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Há algum tempo, a revista americana “Dog Fancy” fez uma indagação
curiosa aos seus leitores: Os cães vão para o céu quando morrem?
A nossa estranheza não está na pergunta. Esta poderia ter brotado dos lábios
de uma criança encantada pelo seu cachorrinho de estimação ao vê-lo morto,
ou pressupondo-o morto. Seria muito natural até que a revista fizesse uma
reportagem em torno da preocupação da criança. Mas não foi esse o caso. O
que se desejou saber, de fato, é se um cãozinho de estimação pode ir para o
céu ao morrer. Entretanto, o que ocorreu, na verdade, é que a revista deu
publicidade à curiosa indagação e houve respostas a respeito: primeiro de
um rabino, achando que "tudo depende de como o cachorro se portar aqui na
Terra. São as atitudes do cão que vão determinar. se ele merece a benção
divina";
... segundo, uma escritora especialista em vida animal, considerando que
"todos os cães vão para o céu, que são seres inocentes e estão livres de
pecado"; terceiro, um professor de Teologia, afirmando "que não importa
como hajam os cães, eles vão para o paraíso"; e, finalmente, confirma um
clérigo que "se os cães forem para o céu, é devido à nossa ligação com eles,
porque o céu foi criado apenas para seres humanos ". Eis a quanto pode
conduzir o homem a ignorância das coisas espirituais. Se as religiões,
através dos seus doutos teólogos, tivessem conhecimento da Doutrina
Espirita, em seus três aspectos: Ciência, Filosofia e Religião, não veríamos
tais disparates ganhar foros de publicidade entre homens sérios. Ficariam
sabendo que Deus é Criador e Pai de todas as criaturas do Universo e que
tudo que existe na Natureza evolui.
O cão, por exemplo, é também criatura de Deus, mas não é Espírito ainda,
como não o é nenhum outro ser irracional, porém alcançará, um dia, essa
condição de ser espiritual através da evolução. No estágio em que se
encontra, ele não pensa, logo não é capaz de ter atitudes nem consciência,
agindo simplesmente através da benção do instinto. No mundo vegetal,
também vivem as criaturas de Deus, como também no mundo mineral,
adquirindo experiências para a vida, na condição de princípios anímicos.
Realmente não há pecado num ser irracional. O próprio ser humano só
passou a cometer pecados quando, dotado de razão, livre-arbítrio e
consciência espiritual, passou a descumprir as determinações divinas.
Quanto ao céu, local paradisíaco, onde ninguém faz coisa alguma, apenas
goza, tal local não existe.
Quanto ao céu ou inferno, são estados de glória ou de dor, que cada criatura
pode desenvolver dentro de si mesma, conforme pratique o Bem, e
desenvolva virtudes de caridade e amor, ou pratique o mal, desviando-se de
seu glorioso destino de criatura de Deus. De modo que somente na
mentalização interpretativa do homem ignorante da verdadeira perfeição
divina pode caber um conceito de céu e de inferno, conforme divulgado nas
concepções religiosas das crenças humanas.
Agora, a grande pergunta: Existem animais no plano espiritual?
Na literatura dita espírita, encontramos com bastante frequência alusões a
figuras de animais no plano espiritual. Por exemplo, Hermínio C. Miranda,
em Diálogo com as Sombras, descreve o "dirigente das trevas" ...
... como sendo visto quase sempre montado em animais. Também André
Luiz refere-se, em suas obras, a cães puxando espécies de "trenós" (livro
Nosso Lar), e a aves de monstruosa configuração (Obreiros da Vida Eterna),
e assim por diante. O Além, com ninhos de passarinhos multiplicando-se,
em que as aves vêm, chocam e nascem os filhotinhos. São inúmeras as obras
que falam sobre a existência de animais no mundo espiritual, revelando
detalhes de sua ação e interação com os Espíritos, assim como ocorre aqui
na Terra. Que, na realidade são delírios, pura fascinação. A finalidade deste
artigo não é a de combater sistemas ou pretender mudar pontos de vista.
Com base nessas obras, gostaríamos apenas de saber: As vacas boas vão
para o céu e as vacas más vão para o brejo? Todos os bichos quando morrem
vão para o mundo espiritual,
... e permanecem lá só os bichos bons? E os maus, vão para que lugar? Essas
questões levantam uma série de questionamentos. E a dúvida só surge
quando nós ignoramos as Obras da Codificação Espírita. Ora, se tem cão,
tem que ter leão, macaco e outros bichos, também. Quando falamos desse
assunto, vem à nossa mente a justiça de Deus. Se existirem animais no
mundo espiritual, devem existir todos e não somente alguns, como diz
Kardec: ou tem, ou não tem. Se tiver, então haveremos de concordar que, no
mundo espiritual, existem oceanos, pois para onde iriam as baleias, os
crustáceos e peixes que habitam as profundezas; precisaremos concordar
também que devem existir pântanos para acolher os crocodilos e todos os
animais que habitam essas regiões; mangues, para os caranguejos e todos os
outros habitats naturais dos animais ...
... que vemos sobre a Terra. Perguntamos ainda por que não lemos a respeito
de hipopótamos, lontras, gambás, animais exóticos, etc.? Fica aqui nossa
indagação. Então, o que acontece com os animais depois que morrem? É um
tema que provoca discussão. De um lado, aqueles que acreditam que
existem animais no mundo espiritual; infelizmente, algumas pessoas ainda
aceitam tudo o que os Espíritos dizem, sem uma maior verificação. Suas
ilusões, suas opiniões, muitas vezes, até sem nenhum tipo de parâmetro
razoável, são aceitos. De outro, os estudiosos da Doutrina Espírita que não
acreditam. No mundo espiritual ou na erraticidade estão os espíritos que
pensam, que fazem análises de suas próprias vidas. O plano espiritual serve
para nós como um repositório de nossas energias, momento de tomar novos
rumos,
... de fazer projetos, de preparar uma nova etapa. Isso é próprio de quem tem
livre arbítrio. E os animais no plano espiritual? Os animais não possuem a
consciência de si mesmos, não conseguem escolher entre o bem e o mal,
além de não estarem submetidos à Lei de Causa e Efeito. Allan Kardec, em
O Livro dos Espíritos, também trata desta questão. Segundo o codificador da
doutrina espírita, os animais não são espíritos errantes, ou seja, não possuem
o livre arbítrio, e por conta disso, não poderiam andar livremente pelo plano
espiritual. Vamos fazer uma simples análise do assunto, tendo como base
única os livros de Allan Kardec. A Codificação Espírita nos assegura
peremptoriamente que não os há no mundo espiritual. O princípio
inteligente dos animais, como não poderia deixar de ser, é inferior ao dos
homens. Ponto final.
Kardec começa a nos esclarecer, com um texto na Revista Espírita de julho
de 1860, quando nos diz: “Espíritos errantes são os que aguardam nova
encarnação terrena. São errantes porque estão na erraticidade, não se tendo
ainda fixado em plano superior. Os espíritos de animais, mesmo dos animais
superiores, não têm essa condição”. Na Revista Espírita de janeiro de 1861
ele diz: “Sabe-se que não há espíritos de animais na erraticidade, salvo em
caso em que um Espírito fizesse surgir uma aparência desse gênero, com um
objetivo determinado, o que não passaria, sempre, de uma aparência, e não o
espírito real de tal ou qual animal”. Sobre as obras que dizem haver espíritos
de animais no mundo espiritual, podemos dar duas opiniões que serão
suficientes para expressar o nosso pensamento. A primeira é a da ilusão.
Comentário de um Espírito a Kardec: “Os homens estão sempre dispostos a
tudo exagerar; uns, e não falo aqui dos materialistas, recusam uma alma aos
animais, e, outros, querem lhes dar uma, por assim dizer, semelhante à
nossa”. O interessante é que só se falam de animais como cachorros, gatos,
passarinhos, enfim, animais convenientes que mexem com as emoções e o
amor do ser humano. Animais peçonhentos ou repugnantes, como moscas,
tarântulas, ratazanas, lesmas entre outros, muito raramente são citados; se o
são, e quando são, citam que estão em regiões sombrias. Naturalmente não
veríamos uma jararaca em tal Colônia, mas é possível no Umbral, ou seja,
como o bicho é repugnante para nós, foi colocado em uma região infeliz; se
for um bicho dócil, então ele merece estar em lugar de paz. Pura fantasia.
Não é prudente fiar-nos nessas informações fantasiosas, porque essas obras
não passaram pelo critério da concordância universal, para aferição da
verdade. O estudo sério e aprofundado do Espiritismo e livre de
preconceitos pessoais ajuda-nos a identificar a profundidade do ensinamento
dos Espíritos, e nos faz ver as coisas sob um ponto de vista mais elevado. O
que ensina Kardec sobre os animais após a morte? Sabemos que os animais
tem um princípio espiritual que sobrevive à morte do corpo; mas, esse
princípio é igual ao nosso? Assim como os Espíritos humanos, o espírito do
animal mantém sua individualidade após a morte física? Em O Livro dos
Médiuns, no capítulo XXV, Kardec, conversando com os Espíritos a respeito
de evocações, pergunta-lhes se é possível evocar o espírito de um animal,
... e a resposta dada pelo Espírito evocado é surpreendente. Resposta do
Espírito: “Depois da morte do animal, o princípio inteligente que havia nele,
fica em estado latente; este princípio é imediatamente utilizado por certos
Espíritos encarregados deste cuidado para animar de novo seres nos quais
continua a obra de sua elaboração. Assim, no mundo dos Espíritos, não há
espíritos de animais errantes, mas somente Espíritos humanos. Isto responde
à sua pergunta”. Quando estudarmos este assunto com atenção, desperta-nos
uma realidade acerca da presença ativa de animais no mundo dos Espíritos.
Se o princípio que o habitava fica em estado latente, equivale a dizer que
não há atividade animal neste mundo, segundo São Luís que foi quem
respondeu a esta pergunta. Outra pergunta feita ao Espírito:
Como é então que algumas pessoas, tendo evocado animais, obtiveram
resposta? “Evoquem um rochedo e ele lhes responderá. Há sempre uma
multidão de Espíritos prontos a tomar a palavra para tudo”. Como é possível
observar, as respostas de São Luís são muito claras e afirmativas quando diz
não haver espíritos de animais na erraticidade. Isso realmente muda tudo.
Como já o comentamos acima, lemos em muitos livros supostamente
espíritas, mesmo de autores consagrados, sobre a existência de animais no
mundo espiritual. De nossa parte, perante esse assunto, afirmamos que
adotamos o ensino da Codificação a respeito. Aqueles que pensam ao
contrário, admitindo a existência de animais em atividade no mundo
espiritual, que demonstrem que Kardec está equivocado,
... apresentando uma informação que seja tão clara quanto essa que São Luís
ditou, provando por A + B que existem animais no mundo espiritual.
Vejamos mais informações: Em O Livro dos Espíritos, no tópico Os animais
e o homem, encontramos:
Questão 597. Pois se os animais têm uma inteligência que lhes dá certa
liberdade de ação, há neles um princípio independente da matéria?
Respondem os Espíritos “Sim, e que sobrevive ao corpo”.
Questão 597-a. Esse princípio é uma alma semelhante ao homem?
Respondem os Espíritos “É também uma alma, se o quiserdes; isto depende
do sentido que se toma essa palavra; mas é inferior à do homem. Há, entre a
alma dos homens e dos animais, tanta distância, quanto entre a alma dos
homens e Deus”.
Questão 598. A alma dos animais conserva após a morte, sua
individualidade e a consciência de si mesma? Respondem os Espíritos “Sua
individualidade, sim, mas não a consciência de si mesma. A vida inteligente
permanece em estado latente”.
Questão 599. A alma dos animais pode escolher a espécie em que prefira
encarnar? Respondem os Espíritos “Não; ela não tem livre-arbítrio”.
Questão 600. A alma do animal, sobrevivendo ao corpo, fica num estado
errante, como a do homem, após a morte? Respondem os Espíritos Fica
numa espécie de erraticidade, pois não está unida a um corpo, mas não é um
espírito errante. O espírito errante é um ser que pensa e age por sua livre
vontade; o dos animais não tem a mesma faculdade. É a consciência de si
mesmo que constitui o atributo principal do espírito.
O espírito do animal é classificado, após a morte, pelos Espíritos
incumbidos disso, e utilizado quase imediatamente; não dispõe de tempo
para se por em relação com outras criaturas. Nas respostas acima,
observamos algo importante a ser comentado; a consciência do eu. É esta
consciência que dá ao Espírito humano a superioridade sobre o espírito do
animal. O animal não é dotado desta consciência; com isso, seus atos não
são nem bons nem maus e é por esse motivo que não precisam de intervalos
entre as encarnações, pois esse intervalo ou erraticidade tem por finalidade
ajudar o Espírito a medir a consequência dos seus atos, para que ele possa
projetar novas existências onde dará continuidade em seu roteiro evolutivo,
através de novas provas e expiações. O animal não possui esta característica,
ou seja, não tem o que expiar nem o que provar.
Desse modo, não tem necessidade de permanecer errante, reencarnando logo
em seguida à sua morte precedente. Poderíamos mesmo terminar aqui o
estudo, pois para os espíritas que estudam e compreendem o Espiritismo
segundo a Codificação, acreditamos que tais informações sejam suficientes
para formar uma opinião, entretanto, existem ainda algumas questões que
gostaríamos de debater a respeito. Essas formas de animais que são
relatados nos livros podem ser uma projeção feita pelos Espíritos. Segundo a
Gênese, no capítulo XIV, dos Fluidos, encontramos: “O pensamento é para
os Espíritos o que a mão é para o homem”. Assim, plasmariam formas
animais para enriquecer a natureza ao redor, assim como plasmam as flores
e árvores, Pois que também não existem almas das árvores e flores na
espiritualidade;
... o que explicaria o porquê de só existirem animais convenientes em tal
colônia. Portanto, nas Obras da Codificação não há a menor referência sobre
a existência de animais na erraticidade. Seria uma omissão imperdoável da
Espiritualidade Superior? Não acredito!
Concluo este texto com o prefácio do Evangelho Segundo o Espiritismo,
onde é sempre tempo de mudar e analisar as mensagens do Alto da maneira
que elas são, pela lógica e pelo amor. Afinal, o Espiritismo foi trazido pelos
espíritos e não pelos espíritas: “São chegados os tempos em que todas as
coisas hão de ser restabelecidas no seu verdadeiro sentido, para dissipar as
trevas, confundir os orgulhosos e glorificar os justos.”
Muita Paz!
Visite o meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br
A serviço da Doutrina Espírita; com estudos comentados; cujo objetivo é
levar as pessoas a uma reflexão sobre a vida.
Leia Kardec! Estude Kardec! Pratique Kardec! Divulgue Kardec!
O amanhã é sempre um dia a ser conquistado! Pense nisso!

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Animais no mundo espiritual?

  • 1.
  • 2. Há algum tempo, a revista americana “Dog Fancy” fez uma indagação curiosa aos seus leitores: Os cães vão para o céu quando morrem? A nossa estranheza não está na pergunta. Esta poderia ter brotado dos lábios de uma criança encantada pelo seu cachorrinho de estimação ao vê-lo morto, ou pressupondo-o morto. Seria muito natural até que a revista fizesse uma reportagem em torno da preocupação da criança. Mas não foi esse o caso. O que se desejou saber, de fato, é se um cãozinho de estimação pode ir para o céu ao morrer. Entretanto, o que ocorreu, na verdade, é que a revista deu publicidade à curiosa indagação e houve respostas a respeito: primeiro de um rabino, achando que "tudo depende de como o cachorro se portar aqui na Terra. São as atitudes do cão que vão determinar. se ele merece a benção divina";
  • 3. ... segundo, uma escritora especialista em vida animal, considerando que "todos os cães vão para o céu, que são seres inocentes e estão livres de pecado"; terceiro, um professor de Teologia, afirmando "que não importa como hajam os cães, eles vão para o paraíso"; e, finalmente, confirma um clérigo que "se os cães forem para o céu, é devido à nossa ligação com eles, porque o céu foi criado apenas para seres humanos ". Eis a quanto pode conduzir o homem a ignorância das coisas espirituais. Se as religiões, através dos seus doutos teólogos, tivessem conhecimento da Doutrina Espirita, em seus três aspectos: Ciência, Filosofia e Religião, não veríamos tais disparates ganhar foros de publicidade entre homens sérios. Ficariam sabendo que Deus é Criador e Pai de todas as criaturas do Universo e que tudo que existe na Natureza evolui.
  • 4. O cão, por exemplo, é também criatura de Deus, mas não é Espírito ainda, como não o é nenhum outro ser irracional, porém alcançará, um dia, essa condição de ser espiritual através da evolução. No estágio em que se encontra, ele não pensa, logo não é capaz de ter atitudes nem consciência, agindo simplesmente através da benção do instinto. No mundo vegetal, também vivem as criaturas de Deus, como também no mundo mineral, adquirindo experiências para a vida, na condição de princípios anímicos. Realmente não há pecado num ser irracional. O próprio ser humano só passou a cometer pecados quando, dotado de razão, livre-arbítrio e consciência espiritual, passou a descumprir as determinações divinas. Quanto ao céu, local paradisíaco, onde ninguém faz coisa alguma, apenas goza, tal local não existe.
  • 5. Quanto ao céu ou inferno, são estados de glória ou de dor, que cada criatura pode desenvolver dentro de si mesma, conforme pratique o Bem, e desenvolva virtudes de caridade e amor, ou pratique o mal, desviando-se de seu glorioso destino de criatura de Deus. De modo que somente na mentalização interpretativa do homem ignorante da verdadeira perfeição divina pode caber um conceito de céu e de inferno, conforme divulgado nas concepções religiosas das crenças humanas. Agora, a grande pergunta: Existem animais no plano espiritual? Na literatura dita espírita, encontramos com bastante frequência alusões a figuras de animais no plano espiritual. Por exemplo, Hermínio C. Miranda, em Diálogo com as Sombras, descreve o "dirigente das trevas" ...
  • 6. ... como sendo visto quase sempre montado em animais. Também André Luiz refere-se, em suas obras, a cães puxando espécies de "trenós" (livro Nosso Lar), e a aves de monstruosa configuração (Obreiros da Vida Eterna), e assim por diante. O Além, com ninhos de passarinhos multiplicando-se, em que as aves vêm, chocam e nascem os filhotinhos. São inúmeras as obras que falam sobre a existência de animais no mundo espiritual, revelando detalhes de sua ação e interação com os Espíritos, assim como ocorre aqui na Terra. Que, na realidade são delírios, pura fascinação. A finalidade deste artigo não é a de combater sistemas ou pretender mudar pontos de vista. Com base nessas obras, gostaríamos apenas de saber: As vacas boas vão para o céu e as vacas más vão para o brejo? Todos os bichos quando morrem vão para o mundo espiritual,
  • 7. ... e permanecem lá só os bichos bons? E os maus, vão para que lugar? Essas questões levantam uma série de questionamentos. E a dúvida só surge quando nós ignoramos as Obras da Codificação Espírita. Ora, se tem cão, tem que ter leão, macaco e outros bichos, também. Quando falamos desse assunto, vem à nossa mente a justiça de Deus. Se existirem animais no mundo espiritual, devem existir todos e não somente alguns, como diz Kardec: ou tem, ou não tem. Se tiver, então haveremos de concordar que, no mundo espiritual, existem oceanos, pois para onde iriam as baleias, os crustáceos e peixes que habitam as profundezas; precisaremos concordar também que devem existir pântanos para acolher os crocodilos e todos os animais que habitam essas regiões; mangues, para os caranguejos e todos os outros habitats naturais dos animais ...
  • 8. ... que vemos sobre a Terra. Perguntamos ainda por que não lemos a respeito de hipopótamos, lontras, gambás, animais exóticos, etc.? Fica aqui nossa indagação. Então, o que acontece com os animais depois que morrem? É um tema que provoca discussão. De um lado, aqueles que acreditam que existem animais no mundo espiritual; infelizmente, algumas pessoas ainda aceitam tudo o que os Espíritos dizem, sem uma maior verificação. Suas ilusões, suas opiniões, muitas vezes, até sem nenhum tipo de parâmetro razoável, são aceitos. De outro, os estudiosos da Doutrina Espírita que não acreditam. No mundo espiritual ou na erraticidade estão os espíritos que pensam, que fazem análises de suas próprias vidas. O plano espiritual serve para nós como um repositório de nossas energias, momento de tomar novos rumos,
  • 9. ... de fazer projetos, de preparar uma nova etapa. Isso é próprio de quem tem livre arbítrio. E os animais no plano espiritual? Os animais não possuem a consciência de si mesmos, não conseguem escolher entre o bem e o mal, além de não estarem submetidos à Lei de Causa e Efeito. Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, também trata desta questão. Segundo o codificador da doutrina espírita, os animais não são espíritos errantes, ou seja, não possuem o livre arbítrio, e por conta disso, não poderiam andar livremente pelo plano espiritual. Vamos fazer uma simples análise do assunto, tendo como base única os livros de Allan Kardec. A Codificação Espírita nos assegura peremptoriamente que não os há no mundo espiritual. O princípio inteligente dos animais, como não poderia deixar de ser, é inferior ao dos homens. Ponto final.
  • 10. Kardec começa a nos esclarecer, com um texto na Revista Espírita de julho de 1860, quando nos diz: “Espíritos errantes são os que aguardam nova encarnação terrena. São errantes porque estão na erraticidade, não se tendo ainda fixado em plano superior. Os espíritos de animais, mesmo dos animais superiores, não têm essa condição”. Na Revista Espírita de janeiro de 1861 ele diz: “Sabe-se que não há espíritos de animais na erraticidade, salvo em caso em que um Espírito fizesse surgir uma aparência desse gênero, com um objetivo determinado, o que não passaria, sempre, de uma aparência, e não o espírito real de tal ou qual animal”. Sobre as obras que dizem haver espíritos de animais no mundo espiritual, podemos dar duas opiniões que serão suficientes para expressar o nosso pensamento. A primeira é a da ilusão.
  • 11. Comentário de um Espírito a Kardec: “Os homens estão sempre dispostos a tudo exagerar; uns, e não falo aqui dos materialistas, recusam uma alma aos animais, e, outros, querem lhes dar uma, por assim dizer, semelhante à nossa”. O interessante é que só se falam de animais como cachorros, gatos, passarinhos, enfim, animais convenientes que mexem com as emoções e o amor do ser humano. Animais peçonhentos ou repugnantes, como moscas, tarântulas, ratazanas, lesmas entre outros, muito raramente são citados; se o são, e quando são, citam que estão em regiões sombrias. Naturalmente não veríamos uma jararaca em tal Colônia, mas é possível no Umbral, ou seja, como o bicho é repugnante para nós, foi colocado em uma região infeliz; se for um bicho dócil, então ele merece estar em lugar de paz. Pura fantasia.
  • 12. Não é prudente fiar-nos nessas informações fantasiosas, porque essas obras não passaram pelo critério da concordância universal, para aferição da verdade. O estudo sério e aprofundado do Espiritismo e livre de preconceitos pessoais ajuda-nos a identificar a profundidade do ensinamento dos Espíritos, e nos faz ver as coisas sob um ponto de vista mais elevado. O que ensina Kardec sobre os animais após a morte? Sabemos que os animais tem um princípio espiritual que sobrevive à morte do corpo; mas, esse princípio é igual ao nosso? Assim como os Espíritos humanos, o espírito do animal mantém sua individualidade após a morte física? Em O Livro dos Médiuns, no capítulo XXV, Kardec, conversando com os Espíritos a respeito de evocações, pergunta-lhes se é possível evocar o espírito de um animal,
  • 13. ... e a resposta dada pelo Espírito evocado é surpreendente. Resposta do Espírito: “Depois da morte do animal, o princípio inteligente que havia nele, fica em estado latente; este princípio é imediatamente utilizado por certos Espíritos encarregados deste cuidado para animar de novo seres nos quais continua a obra de sua elaboração. Assim, no mundo dos Espíritos, não há espíritos de animais errantes, mas somente Espíritos humanos. Isto responde à sua pergunta”. Quando estudarmos este assunto com atenção, desperta-nos uma realidade acerca da presença ativa de animais no mundo dos Espíritos. Se o princípio que o habitava fica em estado latente, equivale a dizer que não há atividade animal neste mundo, segundo São Luís que foi quem respondeu a esta pergunta. Outra pergunta feita ao Espírito:
  • 14. Como é então que algumas pessoas, tendo evocado animais, obtiveram resposta? “Evoquem um rochedo e ele lhes responderá. Há sempre uma multidão de Espíritos prontos a tomar a palavra para tudo”. Como é possível observar, as respostas de São Luís são muito claras e afirmativas quando diz não haver espíritos de animais na erraticidade. Isso realmente muda tudo. Como já o comentamos acima, lemos em muitos livros supostamente espíritas, mesmo de autores consagrados, sobre a existência de animais no mundo espiritual. De nossa parte, perante esse assunto, afirmamos que adotamos o ensino da Codificação a respeito. Aqueles que pensam ao contrário, admitindo a existência de animais em atividade no mundo espiritual, que demonstrem que Kardec está equivocado,
  • 15. ... apresentando uma informação que seja tão clara quanto essa que São Luís ditou, provando por A + B que existem animais no mundo espiritual. Vejamos mais informações: Em O Livro dos Espíritos, no tópico Os animais e o homem, encontramos: Questão 597. Pois se os animais têm uma inteligência que lhes dá certa liberdade de ação, há neles um princípio independente da matéria? Respondem os Espíritos “Sim, e que sobrevive ao corpo”. Questão 597-a. Esse princípio é uma alma semelhante ao homem? Respondem os Espíritos “É também uma alma, se o quiserdes; isto depende do sentido que se toma essa palavra; mas é inferior à do homem. Há, entre a alma dos homens e dos animais, tanta distância, quanto entre a alma dos homens e Deus”.
  • 16. Questão 598. A alma dos animais conserva após a morte, sua individualidade e a consciência de si mesma? Respondem os Espíritos “Sua individualidade, sim, mas não a consciência de si mesma. A vida inteligente permanece em estado latente”. Questão 599. A alma dos animais pode escolher a espécie em que prefira encarnar? Respondem os Espíritos “Não; ela não tem livre-arbítrio”. Questão 600. A alma do animal, sobrevivendo ao corpo, fica num estado errante, como a do homem, após a morte? Respondem os Espíritos Fica numa espécie de erraticidade, pois não está unida a um corpo, mas não é um espírito errante. O espírito errante é um ser que pensa e age por sua livre vontade; o dos animais não tem a mesma faculdade. É a consciência de si mesmo que constitui o atributo principal do espírito.
  • 17. O espírito do animal é classificado, após a morte, pelos Espíritos incumbidos disso, e utilizado quase imediatamente; não dispõe de tempo para se por em relação com outras criaturas. Nas respostas acima, observamos algo importante a ser comentado; a consciência do eu. É esta consciência que dá ao Espírito humano a superioridade sobre o espírito do animal. O animal não é dotado desta consciência; com isso, seus atos não são nem bons nem maus e é por esse motivo que não precisam de intervalos entre as encarnações, pois esse intervalo ou erraticidade tem por finalidade ajudar o Espírito a medir a consequência dos seus atos, para que ele possa projetar novas existências onde dará continuidade em seu roteiro evolutivo, através de novas provas e expiações. O animal não possui esta característica, ou seja, não tem o que expiar nem o que provar.
  • 18. Desse modo, não tem necessidade de permanecer errante, reencarnando logo em seguida à sua morte precedente. Poderíamos mesmo terminar aqui o estudo, pois para os espíritas que estudam e compreendem o Espiritismo segundo a Codificação, acreditamos que tais informações sejam suficientes para formar uma opinião, entretanto, existem ainda algumas questões que gostaríamos de debater a respeito. Essas formas de animais que são relatados nos livros podem ser uma projeção feita pelos Espíritos. Segundo a Gênese, no capítulo XIV, dos Fluidos, encontramos: “O pensamento é para os Espíritos o que a mão é para o homem”. Assim, plasmariam formas animais para enriquecer a natureza ao redor, assim como plasmam as flores e árvores, Pois que também não existem almas das árvores e flores na espiritualidade;
  • 19. ... o que explicaria o porquê de só existirem animais convenientes em tal colônia. Portanto, nas Obras da Codificação não há a menor referência sobre a existência de animais na erraticidade. Seria uma omissão imperdoável da Espiritualidade Superior? Não acredito! Concluo este texto com o prefácio do Evangelho Segundo o Espiritismo, onde é sempre tempo de mudar e analisar as mensagens do Alto da maneira que elas são, pela lógica e pelo amor. Afinal, o Espiritismo foi trazido pelos espíritos e não pelos espíritas: “São chegados os tempos em que todas as coisas hão de ser restabelecidas no seu verdadeiro sentido, para dissipar as trevas, confundir os orgulhosos e glorificar os justos.”
  • 20. Muita Paz! Visite o meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br A serviço da Doutrina Espírita; com estudos comentados; cujo objetivo é levar as pessoas a uma reflexão sobre a vida. Leia Kardec! Estude Kardec! Pratique Kardec! Divulgue Kardec! O amanhã é sempre um dia a ser conquistado! Pense nisso!