Este documento resume cinco anos de provas de português instrumental da UERJ, apresentando os objetivos e comentários de cada questão. As questões abordaram charges, textos literários e não literários, analisando recursos retóricos, coerência textual, forma de enunciação e outros aspectos.
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
Levantamento de conteúdos cobrados na prova de português instrumental da uerj nos últimos cinco anos
1. Levantamento de conteúdos cobrados na prova de português instrumental da UERJ nos últimos cinco
anos:
2014 – 1
Charge e texto de Millôr
Objetivo: Identificar construção intencional de contradição aparente e explicá-la.
Item do programa: Fatores de coerência
Subitem do programa: Intencionalidade
Comentário da questão:
Da maneira como a sentença se formula, a morte do personagem implica a sua imortalidade, o que seria
contraditório. A contradição se desfaz, no entanto, quando se percebe que o termo “morte” se refere à
morte física do personagem, ao passo que o termo “imortalidade” se refere à sobrevivência do seu nome
e da sua fama como cientista.
2014 – 2
Objetivo: Reconhecer marcas linguísticas associadas a determinado posicionamento do autor e descrever
esse posicionamento.
Item do programa: Recursos de retórica
Subitem do programa: Modalização
Comentário da questão:
Os termos que evidenciam o julgamento são “evidentemente”, para reforçar a afirmação de que os
cientistas se excedem algumas vezes, e “claro que”, para enfatizar a necessidade de que os cientistas
salvassem a vida do colega, ao invés de se apressarem em dar um nome à nova criatura. Deduz-se,
portanto, que o autor condena a falta de ação prática dos cientistas mostrados no cartum.
2014 – 3
Objetivo: Identificar recurso específico de construção textual e explicar a ironia contida nele.
Item do programa: Recursos de retórica
Subitem do programa: Ironia
Item do programa 2: Fatores de coerência
Subitem do programa: Modos de organização do texto
Comentário da questão:
O recurso linguístico que reproduz o processo de investigação científica é o da formulação de perguntas
sobre tempo, lugar e modo de ocorrência do fato observado. Esse mesmo processo, no entanto, é objeto
da ironia do autor, quando ele levanta a hipótese de que os cientistas estariam na verdade “olhando
mulheres nuas num telhado distante”, o que claramente desvaloriza o trabalho de observação que eles
estariam fazendo. A surpresa do ataque aéreo do pássaro também é irônica, porque ela chama a atenção
para a presença do acaso, impossível de prever pelo método científico.
2014 – 4
Texto de Machado de assis – Emplasto (Memórias póstumas de Brás Cubas)
Objetivo: Exemplificar personificação presente no texto.
Item do programa: Recursos de retórica
Subitem do programa: Personificação
Comentário da questão:
2. A concretização da abstração “ideia” já se expressa na referência ao fato de que esta se pendura dentro
do cérebro como se estivesse no trapézio de um circo. Essa concretização é evidenciada também pelas
expressões: “bracejar”, “pernear”, “pendurou-se-me”, “tomar forma de X”, “deu um grande salto”,
“estendem os braços e as pernas” e “fazer as mais arrojadas cabriolas”.
2014 – 5
Objetivo: Discriminar diferentes posicionamentos do narrador e explicar relação de oposição entre eles.
Item do programa: Formas de enunciação
Subitem do programa: Efeito de subjetividade
Subitem do programa: Efeito de interlocução
Comentário da questão:
As motivações para a criação do emplasto são, primeiro, a ambição por ganhar dinheiro e, depois, a
vaidade e o desejo de fama. Na petição que o personagem apresenta ao governo, entretanto, ele não se
refere a nenhuma dessas motivações, mas sim alega objetivos filantrópicos, caridosos e cristãos, que
obviamente são opostos àquelas motivações confessadas.
2013 – 1
Texto sobre o tempo
Objetivo: Discriminar opiniões diferentes citadas no texto.
Item do programa: Elementos de argumentação
Subitem do programa: Opinião, fato
Comentário da questão:
Carl Honoré aponta o critério da qualidade como forma de superação do estilo acelerado da vida atual,
sugerindo que nos movimentemos cada vez melhor, e não cada vez mais rápido. De sua parte, James
Gleick considera que não se pode mais voltar a um tempo mais lento, mais tranquilo, porque a sociedade
já optou por mais e mais velocidade. Os dois pontos de vista, portanto, se diferenciam na avaliação dos
mesmos fatos do cotidiano, relativos à aceleração do tempo. O reconhecimento dessa diferença contribui
para a compreensão da complexidade do tema.
2013 – 2
Objetivo: Identificar construção de sentido irônico no contexto.
Item do programa: Recursos de retórica
Subitem do programa: Ironia
Comentário da questão:
A expressão “Mais sorte” pode ser considerada irônica porque os pedestres que ficam apertando
repetidamente o botão que aciona o sinal verde não conseguem, em geral, acionar o sinal verde: o ato de
apertar o botão, como no exemplo citado, apenas serve para descarregar a ansiedade do usuário, pois
não altera o status do sinal. Logo, os pedestres não têm sorte alguma, eles apenas se deixam iludir pela
suposta função do artefato.
2013 – 3
Objetivo: Reconhecer e exemplificar mecanismo linguístico de busca de interlocução.
Item do programa: Formas de enunciação
Subitem do programa: Efeito de interlocução
Comentário da questão:
3. A marca linguística que comprova a inclusão do autor e dos leitores na situação é o uso da primeira
pessoa do plural e do pronome “nosso/a”, como nos seguintes exemplos:
1. Essas são as principais consequências de vivermos num mundo
2. O problema é que nem tudo ao nosso redor consegue atender à demanda.
3. Semáforos vermelhos continuam testando nossa paciência, obrigando-nos a frear a cada quarteirão.
4. Confesse: que raios fazemos com os dois segundos, no máximo, que economizamos ao acionar
aquelas teclas que fecham a porta do elevador?
5. para conter nossa irritação
Observe-se que há outras ocorrências da primeira pessoa do plural que não comprovam a
inclusão do autor porque se encontram nas citações de outros autores transcritos entre aspas. Observe-se
ainda, que, no exemplo (4), a marca de imperativo expressa igualmente a inclusão do autor e dos
leitores na situação.
2013 – 4
Quadrinhos
Objetivo: Identificar crítica presente no cartum e explicar a relação entre essa crítica e a imagem dos
personagens.
Item do programa: Elementos não verbais
Subitem do programa: Relação entre o verbal e o não verbal
Item do programa 2: Objetivos discursivos
Subitem do programa: Opinar
Comentário da questão:
Quando o motorista, personagem do cartum, justifica a alta velocidade em que dirige pela necessidade
de não perder tempo porque eles se dirigem para o futuro, ele estabelece uma meta completamente
abstrata e genérica para o seu movimento. Na verdade, como se pode depreender da fala das tartarugas,
a velocidade é um fim em si mesmo, dificultando ou impedindo que ele aproveite a viagem no caso, o
presente , tão preocupado que se encontra em chegar ao destino e ao tal do futuro. A crítica das
tartarugas se reforça, em termos da imagem, porque os animais, proverbialmente lentos, se opõem ao
carro-esporte e sua velocidade muito alta. A associação entre os elementos verbais e não verbais permite
a compreensão do conjunto dos quadrinhos, gênero, por natureza, estruturado pela combinação entre
tais elementos.
2013 – 5
Mestre, poema de Fernando Pessoa
Objetivo: Explicar uso corrente de expressão cristalizada e também seu uso específico na criação de novo
sentido no texto poético.
Item do programa: Fatores de coerência
Subitem do programa: Pressuposições
Subitem do programa: Intencionalidade
Comentário da questão:
Usualmente, a expressão “perder tempo” tem conotação negativa, referindo-se a ações desnecessárias
ou inúteis que não levam a lugar algum. No poema, a expressão “perder tempo” tem conotação positiva,
referindo-se à capacidade de aceitar a passagem natural do tempo, vivenciando-se o presente e assim
aproveitando-o melhor. O exemplo analisado permite constatar uma importante característica do discurso
literário, que é o deslocamento intencional de expressões cristalizadas, na criação de novos sentidos.
4. 2012 – 1
Artigo de opinião
Objetivo: Identificar, como recurso de produção de sentido no texto, a contraposição entre duas
categorias de exemplificação.
Item do programa: Aspectos da construção do sentido no texto
Subitem do programa: Coerência textual: organização das partes do texto
Comentário da questão:
O autor distingue os muitos fenômenos que não podem ser previstos com precisão, como taxas de
câmbio, de inflação e de crescimento, ou preços do petróleo e quaisquer dados econômicos, daqueles
poucos que podem ser previstos com precisão, como marés e eclipses. No 7º parágrafo, o autor recorre a
dois critérios para distinguir os dois tipos de fenômeno: a linearidade ou não dos fenômenos e a presença
ou não do ser humano na produção dos fenômenos.
2012 -2
Objetivo: Reconhecer elementos de construção de argumentos indutivos no texto.
Item do programa: Enunciação e organização textual
Subitem do programa: Elementos da argumentação: operações de indução
Comentário da questão:
O método principal da argumentação do autor é o indutivo, ou seja, ele se apoia em fatos ou dados
particulares e específicos para desses dados ou fatos chegar a conclusões mais gerais. São exemplos
dessa forma de argumentação a referência ao livro de Dan Gardner (que estuda exatamente os
problemas de toda previsão econômica e política) e à experiência da revista britânica (que comparou
previsões de diferentes pessoas com os acontecimentos que de fato aconteceram uma década depois).
Com base nessas referências mais pontuais, Hélio Schwartsman sustenta uma conclusão acerca de um
comportamento de todo ser humano: para o autor, procuramos nos apoiar em previsões do futuro,
apesar de, com frequência, estas falharem.
2012 – 3
Ode para o futuro, poema de Jorge de Sena
Objetivo: Explicar contraposição essencial na construção do sentido do texto.
Item do programa: Enunciação e organização textual
Subitem do programa: Estratégias de leitura: relações lógico-semânticas
Comentário da questão:
O poema opõe os acontecimentos do presente à maneira como as pessoas do futuro vão encará-los. As
imagens positivas da 1ª estrofe representam a visão idealizada que o futuro construirá acerca do
presente, enquanto as imagens negativas da 3ª estrofe se referem aos acontecimentos reais vividos pelo
sujeito poético nesse mesmo presente.
2012 – 4
Objetivo: Identificar e explicar marcas linguísticas relacionadas a efeitos de subjetividade e de
interlocução.
Item do programa: Enunciação e organização textual
Subitem do programa: Estrutura da enunciação: ações e efeitos de elocução em 1ª e 2ª pessoas (efeito
de subjetividade e de interlocução)
Comentário da questão:
A marca linguística que revela a tentativa de interlocução entre o eu poético e as pessoas do futuro são
5. verbos conjugados na segunda pessoa do plural, no caso, “falareis” (v. 1 e 20) e “sonhareis” (v. 9 e 18).
Em contrapartida, quando ele diz “nós”, refere-se às pessoas que, como ele, vivem no presente.
2012 – 5
Tirinha da Mafalda
Objetivo: Discriminar diferentes pontos de vista implícitos na enunciação das falas dos personagens.
Item do programa: Enunciação e organização textual
Subitem do programa: Estratégias de leitura: sentenças e textos (pressuposições explícitas e implícitas)
Comentário da questão:
A expressão “o ano que vem” é bastante usual, mas de difícil compreensão, porque se refere
abstratamente a um amplo acontecimento futuro. Na tira de Quino, Mafalda e seu pai entendem a
expressão “o ano que vem” de maneiras diferentes, porque eles pensam sobre ela a partir de pontos de
vista distintos. O ponto de vista de Mafalda expressa sua dúvida em relação ao mundo adulto, ao achar
que não basta dizer “ano que vem”, é preciso comprovar que “o ano que vem” virá mesmo. Já o pai de
Mafalda apoia-se na sua consciência de que o tempo passa naturalmente, logo, que ao ano em que
estamos sempre se sucederá “o ano que vem”.
2011 – 1
O sobrevivente, poema de Drummond
Objetivo: Identificar ironia e seu sentido no conjunto do texto.
Item do programa: Aspectos da construção do sentido no texto
Subitem do programa: Recursos retóricos: figuras de pensamento
Comentário da questão:
Os dois primeiros versos enfatizam que é impossível escrever ou compor um poema nos tempos de hoje.
O último verso_ (Desconfio que escrevi um poema.) _ reconhece, entretanto, que se acabou de escrever
justamente um poema, caracterizando a ironia: é impossível escrever o poema que se acabou de
escrever... "O sobrevivente" é exatamente o poema chamado "O sobrevivente", que sobreviveu à
impossibilidade decretada ironicamente nos dois primeiros versos.
2011 – 2
Objetivo: Reconhecer sentido específico do emprego de palavras na construção da linguagem poética.
Item do programa: Aspectos da construção do sentido no texto
Subitem do programa: Coerência textual: fatores de coerência (inferência)
Comentário da questão:
No verso "Inabitável, o mundo é cada vez mais habitado.", parece haver uma contradição entre
"inabitável" e "habitado", já que ambos os adjetivos referem-se ao mundo. Entretanto, o primeiro
adjetivo é qualitativo, pois se refere às condições de vida, enquanto o segundo adjetivo é quantitativo,
pois se refere ao número cada vez maior de pessoas que habitam o mundo. Logo, não há contradição, ao
contrário, pois o incremento na quantidade (de pessoas) pode implicar justamente o decréscimo da
qualidade de vida, tornando o mundo mais inabitável.
2011 – 3
Tirinha da Mafalda
Objetivo: Discriminar relação de sentido estabelecida por conectivo em contexto linguístico específico.
Item do programa: Aspectos da construção do sentido no texto
Subitem do programa: Coesão textual : ligação
Comentário da questão:
6. A relação de sentido estabelecida é de "conclusão": considerando que cada um dos personagens do
primeiro quadrinho tem de fazer algo, a conclusão lógica é que eles não têm muito tempo para brincar. A
reescritura da pergunta, substituindo o vocábulo "então", deve manter esta relação, como, por exemplo:
"Portanto, acho que só dá tempo de brincar de guerra nuclear, não é?".
2011 – 4
Relação entre tirinha e resenha de Fahrenheit
Objetivo: Explicar relações de sentido entre textos de fontes diversas.
Item do programa: Enunciação e organização textual
Subitem do programa: Estratégia de leitura: textos (pressuposições explícitas)
Comentário da questão:
Tanto a aceleração da vida moderna quanto a guerra são problemas mencionados nos textos II e III. A
solução para ambos os problemas reside, segundo a resenha do romance de Ray Bradbury, no
restabelecimento do contato com os livros, uma vez que é um contato forçosamente calmo e paciente,
logo, capaz de diminuir a aceleração da vida moderna e, ao mesmo tempo, promover uma reflexão
consciente que ajudaria a acabar com a guerra, tragédia humana que sempre se opôs à razão e à
reflexão.
2011 – 5
Resenha de Fahrenheit
Objetivo: Explicar relações de sentido construídas no interior de um texto.
Item do programa: Enunciação e organização textual
Subitem do programa: Estratégias de leituras: sentenças (pressuposições explícitas)
Comentário da questão:
Na distopia _ ou utopia negativa _ de Fahrenheit 451, os livros se reduziram a breves resumos, depois a
curtas emissões de rádio, por fim a curtíssimos verbetes em dicionário, tornando-se então dispensáveis.
Em decorrência dessas práticas, as universidades não formavam mais professores, as pessoas passaram
a escutar piadas em "juke-boxes", e não músicas, e a palavra "intelectual" se converteu em um
xingamento. Cada um destes acontecimentos tem relação direta com a redução da leitura: como os livros
se tornaram dispensáveis, não eram mais necessários professores para estimular a leitura de livros e os
leitores passaram a ser discriminados, como se o certo fosse ser analfabeto. Esses fatos constituem
desdobramentos da redução das formas do conhecimento e de comunicação.
2010 – 1
Entrevista sobre trânsito
Objetivo: Discriminar as razões político-sociais presentes no texto e explicar sua relação com a
argumentação do autor.
Item do programa: Enunciação e organização textual
Subitem do programa: Estratégias de leitura
Comentário da questão:
As razões apontadas pelo entrevistado compreendem os dois eixos - autoritarismo e exclusão social -
sobre os quais se funda a formação da cultura brasileira - uma cultura de transgressão das leis, derivada
do estranhamento entre a sociedade, o Estado e suas instituições.
2010 – 2
Objetivo: Explicar o ponto de vista expresso na entrevista e exemplificá-lo com uma frase do texto.
7. Item do programa: Enunciação e organização textual
Subitem do programa: Intenções comunicativas
Comentário da questão:
Segundo o entrevistado, os brasileiros ainda não incorporaram o conceito de civilização, por estarem
centrados no domínio do privado, isto é, nos interesses pessoais e não nos interesses coletivos e sociais.
A frase "O mesmo cidadão que critica a corrupção e a troca de favores no Congresso Nacional e acha que
todos os políticos são corruptos por natureza, às vezes topa oferecer uma ‘caixinha' para o policial
rodoviário que o flagrou fazendo uma ultrapassagem proibida" exemplifica esse argumento.
2010 – 3
Relação entre entrevista e texto de ficção (Boca do Inferno: Gregório de Matos)
Objetivo: Explicar a associação entre os temas desenvolvidos nos textos I e II, com base em uma frase
do texto II.
Item do programa: Enunciação e organização textual
Subitem do programa: Estratégia de leitura
Comentário da questão:
Os textos I e II fundam-se sobre o mesmo argumento ou ponto de vista, ou seja, a constatação de que a
cultura transgressora é um dos componentes do processo de formação da sociedade brasileira, acrescida
do fato de que as relações entre o público e o privado assentam-se numa associação dialética,
contraditória, com o privilégio dos interesses individuais sobre os coletivos. Os fragmentos a seguir,
destacados do texto II, remetem tanto à disseminação do comportamento transgressor, quanto ao
domínio do pessoal sobre o coletivo:
• "Tudo naquela cidade dependia da força pessoal.";
• "Não havia grandes assaltantes na Bahia, diziam, mas quase todos furtavam um pouquinho.";
• "Alguns salteadores de estradas, raros ladrões violentos ou cortadores de bolsas andavam por ali,
porém uma desonestidade implícita e constante fazia parte do procedimento das pessoas.".
2010 – 4
Objetivo: Discriminar relação de sentido estabelecida entre as orações e exemplificar um conectivo com
sentido semelhante a outro apresentado.
Item do programa: Aspectos da construção do sentido no texto
Subitem do programa: Coesão textual
Comentário da questão:
A relação de sentido entre as duas orações está sustentada na ideia de contraste, oposição ou concessão,
definida pelo conectivo mesmo em oração reduzida de gerúndio. Exemplos de utilização de outros
conectivos com o mesmo valor e função, com modificação da estrutura de gerúndio, podem ser:
• E, embora fosse ainda de manhã, alguns vinham trôpegos;
• E, apesar de ser ainda de manhã, alguns vinham trôpegos.
2010 – 5
Objetivo: Discriminar os recursos associados à apresentação da voz do personagem.
Item do programa: Enunciação e organização textual
Subitem do programa: Estrutura da enunciação
Comentário da questão:
No texto, a exposição dos pensamentos ou emoções atribuídos ao personagem é marcada por dois
recursos conhecidos das narrativas literárias: as aspas, empregadas para assinalar os pensamentos de
Gregório no início do texto; e o discurso indireto livre, precedido pela referência ao personagem,
("Gregório de Matos suspirou") que interrompe a narrativa mais distanciada e abre espaço para o tom
8. reflexivo de Gregório, a quem se atribuem as seguintes frases:
• "Era muito mais difícil viver ali.";
• "Por que voltara?".