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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS
Curso de Comunicação - Habilitação Jornalismo
Projeto Experimental (Voo Solo)
FORMULÁRIO PROPOSTA 2010 – Segmentos a2 [livro reportagem
texto] e a3 [livro reportagem fotográfica]
Proponente:
NOME COMPLETO DO ALUNO RGM
Heloisa Alencar Ikeda 49307
A) SEGMENTO ESCOLHIDO
A - Impresso
a2) Livro-reportagem texto, centrado em tema único. O texto final deverá ter um
mínimo de 100 mil caracteres. Produto final: livro com dimensões em conformidade com
normas da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas -, encadernado com lombada
quadrada, paginado, eventualmente ilustrado com fotografias. É obrigatório incluir no
conteúdo do livro, sempre que for adequado, um capítulo destinado a analisar como o tema
da reportagem é tratado pela Imprensa em geral. A fundamentação teórica (obrigatória) será
encadernada com a própria reportagem, em forma de ANEXO.
B) TÍTULO PROVISÓRIO DA REPORTAGEM
A Flor da Pele: Quando a mente se fecha e o corpo fala.
C) OBJETIVO(S) DA REPORTAGEM
O tema escolhido para o desenvolvimento do Projeto Experimental Voo Solo é a doença de
pele Vitiligo. Através de pesquisas documentais, coleta de dados, e consulta a fontes especializadas,
o trabalho pretende mostrar detalhadamente o universo psicológico dessa doença que é provocada
por traumas emocionais. Contando experiências de pessoas que sofrem ou já sofreram desse mal.
Divulgando dados estatísticos, internacionais, nacionais e locais sobre a doença. Trazendo
informações sobre tratamentos e diagnósticos que buscam entender as causas dessa enfermidade. E
principalmente visando o lado psicológico deste quadro.
O livro-reportagem texto irá suprir tanto a curiosidade de quem busca entender um pouco
mais sobre a doença, como também servirá de consulta para quem tem ou convive com alguém que
possui Vitiligo. A principal meta deste projeto é quebrar alguns tipos de preconceitos. Tanto do resto
da população para com os que têm a doença, mas também dos próprios portadores. Pois assim como
qualquer outro tipo de doença que é visível, ela pode causar o estranhamento e até afastamento por
parte das pessoas ao redor.
É importante também mostrar que o acompanhamento psicológico é essencial para o
tratamento da doença. Para isso é necessário também quebrar alguns tabus referentes à terapia,
1
onde muitas vezes as pessoas pensam que quem faz acompanhamento psicológico são
“problemáticas” ou “loucas”.
Não há, tampouco, a pretensão de desenvolver um guia que sirva para médicos e
psicólogos especializados em casos de Vitiligo. Uma vez que apenas procurarei mostrar o lado
humano e cotidiano da doença. Porém ele é leitura indicada a toda e qualquer pessoa que necessite
ou se interesse em entender um pouco mais sobre o assunto. Procurarei encontrar, entre os
depoimentos coletados de portadores de Vitiligo, um denominador comum. E assim demonstrar como
é possível levar uma vida completamente normal, sem precisar se sentir envergonhado ou rejeitado
pelos que estão a nossa volta.
D) JUSTIFICATIVA PARA A ESCOLHA DO TEMA DA REPORTAGEM
O Vitiligo é uma doença de fundo emocional caracterizada pelo surgimento de manchas
brancas na pele. Segundo o livro: Psicossomática: uma visão Simbólica do Vitiligo, de Marisa Campio
Müller, a doença ocorre quando as células que dão pigmento a pele (melanócitos) são destruídas e a
melanina não pode ser mais produzida. Ainda no livro de Müller afirma-se que a incidência da doença
na população mundial é de 1%, afetando todas as raças e ambos os sexos. “As manchas da pele,
causadas pela despigmentação geralmente são branco-leitosas, de contorno nítido e irregular. De
início mostra-se pequena, aumentando gradualmente”1
afirma a autora. Segundo informações
publicadas no site Dermatologia.net o vitiligo costuma atingir principalmente a face, extremidades dos
membros, genitais, cotovelos e joelhos, mas pode chegar a acometer quase toda a pele. Quando
atinge áreas pilosas, os pêlos ficam brancos.
Existem dois tipos de vitiligo: o segmental e o não segmental. Neste primeiro as manchas
aparecem muito cedo e espalha-se rapidamente pela área afetada, mas a atividade geralmente cessa
após determinado período. Já o não segmental espalha-se progressivamente pelo corpo durante a
vida do paciente e é comumente associado a um pobre prognóstico, podendo cobrir a pele da pessoa
quase que totalmente, segundo o livro de Marisa Müller2
.
Várias hipóteses foram atribuídas acerca do Vitiligo, já que até hoje ele é uma doença de
causa desconhecida. Marisa demonstra em seu litro, três hipóteses mencionadas por autores
consultados pela médica na excussão de sua tese. São elas: Hipótese auto-imune; Hipótese
neurogênica; Hipótese autodestrutiva. “O vitiligo é uma doença crônica. A evolução é completamente
imprevisível, não havendo nenhum critério clínico ou laboratorial que oriente o prognóstico. Há
situações de rápido surgimento, seguido por períodos de estabilidade e remissão”3
relada Marisa. A
autora também afirma que muitos pacientes atribuem o inicio do vitiligo a trauma físico, doença,
estresse emocional por perda de pessoas próximas ou acidentes.
Ao contrário do que muitas pessoas pensam o vitiligo não é uma doença incurável. Existem
muitos tipos de tratamentos, porém no livro citado, segundo Azulay e Azulay (1997) a escolha do
método depende do grau da doença e das características físicas e psicológicas do paciente. Podem
1
MÜLLER, Marisa Campio. Psicossomática: uma visão simbólica do vitiligo. 1 ed. São Paulo: Vetor, 2005. p. 39.
2
Idem (1), Ibidem. p. 40.
3
Idem (1), Ibidem. p. 44.
2
ser recomendadas desde aplicação de loções nas manchas e exposição ao sol até a opção da total
despigmentação em casos mais graves e avançados. Há também o tratamento cosmético
(camuflagem), que apenas disfarça as manchas na pele, mas que é essencial a auto-estima de
algumas pessoas. O uso de filtro solares também é apontando como um tipo de tratamento, pois as
áreas afetadas pelo vitiligo são totalmente desprovidas de proteção, já que não possuem melanina
(pigmentação).
[...] O vitiligo é, pois, uma doença sem uma etiologia definida, com prognóstico reservado e que
acarreta uma série de transtornos emocionais nos pacientes. O próprio surgimento do vitiligo está
associado a situações de estresse emocional. Contudo, ao tratar pacientes com vitiligo, é
necessário que o médico seja capaz de reconhecer que o doente não é somente a sua pele, mas
um todo, e, como referem Azulay e Azulay (1997), um ser humano que adoece, comprometido pelo
seu psiquismo. No entanto, poucos estudos têm sido realizados vinculando o vitiligo aos fatores
psicológicos (MÜLLER, 2005, p. 46)
No trecho citado acima, a autora reforça o fato de que o aspecto psicológico da doença não
deve ser ignorado. Muito pelo contrário, ele deve até mesmo ser levado em consideração na busca a
causa da enfermidade e nos tratamento da mesma. Ainda sobre a psique do vitiligo observamos outra
passagem que relata os transtornos sofridos por quem tem de conviver com a doença:
[...] Ficou bem evidenciado nos estudos pesquisados, o desconforto, a vergonha, a discriminação,
a baixa estima e o sentimento de inferioridade a que são submetidos os pacientes com vitiligo. A
dificuldade nos relacionamentos interpessoais, principalmente com estranhos, e, numa relação
intima, a limitação no uso de roupas, a necessidade de usar “creme-camuflagem”, o impedimento
de muitas atividades de lazer. Esses aspectos os leva a se sentirem diferentes e excluírem-se.
Esperava-se que pudesse ter havido algum trabalho de atendimento psicológico, como retorno, a
esses pacientes sujeitos das pesquisas. (MÜLLER, 2005, p. 47)
As observações da autora Marisa Müller evidenciam a carência de estudos relacionados ao
vitiligo que ressaltem o seu lado psicológico, emocional e social. Assim como as características
apresentadas em seu livro sobre as origens e consequências da doença também. Podemos concluir
então que a psique não é apenas uma coadjuvante e sim peça principal na saúde do corpo humano.
Afinal, se ela pode dar origem a tal doença manifesta na pele, pressupõe-se que ela também é de
igual valia para o tratamento e cura da mesma.
A fim de contextualizar o tema no tempo e espaço, consideremos alguns aspectos históricos
da doença. Usando como base ainda o livro de Marisa Müller, afirma-se que o vitiligo é uma doença
da antiguidade.
[...] Os dados mais antigos que se supõe serem referentes ao vitiligo foram encontrados em
escritas egípcias. Nair (1978) relata que o Ebers Papyrus, um clássico médico de cerca 1500 a.C.,
mencionava dois tipos de doenças de pele. Uma delas refere uma falta de pigmentação e parece
ser vitiligo. (MÜLLER, 2005, p. 35)
Além dessa passagem, a autora cita diversos outros autores que relatam a suposta
aparição de casos de vitiligo na história. Alguns na Índia, outros na Arábia e até mesmo registrados
3
em passagens bíblicas. Marisa explica que num passado antigo o vitiligo foi frequentemente
confundido com a lepra. Isso porque a palavra hebraica zara at que significava manchas brancas, foi
traduzida como lepra, quando a bíblia foi passada do hebraico para o grego e depois para o inglês.
Há certa controvérsia quanto a origem a palavra vitiligo. Segundo Habif (1996) ela é
derivada do grego vitelus que significa bezerro. As manchas brancas de vitiligo assemelham-se com
os sinais brancos dos bezerros. Já Leider e Rosenblum (1988) apontam a origem como derivada da
palavra latina vitulum que significa mancha ou falta. O termo vitiligo se tornou usual como
nomenclatura científica até os dias de hoje, tendo sido usada pela primeira vez por Aulo Corneliu
Celso, em sua obra De Medicina4
.
Alguns dados sobre o vitiligo no Brasil foram coletados em pesquisa aos Anais Brasileiros
de Dermatologia. O site apresenta um gráfico com porcentagens da incidência da doença de acordo
com a faixa etária. Foram analisados 100 pacientes durante 10 anos para o levantamento desses
dados. Segundo o site, 8% das pessoas com vitiligo tem de 10 a 19 anos, 23% tem de 20 a 29 anos,
32% tem de 30 a 39 anos, 17% tem de 40 a 49 anos, 13% tem de 50 a 59 anos, 4% tem de 60 a 69
anos, 1% tem de 70 a 79 anos e 2% tem mais de 80 ou menos de 10 anos5
.
Outro índice investigado e levantado com os mesmos pacientes foram as queixas
relacionadas ao vitiligo. 70% das pessoas queixaram-se por medo, 57% por vergonha, 55% por
insegurança e tristeza, 53% por inibição, 50% por desgosto, 43% por impaciência, 36% por irritação,
35% por infelicidade e imagem negativa perante aos outros, 26% por raiva, 25% por amargura e falta
de autoconfiança e 18% por nojo de si mesmos. Outros dados não puderam ser consultados, pois o
site exige cadastro para acesso exclusivo de médicos com CRM6
.
Após esta descrição geral sobre o que é, como se manifesta o vitiligo, e alguns registros
históricos da doença, serão enumeradas as razões pelas quais o tema foi escolhido para o
desenvolvimento do Projeto Experimental Voo Solo.
A primeira e mais significativa delas é a motivação pessoal. Sem a qual não haveria nem se
quer a mais remota intenção de tratar sobre deste assunto. Sou portadora do vitiligo há mais de 10
anos. Não me lembro exatamente quando foi que a mancha surgiu, só me lembro que começou a
causar receio quando o aumento progressivo dela já era evidente. Na época fui a alguns médicos
dermatologistas e cheguei até a começar, por diversas vezes, tratamentos com remédios
manipulados, pomadas e comprimidos. Porém não cheguei a concluir nenhuma deles.
Como experiência pessoal, creio que o que mais tenho a relatar é sobre a interação social.
Quanto a minha família e amigos eu nunca sofri nenhum tipo de discriminação ou rejeição. O máximo
que acontecia era alguém vir me perguntar por curiosidade o que era aquela minha mancha
esbranquiçada no pescoço. Eu nunca me importei em responder, porque realmente nunca me senti
incomodada com a doença a ponto de querer disfarçá-la ou escondê-la.
Outra situação curiosa que aconteceu algumas vezes comigo foi alguém me parar na rua
para falar sobre o assunto. Pessoas totalmente desconhecidas, no mercado ou no ponto de ônibus,
4
MÜLLER, Marisa Campio. Psicossomática: uma visão simbólica do vitiligo. 1 ed. São Paulo: Vetor, 2005. p. 38.
5
ANAIS BRASILEIROS DE DERMATOLOGIA. Vitiligo e Emoções. Disponível em:
<http://www.anaisdedermatologia.org.br/public/figuras.aspx?figura=1&id=100941>. Acesso em: 11 de abr. 2010.
6
ANAIS BRASILEIROS DE DERMATOLOGIA. Vitiligo e Emoções. Disponível em:
<http://www.anaisdedermatologia.org.br/public/figuras.aspx?figura=2&id=100941>. Acesso em: 11 de abr. 2010.
4
ao reconhecer a minha mancha característica de vitiligo, vinham me perguntar sobre ela e até mesmo
me indicar tratamentos que ela ou algum familiar ou conhecido havia experimentado. Hoje eu consigo
ver que esse fato se opõe totalmente a descriminação que algumas pessoas sofrem por terem vitiligo.
Pois ao invés de afastar as pessoas de mim, o vitiligo as aproximou, mesmo que só por alguns
instantes. Mas pude perceber que ainda existem muitas pessoas boas por ai que estão dispostas a
ajudar os outros.
Outro fator importante para a escolha desse tema é a sua repercussão. Não só pelo fato de
ser uma doença de grande incidência no mundo, chegando a atingir 1% da população mundial
segundo registra o livro de Müller, mas também por ser um assunto polêmico que chama a atenção
por causar preconceitos e discriminação. A pele é o maior órgão do corpo humano e também é o que
fica mais exposto. Tanto a possíveis doenças e infecções como também ao olhar e julgamento das
pessoas ao redor. O vitiligo não é uma doença contagiosa, como a AIDS por exemplo. Porém não é
possível saber, apenas através da visão, se uma pessoa tem AIDS ou não. Portanto os portadores
dessa doença não se sentem inibidos de andar na rua e interagir com as pessoas em um primeiro
contato. Já o vitiligo, se não for disfarçado com maquiagem, pode ser facilmente notado na pele das
pessoas que tem a doença. Principalmente se ela for do tipo não segmental, que progride por quase
todo o corpo ficando bem aparente. E tal aspecto diferenciado pode causa repulsa e má interpretação
por parte das pessoas ao redor, que por falta de informação passam a evitar o contato com a pessoa
que tem vitiligo.
A falta de informação sobre o assunto talvez não seja o ponto principal dessa questão. A
maioria das pessoas tem acesso a internet e a bibliotecas onde podem encontrar diversos registros
sobre doenças de pele e sobre transtornos psicológicos. O que faz falta, não só nesse, mas em
outros temas semelhantes, é a discussão aberta e honesta. Ações como essa não são muito
desenvolvidas e incentivadas nos meios onde elas podem gerar opiniões concretas e embasadas,
como em escolas e universidades por exemplo. Uma pessoa com vitiligo dificilmente buscará um
lugar onde relatar sua experiência com a doença, pois possivelmente sinta vergonha de possuí-la.
Porém existem grupos na internet como a Comunidade Vitiligo7
, que pretendem mostrar uma saída a
essas pessoas. Neste site é possível encontrar informações sobre a doença, tratamentos, fóruns de
discussão e também registros de depoimentos de pessoas que conseguiram vencer a doença e
superar o trauma.
Quanto a relevância jornalística do tema escolhido existem dois aspectos a serem
considerados: os Valores da Notícia e os Elementos de Interesse da Noticia. Quanto aos valores,
tanto a Proximidade, a Importância quanto a Oportunidade podem ser levadas em consideração no
tema abordado. Pois a pesquisa será focada dentro do estado de São Paulo. A saúde física e mental
da população é um fato constantemente abordado em publicações jornalísticas e de importância
inquestionável, uma vez que é ao redor dela que giram todas as outras funções do ser humano. O
projeto em si é a oportunidade de se estudar e se aprofundar num tema que exige um tempo e
espaço maior, recebendo o destaque merecido.
7
COMUNIDADE VITILIGO. Com você na luta contra o Vitiligo. Disponível em: <http://www.vitiligo.com.br/>. Acesso em: 10
de abr. 2010.
5
Dentre os elementos de interesse da notícia, destacamos o de Fato Incomum, pois mesmo
sendo uma doença que afeta uma parcela considerável da população, o assunto não é comumente
abordado pela grande mídia. Uma vez que não há grandes descobertas nem grandes escândalos,
isso porque o vitiligo é uma doença que se manifesta somente na pele e não coloca em risco a vida
da pessoa, desde que ela não exponha as áreas afetadas ao Sol. A Expectativa, também é um
elemento de interesse presente no tema, já que o vitiligo ainda é uma doença de causa desconhecida
e está frequentemente sendo pesquisado por médicos e psicólogos do mundo todo. E se pensarmos
que o público alvo da publicação é, em grande parte, os próprios portadores da doença, então a
expectativa também é relacionado ao fato de que a evolução da doença é totalmente imprevisível
como foi citado mais acima. Por mais que façam tratamentos e que vejam algum resultado, os
pacientes com vitiligo sempre estão em busca de novas informações que os ajude a entender as
causas, a evolução e as possíveis consequências da doença. Tal fato também explica o elemento de
interesse estipulado como “Acontecimentos que afetam um Grupo”.
Uma das receitas infalíveis para um trabalho ser bem feito é unir o útil ao agradável. Ou
seja, fazer algo que precisamos com algo que temos que fazer por obrigação. Com o Projeto
Experimental Voo Solo que será desenvolvido durante o ano de 2010, isso não será diferente. O
significado pessoal que o tema tem para mim, junto com a sua importância jornalística e social, são
os elementos chaves para a execução deste trabalho. Pois as informações, dados, depoimentos e
entrevistas que serão realizadas, não irão somente suprir as necessidades do produto que será
futuramente produzido, mas também irão suprir as curiosidades e dúvidas que tenho sobre o assunto.
Sendo assim, a obra contará também com certa dose de subjetividade empregada tanto na captação
como no relato dos fatos e depoimentos recolhidos. Porém esse aspecto não irá interferir da
transmissão integra e verdadeira das informações, muito menos na interpretação e possibilidade de
reflexão do leitor sobre obra.
E) JUSTIFICATIVA PARA A ESCOLHA DESTE SEGMENTO
PREVISTO NO REGULAMENTO DO VÔO SOLO
O segmento escolhido para o desenvolvimento do tema apresentado é o Livro-Reportagem
Texto. Edvaldo Pereira Lima, em seu livro Páginas Ampliadas, define o livro reportagem como um
veículo de comunicação jornalística que desempenha papel específico, de prestar informação
ampliada sobre fatos, situações e idéias de relevância social, abarcando uma variedade temática
expressiva8
. O autor também afirma que: “O livro-reportagem preenche vazios deixados pelo jornal,
pela revista, pelas emissoras de rádio, pelos noticiários da televisão, até mesmo pela internet”9
. Isso
porque hoje, o jornalismo contemporâneo é preso as regras de execução e produção das grandes
mídias que muitas vezes o impedem de abordar em sua totalidade determinados assuntos que talvez
merecessem mais atenção.
8
LIMA, Edvaldo Pereira. Páginas Ampliadas: o livro-reportagem como extensão do jornalismo e da literatura. 4 ed.
Barueri, SP: Manole, 2009. p. 1.
9
Idem (8), ibidem. p.4.
6
Em seu livro, Edvaldo subdivide o livro-reportagem em diferentes grupos. Dentre eles, o que
mais se encaixa no perfil de publicação do tema proposto é a livro-reportagem-retrato. Seu propósito
é focalizar um setor da sociedade e procurando traçar um retrato do tema em questão, visa elucidar,
sobre tudo seus mecanismos de funcionamento, seus problemas, sua complexidade10
. Também é
possível encaixar o livro proposta na classificação de livro-reportagem-atualidade. Ele busca
selecionar os temas atuais dotados de maior perenidade no tempo, mas cujos desdobramentos finais
ainda não são conhecidos. Permitindo assim que o leitor possa resgatar as origens do que ocorre,
seu contorno do presente e as tendências possíveis de seu desfecho no futuro11
.
O fato de tratar o Vitiligo pelo âmbito da psicologia permite o desenvolvimento de diversas
reflexões e até mesmo criticas, tanto por parte da autora do livro-reportagem que será produzido,
como também por parte dos diversos depoimentos e fontes que terão voz através dele. Tendo
definido o segmento de publicação que será trabalhado, passamos aos motivos que levam a escolha
dele em detrimento dos outros disponíveis.
O primeiro e talvez mais importante aspecto do livro-reportagem, que faz com que ele seja
adequado para o desenvolvimento do tema já está implícito na própria definição do que é livro-
reportagem, citada acima. Pois, segundo Edvaldo Pereira Lima, “ele estende a função informativa e
orientativa do jornalismo cotidiano, ampliando, para o leitor, a compreensão da realidade”. Isso
porque o livro maximiza os recursos operativos do jornalismo, podendo oferecer uma cobertura muito
mais profunda sobre determinado fato. O que é um dos principais objetivos deste projeto.
O jornalismo literário é uma alternativa aos que não querem ficar presos a
espetacularização cada vez mais presente na mídia de massa, segundo o jornalista e professor
Felipe Pena em seu livro Jornalismo Literário. “Revista de fofocas, tablóides e até a chamada grande
mídia estão entorpecidas pela busca da audiência e dos patrocinadores. Um puxa o outro, em um
ciclo vicioso, inesgotável” afirma o autor do livro. Pena vai além e afirma que esse gênero não serve
somente para o jornalista exercite sua veia literária, mas sim para potencializar os recursos do
Jornalismo, ultrapassar os limites dos acontecimentos cotidianos, proporcionar visões amplas da
realidade, exercer plenamente a cidadania, romper as correntes burocráticas do lead e principalmente
garantir perenidade e profundidade aos relatos. “No dia seguinte, o texto deve servir para algo mais
do que simplesmente embrulhar o peixe na feira”12
provoca Felipe Pena com seu característico humor
ácido. Porém, algumas linhas abaixo o autor diminui sua critica ao dizer que o jornalismo literário não
ignora o que aprendeu no jornalismo diário, nem joga suas técnicas narrativas no lixo. Apenas as
desenvolve de maneira que acaba constituindo novas estratégias profissionais.
Sendo assim, o texto feito para o livro-reportagem, mesmo diferenciando-se do texto do
jornalismo cotidiano, ainda usa algumas de suas técnicas e recursos. Como por exemplo, a técnica
da pirâmide invertida e a captação de informações através de entrevistas a fontes especializadas. Da
mesma forma, o texto do jornalismo literário também deve se valer dos recursos e artifícios da
literatura em sua execução. Com textos mais longos e trabalhados, a narrativa dentro do livro
10
LIMA, Edvaldo Pereira. Páginas Ampliadas: o livro-reportagem como extensão do jornalismo e da literatura. 4 ed.
Barueri, SP: Manole, 2009. p. 53.
11
Idem (10), ibidem. p. 56.
12
PENA, Felipe. Jornalismo Literário. 1 ed. São Paulo: Contexto, 2006. p. 13.
7
reportagem é uma das ferramentas mais importantes, e por isso deve ser pensada juntamente com a
formatação do roteiro e do conteúdo que será publicado.
No livro O Texto da Reportagem Impressa de Oswaldo Coimbra diz-se que: “A estrutura do
texto da reportagem narrativa não se apóia num raciocínio expresso. Sua característica fundamental
é a de conter os fatos organizados dentro de uma relação de anterioridade ou posterioridade,
mostrando mudanças progressivas de estado”13
. Assim como citado acima, também aprendemos
durante as aulas de Gestão em Jornalismo Impresso com o professor Sérsi Bardári, que toda
narrativa implica operações discursivas que contém enunciados de estado e ação, onde sempre há
uma ou mais transformação dentro do episódio narrado. Essas transformações são divididas em
quatro fases da narrativa: Manipulação, Competência, Performance e Sansão. É através desses
conceitos que o texto jornalístico literário deve ser construído, de modo que o fato relatado tenha um
começo, meio e fim, mesmo que eles não venham apresentados nesta ordem.
Na mesma linha de pensamento, colocamos também outra característica literária que não
pode ser desconsiderada pelo jornalismo que pretende narrar um tema em profundidade. A natureza
da literatura, segundo Marcelo Bulhões em seu livro Jornalismo e Literatura em Convergência, é de
dotar a linguagem verbal de uma dimensão em que ela não é meio, mas fim. “Na literatura a
linguagem não é mera figurante, mas centro das atenções”14
afirma Bulhões. Ou seja, o importante
não é só o que você narra, e sim como você narra. Que recursos linguísticos e discursivos são
usados para enfatizar e caracterizar determinada obra. O autor também dá a sua definição sobre a
natureza do jornalismo, que seria a de tomar a existência como algo observável, comprovável,
palpável a ser transmitido como produto digno de credibilidade15
. Prestando um testemunho do “real”
fixando-o e ao mesmo tempo buscando compreendê-lo. Vemos no seguinte trecho, como Bulhões
relaciona as duas expressões:
[...] Vistas tais diferenças fundamentais entre jornalismo e literatura, é de super que as duas
expressões percorressem caminhos separados e até opostos, uma se posicionando na contramão
da outra. Um simples olhar retrospectivo, no entanto, dá testemunho de momentos de uma
recíproca atração irresistível, pois as manifestações de convivência e conexão não foram isoladas
ou discretas. (BULHÕES, 2007, p. 27)
Mais a frente na publicação, Marcelo Bulhões cita como principais pontos de convergência
entre literatura e jornalismo a narratividade e a temporalidade.
A pauta jornalística desenvolvida na produção de um livro-reportagem é quase que um
roteiro de programação. Detalhando todos os passos, locais, horários, custos e orientações
necessárias ao repórter, que segundo o livro A Reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa
jornalística de Nilson Lage, é aquele que está onde o leitor, ouvinte ou espectador não pode estar16
.
Porém, da mesma forma que a pauta do jornalismo cotidiano, ela deve seguir a sua função primária,
que segundo o livro citado é a listagem dos fatos a serem cobertos e dos assuntos a serem
13
COIMBRA, Oswaldo. O texto da reportagem impressa: um curso sobre sua estrutura. 1 ed. São Paulo: Editora Ática,
1993. p. 44
14
BULHÕES, Marcelo Magalhães. Jornalismo e Literatura em convergência. 1 ed. São Paulo: Ática, 2007. p. 12.
15
Idem (14), ibidem. p. 11.
16
LAGE, Nilson. A reportagem: Teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística. 8 ed. Rio de Janeiro: Record, 2009. p.
23.
8
abordados em reportagens, além de eventuais indicações logísticas e técnicas. A pauta é essencial
para a execução do trabalho de um repórter, porém assim como afirma Lage “O trabalho da
reportagem não é apenas o de seguir um roteiro de apuração e apresentar um texto correto. Como
qualquer projeto de pesquisa, envolve imaginação, insight...”17
.
Um dos grandes diferenciais do livro-reportagem é a possibilidade de realizar uma obra de
jornalismo especializado. A segmentação de conteúdos da mídia nos dias de hoje é cada vez maior, e
necessita cada dia de mais profissionais não apenas qualificados profissionalmente, mas que tenham
experiência em determinadas áreas especificas de editoração. Na produção de um livro reportagem é
possível desenvolver essa especialização de forma bastante ampla. O livro de Nilson Lage comenta a
reportagem especializada no trecho a seguir:
[...] A informação jornalística é o espaço privilegiado da reportagem especializada. Uma
peculiaridade dela é destinar-se a públicos mais ou menos heterogêneos. A máxima
heterogeneidade obtém-se na audiência presumível de uma emissora de televisão em circuito
aberto (audiência de massa) a mínima heterogeneidade possível em jornalismo encontra-se entre
os leitores de magazines os sítios de internet destinados a aficionados de uma atividade prática ou
conhecimento. É claro que, quanto mais específico o público, mais se pode particularizar a
linguagem. (LAGE, 2009, p. 113)
Outra tarefa que será bem desempenhada pelo veículo escolhido é a de transformação de
conhecimento cientifico tecnológico em informação jornalística. Pois existem diversos termos médicos
e até mesmo psicológicos que terão de ser explicados para que o leitor tenha uma compreensão
geral do que é relatado. Nilson Lage lista em seu livro alguns dos objetivos específicos que se têm ao
tratar de ciência e tecnologia numa reportagem especializada. Dentre eles o de fornecer insumos e
modelos de pensamento para reflexão mais atualizada sobre grandes temas como a vida, o universo
e o futuro. “A reportagem de ciência e tecnologia cumpre algumas funções básicas: informativa;
educativa; social; cultural; econômica; político-ideológica.”18
lista o jornalista. E ele completa
afirmando que o texto jornalístico não é nem pretende ser exato, a exatidão é objetivo da pesquisa
científica.
Além de todos os motivos e conceitos citados acima para a escolha deste segmento, o mais
relevante talvez seja o simples fato de que o público específico a que este projeto será destinado
busca a informação mais concreta e perene possível. Tanto os portadores de Vitiligo, quanto
médicos, psicólogos ou qualquer outra pessoa que se interesse pelo tema, irá querer guardar e ter a
oportunidade de também refletir sobre o tema. E um livro proporciona essa ligação melhor do que
qualquer outro meio.
17
LAGE, Nilson. A reportagem: Teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística. 8 ed. Rio de Janeiro: Record, 2009. p.
35.
18
Idem (17), Ibidem. p. 122.
9
F) PLANO GERAL DA REPORTAGEM
Com a delimitação do seguimento, justificada acima, o livro-reportagem que será produzido
também necessita de capítulos e outras subdivisões. Primeiramente a fim de organizar o seu
conteúdo, de forma que a leitura siga uma linha lógica de raciocínio. Dando a obra um significado
coerente como um todo. É importante definir previamente essa estrutura onde serão inseridos os
conteúdos apurados através da reportagem.
Assim como foi feito na justificativa para a escolha do tema, o livro irá conter uma breve
contextualização que virá logo no primeiro capítulo. Esta seção dará conta de explicar aspectos
técnicos, físicos e psicológicos da doença. Também haverá um subtítulo dentro deste capítulo
destinado a mostrar alguns registros históricos.
Não haverá apenas um capítulo destinado ao relato de depoimentos de pessoas que
possuem a doença. Eles irão aparecer no decorrer da história conforme forem aparecendo os
assuntos que foram falados. E nesses depoimentos constará toda a experiência vivida pela pessoa,
desde o aparecimento das manchas, passando pela busca por tratamentos e chegando até a sua
cura, se esse for o caso. O objetivo de reunir esses relatos é tentar mostrar um lado mais humano da
doença, que é o enfoque principal do livro. Serão abordados temas relacionados a doença, como o
preconceito, a aceitação e os distúrbios psicológicos.
Também não haverá apenas um capítulo destinado às entrevistas com especialistas na
área. Assim como os depoimentos elas aparecerão esporadicamente durante a narrativa. Serão
consultados pelo menos um psicólogo e um dermatologista que sejam especializados em vitiligo ou
em psicossomática. Nessa etapa serão abordados principalmente os diagnósticos das causas do
vitiligo e os tratamentos existentes. Haverá um aprofundamento quando a abordagem de pesquisas e
testes que estão sendo feitos acerca da doença no Brasil e no mundo.
Para enfatizar a importância do acompanhamento psicológico no tratamento do vitiligo, será
construído um capítulo destinado somente a organizações e grupos que buscam dar apoio a quem
sofre com a discriminação e privações da doença.
Se tratando de um tema técnico e ligado a ciência e medicina existem diversos termos e
expressões que não são de conhecimento popular. Entretanto o livro não terá um glossário, o
significado dos termos que terão de ser utilizados no decorrer da obra serão explicados dentro dos
próprios textos de forma a misturar-se com a história. Dessa forma a leitura não terá de ser
interrompida para uma consulta em outra parte da publicação, não perdendo a sua continuidade. Se
possível alguns termos poderão ser substituídos por palavras mais simples, ou que terão o seu
significado explicado através do contexto.
Contendo as especificações citadas acima o livro irá seguir a seguinte linha: a progressão
da doença na vida de uma pessoa. Ou seja, começará falando de como surge o Vitiligo. Depois
contar como é a reação das pessoas ao diagnosticar a doença. Depois relatar a busca por
tratamentos. Depois exemplificar alguns dos tratamentos mais utilizados e eficazes, e o
acompanhamento psicológico dos pacientes. Depois contar a conclusão desses tratamentos, se
levaram a cura ou não. E por fim registrar como as pessoas convivem com o Vitiligo e o preconceito.
10
G) FONTES CONSULTADAS NESTA FASE DE PROPOSTA
Até o momento de entrega da presente proposta ainda não foi estabelecido contato com
nenhuma possível fonte que pretendo utilizar no projeto. Apenas entrei em contado via e-mail com a
Clínica Vitiligo de São Paulo, informando que gostaria de visitar o local e entrevistar algum médico
especialista na doença, porém ainda não obtive resposta. Tentarei contatá-los por e-mail e ainda em
Julho ir até o local. Também enviei um e-mail ao site Comunidade Vitiligo para tentar contatar algum
representante no estado de São Paulo, mas também ainda não recebi retorno.
Além dos médicos da Clínica Vitiligo, também será interessante consultar fontes dentro do
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Tanto no departamento de Dermatologia
como no de Psiquiatria.
A autora do livro “Psicossomática: uma visão simbólica do vitiligo”, Marisa Campio Müller
também será utilizada como uma das fontes principais do livro-reportagem. Seu livro provém da tese
de doutorado de medicina da autora. Seu conteúdo demonstra a relação entre corpo e mente, doença
e estresse emocional. Por esse estudo aprofundado e específico é que a autora se torna uma fonte
indispensável a ser consultada, não só bibliograficamente.
Os depoimentos de pessoas portadores da doença deverão ser coletados por meio dos
centros e clínicas que visitarei. Por isso ainda não estabeleci contato com ninguém até o momento.
H) METODOLOGIA DE TRABALHO
Como qualquer produto jornalístico, o livro-reportagem necessita de planejamento prévio e
detalhado. Pois quando se busca aprofundamento em um tema é preciso saber exatamente onde,
quando e como buscar e coletar as informações. Com um bom roteiro de produção e boas pautas
para guiar as idas a campo, o jornalista não irá perder tempo com o que não lhe interessa, ele irá
diretamente ao foco de sua pesquisa. Sendo assim, todo planejamento da metodologia adotada será
sempre visando os objetivos citados neste trabalho.
A primeira das etapas já foi concluída na produção deste formulário. Aqui buscamos
fundamentar e justificar a escolha do tema, o que dirá se ele se adéqua a proposta no projeto ou não.
As primeiras definições de como será o produto final também foram feitas nesta etapa.
Depois de entregue o formulário com a proposta devidamente preenchida, começa o
processo de produção das reportagens. Primeiramente serão definidas as pautas. Segundo Nilson
Lage, pauta é “planejamento de uma edição, ou parte da edição com a listagem dos fatos a serem
cobertos e dos assuntos a serem abordados em reportagens, além de eventuais indicações logísticas
e técnicas: ângulo, dimensão, recursos disponíveis e sugestão de fontes”19
. Formulando as
perguntas, agendando encontros e programando todas as saídas que serão necessárias para coletar
as entrevistas e depoimentos. Verificar o equipamento e material que será utilizado, como por
19
LAGE, Nilson. A reportagem: Teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística. 8 ed. Rio de Janeiro: Record, 2009. p.
34.
11
exemplo, gravador, câmera fotográfica, bloco de apuração, caneta e o que mais for preciso para
efetuar o trabalho.
A seguir virá o processo de organização e separação do material que será utilizado na
execução do texto da reportagem. Seguindo o “Plano Geral da Reportagem”, mas também estando
atento ao que é interessante ser acrescentado ou eliminado. Muitas vezes numa entrevista acabamos
conseguindo informações a mais ou diferentes daquilo que esperávamos, por isso é importante se ter
essa flexibilidade ao montar a reportagem. Portanto, qualquer uma das especificações estruturais
previstas no planejamento poderá ser futuramente alterada no livro que será produzido.
Entraremos então na etapa de redação, onde todo o material coletado ganhará corpo e
seguirá uma sequência lógica. O texto irá seguir o gênero narrativo literal em sua totalidade. Segundo
Edvaldo Pereira Lima o livro-reportagem, de um nível superior de complexidade temática e estilística,
apresenta características semelhantes ao romance. Ambos visam ao conhecimento da realidade
humana e devem construir uma formula estética que torne ao leitor agradável a leitura20
. Os capítulos
terão uma ligação entre si para que possa haver uma continuidade na leitura, isso porque não se trata
de um livro técnico e didático, se trata de um livro literal que relatará através de uma história, o vitiligo
da perspectiva psicológica. Os depoimentos e entrevistas serão amarrados a essa história ao longo
da narrativa.
Após a conclusão da etapa de redação, ou até mesmo durante este processo, será feita a
diagramação do material nas páginas. Como o livro será somente de textos, sem fotos, será preciso
definir as fontes a serem utilizadas no corpo do texto, nos títulos e sub títulos. Na capa haverá o título
da publicação, que é o mesmo apresentado neste formulário, e o nome da autora. Também não
haverá fotos na capa, apenas será feita uma ilustração a mão também produzida pela autora do livro.
Estando concluídas as etapas acima, o trabalho será encaminhado para impressão em
gráfica. O formato pensado para a publicação é de 14 centímetros de largura por 21 de comprimento.
O material do papel das folhas internas e da capa será definido posteriormente.
I) CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
De 5 a 11 de Julho
Redigir Pautas. Quem entrevistar, perguntas, etc.
De 12 a 18 de Julho
Redigir Pautas. Quem entrevistar, perguntas, etc.
De 19 a 25 de Julho
Produção das Pautas. Contatar e agendar entrevistas
De 26 de Julho a 1 de Agosto
Produção das Pautas. Contatar e agendar entrevistas
De 2 a 8 de Agosto
Produção das Pautas. Ida a campo para coletar dados e entrevistas.
De 9 a 15 de Agosto
Produção das Pautas. Ida a campo para coletar dados e entrevistas.
20
LIMA, Edvaldo Pereira. Páginas Ampliadas: o livro-reportagem como extensão do jornalismo e da literatura. 4 ed.
Barueri, SP: Manole, 2009. p. 268 e 269.
12
De 16 a 22 de Agosto
Produção das Pautas. Ida a campo para coletar dados e entrevistas.
De 23 a 29 de Agosto
Produção das Pautas. Ida a campo para coletar dados e entrevistas.
De 30 de agosto a 5 de Setembro
Organização do Material coletado.
De 6 a 12 de Setembro
Redação dos textos da reportagem.
De 13 a 19 de Setembro
Redação dos textos da reportagem.
De 20 a 26 de Setembro
Redação dos textos da reportagem.
De 27 de Setembro a 3 de Outubro
Redação dos textos da reportagem.
De 4 a 10 de Outubro
Diagramação das páginas. Contatar gráfica para acertar detalhes da impressão
De 11 a 17 de Outubro
Diagramação das páginas. Finalização dos últimos detalhes e envio para rodagem na gráfica.
De 18 a 24 de Outubro
Revisão do material já impresso.
De 25 a 31 de Outubro
Preparação para a apresentação oral.
J) INDIQUE A BIBLIOGRAFIA QUE VOCÊ UTILIZOU, ATÉ O
PRESENTE MOMENTO, PARA FAZER ESTA PROPOSTA.
Bibliografia relacionada ao tema:
ANAIS BRASILEIROS DE DERMATOLOGIA. Vitiligo e Emoções. Disponível em:
<http://www.anaisdedermatologia.org.br/public/figuras.aspx?figura=1&id=100941> e
<http://www.anaisdedermatologia.org.br/public/figuras.aspx?figura=2&id=100941>. Acesso em: 11 de
abr. 2010.
COMUNIDADE VITILIGO. Com você na luta contra o Vitiligo. Disponível em:
<http://www.vitiligo.com.br/>. Acesso em: 10 de abr. 2010.
MÜLLER, Marisa Campio. Psicossomática: uma visão simbólica do vitiligo. 1 ed. São Paulo:
Vetor, 2005.
Bibliografia relacionada à atividade jornalística:
BULHÕES, Marcelo Magalhães. Jornalismo e Literatura em convergência. 1 ed. São Paulo: Ática,
2007.
COIMBRA, Oswaldo. O texto da reportagem impressa: um curso sobre sua estrutura. 1 ed. São
Paulo: Editora Ática, 1993.
13
LAGE, Nilson. A reportagem: Teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística. 8 ed. Rio de
Janeiro: Record, 2009.
LIMA, Edvaldo Pereira. Páginas Ampliadas: o livro-reportagem como extensão do jornalismo e
da literatura. 4 ed. Barueri, SP: Manole, 2009.
PENA, Felipe. Jornalismo Literário. 1 ed. São Paulo: Contexto, 2006.
O aluno proponente abaixo apresenta esta Proposta para realização de Projeto
Experimental (Vôo Solo), para a qual solicita qualificação e aprovação, visando
a posterior execução no segundo semestre letivo de 2010.
NOME ASSINATURA
Heloisa Alencar Ikeda
[FIM DA PROPOSTA]
14

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Formulario voo solo

  • 1. UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS Curso de Comunicação - Habilitação Jornalismo Projeto Experimental (Voo Solo) FORMULÁRIO PROPOSTA 2010 – Segmentos a2 [livro reportagem texto] e a3 [livro reportagem fotográfica] Proponente: NOME COMPLETO DO ALUNO RGM Heloisa Alencar Ikeda 49307 A) SEGMENTO ESCOLHIDO A - Impresso a2) Livro-reportagem texto, centrado em tema único. O texto final deverá ter um mínimo de 100 mil caracteres. Produto final: livro com dimensões em conformidade com normas da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas -, encadernado com lombada quadrada, paginado, eventualmente ilustrado com fotografias. É obrigatório incluir no conteúdo do livro, sempre que for adequado, um capítulo destinado a analisar como o tema da reportagem é tratado pela Imprensa em geral. A fundamentação teórica (obrigatória) será encadernada com a própria reportagem, em forma de ANEXO. B) TÍTULO PROVISÓRIO DA REPORTAGEM A Flor da Pele: Quando a mente se fecha e o corpo fala. C) OBJETIVO(S) DA REPORTAGEM O tema escolhido para o desenvolvimento do Projeto Experimental Voo Solo é a doença de pele Vitiligo. Através de pesquisas documentais, coleta de dados, e consulta a fontes especializadas, o trabalho pretende mostrar detalhadamente o universo psicológico dessa doença que é provocada por traumas emocionais. Contando experiências de pessoas que sofrem ou já sofreram desse mal. Divulgando dados estatísticos, internacionais, nacionais e locais sobre a doença. Trazendo informações sobre tratamentos e diagnósticos que buscam entender as causas dessa enfermidade. E principalmente visando o lado psicológico deste quadro. O livro-reportagem texto irá suprir tanto a curiosidade de quem busca entender um pouco mais sobre a doença, como também servirá de consulta para quem tem ou convive com alguém que possui Vitiligo. A principal meta deste projeto é quebrar alguns tipos de preconceitos. Tanto do resto da população para com os que têm a doença, mas também dos próprios portadores. Pois assim como qualquer outro tipo de doença que é visível, ela pode causar o estranhamento e até afastamento por parte das pessoas ao redor. É importante também mostrar que o acompanhamento psicológico é essencial para o tratamento da doença. Para isso é necessário também quebrar alguns tabus referentes à terapia, 1
  • 2. onde muitas vezes as pessoas pensam que quem faz acompanhamento psicológico são “problemáticas” ou “loucas”. Não há, tampouco, a pretensão de desenvolver um guia que sirva para médicos e psicólogos especializados em casos de Vitiligo. Uma vez que apenas procurarei mostrar o lado humano e cotidiano da doença. Porém ele é leitura indicada a toda e qualquer pessoa que necessite ou se interesse em entender um pouco mais sobre o assunto. Procurarei encontrar, entre os depoimentos coletados de portadores de Vitiligo, um denominador comum. E assim demonstrar como é possível levar uma vida completamente normal, sem precisar se sentir envergonhado ou rejeitado pelos que estão a nossa volta. D) JUSTIFICATIVA PARA A ESCOLHA DO TEMA DA REPORTAGEM O Vitiligo é uma doença de fundo emocional caracterizada pelo surgimento de manchas brancas na pele. Segundo o livro: Psicossomática: uma visão Simbólica do Vitiligo, de Marisa Campio Müller, a doença ocorre quando as células que dão pigmento a pele (melanócitos) são destruídas e a melanina não pode ser mais produzida. Ainda no livro de Müller afirma-se que a incidência da doença na população mundial é de 1%, afetando todas as raças e ambos os sexos. “As manchas da pele, causadas pela despigmentação geralmente são branco-leitosas, de contorno nítido e irregular. De início mostra-se pequena, aumentando gradualmente”1 afirma a autora. Segundo informações publicadas no site Dermatologia.net o vitiligo costuma atingir principalmente a face, extremidades dos membros, genitais, cotovelos e joelhos, mas pode chegar a acometer quase toda a pele. Quando atinge áreas pilosas, os pêlos ficam brancos. Existem dois tipos de vitiligo: o segmental e o não segmental. Neste primeiro as manchas aparecem muito cedo e espalha-se rapidamente pela área afetada, mas a atividade geralmente cessa após determinado período. Já o não segmental espalha-se progressivamente pelo corpo durante a vida do paciente e é comumente associado a um pobre prognóstico, podendo cobrir a pele da pessoa quase que totalmente, segundo o livro de Marisa Müller2 . Várias hipóteses foram atribuídas acerca do Vitiligo, já que até hoje ele é uma doença de causa desconhecida. Marisa demonstra em seu litro, três hipóteses mencionadas por autores consultados pela médica na excussão de sua tese. São elas: Hipótese auto-imune; Hipótese neurogênica; Hipótese autodestrutiva. “O vitiligo é uma doença crônica. A evolução é completamente imprevisível, não havendo nenhum critério clínico ou laboratorial que oriente o prognóstico. Há situações de rápido surgimento, seguido por períodos de estabilidade e remissão”3 relada Marisa. A autora também afirma que muitos pacientes atribuem o inicio do vitiligo a trauma físico, doença, estresse emocional por perda de pessoas próximas ou acidentes. Ao contrário do que muitas pessoas pensam o vitiligo não é uma doença incurável. Existem muitos tipos de tratamentos, porém no livro citado, segundo Azulay e Azulay (1997) a escolha do método depende do grau da doença e das características físicas e psicológicas do paciente. Podem 1 MÜLLER, Marisa Campio. Psicossomática: uma visão simbólica do vitiligo. 1 ed. São Paulo: Vetor, 2005. p. 39. 2 Idem (1), Ibidem. p. 40. 3 Idem (1), Ibidem. p. 44. 2
  • 3. ser recomendadas desde aplicação de loções nas manchas e exposição ao sol até a opção da total despigmentação em casos mais graves e avançados. Há também o tratamento cosmético (camuflagem), que apenas disfarça as manchas na pele, mas que é essencial a auto-estima de algumas pessoas. O uso de filtro solares também é apontando como um tipo de tratamento, pois as áreas afetadas pelo vitiligo são totalmente desprovidas de proteção, já que não possuem melanina (pigmentação). [...] O vitiligo é, pois, uma doença sem uma etiologia definida, com prognóstico reservado e que acarreta uma série de transtornos emocionais nos pacientes. O próprio surgimento do vitiligo está associado a situações de estresse emocional. Contudo, ao tratar pacientes com vitiligo, é necessário que o médico seja capaz de reconhecer que o doente não é somente a sua pele, mas um todo, e, como referem Azulay e Azulay (1997), um ser humano que adoece, comprometido pelo seu psiquismo. No entanto, poucos estudos têm sido realizados vinculando o vitiligo aos fatores psicológicos (MÜLLER, 2005, p. 46) No trecho citado acima, a autora reforça o fato de que o aspecto psicológico da doença não deve ser ignorado. Muito pelo contrário, ele deve até mesmo ser levado em consideração na busca a causa da enfermidade e nos tratamento da mesma. Ainda sobre a psique do vitiligo observamos outra passagem que relata os transtornos sofridos por quem tem de conviver com a doença: [...] Ficou bem evidenciado nos estudos pesquisados, o desconforto, a vergonha, a discriminação, a baixa estima e o sentimento de inferioridade a que são submetidos os pacientes com vitiligo. A dificuldade nos relacionamentos interpessoais, principalmente com estranhos, e, numa relação intima, a limitação no uso de roupas, a necessidade de usar “creme-camuflagem”, o impedimento de muitas atividades de lazer. Esses aspectos os leva a se sentirem diferentes e excluírem-se. Esperava-se que pudesse ter havido algum trabalho de atendimento psicológico, como retorno, a esses pacientes sujeitos das pesquisas. (MÜLLER, 2005, p. 47) As observações da autora Marisa Müller evidenciam a carência de estudos relacionados ao vitiligo que ressaltem o seu lado psicológico, emocional e social. Assim como as características apresentadas em seu livro sobre as origens e consequências da doença também. Podemos concluir então que a psique não é apenas uma coadjuvante e sim peça principal na saúde do corpo humano. Afinal, se ela pode dar origem a tal doença manifesta na pele, pressupõe-se que ela também é de igual valia para o tratamento e cura da mesma. A fim de contextualizar o tema no tempo e espaço, consideremos alguns aspectos históricos da doença. Usando como base ainda o livro de Marisa Müller, afirma-se que o vitiligo é uma doença da antiguidade. [...] Os dados mais antigos que se supõe serem referentes ao vitiligo foram encontrados em escritas egípcias. Nair (1978) relata que o Ebers Papyrus, um clássico médico de cerca 1500 a.C., mencionava dois tipos de doenças de pele. Uma delas refere uma falta de pigmentação e parece ser vitiligo. (MÜLLER, 2005, p. 35) Além dessa passagem, a autora cita diversos outros autores que relatam a suposta aparição de casos de vitiligo na história. Alguns na Índia, outros na Arábia e até mesmo registrados 3
  • 4. em passagens bíblicas. Marisa explica que num passado antigo o vitiligo foi frequentemente confundido com a lepra. Isso porque a palavra hebraica zara at que significava manchas brancas, foi traduzida como lepra, quando a bíblia foi passada do hebraico para o grego e depois para o inglês. Há certa controvérsia quanto a origem a palavra vitiligo. Segundo Habif (1996) ela é derivada do grego vitelus que significa bezerro. As manchas brancas de vitiligo assemelham-se com os sinais brancos dos bezerros. Já Leider e Rosenblum (1988) apontam a origem como derivada da palavra latina vitulum que significa mancha ou falta. O termo vitiligo se tornou usual como nomenclatura científica até os dias de hoje, tendo sido usada pela primeira vez por Aulo Corneliu Celso, em sua obra De Medicina4 . Alguns dados sobre o vitiligo no Brasil foram coletados em pesquisa aos Anais Brasileiros de Dermatologia. O site apresenta um gráfico com porcentagens da incidência da doença de acordo com a faixa etária. Foram analisados 100 pacientes durante 10 anos para o levantamento desses dados. Segundo o site, 8% das pessoas com vitiligo tem de 10 a 19 anos, 23% tem de 20 a 29 anos, 32% tem de 30 a 39 anos, 17% tem de 40 a 49 anos, 13% tem de 50 a 59 anos, 4% tem de 60 a 69 anos, 1% tem de 70 a 79 anos e 2% tem mais de 80 ou menos de 10 anos5 . Outro índice investigado e levantado com os mesmos pacientes foram as queixas relacionadas ao vitiligo. 70% das pessoas queixaram-se por medo, 57% por vergonha, 55% por insegurança e tristeza, 53% por inibição, 50% por desgosto, 43% por impaciência, 36% por irritação, 35% por infelicidade e imagem negativa perante aos outros, 26% por raiva, 25% por amargura e falta de autoconfiança e 18% por nojo de si mesmos. Outros dados não puderam ser consultados, pois o site exige cadastro para acesso exclusivo de médicos com CRM6 . Após esta descrição geral sobre o que é, como se manifesta o vitiligo, e alguns registros históricos da doença, serão enumeradas as razões pelas quais o tema foi escolhido para o desenvolvimento do Projeto Experimental Voo Solo. A primeira e mais significativa delas é a motivação pessoal. Sem a qual não haveria nem se quer a mais remota intenção de tratar sobre deste assunto. Sou portadora do vitiligo há mais de 10 anos. Não me lembro exatamente quando foi que a mancha surgiu, só me lembro que começou a causar receio quando o aumento progressivo dela já era evidente. Na época fui a alguns médicos dermatologistas e cheguei até a começar, por diversas vezes, tratamentos com remédios manipulados, pomadas e comprimidos. Porém não cheguei a concluir nenhuma deles. Como experiência pessoal, creio que o que mais tenho a relatar é sobre a interação social. Quanto a minha família e amigos eu nunca sofri nenhum tipo de discriminação ou rejeição. O máximo que acontecia era alguém vir me perguntar por curiosidade o que era aquela minha mancha esbranquiçada no pescoço. Eu nunca me importei em responder, porque realmente nunca me senti incomodada com a doença a ponto de querer disfarçá-la ou escondê-la. Outra situação curiosa que aconteceu algumas vezes comigo foi alguém me parar na rua para falar sobre o assunto. Pessoas totalmente desconhecidas, no mercado ou no ponto de ônibus, 4 MÜLLER, Marisa Campio. Psicossomática: uma visão simbólica do vitiligo. 1 ed. São Paulo: Vetor, 2005. p. 38. 5 ANAIS BRASILEIROS DE DERMATOLOGIA. Vitiligo e Emoções. Disponível em: <http://www.anaisdedermatologia.org.br/public/figuras.aspx?figura=1&id=100941>. Acesso em: 11 de abr. 2010. 6 ANAIS BRASILEIROS DE DERMATOLOGIA. Vitiligo e Emoções. Disponível em: <http://www.anaisdedermatologia.org.br/public/figuras.aspx?figura=2&id=100941>. Acesso em: 11 de abr. 2010. 4
  • 5. ao reconhecer a minha mancha característica de vitiligo, vinham me perguntar sobre ela e até mesmo me indicar tratamentos que ela ou algum familiar ou conhecido havia experimentado. Hoje eu consigo ver que esse fato se opõe totalmente a descriminação que algumas pessoas sofrem por terem vitiligo. Pois ao invés de afastar as pessoas de mim, o vitiligo as aproximou, mesmo que só por alguns instantes. Mas pude perceber que ainda existem muitas pessoas boas por ai que estão dispostas a ajudar os outros. Outro fator importante para a escolha desse tema é a sua repercussão. Não só pelo fato de ser uma doença de grande incidência no mundo, chegando a atingir 1% da população mundial segundo registra o livro de Müller, mas também por ser um assunto polêmico que chama a atenção por causar preconceitos e discriminação. A pele é o maior órgão do corpo humano e também é o que fica mais exposto. Tanto a possíveis doenças e infecções como também ao olhar e julgamento das pessoas ao redor. O vitiligo não é uma doença contagiosa, como a AIDS por exemplo. Porém não é possível saber, apenas através da visão, se uma pessoa tem AIDS ou não. Portanto os portadores dessa doença não se sentem inibidos de andar na rua e interagir com as pessoas em um primeiro contato. Já o vitiligo, se não for disfarçado com maquiagem, pode ser facilmente notado na pele das pessoas que tem a doença. Principalmente se ela for do tipo não segmental, que progride por quase todo o corpo ficando bem aparente. E tal aspecto diferenciado pode causa repulsa e má interpretação por parte das pessoas ao redor, que por falta de informação passam a evitar o contato com a pessoa que tem vitiligo. A falta de informação sobre o assunto talvez não seja o ponto principal dessa questão. A maioria das pessoas tem acesso a internet e a bibliotecas onde podem encontrar diversos registros sobre doenças de pele e sobre transtornos psicológicos. O que faz falta, não só nesse, mas em outros temas semelhantes, é a discussão aberta e honesta. Ações como essa não são muito desenvolvidas e incentivadas nos meios onde elas podem gerar opiniões concretas e embasadas, como em escolas e universidades por exemplo. Uma pessoa com vitiligo dificilmente buscará um lugar onde relatar sua experiência com a doença, pois possivelmente sinta vergonha de possuí-la. Porém existem grupos na internet como a Comunidade Vitiligo7 , que pretendem mostrar uma saída a essas pessoas. Neste site é possível encontrar informações sobre a doença, tratamentos, fóruns de discussão e também registros de depoimentos de pessoas que conseguiram vencer a doença e superar o trauma. Quanto a relevância jornalística do tema escolhido existem dois aspectos a serem considerados: os Valores da Notícia e os Elementos de Interesse da Noticia. Quanto aos valores, tanto a Proximidade, a Importância quanto a Oportunidade podem ser levadas em consideração no tema abordado. Pois a pesquisa será focada dentro do estado de São Paulo. A saúde física e mental da população é um fato constantemente abordado em publicações jornalísticas e de importância inquestionável, uma vez que é ao redor dela que giram todas as outras funções do ser humano. O projeto em si é a oportunidade de se estudar e se aprofundar num tema que exige um tempo e espaço maior, recebendo o destaque merecido. 7 COMUNIDADE VITILIGO. Com você na luta contra o Vitiligo. Disponível em: <http://www.vitiligo.com.br/>. Acesso em: 10 de abr. 2010. 5
  • 6. Dentre os elementos de interesse da notícia, destacamos o de Fato Incomum, pois mesmo sendo uma doença que afeta uma parcela considerável da população, o assunto não é comumente abordado pela grande mídia. Uma vez que não há grandes descobertas nem grandes escândalos, isso porque o vitiligo é uma doença que se manifesta somente na pele e não coloca em risco a vida da pessoa, desde que ela não exponha as áreas afetadas ao Sol. A Expectativa, também é um elemento de interesse presente no tema, já que o vitiligo ainda é uma doença de causa desconhecida e está frequentemente sendo pesquisado por médicos e psicólogos do mundo todo. E se pensarmos que o público alvo da publicação é, em grande parte, os próprios portadores da doença, então a expectativa também é relacionado ao fato de que a evolução da doença é totalmente imprevisível como foi citado mais acima. Por mais que façam tratamentos e que vejam algum resultado, os pacientes com vitiligo sempre estão em busca de novas informações que os ajude a entender as causas, a evolução e as possíveis consequências da doença. Tal fato também explica o elemento de interesse estipulado como “Acontecimentos que afetam um Grupo”. Uma das receitas infalíveis para um trabalho ser bem feito é unir o útil ao agradável. Ou seja, fazer algo que precisamos com algo que temos que fazer por obrigação. Com o Projeto Experimental Voo Solo que será desenvolvido durante o ano de 2010, isso não será diferente. O significado pessoal que o tema tem para mim, junto com a sua importância jornalística e social, são os elementos chaves para a execução deste trabalho. Pois as informações, dados, depoimentos e entrevistas que serão realizadas, não irão somente suprir as necessidades do produto que será futuramente produzido, mas também irão suprir as curiosidades e dúvidas que tenho sobre o assunto. Sendo assim, a obra contará também com certa dose de subjetividade empregada tanto na captação como no relato dos fatos e depoimentos recolhidos. Porém esse aspecto não irá interferir da transmissão integra e verdadeira das informações, muito menos na interpretação e possibilidade de reflexão do leitor sobre obra. E) JUSTIFICATIVA PARA A ESCOLHA DESTE SEGMENTO PREVISTO NO REGULAMENTO DO VÔO SOLO O segmento escolhido para o desenvolvimento do tema apresentado é o Livro-Reportagem Texto. Edvaldo Pereira Lima, em seu livro Páginas Ampliadas, define o livro reportagem como um veículo de comunicação jornalística que desempenha papel específico, de prestar informação ampliada sobre fatos, situações e idéias de relevância social, abarcando uma variedade temática expressiva8 . O autor também afirma que: “O livro-reportagem preenche vazios deixados pelo jornal, pela revista, pelas emissoras de rádio, pelos noticiários da televisão, até mesmo pela internet”9 . Isso porque hoje, o jornalismo contemporâneo é preso as regras de execução e produção das grandes mídias que muitas vezes o impedem de abordar em sua totalidade determinados assuntos que talvez merecessem mais atenção. 8 LIMA, Edvaldo Pereira. Páginas Ampliadas: o livro-reportagem como extensão do jornalismo e da literatura. 4 ed. Barueri, SP: Manole, 2009. p. 1. 9 Idem (8), ibidem. p.4. 6
  • 7. Em seu livro, Edvaldo subdivide o livro-reportagem em diferentes grupos. Dentre eles, o que mais se encaixa no perfil de publicação do tema proposto é a livro-reportagem-retrato. Seu propósito é focalizar um setor da sociedade e procurando traçar um retrato do tema em questão, visa elucidar, sobre tudo seus mecanismos de funcionamento, seus problemas, sua complexidade10 . Também é possível encaixar o livro proposta na classificação de livro-reportagem-atualidade. Ele busca selecionar os temas atuais dotados de maior perenidade no tempo, mas cujos desdobramentos finais ainda não são conhecidos. Permitindo assim que o leitor possa resgatar as origens do que ocorre, seu contorno do presente e as tendências possíveis de seu desfecho no futuro11 . O fato de tratar o Vitiligo pelo âmbito da psicologia permite o desenvolvimento de diversas reflexões e até mesmo criticas, tanto por parte da autora do livro-reportagem que será produzido, como também por parte dos diversos depoimentos e fontes que terão voz através dele. Tendo definido o segmento de publicação que será trabalhado, passamos aos motivos que levam a escolha dele em detrimento dos outros disponíveis. O primeiro e talvez mais importante aspecto do livro-reportagem, que faz com que ele seja adequado para o desenvolvimento do tema já está implícito na própria definição do que é livro- reportagem, citada acima. Pois, segundo Edvaldo Pereira Lima, “ele estende a função informativa e orientativa do jornalismo cotidiano, ampliando, para o leitor, a compreensão da realidade”. Isso porque o livro maximiza os recursos operativos do jornalismo, podendo oferecer uma cobertura muito mais profunda sobre determinado fato. O que é um dos principais objetivos deste projeto. O jornalismo literário é uma alternativa aos que não querem ficar presos a espetacularização cada vez mais presente na mídia de massa, segundo o jornalista e professor Felipe Pena em seu livro Jornalismo Literário. “Revista de fofocas, tablóides e até a chamada grande mídia estão entorpecidas pela busca da audiência e dos patrocinadores. Um puxa o outro, em um ciclo vicioso, inesgotável” afirma o autor do livro. Pena vai além e afirma que esse gênero não serve somente para o jornalista exercite sua veia literária, mas sim para potencializar os recursos do Jornalismo, ultrapassar os limites dos acontecimentos cotidianos, proporcionar visões amplas da realidade, exercer plenamente a cidadania, romper as correntes burocráticas do lead e principalmente garantir perenidade e profundidade aos relatos. “No dia seguinte, o texto deve servir para algo mais do que simplesmente embrulhar o peixe na feira”12 provoca Felipe Pena com seu característico humor ácido. Porém, algumas linhas abaixo o autor diminui sua critica ao dizer que o jornalismo literário não ignora o que aprendeu no jornalismo diário, nem joga suas técnicas narrativas no lixo. Apenas as desenvolve de maneira que acaba constituindo novas estratégias profissionais. Sendo assim, o texto feito para o livro-reportagem, mesmo diferenciando-se do texto do jornalismo cotidiano, ainda usa algumas de suas técnicas e recursos. Como por exemplo, a técnica da pirâmide invertida e a captação de informações através de entrevistas a fontes especializadas. Da mesma forma, o texto do jornalismo literário também deve se valer dos recursos e artifícios da literatura em sua execução. Com textos mais longos e trabalhados, a narrativa dentro do livro 10 LIMA, Edvaldo Pereira. Páginas Ampliadas: o livro-reportagem como extensão do jornalismo e da literatura. 4 ed. Barueri, SP: Manole, 2009. p. 53. 11 Idem (10), ibidem. p. 56. 12 PENA, Felipe. Jornalismo Literário. 1 ed. São Paulo: Contexto, 2006. p. 13. 7
  • 8. reportagem é uma das ferramentas mais importantes, e por isso deve ser pensada juntamente com a formatação do roteiro e do conteúdo que será publicado. No livro O Texto da Reportagem Impressa de Oswaldo Coimbra diz-se que: “A estrutura do texto da reportagem narrativa não se apóia num raciocínio expresso. Sua característica fundamental é a de conter os fatos organizados dentro de uma relação de anterioridade ou posterioridade, mostrando mudanças progressivas de estado”13 . Assim como citado acima, também aprendemos durante as aulas de Gestão em Jornalismo Impresso com o professor Sérsi Bardári, que toda narrativa implica operações discursivas que contém enunciados de estado e ação, onde sempre há uma ou mais transformação dentro do episódio narrado. Essas transformações são divididas em quatro fases da narrativa: Manipulação, Competência, Performance e Sansão. É através desses conceitos que o texto jornalístico literário deve ser construído, de modo que o fato relatado tenha um começo, meio e fim, mesmo que eles não venham apresentados nesta ordem. Na mesma linha de pensamento, colocamos também outra característica literária que não pode ser desconsiderada pelo jornalismo que pretende narrar um tema em profundidade. A natureza da literatura, segundo Marcelo Bulhões em seu livro Jornalismo e Literatura em Convergência, é de dotar a linguagem verbal de uma dimensão em que ela não é meio, mas fim. “Na literatura a linguagem não é mera figurante, mas centro das atenções”14 afirma Bulhões. Ou seja, o importante não é só o que você narra, e sim como você narra. Que recursos linguísticos e discursivos são usados para enfatizar e caracterizar determinada obra. O autor também dá a sua definição sobre a natureza do jornalismo, que seria a de tomar a existência como algo observável, comprovável, palpável a ser transmitido como produto digno de credibilidade15 . Prestando um testemunho do “real” fixando-o e ao mesmo tempo buscando compreendê-lo. Vemos no seguinte trecho, como Bulhões relaciona as duas expressões: [...] Vistas tais diferenças fundamentais entre jornalismo e literatura, é de super que as duas expressões percorressem caminhos separados e até opostos, uma se posicionando na contramão da outra. Um simples olhar retrospectivo, no entanto, dá testemunho de momentos de uma recíproca atração irresistível, pois as manifestações de convivência e conexão não foram isoladas ou discretas. (BULHÕES, 2007, p. 27) Mais a frente na publicação, Marcelo Bulhões cita como principais pontos de convergência entre literatura e jornalismo a narratividade e a temporalidade. A pauta jornalística desenvolvida na produção de um livro-reportagem é quase que um roteiro de programação. Detalhando todos os passos, locais, horários, custos e orientações necessárias ao repórter, que segundo o livro A Reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística de Nilson Lage, é aquele que está onde o leitor, ouvinte ou espectador não pode estar16 . Porém, da mesma forma que a pauta do jornalismo cotidiano, ela deve seguir a sua função primária, que segundo o livro citado é a listagem dos fatos a serem cobertos e dos assuntos a serem 13 COIMBRA, Oswaldo. O texto da reportagem impressa: um curso sobre sua estrutura. 1 ed. São Paulo: Editora Ática, 1993. p. 44 14 BULHÕES, Marcelo Magalhães. Jornalismo e Literatura em convergência. 1 ed. São Paulo: Ática, 2007. p. 12. 15 Idem (14), ibidem. p. 11. 16 LAGE, Nilson. A reportagem: Teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística. 8 ed. Rio de Janeiro: Record, 2009. p. 23. 8
  • 9. abordados em reportagens, além de eventuais indicações logísticas e técnicas. A pauta é essencial para a execução do trabalho de um repórter, porém assim como afirma Lage “O trabalho da reportagem não é apenas o de seguir um roteiro de apuração e apresentar um texto correto. Como qualquer projeto de pesquisa, envolve imaginação, insight...”17 . Um dos grandes diferenciais do livro-reportagem é a possibilidade de realizar uma obra de jornalismo especializado. A segmentação de conteúdos da mídia nos dias de hoje é cada vez maior, e necessita cada dia de mais profissionais não apenas qualificados profissionalmente, mas que tenham experiência em determinadas áreas especificas de editoração. Na produção de um livro reportagem é possível desenvolver essa especialização de forma bastante ampla. O livro de Nilson Lage comenta a reportagem especializada no trecho a seguir: [...] A informação jornalística é o espaço privilegiado da reportagem especializada. Uma peculiaridade dela é destinar-se a públicos mais ou menos heterogêneos. A máxima heterogeneidade obtém-se na audiência presumível de uma emissora de televisão em circuito aberto (audiência de massa) a mínima heterogeneidade possível em jornalismo encontra-se entre os leitores de magazines os sítios de internet destinados a aficionados de uma atividade prática ou conhecimento. É claro que, quanto mais específico o público, mais se pode particularizar a linguagem. (LAGE, 2009, p. 113) Outra tarefa que será bem desempenhada pelo veículo escolhido é a de transformação de conhecimento cientifico tecnológico em informação jornalística. Pois existem diversos termos médicos e até mesmo psicológicos que terão de ser explicados para que o leitor tenha uma compreensão geral do que é relatado. Nilson Lage lista em seu livro alguns dos objetivos específicos que se têm ao tratar de ciência e tecnologia numa reportagem especializada. Dentre eles o de fornecer insumos e modelos de pensamento para reflexão mais atualizada sobre grandes temas como a vida, o universo e o futuro. “A reportagem de ciência e tecnologia cumpre algumas funções básicas: informativa; educativa; social; cultural; econômica; político-ideológica.”18 lista o jornalista. E ele completa afirmando que o texto jornalístico não é nem pretende ser exato, a exatidão é objetivo da pesquisa científica. Além de todos os motivos e conceitos citados acima para a escolha deste segmento, o mais relevante talvez seja o simples fato de que o público específico a que este projeto será destinado busca a informação mais concreta e perene possível. Tanto os portadores de Vitiligo, quanto médicos, psicólogos ou qualquer outra pessoa que se interesse pelo tema, irá querer guardar e ter a oportunidade de também refletir sobre o tema. E um livro proporciona essa ligação melhor do que qualquer outro meio. 17 LAGE, Nilson. A reportagem: Teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística. 8 ed. Rio de Janeiro: Record, 2009. p. 35. 18 Idem (17), Ibidem. p. 122. 9
  • 10. F) PLANO GERAL DA REPORTAGEM Com a delimitação do seguimento, justificada acima, o livro-reportagem que será produzido também necessita de capítulos e outras subdivisões. Primeiramente a fim de organizar o seu conteúdo, de forma que a leitura siga uma linha lógica de raciocínio. Dando a obra um significado coerente como um todo. É importante definir previamente essa estrutura onde serão inseridos os conteúdos apurados através da reportagem. Assim como foi feito na justificativa para a escolha do tema, o livro irá conter uma breve contextualização que virá logo no primeiro capítulo. Esta seção dará conta de explicar aspectos técnicos, físicos e psicológicos da doença. Também haverá um subtítulo dentro deste capítulo destinado a mostrar alguns registros históricos. Não haverá apenas um capítulo destinado ao relato de depoimentos de pessoas que possuem a doença. Eles irão aparecer no decorrer da história conforme forem aparecendo os assuntos que foram falados. E nesses depoimentos constará toda a experiência vivida pela pessoa, desde o aparecimento das manchas, passando pela busca por tratamentos e chegando até a sua cura, se esse for o caso. O objetivo de reunir esses relatos é tentar mostrar um lado mais humano da doença, que é o enfoque principal do livro. Serão abordados temas relacionados a doença, como o preconceito, a aceitação e os distúrbios psicológicos. Também não haverá apenas um capítulo destinado às entrevistas com especialistas na área. Assim como os depoimentos elas aparecerão esporadicamente durante a narrativa. Serão consultados pelo menos um psicólogo e um dermatologista que sejam especializados em vitiligo ou em psicossomática. Nessa etapa serão abordados principalmente os diagnósticos das causas do vitiligo e os tratamentos existentes. Haverá um aprofundamento quando a abordagem de pesquisas e testes que estão sendo feitos acerca da doença no Brasil e no mundo. Para enfatizar a importância do acompanhamento psicológico no tratamento do vitiligo, será construído um capítulo destinado somente a organizações e grupos que buscam dar apoio a quem sofre com a discriminação e privações da doença. Se tratando de um tema técnico e ligado a ciência e medicina existem diversos termos e expressões que não são de conhecimento popular. Entretanto o livro não terá um glossário, o significado dos termos que terão de ser utilizados no decorrer da obra serão explicados dentro dos próprios textos de forma a misturar-se com a história. Dessa forma a leitura não terá de ser interrompida para uma consulta em outra parte da publicação, não perdendo a sua continuidade. Se possível alguns termos poderão ser substituídos por palavras mais simples, ou que terão o seu significado explicado através do contexto. Contendo as especificações citadas acima o livro irá seguir a seguinte linha: a progressão da doença na vida de uma pessoa. Ou seja, começará falando de como surge o Vitiligo. Depois contar como é a reação das pessoas ao diagnosticar a doença. Depois relatar a busca por tratamentos. Depois exemplificar alguns dos tratamentos mais utilizados e eficazes, e o acompanhamento psicológico dos pacientes. Depois contar a conclusão desses tratamentos, se levaram a cura ou não. E por fim registrar como as pessoas convivem com o Vitiligo e o preconceito. 10
  • 11. G) FONTES CONSULTADAS NESTA FASE DE PROPOSTA Até o momento de entrega da presente proposta ainda não foi estabelecido contato com nenhuma possível fonte que pretendo utilizar no projeto. Apenas entrei em contado via e-mail com a Clínica Vitiligo de São Paulo, informando que gostaria de visitar o local e entrevistar algum médico especialista na doença, porém ainda não obtive resposta. Tentarei contatá-los por e-mail e ainda em Julho ir até o local. Também enviei um e-mail ao site Comunidade Vitiligo para tentar contatar algum representante no estado de São Paulo, mas também ainda não recebi retorno. Além dos médicos da Clínica Vitiligo, também será interessante consultar fontes dentro do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Tanto no departamento de Dermatologia como no de Psiquiatria. A autora do livro “Psicossomática: uma visão simbólica do vitiligo”, Marisa Campio Müller também será utilizada como uma das fontes principais do livro-reportagem. Seu livro provém da tese de doutorado de medicina da autora. Seu conteúdo demonstra a relação entre corpo e mente, doença e estresse emocional. Por esse estudo aprofundado e específico é que a autora se torna uma fonte indispensável a ser consultada, não só bibliograficamente. Os depoimentos de pessoas portadores da doença deverão ser coletados por meio dos centros e clínicas que visitarei. Por isso ainda não estabeleci contato com ninguém até o momento. H) METODOLOGIA DE TRABALHO Como qualquer produto jornalístico, o livro-reportagem necessita de planejamento prévio e detalhado. Pois quando se busca aprofundamento em um tema é preciso saber exatamente onde, quando e como buscar e coletar as informações. Com um bom roteiro de produção e boas pautas para guiar as idas a campo, o jornalista não irá perder tempo com o que não lhe interessa, ele irá diretamente ao foco de sua pesquisa. Sendo assim, todo planejamento da metodologia adotada será sempre visando os objetivos citados neste trabalho. A primeira das etapas já foi concluída na produção deste formulário. Aqui buscamos fundamentar e justificar a escolha do tema, o que dirá se ele se adéqua a proposta no projeto ou não. As primeiras definições de como será o produto final também foram feitas nesta etapa. Depois de entregue o formulário com a proposta devidamente preenchida, começa o processo de produção das reportagens. Primeiramente serão definidas as pautas. Segundo Nilson Lage, pauta é “planejamento de uma edição, ou parte da edição com a listagem dos fatos a serem cobertos e dos assuntos a serem abordados em reportagens, além de eventuais indicações logísticas e técnicas: ângulo, dimensão, recursos disponíveis e sugestão de fontes”19 . Formulando as perguntas, agendando encontros e programando todas as saídas que serão necessárias para coletar as entrevistas e depoimentos. Verificar o equipamento e material que será utilizado, como por 19 LAGE, Nilson. A reportagem: Teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística. 8 ed. Rio de Janeiro: Record, 2009. p. 34. 11
  • 12. exemplo, gravador, câmera fotográfica, bloco de apuração, caneta e o que mais for preciso para efetuar o trabalho. A seguir virá o processo de organização e separação do material que será utilizado na execução do texto da reportagem. Seguindo o “Plano Geral da Reportagem”, mas também estando atento ao que é interessante ser acrescentado ou eliminado. Muitas vezes numa entrevista acabamos conseguindo informações a mais ou diferentes daquilo que esperávamos, por isso é importante se ter essa flexibilidade ao montar a reportagem. Portanto, qualquer uma das especificações estruturais previstas no planejamento poderá ser futuramente alterada no livro que será produzido. Entraremos então na etapa de redação, onde todo o material coletado ganhará corpo e seguirá uma sequência lógica. O texto irá seguir o gênero narrativo literal em sua totalidade. Segundo Edvaldo Pereira Lima o livro-reportagem, de um nível superior de complexidade temática e estilística, apresenta características semelhantes ao romance. Ambos visam ao conhecimento da realidade humana e devem construir uma formula estética que torne ao leitor agradável a leitura20 . Os capítulos terão uma ligação entre si para que possa haver uma continuidade na leitura, isso porque não se trata de um livro técnico e didático, se trata de um livro literal que relatará através de uma história, o vitiligo da perspectiva psicológica. Os depoimentos e entrevistas serão amarrados a essa história ao longo da narrativa. Após a conclusão da etapa de redação, ou até mesmo durante este processo, será feita a diagramação do material nas páginas. Como o livro será somente de textos, sem fotos, será preciso definir as fontes a serem utilizadas no corpo do texto, nos títulos e sub títulos. Na capa haverá o título da publicação, que é o mesmo apresentado neste formulário, e o nome da autora. Também não haverá fotos na capa, apenas será feita uma ilustração a mão também produzida pela autora do livro. Estando concluídas as etapas acima, o trabalho será encaminhado para impressão em gráfica. O formato pensado para a publicação é de 14 centímetros de largura por 21 de comprimento. O material do papel das folhas internas e da capa será definido posteriormente. I) CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO De 5 a 11 de Julho Redigir Pautas. Quem entrevistar, perguntas, etc. De 12 a 18 de Julho Redigir Pautas. Quem entrevistar, perguntas, etc. De 19 a 25 de Julho Produção das Pautas. Contatar e agendar entrevistas De 26 de Julho a 1 de Agosto Produção das Pautas. Contatar e agendar entrevistas De 2 a 8 de Agosto Produção das Pautas. Ida a campo para coletar dados e entrevistas. De 9 a 15 de Agosto Produção das Pautas. Ida a campo para coletar dados e entrevistas. 20 LIMA, Edvaldo Pereira. Páginas Ampliadas: o livro-reportagem como extensão do jornalismo e da literatura. 4 ed. Barueri, SP: Manole, 2009. p. 268 e 269. 12
  • 13. De 16 a 22 de Agosto Produção das Pautas. Ida a campo para coletar dados e entrevistas. De 23 a 29 de Agosto Produção das Pautas. Ida a campo para coletar dados e entrevistas. De 30 de agosto a 5 de Setembro Organização do Material coletado. De 6 a 12 de Setembro Redação dos textos da reportagem. De 13 a 19 de Setembro Redação dos textos da reportagem. De 20 a 26 de Setembro Redação dos textos da reportagem. De 27 de Setembro a 3 de Outubro Redação dos textos da reportagem. De 4 a 10 de Outubro Diagramação das páginas. Contatar gráfica para acertar detalhes da impressão De 11 a 17 de Outubro Diagramação das páginas. Finalização dos últimos detalhes e envio para rodagem na gráfica. De 18 a 24 de Outubro Revisão do material já impresso. De 25 a 31 de Outubro Preparação para a apresentação oral. J) INDIQUE A BIBLIOGRAFIA QUE VOCÊ UTILIZOU, ATÉ O PRESENTE MOMENTO, PARA FAZER ESTA PROPOSTA. Bibliografia relacionada ao tema: ANAIS BRASILEIROS DE DERMATOLOGIA. Vitiligo e Emoções. Disponível em: <http://www.anaisdedermatologia.org.br/public/figuras.aspx?figura=1&id=100941> e <http://www.anaisdedermatologia.org.br/public/figuras.aspx?figura=2&id=100941>. Acesso em: 11 de abr. 2010. COMUNIDADE VITILIGO. Com você na luta contra o Vitiligo. Disponível em: <http://www.vitiligo.com.br/>. Acesso em: 10 de abr. 2010. MÜLLER, Marisa Campio. Psicossomática: uma visão simbólica do vitiligo. 1 ed. São Paulo: Vetor, 2005. Bibliografia relacionada à atividade jornalística: BULHÕES, Marcelo Magalhães. Jornalismo e Literatura em convergência. 1 ed. São Paulo: Ática, 2007. COIMBRA, Oswaldo. O texto da reportagem impressa: um curso sobre sua estrutura. 1 ed. São Paulo: Editora Ática, 1993. 13
  • 14. LAGE, Nilson. A reportagem: Teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística. 8 ed. Rio de Janeiro: Record, 2009. LIMA, Edvaldo Pereira. Páginas Ampliadas: o livro-reportagem como extensão do jornalismo e da literatura. 4 ed. Barueri, SP: Manole, 2009. PENA, Felipe. Jornalismo Literário. 1 ed. São Paulo: Contexto, 2006. O aluno proponente abaixo apresenta esta Proposta para realização de Projeto Experimental (Vôo Solo), para a qual solicita qualificação e aprovação, visando a posterior execução no segundo semestre letivo de 2010. NOME ASSINATURA Heloisa Alencar Ikeda [FIM DA PROPOSTA] 14