homens ao esforço de compreendê-la e praticá-la no dia a dia.
  • 10. “Para essa virtude realmente cristã e verdadeiramente espírita, que eu vos convido a consagrar-vos”, isto é, a desenvolvê-la em si mesmo, num esforço sério e perseverante, eliminando os vícios espirituais, criados e desenvolvidos por cada um: o orgulho, o amor-próprio, a vaidade, que deslustram e esmaecem sempre as boas e belas qualidades. ( ... ) O mal que existe nos corações dos homens é criação humana, fruto da sua ignorância das leis divinas e da sua rebeldia em aceitá-las. O homem de bem, assim considerado, por algumas ações generosas, que também assim se apresenta como modelo, em realidade, não o é, visto que o virtuoso é, acima de tudo, modesto, não pensa em tirar nenhuma vantagem do que faz, porque sabe que faz o que deve ser feito, não precisando, pois de aplausos e recompensas de qualquer espécie.
  • 11. Sempre que se faz o bem com ostentação, esse bem, embora beneficie alguém ou outros, não beneficia o que o pratica, porque não lhe causa melhoria interna. Pode até fazer amigos, que em uma diferente situação, podem ser-lhe úteis, mas ele não está desenvolvendo seu potencial de perfeição que existe em si, desde a sua criação. Cita o autor, ser natural a pessoa, que faz o bem, sentir dentro de si, satisfação e prazer com o que fez, mas, se sente necessidade de divulgar essa satisfação para receber elogios, está alimentando seu amor-próprio, seu orgulho e sua vaidade, quando deveria eliminá-los de si. Terminando, ele concita os espíritas, que compreendem que o homem está longe da perfeição, que é o objetivo de Deus em relação a seus filhos, a não cederem aos vícios da alma, que levam o homem a agir de forma tola e pretensiosa.
  • 12. A virtude é uma graça, benção divina, que deve ser conquistada no desenvolvimento das qualificações nobres que todo Espírito possui, mas, “Mais vale menos virtudes na modéstia, do que muitas no orgulho. Foi pelo orgulho que as humanidades se perderam, sucessivamente. É pela humildade que elas um dia deverão redimir-se”. As pessoas virtuosas destacam-se das demais, não porque são especialmente marcadas por Deus, mas porque souberam aproveitar as lições da vida e investiram no aprendizado, moral e intelectual, ao longo das reencarnações e das experiências vividas no plano espiritual, após a morte do corpo físico. Encontram-se muito distantes da santidade, entretanto, revelam-se como Espíritos que lutaram outrora e triunfaram.
  • 13. Por isso é que os bons sentimentos nenhum esforço lhes custam e suas ações lhes parecem simplíssimas. O bem se lhes tornou um hábito”, como disse Kardec na questão 894 de O Livro dos Espíritos. A educação para o cultivo e a prática das virtudes, com a consequente edificação do bem, principalmente ante as situações adversas, difíceis e constrangedoras que podem surgir na vida, constitui a base da doutrina espírita. Assim, a educação espírita conduz à conquista das boas qualidades que distinguem o homem de caráter e de bem. Não foi essa a lição que Jesus nos legou e que Allan Kardec reafirmou de forma tão clara nos Capítulos de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”? Jesus exteriorizava qualidades nobres em todo momento de contato com o povo e mesmo ao receber provocações dos escribas e fariseus.
  • 14. Jesus exemplificava a prática da sabedoria, amor, caridade, fé, oração, justiça, perdão e humildade, ao jamais perder a oportunidade de ser útil, instruir e beneficiar as pessoas que o cercavam. Todo momento, o Mestre ensinava, exemplificava e praticava a Boa Nova, cumprindo com nobreza espiritual e moral a missão que Deus havia lhe confiado. Na educação espírita, Jesus é o modelo e guia para as nossas condutas religiosas e morais. Dessa forma, ela nos leva a não esmorece jamais nos esforços que nos permitem conquistar os valores pautados nas virtudes cristãs. Assim, conseguimos fixar na alma o bom hábito de seguir as lições e os exemplos do Mestre, engrandecendo o mundo íntimo e agindo de modo elevado em todas as circunstâncias da vida. A educação espírita dilata a nossa consciência acerca das realidades em que estamos inseridos na Obra de Deus.
  • 15. Assim, leva-nos a fazer bom uso das faculdades, praticar as virtudes e edificar o bem com disciplina, persistência e perseverança. É dessa forma que atendemos à seguinte recomendação de Jesus: “Sede perfeito como vosso Pai celestial é perfeito”. (Mateus, Cap. V, vers. 44 a 48.) Allan Kardec, com as suas orientações acerca das lições contidas no Evangelho, ampliou o nosso entendimento sobre Deus, o Reino dos Céus, a importância da concretização das boas obras, para o atendimento das Leis do Criador e para a conquista das bem-aventuranças na vida futura. Assim, valorizamos o bom caráter, buscamos adquirir características elevadas, praticar as virtudes, disseminar o bem e cumprir os nossos deveres morais perante Deus e o próximo, mantendo a consciência em paz e conquistando o progresso, o bem-estar, a alegria e a felicidade.
  • 16. Muita Paz! Visite o meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br A serviço da Doutrina Espírita; com estudos comentados. Leia Kardec! Estude Kardec! Pratique Kardec! Divulgue Kardec! O amanhã é sempre um dia a ser conquistado! Pense nisso!