O documento descreve os princípios e métodos da Teoria Fundamentada, uma metodologia qualitativa que gera teorias a partir da análise sistemática de dados coletados. Na Teoria Fundamentada, os dados são coletados e analisados para produzir novas teorias em vez de testar teorias pré-existentes. O pesquisador analisa os dados livre de preconceitos para entender como e por que determinados fenômenos ocorrem. Os dados são codificados e categorizados para gerar teorias fundamentadas na interpretação contextualizada
3. O QUE É?
• Metodologia que pode ser tanto quantitativa
como qualitativa.
• Não se utiliza a coleta de dados
para construir um problema de pesquisa
que busque confirmar teorias pré-existentes:
os dados produzirão uma nova teoria,
fundamentada na interpretação
devidamente contextualizada
a partir da categorização
dos dados coletados.
4. DADOS COMO ALICERCE
• O pesquisador analisa os dados
de modo a entender determinada situação
e como e por que seus participantes
agem de determinada maneira,
como e por que determinado fenômeno
ou situação se desdobra deste ou daquele
jeito.
(GLASER e STRAUSS, 1967 in PINTO, 2012)
5. QUANDO E POR QUE
APLICÁ-LA (LEVACOV)
• Quando não há uma teoria a ser testada;
• Quando deseja-se entender
uma determinada situação;
• Como e por que seus participantes
agem de determinada maneira;
• Como e por que determinado fenômeno
ou situação se desdobra deste ou daquele modo.
6. A TEORIA FUNDAMENTADA
CONSISTE EM
• Reunir volume de informações
sobre o fenômeno observado;
• Comparar, codificar, extrair
as regularidades;
• Seguir detalhados métodos
de extração de sentido
dessas informações.
7. –(FRAGOSO, RECUERO e AMARAL, 2011,
p. 83 in PINTO, 2012, p. 2)
“Se parte dos dados
para se chegar a uma teoria
sobre o fenômeno analisado
"a partir de uma sistemática observação,
comparação, classificação e análise de
similaridades
e dissimilaridades.”
8.
9. COMO O PESQUISADOR
DEVE IR A CAMPO? (FRAGOSO, RECUERO E AMARAL, 2011, P. 83)
• Livre de suas pré-noções;
• Livre de hipóteses e conceitos.
10. ENTÃO, COMO ELABORAR SUAS
HIPÓTESES E SEUS PRECEITOS TEÓRICOS?(FRAGOSO, RECUERO E AMARAL, 2011)
• Apenas a partir de sua vivência empírica
e do processo do método. ;)
11. ASPECTOS A CONSIDERAR
NA COLETA DE DADOS (CHARMAZ, 2009 IN COSTA, 2015)
• Um determinado processo:
é considerado fundamental
a partir do ponto de vista de quem?
É considerado sem grande importância
a partir do ponto de vista de quem?
• Como surgem os processos sociais observados?
Como eles são construídos pelas ações dos participantes?
• Quem exerce controle sobre esses processos?
Sob quais condições?
12. ASPECTOS A CONSIDERAR
NA COLETA DE DADOS (CHARMAZ, 2009 IN COSTA, 2015)
• Quais significados os diversos participantes
atribuem ao processo?
Como eles falam sobre isso?
O que eles enfatizam?
O que omitem?
• Como e quando se alteram os significados
e as ações dos participantes em relação
ao processo?
13. COMO CONSTRUIR
OS DADOS? (CHARMAZ, 2009 IN COSTA, 2015)
• Observar as ações e os processos,
bem como as palavras;
• Delinear o contexto, as cenas
e as circunstâncias da ação;
• Registrar quem fez o que, quando ocorreu,
por que aconteceu e como ocorreu;
14. COMO CONSTRUIR
OS DADOS? (CHARMAZ, 2009 IN COSTA, 2015)
• Identificar as condições
nas quais determinadas ações,
intenções e processos emergem
ou são abrandados;
• Procurar caminhos para interpretar
esses dados.
15. UMA PERSPECTIVA CRÍTICA
SOBRE A TEORIA FUNDAMENTADA(FRAGOSO, RECUERO E AMARAL, 2011, PP. 87-88)
“O produto da TF é simples. Não é uma descrição
factual. É um conjunto de conceitos
cuidadosamente fundados e organizados em torno
de categorias centrais e integrados em hipóteses. A
teoria gerada explica a preponderância do
comportamento em uma área substantiva, com o
primeiro movimento deste comportamento
emergindo como o conceito principal dos
participantes primários.”
(GLASER, 2004 in FRAGOSO, RECUERO
E AMARAL, 2011)
16. COLETA DE DADOS(FRAGOSO, RECUERO E AMARAL, 2011, P. 92-94)
• Podem ser provenientes
de várias fontes, tanto quantitativa como
qualitativamente;
• A análise dos dados
concomitante à sua coleta
vai, assim, auxiliando a refinar
o próprio processo de coleta.
17. TIPOS DE CODIFICAÇÃO
• a) CATEGORIAS: na TF, códigos e conceitos
são constantemente comparados.
Categorias mais amplas são construídas à
medida que observa-se as semelhanças e
as diferenças entre os conceitos. Logo, as
categorias são mais abrangentes do que os
conceitos. Consequentementes, são elas
que darão origem à teoria.
18. TIPOS DE CODIFICAÇÃO
• b) MEMOS: observações de campo durante
o processo de análise de um corpo de
dados. Anotações para posterior codificação.
Observações sobre o próprio processo de
codificação e das categorias que estão
sendo criadas. Anotações teóricas (discussão
sobre como os códigos, conceitos e
categorias relacionam-se com a literatura).
19. CODIFICAÇÃO ABERTA
• Comparação de eventos, ações
e interações por similaridades
e diferenças.
• Rotulação (etiquetas conceituais).
• Agrupamento para formar
categorias e subcategorias.
20. CODIFICAÇÃO ABERTA
• O que está acontecendo?
• Em quais categorias esses dados
se enquadram?
• O que os dados expressam?
• Fragmentação dos dados para identificação
de categorias, propriedades e dimensões.
21. CODIFICAÇÃO AXIAL
• Relacionamento entre as categorias que
emergiram na fase anterior.
• Quais as conexões entre as classificações
observadas?
• FOCO: contexto das categorias,
suas condições causais e intervenientes,
nas estratégias e nas consequências
dessas estratégias.
23. CODIFICAÇÃO SELETIVA
• Story line: técnica onde se conta
a história de modo analítico.
• Objetivo: integrar e relacionar
as categorias.
• Conceitos emergentes da organização dos
dados: primeiros padrões encontrados.
24. CODIFICAÇÃO SELETIVA
• Quanto mais o conceito aparecer
em função do que foi encontrado
nos dados, mais consistente será
a teoria dele resultante.
• P. ex.: a descoberta de categorias
majoritárias como consequência dos valores
construídos e percebidos pelos usuários no
Twitter.
28. PROCEDIMENTOS
• Procurem encontrar diferenças
e semelhanças dentro do objeto;
• Definam um período de tempo
de observação;
• Verifiquem se será necessário perguntar
ao internauta (Google Docs);
29. PROCEDIMENTOS
• Quais questões seriam relevantes para
identificar a importância do fenômeno e
como os entrevistados o percebem?
• Definir um prazo para o recebimento de
respostas.
30. PROCEDIMENTOS
• Encontrar palavras ou sentimentos
demonstrados nas conversações em
rede: identificar semelhanças e
diferenças entre si;
• Classificar as subcategorias (se assim
surgirem);
31. PROCEDIMENTOS
• Encontrar palavras ou sentimentos
demonstrados nas conversações em
rede: identificar semelhanças e
diferenças entre si;
• Classificar as subcategorias (se assim
surgirem);
32. PROCEDIMENTOS
• Analisar e quantificar os dados;
• Tentar criar um conceito com base na
observação dos dados obtidos.